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(LEIR/UFOP)
Mariana
Instituto de Ciências Humanas e Sociais - ICHS
22 a 24 de agosto de 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
LABORATÓRIO DE ESTUDOS SOBRE O IMPÉRIO ROMANO
Mariana
22 a 24 de agosto de 2018
Universidade Federal de Ouro Preto
Reitora
Prof.ª Cláudia Aparecida Marliére de Lima
Vice-Reitor
Prof.º Hermínio Arias Nalini Júnior
Diretor do ICHS
Prof.º Dr.º Luciano Campo
Vice-Diretora
Helena Mollo
Pró-Reitora de Graduação
Prof.ª Tânia Garbin
Pró-Reitor de Pós-Graduação
Prof.º Dr.º Sérgio Francisco de Aquino
Chefe do Departamento de História
Prof.º Dr.º Fábio Duarte Joly
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História
Sérgio Ricardo da Matta
Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História
Jefferson Queler
Comissão Organizadora
Ana Lúcia Coellho, Caroline Coelho, Caroline Morato Martins, Daisy Hubner, Fábio Duarte Joly, Fábio Faversani, João
Victor Lanna, Helton Lourenço, Mamede Dias, Stephanie Martins de Sousa
Realização
Apoio
Apresentação
Programação Geral.....................................................................................................................8
Resumos das Conferências.......................................................................................................11
Resumos das Comunicações ....................................................................................................13
Mesa 1................................................................................ ................................................13
Mesa 2.................................................................................................................................14
Mesa 3.................................................................................................................................16
Mesa 4.................................................................................................................................18
Mesa 5................................................................................................................................ 19
Mesa 6.................................................................................................................................21
22 de Agosto (quarta-feira)
A atuação do feminino em Herótodo no âmbito das guerras: as conselheiras gregas e persas (séculos
VI e V a.C)
Isabella Castellato Torres (UNESP)
Mulheres Trágicas
Camila Machado Reis (UFMG)
Fama, moral e dissimulação: uma análise da representação de Fortunata na Cena Trimalchionis (Sat.
25-78)
Caroline Morato Martins (UFOP)
23 de agosto (quinta-feira)
A construção e aplicação do Mos Maiorum na obra Histórias de Políbio no contexto das Guerras
Púnicas (século II a.C)
Monique Cerri (UNESP)
Clientelas militares no século I a.C: um estudo de caso sobre a atuação dos veteranos de Júlio César
Amanda Prima Borges (UFRJ)
O que aconteceu aos visigodos após a derrota para os francos em 507? As diferenças entre Jordanes
e Procópio de Cesarea
Gustavo Sartin (UFOP)
Saduceus e Essênios: Dominação e Resistência ao Domínio Romano na Judéia dos Sécs. I a.C e d.C
Rogério Nunes de Moura (UFRJ/LHIA)
Carta de Paulo aos Romanos e Cartas de Sêneca a Lucílio: hibridismo cultural no paleocristianismo
paulino
Ian Ferreira Bronze (UFRJ/LHIA)
A administração do trabalho escravo na literatura latina (II a.C – I d.C): notas de um projeto
Fabiana Martins Nascimento (UFRJ/LHIA)
A atuação de escravos como combatentes na Batalha de Benevento (214 a.C) sob a promessa de
liberdade de Tibério Graco
Daisy Hubner (UFOP)
“Solus secreto deambulabat” (Suet. Dom. 21.1): a política domicianica e o fim da dinastia Flávia
Mamede Queiroz Dias (UFOP)
Conferência de Abertura
Resumo: O tema da mobilização política e social em torno do endividamento é uma pauta frequente
no Mediterrâneo Antigo, principalmente nas Províncias de fala grega onde se tem notícia do
endividamento de cidades inteiras, o que provocava revoltas em larga escala. Quanto a Roma, o
problema do endividamento era mais característico da esfera privada. Desde o início da República,
conhecemos inúmeros casos de crises de pagamento e endividamento que levaram os devedores a
pedirem o perdão de dívidas, a proibição dos empréstimos ou a redução das taxas de juros junto aos
poderes públicos. Problemas como esses se arrastaram até o século I a.C., momento no qual se
tornaram ainda mais notáveis no cenário de intensas perturbações políticas e militares, como guerras e
problemas advindos de disputas internas no seio das elites dirigentes. O tema da mobilização em torno
do endividamento no último século da República é o mais bem documentado em toda a História do
mundo antigo e merece destaque nos estudos atuais, haja vista que nos ajuda a compreender várias
questões não só da história econômica, mas também da história política e social do mundo romano.
