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presente no Código Qvií de 1*K ■•vs : <- ^>^pafipélí-tvig w » ^ lucigag "

admite a arbitragem paxa «d aíáo >. -u.guv* - -at» I■jaca s m anivíhvan leçv- .vawt
coletivas, situação na ctisd ni© ia '-j-iuqnír : ea»'4»t unnratua s-ovr.Uíx *
De fato, a submissão de questões extracumraiuius ao iurzo aro ura iá* e xr-
comum no Brasil. Além de admitidas r>ek a-.i:r.rina,**; tan8»err ã o aómitkia. c
jurisprudência. 682
Aqui, cumpre fazer breve referência à dis
e compromisso arbitrai, iá mencionada. A da TTu
se presta a determinar a escolha aa via
do contrato. Por sua vez, são e cD n r? r
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674. G us t avo T eped w o , H e^o s a H e^en x B a *&o 2a í M ar i - 3d WA*<L.


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R epu bl i c a . vo l. 2, p. 6 5 9 (20Õ 6\
675. C ar c o s Ro ber t o G o h c v .vs^ Cwt. <oi,5 t; 55^>,7 0 ' \ ,
676. G u s t av o T b pr v n o K w >-^ ^ í.fv . - r - O », fc-
RtnòRi <v v o t H cv 659 d?A>
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C aV>M a «?C SVVA f\x\ Ks -------- , ty’^ A V x •V . T. —56 d'
), p, S8S, ( J o n v
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outiAs quo n.Vo (*' c^tr :


678. G ust avo TmotNCv H i u v ^a H»\s\» B^^v a í U w v .. vOvv-v a \

vol. 2, p, 6S9 (2006), *.'


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i l r c o m o t v . v osxMsot.'! ,t s' q ; v vo 6 *n s ^\ vM ^ x'v x »v 5jí
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680, f \\\ \\ 8í\ ,Mt n 4 ^ «* Svxs vk V V vV > N < AN>V.v .VN NW X x \\
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EXTENSÃO I LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tlburclo
104

abuso do direito de litigar (boa fé processual). C om o 0 f o r u m s h o p p i n g c um dJrcitn


do autor, buscando a propositura da nçào no local que, a princípio, lhe traga mais
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não ha’ evitar
abusos
para nem
desenrolar do
Por outro lado, como a aplicação do forum non conveniens envolve a recusa
pelo ludiciário local de julgar uma questão, outro ponto relevante a ser discutido
e o direito do nacional/domiciliado no país de ter acesso à justiça, já que, em tese,
sco esses últimos que, por meio de tributos, sustentam a m áquina estatal. Assim,
~ e s~ o c~ situações envolvendo réus estrangeiros, poder-se-ia alegar interesse
co ]udidirio local em se pronunciar sobre uma questão se o autor for nacional
ou domiciliado no forocsSS Tal argumento justificaria muitas decisões judiciais
estrangeiras que admitem julgar uma causa conectada ao foro somente em função
do pólo ativo da demanda.
Registrem-se também críticas feitas à doutrina do foru m non conveniens,
principalmente de autores franceses, pois veem nela uma maneira de beneficiar as
grandes empresas em detrimento dos interesses de pessoas físicas.*689
86 A despeito de
a doutrina ter sido aplicada em alguns casos do gênero, isso por si só não a descre-
dencia. Ao contrário, há muitos exemplos de casos em que foi feita justiça com base
exatamente na aplicação da doutrina.
A aplicação do forum non conveniens é justificada sob o argumento de que
para cada causa há um juiz adequado para julgá-la, ou seja, deve-se buscar o juiz
naturaL A autoridade judiciária do foro mais conveniente representaria esse juiz
natural. A consequência lógica disso é que os outros juizes deveríam se abster de
julgar a causa. Nesse ponto, pode-se fazer uma analogia com os ensinamentos de
Friedrich Karl von Savigny no que tange à determinação da lei material aplicável à
relação jurídica que tenha elementos estrangeiros. Savigny defendeu que o direito
internacional privado deveria determinar a distribuição de competências legislativas
1

erisu-edeffectivefy by the authoritles o f the forum State or by lhe authorities o f another State. Ifit is found that a decislonon
_r* bobs c f the conflict rules o f the forum could n o t be carried out In one or the other ivay because o f the opposition of oito
"
siote: whkh ptefet the appllcation o f another law, another time the question w ould arise w hat law should be applied insleod
o f toe law indicavtd by the norm al conflict rule, or what other solulion Is appropriale If the law whlch ought to be oppHd
cormot be oppíied because the decislon could not be carried out. The m ost appropriate solutlon In such a case would perhopi
be to alknv the court to decline the e/ercise o f jurlsdictlon; In the United States the so called forum non conveniens docliint
might perhops be used for that purpose p. 396.
688. 0 legislador processual brasileiro não privilegiou essa hipótese de exercido da atividade jurlsdldonal brasileira (que
não é mendonada no a rt 88 nem no art, 89 do CPC). Entretanto, HelioTornaghl com fundam entos equivocados, poli
a regra é de competência interna - justificou a sua aceitação, baseando-se no art. 94, § 3o, do CPC, o que foi comentado
supro.
689. ‘ ("".)ilfoudroitbonnerrexerclseduforumnonconveniens,quiserttropsouven(àprotégerleslntérêtsd'entreprisesamèrkobtf
ossígnées en réparolion de víolotion masslve des droits d e V h o m m e -u n e affalre com m e Bhopal (précitéej en est Ia traglqut
lllust/ation f D w « r j í B v w a u , H o kat i a M ui k W at t , Diiorr In t u i n a t i o n a l P i i i vê, tom e I, Partle générale, p. 89 (2007).
r
Parte I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 195

entre Estadas, por meio da utilização de regras de conexão que deveríam buscar a
sede da relação jurídica, o centro de gravidade da relação jurídica
erUre as lições de Savigr.y e o deser.voi- .a
* cL voscaratámaisapropriadapara* < '

