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Síndrome de Burnout
MÓDULO III
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mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos
na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III
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Ainda de acordo com a OPAS (1998), particularmente em países como o Brasil e
outros da América Latina, a péssima distribuição de renda, o analfabetismo e o baixo grau
de escolaridade, assim como as condições precárias de habitação e ambiente têm um
papel muito importante nas condições de vida e saúde. Em um amplo estudo sobre as
tendências da situação de saúde na Região das Américas recentemente publicado, a
OPAS (1998) mostra, de forma inequívoca, que os diferenciais econômicos entre os
países são determinantes para as variações nas tendências dos indicadores básicos de
saúde e desenvolvimento humanos. A redução na mortalidade infantil, o incremento na
esperança de vida, o acesso à água e ao saneamento básico, o gasto em saúde, a
fecundidade global e o incremento na alfabetização de adultos foram função direta do
Produto Nacional Bruto dos países.
A promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 20-25 anos,
representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde
que afetam as populações humanas. Partindo de uma concepção ampla do processo
saúde-doença e de seus determinantes, propõe a articulação de saberes técnicos e
populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados,
para seu enfrentamento e resolução, conforme a Carta de Ottawa (WHO, 1986)
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Decorridos pouco mais de dez anos da divulgação da Carta de Ottawa (WHO,
1986), um dos documentos fundadores da promoção da saúde atual, este termo está
associado a um conjunto de valores: qualidade de vida, saúde, solidariedade, eqüidade,
democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros. Refere-se
também a uma combinação de estratégias: ações do Estado (políticas públicas
saudáveis), da comunidade (reforço da ação comunitária), de indivíduos (desenvolvimento
de habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação do sistema de saúde) e de
parcerias intersetoriais. Isto é, trabalha com a idéia de responsabilização múltipla, seja
pelos problemas, seja pelas soluções propostas para os mesmos.
Sigerist (1946, citado por Buss, 2000) foi um dos primeiros autores a referir o
termo, quando definiu as quatro tarefas essenciais da medicina: a promoção da saúde, a
prevenção das doenças, a recuperação dos enfermos e a reabilitação, e afirmou que
a saúde se promove proporcionando condições de vida decentes, boas condições
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de trabalho, educação, cultura física e formas de lazer e descanso, para o que pediu
o esforço coordenado de políticos, setores sindicais e empresariais, educadores e
médicos. A estes, como especialistas em saúde, caberia definir normas e fixar padrões.
Leavell & Clark (1976 citado por Buss, 2000) utilizam o conceito de promoção da
saúde ao desenvolverem o modelo da história natural da doença, que comportaria três
níveis de prevenção. Dentro dessas três fases de prevenção existiriam pelo menos três
níveis distintos, nos quais poder-se-iam aplicar medidas preventivas, dependendo do grau
de conhecimento da história natural de cada doença.
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medidas preventivas sobre o ambiente físico e sobre os estilos de vida, e não mais
voltadas exclusivamente para indivíduos e famílias, ainda conforme Terris (1992).
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A Carta de Ottawa (WHO 1986) define promoção da saúde como o processo
de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e
saúde, incluindo uma maior participação no controle deste. Inscreve-se, desta forma,
no grupo de conceitos mais amplos, reforçando a responsabilidade e os direitos dos
indivíduos e da comunidade pela sua própria saúde.
“Muitas vezes, a nossa saúde e qualidade de vida não são as ideais. O primeiro
impulso é assumirmos a posição de vitimas e ficarmos paralisados. A situação só tende a
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piorar. Deste modo, o primeiro passo é sermos proativos. Tudo começa pela nossa
atitude. Adquirir conhecimentos, buscar ajuda com profissionais competentes e
estabelecer metas e objetivos são atitudes que permitem evolução e crescimento” (Ogata
e Marchi, 2007).
É fundamental que tenhamos um tempo para o nosso cuidado e
crescimento pessoal. Devemos reservar uma parte do nosso dia
para atividades que criarão condições para uma vida melhor. Isso
quer dizer que, a qualidade de vida não é atingida somente com
grandes realizações, crescimento material ou acontecimentos
fantásticos. Pequenos eventos, em casa, no trabalho ou no lazer
trazem grande satisfação e ajudam a reduzir o stress. A parir
disso, devemos nos lembrar que a qualidade de vida não é uma
meta que atingimos e, pronto! Ao longo de toda a nossa vida, com
momentos bons e ruins, com altos e baixos, vamos evoluindo,
aprendendo e nos fortalecendo. (Ogata e Marchi, pág. 105,
2007).
Para Monteiro et al (2007), outro aspecto importante é que não há uma receita
pronta, uma prescrição médica para se atingir a qualidade de vida. Cada pessoa deve
construir o seu caminho, sua história de vida.
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2. Qualidade de vida no trabalho
Albuquerque e França (1998, citados por Cañete, 2004), afirmam que a QVT
pode ser entendida como o conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e
implementação de melhorias e inovações dentro e fora do ambiente de trabalho, que
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visem proporcionar melhores condições plenas de desenvolvimento humano para e
durante a realização do trabalho. Um programa adequado de QVT busca uma
organização mais humanizada, envolvendo, no trabalho, simultaneamente, relativo grau
de responsabilidade e autonomia e o recebimento de recursos de "feedback" sobre
desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e ênfase no
desenvolvimento pessoal do indivíduo. Segundo Lacaz, (2000) a qualidade é, antes de
tudo, uma questão de atitude. Quem faz e garante a qualidade são as pessoas, muito
mais do que o sistema, as ferramentas e os métodos de trabalho. Assim, um programa de
QVT deve atingir todos os níveis, direcionando esforços para a canalização da energia
disponível para o comprometimento humano.
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De acordo com Lacaz (2000), observa-se, assim, que a QVT dialoga com noções
como motivação, satisfação, saúde-segurança no trabalho, envolvendo discussões mais
recentes sobre novas formas de organização do trabalho e novas tecnologias. É
importante discutir a vertente que prioriza as condições, ambientes, organização do
trabalho e as tecnologias. Vertente esta, advogada pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) a partir de 1976, quando lança e fomenta o desenvolvimento do Programa
Internacional para o Melhoramento das Condições e dos Ambientes de Trabalho (PIACT).
“Trata-se de uma proposta que procura articular duas tendências: uma dirigida ao
melhoramento da qualidade geral de vida como uma aspiração básica para a humanidade
hoje e que não pode sofrer solução de continuidade no portão da fábrica. (...); a outra,
concernente a uma maior participação dos trabalhadores nas decisões que diretamente
dizem respeito à sua vida profissional” (Mendes, 1988a).
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Expressão dessas preocupações, o PIACT já propunha uma estratégia de
intervenção sobre o processo de trabalho, ou seja, “... a carga de trabalho, a duração da
jornada, (...), a organização e o conteúdo do trabalho e a escolha da tecnologia” (Mendes,
1988a).
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trabalhadores adquire papel fundamental. A partir disso, é proposto à terminologia
qualidade do trabalho, na medida em que procura incluir todas as características de certa
atividade humana -, apontando que ela encerra uma concepção clínica, voltada à
mudança de hábitos de vida e por isso atribuindo ao próprio trabalhador à
responsabilidade de adaptar-se, de modo a aperfeiçoar sua qualidade de vida e de
trabalho de acordo com Lacaz, (2000).
Para Lacaz (2000), são várias as definições da expressão QVT, ora associando-a
as características intrínsecas das tecnologias introduzidas e ao seu impacto; ora a
elementos econômicos, como salário, incentivos, abonos, ou ainda a fatores ligados à
saúde física, mental e à segurança e, em geral, ao bem-estar daqueles que trabalham.
Ainda para esse autor, em outros casos, considera-se que a QVT é determinada por
fatores psicológicos, como grau de criatividade, de autonomia, de flexibilidade de que os
trabalhadores podem desfrutar ou, fatores organizativos e políticos, como a quantidade de
controle pessoal sobre o posto de trabalho ou a quantidade de poder que os
trabalhadores podem exercitar sobre o ambiente circundante a partir de seu posto de
trabalho.
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Diante dessas assertivas, Lacaz (2000), ressalta que dos elementos que
explicitam a definição e a concretização da qualidade (de vida no) do trabalho, é o
controle - que engloba a autonomia e o poder que os trabalhadores têm sobre os
processos de trabalho, aí incluídas questões de saúde, segurança e suas relações com a
organização do trabalho - um dos mais importantes que configuram ou determinam à
qualidade de vida (no trabalho) das pessoas. Por isso, as condições, ambientes e
organização do processo de trabalho devem respeitá-las em sua individualidade.
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2.2. Perfil patológico e qualidade no trabalho: as diferentes explicações
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trabalhadores adoecessem e morressem de maneira semelhante com o que ocorre com a
população geral e, também, em conseqüência da inserção em processos de trabalho que
se modificam historicamente dentro do mesmo modo de produção. Assim, “essas
modificações determinam formas de adoecimento e morte que devem ser analisadas do
ponto de vista histórico para que se apreenda como as transformações do trabalho atuam
na saúde/doença” (Dias, 1994).
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Essa transição/reestruturação produtiva, que engloba a questão da qualidade,
tem sido conceituada como um processo que busca compatibilizar uma série de
mudanças organizacionais nas relações de trabalho, implicando uma nova definição de
papéis das nações e entidades do sistema financeiro, para garantir a competitividade e a
lucratividade nas quais as novas tecnologias têm um papel central. Isso tudo começa no
final dos anos 60 e início dos 70, quando se evidenciam os limites do regime de
acumulação baseado no taylorismo/fordismo, até então hegemônicos, como forma de
organização do trabalho, de acordo com Lacaz (2000).
Para De Mais (1999), a organização nos locais de trabalho deveria ser elemento
norteador das relações de trabalho, em vista da introdução de novas tecnologias e da
automação cada vez mais intensa que se observa nos setores produtivos mais modernos.
Assim, é inadmissível falar em qualidade do produto sem tocar na qualidade dos
ambientes e condições de trabalho, o que seria sobremaneira auxiliado pela
democratização das relações sociais nos locais de trabalho.
Na falta dos elementos acima apontados, pode-se afirmar que esta nova empresa
deveria incorpora exigências referentes à saúde, tais como: maior intensidade do ritmo,
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maior controle e conhecimento do trabalho; polivalência e criatividade; maior liberdade de
ação, reconhecimento maior do trabalho e critérios rígidos de avaliação.
Do ponto de vista sanitário, Dias (1994) diante essa realidade contraditória traz
consigo um novo perfil de morbi-mortalidade dos trabalhadores. Além das doenças e
acidentes associados à organização taylorista/fordista, hoje se agrega à tendência de
mudança deste perfil em que predominam doenças não reconhecidas como do trabalho,
na medida em que a organização (japonesa) do trabalho é o novo paradigma mundial e
dele fazem parte à informática, a automação, a polivalência, a restrição hierárquica, o
enxugamento do efetivo (downsizing), o desemprego etc. Se, de um lado, a
reestruturação exige o surgimento de um trabalhador participativo, escolarizado e
polivalente, esta polivalência é vivenciada de forma ambígua, ou seja, como aumento de
responsabilidade, maior carga de trabalho e menor autonomia.
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Assim, a morbi-mortalidade tendencial da população trabalhadora aponta
segundo Júnior (1996) para uma prevalência cada vez mais freqüente de agravos
caracterizados por um mal estar difuso e por doenças que ocorrem na população geral,
mas que entre os trabalhadores passam a ocorrer em faixa etária mais precoce, quando
comparada com a população geral.
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Urge, assim, de acordo com Lacaz (2000) um enfoque sobre a possibilidade de
organização a partir dos locais de trabalho, de forma a possibilitar uma discussão das
demandas de maneira democrática e igualitária, visando submeter às questões ligadas à
competitividade/produtividade e qualidade do produto à qualidade do trabalho e à defesa
da vida e da saúde no trabalho. Daí ser necessária a utilização de outros indicadores
sanitários que melhor espelhem as maneiras atuais de consumo da força de trabalho,
acopladas à reengenharia produtiva em que prevalece a entrada de novos e
desconhecidos insumos quanto à nocividade à saúde e ao ambiente, aliada ao
aprofundamento da automação e informatização no processo produtivo.
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abordagens sobre o tema. Seu grande objetivo é melhorar o bem estar do
trabalhador, aliado à melhoria do desempenho organizacional.
Os estudos sobre QVT reúnem, num mesmo campo de pesquisa, aspectos antes
estudados pelas teorias de motivação, fatores ambientais, ergonômicos e de satisfação
no trabalho, permitindo o aprofundamento teórico destes temas. Fatores como a
conscientização de trabalhadores, crescimento do movimento sindical e aumento da
responsabilidade social das empresas, impulsionaram os movimentos de QVT a partir da
década de 60.
A QVT deve ser pensada como um processo que envolve o trinômio indivíduo-
trabalho-organização, conforme Marques (2003), sendo necessário considerar os
seguintes fatores: participação dos trabalhadores, projeto de cargo, inovação do sistema
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de recompensas e melhoria do ambiente organizacional. Considera-se também que, QVT
satisfatória diz respeito a um cargo interessante, desafiador e compensador e que, além
do cargo, devem ser considerados três níveis: organizacional, ambiental e
comportamental.
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Esses autores desenvolveram um modelo de estudo do estresse que abrange
características organizacionais e individuais. Segundo esse modelo, os indivíduos, a partir
de seus valores e estruturas - locus de controle e tipo de personalidade - quando são
submetidos à ação de agentes estressores - fontes de pressão - desenvolvem meios
singulares de defesa - mecanismos de combate. O estresse, então, se manifesta quando
tais mecanismos não atuam de forma eficiente.
Ainda de acordo com Souza (2002), o labor, por muitos séculos, foi sinônimo de
dor e sofrimento, como uma tarefa penosa, sendo apenas uma forma de obter o sustento,
e nos tempos de hoje, busca-se a valorização dos relacionamentos humanos, que sejam
construtivos, dando maior sentido à vida, ao homem, alimentando as suas necessidades
emocionais, motivando-o a trabalhar e amar com mais intensidade. Obviamente, isso tudo
não significa que não encontramos situações ocupacionais desfavoráveis, pelo contrário,
com a industrialização e o êxodo rural, houve uma massificação da utilização de pessoas,
com o surgimento de novos postos de trabalho, exigindo alta produtividade, movimentos
repetitivos, monótonos, com posturas fixas, músculos tensos, alta precisão e atenção
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mental, com isolamento entre os trabalhadores, que os levam a uma perda da visão
global da atividade executada, passando a ter uma visão segmentada, sem a
possibilidade de expressão da criatividade, adquirindo uma “atitude robotizada”.
Com isso, Souza (2002) afirma que houve um aumento de doenças crônico-
degenerativas e transtornos psíquicos, causando um grande prejuízo ao binômio físico-
mental, chamando atenção da sociedade, sobre a importância do estresse ocupacional
e, em conjunto com as autoridades de saúde, começaram a buscar melhores medidas e
soluções para a integração do homem.
Para Dias (1994) a reavaliação de “estressores”, com uma visão otimista, permite
adquirir uma habilidade emocional, e um maior crescimento como pessoa, melhorando as
relações sociais, tornando-as mais saudáveis. Sendo que, para começar, a visão
panorâmica da reação, que temos à vida, é fruto de um aprendizado que, muitas vezes,
cria fontes estressantes, porém, é possível desaprender maus hábitos e aprender novos
valores, novas formas de agir, pensar e encarar “os problemas”, não permitindo o estado
de estresse excessivo. “Assim”, para se entender e intervir na saúde dos trabalhadores,
no momento atual, torna-se necessário combinar distintas abordagens e enfoques,
“reestruturação produtiva na globalização da economia, mudanças urbanas,
transformações organizacionais do trabalho, fatores de riscos industriais e ambientais e
aspectos de saúde psicofísica do trabalhador” (Dias, 1994)
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bem-estar dos trabalhadores, preocupando-se com os determinantes saúde-doença, e
novas formas de produção, de organizar, e métodos inovadores para gerenciar e gerir
trabalho. Isso porque, a combinação de inovações tecnológicas, com a intensificação do
trabalho, com ritmos acelerados, responsabilidades e complexidade das tarefas, vem
repercutindo em manifestações, como envelhecimento prematuro, doenças
cardiovasculares, outras doenças crônico-degenerativas, distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT), e conjunto de sintomas na esfera psíquica, como a
Síndrome da Fadiga Crônica, Síndrome Burn out, outros distúrbios inespecíficos e poucos
conhecidos, e morte súbita por excesso de trabalho.
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com predominância do medo, tensão, ritmos de trabalhos acelerados, em busca de uma
maior produtividade, exigências maior a nível sensorial e mental, com diminuição
progressiva de atividade muscular e aumento de posturas tensas e fixas.
Com isso, Souza (2002) afirma que fica difícil proteger a saúde do homem, sem
correlacionar as peculiaridades do trabalho a ser executado com suas implicações
ambientais, sociais, econômicas e, assim, proporcionar o bem-estar das pessoas. A
compreensão do que é o estresse, seus sintomas e suas fases, pode ajudar o homem a
saber utilizar favoravelmente à força geradora do mesmo, pois é quase impossível evitá-lo
em nossas vidas, porém mudar as atitudes perante os eventos corriqueiros e/ou adotar
um regime anti-stress com exercícios físicos, boa alimentação, relaxamento, são meios de
enfrentá-lo de modo mais adequado e inteligente.
Com isso, Souza (2002) ressalta que trabalhar sem necessariamente adoecer ou
morrer, é uma possibilidade concreta em um mundo sob rápida transformação, pois
trabalhar mesmo com a necessidade de aumento de produtividade, não seria utopia,
necessita apenas do conhecimento da dinâmica dos fatores associados ao trabalho e ao
processo de desencadeamento do estresse, e de uma adequada utilização de
ferramentas para que este ideal se torne realidade.
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
recursos adequados para enfrentá-las. Cooper em 1993, define o estresse ocupacional
como “um problema de natureza perceptiva, resultante da incapacidade em lidar com as
fontes de pressão no trabalho, tendo como conseqüências, problema na saúde física,
mental e na satisfação no trabalho, afetando não só o indivíduo como as organizações”
(Guimarães, 2000).
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membros, com pouca cooperação, presença de
uma inadequada abordagem política, com
competição não saudável entre as pessoas.
Levando-se também em consideração, a
dificuldade individual de se adaptar a um meio
dinâmico, envolvendo os seus interesses
pessoais, juntamente com seu contexto
psicossocial (França e Rodrigues, 1999).
• Enfermeiros
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maiores níveis de exaustão emocional quando comparados com os técnicos e auxiliares,
sendo a exaustão emocional maior nos enfermeiros com menor tempo de experiência
profissional.
FONTE: www.gettyimages.com.br
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que os da urgência geral (jovens, maioritariamente do sexo feminino e solteiros, com nível
de escolaridade superior e com pouca experiência profissional) tinham nível médio de
burnout, enquanto que os da urgência psiquiátrica (mais velhos, maioritariamente do sexo
masculino e casados, com nível de escolaridade mais baixo e mais anos de profissão)
tinham um nível baixo.
• Médicos:
Num estudo de 1994 apura-se que 52,4% percepcionam atual burnout, de acordo
com Frasquinho (2005). A problemática é mais prevalente nos clínicos gerais, depois nos
médicos hospitalares. Quanto aos colocados em emergências, 25,2% estão na fase final
de burnout, e 23,1% pretendem deixar a atividade nos próximos cinco anos. Os maiores
stressores nos clínicos gerais foram às exigências dos pacientes, a carga de trabalho e a
hostilidade presente nos ambientes de trabalho. Nos médicos com funções de assistência
o baixo salário, a progressão nas carreiras e estilo de gestão do hospital são os maiores
stressores.
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pertença, de reconhecimento, de realização pessoal). Estão em jogo tanto motivadores
extrínsecos como intrínsecos (uma energia interna que propulsiona à dedicação).
FONTE: www.gettyimages.com.br
No caso dos médicos usualmente os motivadores intrínsecos estão patentes – o
altruísmo, o humanismo, a atitude de valorizar o ato praticado, mas as altas expectativas
geram ilusões e que no contato com a realidade podem se desfazer em múltiplas
frustrações, conforme Frasquinho (2005).
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O exercício da medicina permitia ao profissional, quer financeira, quer
cultural/relacional, quer vivencial a exclusividade à arte médica com o natural poder e o
reconhecimento garantido. Hoje isso, vem se tornando cada vez mais difícil de ocorrer.
Isso porque, as exaustivas jornadas de trabalho, muitas vezes com plantões de 24hs
contribuem para o agravamento do estresse e desenvolvimento do burnout. Além disso, o
ambiente de trabalho em que o médico atua que pode se tornar em si, muitas vezes, um
agente estressor, de acordo com Frasquinho (2005).
• Psicólogos
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Especificamente em relação à psicoterapeutas, podem ser identificados cinco
fatores desencadeadores de estresse: manutenção da relação terapêutica, agendamento,
dúvidas profissionais, envolvimento excessivo no trabalho e esgotamento pessoal. Além
desses, solidão, expectativas excessivas e falta de gratificação também foram
identificados como fontes de estresse naqueles profissionais conforme Abreu, (2002).
FONTE: www.gettyimages.com.br
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Abreu (2002) afirma que, considerando-se a realidade do exercício profissional,
observa-se uma mudança em termos da atuação do psicólogo com o surgimento, nas
últimas décadas, de novos campos e, conseqüentemente, no aumento da necessidade de
aperfeiçoamento e qualificação profissional. As constantes mudanças levam à
necessidade de aprimoramento e, embora isso faça parte da dinâmica das alterações
paradigmáticas (que, apesar de já serem situações novas, ainda estão associadas ao
processo de produção do conhecimento favorecido pelos novos avanços tecnológicos), é
possível que possa gerar estresse em profissionais que não se beneficiem dessas
alterações e as tomem como fortes fontes de pressão.
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1. Rastreamento Individual: foram realizados vários estudos epidemiológicos com
trabalhadores expostos a fatores estressantes, no ambiente laborativo, e destacou as
seguintes perturbações funcionais que compreendem:
Pode-se, de acordo com Souza (2002), além dos sinais e sintomas, utilizar-se de
critérios de avaliação de desempenho no trabalho, através de métodos quantitativos,
indicadores do estresse, tais como questionários autopreenchidos, escalas e “check lists”.
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organizacional, como a participação e o envolvimento nas atividades laborativas, o horário
de trabalho, como hora extra, trabalhos em turnos ou noturno, sobrecarga ou sub-carga
física ou mental, relações interpessoais, ritmo de trabalho, pressão de tempo, a
impossibilidade da ascensão funcional, com envolvimento da esfera doméstica, social e
individual que, segundo Cooper e Davidsno, nas suas análises, pode levar a reações de
estresse no exercício do trabalho (Rocha e Glima, 2000).
