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A cruz e o peixe

Por Editorial - DF 84
Do grego symbolom, significa “amarrar” ou “atar junto”,
referindo-se ao antigo costume de as pessoas utilizarem um
símbolo para identificar umas às outras, mesmo sem se
conhecerem.
O método consistia em um desenho de sinais ou figuras em
material que fosse fácil de esconder e transportar. A figura era
quebrada em uma ou mais partes e entregue às pessoas em
lugares diferentes. Num determinado dia, essas pessoas se
encontravam para que as partes do símbolo fossem confrontadas,
encaixando-se perfeitamente.
O homem, desde eras remotas, criou marcas cheias de
significado e simbolismo. Foi o princípio da comunicação pela
imagem que, com o tempo, tornou-se mais abstrata e mais
simbólica. O símbolo é um elemento essencial no processo de
comunicação, sendo difundido pelo cotidiano e pelas mais
variadas vertentes do saber humano.
O símbolo da cruz
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”
(Mt 16.24).
Segundo o historiador Alderi Souza de Matos, curiosamente, até
o início do século 4o, praticamente não ocorriam representações
artísticas da cruz e da crucificação. Os primeiros cristãos
pareciam pouco inclinados a destacar visualmente a morte servil
e degradante imposta ao seu Senhor, preferindo conceber a
salvação nos termos suaves da amizade com Cristo, o Bom Pastor.
Mas isso mudou a partir do imperador Constantino e do Edito de
Milão.
A palavra cruz, que no grego é stauros, significa, primariamente,
“um poste reto” ou “uma trave”, e, secundariamente, “um poste
usado como instrumento de castigo e execução”. É válido
salientar que, no Antigo Testamento, não se usava esse método
para executar pessoas, antes, usava-se o apedrejamento.
Naquela época, os cadáveres eram pendurados numa árvore, como
advertência (Dt 21.22,23; Js 10.26). Tal corpo era considerado
maldito (o que é explicado em Gl 3.13) e tinha de ser removido e
sepultado antes do cair da noite (Jo 19.31). Essa prática explica a
referência neotestamentária à cruz de Cristo como uma “árvore”
(no grego, xylos, At 5.30; 10.39; 13.29; 1Pe 2.24), símbolo de
humilhação. Os escritores contemporâneos descrevem a
crucificação como a mais dolorosa de todas as formas de
morrer.
O interesse dos escritores do Novo Testamento pela cruz não é
arqueológico nem histórico, mas cristológico. Teologicamente, o
vocábulo “cruz” era usado como descrição sumária do evangelho
da salvação, ou seja, Jesus “morreu pelos nossos pecados”. Por
isso que a pregação do evangelho é a “palavra da cruz”, a
“pregação de Cristo crucificado” (1Co 1.17 em diante). Assim é
que o apóstolo se gloria na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo e
fala sobre estar sofrendo perseguição por causa da cruz de
Cristo. Nesse caso, é claro que a palavra “cruz” é usada para
indicar todo o anúncio sobre a nossa redenção por meio da morte
expiatória de Jesus Cristo.
A palavra “cruz”, no Novo Testamento, refere-se à reconciliação
(2Co 5.19), pois foi por meio dela que houve reconciliação entre
Deus e o ser humano, sendo essa reconciliação pessoal e cósmica.
É, então, símbolo da nossa união com Cristo. Mas não e
simplesmente em virtude de compartilharmos seu exemplo, antes,
em virtude do que Ele realizou por nós e em nós. Em sua morte
vicária por nós sobre a cruz, morremos em Cristo e o nosso velho
ser foi crucificado junto com Ele, a fim de que, por seu Espírito,
que em nós habita, pudéssemos andar em novidade de vida.
A palavra “cruz” carrega em si também o símbolo de vergonha e
humilhação, bem como da sabedoria da glória de Deus. Roma
empregava a cruz não só como instrumento de tortura e
execução, mas também como pelourinho vergonhoso, reservado
para os mais vis. Para os judeus, a cruz era maldição.
John Stott disse: “Se estamos procurando uma definição de
amor, não devemos ir ao dicionário, mas ao calvário [...] Quando
olhamos para a cruz, vemos a justiça, o amor, a sabedoria e o
poder de Deus. Não é fácil determinar qual desses aspectos é
mais brilhantemente revelado, se a justiça de Deus ao julgar o
pecado, se o amor de Deus ao levar o castigo em nosso lugar, se a
sabedoria de Deus em combinar com perfeição as duas coisas, ou
se o poder de Deus em salvar aqueles que crêem. Pois a cruz é, de
igual forma, um ato e, portanto, uma demonstração da justiça, do
amor e da sabedoria de Deus. A cruz nos assegura que esse Deus
é a realidade dentro, por trás e além do Universo”.
O símbolo do peixe
“E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos,
Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao
mar, porque eram pescadores; e disse-lhes: Vinde após mim, e eu
vos farei pescadores de homens” (Mt 4.18,19).
Um dos deuses filisteus, Dagã (1Sm 5.2 em diante), era
representado como um ser dotado de corpo humano, mas com
cauda de peixe. O trecho de Deuteronômio 4.18 proíbe a
adoração da figura do peixe, por meio de imagens, o que significa
que, naquela época, deve ter havido uma generalizada adoração
ao deus-peixe. Também havia a deusa-peixe, Atargatis, adorada
em Ascalom e também pelos nabateus. Na província de
Oxyrhynchus, no Egito, havia uma espécie de peixe, com esse
nome, ali adorado.
O idioma grego conta com mais de quatrocentos nomes de peixes,
que distinguem espécies e variedades. Nessa língua, o termo
genérico para peixes é ichthus, que ocorre por dezenove vezes
no Novo Testamento. Como símbolo cristão, posterior ao Novo
Testamento, o termo passou a ser usado para representar o
cristianismo. A palavra grega ichthus era dividida num acróstico,
ou seja, uma palavra grega que significa a primeira letra de cada
linha ou parágrafo. O ichthus é um símbolo difuso de Cristo,
emblema e compêndio da fé cristã.
I Ieosous Jesus
CH Christós Cristo
TH theou de Deus
U uiós Filho
S soter Salvador

