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UNIP – DIREITO CIVIL – BIODIREITO – ROTEIRO 002 – 1.

º SEM-2018
Prof. Luiz Henrique Beltramini

AVISO:
O presente material serve como apoio às informações ministradas em aula. em nenhuma hipótese substitui a necessidade de estudos diretos nas
doutrinas oficialmente indicadas e constantes do conteúdo programático, ou seja: DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. São Paulo:
Saraiva. DURAND, G. Introdução geral à bioética. São Paulo: Loyola. SÁ, Maria de Fátima Freire de. Biodireito. Belo Horizonte: Del Rey. ALBANO, L. M. J.
Biodireito. São Paulo: Atheneu. CONTI, M. C. S. Biodireito: a norma da vida. São Paulo: Forense. CORREIA, E. A. Biodireito e dignidade da pessoa humana.
Curitiba: Juruá. MEIRELLES, J. M. L. de. Biodireito em discussão. Curitiba: Juruá. SILVA, Reinaldo Pereira e. Introdução ao biodireito: investigações
políticojurídicas sobre o estatuto da concepção humana. São Paulo: LTR. VIEIRA, Tereza Rodrigues. Bioética e direito. São Paulo: Jurídica Brasileira.

B I O É T I C A: DELIMITAÇÃO CONCEITUAL

A bioética, em sentido amplo, representa uma resposta da ética às novas situações oriundas da ciência no
âmbito da saúde, ocupando-se não só dos problemas éticos, provocados pelas tecnociências biomédicas e
alusivos a uma série de temas de profunda importância para a humanidade, tal como:

- início e fim da vida humana;

- pesquisas com seres humanos;

- formas de eutanásia1;

- distanásia2;

- técnicas de engenharia genética;

- terapias gênicas;

- métodos de reprodução humana assistida;

- eugenia3;

- eleição do sexo do futuro descendente a ser concebido;

- clonagem de seres humanos;

- maternidade substitutiva;

- escolha do tempo para nascer ou morrer;

- mudança de sexo em caso de transexualidade;

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Eutanásia: é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista . Traduz uma
complicada questão de bioética e biodireito. Embarca um conceito muito vasto, distinguem-se os vários tipos e valores intrinsecamente associados:
eutanásia, distanásia, ortotanásia, a própria morte e a dignidade humana. A eutanásia pode ser dividida em dois grupos: a "eutanásia ativa" e a "eutanásia
passiva". Tratasse do ato de facultar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo estado de doença é crônico e, portanto, incurável, normalmente
associado a um imenso sofrimento físico e psíquico. A "eutanásia ativa" conta com o traçado de ações que têm por objetivo pôr término à vida, na medida
em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar e a termo o ato. A "eutanásia passiva" por sua vez, não provoca
deliberadamente a morte, no entanto, com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção dos cuidados médicos, farmacológicos ou outros, o doente
acaba por falecer. São cessadas todas e quaisquer ações que tenham por fim prolongar a vida. Não há por isso um ato que provoque a morte (tal como na
eutanásia ativa), mas também não há nenhum que a impeça (como na distanásia). É relevante distinguir eutanásia de "suicídio assistido", na medida em
que na primeira é uma terceira pessoa que executa, e no segundo é o próprio doente que provoca a sua morte, ainda que para isso disponha da ajuda de
terceiros.
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Distanásia: prática pela qual se prolonga, através de meios artificiais e desproporcionais, a vida de um enfermo incurável. Também pode ser conhecida
como “obstinação terapêutica”. A distanásia insere-se no campo vasto da discussão do valor da vida humana e da morte. Opõe-se à eutanásia e pode
associar-se a conceitos como a ortotanásia, a própria morte e a dignidade humana. A distanásia pode opor-se ao conceito de eutanásia passiva.
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Eugenia: Termo criado Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido". Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle
social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente . O tema é bastante controverso,
particularmente por evolver facetas relacionadas com ideologia de pureza racial. Mesmo com o avanço das técnicas de melhoramento genético usadas
atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto seu uso com seres humanos. Desde seu surgimento até hojes, diversos
filósofos e sociólogos declaram que existem uma série de importantes e incontáveis problemas éticos, como a possibilidade de passar a existir
discriminação de pessoas por categorias, pois ela pode dar ensejo a diferenciação das pessoas como aptas ou não-aptas para a reprodução.

