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na escola
PRIMEIRA PARTE
l0 / Jear.r-Cuuoe
orrvrm
II. Dasbrigas... aosjogoscomregras
r.a vror,ÊNcr,t
n,ts A relaçãode força que rege em parte a re-
RELAÇÕES SOCIAIS lação com o outro ainda ó arbitradapelos li-
mites sociaisda violência e especialmente
Foi constatadoque desdeo primeiroano peloslimitesfixadospelaescola.Paraa ques-
Je escoÌarizaçào asbrigf,se aì discussóessur- tío Que violêrtciaé socialmentepennitída?,
tem muito cedo entre as crianças,tanto no a Escola,efetivamente,deve responder.Es-
lítio da escolacomo dentroda salade aula. truturando,poucoa pouco,o comportamento
\Íanifestaçõesespontâneasda vontade de social da criança,ela ajuda a cercar progres-
rpropriar-se de um objeto ou de um territó- sivamenteos limitesdo permitido,do supor-
:io. de impor seu projeto, são, com fi'eqüên- távele do proibido.Defineo contextoda vio-
;ia. a única maneira,emboraarcaica,que a lênciapossívelna escola,o qual é diferente
Jriançaencontrapara regular os seuscon- do contextode casa,assimcomoo da rua,que
l'litos. é, semdúvida,maisrestritivo.
Pensamos queessaviolênciaé inerenteàs A criançapercebe,então,que a violên-
reÌaçõessociaise que seriainútil e perigoso cia náo é recebidadr mesmamaneira,re-
:re-eáJa. E preferível considerá-Ìacomo o re- primida do mesmo modo, conforme seja
suÌtadode múltipÌasinterações,manifestan- reacionalou vise a causal danos.As afir-
do-seem circunstâncias precisas:como rea- mativas"foi ele quem começou" e "ele me
ção à violência do outro, do meio ambiente, bateuprimeiro..."refletembem o sinaldessa
aomorespostaa um estresse ou a uma fius- conscientizaçãodas diferençasde natureza
tração,como desejode impor-se.Portanto,não na violência.
setratade procurarsuprimi-la,masde consi- Há ainda um outro fator que regula as re-
derá-lacomo modo de expressãoe de comu- laçõesinterindividuais: a consciênciado pe-
nicação,para que a criança seja progressiva- rigo, parasi mesmo,do ato violento.Rapida-
mentecapazde situála em suasreÌaçõescom mente, cada um deverá,para preservar-se.
os oufos, trazendo,assim,Íespostasàs inteno- encontrarrespostasparaasagÍessões dasquais
que a violênciaprovoca. é vítima.Sejamrespostas de fuga,de violên-
-sações
Que vioLêrtciassofro? A criança pequena cia, ou respostasde negociações e de com-
provavelmentenão sabereconhecê-las.Cer- promissos,elas deverãorevelar-seeficazes
lamente,não é capaz de verbalizá-las,mas sob pena de gravesdissabores. Avaliar esse
sabe,com certeza,expressá-laquandoataca- perigosignificaavaliara pericuÌosidadede sua
da por outra. Respondendoàs agressõespela própriavioìéncia:entendamos. com iì\o. r
violênciaverbal,e tambémpelaviolênciafí- avaliaçãoda probabilidadede passa,eem de
sica,a criançafixa seuspróprioslimitespara seu ato ao ato do outro, avaìiandoos risc.,i
o suportável e dá, a seu modo, a respostaà corridos.Os limitesque nãodevemser ulrr::-
outra questãoconstitutivade suasreÌações passados seràoer identemente d(lernrinJnÌc.
com o outro: que violêttciassuporto/ paraa qualidadeda relaçãoÍìtura.
