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OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Disciplina: O Público e o Privado na Gestão Pública

Professora: Sônia Letícia de Mello Cardoso

Aluna: Letícia Carla Zimmer


1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca demonstrar e analisar os princípios


administrativos, estes são relevantes para a definição da atuação estatal como
normas orientadoras das condutas do agente público, de forma a buscar a
satisfação dos interesses da coletividade. Estes princípios estabelecem as normas
de conduta do Estado. A Constituição de 1988 inovou ao fazer expressa menção a
alguns princípios a que se submete a Administração Pública Direta e Indireta, a
saber, os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa,
da publicidade e eficiência (art. 37, caput).
A pesquisa foi dividida, em uma primeira fase, conceituando os princípios
juntamente com uma conclusão pessoal. E, em uma segunda fase, a conclusão
englobando os cinco princípios. Buscando demonstrar os objetivos do presente
trabalho, identificando e compreendendo os princípios.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Busca-se, por meio da fundamentação, chegar-se à conclusão do presente


trabalho, este se apresentando de forma exploratória e descritiva, demonstrando
a definição dos princípios e as características de cada um.

2.1 LEGALIDADE

Este princípio, juntamente com o de controle da Administração pelo Poder


Judiciário, nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias
de respeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempo em que os
define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por objeto
a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. É aqui que
melhor se enquadra aquela ideia de que, na relação administrativa, a vontade da
Administração Pública é a que decorre da lei.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua em seu livro que:

Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode


fazer o que a lei permite. No âmbito das relações entre particulares, o
princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite
fazer tudo o que a lei não proíbe. No direito positivo brasileiro, esse
postulado, além de referido no artigo 37, está contido no artigo 5º,
inciso II, da Constituição Federal que, repetindo preceito de
Constituições anteriores, estabelece que “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por
simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie,
criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto,
ela depende de lei. A observância do referido preceito constitucional
é garantida por meio de outro direito assegurado pelo mesmo
dispositivo, em seu inciso XXXV, em decorrência do qual “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”, ainda que a mesma decorra de ato da Administração 1.

1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
Todos, sem exceção, estão sujeitos ao "império da lei"; ninguém, nem os
particulares, nem os agentes públicos podem agir de modo a contrariar o
ordenamento jurídico. A administração pública não tem vontade autônoma. Ora, a
atividade administrativa consiste em mera gestão de coisa alheia, uma vez que, a
titularidade da coisa pública é do povo, e não dos órgãos, entidades e agentes
administrativos. O povo, único com poder de dispor da coisa pública, tem a sua
vontade manifestada mediante a edição das leis, competência constitucionalmente
conferida a seus legítimos representantes democraticamente eleitos.
A legalidade traduz a noção de que a administração pública somente tem
possibilidade de atuar quando exista lei que assim determine (atuação vinculada) ou
autorize (atuação discricionária). Deve sempre o administrador público obedecer
estritamente ao estipulado na lei, ou, sendo discricionária a atuação nela prevista,
observar os termos, condições e limites autorizados na lei.
Marcelo Alexandrino e Paulo Vicente explicam a principal diferença entre o
princípio da legalidade aplicado aos particulares e a administração pública:

A principal diferença entre o princípio da legalidade aplicável aos


particulares (CF, art. 5º, II) e o princípio da legalidade a que se
sujeita a administração pública (CF, art. 37, caput) pode ser assim
resumida: aqueles têm liberdade para fazer tudo o que a lei não
proíba; a esta só é dado fazer o que a lei determine ou autorize. O
princípio da legalidade administrativa tem, portanto, para a
administração pública, um conteúdo muito mais restritivo do que a
legalidade geral aplicável à conduta dos particulares (CF, art. 5º , II).
Por outro lado, para o administrado, o princípio da legalidade
administrativa representa uma garantia constitucional, exatamente
porque lhe assegura que a atuação da administração estará limitada
ao que dispuser a lei 2.

Em suma, a administração pública, mais do que estar proibida de atuar


contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade
administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas apenas
secundum legem). Os atos eventualmente praticados em desobediência a tais
parâmetros são atos inválidos e podem ser anulados pela própria administração que
os haja editado (autotutela administrativa) ou pelo Poder Judiciário, desde que
provocado.