Nesse sentido, nosso objetivo, nesta conferência, é apresentar um estudo em torno da mobilização
política e social ligada ao endividamento da sociedade romana em alguns períodos específicos: Guerra
Social de 91-88 a.C., Consulado de Valério Flaco em 86 a.C., Conjuração Catilinária em 63 a.C. e
Guerra Civil de 49 – 45 a.C., momento no qual os pretores Célio (em 48) e Dolabela (em 47)
apresentaram algumas rogationes sobre o perdão das dívidas e dos alugueis. Também apresentaremos
o impacto destas questões nas Províncias Mediterrânicas de fala grega nessa mesma época. Para tanto,
partiremos da análise da documentação textual e do estudo da historiografia recente sobre o tema.
Conferência 1
Resumo: A maior parte de nosso conhecimento sobre textos antigos passa, quase que
inescapavelmente, pela recepção que esses tiveram na Idade Média. É desse período que provém a
quase totalidade dos manuscritos mais antigos de textos greco-romanos. Os textos de Cícero e, mais
do que isso, os preceitos da retórica antiga, foram usados e readaptados de modos distintos ao longo
do Medievo. Em nossa fala, investigaremos um pouco da transmissão de preceitos do "De inuentione"
de Cícero e como ele se combinou com o "Ars rhetorica" de Caio Júlio Victor para formar um texto
provavelmente destinado às escolas do período carolíngio.
Resumo: A pesquisa e a reflexão históricas devem ser sempre direcionadas para o questionamento do
significado das ações humanas na prodigiosa história da humanidade. Formas de governo são criadas
como garantias da indispensável ordem social, mas os regimes políticos e suas próprias ordens sociais
geram necessariamente contradições de interesses e de visões de mundo. Ao longo da História tais
manifestações geram formas específicas de culturas, no bojo das quais se desenvolvem os respectivos
padrões de comportamento social, padrões estes que oscilam entre o conformismo e a contestação.
Reside aí a necessidade da procura de significados?
Conferência de Encerramento
Resumo: A “crise” é um tema recorrente nas obras de historiadores, economistas, biólogos, geógrafos,
sociólogos, politólogos, ambientalistas etc. Isso se deve, sobretudo, à atualidade do fenômeno, sua
recorrência e sua abrangência. Por outro lado, há diversos problemas em torno da noção de crise, sua
aplicabilidade e seus limites como instrumento analítico. Essa aplicabilidade e esses limites serão
discutidos ao longo desta apresentação, tendo como pano de fundo a questão das crises alimentares na
Alta Idade Média. O objetivo desta apresentação é analisar as respostas políticas à fome, tanto na
Gália quanto na Itália, entre o final do século V e o início do século IX.
Mesa 1
Resumo: A obra Histórias, produzida no século V a.C. por Heródoto de Halicarnasso, é o único
escrito do chamado “Pai da História” que chegou até a contemporaneidade. O autor viveu entorno de
480 até aproximadamente 425 a.C, ou seja, entre o final das Guerras Greco-Pérsicas e o início da
Guerra do Peloponeso. Ao escrever Histórias, aborda muito além das Guerras Greco-Pérsicas, cujo
relato é o mais conhecido da sua obra na posteridade. A descrição sobre as Guerras começa somente
no livro VI dos IX livros organizados posteriormente a sua época. Heródoto descreve, dentro deste
contexto, as atuações de mulheres gregas e persas como conselheiras de assuntos bélicos junto aos
seus maridos e/ou demais personagens masculinos próximos. Nesse sentido, temos como hipótese que
o autor grego coloca mulheres gregas e persas no mesmo patamar de atuação: de mantenedoras da
ordem político-social. Uma visão muito diferenciada da historiografia dos séculos XIX e XX, que
analisavam o feminino isolado das questões político-culturais da pólis e não valorizavam as interações
ocorridas entre homens e mulheres no interior dela ou mesmo das cidades persas. Acreditamos
também, que independente da proveniência dessas mulheres, o autor as retrata como um veículo de
alerta de conflitos bélicos e do cotidiano que ocorrem nas póleis gregas e na Pérsia. Pautado na análise
da documentação, nos estudos de gênero e na historiografia já produzida sobre a temática,
mapearemos o papel das mulheres nas guerras GrecoPérsicas.