.cl:orscreLrri r ,. E:
Das BnrceseosJocoscov Recnes:ErlFnrNraNoo -. ll
dos fiÌmes brutaisque enchemas 20 horas
semanais de televisãoqueinfligimosa nossas
criançasde seisa seteanos.EssesheÍóisnem
sempreestãoadornadoscom artifícios histó-
ricosou simbólicosque peÍmirirìilmque um
públicojovem tomassea distâncianecessária
de tal espetácuÌo. A violênciaÍìeqüentemen-
te é administrada em estadobruto a uma tes-
temunhapassivae acabapor se banalizar
Não tÍataremosda questãocontrovertida
da nocividadeou da inocênciado espetáculo
violentomidiatizadoparaas criançaspeque-
nJs.míì5nospermitiremos deslacar os riscos
eventuaisdessasimagens.Na idadeem que
ri crif,nçrslcumulrm as imprersões. ernque
os modelosservemde referência,asrepresen-
taçõesvioìentas,de éticamuitasvezesduvi-
dosr - nào induzemsislemal icr mentea
'c
comportaÌÌentosagressivosimediatos , cons-
tituem,em nossaopinião,uÌn fator de risco
A l ía nã e.tcolantío ttegaa riolônciu. Ekr a consi!era não-negÌigenciável parao futuro.Um dospa-
tt;nto nreíode e-r1:tressAo,
de cont nitação- Ela a cunu- péisda educaçãoserá,taÌvez,o de atenuaro
lizrt c t inlegru nu.srelaçõessociais.
risco,tentaÌrdocoÌnpensar os eÍèitosde uma
inl'ÌuêncÌacomo essa.
A tarefados pais é essencial.Gerencian-
Toda a regulaçãodas trocas violentas en do o tempo de televisão,comentandoas
tre ascriançasserámeÌhorteitaà medidaque imrgen'.ele. rjudurnr frzerr tliagern.evì-
elr\ refinalema percepçro drs conseqüénciastam que uma natulal violência infantil seja
da violência, do perigo que ela pode repre- reforçada,confortadapor espetáculosvio-
sentarparasi mesmoe parao outro.Não é de lentose que ultrapasse, maistarde,o ìimiar
duvidarque a escolae as atividadesque aqui da violência efetiva. Mas o tr abalhoda es
sàopropostas iìjudemr crilnçaa c u con- cola.que crda dia privilegiamaisa comunì-
-eerir
trolar a compÌexidadedas relaçõesviolentas caçào.rs trocasnu (untex(ode suasprÓprias
no interiordo grupo social. regrassociais,não deixade ter o papelbené-
fico de um contrapodeÌ.
2.AVIOLÊNCIAEAMÍDIA
3. A VIOLÊNCIA E OS JOGOS
Sendoum componenteinevitávelda vida DE OPOSrçÃO
social,a vioÌência,porfanto,estáevidente-
mentepresentena mídia e, em especiaÌ,na De quetrunfosa escoladispõeatualmente
televisão.As criançassão um alvo comer- para reguÌara vioìência,para frear atitudes
cial de escoÌhada mídia televisiva,à qual é pulsionaistantasvezesexacerbadas por ima-
submetidaà audiência,que não se priva de gensincitadoras?Existemfilmes em que as
recorreràs imagensviolentasparaatrairsua artes marciaissão desviadasde sua função
jovem clienteÌa. social,porquesãoutilizadaspararesolveros
Novos heróis, ultraviolentos,abundam. conflitos humanosem confrontosde rua. Res-
Provenientesdos consternadores desenhos situaros esportesde combateem seucontex-
.irrinrrdo*
do ExtlemoOriente,dassériesou to institucional,ou seja,como expressãocul-
12 t Jrrr-Crrt,oeOlrvren
:..iralde uma sociedâde,só pode contribuir ça de um professor-árbitroque -gartnitrL-:.i-
:iua o acompanhamentodos adolescentesno peito às regrase às fronteirasque niLì de\ i::
:ontrole de sua violência,bem como na su- ser ultrapassadas. Enfim, pela Ìibera.Ìo que
iìimação de sua agressividade. taiscondiçõespermitem,auxiliama compen-
A escoìapode iniciar a tarefae organizar sar um pouco a frustraçãogeradapelos dolo-
.ì confronto em uma atividade de prazer que rososesf'orçosde integraçãosocial.
ieja, ao mesmotempo, socializantee estrutu- Portanto,aqui, o educadordispõede ex-
:Jnte. celenteinstrumentode ritualizaçãoda vìolên-
O que propomosé jusÍamenteíransformar cia, que of-ereceà criança a possibilidade"de
; briga emjogo, mas em um jogo com regras brincar de fazer como se" sem entrar na vio-
:roquaìa criançapode.com certeza.nàoape- lência, porque entrar nela seria sair logo do
nasexpressarseuímpeto,mastambémexpres- jogo e de seucódigo.
rá-Ìo em condições definidas e segurasque O professorque opte pelaspráticassuge-
permitama liberaçãoda agressividadee o re- ridas, dando a seusalunos a oportunidadede
.'onhecimentodo outro. brincarde lutar.nãodeveesquecerjamaisque.