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- esterilização compulsória de sentenciados, deficientes físicos ou mentais;

- utilização da tecnologia do DNA recombinante;

- práticas laboratoriais de manipulação de agentes patogênicos etc.,

A Bioética possui campo de atenção voltado a variados problemas, tal como, degradação do meio ambiente,
destruição do equilíbrio ecológico, uso de armas químicas etc..., sendo possível afirmar que se trata de uma
resposta aos riscos inerentes à prática das tecnologias que podem acabar por impor riscos, sejam eles
decorrentes dos avanços associados à biologia molecular e à engenharia genética, às práticas laboratoriais de
manipulação genética que podem originar o aparecimento de novas doenças virais ou mesmo o ressurgimento
de antigas moléstias mais virulentas, e os riscos ecológicos, resultantes da queimada, da poluição, do corte de
árvores, do uso da energia nuclear, da introdução de organismos geneticamente modificados no meio ambiente
ou da redução da biodiversidade.

CLASSIFICAÇÃO:

A bioética admite a seguinte classificação:

DAS SITUAÇÕES PERSISTENTES: ocupa de temas que persistem desde que o mundo é mundo, como:
- aborto,
- eutanásia,
- racismo,
- exclusão social,
- discriminação etc.

BIOÉTICA DAS SITUAÇÕES EMERGENTES: relativa aos conflitos oriundos das contradições originárias do
progresso biomédico desenfreado comparado com os limites da
cidadania e dos direitos humanos:
- fecundação assistida,
- doação e transplante de órgãos e tecidos,
- técnicas de engenharia genética, etc.

A bioética ainda abrange a:

MACROBIOÉTICA: versa sobre questões ecológicas, em busca da preservação da vida humana, e

MICROBIOÉTICA: preocupa-se com as relações entre médico e paciente, instituições de saúde públicas
ou privadas e entre estas instituições e os profissionais da saúde.

Esses problemas não são apenas conflitos de valores, mas questões materiais e subjetivas de difícil solução.

A bioética, então, representa um conjunto de reflexões filosóficas e morais sobre a vida em geral e sobre as
práticas médicas em particular. Para tanto abarcaria pesquisas multidisciplinares, envolvendo-se na área
antropológica, filosófica, teológica, sociológica, genética, médica, biológica, psicológica, ecológica, jurídica,
política etc., para solucionar problemas individuais e coletivos derivados da biologia molecular, da embriologia,
da engenharia genética, da medicina, da biotecnologia etc., decidindo sobre a vida, a morte, a saúde, a
identidade ou a integridade física e psíquica, procurando analisar eticamente aqueles problemas, para que a
biossegurança e o direito possam estabelecer limites à biotecnociência, impedir quaisquer abusos e proteger os
direitos fundamentais das pessoas e das futuras gerações.

A bioética também consiste no estudo da moralidade da conduta humana na área das ciências da vida,
procurando averiguar o que seria lícito ou científica e tecnicamente possível. E, assim, surgem os dilemas
sociais:

- O ético está subordinado ou não ao científico?

- É correto a ciência arvorar-se em Deus, alterando as leis fundamentais da natureza?

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- Como limitar o uso das biotecnologias, promovendo o consumo, sem ferir a ética, o direito e a ordem
sociopolítica?

- Como respeitar os direitos fundamentais das pessoas e preservar os das futuras gerações?

- Como adequar as novas conquistas biotecnocientíficas com as normas éticas e jurídicas vigentes na
sociedade atual?

- Como manter os valores da sacralidade da vida e da inviolabilidade do corpo sem questionar o poder dos
médicos, cientistas, teólogos, juízes etc.?

- Como evitar o biopoder, que transforma o ser humano em mero objeto de políticas eugênicas?

- Como impedir que a engenharia genética seja uma espécie de “ecological roulette", que, como a roleta-russa,
teria uma chance mínima de não acabar em catástrofe, resultante da redução da biodiversidade?

- Como traçar os rumos para evitar que a engenharia genética seja um passo para o eugenismo universal,
devido à coisificação do ser humano?

Para tanto, a bioética precisa de um paradigma de referência antropológico-moral: o valor supremo da


pessoa humana, de sua vida, dignidade e liberdade ou autonomia, dentro da linguagem dos direitos
humanos e em busca de uma qualidade de vida digna, dando, portanto, prioridade ao ser humano e não às
instituições voltadas à biotecnociência.

