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CONDIÇÃO JURÍDICA DA MULHER

BRASIL-COLÔNIA

 Ordenações do Reino de Portugal - inúmeras disposições a respeito das


prerrogativas das mulheres, notadamente com relação às solteiras ou viúvas, e
várias restrições ou vedações ao exercício de determinados direitos e faculdades,
reconhecendo a condição submissa da esposa frente ao consorte:

“....porque muitas vezes acontece que as mulheres, por medo ou reverença dos maridos,
deixam caladamente algumas cousas passar, por não ousarem contradize-lo, receando
alguns escândalos e perigos que lhes....poderiam vir” (O.A., Liv. 4, Tit. 11, n.7; O.M., Liv.
4, Tit. 6, pr.; O.F. Liv. 4, Tit. 48, pr.) – justificando a necessidade do consentimento da
mulher, por Escritura Pública, para venda de bens de raiz ou prestar fiança, fosse qual fosse
o regime de bens do casamento (O.A., Liv. 4, Tit. 11), (O.M., Liv. 4, Tit. 6) e (O.F., Liv. 4,
Tit. 48).

 As mulheres não podiam fiar, nem obrigar-se por outra pessoa: seriam relevadas de
tal obrigação (O.M., Liv. 4, Tit. 12).= Benefício do Veleiano (Senatus-Consulto).

 A reserva parecia dirigir-se em especial às mulheres solteiras ou viúvas porque, se


casadas, como deveriam assinar o compromisso juntamente com o marido, a ambos
aquele obrigaria, alcançando os seus bens no caso de inadimplemento.

 Com relação às viúvas, para evitar o desbarato de seus bens, previam as Ordenações
a sua entrega a um curador para administrá-los, com o propósito de “suprir a
míngua” (O.A, Liv. 4, 15; O.M., Liv. 4, 10) ou “ fraqueza do entender delas” (O.F,
Liv. 4, 107).
 A lei não adota um tratamento uniforme: em princípio, parece o legislador não ter
muita confiança no agir das mulheres quanto aos bens que possuam ou ainda na
administração desse patrimônio. No entanto, outorga-lhes, por vezes, determinados
direitos:

a) revogar doação do marido feito à amante,podendo demandar em juízo,


independentemente de autorização);
b) Nas Ordenações Filipinas (Liv. 4, Tít. 103, 1) autorizava-se à mulher honesta, que
tivesse “.....entendimento e discrição, e quiser tomar carrego (encargo) de seu
marido....”, a possibilidade de administração de todos os seus bens na hipótese de
interdito casado (desmemoriados e pródigos, p. ex.)
c) Respeitada a meação, a mulher, à morte do esposo, seria herdeira, não houvesse
parente até o décimo grau (O.F., Liv. 4, Tít. 94), ficando em posse e cabeça de casal.

 Possibilidade do marido de castigar a sua mulher, visto que referido dispositivo, que
cuida “das penas pecuniárias dos que matam, ferem ou tiram arma na Corte”: após
fixar as respectivas sanções, passa às excludentes: legítima defesa, castigo a criado,
discípulo, filho, escravo e....mulher. (O. F., Liv. 5, Tít. 36, I; O.M., Liv. 5, Tít. 11,
3).

APÓS A INDEPENDÊNCIA

 Mantidas as Ordenações Filipinas, Leis, resoluções, decretos e alvarás promulgados


pelos reis portugueses, na parte em que não foram revogados, enquanto não se
organizassem novos Códigos.

 A Consolidação das Leis Civis (1.858) traria, em muitos de seus artigos, a


transposição do texto das leis anteriores..
 Quanto à mulher comerciante – aplicava-se o Código Comercial (art. 124), de
1.850, permitindo as mulheres casadas, maiores de 18 anos, exercer essa atividade,
desde que autorizadas pelo marido; aquela que já era comerciante antes do
casamento presumia-se autorizadas, se o marido não manifestasse expressamente o
contrário (art. 29);

 Mantido no Direito brasileiro o benefício Veleiano, no art. 593 do Regulamento


737 (25/11/1.850), exceto com relação à mulher comerciante.