Essascondiçõesnuncaproduzema derro- para a criança, opor-se dessemodo é, antes
n definitiva ou destruidora;contribuem,des- de tudo. ter prazer Deve ter a preocupaçáo
:c modo.parasua relativizaçào. assimcomo permanentede preservara alegriados peque-
relativizam a vitória. Ajudam a dominar as nos em se afrontarem,a satisfaçãoque têm
ansiedades causadaspela incerteza,convidan- em utilizara suaenergiadiantedo outro,con-
do a criança a medir-se com o outro, a com- tra o outro em um corpoa corpohabituaÌmente
batê-Ìocom violência controìadae na presen- banidodastrocassociais.
14 / JsÁ.N-Cr-euoa
olrvrsn
Lak u . é t e r p r a : e r e t n ? ìÌc( ) I1 | 1 - ( u .o o ll!1 1 ) J' ìsí.' Qn cn | ( .E| o('l |(vr|ot'tul oettl l t|rkt
Notas
I Conforme quadros
das páginas 20 e 21.
: Les Cycles à l'école prinaire. "O:ilentations
pour l'école materneile", CNDp_HachetteÉcoles.
|(ene Lazzo. traiÉ ctepsycholoqie de l enfunt-puis- pUF, 1971.
ló / JeeN-Clauoe ouvren
fV. Os conteúdosde ensino
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Na Escol,q / 17
Enreertenpo n INolsclpt-tNa
DASBRrcAsAosJocos coM REcRAS:
,1ç&s tao ras esp ecíftc as Diversiflcaç õespossíveh
ATAQUE
.
-.lgarrâr - apanhar
os braços
as pernas
a crntura
o tronco
- apanharas roupas
. R€ter
- com as mãos
- peÌo meio do corpo
. Desequilibrar puxando
-
- empurrando
- puxando e empurrando
- carregando,levantando
- fazendobarreira com as pernas
- proletando
- fazendo virar
. Imobilizar
- virando
- esmagandono chão
- recobrindoo corpo
- fixando os membros
- combinandoas ações
DEFESA
. Esquivar-se
- roÌando
- saÌtando
- abaixando-se
- desviandoas mãos
afastando-se
- virando
. Resistir opondo-se
-
- empurIando
- desviando
- atacando
. Livrar-se
- agarando
- empurrando
- girando em tomo de si mesmo
virando-se
2. OSJOGOSDELUTA: - a consolidaçãodasaquisições,reutilizan-
UMA CLASSIFICAÇÃO do-asem condiçõesdiferentes.
Dessaforma, somoslevadosa considerar
No Ensino Fundamental,propõe-seàs jogos que, preservandoo espírito das disci-
.
cnanças situaçõesmoiivadoms que possam plinas de combate, também simplifiquem
a
permitir: abordagemda atividade.
- a descobertadas açõesfundamentaisdas Que simplificaçõesestãosendopropostas?
disciplinas de combate; a. Em um certo número de situações, o
- a aplicaçãodo modo mais diversificado papel da criançaé previamentedefinido:
o
possível,considerandoas possibilidadesmo- jogador ataca ou defende,imobiliza
ou pro-
toras do momento; curaìivrar-se.Taisjogos. nosquaisa criança
l8 / JeaN-Cr-auos
oI-rvrsn
tlesempenha os papéisem seqüência,ao invés tas em direçãoa objetosa seremconquista-
de desempenhá-los simultaneamente, como dos.Os papéisdc atacantee de defensorsão
nas "lutas verdadeiras",esclarecembem a separados.