çào jurídica - proper law o f thecaie adotada atoa u.tr.i* pda Je^i«âcãv ce
outros países, e também em convenções internacionais6*
A doutrina do foru m non conveniens pode ser considerada o equivalente no
plano processual desse ensinamento. Se um foro não é adequado, conveniente; este
não é o proper foru m o f the case; consequentemente o caso deverá ser jujgado onde
está a sua sede, o seu centro de gravidade. Como o feito está mais conectado à outra
jurisdição, esse é o foro adequado para o seu julgamento. Trata-se, portanto, de clara
manifestação do princípio da proximidade para afastar o exercício da jurisdição do
tribunal competente.
Outro fundamento do forum non conveniens é evitar a meuírcentação ia
máquina judiciária local, gerando um dispéndio de recursos nos casos e~ que as
conexões com o foro são mínimas. O fundamento desta recusa seria o principio do
interesse do Estado e dos contribuintes. Como o exercício da jurisdição é oneroso,
não deve ocorrer senão quando houver razoável interesse local e contatos com o
foro, o que deve ser aferido no caso concreto.6
692
160 É, portanto, essencial saber o que se
9
deve entender por jurisdição inadequada, e é a partir dessa questão que se analisará
a aplicação do princípio no direito estrangeiro.

III.3.1.1. EUA

O princípio tem sido construído nos Estados Unidos - e assim também foi
inicialmente na Escócia693 - como uma forma de corrigir abusos decorrentes das

690. "The standpoint to which this consideration leads us, is that ofan intemottooal corr.nor drrt ofm zscrs ~c- ng ncercwse
with one another; (...) In this way we come to apply to the conflict of territorial la*s o f •roe&encer: States sjbstarcc. >
same principies which govern the collision o f particular laws in the same stete and this co o rc ncoon s pmserved rv x x ç
the following inquire. In regard to both kinds o f collision, then, the question may be stated thus:~ To ascertain for every eçc.
relation (case) that law to which in its proper nature, it belongs or is subject. (~).(-J*. Vide F^k >x > C as l von a T
o n t he C o n f l i c t o f L a w s a n d t h e L i mi t s o f t h ei r O per at t o n in R es pec t o f P ul c e a n d T ikae, p. 70 (2003).

691. Sobre o princípio da proximidade veja-se Jacob Dolinger, Evolution of Princip'es for flesaS 'ng CcrfTas ir r e Fe-d c-
Contracts and Torts, R ec u ei l d es C o u r s , vol. 283, p. 379 e ss. (2000).

692. A respeito do principio do interesse, vale transcrever comentário de EnriooTuIlio Liebmaa em texto escritaro vigênoa
da Lei de Introdução ao Código Civil de 1942, isto é, antes da vigência do CPC de 1973 (que estabelece ca o tu o e\c
para a competência internacional):'No Brasil, onde ao contraria esta determinação direta nòo exvste e c*\áe a e* rvv:
estabelece expressamente nenhum limite à jurisdição nacional aqueJa mesma arirmaçàe pode ado- um s.ç^ caoo
Inteiramente novo e im previsível que é precisamente aquele da extensão da juitsc çào brast e 'a a tocas as c o n rc .o scs
possíveis, sem exceção. Este resultado manifestamente inaceitável muito se afasta do poosamento de Ca v^urt. o qoaí
explicou claramente que o processo devia operar em cada Estado somente para as lides que são para ele re*lev antes,
isto é, para aquelas que possam turbar a sua paz em razão das pessoas ou dos bens nela envolvidos ou do lugar
onde se p ro d u ziram os fatos que as motivaram." (grifo acrescentado). Vide E. T. Liebmoa Os limites da Juisdiçdo
Brasileira, E s t u d o s s o br e o P r o c es s o C ivil B r as i l ei r o ,p. 18 (1947).
693. Foi na Escócia que a doutrina surgiu pela primeira vez, embora chamada de forum nori competens. E surgiu justamente
para contornar os abusos que a jurisdição baseada em arrestmentadfundandam forum atresticausava (attachedandseized
forelgn assets in order to force foreigners into Scottish courts), ao forçar que um réu domiciliado foro da Escócia pudesse ser
EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburcio

hipóteses de jurisdição exorbitante (por exem plo, ju risd ição com base na metJ
presença, ainda que transitória, do réu no foro - transient ou tag jurisdiction).^^
despeito de ter sido desenvolvido pela doutrina ao longo do tempo,695 a Suprem
Corte dos Estados Unidos só o reconheceu em 1947, ao julgar um caso doméstico,
GulfOil Corp. v. Gilbert.696
A Corte se recusou a enumerar as circunstâncias que autorizariam a extinção
do feito,6"' deixando a matéria à discricionariedade do juiz de primeira instância,
mas identificou dois grupos de fatores ( -relacionados aos
litigantes e public interest factors - relacionados ao foro) que deveriam ser usados
como guia na aplicação da exceção, sendo que, com o regra, a escolha do autor deve
ser respeitada (“ unless the balance is strongly in fa v o r o f the defendant, the plaintiff)
choice offorum should rarely be disturbed,r).m *469578

lá processado. Veja-se a discussão por Lord Goff, no julgam ento pela House of Lords de Spiliada MaritimeCorpv.Cansula
Ltd (1987) AC 460, especificamente p. 474-475. Vejam-se tam bém A.E. A n t o n and P.R.B e a u mo n t , P r i vat e Int er nat i onai Im A
T r eat i se f r o m t h e S t a n d po i n t o f S c o t s L a w , p. 213-214 (1990); C h es h i r e a n d N o r t h , P r i v at e In t er n a t i o n a l L a w , p. 335 (1999).

694. A A Ehrenzweig, The Transient Rule ofPersonal Jurisdiction: the 'Pow er' M yth an d Forum Conveniens, Y al e Law Jour na^voI
65, p. 312 (1956). Neste mesmo sentido, Fawcett aponta que forum non conveniens funciona como um antídoto pare
excessivamente largas hipóteses de exercício de jurisdição. Mas aponta tam bém outros motivos para a adoçào da doutrina:
flexibilidade e evitar forum shopping por exemplo. J J. F a w c et , G en er a l R epo r t , D ec l i n i n g J u r i s d i c t i o n in P r i vat e Int er nat ional U*
R ePORTS TO THE XIVTH C o n GRESS OF THE INTERNATIONAL ACADEMY OF COMPARATIVE L a W, p. 19 (1995).

