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2.1 LEGALIDADE
1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
Todos, sem exceção, estão sujeitos ao "império da lei"; ninguém, nem os
particulares, nem os agentes públicos podem agir de modo a contrariar o
ordenamento jurídico. A administração pública não tem vontade autônoma. Ora, a
atividade administrativa consiste em mera gestão de coisa alheia, uma vez que, a
titularidade da coisa pública é do povo, e não dos órgãos, entidades e agentes
administrativos. O povo, único com poder de dispor da coisa pública, tem a sua
vontade manifestada mediante a edição das leis, competência constitucionalmente
conferida a seus legítimos representantes democraticamente eleitos.
A legalidade traduz a noção de que a administração pública somente tem
possibilidade de atuar quando exista lei que assim determine (atuação vinculada) ou
autorize (atuação discricionária). Deve sempre o administrador público obedecer
estritamente ao estipulado na lei, ou, sendo discricionária a atuação nela prevista,
observar os termos, condições e limites autorizados na lei.
Marcelo Alexandrino e Paulo Vicente explicam a principal diferença entre o
princípio da legalidade aplicado aos particulares e a administração pública:
2
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 25. ed. São
Paulo: Forense, 2017.
O princípio da legalidade decorre da existência do Estado de Direito como
uma Pessoa Jurídica responsável por criar o direito, no entanto submissa ao
ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos os cidadãos.
Consoante entendimento apresentado por Celso Antônio Bandeira de Mello "o
princípio da Legalidade é especifico do Estado de Direito, é justamente aquele que o
qualifica e que lhe dá identidade própria, por isso considerado é basilar para o
Regime jurídico-administrativo"3.
Com efeito, o administrador público somente pode atuar conforme determina
a lei, amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas - desde o
próprio texto constitucional até as leis ordinárias, complementares e delegadas. É a
garantia de que todos os conflitos sejam solucionados pela lei, não podendo o
agente estatal praticar condutas que considere devidas, sem que haja embasamento
legal específico.
Matheus Carvalho afirma ainda, que:
3
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo:
Malheiros, 2009.
4
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: JusPodivm, 2017.
estritamente seguida, assim o administrador público não pode se esquivar da lei,
assim todas as atividades tem sua eficácia condicionada ao estabelecido no direito.
Hely Lopes Meirelles leciona:
2.2 MORALIDADE
5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p.
82.
função pública de forma a atender às necessidades coletivas. É
importante que, interpretando a Constituição Federal como uma
norma posta integrante do ordenamento jurídico nacional, se admita
que a atuação em desconformidade aos padrões de moralidade
enseja uma violação ao princípio da legalidade, amplamente
considerado, por abranger, inclusive, os princípios e regras
constitucionais. Sendo assim, por ser a moralidade um conceito
jurídico indeterminado, normalmente a jurisprudência aplica a sua
violação como vício de legalidade da atuação administrativa. No
entanto, a moralidade deve ser analisada como princípio autônomo,
sendo possível a retirada de um ato administrativo imoral, ainda que
não haja direta violação ao princípio da legalidade. Em favor do
particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa
jurídica de direito público, ou de direito privado que preste serviço
público, dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de
pagamento do dano objetivamente sofrido 6.
6
CARVALHO, Matheus. Op. Cit., p. .
7
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Op. Cit., p. .
relevância para o direito têm as convicções íntimas do agente público acerca da
conduta administrativa que deva ser considerada moral, ética.
A atuação da Administração Pública deve ter por escopo os padrões éticos, a
probidade, a lealdade, a boa-fé, honestidade, etc. Observamos que tal
posicionamento deve ser efetivado entre Administração e administrados, ou seja o
aspecto externo do princípio em análise e entre Administração e agentes públicos,
aspecto interno de observância da moralidade administrativa. Assim o que vale não
é a noção de moral para o senso comum diferenciando bem e mal, justo e injusto,
etc. A noção aqui é maior e deve ser entendida como o trato da coisa pública em
busca do melhor interesse coletivo.
2.3 IMPESSOALIDADE
9
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Op. Cit., p. .
ato praticado com objetivo diverso da satisfação do interesse público
será nulo por desvio de finalidade 10.
2.4 EFICIÊNCIA
10
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Op. Cit., p. .
11 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
resultados de uma administração pública mais eficiente não sejam um distante
desejo. Eficiência é produzir bem, com qualidade e com menos gastos. Uma
atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e,
acima de tudo, um bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores
resultados práticos e menos desperdício, nas atividades estatais, uma vez que toda
a coletividade se beneficia disso.
Matheus Carvalho cita que:
12
CARVALHO, Matheus. Op. Cit., p. .
2.5 PUBLICIDADE
13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Op. Cit., p.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os princípios são regras que exigem que algo seja realizado. Caberá aos
princípios agirem como valores fundamentais de um sistema, como alicerces da
Administração Pública. Não há princípio menor ou pior que outro. Todos têm sua
importância e papel no cumprimento de um objetivo maior da Administração Pública:
a defesa incessante dos interesses gerais, coletivos, do interesse público. O agente
público não pode agir com outros objetivos, pois tudo gira em torno do princípio da
legalidade. Se ele desvia ou excede esse poder, burla o princípio da finalidade, da
impessoalidade, da legalidade.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2017.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas,
2008.