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O que É [e o que nunca foi] design gráfico |5
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os aspectos ergônomicos. Não são incluídas, portanto, nem peças A análise destes dois aspectos - o formal e o funcional - é a
de sinalização nem o conjunto dos chamados Warning: (manuais mais comum quando se trata de definir o que é design gráfico.
de instrução, bulas de remédio, documentações sobre usabilidade No entanto, eles não bastam. Partindo destes mesmos pontos de
e riscos etc).:j. vista, tomados isoladamente, não haveria muita diferença entre
Tal exclusão se deve ao fato de que, mesmo quando utilizam' alguem que faz ginástica e alguém que faz fisioterapia: ambos
suportes semelhantes (grosso modo, impressos em papel), o de- buscam a saúde de seus músculos e articulações, ambos realizam
sign gráfico e o design informacional obedecem a leis diferencia- exercícios fisicos cíclicos e repetitivos, ambos contam com a orien-
das de projetação, função e desdobramento histórico. As leis que tação de uma pessoa preparada para isso. Da mesma forma, não
regem a elaboração e o uso de um manual de instrução de um haveria como diferenciar um médico de um dentista: em última
painel de avião têm, obviamente, muito pouco a ver com as leis análise, ambos tratam do funcionamento de partes do corpo de
de projetação e uso que regem um catálogo de lançamento de um paciente e ambos têm de examiná-los e utilizar conhecimento
uma coleção de alta-costura, por exemplo - embora ambas as pe- sistematizado e equipamentos adequados para este exame, após
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ças possam ter a mesma conformação morfológica (por exemplo, uma formação profissional que os habilite para tal. No entanto,
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impressas a cores em papel e divididas em páginas, tendo como sabemos que um ginasta não É um paciente de fisioterapia, assim
elementos gráficos letras, fotos e ilustrações). como sabemos que um médico não é um dentista.
* Esta afirmação merece um comentário, a fim de evitar equívocos. Tudo o que nos
cerca e construído pelo sujeito que o observa, sendo a própria noção de uma rea/idade
0/1/etiva uma construção. Assim, no nível da percepção, não há como considerar a ocor-
rência de um design 1`nfomiac1'onal- no sentido de objetivo, neutro, imune a
simbolizações. No entanto, refirome aqui exclusivamente à instância da projetação,
quando o designer busca o compromisso otimizado dos compromissos citados. Para
l isso, ele lança mão de elementos visuais que, naquele contexto, são ou foram construídos
como objetivos, neutros, meramente ¡'1ifo¡mac1bna[s. Tal não significa que efetivamente
o sejam e que na sua inserção histórica eles se concretizem como tal. Assim, design
1`1i/firmaciozra/É uma categoria válida como paradigma de projetação (bastante diverso
daquele do design gráfico, como argumentado anteriormente) mas, obviamente, não
como instrumento de análise quando da percepção do projeto pelo usuário. (N.A.).
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