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A prisão domiciliar pode ser concedida como substituta da prisão preventiva ou no cumprimento de pena nos regimes fechado, semiaberto ou aberto, desde que haja requisitos como idade avançada, doença grave, cuidados com crianças ou gestação. Nos casos de prisão especial, é necessário recolhimento em local separado da prisão comum, mas não é obrigatória a existência de unidades prisionais exclusivas.
A prisão domiciliar pode ser concedida como substituta da prisão preventiva ou no cumprimento de pena nos regimes fechado, semiaberto ou aberto, desde que haja requisitos como idade avançada, doença grave, cuidados com crianças ou gestação. Nos casos de prisão especial, é necessário recolhimento em local separado da prisão comum, mas não é obrigatória a existência de unidades prisionais exclusivas.
A prisão domiciliar pode ser concedida como substituta da prisão preventiva ou no cumprimento de pena nos regimes fechado, semiaberto ou aberto, desde que haja requisitos como idade avançada, doença grave, cuidados com crianças ou gestação. Nos casos de prisão especial, é necessário recolhimento em local separado da prisão comum, mas não é obrigatória a existência de unidades prisionais exclusivas.
Cabe na prisão preventiva (requisitos mais rigorosos, CPP) e no
cumprimento da pena, com requisitos diferentes (LEP). A LEP autoriza apenas no regime aberto, mas STJ e STF admitem também nos regimes fechado e semiaberto. Sala de Estado-Maior (Estatuto da OAB) e prisão/cela especial: em regra não são substituíveis por prisão domiciliar caso haja cela separada das celas comuns. - No Código de Processo Penal (CPP):
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar
quando o agente for: I - maior de 80 anos; II - EXTREMAMENTE debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou com deficiência; IV - gestante; (redação dada pela Lei 13.257/2016); V - mulher com filho de até 12 anos; (redação dada pela Lei 13.257/2016) VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos. (redação dada pela Lei 13.257/2016). Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
- Segundo o STJ e o STF, em caso de inexistência de sala de Estado-Maior
a advogado, não cabe prisão domiciliar caso exista cela especial, separada dos demais detentos: 9. O art. 7º, V, da Lei n. 8.906/94, cuja constitucionalidade foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127/DF, assegura ao advogado inscrito na OAB e comprovadamente ativo, o cumprimento de prisão cautelar em Sala de Estado-Maior e, na sua ausência, em prisão domiciliar. Sobre o tema, esta Corte Superior, bem como o Supremo Tribunal Federal, firmaram entendimento no sentido de que a existência de cela especial em unidade penitenciária, cuja instalação seja condigna e em ala separada dos demais detentos, supre a exigência descrita no Estatuto da Advocacia. (STJ, HC 396162 / SP, 5ª Turma, julg. em 05/12/2017)
Por esse motivo, verifica-se que o entendimento jurisprudencial desta
Corte tem evoluído no sentido de que a existência de vaga especial em espaço em unidade penitenciária que atenda aos atributos de instalações e comodidades condignas, independente da existência de grades, atende à exigência fundada no inciso V do art. 7º da Lei nº 8.906/94. Cito as seguintes decisões: RCL 16.419, rel. min. Celso de Mello, DJe 27.8.2014; RCL-MC 15.969, rel. min. Roberto Barroso, DJe 10.10.2013; HC 116.384, rel. min. Rosa Weber, DJe 27.5.2013. (STF, Rcl 16716 AgR/SP, 2ª Turma, julg. em 24/03/2015)
- Segundo o STJ e o STF, a prisão especial está adstrita ao recolhimento em
