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EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA DOS MATERIAIS
Rio de Janeiro
2013
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Rio de Janeiro
2013
C2013
95p. : il.
CDD 620.1
2
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
____________________________________________________
Prof. Luiz Paulo Mendonça Brandão, D.C. do IME - Presidente
____________________________________________________
Prof. Carlos Nelson Elias, D.C. do IME
____________________________________________________
Prof. André Luiz Pinto, D.C. do CBPF
Rio de Janeiro
2013
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado força e sabedoria para concluir este curso de
mestrado.
Ao meu esposo Marcelo, por sempre apoiar meus desafios pessoais e
profissionais, pois sem o seu incentivo eu não teria conseguido, obrigada por tudo.
Aos meus pais Rosinete e Antonio e ao meu irmão Diego por todo apoio, amor
incondicional e por sempre apoiar meus desafios e também em especial as minhas
avós pela força das orações nos períodos mais difíceis.
Aos primos Lucinha e Barros, aos amigos Daniele, Anderson, Anelise, Isis,
Jheison, Fabio e todos os outros, meu muito obrigada pelo acolhimento nos
momentos em que eu precisei de apoio.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Paulo Brandão, pelos conselhos, amizade,
incentivo, compreensão, paciência e por ter acreditado no meu potencial.
Ao Iran e ao Salvador pela oportunidade de aprendizado e vivência profissional
na área de aços longos.
Ao Sr. Hélio Fidêncio por ensinar com amor seus conhecimentos sobre
metalurgia.
Quero agradecer a Votorantim Siderurgia e toda equipe que apoiou o projeto
direta ou indiretamente, pois sem eles, este trabalho não seria possível de ser
realizado. Agradeço o empenho de cada um durante o planejamento e execução dos
testes no processo e no laboratório.
Agradeço ao CNPq, e a CAPES pelo apoio financeiro.
4
“O futuro pertence àqueles que acreditam na
beleza de seus sonhos”
Eleanor Roosevelt
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 16
1.1 Motivação Para a Pesquisa ----------------------------------------------------------- 16
1.2 Escolha do Tema------------------------------------------------------------------------- 17
1.3 Objetivo da Pesquisa-------------------------------------------------------------------- 17
1.4 Organização do Trabalho--------------------------------------------------------------- 18
6
4 RESULTADOS---------------------------------------------------------------------------- 58
4.1 Resfriamento do Fio-Máquina do Laminador a Quente ------------------------ 58
4.2 Laminação a Frio do CA-60------------------------------------------------------------ 63
4.3 Laminação a Frio CA-60 com Dispositivo para Alívio de Tensão
Mecânica------------------------------------------------------------------------------------ 65
6 CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------------- 78
9 APÊNDICES ------------------------------------------------------------------------------- 85
9.1 APÊNDICE 1: MICROGRAFIAS FIO MÁQUINA EXPERIMENTOS 1 a 7- 86
9.2 APÊNDICE 2: MICROGRAFIAS MEDIÇÃO DE CAREPAS EXPERI-
MENTO 1 a 7------------------------------------------------------------------------------- 89
9.3 APÊNDICE 3: MICROGRAFIAS VERGALHÃO CA-60 SEM DISPOSI-
TIVO------------------------------------------------------------------------------------------ 91
9.4 APÊNDICE 4: TERMOGRAFIAS DOS EXPERIMENTOS DE 1 a 7 -------- 93
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
8
FIG.3.9 Painel de retificação do laminador (aliviador de tensão) ------------- 51
9
FIG.4.12 Micrografia corte longitudinal CA-60 experimento 4, após
dispositivo de alívio de tensão mecânica.200x. Ataque Picral a)
núcleo com 20% de redução na deformação e (b) superfície com
40% de redução na deformação ------------------------------------------- 65
10
LISTA DE TABELAS
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
CA - Concreto Armado
FM - Fio Máquina
IME - Instituto Militar de Engenharia
VS - Votorantim Siderurgia
CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
ASTM - American Society for Testing and Materials
IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
LR - Limite de Resistência
LE - Limite de Escoamento
LR/LE - Relação entre limite de resistência e limite de escoamento
Lo - Comprimento inicial
Φ PINO - Diâmetro do pino utilizado no teste de dobramento
DOE - Design of Experiments
SÍMBOLOS
12
- Estanho
Sn
- Molibdênio
Mo
- Alumínio
Al
- Nitrogênio
N
- Carbono equivalente
Ceq
- Fluxo de tensão do metal
- Estado estacionário de tensão
- Tamanho de grão da austenita inicial
- Parâmetro de Zener-Hollomon
- Taxa de deformação
- Fração de volume da recristalização dinâmica
XD
- Pico de deformação
- Cúbica de Corpo Centrado
CCC
- Cúbica de Face Centrada
CFC
- Temperatura real
tr
- Taxa de resfriamento
txresfri
- Resfriamento forçado
resfrif
13
RESUMO
14
ABSTRACT
This work aims to advance knowledge about the variables that influence the rolling
elastic relationship rebars CA-60, which is obtained by cold rolling Wire rod. This
study arose from the need to obtain the relationship elastic coil in CA-60 consistent
with the predicted standard. Evaluations were carried out in the following stages of
the hot rolling mill in the process of getting the wire rod (raw): temperature in forming
loops, belt speed and air flow fans in the process Stelmor. These changes were
made in order to obtain a larger grain size compared to current, aiming to reduce the
endurance limit. Then the wire rod experiments were generated in the cold rolled to
verify the mechanical properties of the CA-60 after changes in the process of hot
rolling. The hardening and strain relief during the cold rolling process cause changes
in the mechanical properties of laminated materials. To reduce the yield point and
achieving minimum ratio established by elastic standard was necessary to add a
device for strain relief in cold rolling, so that obtain an increase of strain relief in CA-
60. The expected result was achieved with this working after installing the device that
allowed an increase in the easing of tensions in rebar, making it possible to obtain
the relative elastic.