2
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 25. ed. São
Paulo: Forense, 2017.
O princípio da legalidade decorre da existência do Estado de Direito como
uma Pessoa Jurídica responsável por criar o direito, no entanto submissa ao
ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos os cidadãos.
Consoante entendimento apresentado por Celso Antônio Bandeira de Mello "o
princípio da Legalidade é especifico do Estado de Direito, é justamente aquele que o
qualifica e que lhe dá identidade própria, por isso considerado é basilar para o
Regime jurídico-administrativo"3.
Com efeito, o administrador público somente pode atuar conforme determina
a lei, amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas - desde o
próprio texto constitucional até as leis ordinárias, complementares e delegadas. É a
garantia de que todos os conflitos sejam solucionados pela lei, não podendo o
agente estatal praticar condutas que considere devidas, sem que haja embasamento
legal específico.
Matheus Carvalho afirma ainda, que:

Dessa forma, pode-se estabelecer que, no Direito Administrativo, se


aplica o princípio da Subordinação à lei. Não havendo previsão legal,
está proibida a atuação do ente público e qualquer conduta praticada
ao alvedrio do texto legal será considerada ilegítima Neste diapasão,
se faz necessário lembrar que a Legalidade não exclui a atuação
discricionária do agente público, tendo essa que ser levada em
consideração quando da análise, por esse gestor, da conveniência e
da oportunidade em prol do interesse público. Como a Administração
não pode prever todos os casos onde atuará, deverá valer-se da
discricionariedade para atender a finalidade legal, devendo, todavia,
a escolha se pautar em critérios que respeitem os princípios
constitucionais como a proporcionalidade e razoabilidade de conduta,
não se admitindo a interpretação de forma que o texto legal disponha
um absurdo 4.

Sabemos que a legalidade é um dos mais importantes princípios, posto que


sua origem confunde-se com o nascimento dos chamados Estados Democráticos de
Direito, tais Estados fundam-se na ordem legalmente estabelecida, daí a o
mandamento de que a Administração Pública deve fazer o que a lei determina,
diferentemente dos cidadãos (administrados) que podem fazer tudo o que a lei não
proíbe. A lei oferece a Administração Pública uma linha a ser obedecida e

3
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo:
Malheiros, 2009.
4
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: JusPodivm, 2017.
estritamente seguida, assim o administrador público não pode se esquivar da lei,
assim todas as atividades tem sua eficácia condicionada ao estabelecido no direito.
Hely Lopes Meirelles leciona:

Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.


Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não
proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei
autoriza. A lei para o particular significa “pode fazer assim”; para o
administrador público “deve fazer assim 5.

Assim sendo, o princípio da legalidade significa estar a Administração


Pública, em toda a sua atividade, presa aos mandamentos da lei, deles não se
podendo afastar, sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor.

2.2 MORALIDADE

O princípio da moralidade, exige da Administração comportamento não apenas


lícito, mas também consoante com a moral, os bons costumes, as regras de boa
administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de
honestidade. A Lei n° 8.666/93 faz referência à moralidade e à probidade,
provavelmente porque a primeira, embora prevista na Constituição, ainda constitui
um conceito vago, indeterminado, que abrange uma esfera de comportamentos
ainda não absorvidos pelo Direito, enquanto a probidade ou, melhor dizendo, a
improbidade administrativa já tem contornos bem mais definidos no direito positivo,
tendo em vista que a Constituição estabelece sanções para punir os servidores que
nela incidem (art. 37, § 4º).
Nas palavras de Matheus Carvalho o Princípio da Moralidade trata-se de:

Princípio que exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no


exercício da função administrativa - ou seja, a atuação não corrupta
dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do
Estado. Esta norma estabelece a obrigatoriedade de observância a
padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da

5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p.
82.
função pública de forma a atender às necessidades coletivas. É
importante que, interpretando a Constituição Federal como uma
norma posta integrante do ordenamento jurídico nacional, se admita
que a atuação em desconformidade aos padrões de moralidade
enseja uma violação ao princípio da legalidade, amplamente
considerado, por abranger, inclusive, os princípios e regras
constitucionais. Sendo assim, por ser a moralidade um conceito
jurídico indeterminado, normalmente a jurisprudência aplica a sua
violação como vício de legalidade da atuação administrativa. No
entanto, a moralidade deve ser analisada como princípio autônomo,
sendo possível a retirada de um ato administrativo imoral, ainda que
não haja direta violação ao princípio da legalidade. Em favor do
particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa
jurídica de direito público, ou de direito privado que preste serviço
público, dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de
pagamento do dano objetivamente sofrido 6.

A denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por


ser jurídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos que sejam
praticados com inobservância desse princípio. Marcelo Alexandrino cita:

Um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a um exame


de conveniência, mas a uma análise de legitimidade, ou seja, um ato
praticado em desacordo com a moral administrativa é nulo, e não
meramente inoportuno ou inconveniente. Em consequência, o ato
que viole a moral administrativa não deve ser revogado, e sim
declarado nulo. Mais importante, como se trata de controle de
legalidade ou legitimidade, este pode ser efetuado pela
administração e também, pelo Poder Judiciário (desde que
provocado) 7.

