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Coautoria
Possível em crimes próprios: as elementares do crime (subjetivas
ou objetivas) se comunicam. Ex: peculato; a condição de funcionário
público se comunica ao concorrente, desde que dela tenha
conhecimento.
Crimes de mão própria (execução pessoal e intransferível) são
incompatíveis com a coautoria. Mas admitem participação: instigação
ou induzimento (ex: falso testemunho).
* Executor de reserva: se intervier, será coautor. Caso contrário,
será partícipe.
Autoria mediata (não há concurso de pessoas)
“Homem ou sujeito de trás” se utiliza, para a execução do crime, de
uma pessoa inculpável ou que atua sem dolo ou culpa, que funciona
como mero instrumento do crime.
Não há concurso de pessoas.
Hipóteses:
a) Inimputabilidade penal ou embriaguez do executor;
b) Coação moral irresistível;
c) Obediência hierárquica, ordem não manifestamente ilegal;
d) Erro de tipo escusável provocado por terceiro (exclui dolo);
e) Erro de proibição escusável provocado por terceiro (exclui
culpabilidade);
f) Autor de escritório ou intelectual.
Participação
O sujeito não realiza o núcleo do tipo, mas de qualquer modo
concorre para o crime.
Natureza acessória. Não existe sem a conduta principal, do autor.
Participação moral: induzir (determinar) ou instigar (incentivar
ideia já existente). Deve dizer respeito a crime determinado e
direcionado a pessoa(s) determinada(s), caso contrário será incitação
ao crime (art. 286).
Participação material: prestar auxílio, serviço, fornecer os meios.
Cúmplice. Ex: fornecer arma de fogo, conduzir até o local do crime.
TEORIAS DA ACESSORIEDADE:
Circunstâncias incomunicáveis
Elementares: sua exclusão implica atipicidade ou desclassificação
para outra infração (ex: “peculato – funcionário público = furto”).
- Comunicam-se tanto as objetivas quanto as subjetivas.
Circunstâncias são exteriores ao tipo fundamental, funcionando
como qualificadoras ou causas de aumento ou de diminuição da pena.
Circunstâncias ou condições de caráter pessoal (subjetivas) não se
comunicam. Ex: motivo, idade, reincidência, parentesco.
Circunstâncias objetivas comunicam-se. Ex: meio cruel, armado.
Para haver comunicação, deve a elementar ou circunstância
objetiva ingressar na esfera de conhecimento dos demais agentes.
Autoria colateral
Ato executórios na busca de um mesmo resultado.
Não há concurso de pessoas pela ausência de vínculo subjetivo.
Autoria incerta: sabe-se quem são os que praticaram os atos
executórios, mas não é possível identificar quem produziu o resultado.
Ex: emboscada com objetivo de matar a vítima.
- Se não há concurso de pessoas: ambos respondem por
tentativa.
- Se há concurso de pessoas (com vínculo subjetivo): ambos
respondem em coautoria.
Crimes culposos
A doutrina admite a coautoria em crimes culposos, mas, em regra,
não a participação.
Ex1: dois pedreiros que, juntos, lançam uma trave ao chão do alto
de uma construção, causando a morte de um transeunte por falta de
cuidado, respondem em coautoria.
Ex2: passageiro induz motorista a superar o limite máximo de
velocidade, causando a morte de pedestre. Há coautoria em crime
culposo. Infringiu dever de cuidado.
Obs: “concorrência de culpas” é termo que não implica concurso de
pessoas. Diz respeito ao nexo causal.
QUESTÃO
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PC-GO
Álvaro e Samuel assaltaram um banco utilizando arma de fogo. Sem
ter ferido ninguém, Álvaro conseguiu fugir. Samuel, nervoso por ter
ficado para trás, atirou para cima e acabou atingindo uma cliente, que
faleceu. Dias depois, enquanto caminhava sozinho pela rua, Álvaro
encontrou um dos funcionários do banco e, tendo sido por ele
reconhecido como um dos assaltantes, matou-o e escondeu seu corpo.
a) Álvaro cometeu os crimes de roubo qualificado e homicídio
simples.
b) Samuel cometeu os crimes de roubo simples e homicídio
culposo.
c) Álvaro cometeu os crimes de roubo e homicídio qualificados.
d) Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será
responsabilizado pelo resultado morte ocorrido durante o
roubo.
e) Álvaro e Samuel cometeram o crime de roubo qualificado pelo
resultado morte.
Resposta: “d”
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