15
1 INTRODUÇÃO
16
1.2 ESCOLHA DO TEMA
Este trabalho tem por objetivo avançar no conhecimento sobre a influência das
variáveis do processo de laminação a quente e a frio que interferem na obtenção da
relação elástica do vergalhão CA-60 bobina.
Na laminação a quente serão avaliadas alterações no processo de resfriamento
no Stelmor, onde será avaliada a influência de três parâmetros do processo:
temperatura no formador de espiras, velocidade de resfriamento e o emprego de das
seguintes condições: com ou sem resfriamento.
Na laminação a frio será verificado o encruamento, alívio de tensões e o
atendimento das propriedades mecânicas estabelecidas por norma com foco na
17
relação elástica (1,05 mín.), utilizando a matéria-prima conseguida com as diferentes
configurações obtidas na laminação a quente.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
19
A FIG.2.2 ilustra o fluxograma de uma usina siderúrgica de aços longos. No
processo de fabricação do fio-máquina o tarugo é inicialmente aquecido ao passar
pelo forno de reaquecimento para que ocorra a homogeneização da temperatura ao
longo do tarugo antes do mesmo entrar no desbaste.
20
2.2 VARIÁVEIS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO
21
A laminação a quente também pode ser controlada para otimizar as
propriedades dos fios-máquina.
A laminação típica mostrada na FIG.2.4, é caracterizada pela alta temperatura de
reaquecimento a 1200°C para assegurar a completa dissolução da microliga, e, em
seguida, impor uma deformação moderada ou pesada no acabamento a
temperaturas muito mais baixas (950-750°C).
22
laminação controlada. Isto envolve o controle do crescimento do tamanho de grão
austenítico durante o reaquecimento de tarugos a 1060-1200° C, deformação
repetida acima de 1000°C e resfriamento acelerado (~ 15 °C s-1) após a laminação
de acabamento para maximizar a taxa de nucleação da ferrita.
23
De maneira geral alguns dos parâmetros que podem afetar a microestrutura e as
características mecânicas no processo de laminação são as seguintes:
- Velocidade de laminação
Quando a velocidade de laminação é menor o material tem uma perda de
temperatura de forma lenta proporcionando um aumento no tamanho de grão o que
interfere no limite de resistência.
- Temperatura do formador de espiras;
Influencia na formação de carepa grossa e na microestrutura do aço. O aumento
da temperatura no formador de espiras gera uma granulação grosseira influenciando
diretamente as propriedades mecânicas. As temperaturas mais baixas oferecem
condições para se obter uma estrutura com maior refinamento e uniformidade, o que
determina transformações de fase e que o aço possa ser usado em determinadas
aplicações com menor custo de produção.
- Taxa de resfriamento – normalização processo Stelmor
O aumento da velocidade da mesa transportadora ocasiona uma distância entre
as espiras. Quanto maior essa distância, maior e mais uniforme será o resfriamento.
Por outro lado, quanto menor a velocidade da mesa as espiras se tornam mais
próximas, o que gera o acúmulo de calor. Quando os ventiladores estão fechados, à
velocidade de resfriamento é reduzida. Se os mesmos estiverem ligados o
resfriamento ocorre de maneira acelerada.
O resfriamento interfere no refinamento e a homogeneização da microestrutura
do aço, influenciando nas propriedades mecânicas.
24
discordâncias. A redução do tamanho de grão aumenta não somente a resistência,
mas também a tenacidade de muitas ligas.
O Limite de escoamento (LE) varia de acordo com o tamanho de grão conforme
a EQ. 2.1:
(2.1)
25
Neste último deve ser considerada a variação por ventilador, a seleção da
posição das tampas verificando a variação da quantidade de tampas abertas ou
fechadas. Para ajudar no controle da temperatura do fio-máquina na entrada do
formador de espiras, também pode ser aplicado um sistema de resfriamento
adicional na mesa de transporte (tanques com água fria, água aquecida ou banhos
de sal).
A utilização de aços com baixo teor de carbono ou com adição de elementos de
liga para a produção do fio-máquina induz a realização de pesquisas e
aperfeiçoamentos no processo Stelmor para possibilitar a utilização desta técnica
para a maior variedade possível de aços, em função das vantagens em termos de
produtividade deste processo (RIZZO, 2009). Entretanto, torna-se necessária a
introdução de modificações no material ou no processo para possibilitar a obtenção
de velocidades reduzidas de resfriamento para os aços.
KAZEMINEZHAD et al. (2003) observaram, os efeitos de diferentes condições
de resfriamento para um fio-máquina comercial com diâmetro de 5,5mm, após a
laminação a quente em Stelmor.