Mas, além dessa, há várias outras hipóteses que justificariam o


porquê da escolha do peixe. Algumas fontes indicam que as
referências literárias mais antiga para esse símbolo vieram de
uma recomendação de Clemente de Alexandria aos seus leitores
(Paedagogus, III, xi), que deveriam esculpir a imagem do peixe
em suas portas. Mas se pode deduzir, de fontes romanas, como,
por exemplo, o Capella Greca, que o símbolo do peixe foi
empregado pelos cristãos muito antes.
Alguns estudiosos sugerem que esse símbolo cristão surgiu como
uma referência à milagrosa refeição proporcionada por Jesus,
quando alimentou cinco mil homens, além de mulheres e crianças,
multiplicando cinco pães e dois peixes (Mt 14.15-21; Mc 6.30-44;
Lc 9.12-17; Jo 6.4-13).
Assim, o peixe se tornou um símbolo da igreja visível e tem como
um dos textos mais representativos a explicação de Jesus,
quando disse: “Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma
rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E,
estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham
para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora” (Mt
13.47,48).
Em outras palavras, “o reino dos céus” se assemelha a uma grande
mistura de peixes, bons e maus. A rede de arrastão da mensagem
do evangelho apanha toda espécie de gente, mas somente algumas
pessoas realmente se convertem, o que ficará comprovado pela
seleção que será feita no fim.
Os ministros do evangelho são chamados de pescadores,
porquanto, procuram conquistar os homens para Cristo e para o
reino. O alimento espiritual pode ser simbolizado, nos sonhos e
nas visões, por peixe. Um rico suprimento é outra coisa que pode
ser representada pelo peixe nessas manifestações. E também
podem estar em pauta a Igreja Cristã e a doutrina cristã.
Referências:
Novo Dicionário da Bíblia, 2a ed., São Paulo: Vida Nova, 1995.
Stott, John. A cruz de Cristo, São Paulo: Vida, 2000.
http://www.metodista.com/cemetre/artigos/simbolo_da_cruz.ht
m
http://www.monergismo.com/…/histor…/visoes_cristo_alderi.ht
m
http://en.wikipedia.org/wiki/Ichthys

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