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NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E

SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
1
Prof. Deivson Rodrigues Martins
Eng. Eletricista

1
email para contato: adrl2011.dr@gmail.com
SUMÁRIO
1. Introdução à Segurança com Eletricidade...............................................................02
2. Medidas de Controle de Risco Elétrico....................................................................14
3. Riscos Adicionais........................................................................................................32
4. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT........................................................38
1. Introdução à Segurança com Eletricidade
O uso da eletricidade exige do consumidor a aplicação de algumas precauções em
virtude do risco que a eletricidade representa, muitos não sabem, desconhece ou desconsideram
esse risco.
Os acidentes ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho, são ao que ocorrem com
maior frequência e comprovadamente os que trazem as mais graves consequências. As normas
de segurança estabelecem que as pessoas devam ser informadas sobre os riscos a que se
expõem, assim como conhecer seus efeitos e as medidas de segurança aplicáveis. As atividades
com eletricidade apresentam riscos a seus usuários tais como Danos Econômicos e o choque
elétrico.

1.1 Danos Econômicos


No dia a dia, seja no lar ou na indústria a maior preocupação sem dúvida é com o choque
elétrico, visto que esse é o tipo de acidente que ocorre com maior frequência. Incêndios e
explosões causados pela eletricidade são sinistros que ocorrem com maior frequência. É
importante alertar que os riscos do choque elétrico e seus efeitos estão diretamente ligados aos
valores das tensões da instalação, e é bom lembrar que apenas altas tensões causam grandes
lesões. Mas por outro lado existem mais pessoas expostas à baixa tensão do que as altas tensões
e que leigos normalmente não se expõe às altas, proporcionalmente podemos considerar que as
baixas tensões são as mais perigosas. O maior risco no trabalho com a eletricidade é o contato
direto, que pode ser definido como o ocorrido quando uma pessoa tem acesso a alguma parte
energizada de uma instalação, provocando uma passagem de corrente através do corpo, uma
vez que este é o condutor e fecha um curto-circuito entre a massa e a terra. O que torna a
eletricidade mais perigosa do que outros riscos físicos como o calor, o frio e o ruído é que ela
só é sentida pelo organismo quando o mesmo está sob sua ação.
1.2 O choque elétrico
Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se
manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica.
As manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e intensidade da
corrente, podem ser desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração mus
cular que pode provocar a morte. Até chegar de fato a morte existem estágios e outras
consequências que veremos adiante. Os tipos mais prováveis de choque elétrico são aqueles
que a corrente elétrica circula da palma de uma das mãos à palma da outra mão, ou da palma
da mão até a palma do pé. A gravidade do acidente está ligada às características físicas da
corrente e condições do acidente, tais como: natureza da corrente (contínua ou alternada),
frequência, tensão, resistência do corpo humano à passagem da corrente elétrica, que varia
segundo as condições ambientais; percurso da corrente pelo corpo e tempo de duração da
passagem. Existem três formas distintas de ocorrer o choque elétrico, choque estático, choque
dinâmico e choque através de descarga atmosférica
1.2.1 Choque estático
O choque estático acontece com o contato com equipamentos que possuem eletricidade
estática, como por exemplo, um capacitor carregado. Aqui o choque surge pelo contato direto
da pessoa com a parte energizada da instalação. O choque dura enquanto permanecer o contato
e a fonte de energia estiver ligada. As consequências podem ser pequenas contrações ou até
lesões irreparáveis. Nesse caso analisaremos o choque produzido por eletricidade estática, a
duração desse tipo de choque é muito pequena, o suficiente para descarregar a carga da
eletricidade contida no elemento energizado. Na maioria das vezes este tipo de choque elétrico
não provoca efeitos danosos ao corpo, devido à sua curtíssima duração.
1.2.3 Choque Dinâmico
É através do contato ou excessiva aproximação do fio fase de uma rede do circuito de
alimentação elétrico descoberto.
1.2.3 Através de Descarga Atmosférica
Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e está entra em contato
direto ou indireto com uma pessoa, os efeitos desse tipo de choque são terríveis e imediatos,
ocorre casos de queimaduras graves e até a morte imediata. As manifestações do choque são:
contrações musculares; comprometimento do sistema nervoso central, podendo levar a parada
respiratória; comprometimento cardiovascular provocando a fibrilação ventricular – “parada
cardíaca”; queimaduras de grau e extensão variáveis, podendo até chegar a necrose do tecido.
Em caso de acidente com choque elétrico, a primeira atitude para socorro da vítima é desligar
a corrente elétrica o mais rápido possível ou afastar a vítima do contato elétrico, utilizando
material isolante elétrico seco (borracha, madeira, amianto, etc.). O segundo passo é verificar
o nível de consciência e sinais vitais; realize a ressuscitação cardiopulmonar, se necessário
cuide das queimaduras, se houver, e providencie a hospitalização da vítima. Os casos mais
graves causados por choque são a parada cardiorrespiratória e queimadura.

CONSIDERAÇÕES
Choque elétrico é a perturbação de características e efeitos diversos que se manifesta no
organismo humano quando este é percorrido, em certas condições, por uma corrente elétrica. A
eletricidade é, inegavelmente, fonte de riscos muito perigosos. Pesquisas sobre o assunto feitas
em diversos países demonstram que o número de acidentes de origem elétrica não é muito
expressivo, todavia, o número de acidentes fatais é proporcionalmente muito elevado. As
estatísticas mostram que, de cada cinco acidentes por choque elétrico, um é fatal. Enquanto
que nos demais tipo de acidentes essa média cai consideravelmente, ficando um acidente fatal
para cada vinte ocorrências.
Os acidentes por choque elétrico ocorrem de três formas distintas:

• Pela ação direta da corrente elétrica no coração e órgãos respiratórios, podendo


ocasionar a interrupção do funcionamento dos mesmos;
• Por queimaduras, como consequência da exposição ao arco elétrico. Momento em que
a energia elétrica é transformada em energia calorífica, cuja temperatura chega a ser
superior a 1000ºC;
• Pela ação indireta ao choque elétrico, quando a vítima cai de uma escada ou do alto de
um poste, ou ainda por asfixia mecânica, quando a língua sob o efeito da corrente
elétrica se enrola, fechando a passagem do ar que leva o oxigênio aos pulmões.
1.3 Avaliações da Corrente Elétrica Produzida por Contato com Circuito
Energizado
Para avaliação da corrente elétrica que circula num circuito vamos utilizar a Lei
de Ohm, que estabelece o seguinte: I = V/R.
Onde:
I = Corrente em Ampères
V = Tensão em Volts
R = Resistência em Ohms
A lei de Ohm estabelece que a intensidade da corrente elétrica que circula numa
carga é tão maior quanto maior for a tensão, ou menor quanto menor for a tensão. No caso
do choque elétrico o corpo humano participa como sendo uma carga, o corpo humano ou
animal é condutor de corrente elétrica, não só pela natureza de seus tecidos como pela
grande quantidade de água que contém. O valor a resistência em Ohms do corpo humano
varia de indivíduo para indivíduo, e também varia de função do trajeto percorrido pela
corrente elétrica. A resistência média do corpo humano medida da palma de uma das
mãos à palma de outra. Ou até a planta do pé é da ordem de 1300 a 3000 Ohms, de acordo
com a Lei de Ohm, e com base no valor da resistência do corpo humano podemos avaliar
a intensidade da corrente produzida por um choque elétrico, isso serve de análise dos
efeitos provocados pela corrente elétrica em função de sua intensidade.

1.4 Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano

Os efeitos do choque elétrico no corpo humano variam e dependem


principalmente das seguintes circunstâncias:

1.4.1 Intensidade da Corrente


Quanto maior for a intensidade da corrente que percorrer o corpo, pior será o seu
efeito no mesmo. As correntes elétricas de baixa intensidade provocam a contração
muscular, situação em que muitas vezes não consegue se desprender do objeto
energizado.
1.4.2 Frequência
As correntes elétricas da alta frequência são menos perigosas ao organismo
humano do que as de baixa frequência;
1.4.3 Natureza da Corrente
O corpo humano é mais sensível à corrente alternada de frequência industrial
(50/60 Hz) do que a corrente continua. O limiar de sensação da cor- rente continua é da
ordem de 5 mA, enquanto que na corrente alternada é de 1 mA A corrente elétrica passa
a ser perigosa para o homem a partir de 9 mA, corrente alternada, já para corrente
contínua, esse valor é a partir de 45 mA
1.4.4 Condições orgânicas do Indivíduo
Os efeitos do choque elétrico variam de pessoa para pessoa, e dependem
principalmente das condições orgânicas da vítima. Pessoas com problemas cardíacos,
respiratórios, mentais, deficiência alimentar, etc.; estão mais propensas a sofrer com
maior intensidade o choque elétrico. Os idosos submetidos a uma intensidade de choque
elétrico relativamente fraco, podem sofrer sérias consequências.
1.4.5 Resistência do Corpo
Também a resistência ôhmica varia de indivíduo para indivíduo. A epiderme seca
tem uma resistividade que depende do seu estado de endurecimento (calosidade). Está é
maior nas pontas dos dedos do que na palma da mão, e maior nesta do que no braço. A
pele molhada diminui a resistência de contato, permitindo assim a passagem de maior
intensidade de corrente elétrica. Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica
os tecidos e lesa os tecidos nervoso e cerebral, provoca coágulos nos vasos sanguíneos e
pode paralisar a respiração e os músculos cardíacos. A corrente elétrica pode matar
imediatamente ou pode colocar a pessoa inconsciente. A corrente faz os músculos se
contraírem a 60 ciclos por segundo, que é a frequência da corrente alternada. A
sensibilidade do organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido
como Limiar de Sensação e que ocorre com intensidade de corrente de 1 mA para corrente
alternada e 5 mA para corrente contínua. Pesquisadores definiram três tipos de efeitos
manifestados pelo corpo humano quando da presença de eletricidade. São eles, Limiar
de Sensação (Percepção), Limiar de Não Largar e Limiar de Fibrilação Ventricular.

1.5 Trajeto da Corrente Elétrica no Corpo Humano

O corpo humano é condutor de eletricidade e sua resistência varia de pessoa para


pessoa, dependendo ainda do percurso da corrente. A corrente no corpo humano sofrerá
variações conforme for o trajeto percorrido e com isso provocará efeitos diferentes no
organismo, quando percorridos por corrente elétrica os órgãos vitais do corpo podem
sofrer agravamento e até causar sua parada levando a pessoa até a morte.
Os efeitos fisiológicos da corrente elétrica dependerão, em parte, do percurso por
onde ela passa no corpo humano, isso porque na sua passagem poderá atingir centros e
órgãos de importância vital, como o coração e pulmões. Quanto ao percurso, temos;

Percurso 1
Ligação de dois pontos com diferença de potencial elétrico por intermédio de dois
dedos de uma mesma mão. Neste tipo de percurso, denominado pequeno percurso, não
há risco de vida; poderá, no entanto, sofrer queimaduras ou perda dos dedos.
Percurso 2
A corrente entra por uma das mãos e sai pela outra, percorre o tórax, e atinge a
região dos centros nervosos que controlam a respiração, os músculos do tórax e o coração.
É um dos percursos mais perigosos. Dependendo do valor da corrente produzirá asfixia e
fibrilação ventricular, ocasionando uma parada cardíaca.
Percurso 3
A corrente entra por uma das mãos e sai por intermédio dos pés, percorre parte do
tórax, centros nervosos, diafragma e órgãos abdominais. Dependendo da intensidade da
corrente produzirá asfixia e fibrilação ventricular, e em consequência ocasionará,
igualmente uma parada cardíaca.

Percurso 4
No caso de a corrente transitar de pé para pé, através das pernas, coxas e abdômen,
o perigo neste tipo é bem menor que nos casos anteriores. Sentirá, no entanto,
perturbações dos órgãos abdominais e os músculos sofrerão alterações.

1.6 Tipos da Corrente Elétrica

O corpo humano é mais sensível a corrente alternada do que à corrente continua.


os efeitos destes no organismo humano em geral são os mesmos, passando por contrações
simples para valores de baixa intensidade e até resultar em queimaduras graves e a morte
para valores maiores. Existe apenas uma diferença na sensação provocada por correntes
de baixa intensidade; a corrente continua de valores imediatamente superiores a 5 mA
que é o Limiar de sensação, cria no organismo a sensação de aquecimento ao passo que
a corrente alternada causa a sensação de formigamento, para valores imediatamente acima
de 1 mA.

1.7 Tensão Nominal

A tensão nominal de um circuito é a tensão de linha pela qual o sistema é


designado e à qual são referidas certas características operacionais do sistema. De acordo
com os padrões atuais norte-americanos, as tensões são classificadas em:
Baixa Tensão 0V >1.000 V
Média Tensão > 1.000 V < 72.500 V
Alta Tensão >72.500 V <242.000 V
Extra-alta Tensão >242.000 V <800.000 V

Partido das premissas que os efeitos danosos ao organismo humano são


provocados pela corrente e que esta pela Lei de Ohm é tanto maior quanto for a tensão,
podemos concluir que os efeitos do choque são mais graves a medida que a tensão
aumenta, e pela mesma Lei de Ohm quanto menor a resistência do circuito maior a
corrente, portanto concluímos que não existem valores de tensões que não sejam
perigosas. Para condições normais de influências externas, considera-se perigosa uma
tensão superior a 50 Volts, em corrente alternada e 120 Volts em corrente continua, o
corpo humano possui em média uma resistência na faixa de 1300 a 3000 Ohms, assim
uma tensão de contato no valor de 50V, resultará numa corrente de: I=50/1300=38,5 mA
O valor de 38,5 mA em geral não é perigoso ao organismo humano, abaixo
apresentamos o valor de duração máxima de uma tensão em contato com o corpo humano,
os valores indicados baseiam-se em valores limites de correntes de choque e
correspondem a condições nas quais a corrente passa pelo corpo humano de uma mão
para outra ou de uma mão para planta de pé, sendo que a superfície de contato é
considerada a pele relativamente úmida;

Duração máxima da tensão de contato CA (50/60 Hz)

Tensão de Contato (V) Duração Máxima (seg.)


<50 Infinito
50 5
75 0,60
90 0,45
110 0,36
150 0,27
220 0,17
280 0,12

Duração máxima da tensão de contato CC


Tensão de Contato (v) Duração Máxima (seg.)
<120 Infinito
120 5
140 1
160 0,5
175 0,2
200 0,1
250 0,05
310 0,03
1.6 Intensidade da Corrente Elétrica
As perturbações produzidas pelo choque elétrico dependem da intensidade da
corrente que atravessa o corpo humano, e não da tensão do circuito responsável por essa
corrente. Até o Limiar de Sensação, a corrente que atravessa o corpo humano é
praticamente inócua, qualquer que seja a sua duração, a partir desse valor, á medida que
a corrente cresce a contração muscular vai se tornando mais desagradável. Para as
frequências industriais (50-60 Hz), desde que a intensidade não exceda o valor de 9 mA,
o choque não produz alterações de consequências graves, quando a corrente ultrapassa 9
mA, as contrações musculares tornam-se mais violentas e podem chegar ao ponto de
impedir que a vítima se liberte do contato com circuito, se a zona torácica for atingida
poderão ocorrer asfixia e morte aparente, caso em que a vítima morre se não for socorrida
a tempo. Correntes maiores que 20 mA são muito perigosos, mesmo quando atuam
durante curto espaço de tempo, as correntes da ordem de 100 mA, quando atingem a zo
na do coração, produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou 3 segundos, e a morte é
praticamente certa. Correntes de alguns Ampères, além de asfixia por paralisação do
sistema nervoso, produzem queimaduras extremamente graves, com necrose dos tecidos,
nesta faixa de corrente não é possível o salvamento, a morte é instantânea

1.8 Duração máxima da tensão de contato

Intensida- de Perturbações pro- váveis Estado apóso Salvamento Resultado Final


(mA) choque

1 Nenhuma Normal ---- Normal


Sensação cada vez mais Desnecessário Normal
desagradável à medida que a
1-9 in- tensidade aumenta. Normal
Contrações musculares

Sensação dolorosa, Respiração artificial Restabeleci- mento


9-20 contrações violentas, Morte
perturbações circulatórias. aparente

Sensação insuportável, Morte


20-100 contrações violentas asfixia aparente Respiração artificial Restabelecimento
perturbações circu latórias ou morte
graves inclusive fibrilação
ventricular.
>100 Asfixiaimediata, fibrilação Morte apa- Muito difícil Morte
ventri- rente
cular.
Vários Asfixia imediata, Morte Praticamente Morte
Ampéres queimaduras graves Apa impossível
rente
ou i
media
ta

1.9 Duração do choque


O tempo de duração do choque é de grande efeito nas consequências geradas, a
corrente de curta duração tem sido inócua, razão pela qual não se considerou a eletricidade
estática, por outro lado quanto maior a duração mais danosa os efeitos.

1.10 Resistência do circuito


Quando o corpo humano é intercalado ao circuito elétrico, ele passa a ser
percorrido por uma corrente elétrica cuja intensidade de acordo com a Lei de Ohm é em
função da tensão e da resistência. Dependendo das partes do corpo intercalado ao circuito
a resistência. Dependendo das partes do corpo intercalado ao circuito a resistência do
conjunto pode vari- ar, e com isso a corrente também será alternada.

1.11 Frequência da corrente


O Limiar de sensação da corrente cresce com o aumento da frequência, ou seja,
correntes com frequências são menos sentidas pelo organismo, estas correntes de altas
frequências acima de 100000 Hz, cujos efeitos se limitam ao aqueci- mento são
amplamente utilizadas na medicina como fonte de febre artificial. Nessas condições pode-
se fazer circular até 1 A sobre o corpo humano sem causar perigo. O quadro abaixo lista
diversos valores de Limiar de Sensação em função do aumento da frequência da corrente
elétrica.
Freqüência (Hz) 50-60 500 1.000 5.000 10.000 100.000

Limiar de Sensação 1 1,5 2 7 14 150


(mA)
1.12 Arco Elétrico
O arco elétrico ou voltaico caracteriza-se pelo fluxo da corrente elétrica através
de um meio isolante como o ar. Geralmente é produzido com a conexão e desconexão
de dispositivos elétricos, em caso de curto circuito.
O arco voltaico produz calor e pode causar queimaduras de segundo e terceiro
grau, pode também provocar incêndios. O arco tem curta duração menor que ½
segundo.
Estudos mostram que se um arco durar mais que 100 ms as pessoas e os
equipamentos estão expostos a riscos de queimaduras graves. Caso ele dure mais que 500
ms pode acontecer uma explosão causando destruição total de equipamentos e morte de
pessoas.
1.12.2 Causas do Arco Elétrico:
Vejamos aqui alguns procedimentos que poderão causar um arco elétrico.
• Centelhamento ao conectar ou desconectar um dispositivo elétrico;
• Trabalhadores com movimentos bruscos ou descuido de manejo de ferramentas
• Trabalhadores portadores de materiais condutivos, ou seja, usando adornos;
• Contaminação por sujeira ou água nas instalações;
• Presença de animais como, gatos e ratos que provocam curtos em barramentos
de painéis ou subestações;
• Eletricista experiente realizando manutenção com cabos energizados;
• Ferramenta na mão causando curto entre duas fases;
• Curto-circuito;
• Falhas em partes condutoras que integram ou não o circuito;

1.12.2 Consequências do Arco Elétrico:

As consequências do arco elétrico para o ser humano são:


• Queimaduras;
• Incêndio;
• Quedas devido às correntes das ondas de pressão que podem se formar pela
expansão do ar;
• Morte.

Arco elétrico em subestação


1.12.3 Proteção Contra os Perigos do Arco
Veremos alguns procedimentos que podem ajudar a nos protegermos dos arcos elétricos:
• Os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a operação
devem ser inspecionados e instalados de forma a garantir a segurança do
trabalhador;
• O trabalhador deverá usar vestimentas que protejam do arco elétrico;
• Não deverá utilizar roupas de nylon, pois podem queimar e ficar agarradas na
pele do trabalhador;
• Sistemas de intertravamento;
• Fechaduras com chave não intercambiáveis;
• Corredores operacionais deverão ser curtos, altos e largos;
• Coberturas sólidas ou barreiras ao invés de coberturas ou telas;
• Equipamentos ensaiados para resistir aos arcos internos;
• Emprego de dispositivos limitadores de corrente;
• Usar EPIS (equipamentos de proteção individual) e roupa de proteção
adequada.

1.13 Campos Eletromagnéticos


Os campos eletromagnéticos são uma espécie de linhas de força invisíveis. Onde existir
corrente elétrica haverá campos eletromagnéticos. O normal de um campo magnético é ter uma
medição até um micro tesla.

Vivemos em contato com o campo eletromagnético o tempo todo. Ao falarmos ao


telefone, ao utilizarmos o micro-ondas, ficamos expostos ao campo eletromagnético dos
aparelhos elétricos.

Existem estudos que dizem que os efeitos colaterais do campo eletromagnético afetam
o corpo humano. Os campos eletromagnéticos podem causar nos seres humanos: alterações em
válvulas cardíacas, em marca-passo, derrame, queimaduras, catarata. Os cientistas ainda estão
estudando outras possibilidades de doenças como: perda de memória, cansaço, mudanças
genéticas, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, cânceres, leucemia, redução de fertilidade e
impotência.

Os trabalhadores que tiverem próteses metálicas, pinos, encaixes, articulações


metálicas, devem ter uma atenção especial com o campo eletromagnético, pois a radiação
emitida promove aquecimento intenso nos elementos metálicos, podendo provocar necroses
ósseas. Já àqueles que têm marca-passo ou aparelhos auditivos, poderão ter um mau
funcionamento dos mesmos.
1.13.1 Exemplos de Fontes Terrestres de Radiação Eletromagnética:
A radiação eletromagnética é transmitida através das diversas fontes abaixo:
• Linhas de transmissão
• As estações de rádio e de TV,
• O sistema de telecomunicações à base de micro-ondas,
• Lâmpadas artificiais,
• Corpos aquecedores.

1.13.2 Campos Eletromagnéticos das Linhas de Transmissão e Distribuição


Os campos eletromagnéticos das linhas de transmissão e de distribuição são mais
perigosos e extensos, portanto existe uma faixa de segurança no trajeto destas linhas que
devem ser respeitadas. No Rio de Janeiro esta faixa é desrespeitada e existem linhas que
passam exatamente por cima de casas, expondo os moradores a extremo perigo de
contato com o campo eletromagnético.
As casas nas proximidades das linhas de transmissão acarretam um grande
problema para os moradores, pois eles ficam 24 horas expostos ao intenso campo
eletromagnético e com o passar do tempo muitos podem desenvolver diversas doenças
como anemias, leucemias e cânceres.
Linha de Transmissão

2. Medidas de Controle de Risco Elétrico


Esse capítulo apresenta as medidas que podem e devem ser adotadas pelos
profissionais para controlar o risco de acidentes envolvendo a eletricidade no ambiente
de trabalho. Cada uma das medidas pode apresentar vantagens e desvantagens quando
aplicadas, por isso, podem ser utilizadas mais de uma medida para garantir a segurança
durante a realização das atividades.
2.1 Desenergização

O sistema elétrico periodicamente precisa receber manutenções, preventivas e


corretivas, e diversas vezes o sistema, como um todo, não pode ser completamente
desligado – o que acarretaria, por exemplo, no corte do fornecimento de energia para toda
uma cidade. Uma forma de realizar as atividades necessárias, reduzindo os riscos ao
máximo, é realizando a desenergização, esse processo não é o simples desligamento do
sistema, mas a supressão da energia na instalação – o que o torna mais seguro. Por essas
características, frequentemente, o trabalho em instalações desenergizadas é definido
como “trabalho sobre tensão”.

A NR10 diferencia uma instalação desligada de uma desenergizada. A instalação


energizada é aquela em que existe uma tensão igual ou superior a 50 volts em corrente
alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua. A tensão pode se formar por
diversas razões na instalação. Por sua vez, a desenergização do sistema faz com que além
de eliminar a tensão no sistema, não seja possível a energização – acidental ou por fatores
naturais, como um raio.

A desenergização de um sistema é o resultado final a partir da realização de um


conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a
efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo
de intervenção e sob o controle dos trabalhadores envolvidos. Para serem consideradas
desenergizadas e liberadas para o trabalho, é necessário que os processos sejam
respeitados e realizados em ordem.

2.1.1 Primeiros Passos da Desenergização


Antes dos processos práticos e diretos da desenergização, inicialmente deve ser
delimitada e sinalizada a área de serviço, para isso devem ser utilizados cones, fitas e
outras barreiras. Em sequência o planejamento da atividade deve ser definido, assim como
os EPI e EPC, o ferramental e os materiais de serviço. Por fim, para poder realizar a
atividade em segurança, deve ser feito o pedido de bloqueio do religamento automático
ao Centro de Operação e Distribuição (COD).

O seccionamento representa o ato de promover a descontinuidade elétrica total,


com afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e outro. Ele é obtido mediante
o acionamento de dispositivos apropriados – como uma chave seccionadora, um
interruptor ou um disjuntor – por meios manuais ou automáticos ou através de ferramental
apropriado e procedimentos específicos. É importante observar qual é a função no sistema
do circuito que é seccionado e também ter ciência que seccionar não é o mesmo que
desligar.

Para a segurança durante a realização dos trabalhos é importante que o sistema


seja mantido completamente desenergizado. Essa etapa da desenergização consiste no
estabelecimento de condições que impeçam a reenergização do circuito ou dos
equipamentos, isso assegura o controle do seccionamento.

Na prática, trata-se da aplicação de travamentos mecânicos no sistema, por meio


de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares ou com sistemas informatizados
equivalentes que impedem a energização acidental. É muito importante que os
trabalhadores impeçam que colegas de trabalho possam, acidentalmente, religar o circuito
em que estão trabalhando.

O processo de desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa


instalação deve ser sempre programado e amplamente divulgado. Isso é imprescindível
para que a interrupção da energia elétrica reduza os transtornos e a possibilidade de
acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação a todos os
envolvidos.

A desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação


deve ser sempre programada e amplamente divulgada para que a interrupção da energia
elétrica reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser
autorizada mediante a divulgação a todos os envolvidos.

Uma das etapas mais importantes de todo o processo, nela é realizada a verificação
da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico. Deve ser feita com
instrumentos de medição dos painéis ou instrumentos detectores de tensão. Todos os
equipamentos devem ser testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo
realizada por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
O teste dos equipamentos realizado antes e depois de seu uso garante que ele esteja
funcionando durante a atividade. Deve ser feito em um local energizado primeiramente,
depois no local que foi desenergizado e, assim que constatada a ausência de tensão, o
teste deve ser realizado novamente em local energizado para constatar que este não se
deteriorou durante o processo.

Após finalizar os processos realizados para eliminar a tensão do circuito, um


condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado a uma haste que
deve ser conectada a terra. Isso é importante para que sejam reduzidos os riscos
relacionados à energização do sistema durante a realização dos trabalhos, uma vez que
isso pode acontecer devido ao atrito dos trabalhadores e dos equipamentos com o sistema,
por ação da natureza, dentro outros fatores. Isso garante a equipotencialização dos
condutores do circuito com a terra.

É importante sempre realizar as atividades de trabalho entre dois pontos


devidamente aterrados, de forma a minimizar os riscos.

A zona controlada, quando em relação a um sistema elétrico, é definida como a


área em torno da parte condutora energizada, segregada, acessível, de dimensões
estabelecidas de acordo com nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados, como disposto no Anexo II da NR10 e apresentado abaixo.
Podendo ser feito com anteparos, dupla isolação invólucros etc.

É importante verificar a existência de equipamentos energizados nas


proximidades do circuito ou dos equipamentos que vão sofrer intervenção. Também é
importante verificar os procedimentos, os materiais e os EPI´S e EPC´S necessários para
a execução dos trabalhos, além disso, se deve obedecer a tabela da zona de risco e da zona
controlada.

Mesmo com os diversos mecanismos de impedimento e a atenção dos


responsáveis pela desenergização, ela ainda pode ser desfeita por alguma pessoa que não
participou ou foi devidamente informada da atividade. Por isso, deve ser adotado um
sistema efetivo de sinalização de segurança, destinada à advertência e à identificação da
razão de desenergização e informações do responsável. Os cartões, avisos, placas ou
etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente
fixados, esse processo é tão importante quando os outros procedimentos.

Os mesmos responsáveis pela instalação dos processos de desenergização e pela


realização dos serviços tem a responsabilidade de, após inspeção geral e certificação da
retirada de todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciaram a remoção dos
conjuntos de aterramento, e adotaram os procedimentos de liberação do sistema elétrico
para operação. Os serviços a serem executados em instalações elétricas desenergizadas,
mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao
que estabelece o disposto no item 10.6 da NR10, que diz respeito a segurança em
instalações elétricas energizadas

2.2 Aterramento

Consiste na ligação do sistema e/ou dos equipamentos a terra, através de um


componente condutor, para que seja possível o escoamento de cargas de fuga do sistema.
Portanto os profissionais ficam protegidos contrachoques elétricos acidentais oriundos de
falhas ou condições diferentes das normais de trabalho.

Aterramento elétrico é uma das medidas mais seguras quando falamos em atuar
com a eletricidade, assim garante o bom funcionamento das instalações, sem falar que
atende as exigências das normas vigentes.

Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) aterrar significa


colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial da terra. Fazendo isso, em casos
de uma fuga de corrente elétrica, a eletricidade tende a ir para o menor potencial, ou seja,
a terra que tem o potencial próximo de zero. Finalmente os profissionais ou pessoas que
realizam trabalhos ou ficam próximos a equipamentos energizados não recebam o choque
elétrico.

Podemos dizer que o objetivo do aterramento pode ser dividido em três partes,
sendo:

• Proteção da integridade dos profissionais da área, usuários e animais;


• Permitir um funcionamento adequado dos dispositivos;
• Realizar a descarga de energia elétrica indesejada das carcaças de equipamentos.

A maioria das pessoas sabem que o objetivo do sistema de aterramento elétrico é


garantir a segurança das pessoas que interajam com a energia elétrica de forma doméstica
ou profissional. Esse assunto é abordado na NBR 5410 e também na Norma
Regulamentadora NR10. Um fator muito importante para o bom funcionamento de
equipamentos elétricos é o aterramento elétrico

Os fusíveis, disjuntores ou similares, seja por sobrecarga ou corrente de curto


circuito, sempre irão depender do aumento da corrente, portanto, caso não exista o sistema
de aterramento elétrico, não ocorrerá a vazão corrente elétrica. Se utilizarmos uma
geladeira como exemplo, e supondo que seu motor possua uma corrente de fuga e não
haja um sistema adequado de aterramento, está sobrecarga será descarregada no momento
em que essa pessoa tocar a carcaça e receber o choque que será direcionado para a terra.
Ligação através de um dos condutores do sistema neutro.

Ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação.

São as ligações da elétrica efetivadas utilizando baixa impedância intencional à


terra, a intenção é garantir a equipotencialidade continua durante todas as intervençoes
nas instalações elétricas.

São utilizados diferentes esquemas, os métodos apresentados são caracterizados


pelo aterramento do neutro da BT de um transformador AT/BT e também das partes
metálicas expostas da instalação BT. O uso desses métodos é orientado a partir das
medidas necessárias para a proteção contra os riscos de contatos indiretos. Quando
necessário, podem ser aplicados mais de um aterramento nas instalações.

Para a construção de um sistema de proteção confiável, é especialmente relevante


que os profissionais sejam capacitados e qualificados, devendo ter o curso NR10 e
também cursos específicos na área, este serviço não pode ser feito por amadores. Portanto
profissionais que estão sempre se atualizando acabam saindo na frente.

Conforme a NBR 5410, instalações de baixa tensão devem obedecer, em relação


aos aterramentos funcional e de proteção, a 3 (três) esquemas básicos TT, TN e IT,
observando a simbologia conforme abaixo:

Primeira letra – Alimentação em relação a terra:

T – um ponto que está aterrado diretamente


I – ponto não aterrado

Segunda letra – situação das massas em relação à terra:


T – diretamente aterradas (qualquer ponto)
N – ligadação feito no ponto aterrado de alimentação (não existe aterramento próprio)
I – As massas são isoladas, e não são aterradas

Outras letras – definem a forma de aterramento da massa, com o aterramento da fonte


de alimentação:

S – proteção e neutro (PE) por condutores separados


C – proteção e neutro, são feitos em apenas um condutor (PEN).
O esquema TN possui variações para uma melhor aplicabilidade. Conforme este
esquema a seguir, você pode observar que a fonte de alimentação deve ser diretamente
aterrada como no esquema TT. Outro detalhe é que nesta instalação, as partes metálicas
são expostas e as partes metálicas que não pertencem a instalação são conectadas ao
condutor neutro pelos condutores que fazem a proteção.

Observe que neste esquema as funções de neutro e de proteção são conjugadas em


somente um condutor que deve ser nomeado como condutor de proteção neutro que
possui a sigla PEN. Ele precisa estabelecer um ambiente equipotencial eficaz com a
utilização de eletrodos espaçados regularmente.

É importante destacar que este esquema não é aceito a condutores de seção inferior
a 10mm² e para os equipamentos portáteis e flexíveis. Assim, em locais onde existe risco
de incêndio o uso é proibido, devido as suas características para estas situações
nas instalações elétricas residenciais e prediais.
Para o aterramento TN-S, condutores de proteção e neutro são separados. Em
circuitos elétricos de cobre com seções menores que 10mm² e também nos condutores de
alumínio e em equipamentos móveis 16mm², tem a obrigatoriedade de usar condutores
separados PE e N.

Podendo ter a sua utilização em uma mesma instalação os esquemas TN-C e TN-
S, fazem com que as funções de neutro e de proteção sejam combinadas em um único
condutor. Dessa forma, o esquema TN-C não deve jamais ser usando no fluxo do sistema
TN-S. A separação do ponto do condutor PE com o condutor PEN normalmente é na
origem do sistema.
Esquema TT

Em um aterramento no esquema TT um ponto da fonte de alimentação é


diretamente aterrado. Por sua vez, todas as partes metálicas expostas do sistema, além de
todas aquelas estranhas à instalação são ligadas a um ou mais de um eletrodo de
aterramento da alimentação. O eletrodo ao qual as partes são ligadas é independente
daquele ligado à fonte, de forma que suas zonas de influência podem se sobrepor sem
afetar a operação do dispositivo de proteção.

No esquema IT não é realizada nenhuma conexão intencional entre o ponto neutro


da fonte e a terra, além disso, todas as partes condutoras expostas e estranhas à instalação
são ligadas ao eletrodo de terra. Todo circuito tem uma impedância de fuga para a terra,
uma vez que nenhuma isolação é perfeita.

As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades:

– massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentação, se existente;

– massas aterradas em eletródo (s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo
de aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas é
independente do eletrodo de aterramento da alimentação. A figura abaixo ilustra uma das
cinco formas de se realizar um aterramento IT
Massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterramento da alimentação.

É mais comum em redes de distribuição e visa dar maior segurança para os


profissionais que atuam na área elétrica. O aterramento é a ligação do equipamento ou de
toda a rede condutora de energia elétrica com a terra, através de cabos condutores, isso é
necessário para que a fuga de corrente seja direcionada para a terra.

Devido a esse procedimento, na existência de carga elétrica circulando em áreas


expostas que possa ocorrer o contato do trabalhador ou terceiros com a energia elétrica,
elas são transferidas para a terra evitando o choque elétrico.

Todos os procedimentos de aterramento devem ser realizados antes e depois dos


trechos de intervenção do circuito, exceto quando ocorrer no final do trecho. O ponto de
trabalho deve sempre estar isolado. Dessa forma podemos concluir que o aterramento
temporário sempre deve ter a capacidade de conduzir a máxima potência do sistema.
Aterramento Temporário

É um ponto importantíssimo em uma instalação, durante algum tempo muitas


pessoas acreditavam que usar ferragens das caixinhas das tomadas, ou das tubulações
eram o necessário para criar um aterramento elétrico eficiente. No passado isso acabava
sendo a única saída. Nos tempos atuais a haste de aterramento é de fundamental
importância, a haste de aço com revestimento de cobre, é a mais usada, porém, é
importante saber quando usar ou não está haste, e principalmente, como deve ser a
configuração usada. Um sistema eficiente deve ser baseado em normas que tratam sobre
os tipos de eletrodos permitidos para o sistema de aterramento.

2.3 Equipotencialização
O termo “equipotencialização” representa o ato e o resultado obtido quando são
colocadas em prática medidas para que a diferença de potencial entre dois ou mais corpos
seja a mínima possível. Diferentemente do aterramento, que necessita que
obrigatoriamente os elementos condutores tenham contato direto com a terra, a
equipotencialização não envolve a ligação direta com a terra. Isso acontece devido à
premissa básica desse processo de colocar os condutores no mesmo potencial entre si.
É muito importante que em qualquer ligação os elementos condutores, as massas e a terra
estejam o mais próximo possível de um mesmo potencial. Isso evita o risco de choques,
o mau funcionamento dos equipamentos e danos aos equipamentos eletroeletrônicos.

2.3.1Como equipotencializar o sistema

Para a realização da equipotencialização existe uma prática que é mais comum ser
adotada. Ela consiste na interligação dos elementos metálicos não energizados que
compõem o circuito em um mesmo potencial. Ou seja, a interligação das partes do circuito
para que o potencial possa ser dividido nessas partes e, assim, ser igual entre elas.
Normalmente, para a segurança dos envolvidos, essa ligação também envolve a terra, o
que possibilita um potencial menor e o descarregamento do circuito.

É importante ter atenção redobrada sobre alguns fatores:

• Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas aos condutores de


proteção.
• Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal de todo
o sistema, em condições especificadas, e tantas equipotencializações
suplementares quantas forem necessárias das partes individuais do sistema.
• Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um
mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de equipotencializações
adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de
compatibilidade eletromagnética.
• Massas simultaneamente acessíveis devem estar vinculadas a um mesmo
eletrodo de aterramento, sem prejuízo de equipotencializações adicionais que se
façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagnética.
• Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro
das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem estar
vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuízo de
equipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção
contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética.
• Todo circuito deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão.

2.3.2 Relação com a norma NBR 5410

Segundo a norma NBR 5410, um condutor de proteção em um sistema de


equipotencialização pode ser comum a mais de um circuito. Além disso, um condutor de
proteção pode ser comum a dois ou mais circuitos, desde que esteja instalado no mesmo
conduto que os respectivos condutores de fase e sua seção seja dimensionados para a mais
severa corrente de falta presumida e o mais longo tempo de atuação do dispositivo de
seccionamento automático verificados nesses circuitos, ou em função da maior seção do
condutor da fase desses circuitos.

Alguns elementos podem ser excluídos do processo de equipotencialização:

• Suportes metálicos de isoladores de linhas aéreas fixados à edificação que estiverem


fora da zona de alcance normal;
• Postes de concreto armado em que a armadura não é acessível;
• Massas que, por suas reduzidas dimensões (até aproximadamente 50 mm x 50 mm) ou
por sua disposição, não possam ser agarradas ou estabelecer contato significativo com
parte do corpo humano, desde que a ligação a um condutor de proteção seja difícil ou
pouco confiável.

2.4 Seccionamento Automático da Alimentação

Os trabalhos que envolvem o setor elétrico são de suma importância, porém eles
podem apresentar diversos riscos à saúde e à vida dos envolvidos devido aos efeitos que
a eletricidade tem no corpo humano. Em 2011 no Brasil, segundo dados da Associação
Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, 298 mortes foram causadas
por choques elétricos, além disso, a eletricidade foi a causa provável para 265 incêndios.
Para minimizar esses perigosos, várias formas de prevenção são aplicadas no ambiente
de trabalho visando aumentar a segurança e proteger os trabalhadores.

2.4.1 O seccionamento e os dispositivos DR

Uma dessas prevenções é o sistema de seccionamento aplicado nos sistemas. O


seccionamento é destinado a interromper a alimentação de toda ou de parte de uma
instalação elétrica, de maneira que o intervalo no qual ele é aplicado esteja separado de
qualquer fonte de energia elétrica. Esse sistema é instalado para se evitar que uma tensão
de contato se mantenha por um tempo que possa resultar em risco de efeito fisiológico
perigoso para as pessoas.

A principal causa de acidentes, da destruição e incêndios é a corrente de fuga à


terra. Elas provocam riscos às pessoas, aumento do consumo de energia, aquecimento
indevido, destruição da isolação e podem ocasionar incêndios. O seccionamento como
um dos objetivos o monitoramento e a prevenção desses efeitos, para isso são instalados
dispositivos no sistema, conhecidos como Dispositivos DR (Diferencial Residual),
Módulo DR ou Disjuntor DR. Esses dispositivos controlam a passagem da corrente e
cortam a entrada de energia no sistema, automaticamente, em casos de fuga de corrente
com tensão de contato superior ao valor limite que pode ser de 50 volts em área seca e de
25 volts em área molhada.

2.5 Dispositivos a Corrente de Fuga

Esse dispositivo tem por finalidade seccionar a energia elétrica que alimenta
determinado circuito, na ocorrência de uma corrente de fuga que exceda determinado
valor, sua atuação deve ser rápida, menor do que 0,2 segundos. Este tipo de dispositivo é
conhecido como DR de Diferencial Residual que é o princípio de funcionamento.
O DR é constituído por um transformador de corrente toroidal, um disparador e o
mecanismo de seccionamento dos contatos. Por este transformador de corrente passam os
condutores fase e neutro da instalação elétrica do circuito a ser protegido. Este
transformador de corrente é quem detecta o aparecimento da corrente de fuga através do
desequilíbrio da corrente (1ª lei de Kirchoff). Numa instalação sem defeitos, a somatória
das correntes no primário do transformador de corrente é nula, conforme mostra a figura
abaixo. Em caso de uma fuga de corrente à terra, pelo motivo que for, o dispositivo
verifica esta fuga e atua o disparado, atuando o mecanismo de seccionamento dos
contatos.

Funcionamento do DR

2.5.1 Não balanceamento devido à corrente de fuga-DR

É necessário que tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalação elétrica


estejam ligados a um sistema de terra para que o dispositivo funcione corretamente.

Os dispositivos também apresentam em sua construção um elemento que permite


que os mesmos sejam testados de tal modo que podem certificar-nos de que se encontram
dentro das especificações de operação. Este elemento é um botão de teste existente em
todos os DR´S.

2.6 Extra Baixa Tensão: SELV E PELV

A segurança de um Sistema de Extra Baixa Tensão (SELV) deriva da baixa


voltagem apresentada por ele, um sistema PELV (do inglês protected extra-low voltage),
Sistema de Extra Baixa Tensão Protegido tem as mesmas características, diferenciado
somente por não ser eletricamente separado da terra. Em ambos a voltagem não deve
exceder 120 volts em corrente contínua e 50 voltes em corrente alternada, de maneira que
ela seja sempre muito baixa para causar uma corrente com potência suficiente para causar
um choque elétrico nocivo ao ser humano.
O ser humano não deve fazer contato com correntes em nenhuma voltagem, uma
vez que não está preparado para suportar os efeitos da corrente no corpo. Por isso as partes
vivas dos sistemas devem estar protegidas, porém, quando elas não podem ser isoladas
ou protegidas, devem ser alimentadas a baixa voltagem entre 120 volts em corrente
contínua e 50 volts em corrente alternada. Mesmo nessas condições que oferecem risco
menor, às vezes ainda é preciso isolar o sistema, por exemplo, para a prevenção de curtos.

2.6.1 Características:

O SELV é um sistema eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal


modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico. Já um
sistema PELV, não é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo
equivalente, todos os requisitos de um SELV.

Para ser considerado como um Sistema de Extra Baixa Tensão (SELV), uma
instalação deve apresentar as seguintes condições:

• Deve ser impossível para a o sistema de extra baixa tensão entrar em contato
com um sistema de baixa voltagem. Para isso a instalação deve ter os terminais
protegidos contra o surgimento de uma baixa voltagem.
• Não deve existir nenhuma conexão, seja entre as partes vivas do sistema SELV e
a terra, seja entre o sistema de proteção contra correntes de baixa voltagem. O
perigo nessa situação é que o aterramento ou outro sistema pode apresentar
aumento na voltagem da tensão em condições de falha e essa tensão ser
absorvida no sistema SELV.
• Deve existir uma separação física entre os condutores do sistema.
• Plugs e soquetes do SELV não devem ser interligáveis com aqueles do sistema,
isso previne que o sistema SELV seja acidentalmente conectado a um sistema de
baixa voltagem.
• Plugs e soquetes não devem ter uma proteção de conexão. Isso previne a mistura
de aparelhos SELV e FELV.
• Acopladores de suporte para luminárias com sistema para aterramento não
devem ser utilizados.

2.7 Barreiras e Invólucros

Visando proteger os trabalhadores e as instalações a NR10 apresenta a sessão de


proteção contra contatos diretos e indiretos e, dentro dela, é discorrido sobre as barreiras
e invólucros.

O principal objetivo dessa forma de proteção é impedir o contato direto e acidental


de trabalhadores, pessoas comuns e animais, com qualquer parte energizada do sistema.
Eles são complementares à instalação e às outras proteções presentes no sistema – são
barreiras físicas instaladas de forma a evitar o choque elétrico.

As barreiras devem ser afixadas de forma segura, serem resistentes e não podem
oferecer riscos aqueles que se aproximam da instalação, além disso, devem ser instaladas
tendo como fator de referência o ambiente em que serão inseridas. Uma característica
importante desse sistema de proteção é que as barreiras só podem ser removidas com
chaves ou ferramentas apropriadas.

2.8 Bloqueios e Impedimentos

Bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de


manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma ação não autorizada.
Em geral é utilizado cadeados.

Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento


de dispositivos de manobra (Chaves, interruptores). É importante que tais dispositivos
possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, por
exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de manutenção.

Ação do bloqueio e impedimento de reenergização deve, sempre, ser sinalizada


por algum sistema de identificação que contenha no mínimo o nome do profissional
responsável, data, setor de trabalho e a motivação do bloqueio. Esta ação deve fazer parte
do conjunto de procedimentos padronizados de sistema de bloqueio da empresa, sendo
documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores. Estes procedimentos devem
também conter os modelos de formulários, sistema de sinalização e ordens documentais
próprias.

Um cuidado especial deve ser dado ao termo “Bloqueio”, pois no SEP (Sistema
Elétrico de Potência), há um dispositivo que é conhecido como RELIGADOR e tem a
função de religar a energia de um determinado circuito (normalmente de distribuição de
energia elétrica), na ocorrência de um desligamento (seccionamento) que tenha ocorrido
por qualquer motivo.

Este religamento foi introduzido para que situações de pequenos acidentes, como
galhos de arvores, acidentes com animais, entre outros não mantivesse o circuito
desligado até a chegada da equipe de manutenção. Então o RELIGADOR, realiza várias
tentativas de reenergização do circuito (este número de vezes é programado pelo
responsável) e só deixa de tentar reenergizar, após as tentativas programadas forem
finalizadas. Devido a esta condição, quando se trabalha em circuitos onde há
RELIGADORES (normalmente em linha viva), é necessário realizar o BLOQUEIO DO
RELIGADOR para evitar acidentes pela reenergização. O bloqueio do religador, fará com
o RELIGADOR seja mantido em condição desenergizado.

Por este motivo o alerta de cuidado neste texto.Essa ação é também denominada
“bloqueio” do sistema de religamento automático e possui um procedimento especial para
sua execução.

2.9 Obstáculos e Anteparos

Os obstáculos são formas implementadas no sistema, destinadas a impedir o contato


involuntário de pessoas ou animais, com partes vivas (energizadas) de um determinado
circuito. Entretanto não evita este contato quando há uma ação deliberada e voluntária de
ignorar ou contornar este obstáculo. Um exemplo são os muros ou grade de uma cabine
primária, porém se alguém pular o muro para pegar um objeto dentro da subestação
correrá o risco.

Os obstáculos devem impedir:


A. Uma aproximação física não intencional das partes energizadas;
B. Contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações sobre o
equipamento, estando o equipamento em serviço normal.

Os obstáculos podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas


devem ser fixados e sinalizados de forma a impedir qualquer remoção involuntária. As
distâncias mínimas a serem observadas nas passagens destinadas à operação e/ou
manutenção são aquelas indicadas na tabela abaixo e ilustradas na figura. Em
circunstancias particulares, pode ser desejável a adoção de valores maiores, visando a
segurança.

Distâncias mínimas a serem obedecidas nas passagens destinadas à operação e/ou


manutenção quando for assegurada proteção parcial por meio de obstáculos:
2.10 Isolamento das partes Vivas

É destinada a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica através
do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida através de sua
destruição.

As isolações dos componentes de uma instalação elétrica têm um papel fundamental na


proteção contrachoques elétricos.

2.10.1 Tipos de isolações:

• Básica: aplicada às partes vivas para assegurar um mínimo de proteção. Como


por exemplo, isolação com fita isolante.
• Suplementar: destinada a assegurar a proteção contrachoques elétricos no caso
de falha da isolação básica. Como exemplo temos fita isolante complementada
por mangueira isolante.
• Dupla: composta por isolação básica e suplementar.
como exemplo temos o Cabo com dupla isolação.
• Reforçada: aplicada sobre partes vivas, tem propriedades equivalentes às da
isolação dupla.

2.11 Isolação Dupla ou Reforçada

Vários equipamentos são utilizados em locais e de forma que para a maior


proteção do trabalhador é necessário um segundo nível de isolamento. A isolação dupla
ou reforçada normalmente é aplicada a equipamentos portáteis, como furadeiras e
parafusadeiras elétricas manuais. Esses equipamentos são utilizados em locais e
condições de trabalho variadas, e também por suas próprias características, requerem
outro sistema de proteção, que permita uma confiabilidade maior do que aquela oferecida
exclusivamente pelo aterramento elétrico.

A proteção por isolação dupla ou reforçada é realizada, quando utilizamos uma


segunda isolação, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes
vivas do aparelho de suas partes metálicas. Para a proteção da isolação, geralmente, são
prescritos requisitos mais rígidos do que aqueles estabelecidos para a isolação funcional.

Cabo com proteção por isolação dupla


Entre a isolação funcional e a de proteção, pode ser usada uma camada de metal,
que separe, totalmente ou em parte. Ambas as isolações podem ser diretamente
sobrepostas uma à outra. Neste caso as isolações devem apresentar características
específicas de forma que a falha em uma delas não comprometa a proteção e não estenda
à outra.

Como a grande maioria dos acidentes ocorre devido a defeitos nos cabos de
alimentação e suas ligações ao aparelho, cuidado especial deve ser tomado com relação a
este ponto no caso da isolação dupla ou reforçada. Deve ser realizada de tal forma que a
probabilidade de transferência de tensões perigosas a partes metálicas susceptíveis de
serem tocadas, seja a menor possível.

2.12 Distância de Segurança

Nos locais onde há energia elétrica devem possuir obstáculos que protejam as
pessoas que operem ou realizem algum serviço na proximidade. Lembrando que o risco
está na diferença de potencial, portanto partes que sejam simultaneamente acessíveis
devem estar no mesmo potencial, e caso não estejam no mesmo potencial devem estar a
uma distância mínima que assegure que não serão tocadas simultaneamente.

• Considera-se que duas partes são simultaneamente acessíveis quando o


afastamento entre elas não ultrapassa 2,50 m.
• Define-se como “zona de alcance normal o volume indicado na figura abaixo”.

2.12.1 Zona de Alcance Normal

Se, em espaços nos quais for prevista normalmente a presença ou circulação de


pessoas houver obstáculo (por exemplo, tela), limitando a mobilidade no plano horizontal,
a demarcação da zona de alcance normal deve ser feita a partir deste obstáculo.

No plano vertical, a delimitação da zona de alcance normal deve observar os 2,50


m da superfície S, tal como indicado na figura acima, independentemente da existência
de qualquer obstáculo com grau de proteção das partes vivas. Em locais onde objetos
condutivos compridos ou volumosos forem manipulados habitualmente, os afastamentos
exigidos como acima descritos devem ser aumentados levando-se em conta as dimensões
de tais objetos.

2.13 Separação Elétrica

Uma das medidas de proteção contrachoques elétricos previstas na NBR


5410/2004, é a chamada “separação elétrica. ” Ao contrário da proteção por
seccionamento automático da alimentação, ela não se presta a uso generalizado. Pela
própria natureza, é uma medida de aplicação mais pontual. Exemplo de instalações que
possuem separação elétrica são salas cirúrgicas de hospitais, em que o sistema também é
isolado, usando-se igualmente um transformador de separação, mas todos os
equipamentos por ele alimentados têm suas massas aterradas.

A separação elétrica, como mencionado, é uma medida de aplicação limitada.

A proteção contra choques (contra contatos indiretos) que ela proporciona


repousa:
• Numa separação, entre o circuito separado e outros circuitos, incluindo o
circuito primário que o alimenta, equivalente na prática à dupla isolação fvc.
• Na isolação entre o circuito separado e a terra; e, ainda,
• Na ausência de contato entre a(s) massa(s) do circuito separado, de um lado, e
a terra, outras massas (de outros circuitos) e/ou elementos condutivos, de outro.

O circuito separado constitui um sistema elétrico “ilhado”. A segurança


contrachoques que ele oferece baseia-se na preservação dessas condições.

3. Riscos Adicionais

3.1 Zonas Controladas

A NR-10, em seu Glossário, define Zona Controlada como sendo: “entorno de


parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de
acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados. ”

Trata-se de uma região ao redor da parte condutora energizada com tamanho


definido na tabela e figuras do Anexo II da NR-10, como se seguem:
Essa região necessita de atenção especial pois é uma área de grande influência de
campos elétricos e eletromagnéticos gerados pela corrente elétrica no condutor, os quais
influenciam corpos em sua proximidade. Os principais riscos de atividades na zona
controlada são devido aos efeitos dos campos elétricos e eletromagnéticos ali presentes.

Campo Elétrico é uma região ao redor de uma carga elétrica ou condutor elétrico
capaz de atrair ou repelir cargas elétricas adjacentes. Essa atração ou repulsão acontece
devido à força elétrica que surge entre elas. Na figura abaixo, encontra-se uma
representação do campo elétrico gerado por duas cargas elétricas (uma positiva q+ e
outra negativa q-). As linhas azuis são as chamadas Linhas de Campo, que representam o
campo elétrico.
Qualquer objeto que entre no campo elétrico de uma ou mais cargas, fica sujeito ao
fenômeno de eletrização por indução. Este fenômeno é capaz de gerar sérios acidentes.

Quando um corpo neutro (sem carga) entra em um campo elétrico de uma outra
fonte geradora (carga elétrica ou condutor elétrico), sofre um processo de eletrização
por indução. Como próprio nome sugere, na eletrização por indução os elétrons do
corpo neutro são induzidos a se movimentarem e se reposicionarem no corpo, de tal
forma que ele se polariza.

No momento em que os corpos estão polarizados, há uma forte atração entre as


cargas positivas do corpo 2 (induzido) e as cargas negativas do corpo 1 (indutor).

Dependendo dessa força de atração entre as cargas, bem como da capacidade


dielétrica (isolante) do meio entre elas, é possível que haja uma descarga elétrica
(corrente elétrica) do indutor ao induzido.

Esse fenômeno é o que conhecemos em Segurança do Trabalho como Arco


Elétrico ou Arco Voltaico, fenômeno muito temido pelos profissionais de eletricidade
e de segurança do trabalho, capaz de causar o choque elétrico e explosões.

Portanto, um dos riscos de atividades em zona controlada é a possibilidade de


formação de Arco Elétrico devido a uma indução causada pelos fortes campos
elétricos existentes.

Para melhor compreender o fenômeno da indução eletromagnética, é preciso


relembrar (ou aprender) que toda corrente elétrica gera ao seu redor um campo magnético.
Desta forma, todo fio condutor com passagem de corrente possui ao seu redor um campo
magnético. Este campo magnético é capaz de atrair metais. Por esta razão é arriscado
trabalhar com adornos, ferramentas ou equipamentos metálicos próximo a correntes
elétricas.

Linhas de Campo Magnético em Bobina


A figura acima é um experimento em que se faz passar uma corrente elétrica
através do condutor circular (bobina), e despeja limalhas de ferro (pó de ferro) em uma
superfície próxima ao condutor. Estas limalhas, por serem metálicas, sofrem efeitos do
campo magnético gerado pela corrente, orientando-se ao longo das linhas de campo.
Dessa forma, é possível visualizar as linhas de campo magnético ao redor da bobina.

A Figura acima é uma representação de como são as linhas de campo magnético


gerado pela passagem de corrente em um condutor reto (fios elétricos). As linhas de
campo são circulares e concêntricas, com intensidade de campo diminuindo à medida que
se afasta do condutor.

Indução eletromagnética é o fenômeno no qual variações de campo magnético


fazem gerar uma corrente elétrica induzida em materiais metálicos. Em simples
palavras, isso quer dizer que objetos metálicos próximos a campos magnéticos de
intensidade variável podem gerar uma corrente elétrica induzida.
Quanto maior a variação do campo magnético, maior a intensidade da
corrente induzida, e vice-versa.

Quando o campo magnético é gerado por uma corrente elétrica (caso dos fios
elétricos), a variação da corrente (sobretudo corrente alternada) é capaz de induzir
correntes em materiais e ferramentas metálicas próximos.

Desta forma, adentrar com ferramentas metálicas em zonas controladas é um


risco, pois essa ferramenta é passível de energização por indução eletromagnética,
fazendo gerar uma corrente elétrica induzida e expondo o trabalhador a choque elétrico.

3.5 Os Riscos de Trabalho em Zona Controlada

Há três riscos básicos de atividades em zona controlada. São elas:

Esse é o primeiro e mais óbvio risco de atividade em zona controlada, pois a


proximidade com a área energizada permite seu contato direto e acidental e,
consequentemente, um choque elétrico.

O segundo risco é a eletrização da pessoa ou de suas ferramentas por indução


devido aos fortes campos elétricos, possibilitando o surgimento de um arco elétrico.

O terceiro risco é devido à possibilidade de surgimento de correntes elétricas induzidas


em ferramentas ou estruturas metálicas utilizadas, expondo o trabalhador ao choque
elétrico

3.6 Distâncias Para Zona Controlada

O motivo de se estabelecer essas distâncias é que o Campo Elétrico causador da


eletrização por indução, e possível arco elétrico, tem menor intensidade quanto maior
a distância de sua origem. Isso quer dizer que, quanto mais distante de um elemento
energizado, menor o campo elétrico naquele ponto, e menor é o efeito de eletrização por
indução.

Diante dos riscos das atividades em zona controlada, o Ministério do Trabalho


propôs algumas medidas de controle na NR-10.

10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações


elétricas ou em suas proximidades.
Perceba que a norma proíbe o uso de adornos pessoais, uma vez que estes
geralmente são metálicos e, desta forma, passíveis de eletrização por indução e arcos
elétricos e surgimento de corrente elétrica induzida.

10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de equipamentos


e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo expressamente
proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.

Neste item, a norma proíbe o armazenamento ou guarda de quaisquer objetos em


locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros. Isso porque reconhece a
possibilidade de uma eletrização por indução (formação de arco elétrico) ou até mesmo a
formação de uma corrente induzida.

10.5.2 O estado de instalação desenergizadas deve ser mantido até a autorização para
reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos
abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

Para reenergizar a instalação, faz-se necessária, como primeira etapa, a retirada de


ferramentas, utensílios e equipamentos das proximidades pelos mesmos motivos acima
expostos: possibilidade de eletrização por indução (arco elétrico) e produção de corrente
induzida.

10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados
mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo II.

Os procedimentos específicos visam anular a possibilidade de erros nas atividades


que possam resultar em choques elétricos. Além disso, estipulam-se as distâncias das
zonas controladas porque quanto maior a distância da fonte energizada, menor o efeito
do campo elétrico, diminuindo a probabilidade de eletrização por indução e de formação
de arco elétrico.

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta


tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas
controladas e de risco, conforme Anexo II, devem atender ao disposto no item 10.8
desta NR.

Devido aos grandes riscos das atividades em zonas controladas, a norma exige que
a pessoa seja habilitada, qualificada ou capacitada (item 10.8) para realizar a atividade.
Presume-se que estas pessoas tenham conhecimentos dos riscos a que estão expostos,
bem como das medidas de controle necessárias para evitar os danos, além de terem sido
treinadas para as atividades específicas a serem realizadas.

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas


desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define esta
NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e
avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.
Perceba que neste item a norma visa proteger, inclusive, as pessoas que não atuam
com instalações elétricas diretamente, mas executam suas atividades em proximidade.
Devido aos riscos de eletrização por indução (arco elétrico) de ferramentas ou
instrumentos de trabalho dessas pessoas, exige-se que estas sejam instruídas mediante
documento formal sobre os possíveis riscos de suas atividades e as precauções cabíveis.

Sendo assim, zonas controladas são regiões ao redor do condutor energizado que
oferecem riscos de indução elétrica ou eletromagnética a corpos em sua proximidade
devido aos campos elétricos e magnéticos gerados. A intensidade desses campos, e
consequentemente seus efeitos, dependem da distância para a carga elétrica (ou condutor
energizado), de tal forma que, quanto maior a distância, menor o campo elétrico.

A NR 10, na busca de prevenir acidentes com eletricidade, orienta os


empregadores e empregados a tomarem uma série de medidas para minimizarem os
efeitos elétricos nestas zonas controladas, tais como: exigência de treinamentos e
procedimentos específicos, proibição de uso de adorno, e cuidados com a organização do
ambiente de trabalho.

4 Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT

NBR 5410 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Esta norma estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão


devem satisfazer a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
adequado da instalação e a conservação dos bens. Esta Norma aplica-se principalmente
às instalações elétricas de edificação, residencial, comercial, público, industrial, de
serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.

Esta norma aplica-se às instalações elétricas:

• Em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;


• Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings),
marinas e instalações análogas;
• Canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.
• Aos circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a
1 000 V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1
500 V em corrente continua;
• Aos circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando
sob uma tensão superior a 1 000 V e alimentados através de uma instalação
de tensão igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada (por exemplo,
circuitos de lâmpadas a descarga, precípitadores eletrostáticos etc.);
• A toda fiação e a toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas
relativas aos equipamentos de utilização;
• Às linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos
equipamentos).

Esta Norma não se aplica a:

• Instalações de tração elétrica;


• Instalações elétricas de veículos automotores;
• Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
• Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que
não comprometam a segurança das instalações;
• Instalações de iluminação pública;
• Redes públicas de distribuição de energia elétrica;
• Instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma
considera as consequências dos fenômenos atmosféricos sobre as instalações
(por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra sobretensões);
• Instalações em minas;
• Instalações de cercas eletrificadas.

A aplicação desta Norma não dispensa o atendimento a outras normas


complementares, aplicáveis as instalações e locais específicos.
A aplicação desta Norma não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos Públicos
aos quais a instalação deva satisfazer. As instalações elétricas cobertas por esta Norma estão
sujeitas também, naquilo que for pertinente, às normas para fornecimento de energia estabelecida
pelas autoridades reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade.

NBR 14039 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE MÉDIA TENSÃO DE 1,0KV A


36,2KV

Esta Norma estabelece um sistema para o projeto e execução de instalações


elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0kV a 36,2 kV, à frequência
industrial, de modo a garantir segurança e continuidade de serviço.
Esta Norma aplica-se a partir de instalações alimentadas pelo concessionário, o
que corresponde ao ponto de entrega definido através da legislação vigente emanada da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta Norma também se aplica as
instalações alimentadas por fonte própria de energia em média tensão.
Esta Norma abrange as instalações de geração, distribuição e utilização de energia
elétrica, sem prejuízo das disposições particulares relativas aos locais e condições
especiais de utilização constantes nas respectivas normas. As instalações especiais tais
como marítimas, de tração elétrica, de usinas, pedreiras, luminosas com gases (neônio e
semelhantes), devem obedecer, além desta Norma, às normas especificas aplicáveis em
cada caso.
As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que devem
obedecer às instalações elétricas às quais se refere, para que não venham, por suas
deficiências, prejudicar e perturbar as instalações vizinhas ou causar danos a pessoas e
animais e à conservação dos bens e do meio ambiente.
Esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações existentes
e às instalações de caráter permanente ou temporário.
Os componentes da instalação são considerados apenas no que concerne à sua
seleção e às suas condições de instalação. Isto é igualmente válido para conjuntos pré-
fabricados de componentes que tenham sido submetidos aos ensaios de tipo aplicáveis.
A aplicação desta Norma não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos
públicos aos quais a instalação deva satisfazer. Em particular, no trecho entre o ponto de
entrega e a origem da instalação, pode ser necessário, além das prescrições desta Norma,
o atendimento das normas e/ou padrões do concessionário quanto à conformidade dos
valores de graduação (sobrecorrentes temporizadas e instantâneas de fase/neutro) e
capacidade de interrupção da potência de curto-circuito.

Esta norma aplica-se:

Na construção e manutenção das instalações elétricas de média tensão de 1,0a 36,2


kV a partir do ponto de entrega definido pela legislação vigente incluindo as instalações
de geração, distribuição de energia elétrica. Devem considerar a relação com as
instalações vizinhas a fim de evitar danos às pessoas, animais e meio ambiente.

Esta norma não se aplica:

• Às instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração,


Transmissão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções
em serviço de utilidade pública;
• Às instalações de cercas eletrificadas;
• Trabalhos com circuitos energizados.

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