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MCP-UERJ
A ação violenta e hostil foi um sucesso para os agressores. Mas como grupos tão
pequenos podem agir com tanta ousadia? Em parte, porque sabem que suas ações não terão
uma resposta imediata, ou seja, vão conseguir intimidar e fazer a propaganda de sua política
do início até o fim. E o fizeram, pois saíram da UERJ a pé e caminharam tranquilamente até
suas casas contando vitória. Em outra parte, porque, posteriormente ao ato, grupos ligados à
esquerda reformista amedrontada farão agitação política gratuita para estes grupelhos
fascistas divulgando notas de repúdio em seus canais de mídia, e tudo isso sem dar sequer
uma orientação sobre como organizar os estudantes e os pós-graduandos contra essas ações.
Adicionalmente, a instituição UERJ também decidiu tornar o incidente público, juntando-se ao
mantra que repete a afirmação de que vivemos em tempos sombrios. Portanto, os fascistas
atingem um duplo objetivo: implodem o espaço e ganham publicidade gratuita, o que
impulsiona a crença dos espectadores em sua infalibilidade, traz medo aos trabalhadores,
estudantes e organizadores de atividades políticas que o contradigam, e atrai simpatizantes do
fascismo a se juntarem em mais ações desse tipo.
A universidade passa pela sua pior crise histórica, em muitos sentidos. A segurança
terceirizada em baixo número e a guarda patrimonial despreparadas para ações desse tipo
têm pouco ou nada a oferecer para proteger os trabalhadores e estudantes contra esses
grupos de jovens violentos e decididos a atuar pela força. Mesmo contando que a polícia seja
chamada, e que ela não vá de alguma maneira colaborar com os agressores, até que ela
chegue, o evento já terá sido destruído.