695. AFirma-se que a expressão foi pela primeira vez usada por Paxton Blair, The D octrine o f Forum non Conveniens in Anglo-
American Law, C o l u mbi a L a w R ev i ew , vol. 29, p. 1 (1929). Cf. Hu Zhenjie, Forum Non Conveniens: an Unjustified Doctwí
N et h er l a n d s In t er n a t i o n a l L a w R ev i ew , vol. XLVIII, p. 149 (2001).

696. Na hipótese, um residente do Estado da Virgínia ajuizou ação perante um tribunal federal em Nova York (NewYoá
District Court) contra G u lfO il Corp., uma empresa da Pensilvània que atuava tanto na Virgínia quanto em N o v a York. 0
autor pleiteava indenização por danos alegando que o réu, ao entregar gasolina em seu posto, havia neglígentemenh
causado explosão e incêndio. Considerando que todos os eventos relacionados ao caso tinham ocorrido na Virgínia. ^
tribunal nova-iorquino entendeu que aquele era um forum non conveniens e extinguiu o processo. Em recurso, aCou^t
ofAppeai reformou a decisão, chegando o caso à Suprema Corte, onde a decisão inicial foi restaurada.
330 US 501 (1947). Julgado na mesma data, embora menos citado, Koster v. Lum berm ens M utual Casualty Co, 330 US5LS
(1947) também aplicou o forum non conveniens.
697. 330 US 501 (1947), p. 508:"lMisely, ithas notbeen attem pted to catalogue thecircum stances which willjustifyorrequireeithff
grant or denial ofremedy. The doctrine leaves much to the discretion o f the court to w hich p la in tiff resorts, and experiencehti
not shown a judicial tendency to renounce one's own jurisdiction so strong as to result in m any abuses".
698. 330 US 501 (1947), p. 508-509 :“lf the com bination and w eight o f factors requisite to given results are difficulttoforectf
or State, those to be considered are not difficult to name. An interest to be considered, an d the one likely to be mostpressri
is the private interest o f the litigant. Im portant considerations are the relative ease ofaccess to sources o f proof; availobifitf
of compulsory process for attendance ofunw iUing, and the cost o fo b ta in in g attendance o fw illin g , witnesses;possibi^'
of vievv of premises, ifvie w would be appropriate to the action; an d a ll other p ra ctica l problem s that make trial ofaco5c
easy, expeditious and inexpensive. There m a ya lso be questions as to the en fo rcib ility o fa ju d g m e n t ifone is obtained.
court wffl weigh relative advantages and obstacles to fair trial. It is often said that the p la in tiff m ay not, by choice ofo{
inconvenient forum, Vex/'harassfor 'oppress' the defendant by in flictln g upon him expense or trouble not necessaryto^
own right to pursue his remedy. But unless the balance is strongly In favor o f t h e defendant, the plaintiff's choice offo0
should rorely be disturbed. Factors o f public interest also have place in applying the doctrine. Administrative difficult
folio w forcourts v/hen lítigation is piled up in congested centers instead o fb e in g handled a t Its origin. Jury dutyis a burW
thot ought not to be ímposed upon the people o f a com m uníty w hich has no relation to the litigatlon. In cases which touw
the offolrs ofrnony persons, there is reason for holding the trial in thelr view a n d reach rather than In remote parts ofthe
country where theycan learn o f it by report only. There is a local interest in havlng lo calized controversies decidedatho#
There is on oppropríoteness, too, in having the trial o f a diversitycase In a forum th at Is at hom e wlth the State law that
go/ern the case, rather than havlng a court In some other forum untangle problem s in con fllct oflaw s, and In lawforeV
to Itself.0.
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 197

Embora fosse uma hipótese eminentemente doméstica, Gulf Oil Corp. Gil-
bert tornou-se um importante precedente para todos os tribunais federais690 norte-
-americanos, inclusive para os casos internacionais.700
Os contornos da doutrina, todavia, só se completaram décadas depois, quan-
do a Suprema Corte julgou Piper Aircraft Co. v. Reyno, caso com elementos de
estraneidade.70lA Corte estabeleceu uma sequência de etapas que deveríam ser
percorridas na análise da adequação do foro.702*7

699. Os tribunais estaduais tendem a seguir o padrão federal quanto à admissibilidade e requisitos do forum non conveniens,
mas não há uniformidade, havendo exceções. Para elas, veja-se Russel J. Weintraub, The United States as a Mognet Forum
and What, ifAnything, to doA boutlt, J ack L. Gol dsmí t m (edt t ed 8y ),Int eanat t onai . O sput e Reso uj t kx :The RcGu a t c * cf Se l k t o
(Four t eent w So ko l C o i l o q ui um, C har l ot t esvi l l e, VA. 1996), p. 226 (1997), nota de rodapé 66, da onde se extraem as seguintes
informações: A Geórgia rejeita a doutrina do forum non conveniens, com base no Geórgia Code Annotated, §1(2X6Xa)
(6) segundo o qual "the rights ofcitizens include, without limitation the following U ) the right to appeaf to the courts* Os
tribunais da Geórgia interpretam a regra de modo a incluir não só seus cidadãos, mas todo cidadão americano ainda
que não lá dom iciliado - Southern Ry v. Goodman, 380 S.E. 2d 460 (Ga. 1989). O raciocínio, contudo, não se ao cana a
estrangeiros. Os tribunais estaduais da Louisiana também rejeitavam o forum non conveniens. Alegar do cee se tratava
de uma doutrina da com m on law, enquanto o direito da Lousiana é de base romano-germáfiica [ch i IaW\- Foxv.8oand
of Supervisors ofL.S.U, 576 So.2d 978 (La. 1991), mas uma alteração no seu código de processo dv.: passou a aefr-tô-ta
em limitadas hipóteses (artigo 123 do LA Code of Civil Procedure). O Texas não mais a acenava casos reavros 2
homicídios culposos (w rongfulóea th) e lesões corporais {personalinjury) quando tiverem como ca-jsa ever.tos occrrcos
em outro Estado ou país. Cf. Dow Chem ical Co. v. Atfaro, 786 SW 2d 674 (Tex. 1990., interpretando o r ex2s Gv zrac:c 2