A bioética não pode preocupar-se apenas com os caminhos para a solução dos problemas bioéticos; devendo
conduzir à aquisição de hábitos éticos e de qualidade de caráter.

A bioética e a biossegurança necessitam averiguar a legitimidade, ou não, do uso das novas tecnologias da
engenharia genética para transformar a qualidade de vida das pessoas.

A bioética deve ser um estudo deontológico, que proporcione diretrizes morais para o agir humano diante dos
dilemas levantados pela biomedicina, que giram em torno de uma gama de temas importantíssimos, tais como:
- os direitos entre a vida e a morte,
- da liberdade da mãe,
- do futuro ser gerado artificialmente,
- da possibilidade de doar ou de dispor do próprio corpo,
- da investigação científica,
- da necessidade de preservação de direitos das pessoas envolvidas,
- da proteção das gerações futuras, etc.....

A reflexão bioética exige que o estudioso assuma um compromisso também com a defesa do meio ambiente.

Três deverão ser suas preocupações:

- REERGUER A PRUDÊNCIA EM SEU DEVIDO LUGAR, pois o acerto entre o mundo e o agir humano vem do
controle racional do agir dominado pela phronesis, ou sabedoria prática, uma vez que a figura de proa da
ética é a phronesis4, que formula as normas da ação e sabe como implementá-las;

- FORMULAR PROPOSTAS ÉTICAS e DEONTOLÓGICAS5 que sirvam de base para a conduta de todos os
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SABEDORIA ou SAPIÊNCIA: Sabedoria humana é a capacidade que ajuda o homem a identificar seus erros, os da sociedade e corrigi-los.
Sabedoria divina será provavelmente a capacidade de aprofundar os conhecimentos humanos e elaborar as versões do Divino e questões semelhantes.
Desde o início das civilizações, o homem estuda maneiras de se relacionar melhor com o meio social. A sabedoria é de singular importância para a questão
do "tratar as pessoas", e por isso o conceito geral é que,sabedoria é um certo conjunto de inteligência e paciência, espera a hora certa para fazer isso e
aquilo, ou seja um sábio é aquele que tem paciência para com as coisas e inteligência para executá- las, decide corretamente, sempre respeitanto a moral, a
ética e aos costumes. Nos últimos tempos, agir com sabedoria é sinônimo de: fazer o certo na hora certa; respeitar o pensamento alheio; ser gentil com as
pessoas; ser humilde; tratar o outro como gostaria de ser tratado; enxergar o dia-dia, não o seu, e sim ao redor, de situações das mais diversas, e observá-
las.
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DEONTOLOGIA: uma das teorias normativas segundo as quais as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Inclui-se entre as
teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve ser feito. O termo foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao ramo da
ética cujo objeto de estudo são os fundamentos do dever e as normas morais. É conhecida também sob o nome de "Teoria do Dever". É um dos dois

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usuários e profissionais da biomedicina; e

- apontar critérios que permitam a INCORPORAÇÃO DAS NOVAS SITUAÇÕES NOS ORDENAMENTOS
JURÍDICOS, a fim de salvaguardar a dignidade humana, o exercício das liberdades, a segurança e o bem-
estar social, pois, se assim não for, se continuarmos nesse caminho, poderemos acabar por reduzir a espécie
humana a um produto tecnologicamente projetado.

ramos principais da Ética Normativa, juntamente com a axiologia. A deontologia em Kant fundamenta-se em dois conceitos que lhe dão sustentação: a
razão prática e a liberdade. Agir por dever é o modo de conferir à ação o valor moral; por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma
vontade livre. O imperativo categórico no domínio da moralidade é a forma racional do "dever-ser", determinando a vontade submetida à obrigação. O
predicado "obrigatório" da perspectiva deontológica, designa na visão moral o "respeito de si". A deontologia também se refere ao conjunto de
princípios e regras de conduta — os deveres — inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia
própria a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria. Neste caso, é o conjunto codificado das obrigações
impostas aos profissionais de uma determinada área, no exercício de sua profissão. São normas estabelecidas pelos próprios profissionais, tendo em
vista não exatamente a qualidade moral mas a correção de suas intenções e ações, em relação a direitos, deveres.

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