Suas propriedades mecânicas foram estudadas variando as condições de
resfriamento das seguintes formas: abrindo e fechando as tampas dos ventiladores
em sistema Stelmor, ligando e desligando-os. Isto foi realizado com o objetivo de
melhorar as propriedades mecânicas e ductilidade do material. O mesmo foi
analisado por ensaio de tração, metalografia, e analisador de imagens. Foram
analisadas cinco condições distintas de resfriamento até encontrar a condição ótima
necessária para alta resistência e ductilidade. A melhor condição foi a primeira em
que a temperatura no início do resfriamento era 850°C. Na mesa transportadora, os
ventiladores de 1 a 3 tiveram suas tampas abertas, enquanto que os de 4 a 7
tiveram suas tampas fechadas. Antes do ventilador 4 a temperatura do aço foi
medida por um pirômetro óptico, e apresentou o valor de 570°C. Nesta condição de
resfriamento, verificou-se que a temperatura da haste no intervalo entre a tampa 4 a
7 é constante.
SERAJZADEH et al. (2002) desenvolveram um modelo matemático para
presumir o campo de temperatura e a cinética de decomposição da austenita no
decorrer do resfriamento contínuo de um aço baixo carbono de composição química
conforme a TAB. 2.1.
26
TAB.2.1 Composição química.
), (2.2)
)1,6], (2.3)
(2.4)
27
a 0.67wt.%C (AISI 1008, 1019 e 1060). A primeira fase do resfriamento foi realizado
através de resfriamento com água, enquanto a segunda fase foi realizada por meio
de convecção forçada com ventilador.
As propriedades metalográficas e mecânicas foram analisadas para cada
configuração testada. O aumento em porcentagem da abertura dos ventiladores
aumenta significativamente a taxa de resfriamento, portanto diminui o tamanho de
grão da ferrita, e o espaçamento da perlita dando origem a um aumento no limite de
elasticidade e na resistência à tração. Há inúmeras formas para avaliar um novo
processo que esta sendo desenvolvido, sua liga, ou dimensional do produto
utilizando um modelo matemático. No entanto, ele ao avaliar o efeito de todos os
parâmetros de linha controláveis nas propriedades mecânicas e metalúrgicas do fio,
verificou que era possível derivar um algoritmo de controle para os parâmetros, com
a finalidade de ser capaz de alterar as variáveis de processo para atingir certas
propriedades exigidas pelos clientes (LABIB et al., 2000).
No modelo matemático utilizado por ANELLI (1992) é possível prever a evolução
da microestrutura durante a laminação a quente e investigar o efeito das condições
de trabalho e mecanismos de recristalização sobre a formação de microestruturas
austeníticas heterogêneas. O modelo estima a estrutura da austenita desenvolvida
durante cada passe.
As heterogeneidades aumentam com o aumento da temperatura e tornam-se
mais pronunciadas da superfície para o centro da barra. Usando este modelo é
possível quantificar a influência do diâmetro e do resfriamento na microestrutura e
do perfil de temperatura ao longo do Stelmor.
FANG et al., (2012) realizou uma série de experimentos com pirômetro de uma
cor e com duas cores para investigar a relação entre a taxa de resfriamento e as
propriedades mecânicas do fio máquina. A FIG.2.6 ilustra a temperatura de
superfície total das distribuições de fios durante o processo de refrigeração de ar
Stelmor. A taxa de resfriamento da zona 1 a zona 10 foram calculadas e controladas
por método de simulação de medição de temperatura móvel. A temperatura da fio-
máquina durante o processo de resfriamento a ar foi controlada com mais precisão e
a variação na resistência à tração dos fios foi reduzida de 40% para 16%.
28
FIG.2.6 Mapeamento da temperatura no resfriamento (FANG, 2012).
2.3.1 ENCRUAMENTO
29
Estas interações induzem a uma redução da mobilidade das discordâncias, e
conseqüentemente, tensões maiores para provocar mais deformação plástica.
Diversos processos podem contribuir para o encruamento do material: refino de
grão, falhas de empilhamento, transformações de fase, multiplicação de
discordâncias, entre outros.
Um alto coeficiente de encruamento implica em várias discordâncias deslizantes
nos sistemas que se interceptam mutuamente. Isso pode ocorrer por meio das
interações dos seus campos de tensão e formação das discordâncias bloqueadas e
também por meio da formação de degraus de discordâncias.
A deformação a frio provoca o encruamento dos grãos e como conseqüência
aumenta o limite de resistência. Ela prejudica as propriedades relacionadas com a
ductilidade e tenacidade. Esse efeito é mais acentuado quanto mais intensa a
deformação produzida de acordo com a FIG.2.7.
30
2.3.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS
31
Os fios de aço normalmente possuem diâmetro igual ou inferior a 10 mm,
produzidos por processos de conformação mecânica a frio como a trefilação ou
laminação de fio-máquina.
De acordo com a norma há três categorias distintas de vergalhões e na
TAB.2.3 são apresentados os valores mínimos de escoamento correspondentes.
32
encruamento causado pela redução de área nos sucessivos passes. Em
compensação o alongamento e a estricção diminuem, conforme pode ser visto na
FIG.2.9.
33
De forma simples, entende-se por tensões residuais aquelas existentes em um
corpo sem que estejam agindo sobre ele forças externas. As tensões residuais são
elásticas e se superpõem às cargas de serviço, podendo ser benéficas ou não às
estruturas e equipamentos, dependendo de sua magnitude, sinal e distribuição (Lu,
2005). Qualquer remoção de material, aplicação de carregamentos térmicos ou
mecânicos, altera o seu estado e causa sua redistribuição de modo que as tensões
se equilibrem novamente.