and Remedies Code Annotated, §70.031, sendo que a Suprema Corte decidiu não conhecer do recurso cert àenec
498 US 1024 (1991)). Mas em 1993 foi promulgada uma alteração ao codigo que permite a extinção do orocesso ccm
base na doutrina, embora faça distinção entre residentes e não residentes nos Estados Unidos e e rre resdertes e
não residentes no Estado. A extinção não é permitida se o autor é residente no Texas, conforme Tex2s Gv€ Practice and
Remedies Code Annotated, §70.051. Interessante notar que o artigo I, §13 da Constituição do Texas 'A i oourtsshoS be
open and every person for an injury done him, in his lands. goods, person. or repuratSon. shaã nave a remeày by rue rx /se
oflaw ") foi interpretado pela Suprema Corte dos Estados Unidos como apto a impetf.r a extinção ro orocesso com
base na doutrina do forum non conveniens (Chick Kam Choo v. Exxon Corp, 486 US 140. espeoficamence na pJ44 , Vas 2
Suprema Corte do Texas já decidiu (Moreno v. Sterling Drug Ina, 787 S.W2d 343 {7ex_l 990)) que e no*— a não se ec ca 3
homicídios culposos, somente a ações baseadas na common law [common lawcouses ofocbonX Normasemesharce ev sce
na Constituição de Ohio (art I, §16), mas a Suprema Corte do Estado a interpretou como não ímpedtiva oa doutrina
(Chambers v. Merrel-Dow Pharmaceuticals, 519 N.L2d 370 (Ohio 1988).
700. Na verdade, o precedente passou a ser fonte apenas para os casos internacionais, já que, para os casos domésticos
julgados por um tribunal federal, a rejeiçào de um caso e sua tranferéncia para outro foro está previsto em 2$ USC 14>s
(a): "For the convenience ofparties and witnesses, in the interest of justice, a district court may transter ary c> acro~ fo eny
other district or division where it m ight have been brought" G.B.Bor n a n d D. W est i n , In t er n at i o n a Cwt LncAnoN \ Uvrs> St at es
C o u r t s , p. 277(1992).

701. 454 US 235 (1982). Sobre o caso, V.Harold Hongju Koh, International Business Transactions in United States Courts. fècuEL
d es Cour s , vol. 261, p.147 (1996). No caso, em 1976, um avião fabricado pela Piper Aircraft Cana Pensihània, com motor
fabricado pela Hartzell Proppeler, Inc., em Ohio, teve um acidente na Escócia, durante um vòo de Blackpool para Perth.
No acidente, o piloto e todos os cinco passageiros morreram e não houve nenhuma testemunha do acidente. A época,
a aeronave estava registrada na Grã-Bretanha e era operada por uma empresa escocesa de táxi aérea No momento do
acidente a aeronave estava sendo monitorada pelo controle aéreo escocês.Todas as vitimas eram escocesas, domiciliadas
na Escócia, assim como seus familiares.
Na primeira instância, o US District Court da Pensilvània aceitou o argumento das empresas norte-americanas, Piper e
Hartzell, de que os EUA seriam forum non conveniens para julgar o pedido de indenização. A Corte de Apelação para o
Terceiro Circuito modificou o julgado, decidindo que os réus não tinham se desincumbido do ônus de demonstrar que
o foro local seria inadequado. A Suprema Corte Americana manteve a decisão da primeira instância, concluindo que a
alegação de a lei ser menos favorável aos autores não deveria ter um peso decisivo na fixação da competência e que a
discricionariedade da primeira instância em considerar tal argumento deveria ser respeitada.
7°2. 454 US 235 (1982), especialmente p. 255-261. Primeiramente, o tribunal deve decidir se ha uma jurisdição alternativa
e se esta poderá julgar o caso. Em segundo, deve-se adotar uma forte presunção de que o foro escolhido pelo autor
é adequado, embora essa presunção não precise necessariamente ser adotada no caso de autores estrangeiros. Em
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- t w í S í r . v a V v’V 4 v ’ s \ i . a s i c C> *'. ' d s \ \ v V t W v ' o U u U ' | \ ' K ' u n l o i , c \ s la p iv s t t u ^ Ã C * é n ic iii

vh - x v > u « iih ic e a u t o r e e $ t r d n ^ i r v . \ w

Essa is tin c à o ravorectt abertam eute às em presas am ericanas oue atnnm i™.
. ".ente,, possibilitando que aiam com base em padrões de conduta diferente
W r.to rre estewun
r.orte'«L:nericanas (quase sempre aplicadas diante do provincianismo desuas
re d ra s d e a m e s à o l^