Palavras-chave: História de gênero; Grécia Antiga; Mulheres gregas e persas; Conflitos bélicos;
Heródoto.
Mulheres Trágicas
Resumo: “(…) E não nos esqueçamos de que somos mulheres / e, por conseguinte, não poderíamos
enfrentar, só nós, os homens / Enfim, somos mandadas por mais poderosos/e só nos resta obedecer a
essas ordens /e até a outras ainda mais desoladoras” (Ismene a Antígona) “Das criaturas todas que têm
vida e pensam somos nós, as mulheres, as mais sofredoras /De início temos que comprar por alto
preço o esposo e dar, assim, um dono a nosso corpo (…) / Mas, o maior dilema é se ele será mau ou
bom /pois é vergonha, para nós, mulheres, deixar o esposo e não podemos rejeitá-lo”. (Medeia)
“Procriassem de outro modo os mortais e não houvesse gênero feminino, assim os mortais não teriam
nenhum mal!| (Jasão, em Medeia). Grécia, século V a.C., a mulher relegada a oikóis enquanto o
homem à pólis. Essa hierarquia nefasta ao feminino é compreendida pelo horror de depender dessa
criatura para nascer. A tragédia se apresenta como um drama universal pelo mito, onde há um espaço
subversivo e uma transgressão da condição feminina. Veremos um pouco de como essa condição
feminina transparece na personagem trágica das mulheres gregas e de Sêneca.
Mesa 2Mesa 2
Monique Cerri
Mestranda em História (UNESP – Franca)
Resumo: O presente trabalho tem como intuito observar a construção do conceito de Mos Maiorum,
um conjunto de virtudes pertencentes à moral ancestral romana que deveria ser seguida por aqueles
que quisessem ser virtuosos, obter glória e ser dignos de permanecer na memória coletiva romana.
Trabalharemos com a hipótese de que tal conceito foi aprimorado na obra Histórias, do autor grego
Políbio de Megalópolis (200 a.C. - 118 a.C.) para a descrição da imagem do general romano Cipião
Emiliano (185 a.C. - 129 a.C.), a fim de que este servisse como modelo de líder para o exército
romano e as futuras gerações, em detrimento de Aníbal Barca, general cartaginês que, apesar de ser
exímio estrategista, não devia ser utilizado como exemplo por não se adequar ao Mos Maiorum. A
obra Histórias de Políbio também se faz fundamental para compreender as Guerras Púnicas (264 a.C.
– 146 a.C.), inseridas no contexto da República Romana (509 a.C. - 31 a.C.), pois sua escrita foi
realizada durante o conflito e tinha como um dos seus objetivos registrá-lo. Coadunamos à nossa
hipótese também a ideia de que, ao redigir sua obra, Políbio buscava sua afirmação dentro da
sociedade romana, já que estava na condição de prisioneiro de guerra (167 a.C. – 150 a.C.), ainda que
sob a proteção da família Emílio-Cipião.
Palavras-chave: Políbio; Histórias; Mos Maiorum; Guerras Púnicas; Generais; República Romana.