As tensões residuais podem ser classificadas como macroscópicas,
microscópicas e submicroscópias.
As tensões macroscópicas ou do tipo I, são as tensões sobre grandes porções
volumétricas quando comparadas com o tamanho de grão do material. As
deformações originadas são praticamente uniformes para muitos grãos (KESAVAN
et al., 2005). Exemplos típicos apresentam-se em materiais deformados
plasticamente de maneira não uniforme nos processos de laminação.
As tensões residuais microscópicas ou do tipo II mantém uma distribuição
uniforme ao longo de um grão ou de boa parte dele. Podem ocorrer em interfaces
entre fases e partículas precipitadas e a matriz.
As tensões residuais submicroscópicas ou tipo III incluem distâncias
interatômicas dentro de uma pequena porção de um grão (MACHERAUCH,1986).
Elas sempre estão presentes devido ao fato da deformação plástica não ser
homogênea.
Praticamente todas as operações de manufatura contribuem para o
aparecimento de tensões residuais, tais como processos de conformação mecânica
como laminação, dobramentos e extrusão.
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ocorre redução da ductilidade. O percentual de manganês influencia a usinabilidade.
Já os níveis excessivos de fósforo e enxofre, que são impurezas não metálicas
podem induzir a ruptura frágil.
Para a prática de siderurgia moderna, o enxofre e fósforo são
preferencialmentes mantidos em teores abaixo de 0,03%. Aço com um elevado nível
de gases dissolvidos, principalmente oxigênio e nitrogênio, se não controlados por
adição de pequenas quantidades de liga com afinidade particular para que eles
flutuem no aço líquido a uma temperatura elevada, podem comportar-se de uma
forma frágil (KANKAM et al., 2002).
Neste trabalho foi utilizado um aço com 0,06%C e 0,4% Mn para produzir o fio-
máquina com diâmetro de 6,5 e obter CA-60 5,00mm. Normalmente este tipo de
vergalhão é fabricado utilizando aços em torno de 0,14 a 0,18%C e 0,60 a 1,10% de
Mn, isto pôde ser confirmado pela pesquisa de ROCHA (2012). Ele utilizou fio-
máquina com diâmetro de 5,50mm para laminar CA-60 de 5,00mm utilizando um aço
com composição química de 0,14% C, 1,10% Mn, 0,05% P e 0,05% de S.
A trefilação é um processo a frio que pode ser utilizado para fabricar barras e
arames (normalmente com geometria circular) em que uma força trativa atravessa
uma fieira (ferramenta cônica) ou cassete ocasionando a redução de diâmetro.
Neste trabalho foram utilizados cassetes por eles permitirem uma regulagem fina
no acabamento do arame e por gerar maior produtividade. BERALDI, et. al.,
(2012) relata que os cassetes são montagens mecânicas de componentes com
anéis de metal duro, rolamentos precisos e robustos com sistemas de lubrificação e
refrigeração integrados em um só equipamento que garante a conformação do
material e precisão na saída do arame.
A redução no diâmetro da peça é em maior parte, devido ao escoamento
plástico permanente do material, que é causado por uma reação de compressão
realizada pela ferramenta no material enquanto este sofre a ação da força trativa.
Ela é aplicada pelo outro lado da fieira ou cassete que puxa realizando a força
necessária para que o material sofra redução e se obtenha o diâmetro esperado.
Segundo YANG (2010) a deformação a frio foi um dos primeiros métodos para a
produção de vergalhões. Neste tipo de processo embora a resistência seja
obviamente aumentada por deformação a frio e encruamento, a ductilidade é
prejudicada na conformação.
35
A norma brasileira NBR ABNT 7480 (2007) apresenta valor de especificação
mínima de 1,05 para relação entre o limite de resistência e o limite de escoamento.
MORALES (2013) relata que a norma européia EN 10080 (2005), exige uma
relação entre o limite de resistência e o limite de escoamento igual ou acima de 1,05
para CA-60 e 1,08 para CA 50, e que áreas sísmicas necessitam que esta relação
seja igual ou acima de 1,25 para CA 50 conforme a norma Filipina (PNS 49).
DAROIT (2012) apresenta em sua pesquisa valor médio de 1,38 e desvio padrão
de ± 0,03 para relação limite de resistência / limite de escoamento de vergalhões
microligados com vanádio. Ele utilizou a norma ABNT NBR 7480 categoria CA50
para comparar seus resultados.
BERNADIC et al. (2012) realizou uma pesquisa com aço de 0,22% de C para
avaliar as propriedades mecânicas de vergalhões laminados a frio com 30,5% de
redução, utilizando ensaios de tração. Foram avaliadas as propriedades mecânicas
para diâmetros distintos (4, 5,6, 8 e 10mm). O resultado médio da relação elástica
obtida após a laminação a frio do material com 5,00mm de diâmetro foi de 1,09 esta
pesquisa também utilizou a norma ABNT como referência. O processo de laminação
a frio provocou um endurecimento mecânico do material.