Para atuar em consonância com a moral administrativa, não basta ao ente


cumprir formalmente a lei, aplicá-la em sua mera literalidade. É necessário que se
atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético (não mais se tolera a
velha e distorcida ideia de que o agente público poderia dedicar-se a procurar
"brechas" na lei, no intuito de burlar os controles incidentes sobre a sua atuação e,
dessa forma, promover interesses espúrios). Por essa razão, é acertado asseverar
que o princípio da moralidade complementa ou toma mais efetivo, materialmente, o
princípio da legalidade.
Como se trata de um princípio jurídico, a moralidade administrativa independe
da concepção subjetiva (pessoal) de moral que o agente possa ter, isto é, nenhuma

6
CARVALHO, Matheus. Op. Cit., p. .
7
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Op. Cit., p. .
relevância para o direito têm as convicções íntimas do agente público acerca da
conduta administrativa que deva ser considerada moral, ética.
A atuação da Administração Pública deve ter por escopo os padrões éticos, a
probidade, a lealdade, a boa-fé, honestidade, etc. Observamos que tal
posicionamento deve ser efetivado entre Administração e administrados, ou seja o
aspecto externo do princípio em análise e entre Administração e agentes públicos,
aspecto interno de observância da moralidade administrativa. Assim o que vale não
é a noção de moral para o senso comum diferenciando bem e mal, justo e injusto,
etc. A noção aqui é maior e deve ser entendida como o trato da coisa pública em
busca do melhor interesse coletivo.

2.3 IMPESSOALIDADE

Este princípio se traduz na ideia de que a atuação do agente público deve-se


pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou
prejudicar ninguém em especial - ou seja, a norma prega a não discriminação das
condutas administrativas que não devem ter como mote a pessoa que será atingida
pelo seu ato. Com efeito, o princípio da impessoalidade reflete a necessidade de
uma atuação que não discrimina as pessoas, seja para benefício ou para prejuízo.
Matheus Carvalho afirma que:

Dessa forma, é possível considerar que, ao Estado, é irrelevante


conhecer quem será atingido pelo ato, pois sua atuação é impessoal.
O agente fica proibido de priorizar qualquer inclinação ou interesse
seu ou de outrem. Esse é um aspecto importante baseado no
Princípio da isonomia. Por fim, costuma-se apontar como violação ao
princípio da impessoalidade a nomeação de parentes e cônjuge para
assunção de cargos públicos com funções de direção, chefia ou
assessoramento, por se tratar de ato praticado com a clara intenção
de beneficiar um particular, sem preocupação real com o interesse
público 8.

Acerca do tema, em 2008, o Supremo Tribunal Federal, com a intenção de


solucionar a divergência, expediu a Súmula Vinculante n. 13, estabelecendo os
8
CARVALHO, Matheus. Op. Cit., p. .
parâmetros de nomeação que violam a Constituição Federal. A súmula veda a
realização de designações recíprocas, não admitindo que, de forma indireta, se
garanta a nomeação do parente do agente público, por meio de troca de favores ou
favorecimentos pessoais para parentes de outros agentes. A jurisprudência da
própria Corte Suprema já se manifestou no sentido da inaplicabilidade da vedação
ao nepotismo quando se tratar de nomeação de agentes para o exercício de cargos
políticos, como é o caso de secretário ou de Ministro de Estado, situação na qual a
nomeação do parente não encontra óbice, desde que o sujeito tenha condições
técnicas de exercer o múnus público a ele transferido por meio da nomeação. Isso
decorre do fato de que a nomeação para o exercício de função política se reveste da
qualidade de ato político, gozando, portanto, de uma discricionariedade ampla e não
se submetendo às disposições da súmula.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro descreve:

O princípio da impessoalidade, aparece, na licitação, intimamente


ligado aos princípios da isonomia e do julgamento objetivo: todos os
licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e
obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, pautar-se
por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições
pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as
expressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório 9.