Resumo: A crise do Sistema Republicano enquanto forma de gestão da urbs e do imperium romano
foi objeto de inúmeros estudos historiográficos desde o século XIX. Dessa forma e, sendo a
atualização de teses e a divergência entre pares tão próprias do ofício do historiador, os pesquisadores
que se debruçaram sobre esse tema discordaram sobre balizas temporais, significância de eventos,
importância de atores sociais específicos, dentre outras questões. No entanto, a tentativa de explicar os
anos finais da República e sua transição para o Principado produziu alguns consensos razoavelmente
aceitos pela maior parte dos estudiosos do tema, como o protagonismo dos grandes generais e suas
extensas clientelas militares. Essa comunicação, portanto, versará exatamente sobre a atuação dos
soldados veteranos que estiveram sob a liderança de Júlio César, um dos maiores comandantes de
exército do século I a.C. O objetivo será analisar de que forma o vínculo formado entre o general e
suas tropas em batalhas anteriores, principalmente durante a Guerra das Gálias (58-50 a.C.),
influenciou no resultado da Guerra Civil (49-45 a.C.), que César travou contra outro grande
comandante militar do período, Pompeu Magno.
Palavras-chave: Clientelismo militar; Júlio César; veteranos; Guerra Civil (49-45 a.C); República
Romana.
Resumo: O episódio protagonizado por Tersites no canto II da Ilíada, versos 198 a 266, foi e continua
sendo amplamente discutido no que tange à sua interpretação enquanto conflito entre classes sociais
antagônicas. A polêmica assenta, entre outros aspectos, sobre a pertinência da aplicação dos conceitos
de “classe social” e de “luta de classes”, a partir da matriz teórica estabelecida por Karl Marx e
Friedrich Engels, ao embate entre o referido soldado e os chefes da armada. Dessarte, a fim de
sustentar, teoricamente, a hipótese de que, mutatis mutandis, tanto a categoria de classe social, quanto
a perspectiva metodológica do chamado materialismo histórico dialético são aplicáveis à análise em
questão, parte-se aqui, sobretudo, da discussão efetuada pelo historiador britânico Geoffrey Ernest
Maurice de Sainte Croix. Embasamo-nos, mais especificamente, em sua clássica obra The Class
Struggle in the Ancient Greek World, de 1981, na qual o autor problematiza conceitualmente as
categorias basilares da teoria marxista, bem como sua aplicabilidade ao contexto da antiguidade grega.
Assim, a partir de uma perspectiva materialista histórica, propomonos a defender a abordagem do
embate enquanto um conflito entre classes sociais que se articulam antagonicamente no quadro
socioeconômico representado pelo poema: de um lado, teríamos Tersites, um integrante do plêthus, e,
do outro, os representantes da elite guerreira formada pelos aristoi: Ulisses, Aquiles e Agamémnon,
rei de reis. Tal oposição, diversamente do que ocorre na modernidade capitalista, não se perfaz, no
poema, a partir da constituição política de uma consciência das classes antagônicas enquanto tal,
tampouco apoia-se na proposição de alternativas à composição hierárquica da sociedade retratada,
antes decorre, objetivamente, do modo de produção historicamente constituído que alicerça a dita
formação social, bem como das relações sociais que dele decorrem. Nesse sentido, observa-se que, na
Ilíada, a guerra é parte integrante da arquitetura econômica da sociedade, ou seja, de seu modo de
produção, na medida em que possibilitaria o apoderamento pelas classes dominantes entre os helenos
de bens de alto valor econômico e de difícil obtenção por outros meios, tais como escravos e metais.
Dessa forma, tanto as classes sociais quanto sua necessária contraposição emanam, antes de tudo, de
uma práxis de exploração de um grupo social pelo outro, isto é, da dinâmica de apropriação da maior
Mesa 3
Resumo: Teodoro Estudita foi um monge que no decorrer do século IX foi considerado enquanto uma
importante força de oposição frente a decisões imperiais consideradas pelo mesmo como ultrajantes à
moral cristã bizantina. Em duas ocasiões colocou-se contrário ao imperador e suas ações, sofrendo
consequências como o exílio. Em função disso, nosso objetivo se insere na tentativa de compreender o
papel do monacato como oposição ao Palácio Imperial e suas relações com o mesmo, uma vez que os
monges eram considerados importantes meios de contato e influência sobre a população. Pretendemos
fazer isso a partir do estudo de caso da “controvérsia moechiana” e do retorno da política iconoclasta.