BELO et al., (2012) realizou análise numérica para obter uma previsão dos
limites de escoamento e de resistência da matéria-prima através de sua composição
química. Ele utilizou FM de 5,5 e 8,0mm para obter CA-60 com diâmetros de 4,20 e
6,00mm. A formulação do modelo permite que através da bitola do produto final
sejam previstas os limites de escoamento e de resistência do CA-60. Dessa forma
foi possível dinamizar a organização da matéria-prima e da utilização das fieiras
conforme o fabricante e a propriedades desejadas.
XING et al.(2012) propôs em sua pesquisa um modelo matemático ( utilizando
algoritmo) para vergalhões de pequenos diâmetros laminados a frio. Os parâmetros
relacionados foram resistência à tração, redução de área e velocidade de laminação.
YANG et al. (2004) avaliou a produção e aplicação de vergalhões microligados
de alta resistência na China. As propriedades mecânicas do vergalhão foram
avaliadas e foi constatado que elas são bastante estáveis. O limite ao escoamento
varia entre 425MPa e 500MPa, enquanto a resistência à tração oscila entre 575MPa
e 660 MPa e os valores de alongamento estão entre 19% e 32%. Os vergalhões
estudados neste artigo atendem a uma classe de exigência anti-terremoto em que a
36
relação elástica deve ser maior do que 1,25. No geral, as composições químicas dos
vergalhões microligados se mostraram adequados.
Para KARNEZIS (1998) e ELICES, (2004) a tensão residual é um aspecto muito
importante do processo de trefilação a frio, uma vez que tem um impacto
significativo no desempenho do material. Eles estudaram a minimização das tensões
residuais de tração induzidas. Eles afirmam que quebra e vida em fadiga de fios
perlíticos estirados são influenciados por tensões residuais.
ELICES (2004) afirma que as tensões residuais devido a trefilação a frio são
conhecidas por serem prejudiciais para o desempenho mecânico, particularmente no
que se refere à deformação, fadiga e ductilidade. ATIENZA, (2005) utilizando o
código ABAQUS estudou o estado da macrotensão residual gerada pela trefilação.
RIPOLL, (2010) propôs a aplicação de uma geometria de matriz avançada
realizando um tratamento pós-trefilação com base em operações de dobragem
orientadas.
Por meio dos resultados das propriedades mecânicas pôde-se verificar que
quando se utilizou o dispositivo, o vergalhão sofreu maior esforço mecânico. Este
efeito pode ser explicado pelo efeito Bauschinger. Conforme COTTRELL (1953), o
vergalhão é altamente deformado em uma direção e logo em seguida é recarregado
na direção oposta, e desta forma a redução na tensão flui nesta direção.
Nas pesquisas apresentadas, a composição química e o alívio de tensões
mecânicas apresentam influência na obtenção das propriedades mecânicas. A
determinação dessas propriedades depende do tipo de aço a ser utilizado, do tipo de
aciaria e processos de laminação a serem utilizados.
37
O efeito Bauschinger é o fenômeno no qual ocorre a redução da tensão de
escoamento à tração (compressão) quando o material é descarregado e recarregado
à compressão (tração) no regime plástico e aplicada uma tração (compressão) na
mesma direção como ilustra a FIG.2.10.
38
A teoria explica que há uma curvatura na curva de tensão inicial, na transição
elástico-plástica. A deformação elástica é homogênea e uniforme na seção de carga.
Já durante a deformação plástica, a distribuição de tensões não é uniforme e,
portanto, após a descarga, tensões residuais que surgem são responsáveis pelo
efeito de redução da elasticidade ao se reverter carga.
Considerando as tensões internas, o efeito Bauschinger foi explicado como
devido à ação de tensões internas presas em metais trabalhados a frio SCHIMID e
BOAS (1950).
A teoria da tensão interna é enfraquecida quando se leva em conta os
resultados de inúmeras experiências que demonstraram a existência de um efeito
Bauschinger em monocristais, portanto, uma abordagem diferente é necessária para
a explicação desse efeito.
Há duas abordagens principais de deslocamento: a primeira, originalmente
adotada por MOTT (1952), e mais tarde desenvolvida por SEEGER (1957). Nele foi
sugerido que, durante a pré-deformação, uma larga faixa de tensões é construída
através da formação de empilhamentos de discordâncias nas barreiras. A FIG. 2.11
ilustra as discordâncias empilhadas nos obstáculos (barreiras).
As barreiras, tais como contornos de grão, são fortes o suficiente para bloquear
o movimento das discordâncias. Como resultado, as tensões produzidas pelas
discordâncias empilhadas ajudarão o movimento na direção inversa.
A concentração de tensões em torno das discordâncias daria origem à
deformação plástica por deslizamento na interseção dos planos de deslizamento
(MOTT, 1952).
39
Na reversão da tensão, as discordâncias se moveriam para trás da linha de
obstáculos, e esse movimento teria início com uma tensão aplicada relativamente
baixa, mas na ausência de empilhamento de discordâncias. O fluxo de tensão
aumentaria rapidamente na direção do valor obtido na pré-deformação, até as
discordâncias encontrarem outra linha de obstáculos ligeiramente espaçados.
Este mecanismo é mais comum nos metais que têm numerosos obstáculos às
movimentações de discordâncias, como policristais (contornos de grão), ou
endurecidos por dispersão de metais (com partículas).