(unscientiri]lçào drs trrefase afastamplovi-
roriamentea clificuldadecitadaanteriormente. . Grupo III: Jogos de conquisía
b. Um bom númerode jogos precisada de temitórios
intervençãÕ de um mediador.No decorrerdes-
As situaçõesdessegrupo impÌicarriapro-
tesúrltimos,a criançanãosedirige diretâmente
veitamentoe diversificlçãodas aqõesdese-
a seu coÌega-adversário, mas à bola que eie
quilibradoras paracbe-eai a seusÍìn.s.É preci-
detém,ao territórioque ele protege,ao lenço
so puxaÍ,carre-gar, empurrar.fazer rirar e, é
que ele usu.As ìntençóes de conquistuper-
cÌaro,esquivar'-se,desriar se.rcsìstir.O con,
manecemautênticas; as açõesutilizadaspara
tato torna-seinevitírvel.
atacarou defender,específicas dasatividades
Je ( ombrte.ro invésde estimular rs criunça" . Grupo IV: Jogos para desequilibrar
a dirigir-sediretamenteao corpodo adversá-
rio, impõequea conquisla da vitóriàpâssepela Tlatr-"e agorade. rerdldeirlnr,.nte. lrrr
apropriaçãode um instrumentoou de uÌn terri- em direçãoao adversário.sem mcdiacaÌo de
tório. Com a diminuição do coÌltatofísico. as objetoou de tenitório.Os papéisdc araquee
rcaçõesemmionaistornam se Ìnenosfortes. de defesasão,ora alternativos.ora simulti
c. Certoscomponentes da atividadcserao neos.
deixadosvoluntarianentede Ìaclo.Ainda que
importantes, ultrapassam ascapacìdades mo- . Gntpo V: Jogos pqra reter, intobilizer,
t,'ru<dusr'rirnçuspcquenl\.Der.r lormr. r. lÌvrar-se
quedas,as projeçõesao chão.os cortes,vâr-
Necessitamde enfrentamentos variadose
ledurrse brllagensde pernrsquc pcrmitem
obrigamo corpoa corpo.São,ao mesÌnotem-
passardo combateem pé paraa luta no chiro
po,jogos pa[aresistire paraÌivrar-se.Os pa-
não serirotratados.Essassituaçõesdevcrão
péis sãoora separ-ados, ora combinados.
serconsideradas maistarde,no ciclodosapro
fundamentos, quandoa criançaterá adquiri- . Grupo VI: Jogos para contbater
do um meÌhordomínioda queda.Pol agora.
trata-se,antesde mais nada.de evitartuclocr O combateé agoracompÌeto.As condutas
quc poderialevar a bÌoqueiosou brutalida- rlc utirqrrc e dc resisléncir
sio cuncomitrnles.
des,mesmoque involuntários. Torna-seindispensável encadeare coordenar
Os.iogos que aqui propomosabranger.n, todasas açõesnecessárias ao combate.
portanto,unicâmente,as açõesmotorastìn-
drmenlris quels crirnçlsde cincor seisunos
sãocapazes de tcalizarnasatividadesde opo- 3. AS COMPETÊNCTA.S A SEREM
sição.Os jogos foram classificadosem seis ADQUIRIDAS
categorias. O quadroa seguir'Íaz o inventáriodascom-
petênciassoÌicitadasparaa realizaçãodasati
. Grupo I: Jogos tle rapitlez e de atenção
vidadesde lutâ Ìra grandeseçãodas turntas
Sãojogosde vivacidacle queaìternamsem- da Educaçirolnfantil'. Ele nospermitiráman-
pre os papéisde atacantee de atacadoe evi- ter presentes
os conteúdosde ensinoque de-
tum o conlf,lopr'órìrnocorno rdver'irio. se]amose, ao mesmotempo,ajudaa bem de-
iimitatn.rssosobjetivoropetrcionris.
o . Grupo II: Jogos de conquístude objetos
o
Essesjogos aproxirnamos aclversários, +N. de 1'.: A glande seçãocoüesponde.aploximade,
:ì masas principaisaçõesde oposìçãosão fei- nrerÌte,Ì nossapré escolana EdLrcaçào
lnfantil.
JreN-CrnuorOrrvrrn
Gruposde Competências motoras Compelèncias cogn itivss e et it u des
jogos
puxando-o,
- fazendo-o virar,
- levantando-o,
- deslocando-se.
. Suportar o peso de um colega.
. Dominar pequenasquedas,
ac9ltar-se.