 A Constituição do Império (1.824) - silencia com relação à mulher, apesar de


considerar a igualdade de direitos de todos perante a lei (art. 179, XIII), excluídas
inclusive do direito ao voto, da mesma forma a Constituição da República (1.891).

 Logo após a proclamação da República, decreto do governo provisório determina


que professoras públicas, embora casadas, podiam receber vencimentos por si,
independentemente de outorga ou procuração de seu marido.

 Em 24 de fevereiro de 1.932, no Código Eleitoral, é que se estabeleceu o sufrágio


feminino.

 Em 30 de novembro de 1.955 o Brasil ratificou convenção internacional a respeito


dos direitos políticos da mulher, que estabelecia, além do direito de voto, a
elegibilidade para os organismos políticos, bem como o direito de ocupar postos e
exercer funções públicas, sem quaisquer restrições.

Código Civil de 1.916 (progresso em alguns temas):

 ampliou-se a idade para o casamento, de 14 anos para 16 anos (art. 183, XII);

 necessidade de consentimento dos pais para o casamento do menor de 21 anos,


prevalecendo a vontade paterna quando em confronto com a mãe (art. 185/186);
 marido como chefe da sociedade conjugal, competindo-lhe a representação da
família, a administração dos bens comuns e particulares da mulher, o direito de fixar
e mudar o domicílio e o direito de autorizar a profissão da mulher e a sua residência
fora do teto conjugal, devendo prover, também, a manutenção da família (art. 233) e
a mulher, se tivesse bens, prestaria auxílio econômico.

 A mulher casada era considera relativamente incapaz enquanto subsistisse a


sociedade conjugal. (inciso II, art. 6o.)

 Proibia a mulher de aceitar tutela, curatela ou outro múnus público, exercer


profissão, contrair obrigações que pudessem importar em alheação de bens do casal,
aceitar mandato (art. 242).

 Considerava-se a mulher sempre autorizada pelo marido quando ocupasse cargo


público ou se entregasse á profissão exercida fora do lar (art. 247).

 Confirmação de preceitos tradicionais, como a possibilidade da mulher reinvidicar


imóveis vendidos ou gravados pelo marido sem sua outorga, anular fianças e
doações, etc. (art. 248).

 Pátrio Poder continuava com o pai, como chefe da família, prevalecendo sua
vontade sobre a da mãe, e só a sua falta ou impedimento é que se transferia para esta
(arts. 233 e 380).

Estatuto da Mulher Casada (lei 4.121 – 27 de agosto de 1.962)

 Trouxe alterações de maior significado, aproximando a mulher, praticamente, da


equiparação:
- as mulheres deixam de ser relativamente incapazes na subsistência da
sociedade conjugal;
- chefia da sociedade continua a ser do marido mas, passava a exercer essa
função com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos
filhos;
- mulher assume com o casamento a condição de sua companheira e
colaboradora dos encargos da família (material e moral);
- possibilidade de recorrer judicialmente na hipótese da fixação de novo
domicílio pelo marido ser prejudicial.
- Suprimidas várias hipóteses de exigência de autorização marital (art. 242):
no aceite ou repúdio á herança, no aceite à tutela, curatela ou outro múnus
público, para litigar em juízo, no exercício de profissão, etc.
- Conferiu à mulher que exercesse profissão lucrativa o direito de livre dispor
de seus bens;
- Pátrio Poder continuava conferido ao marido, possibilitando à esposa o
direito de recorrer judicialmente no caso de divergência.

Constituição da República de 1.988 (mulher e mãe no exercício igualitário e conjunto


com o homem e pai na criação e educação dos filhos)

 Artigo 5o. I, estabelece a igualdade entre homens e mulheres;


 Artigo 226, parágrafo 5o., estabelece que os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher:
- direito recíproco à alimentos;
- reconhecimento união estável como entidade familiar (C.F., art. 226,
parágrafo 3; Lei 9.278/96).
- Artigo 21 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90)
estabelece que o pátrio poder será exercido , em igualdade de condições,
pelo pai e pela mãe.

Novo do Código Civil

 substituição palavra “homem” por “ ser humano”.

 Chefia da sociedade conjugal exercida igualmente pelo marido e mulher, em


colaboração.

 A locução “poder familiar” substitui o “pátrio poder”, abrangendo tanto o pai


quanto à mãe.

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