Isso foi confirmado em uma das mais fam osas decisões sobre a doutrina,
srràbsD i© n ntim as do acidente ocorrido na fábrica da Union Carbide na ín
Ut
j depois da catástrofe

terceiro, c tribuna! oeve sopesar os p rivjre interests fators (exem plificados em Gilbert). Em quarto, o tribunal deve sopesa’
os d u PI ic mteres: iactors , de m odo a determinar de eles favorecem o julgam ento do caso no foro estrangeiro. Emcaso
oostivo o tribunal deve extinguir o processo e direcionar as partes para esse foro alternativo, mas desdequeoacessoa
esse foro não seja sobremaneira prejudicial ou inconveniente. A Suprem a Corte, relem brando Gilbert (330 US, nap.511)
e Koster 330 US, na p. 531) reafirmou que essas análises devem ser feitas pelo juiz de primeira instância, sendo queas
Corres de -.oeiação só poderiâm revé-las em caso de abuso - 454 US, p. 257:°The forum non conveniensdeterminationa
com m fàed to the s o jn d oiscreúon o f the trial court. It m ay be reversed only when there has been a clear abuse of disatíiw
vàvere Os bakm dng oftf.ese foaors is reasonable, its decision deverves sub stantion al deference."
703. 330 US 501, a 303.
704. US 235, p. 255-256 (1982): 'The District CouTs distinction between
futiyjustified. In Kosier. the Court indicoied that o plaintiff's choice o f for
nos chosen the home foru m V/hen the bome forum has been chosen, it i:
Wheri the p io in tiffb fore*gn, hov/ever, thrs assum ption is m uch less reaso
csnveneas n v j t y is ts>enzjre that the trial is convenient, o foreing p la i
725 zrjrr.z, a *o cc p d £ ôonrtnm r0^ ) current BrÜish an d Am erican law does little to prevení local companies escapa
Pcrcestc \ez c- stcnóórdk *sr.zr>, operaürtg overseos. The 'most surtable forum ' doctrine adopted in the United Statesandtht
5

y iré C <mgdor> - h \Ví fcs b d o n á n g o f local versus foreign in terests-p laces foreign plaintiffs at an immediatedisadmloqt
'O & z. Ifccppccach operJy discrim ínates in fovour o f local litigants, placing unfalrobstacles in the wayof foreignplolnlifh
* 5 ' i ç *ó ue US compor, es in the United States.0V ide Peter Prince, Bhopal, Bougainville e Ok Tedl: Why Australia's Forw
5

nor Csr seri efrsApproachh Better, bíT^?ixnow>i. ah d Co mpap.at ive Law Q uar t e«l y vol.47, p. 574 (1998).No mesmo sentido:'!. •)
t f s íjà ra k b o rra r!'e /e rck e du forum non conveniens, qui sert trop souvent à protéger les intérêts d 'entreprisesaméricoiM
255 5 r-é * 5 e/i réporory^i de víolation massive des droils de I 'hom m e - une affalre com m e Bhopal (précltée) en est Ia traglqtí
sstsGóor/.'Ix m v s j *. j, M<j > V/at t , Dr-orr Iw i í c nat i o nal P ki vE, tom e I, Partle générale, p. 89 (2007).
7X 1^ 'r jfr z te 2 para 3 de dezembro de 1984,47 toneladas de urn gás altam ente tóxico {methyl Icysocyanate-MIQvdiooh
fetr<5i Ur. rs\ Carbide em Bhopal (Madfiya Pradesh), O gás se alastrou pelas áreas mais populosas da cidade e matou
< r y o / > A y ' er 3500 pessoas, a'4rr» óe ferir gravernente dezenas de milhares. Lowenfeld fala em 3.350 mortos ema''
X / / / , c c /’ gravas ferr\rr\enfos (p, 7/0), U, Ba/i fala ern quase 10.000 rnortos e ao menos 200.000 feridos (Mcw Torf^
1A j" '/ S s s / ,i ‘ /'.''spr i* I k / s . y , /•< r/sC o ^ u ^ Â X lú t p . 354 355(1^99).)U.B/ixltam bém nntrnqu^T/icUnionofln^
' / d * o G f i ê h f e v o l u t i o n , p u f s u ê d a w i r f a a r r a y o f v t r a t e t j l t n , I n d u d l n g t h e iirrqiinfiff^
'4 '/ '/ ; y . / y * / t / c ( ^ i / f o & o d Q f/lo M d w l g n w l c o m u m trd, o w t w c l , t o n t r o l l n d , o p o t o t t d o ^

' w & d v/ 7* S<- \0<is/>QtdM*OorporatVH), f(r // ihfough Hí Indlpti */M lia r y, flwlJCCtroInedliulh im/)loi11/WQirf
Y o r U J,

itsp "y 5 yj/y i foQhty >oW w Virgínia;it superylsed lhe conitrucilon ond malntenamr> nf tlw plnnt. Whm a q u \ Itfk0
c//.'y'ir/i y, hilíng t//ç fndlon v/orkors, tm UCx condunvd a safeiy audlt hui ddcllned la ai t an lis rctconimendollM'
rhe irfU<yiuoian i/fo U aU o f theon v/fety systvn com parohh to Its own United States produt Iton fiulllty fim1$
e n a iíf^ a n ttk fv sre m a lfu rfM o rtio fo lle p Id e m lo fo Q lv jla n d lo M icQ la Q lca ln rn tm n fM IC C im d ltu iltw lu m iá m ch Q w W '
VAoy, Toftt, fAuitínodonúlinterpôs Unhlllty, j <m %Q m 'u vol. 2 th, p, r/>( |ggg)),
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A nmtwjf,' /, > t V/Ü W » J?7 *16

Kfllwlos *^ m
c\svtyu<\<) >j (ju%w (M.U, e o jafénfa £dr//> £iv» /[ár>y> r o .r&m
A. ■ â a

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legltífnífM/lf i^ir» pr'/p*/f í d errw i.v f*e^ m w íii * áçãn de in d e n iz o pleiteai
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•(H$ $ f»ilfi''‘ <: '!<• i>
’ /'■■',*f?&0A' •, < irsn (7*rtv4e " - ^v^^irtn
Hf W ü 047 mi
l|H O |)f l . h l t ) í 1*1 f ÍÍ<J/4 MA*?. 7< í)< Ví <í '.V ; .! '' f i< CtK W ' . " v> " V U f f i v i ; x t l ! i r ti* tft;

^ent núinero de <i<>Ccy> c v '1; <■ 'idia t otr’ iiui n*. :; v -. w


ubmetessar ao íudiCíárru mdjariu
fosse proferida naquele país. «o. vjDner_.
'r ^ V
e foi feito um acordo cora a inter ^ •

>montante de USS 470 r iJbóes.’


vantagem para os autores m : 7- ; :;r
so a ação tivesse sido aioizada micíaba
poderia figurar d o polo passm' t a iBdfflnÉzaõi
pitai social da trrrresa 3s>cad r r ^ i.