Quando discordâncias com sinal oposto entram em contato, o encruamento é
reduzido e o ponto de escoamento do material sobre o carregamento é reverso. Este
mecanismo irá ocorrer em ligas onde uma segunda fase está presente, e na
dispersão de metais endurecidos.
40
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
41
Ni 0,07
Cr 0,07
Sn 0,017
Mo 0,02
Al 0,003
N 0,0100
Ceq 0,1663
42
A alteração nessas variáveis citadas anteriormente visa identificar se há
influência do processo de resfriamento do fio-máquina na relação entre o Limite de
Resistência e o Limite de Escoamento no vergalhão CA-60.
Foi utilizada a metodologia de planejamento e análise de experimentos (DOE-
Design of Experiments) para realizar este trabalho. A opção de utilizar esta
metodologia teve como base a confiabilidade alcançada e redução de tempos e
custos de trabalho experimental.
Os parâmetros dos processos possuem interligação, sendo assim, quando se
altera algum parâmetro do processo os demais sofrem influência. Por este motivo foi
necessário programar 8 experimentos de forma a variar a temperatura do formador
de espiras (870°C e 910°C), a velocidade da esteira (35 e 49 m/min) e a
porcentagem de abertura dos ventiladores no resfriamento. Quando utilizado o
resfriamento a ar, foi realizada a seguinte programação: ventiladores 1 e 2 com 10%,
ventiladores 3 e 4 com 50% e os ventiladores 5 e 6 com 100% . Nos casos em que o
resfriamento não foi utilizado, foi adotada a seguinte configuração: ventiladores de 1
a 6 com 10% de abertura.
Foram realizadas análises termográficas utilizando uma Câmera Infravermelha
de alto desempenho com câmera digital FLIR T440 durante os experimentos. Foram
mapeados 18 pontos no Stelmor para avaliar as características e variações de
temperatura das espiras da saída do formador até o final da esteira quando é
formada a bobina. Foram realizadas cinco medições em cada ponto marcado e
utilizado o resultado da média para analisar o perfil térmico. A termografria do
resfriamento é demonstrada na FIG.3.2.
43
Experimentos 1 e 2
44
Experimentos 3 e 4
Experimentos 5 e 6
45
910°C, velocidade no Stelmor de 49 m/min, sem resfriamento. Neste experimento a
temperatura foi aumentada em 40 ºC no formador de espiras e não foi utilizado o
resfriamento. O esperado era que fosse obtido aço com tamanho de grão maior,
quando comparado com o do material que utiliza parâmetros atuais de processo.
No sexto experimento o laminador foi programado para laminar 5 bobinas
(numeração 26 a 30) com temperatura no formador de espiras e velocidade do
Stelmor iguais ao experimento anterior acrescentando o resfriamento. A FIG.3.5
ilustra o perfil térmico dos experimentos 5 com taxa de resfriamento de 10°C/s, o
experimento 6 com taxa de resfriamento de 11°C/s versus o perfil padrão com taxa
de resfriamento de 13°C/s.
.
FIG.3.5 Perfil térmico dos experimentos 5 & 6 versus o perfil padrão.
Experimentos 7 e 8
46
Neste experimento só foi possível laminar a bobina 31, pois durante a formação
da bobina 32 houve a junção das espiras na esteira, devido à alta temperatura e as
mesmas embolaram gerando sucata e parando o laminador o que gerou transtorno
para a produção.
No oitavo experimento o laminador foi programado para laminar 5 bobinas
(numeração 36 a 40) com temperatura no formador de espiras e velocidade do
Stelmor iguais ao do experimeto 7, mas com resfriamento. Apesar de programado,
não foi possível realizar este experimento devido ao transtorno ocasionado pelo
experimento anterior. A FIG.3.6 ilustra o perfil térmico do experimento 7 com taxa de
resfriamento de 9°C/s versus o perfil padrão também com taxa de resfriamento de
13°C/s.
47
TAB.3.2 Dados dos experimentos no laminador a quente.
Temperatura Taxa de
Quatidade Velocidade
do formador Ventilação resfriamento
Experimento de STELMOR
de espiras STELMOR (C°/s)
bobinas (m/min)
(C°)
1 5 870 35 sem 8
3 5 870 49 com 13
4 5 870 49 sem 14
5 5 910 49 sem 10
6 5 910 49 com 11
7 5 910 35 sem 9
8 5 910 35 com -
48
ficaram contorcidas antes de formar a bobina). Devido a este problema o laminador
precisou ser parado para retirada do material e não foi possível dar continuidade ao
7º experimento (bobinas 32 a 35) e conseqüentemente ao 8º (bobinas 36 a 40).
Durante os testes foram laminadas um total de 31 bobinas. As 3ª e 4ª bobinas
dos experimentos 1 a 6 e a única bobina do 7º experimento (foi considerado que na
laminação das mesmas os parâmetros alterados já estariam estabilizados) foram
separadas para análise das propriedades mecânicas por meio do teste de tração e
análise metalográfica.
Após processamento foi realizada a inspeção de qualidade em que para cada
bobina laminada foram descartadas as espiras iniciais. Foram retiradas 15 espiras
do início (“cabeça”) e 15 do final da bobina (“cauda”), pois poderia haver problemas
de qualidade por se tratar do início e do fim da bobina.