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo analisar a construção da imagem do imperador
Justiniano (527-565), assim como de seu governo, através das obras do historiador bizantino Procópio
de Cesareia e das emissões numismáticas do período. Ao longo da antiguidade as imagens
constituíram importantes recursos de comunicação e persuasão nos âmbitos político e cultural em
processos que se vinculavam tanto à sustentação quanto à conquista do poder. Justiniano adotou
diversas medidas para legitimar e promover a sua autoridade, utilizando-se de vários recursos
imagéticos e retóricos para enfatizar seus empreendimentos militares, associar a sua imagem a uma
devoção divina e para ser reconhecido como um grande governante. A divulgação das virtudes ou dos
vícios do imperador poderia não somente eternizá-lo, mas também legitimar seu poder e suas ações.
As fontes que serão estudadas construíram uma série de retratos de Justiniano, com o intuito de
compor exemplos positivos ou negativos a serem considerados em Bizâncio.
Mariane Cerri
Mestranda em História (UNESP – Franca)
Resumo: No contexto da Antiguidade Tardia, séculos III d.C. e início VII d.C., observamos o mundo
imperial romano ressaltando o momento histórico do IV século d.C., que se apresenta em meio a uma
transição de elementos culturais, religiosos, políticos, econômicos e sociais. Contexto em que novas
reflexões sobre as atitudes do imperador e sua cultura vão ser refletidas. Assim, destacamos a Dinastia
dos Valentinianos, que se localiza no arco temporal de 364 a 392 d.C, em especial trataremos do
imperador Valentiniano I (321 – 375 d.C.) e para tanto recorremos aos relatos do historiador e militar
Amiano Marcelino (325/330 – 395 d.C.) em sua obra Res Gestae, na qual nos deparamos com a
descrição de um imperador que estava longe de ser exemplar e que possuía a reputação de ser feroz e
implacável. Curiosamente, a mesma forma como é tratado o mal falado imperador Cômodo (161 – 192
d.C.), em sua biografia na História Augusta, uma documentação bastante controversa e polêmica, que
possui classificação do corpus, datação e autoria em aberto e em plena discussão entre os especialistas.
Ao longo de nossa pesquisa constatamos a existência de inquietantes semelhanças de caráter atribuídas
aos dois imperadores que, a nosso ver, se articula à questão que ambos, em suas respectivas
temporalidades, teriam perseguido o senado romano, e em razão disso buscamos demonstrar que o
autor, ou autores, da História Augusta, mais especificamente aquele que redigiu a Vida do imperador
Cômodo, desejava realizar uma crítica ao imperador Valentiniano I através da construção dessa
biografia.
Palavras-chave: Antiguidade Tardia; História Augusta; Imperador Cômodo; Amiano Marcelino; Res
Gestae; Imperador Valentiniano I.
O que aconteceu aos visigodos após a derrota para os francos em 507? As diferenças entre
Jordanes e Procópio de Caesarea
Resumo: Campus Vogladensis, Gallia, ano 507 da era comum: os francos, comandados por Clóvis,
derrotam os visigodos, comandados por Alarico II. A batalha resultou, para os visigodos, na perda da
maior parte do território até então sob o seu controle ao norte dos Pireneus e parece ter posto o "reino"
visigodo em crise, ainda que Jordanes e Procópio não concordem exatamente com o que se passou na
sequência.
Resumo: A competitividade das camadas dirigentes no que concernia a tomada e a ocupação das
magistraturas em fins da República romana era grande; e muitas vezes as personagens políticas da
época tinham de se valer de diversos meios em ordem de terem sua permanência como politicamente
relevantes garantida. O próprio sistema político da República em fins do século I a.C. possibilitava o
uso de estratégias diversas que visavam a acumulação de poder - com muitas relações pessoais vindo a
tomar uma roupagem mais explicitamente política - e que culminava em um panorama mais fluido no
que concerne a política de alianças em meio às ordens dirigentes. Assim, tendo crescido inserido nesse
contexto, Caio Júlio César é uma das diversas figuras que se
valiam de tais pressupostos e, nessa comunicação, procuraremos nos concentrar na análise de seus
relacionamentos com diversas outras personagens de seu tempo em ordem de melhor ilustrarmos tal
característica.