da controladora, os adotes lirremm mta laranca m ciíaia de rue m.o


io fosse cumprida voluntariamente, eia seria racimente domoiogavei
nos EUA.713

707. Dawani et al. v. Union Carbide Corp (SDW Va. 07.12 . 1984).
708. Christian von Bar, Environm ental Dam age in Privaze IncematkxralUr*. Rec j bl r s Cx^s. vct. 253. p. 344; *997\
709. Em 1985, o Parlamento indiano promulgou uma lei (3hcpal G cs Leak Dfscs^ r Acr, detsrm irs-ca que sc o governo
legitimidade {adcausam) para representar as vítimas e familiares, seja na rxS& cx no s*t=rcr_CcmQ -se n a 'eçátr-
ad causam ordinária é regida pela lei aplicável ao mérito da reteçác jc r c x a q
Um outro ponto deve ser realçado: embora as cortes, ao se va'ecsr? ca doctnna frequertET-er cs que a o s c leva
_ l<*r ^
ser transferido para o foro mais apropriado, sabe-se que: ‘a coce ~.Ve >or«; c bt t c l ccrsrer z a s e .*c r o a *ccr rrr
dismiss [...] These astonishing references to transfer ia the rrsrrcrcn c. r r v — c r ccrveriers c c rs x r jrç z c r:z f j e+ofiemistfc
vocabulary whereby the true effects o fa forum noa conveniens á sm tssofare ~ c s < e c r yre -eo .vera ^veryoiTe írro*s ~r.cz
international plaintiffs who suffer forum non corver ers dfer?*ssa& r r*e ünc?c Svtxes are typcaity ^rccíe cc j c izrvcra r
the hypothesized foreign forum \ Robertsorv, TheFeóersi rc c trn e o f Ver 7^ L^v
vol.29, p.370-371 (1994).
In Union Carbide Corporation Gas Ptent Disaster, õo4 F. Supp. ve«5~$eccr'e~ -ire : -o.v *
a decisão por U. Baxi, Mass Torts, M ultm ational trccrp-sc üob<iíT) fócutc s o .. ^
mantida pela Corte de Apelação e Suprema Corte: irt U h o i Ccrt»3c Co t - o c s •7 " 7>cOs:r e: 5 x \ v r j c
809 F. 2d 195 (2nd. Cir. 1987) e 484 US 871.
\ -N
Este valor representava dez vezes o patrimônio da Union Carb»òe cia índ o oe ü
bilhões inicialmente solicitados pelos autoie^ Como apontado pela doertrina aao - à -v
favoreceu as empresas rés. Christian von Bar. em curso proferido r\i Acaderr o ca -e o.
off the feelinq that, behind the /ove/ of law cieofing n Th frjn$â*ctk\ co *.v.v ve C ' rorSfs vv
cconomic inteiests to be faced and that therefore the court behind : v *a
*.V; " KV*vC

decision In favour of the d cto K ia n tX h à stu m vort ronrvnM TX'' B H H H H H I I zts


M
vol. 268,p. 340 0997). Vcjam-se outtas enteas ádouti \$ cm ^>7n >v«e ^ a A \m c
Ni vnt mani »n In h u n mv n m L wn 1\t \ kw . v\sl. \CV)K ; ' 0° 7V *V N>Cx M \>te4^4fífe.KAC A aa
a*» nmptrviv lutile Kx4 K. aStnsa. A Tv -n v'
lowrt te\jutnt\'< v butyien (fv cv«^\í * * v’a (.'-o a * - v *'''N '' C ',N‘ w ' A ' ^
J y f M I c f t e iih io c w W lh it t M w C W W â í x,, i ^ v ,u '-
In International I í í w , H nkvahí O n í ^ s v n ^ v. I w K \« sa. w 1 .V p *’
So U. t õ o ilosnnvolvlmentvt
, , . ^Hvstr*tloi
, ^ ^
ria rioutnna 11 A V
Nna
u M.hlS> .Vrtt'\A'>
.a - s ^ - U !
-IV xv.irr V»-
In li\tr'i m i t i . Mtíll I ttJiiUtiiVi ( h k v i i i Ivt» <,VAtW\ V. I Vn V\ v\A \V.‘ tA A ^
xv ; \ t t N S \ 0 1 . UMI1 ES 04 IURISOK AO ORAS» I I U A Crtmw» libtitx Io

llldU.l Inglaterra
Na Inglaterra* emboca a ; louscot I
antenoresC* foi no julgamento d o famoso c a so S p i/ia d o Ahn itinic C orp v. Cnnsiihw
:.L '' que o principio recebeu seus contornos™
O tribunal enumerou uma serie de princípios subordinados, criando duas
etapas '.va analise da doutrina.'1 Na primeira, é ônus do réu demonstrar que existe
outra jurisdição disponível e claramente mais apropriada que a jurisdição inglesa
ecíe.rvv cr .iistinetiy more appropriate ). Na segunda etapa, uma vez demonstrado
haver um Judiciário estrangeiro claramente mais apropriado, o ônus recai sobre o
autor em demonstrar 'circumstances by reasoti o f which justice requires that a stay
sh cu íd ncwTthcless not be g r a n t e d V xsA doutrina do non
ie duas etapas formulado por Lord G off vêm sendo reafirmados e explicados pela
Ho use ofLords em casos posteriores, como RTX v. Connolly.719
Aparentemente, a doutrina do forum non conveniens tem sido justificada no
direito inglês como rorma de reduzir as competências exorbitantes, a discridona-
rieeeue residual (residual )isrcote o Judiciário inglês para julgar l
d
sio sub~eúdos. ou ainda para o fim de reduzir a possibilidade d 720
Nos dois primeiros casos, trata-se de limitação à soberania local; no último, trata-se
de reduzir o poder da autonomia da parte autora na determinação da jurisdição que
irá decidir a causa.
A adesão do Reino Unido às Convenções de Bruxelas e de Lugano posterior-
mente restringiu o alcance da doutrina em determinados casos.721 Questionou-se,
comudo, se a doutrina não deveria ser aplicada somente quando o Judiciário alter-

- i 7fcg t & t í r S c - ç r f i AC 396 = H 984] 1 AJI EP. 470. Influência da experiência escocesa - Sim v. (1892) 19R
^ s s z Crragac. Vejarry-se os comentários de Lord Goff em Spiliada M aritim e Corp v. Consulex Ltd, [1984] AC 460, p.
t&~òérr - X £.!-:>» e P X Bc al h uc aí t , In t er n a t i o n a l L a w : A T r eat i se f r o m t h e S t an d po i n t o f Scot s Law, p.
T 3 -2 U 4 1 5 9 C b krr&HfriCAíAL La w , p. 3 3 5 (1 9 9 9 ).