Foram cortadas 6 espiras de cada bobina para confecção das amostras para
análise. Os cortes foram feitos a cada de 500 mm para confecção de corpos de
prova para teste de tração. Foram avaliadas 6 amostras de cada bobina, 3 da
“cabeça” e 3 da “cauda”, totalizando 78 amostras ensaiadas conforme a TAB.3.3
abaixo:
EXP.1 - - 3 3 3 3 12
EXP.2 - - 3 3 3 3 12
EXP.3 - - 3 3 3 3 12
EXP.4 - - 3 3 3 3 12
EXP.5 - - 3 3 3 3 12
EXP.6 - - 3 3 3 3 12
EXP.7 3 3 - - - - 6
Número total de amostras 78
49
3.3 PROCESSAMENTO DE FIO-MÁQUINA
50
Para se obter o vergalhão CA-60 5,00mm foi laminado a frio no laminador
Eurolls a terceira bobina de cada experimento do teste realizado no FM 6,50 com
velocidade de 14m/s.
51
(a) (b)
FIG.3.10 (a) Bobina do Vergalhão CA-60 5,0 mm laminado a frio (b) ampliação da
figura (a).
52
FIG.3.11 Dispositivo de alívio de tensão mecânica.
53
Foram laminadas duas bobinas de fio-máquina da mesma corrida utilizada nos
teste sem o dispositivo, a primeira referente ao experimento 4 e a outra do
experimento 5.
Para realizar o ajuste da passagem do vergalhão no dispositivo foi necessário
aumentar aos poucos a velocidade de laminação e após o ajuste a melhor condição
apresentou uma folga ao sair do acumulador até alcançar a primeira roldana do
dispositivo ver FIG. 3.10.
Durante os testes constatou-se que se a roldana central do dispositivo fosse
móvel permitiria um melhor ajuste do vergalhão no dispositivo. Como a roldana
estava fixa ocorreu dificuldade de ajuste. Após o melhor ajuste foram utilizados os
parâmetros normais de produção 6 passes com velocidade do laminador de 14m/s.
54
FIG.3.14 Fratura do CA-60 durante a laminação a frio.
EXP.2 3 -
EXP.3 3 -
EXP.4 3 7
EXP.5 3 7
EXP.6 3 -
EXP.7 3 -
Total de 21 14
amostras
55
3.5 ANÁLISE QUÍMICA
56
3.7 ENSAIO DE TRAÇÃO
57
4 RESULTADOS
(a) (b)
(c) (d)
58
(e) (f)
FIG. 4.1 Termografias das espiras do fio-máquina durante os experimentos 4 e 5
(a) e (b) 1º medição (c) e (d) 9º medição (e) e (f) 18º medição.
59
Para todos os experimentos avaliados as amostras apresentaram
microestruturas semelhantes com 10% de perlita e 90% de ferrita. Foram
encontrados grãos heterogêneos em algumas microestruturas o que pôde ser
confirmado com a distribuição do tamanho de grão conforme as FIG. 4.3 e FIG. 4.4.
(a) (b)
FIG.4.3 (a) Micrografia corte transversal do início da bobina do FM experimento 4.
200x. Ataque Picral (b) distribuição do tamanho de grão.
(a) (b)
FIG.4.4 (a) Micrografia corte transversal do início da bobina do FM experimento 5.
200x. Ataque Picral. (b) distribuição do tamanho de grão.
60
TAB.4.1 Tamanho de grão
ASTM ASTM
FM
Corte transversal Corte longitudinal
EXP.1 9 8
EXP.2 9 8
EXP.3 8 8
EXP.4 9 8
EXP.5 9 8
EXP.6 9 9
EXP.7 9 8
Média 9 8
61
FIG.4.6 Micrografia da espessura da carepa do FM experimento 5. 1000x.
Ataque Picral.
62
4.2 LAMINAÇÃO A FRIO DO CA-60
(a) (b)
FIG.4.9 Micrografias corte longitidinal CA-60 experimento 4. 200x. Ataque Picral,
(a) núcleo com 30% de redução na deformação e (b) superfície com 40% de
redução na deformação.
63
(a) (b)
FIG.4.10 Micrografia corte longitidinal CA-60 experimento 5. 200x. Ataque Picral,
(a)núcleo com 35% de redução na deformação e (b) superfície com 40% de redução
na deformação.
Como o valor mínimo de 1,05 para a relação elástica, definido pela norma NBR
ABNT 7480/2007, não foi alcançado, foi necessário realizar experimentos adicionais
com o objetivo de aumentar a relação elástica. Após a análise das propriedades
64
mecânicas dos vergalhões, verificou-se que as concentrações de tensões
mecânicas, durante o processo de laminação a frio, poderiam estar ocasionando a
redução da relação elástica.
(a) (b)
65
(a) (b)
FIG.4.13 Micrografia corte longitidinal CA-60 experimento 5 , após passar no
dispositivo de alívio de tensão mecânica.200x. Ataque Picral. (a) núcleo com 20%
de redução na deformação e (b) superfície com 40% de redução na deformação.
66
escoamento. A temperatura inicial utilizada para a conformação da espira foi 870ºC
e a taxa de resfriamento de 14 ºC/s.
No experimento 5 houve uma menor taxa de resfriamento 10 ºC/s, pois a
temperatura inicial para conformação da espira foi 910ºC, portanto houve mais
precipitação de carboneto de ferro e consequentemente a diminuição do limite de
escoamento.