Saduceus e Essênios: Dominação e Resistência ao Domínio Romano na Judeia dos Sécs. I a.C e I
d.C.
Resumo: Com a criação da província da Judeia em 6 d.C. e com o estabelecimento dos prefeitos
romanos, a dominação romana na região alcançou seu ápice. Para que este domínio se tornasse
possível era necessário estabelecer um contato direto com a elite governante local, que no caso da
Judeia era majoritariamente composta pelos saduceus. O judaísmo antigo não era homogêneo em suas
interpretações, havia no mínimo quatro filosofias principais presentes no nesta época apresentadas
pelo historiador judeu-romano Flávio Josefo. Estas facções pertenciam às mais diversas camadas
Resumo: O objetivo desta comunicação é analisar a presença da moral estoica na obra paulina. A
relação entre o estoicismo e o cristianismo paulino será considerada a partir de duas epistolografias: a
Carta de Paulo aos Romanos, escrita por volta do ano 55 – 56 d.C e as Cartas de Sêneca a Lucílio,
escritas no intervalo entre 62 e 63 d.C.. Em conjunto com a análise das epistolografias, levaremos em
consideração alguns aspectos referentes às biografias dos autores, o lugar que ocupavam na sociedade,
o gênero literário das obras e o público alvo das mesmas, tomando como aporte teórico-metodológico
a Análise do Discurso, proposta por Dominique Maingueneau. Inserimos esta pesquisa no campo da
História Comparada, de acordo com a proposta de Marcel Detienne, estabelecendo como comparável a
moral estoica e como categoria o conceito de hibridismo cultural, definido por Peter Burke. Dessa
maneira, uma vez que o Império Romano era marcado por uma ampla rede de poder que permitia o
fluxo intenso de ideias e de culturas, viver sob o principado implicava estar em contato com diversas
influências culturais que circulavam por toda extensão mediterrânica. É a partir deste princípio, então,
que a nossa pesquisa se propõe a analisar a carta paulina e as cartas senequianas. Assim,
apresentaremos a face romana do paleocristianismo paulino, estabelecendo-o como um híbrido de
farisaísmo e estoicismo imperial.
Mesa 5
A administração do trabalho escravo na literatura latina (II a.C. – I d.C.): notas de um projeto
Resumo: Os tratados agrícolas compostos por Catão, Varrão e Columela, entre os séculos II a.C. e I
d.C., tratam de diversas questões concernentes ao cultivo da terra e à produção de vinho e azeite na
uila. Parte de seus tratados é dedicada à administração dos escravos – tipo de mão de obra que,
conjugada ao trabalho livre sazonal, compunha a força de trabalho nas uillae. A presente comunicação
A atuação de escravos como combatentes na Batalha de Benevento (214 a.C) sob a promessa de
liberdade de Tibério Graco
Resumo: Tito Lívio, nos capítulos 14 a 16, do livro XXIV de sua história de Roma, nos oferece um
episódio interessante para pensarmos a participação dos escravos como combatentes na guerra. A
passagem em questão se refere a Batalha de Benevento, travada em 214 a.C., durante a Segunda
Guerra Púnica. Nela, Tibério Graco, vendo que o exército romano, a princípio, estava em desvantagem
numérica em relação ao do inimigo, recruta uma legião de escravos para lutar sob a promessa de
liberdade se eles trouxerem até ele a cabeça do inimigo. Desta forma, este trabalho tem por fim a
discussão sobre como se deu a participação destes escravos na guerra, mostrando como eles eram
vistos pelos outros combatentes romanos e como a promessa de liberdade os motivou na batalha. Além
disso, nos cabe enfatizar que o episódio se torna importante e nos faz pensar sobre os critérios que
definem um bom cidadão, já que os escravos, depois de lutarem, ganham a sua liberdade e se tornam
cidadãos romanos.