715, j y ‘ede 'áaríútneCorp /. C/srrsufe/ Ltd , 11934] AC 460 = [1986] 3 All ER 843.
v co jl / ' Ss^ sf r r o y bas*c principie is that o stay w lll only be granted on the ground of forum non conveniens
A^ere " e c o j /X s jtffr sfied vrss there rs some other ovaíloble forum, havlng Jurlsdiction, which is lhe appropriate forum foi
vo y ** csjss<, í j l , i rs s/hich the case m ay be tríed more sultobly for the inlerests o fa ll the partles and the ends of justice.
t ó i ypü ado Mortúme Corp v, Consulex Ltd, [1984] AC 460, p. 476,
T 1. <5*3 ^ái.se rna»s aprofundada das duas etapas, consulte-se C heshi r e and N o r t h , P r i vat e In t er n at i o n al L aw , p. 337*347

7 b j y odo Mo/Wtme Corp / Console/Ltd, f 1984] AC 460, p, 478,


n y m / c/A*/jAf, ;i993i a c 854,
fCáà. o o * * , f a * v e m , O mv i x m, uuomtm, p. 481-487 (2010).
7 /' '.>5 x e l r , o r r / s W o d u è W * U *• a Corr/#nç£orioBruxalo*d** 1900/rotativa h compntônrla)udlelérla
a <.+ /* './,/; '> ^ y/K />/.; í *u m * * 'U \ f(A l ty/ifpnrndn no dlritllo hrltOnlr o, Nn lei c|uo n Im orporou (fof
O/- / / ^ / V w d è tdykfft& ito/xi \7h2),Srk a <llsposl^1o ipt‘ ‘ nfio r onst.iv/i <ln ( nuvm\<fi\n\HNothltHiln thllAd
yo o ry o /M i u ti,* (Jf)rt44ffir,'jà'/m from -Jo/ing, flftln y, M lk ln g o i i í m d h m lttln g an yp m i w lln g * bnlotdlt. onlh*
4 * K 'A '/ft* ///lyg ,w lw * to d o u jlin o fln co m h i* n iw lth th ft igôitC onvofítlonlt,j!,PM\^\wnm^
*'+ '*/ h/Aft w d b v k j í h á r f i t ’' f r t f y / 1 ) , f o í n> u y .* r \ \ n t\ n n d b p O ^ ú o n l í m i l U í m M r t l V á t|!!r»nl»i t\ í Ol l Vri n^t l i ^

S jr o * / / - < * t* o ( h é O v ilh J tM 'iio n a n d Judgmtnt^Ai 1 7001, poi for^ d<» M»yu|iimt>nlo(Cl)


<<- w y / A ,
•r/MidCIODA /URfSDiÇAOCA/llCOMOATWRrrODAíôé*WwArÓE'rAOOjOB'

nativo l(>h h c membro das Convenções ou se a restrição se aplicaria também q jar ce


o Judiciário alternativo não fo ts e m e m b r o da O>nvenção.724
A Corte Inglesa dc Apelação (Jirtgtísh Court o fA p p e a t) á e á á x u err. í 9"/> r
qua ndo o |ud íci á ri o al ternat ívo não fosse pa rte das cor. ver.ç/y» o dedír. ío é y /jé r d
com base na doutrina do forum non conveníen c^Ern $, '/'d.d /l«éé
Câmara dos Lordes (/ louse ofIxrrds), apesar de enter.cer
í- ,qoe o ;od
seria o mais adequado, aceitou julgar a causa porque a compesénáa Jr*£ era *
pelo art. 2" da Convenção de Bruxelas (foro do domicilio do réu.).
A seguir, em 2002, diante de um novo caso em que a
o forum non conveniens e a Convenção de Bruxelas deveria ser cericida, a Coicrí
of Appeal formulou as seguintes questões prejudiciais ao Tribunal de Justiça das
Comunidades Européias:.725

“1. Is it inconsistent with the Brusseis CoarenÊkm oo JcrisáícãoB ta


ment of Judgements 1968, where a claimani X 2

on Article 2, for a court of a Contracting State to ||


E
available under its national law, to decline to he
person domiciled in that State in favotu of ine cosuts ofa
(a) if the jurisdiction of no other Contraciing the i96é Cooieotksi
is in issue; (b) if the proceedings have no connectmg taciors to
tracting State? 2. If the answer to question 1 a or fb) is yesr is it inconsistent m
all circumstances or only in sim and if so whichr

Tratava-se de ação ajuizada por nacional domiciliado no Reino Laico em tace


de domiciliado também no Reino LTiido e outros réus dfomidiíados na Jamaica,
por força de acidente ocorrido na Jamaica quando aquek estava de f ie is nc ram
A consulta feita perguntava se seria possível que o Judiciário ce Estude- m 5

Veja-se Hélène Gaudemet-Tallon. Le fo r t n nor. une 'ir o c ç w w r c 'jn*«rccr .ar


arretsanglais recents), Revoe C w t xv e de O o t Iw m x m . çv-sSVSC-
y Convênio de Bruselas: quiehras de un n w ie .o de jr~ x e o ~ J e c o v c l o c o ro r* o c o v
X-
In t i r n a c k d n a i . vol. 47. p. 55-30(19951; liaria Q u e t o »o « S y v r v>n c o - • *anscco v t o y ;
Rivi st a di D i r i t t o In d er n a t i o n a i e P w v at o e F V c ç s s u a í c v o L 3Q a (3996
2 6 2 -2 7 3 (1 9 9 9 )