local distinto da prisão comum, caso em que é descabida a prisão domiciliar. Não é necessário que haja unidades prisionais exclusivas para a custódia de presos especiais. III - É entendimento desta Quinta Turma: "A teor do art. 295, §§ 1º, 2º e 3º, do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei n.º 10.258/2001, a garantia reservada para aqueles que tem direito à prisão especial está adstrita ao recolhimento em local distinto da prisão comum ou, inexistindo estabelecimento específico, em cela distinta, garantida a salubridade do ambiente. Assim, não havendo vagas ou inexistindo na localidade unidades prisionais que se prestam exclusivamente para a guarda de presos especiais, a manutenção do acautelamento em acomodações que atendam esses requisitos cumpre as exigências legais, sendo descabido deferir a prisão domiciliar" (HC n. 231.768/SP, Quinta Turma, Rel. Ministra Laurita Vaz, DJe de 16/11/2012). (STJ HC 332894/ MG, 5ª Turma, julg. em 18/08/2016)
1. “A reforma introduzida no Código de Processo Penal pela Lei nº
10.258/2001 visou a eliminar privilégios injustificáveis em uma democracia e estabeleceu de maneira clara que a prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento do preso em local distinto da prisão comum (art. 295, § 1º). À falta de estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento (art. 295, § 2º). 3 Inobstante ainda aplicável a Lei nº 5.256/1967, que prevê a prisão domiciliar na ausência de estabelecimento próprio para a prisão especial, devem ser considerados os contornos da prisão especial introduzidos pela Lei nº 10.258/2001” (STF, HC nº 116.233 AgR/SP, rel. Min. Rosa Weber, DJ de 26.08.2013) - Na Lei de Execuções Penais (LEP):
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto* em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.
- No caso de condenado somente se verificado que o filho depende da
presença do pai. * O STJ e o STF têm admitido, excepcionalmente, a prisão domiciliar também nos regimes fechado e semiaberto: II - Este Tribunal Superior tem posicionamento no sentido de que, embora o art. 117 da Lei de Execuções Penais estabeleça como requisito para a concessão da prisão domiciliar o cumprimento da pena no regime aberto, é possível a extensão de tal benefício aos sentenciados recolhidos no regime fechado ou semiaberto quando a peculiaridade concreta do caso demonstrar sua imprescindibilidade. (STJ, AgRg no HC 429.878 / MS, 5ª Turma, .Julg em 13/03/2018) 1. A jurisprudência desta Corte Superior se firmou no sentido de admitir, com lastro no princípio da dignidade da pessoa humana, a concessão da prisão domiciliar prevista no art. 117 da LEP aos condenados que, cometidos de graves enfermidades, cumpram pena em regime semiaberto ou fechado sem assistência adequada na unidade prisional. (STJ, AgRg no RHC 83714 / ES, 6ª Turma, 12/12/2017)
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. NÃO CONHECIMENTO. EXECUÇÃO PENAL. CUMPRIMENTO DE PENA EM REGIME INICIAL FECHADO. PEDIDO DE PRISÃO DOMICILIAR. INVIABILIDADE. GRAVE ESTADO DE SAÚDE DO APENADO. NÃO COMPROVAÇÃO. EXCEPCIONALIDADE. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. Não se admite habeas corpus substitutivo de recurso ordinário, sob pena de ofensa ao regramento do sistema recursal previsto na Constituição Federal. 2. A concessão de prisão domiciliar quando o apenado cumpre pena em regime mais gravoso depende da comprovação inquestionável de grave estado de saúde do paciente. 3. Writ não conhecido, mas com concessão da ordem de ofício para que o Juízo da Execução examine a viabilidade da concessão do regime semiaberto ao paciente. (STF, HC 112412 / DF. 1ª Turma, julg. em 10/11/2015)
- Teses fixadas pelo STF em repercussão geral:
a) A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso; b) Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, §1º, alíneas “b” e “c”, do CP); c) Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas [para o qual o condenado progrediu]; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto; d) Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 (repercussão geral) (Info 825). Obs: a prisão domiciliar não deve ser a primeira opção, em razão de seus inconvenientes: necessidade de dispor de uma residência; dependência de terceiros para prover o sustento; constantes comunicações com o juízo da execução para saídas; dificuldade de fiscalização; não propicia a ressocialização.
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância