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Introdução

A busca pelo desenvolvimento económico durante muito tempo fez com que o Estado Moçambicano
definisse um quadro legal composto por diversa legislação e politicas que permitisse o acesso a terra pelos
cidadãos e investidores visando impulsionar o desenvolvimento do pais definindo a terra como o factor
principal. É deste modo que surge o quadro legal no qual se estruturam os direitos a terra tendo como base
a Constituição da República de 1990 e depois a de 2004 e a Lei de Terras, o seu regulamento e o anexo
técnico para além de normas relativas às taxas devidas pelos titulares do direito de uso e aproveitamento
da terra.

No presente contexto o trabalho que nos propomos a analisar é norteado pelos seguintes objectivos:

 Geral

- Analisar o quadro legal aplicável ao acesso e uso da terra,

 Específicos

- Estudar os princípios constitucionais sobre o acesso e uso da terra,

- Fazer uma abordagem sobre a legislação aprovada partir de 1997.

Metodologia
Para desenvolver a reflexão aqui proposta e responder ao problema colocado, utilizou-se da
vertente metodológica jurídico - económica, pois, examinou em que medida a mudança de
paradigma sócio económico teve impacto nos modos de acesso e uso da terra. A metodologia
escolhida se justifica pelo fato de se pretender compreender o fenómeno jurídico do acesso e uso
da terra, admitindo o Direito como susceptível de adaptação a essas mudanças.
Da mesma forma, a vertente teórico-jurídica foi utilizada na medida em que o trabalho também
se apoiou na revisão bibliográfica para analisar conceito de direito de uso e aproveitamento da
terra.
Assim o presente trabalho consistiu no resumo e entrelinhamento de diferentes referências
bibliográficas, visando proporcionar um único trabalho de pesquisa. Contudo, houve um
cruzamento de informações de pesquisa, num leque de textos obtidos na Web, obras
bibliográficas para a concepção do conteúdo.
Introdução

Antes de começar a abordagem do tema em análise importa em primeiro lugar definir Direito de
uso e aproveitamento da terra (DUAT) que é o direito que as pessoas singulares ou colectivas e
comunidades locais adquirem sobre a terra, com as exigências e limitações da Lei de terras.1

Segundo Manhicane (2007:6) as evidencias teóricas e empíricas corroboram o argumento


segundo o qual a terra é um factor primordial no processo de desenvolvimento social e
económico sendo fundamentado pelo desenvolvimento agro-industrial que opera-se na terra e a
geração da renda e a segurança alimentar dos mais de 75% dos moçambicanos realiza-se na terra
rural. Necessitando a partir daqui a análise sobre a eficácia a locativa, uma vez que nela se
desenvolve a sua função redistributiva e reguladora.

Deste modo sendo o processo um fenómeno social importa a analise dos métodos de alocação e a
sua eficácia.

Quadro legal aplicável ao acesso e uso da terra.

O quadro legal no qual se estruturam os direitos à terra tem por base a constituição da República,
a Lei de terras, seu regulamento e o anexo técnico para além de normas relativas ás taxas devidas
pelos titulares do DUAT.

Abordagem da Constituição sobre a terra

A Constituição de 1990 estabelece os seguintes princípios sobre a terra:2

a) A terra, como os outros recursos naturais situados no solo e no subsolo são propriedade
do Estado, isto é, de toda a comunidade e não do Estado-administração, que constitui
apenas uma forma de materialização e exteriorização dessa comunidade politicamente
organizada. O direito dos particulares sobre a terra denomina-se direito de uso e
aproveitamento da terra.
b) Os poderes do Estado-proprietários são limitados pois não pode vender, hipotecar,
penhorar, nem por qualquer forma alienar a terra.

1
n° 2 do artigo 1 da Lei de Terras
2
Art. 35°/2, 46°,47°,48° e 66° da Constituição da República
c) Contrariamente aos restantes bens classificados no domínio público, a terra não está no
seu conjunto sujeita a este domínio. Apenas uma parte as chamadas zonas de protecção
da natureza, integram este domínio.
d) Ao Estado compete administrar a terra, assim como disciplinar o seu uso pelos
particulares.
e) Para os particulares trata-se de um direito económico fundamental, de acesso a riqueza e
ao bem estar social, e não de uma licença de carácter temporário, ou de um contrato de
arrendamento.
f) Tendo todos os cidadãos independentemente do seu sexo, raça, ou outra condição social
ou física igualdade de tratamento perante a lei, esta deve permitir a todos igual acesso a
terra tendo em conta o seu fim social.
g) Privilegiar-se quem trabalhe a terra ou faça dela outro uso directo não se permitindo que
este bem sirva para favorecer situações de domínio económico ou privilégio de uns em
detrimento da maioria dos cidadãos.
h) No acesso a terra, o Estado reconhece os direitos a terra adquiridos por herança ou
ocupação.

Os princípios constitucionais acima elencados foram mantidos e reforçados na constituição


de da República de 2004.3

Legislação sobre terras aprovada partir de 1997

Segundo Quadro (2004:22) fruto daquilo que se pode considerar como o processo mais
democrático havido em Moçambique ligado a adopção de uma lei nasceu em 1997 uma nova
lei para regular os termos da constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção do
direito do direito de uso e aproveitamento da terra.4

Esta lei e seu regulamento5, recebendo os princípios constitucionais e resultado de um


consenso a nível nacional, estabeleceram o seguinte quadro:

3
Artigos 109 a 111 da Constituição da República
4
Redação da lei n° 19/97 de 1 de Outubro - lei de terras
5
Decreto n° 66/98 de 8 de Dezembro (regulamento da lei de terras)
a) Toda a terra constitui o Fundo Estatal de Terras, reforçando e operacionalizando a
declaração constitucional da terra como propriedade do Estado.
b) Homens e mulheres têm iguais direitos sobre a terra, o que para a mulher rural constitui
um importante vitória”, especialmente dentro daqueles espaços geográficos-sociais em
que a discriminação da mulher parece encontrar justificação nas próprias regras e práticas
costumeiras.
c) A utilização do terreno por cidadãos nacionais, de boa fé por um período mínimo de dez
anos é uma das formas de aquisição do direito. As outras duas formas são aquisição por
via costumeira e autorização de um pedido, apresentado aos órgão do Estado competentes
para o fazer.
d) No caso da aquisição pela via oficial, exige-se um prazo de cinco anos para nacionais e
dois anos para estrangeiros, para o arranque do investimento do investimento que se
propuseram em realizar. Durante este período “probatório”, é emitida uma autorização
provisória. Constatada a realização do investimento no fim deste período, é emitida
autorização definitiva e o titulo.
e) o direito de uso e aproveitamento da terra para fins económicos está sujeito a um prazo
máximo de cinquenta anos renovável por igual período.
f) A restrição na transmissão do direito funciona para o caso dos prédios rústicos, caso em
que se necessita de prévia autorização do Estado. No caso dos prédios urbanos, a
transmissão é livre.
g) As pessoas singulares ou colectivas estrangeiras podem adquirir o direito de uso e
aproveitamento da terra a titulo individual, desde que seja para a realização de um
projecto de investimento, nos termos da legislação sobre investimentos em vigor. No caso
de pessoas singulares exige-se que resida no pais a pelo menos cinco anos. No caso de
sociedades ou empresas devem ser constituídas ou registadas em Moçambique.
h) As comunidades locais, no seu conjunto, podem ser sujeitos de direito de uso e
aproveitamento da terra, tendo os seus membros integrantes o estatuto de co-titulares.
i) As normas e praticas costumeiras que não contrariem a constituição tem a mesma
validade que a lei oficial. Isto é aplicável para o acesso e gestão da terra e dos recursos
naturais, para a prova do direito correspondente, para a solução de conflitos, não ficando
por isso qualquer cidadão prejudicado com a falta do titulo ou registo oficial dos direitos
adquiridos por aquela via.
j) Apesar de não ser obrigatório o titulo ou registo dos direitos, quando haja conflitos,
realização de novos investimentos públicos ou privados na área, ou a pedido dos
interessados, é possível aos ocupantes de boa fé ou as comunidades a delimitação do
terreno ou a emissão do titulo.

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