Os autores Marcelo Alexandrino e Paulo Vicente tratam do princípio


administrativo da impessoalidade sob dois prismas, a saber:

Como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa


(também chamado princípio da finalidade, considerado um princípio
constitucional implícito, inserido no princípio expresso da
impessoalidade); Essa primeira é a acepção mais tradicional do
princípio da impessoalidade, e traduz a ideia de que toda atuação da
administração deve visar ao interesse público, deve ter como
finalidade a satisfação do interesse público. A impessoalidade da
atuação administrativa impede, portanto, que o ato administrativo
seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros,
devendo ater-se à vontade da lei, comando geral e abstrato em
essência. Dessa forma, Impede perseguições ou favorecimentos,
discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados. Qualquer

9
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Op. Cit., p. .
ato praticado com objetivo diverso da satisfação do interesse público
será nulo por desvio de finalidade 10.

Entende-se que a imagem de administrador público não deve ser identificada


quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador
não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em
nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio
de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Em suma, há que se entender que os atos administrativos devem ser
orientados exclusivamente para uma finalidade pública, sem deixar-se contaminar
por interesses individuais e, portanto, pessoais.

2.4 EFICIÊNCIA

Maria Sylvia Zanella Di Pietro define que:

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode


ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público,
do qual se espera o melhor desempenho possível de suas
atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao
modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública,
também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados
na prestação do serviço público. Trata-se de ideia muito presente
entre os objetivos da Reforma do Estado 11.

Neste sentido, o próprio texto da Constituição Federal, alterado pela Emenda


Constitucional 19/98, define algumas situações de aplicação deste princípio. Por
exemplo, o art. 41 da Carta Magna foi alterado pela respectiva emenda, criando a
avaliação periódica de desempenho dos seus servidores, mesmo depois da
aquisição da estabilidade, como clara concretização do princípio da eficiência. Logo,
para os servidores, a eficiência aparece como requisito essencial. O servidor hoje
tem que, além de ser aprovado em todas as fases do concurso público, ser
aprovado também em uma Avaliação Especial de Desempenho, isto para que os

10
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Op. Cit., p. .
11 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
resultados de uma administração pública mais eficiente não sejam um distante
desejo. Eficiência é produzir bem, com qualidade e com menos gastos. Uma
atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e,
acima de tudo, um bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores
resultados práticos e menos desperdício, nas atividades estatais, uma vez que toda
a coletividade se beneficia disso.
Matheus Carvalho cita que:

Mesmo antes da alteração imposta ao texto da Constituição Federal,


o art. 6°, §1°, da lei 8.987/95, já definia que a eficiência era
considerada princípio básico para que a prestação de serviços
públicos fosse adequada. Dessa forma, a prestação dos serviços
públicos, seja feita mediante execução direta do Estado ou por
delegação a particulares, por contratos de concessão ou permissão
de serviços, deve respeitar a busca pela eficiência, como forma de
satisfazer as necessidades da sociedade que usufrui destas
atividades. Inicialmente, quando da alteração constitucional, a
doutrina tratava desse princípio como sendo muito fluido,
configurando um verdadeiro desabafo do constituinte derivado.
Contudo, o entendimento mais moderno é o de que a própria CF
concretiza este princípio, sendo ele uma norma de aplicabilidade
imediata. Com efeito, toda a atuação estatal pauta-se na busca pela
obtenção de resultados positivos 12.

Conclui-se que o princípio da eficiência é a busca pelo chamado bom e barato,


assim como a presteza na atuação e gerenciamento por parte da Administração. O
princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado
em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em
relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública,
também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do
serviço público.
É um princípio extremamente contemporâneo, posto que o administrado deve
ter suas demandas atendidas com presteza e o serviço público tem de ser prestado
como todo e qualquer serviço da atualidade e dar ao público o atendimento
qualitativo e satisfatório.

12
CARVALHO, Matheus. Op. Cit., p. .
2.5 PUBLICIDADE

Diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de


todos os interessados, como também aos atos da Administração praticados nas
várias fases do procedimento, que podem e devem ser abertas aos interessados,
para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.
Conforme Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