67
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
68
Na FIG.5.1 a bobina 31 apresentou maior dispersão de resultados em relação às
demais, provavelmente por se tratar da bobina obtida em condições mais severas
durante os testes. As bobinas 18,19, 23 e 24 apresentaram médias próximas a
mediana. Desconsiderando o resultado da bobina 31 e comparando os resultados
das demais se observa que as bobinas 23 e 24 apresentaram maior variação de
resultados em relação às bobinas 18 e 19.
69
FIG.5.2 Resultados ANOVA do Limite de Resistência dos fios-máquina.
70
A ANOVA (análise de variância) para o Limite de Resistência comprova
estatisticamente que eles são diferentes como ilustrado na FIG.5.4. Considerando
que o valor de P é 0,013 e é menor do que 0,05, conclui-se com confiabilidade de
95% que pelo menos 1 valor de média é diferente.
(5.1)
71
Na FIG. 5.5 são mostrados os gráficos das análises residuais, onde se observou
simetria em relação à curva que demonstra a não tendência dos dados. O
comportamento do histograma de resíduo se deve a baixa quantidade de pontos
utilizados na regressão. O número inferior de pontos se deve a quantidades de
testes realizados, que por sua vez impactavam diretamente na produção do
laminador. No entanto considerou-se que os experimentos foram válidos para a
construção do modelo. Na FIG. 5.6 são apresentados os valores dos coeficientes
calculados no MINITAB.
72
O valor de R- Sq (R2) obtido foi de 91,2% o que é um bom resultado e informa
que os dados predizem bem a curva do modelo. Foi calculado o valor de limite de
resistência utilizando o modelo. O valor encontrado foi de 429,76 MPa, houve uma
diferença de 0,04% em relação ao valor de limite de resistência real de 429,57 MPa.
A baixa diferença entre o valor calculado e medido valida o modelo, dessa forma
podemos utilizar para definir o impacto de cada variável no resultado esperado.
A FIG.5.7 ilustra os impactos da temperatura, ventilação e taxa de resfriamento
no limite de resistência. Observa-se que o valor da temperatura no formador de
espiras é à variável que apresenta maior interferência no limite de resistência do fio
máquina. A temperatura é inversamente proporcional ao limite de resistência, pois
quanto maior a temperatura, maior o tamanho de grão e menor sua resistência, no
entanto para menores temperaturas se obtém grãos menores e materiais com
resistência maior.
A ventilação impacta diretamente proporcional ao valor de limite de resistência,
pois quanto maior a ventilação menor o tamanho de grão o que aumenta a
resistência do material.
A taxa de resfriamento impacta inversamente proporcional ao limite de
resistência, pois quanto maior a taxa maior a temperatura na espira, para o mesmo
tempo a espira vai permanecer com a temperatura no final do Stelmor. Isso deixará
o material mais dúctil, pois seu tamanho de grão será maior.
73
5.2 RELAÇÃO ELÁSTICA (LR/LE)
74
O T-test para o Limite de Escoamento compara os resultados dos testes 3 e 4
de forma que comprova que estatisticamente eles são diferentes como ilustrado na
FIG.5.9. Considerando que o valor de P é 0,001 e é menor do que 0,05, conclui-se
com confiabilidade de 95% que a hipótese é alternativa, o que quer dizer que possui
médias diferentes.
75
O T-test para o Limite de Escoamento compara os resultados dos testes 3 e 4
de forma que comprova que estatisticamente eles são diferentes como ilustrado na
FIG.5.11. Considerando que o valor de P é 0,000 e é menor do que 0,05, portanto
com confiabilidade de 95% a hipótese é alternativa, o que quer dizer que possui
médias diferentes.
76
O T-test para a Relação elástica compara os resultados dos testes 3 e 4 de
forma a comprovar que estatisticamente eles são diferentes como ilustrado na
FIG.5.13. Considerando que o valor de P é 0,000 e é menor do que 0,05, portanto
com confiabilidade de 95% a hipótese é alternativa, o que quer dizer que possui
médias diferentes.
77
6 CONCLUSÃO
78
No experimento 5 houve uma menor taxa de resfriamento 10 ºC/s, pois a
temperatura inicial para conformação da espira foi 910ºC, portanto houve mais
precipitação de carboneto de ferro e conseqüentemente a diminuição do limite de
escoamento.
79
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
80
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84
9 APÊNDICES
85
9.1 APÊNDICE 1: MICROGRAFIAS FIO MÁQUINA EXPERIMENTOS 1 a 7.
86
Experimento 4 - corte longitudinal/ transversal
87
Experimento 7 - corte longitudinal/ transversal
88
9.2 APÊNDICE 2: MICROGRAFIAS MEDIÇÃO DE CAREPAS EXPERIMENTOS
1 a 7.
Experimento 1 Experimento 2
Experimento 3 Experimento 4
Experimento 5 Experimento 6
89
Experimento 7
90
9.3 APÊNDICE 3: MICROGRAFIAS VERGALHÃO CA-60 SEM DISPOSITIVO
Experimento 1 Experimento 2
Experimento 3 Experimento 4
Experimento 5 Experimento 6
91
Experimento 7
92
9.4 APÊNDICE 4: TERMOGRAFIAS DOS EXPERIMENTOS DE 1 a 7
Experimento 1
Experimento 2
Experimento 3
93
Experimento 4
Experimento 5
Experimento 6
94
Experimento 7
95