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“As profissões, em que são freqüentes as exposições ao estresse mental e que
representam excessiva responsabilidade ou possuem conflitos constantes entre as
pessoas, são as que mais se associam a hipertensão arterial” (Rocha e Glima, 2000).
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De acordo com Souza (2002), sabe-se hoje que o ser humano é capaz de
responder às ameaças decorrentes das interações sociais e não somente às ameaças
concretas, como as biológicas, representadas pelos microorganismos e ou físicos e
químicos. Assim, situações como quebra de laços de familiares e de estrutura social,
privação de necessidades afetivas básicas, obstáculos à realização pessoal, separação,
perda de emprego, viuvez, aposentadoria, entre outros, são situações potencialmente
danosas à pessoa, aumentando consideravelmente, a vulnerabilidade do ser humano à
ação dos agentes citados.
Para Souza (2002), a mudança de atitudes permite uma melhor forma de lidar
com os fatores estressantes presentes no ambiente de trabalho, principalmente, quando
há o investimento em relações humanas saudáveis, baseadas em situações de
valorização e apreciação de pessoas. As pessoas necessitam de investir na prevenção
primária, tanto para os executivos e gerentes, quanto para os trabalhadores em geral,
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pois com o apoiado no consenso da Sociedade Americana de Psicologia, onde se
destaca que entre os principais fatores que desencadeiam o estresse estão à falta de
controle, a ambigüidade, a incerteza e os conflitos que não se podem ser gerenciados.
As pessoas precisam de dois a cinco destas atitudes para lidar bem com o
estresse: competência, atividades físicas, habilidades cognitivas para pensar
diferente a respeito da situação que se apresenta, ter bons amigos, boa família e
suporte social, de acordo com Souza (2002).
Acredita-se que estamos lidando com uma epidemia e que o melhor remédio é
evitar, através do aprendizado de indivíduos em organizações de comportamentos
preventivos, evitando a propagação do estresse. Devem-se utilizar as mudanças do meio
ambiente para ter novas experiências e torná-las mais positivas e, com isso, o
aprendizado desta adaptação leva o indivíduo a se transformar em uma pessoa melhor,
capaz de gerenciar com habilidade os problemas inerentes ao cotidiano do ambiente
ocupacional e, por conseqüência, os outros aspectos da vida. Com a análise da carga
física de trabalho (posturas, efeitos de instrumentos e ferramentas de trabalho), do ritmo
de trabalho (monotonia, repetividade de tarefa) e das relações sociais, permite visualizar
com uma boa óptica, a situação ocupacional na saúde e bem estar dos trabalhadores de
acordo com Paraguay, (1990).
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O envolvimento e a participação do grupo de trabalho por inteiro no processo de
mudança da situação ocupacional e através do apoio do serviço de saúde da empresa,
existem a possibilidade de se realizar os levantamentos necessários através de
questionários, entrevistas e avaliações objetivas, sobre a saúde dos operadores e das
condições ambientais. Assim se consegue um diagnóstico inicial das necessidades e das
modificações necessárias para tornar o posto de serviço, o mais adequado possível para
a execução das suas atividades laborativas, com a preservação do ambiente e do bem-
estar, conforme Souza (2002).
Para Rocha e Glima (2000) grande parte das medidas necessária para se evitar
os problemas psicossociais dos trabalhadores seria de caráter social, político ou
econômico, mas destaca uma importante função dos serviços de Higiene e Medicina
doTrabalho na determinação dos fatores de estresse que atuam no ambiente de trabalho
e entre os trabalhadores. O caminho é longo e as mudanças continuarão sendo difíceis e
a prevenção e o controle do estresse podem ter como diretrizes as seguintes orientações:
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REFERÊNCIAS:
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