Existem, na Lei no 8.666/93, vários dispositivos que constituem


aplicação do princípio da publicidade, entre os quais os seguintes: o
artigo 3, § 3°, estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo
públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura; o artigo
4º, na parte final, permite que qualquer cidadão acompanhe seu
desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou
impedir a realização dos trabalhos; o artigo 15, § 2º , exige que os
preços registrados sejam publicados trimestralmente para orientação
da Administração, na imprensa oficial; o artigo 16, com redação dada
pela Lei no 8.883/94, exige seja publicada a relação de todas as
compras feitas pela Administração direta ou indireta, de maneira a
clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a
quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da
operação; o artigo 21 estabelece normas sobre a publicação dos
avisos contendo resumo do edital; o § 4º do mesmo dispositivo exige
que qualquer modificação seja divulgada pela mesma forma que seu
texto original; o artigo 34, § 1º, exige ampla divulgação do registro
cadastral e sua permanente abertura a todos os interessados,
obrigando a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo
anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a
chamamento público para atualização dos registros existentes e para
o ingresso de novos interessados; o artigo 39 exige, quando o valor
estimado da licitação for superior a determinado montante, que o
procedimento se inicie com audiência pública realizada com
observância dos prazos estabelecidos no dispositivo; o artigo 40,
inciso VIII, exige que do edital conste, obrigatoriamente, a indicação
dos locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação
à distância em que serão fornecidos elementos, informações e
esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
objeto; o artigo 43, § 1o , exige que a abertura dos envelopes com a
documentação e as propostas seja feita em ato público previamente
designado; o artigo 53, § 4o (com a redação da Lei no 8.883/94)
exige que o edital do leilão seja amplamente divulgado. Por sua vez,
a Lei de Acesso a Informações (no 12.517, de 18-11-11), no artigo 8o
,impõe aos órgãos e entidades públicas o dever de promover,
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. O §
1o estabelece que, na divulgação das informações deverão constar,
no mínimo, entre outras, as “informações concernentes a
procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e
resultados, bem como a todos os contratos celebrados” 13.

Princípio da Publicidade Trata-se de premissa que proíbe a edição de atos


secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar de
forma plena e transparente. A administração não age em nome próprio e por isso
nada mais justo que o maior interessado - o cidadão - tenha acesso ao que acontece
com seus direitos. Com efeito, pode-se estipular que a principal finalidade do
princípio da publicidade é o conhecimento público acerca das atividades praticadas
no exercício da função administrativa. Em um estado democrático de Direito, não se
pode admitir que assuntos da Administração, que são do interesse de todos, sejam
ocultados. A publicidade tem grande abrangência, não só pela divulgação oficial,
mas também para conhecimento e fiscalização interna de seus agentes.
Os atos da Administração Pública via de regra devem ser publicados, para
que todos deles tomem conhecimento, assim devem ser amplamente divulgados,
salvo quanto as hipóteses de legais em que o sigilo de alguns atos faz-se
necessário. A partir da publicação os atos tornam-se de conhecimento de todos e
passam a produzir efeitos jurídicos que deles se espera, tal publicidade vigora tanto
em relação aos atos como em relação a ciência por parte dos cidadãos da conduta
dos agentes administrativos, garantindo que o povo fiscalize a Administração dando
eficácia aos preceitos da democracia participativa. Estas publicações ocorrem no
órgão oficial, notadamente o Diário Oficial, sem prejuízo da divulgação via televisão,
rádio, internet, dentre outros. Temos assim quatro funções da publicidade dos atos,
dar ciência aos administrados, fazer com que os atos gerem efeitos jurídicos
externos, controle (fiscalização) da Administração pelos administrados e contagem
de prazo de determinados atos.

13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Op. Cit., p.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os princípios são regras que exigem que algo seja realizado. Caberá aos
princípios agirem como valores fundamentais de um sistema, como alicerces da
Administração Pública. Não há princípio menor ou pior que outro. Todos têm sua
importância e papel no cumprimento de um objetivo maior da Administração Pública:
a defesa incessante dos interesses gerais, coletivos, do interesse público. O agente
público não pode agir com outros objetivos, pois tudo gira em torno do princípio da
legalidade. Se ele desvia ou excede esse poder, burla o princípio da finalidade, da
impessoalidade, da legalidade.

Neste sentido, reconhece-se que os princípios constitucionais na esfera


administrativa almejam dar credibilidade aos atos administrativos praticados pelo
gestor da administração pública, dando o devido cumprimento da lei; obedecendo a
publicidade e moralidade, campeando a eficiência no serviço público, e praticando-o
sempre de modo impessoal, buscando tão somente prestar a atividade pública em
prol dos administrados, mas o mais barato e de melhor qualidade, e assim, manter
os órgãos públicos eficientes com os custos barateados.

Portanto, cabe observar que os princípios da Administração Pública são


extremamente importantes para que haja coerência na interpretação das demais
normas jurídicas, servindo de norteamento e apontando o melhor caminho a ser
seguido pelos aplicadores da lei, procurando eliminar lacunas e oferecendo
harmonia para o ordenamento jurídico, ao mesmo tempo em que abre mais espaço
para o controle e fiscalização da máquina pública.
REFERÊNCIAS

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador:


JusPodivm, 2017.

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 25. ed. São Paulo: Forense, 2017.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2017.

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador:


JusPodivm, 2017.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas,
2008.

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