Helton Lourenço
Mestrando em História (UFOP/LEIR)
Resumo: A estruturação do Principado e a busca por legitimação efetuada por Augusto trouxeram
inúmeras mudanças nas relações políticas, sociais e econômicas do Império Romano. Durante o
governo do novo Princeps podemos visualizar umas das maiores mudanças urbanísticas ocorridas na
capital do Império. Como herdeiro de Júlio César, Augusto objetivou modernizar a cidade tal como a
intenção de seu antecessor, construindo monumentos públicos equiparáveis as grandes cidades
helenísticas da época. Augusto possuía grande preocupação com uma reorganização moral e religiosa,
nesse intuito promovia cerimonias relacionadas aos jogos, performances teatrais e corridas. Atividades
criadas especificamente para celebrar as conquistas do Imperador. Dentre as construções, situa-se a
construção do Teatro de Marcelo, um dos maiores teatros do Império Romano. Para o estudo
selecionamos uma obra do período, De Architectura, escrita e publicada pelo arquiteto Vitrúvio, um
tratado de arquitetura romana composto por dez livros, sendo uma das obras mais completas acerca do
tema e que proporciona dados importantes do contexto histórico do Principado. Juntamente a esta
fonte, exploraremos também a constituição tridimensional do Teatro de Marcelo. Sendo assim, esta
pesquisa tem como finalidade analisar como o espaço público vitruviano, especialmente o espaço do
teatro, voltada para a nova política projetada pelo Imperador Augusto, no período do século I a.C. ao I
d.C. Iremos focar como a construção do espaço urbano do teatro, principalmente o Teatro de Marcelo,
sua localização, planta e as atividades ali exercidas estão moldadas em ideias e experiências da
sociedade romana e do novo período vigente, trazendo valiosas informações. Ao construir um espaço
de sociabilidade entre os diversos grupos heterogêneos romanos, o Imperador pode promover o
sentimento de que vários ideais da república continuarão no principado, promovendo ao mesmo tempo
a sua imagem e diversão aos romanos.
“Solus secreto deambulabat” (Suet. Dom. 21.1): a política domicianica e o fim da dinastia Flávia.
Resumo: Esta comunicação investiga o fazer político na cidade de Roma durante o Principado de
Domiciano (81-96 d.C.). Entendendo a política como um sistema social estruturante do mundo antigo,
lançaremos algumas hipóteses no sentido de compreender a sua dinâmica de funcionamento no final
do século primeiro, momento esse que põe fim à dinastia flaviana com o assassinato de Domiciano.
Para tanto, destaca-se, de um lado, a centralidade dos conceitos de paradoxo, diferenciação e
comunicação para o entendimento teórico das sociedades antigas e, do outro lado, coloca-se em
evidência tanto os aspectos espaciais que configuram a urbs como os aspectos performativos que
caracterizam a política durante o período analisado.
Resumo: Inaugurado como sede da Câmara dos Deputados em 1926, o Palácio Tiradentes tornou-se
um ícone da architeture parlante preconizada pela estética da Beaux-Arts em voga durante o século
XIX e início do XX. Como representação da tendência classicizante do Ecletismo na cidade Rio de
Janeiro, o Palácio Tiradentes possui inúmeros símbolos e referências à Antiguidade Clássica, em
especial da romana. A proposta da presente pesquisa se baseia na análise de tais referências como
elementos para a construção e legitimação do imaginário republicano brasileiro entre 1889 e 1930. As
análises se detêm em específico nas alegorias decorativas referentes à Lei, á Autoridade e à República,
na fachada, no vestíbulo e nas loggias (corredores) do Palácio. A partir disso, pretende-se debater as
releituras da tradição clássica presentes no discurso político e expressado através da materialidade do
Palácio. Para tal, utilizou-se o conceito de Invenção das Tradições de Eric Hobsbwam (1984). O
conceito do Processo Civilizatório em Norbert Elias (1991), também foi mobilizado para compreensão
da formação da identidade vinculada à proposta de Civilisation francesa. O impacto da visualidade nas
representações tem sua análise respaldada em Peter Burke (2004), onde o testemunho das imagens
necessita ser colocado no contexto, ou melhor, em uma série de indicações no plural (cultural, político,
material e assim por diante), incluindo as convenções artísticas em um determinado lugar e tempo.