23. Horrods (Buenos Aires)Ltd, [ 1991) 3 Weekty Law Report$ 397 'c . *» ^

Richard G. Fentiman. JurisdKtroty. Discretion and the Brusseis C


(1993).Veja-se tam bém os comentários de C hesskí í and N or t * <•< Cc 2

24. Aq.io ajuizada na Inglaterra proposta por trabalhado? gtie aleçsv


Afrlca do Sul em subsidiaria dc sxxiedade molcsã. O aoícv t x w 'NV^ 'r *c*>vr f '"x e " .
Sul, pois a om picsa faliu e n to havia bons Kxais bem c s \iv \ v V \ o s ^ - v cv w .o x o - ^ ^ ^ ^ ^
disponíveis. M I R I u N y \u »:í v i í jviioadoem -WvV.WV, v\ n ^
oi Dr oii iNttRUAUONM l'wvt.\\'L ° s \ j \^ > W vIvV’W v í s a ía " - h o - ^ o v * ^ ^
c u i t ode//ut>\Vive?Lrt\VH‘ CUiv\.\Nf^ v V ^ ; o* \\ nV a ,' v K '.cv< \^ < xs''
wrs ,S<1 ^
O m i s ü vs ^ à M sw v VKt > K s x ; v . aa a n v A. v *

vet íMuonliada em wwvNLvhttvv xt vww^svs ixvdcx ° 'v ~ *V> ^


l ‘*de|ulbv»de 2014. 0\nx^umUK'ev\v\uN^.Kv^v'^tvsíafs» V. • ^ ' sa s « N ^
|V I I S ‘1431 UCKUi
202 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburcio

abstivesse de julgar a causa em razão de maiores contatos com Estado não membro
e a Corte respondeu à pergunta negativamente em 2005.7267 8
2
Em 2005, no caso VikingLine ABP v.The I
os tribunais ingleses entenderam que nas hipóteses de aplicação do Regulamento
n° 44 não haveria possibilidade de aplicação da doutrina i

III.3.1.3. Austrália

A Corte Superior Australiana ( HighCourt o f Aus


tido a doutrina, estabeleceu parâmetros bastante diferentes daqueles adotados no
caso britânico Spiliada, comentado acima. Com efeito, em Oceanic Sun-Line Special
Shipping Co Inc. v. FayamCorte exigiu que a propositura da demand
traliano acarretasse um prejuízo para o réu (“ vexation ” ou “oppression ”) para quese
declinasse da jurisdição, não bastando que o foro alternativo estrangeiro fosse mais
apropriado {“most suitable foru m ”).7297
30
A consequência da aplicação do forum non conveniens somente quando o
foro australiano for claramente inapropriado (clearly inappropriate forum) - enão
quando o foro australiano não for o mais adequado (most suitable forum) - torna
pouco provável que a doutrina seja aplicada quando pessoas residentes ou empresas
australianas forem processadas na Austrália, ou seja, no foro do domicílio do réu.

III.3.1.4. Outros Países

Apesar de a aplicação do forum non conveniens de forma clara e objetiva ser


encontrada principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra, outros países parecem
também estar tendendo a aceitar a aplicação da doutrina.

726. Case C- 281/02, Owusu v. Jackson, [2005] E.C.R 1-1383, especialmente 43 e 46:"Allow ing forum non conveniens in thecontat
o f the Brussels Convention would be likely to affect the uniform application ofthe rules o f jurisdiction contained therein insofor
as thatdoctrine is recognised onlyin a limited num berofContracting States, whereas the objective ofthe Brussels Conventionis
precisely to lay down common rules to theexclusion o f derogating national rules!1Adiante "the Brussels Conventionprecludes
a court ofa Contracting State from declining the jurisdiction conferred on it byA rticle 2 o f that convention on the groundthot
a court o fa non-Contracting State would be a more appropriate forum for the trial o f the action even if the jurisdiction ofno
other Contracting State is in issue or the proceedings have no connecting factors to any other Contracting State.".
727. EWHC 1222, 2005 WL 1410041D 71 (Q. B. Div. (Comm.Ct)). "Where a Court has jurisdiction under the Regulation, itcannot
refuse to exercise it on the ground that the Courts ofanother contracting State - or, indead o fa non-contracting State - would
be a more suitable forum for resolution ofthe dispute. The common law notion o f forum non conveniens has no placein the
Regulation
728. Oceanic Sun-Line Special Shipping Co Inc. v. Fay, (1988) 165 CLR 197.
729. Em caso posterior, a mesma Corte reafirmou a abordagem restritiva da doutrina: "the p lain tiffw h o has regu larly invoked
jurisdidon ofthe court has a prima facie right to insist upon its exercise", ressaltando que o foro australiano precisaria ser
"clearly inappropriate"antes de ser declarado non conveniens.Voth v. M anilda Flour M ills PtyLtd. (1990) 171 CLR 538.Como
apontado por Fawcett,"(...) this formula is loaded in favour o f trial contlnuing In the forum since, in practice, it is going to
be harder to show that the local forum is a clearly inappropriate one than it is to show, under the Spiliada formula, that the
alternative forum abroad is clearly more appropriate. Indeed, ifyou take the sltuation where the local forum Is an appropriate
one for trial, there con be no stay under the Australia formula , whereas a stay can stlll be grante under the Spiliada f o r m u l a d
long as the forum abroad is clearly more appropriate"^ ide J.J. Fawcet , G ener al Repor t , D ecl ining Jur isdiction in Private Int er nat io nal
La //: Repokt st o th£XIVth Congr ess of t he Int er nat ional Academy of Compar at ive Law (At hens , A ugust 1994), p. 12 (1995),
730. Nesse sentido Peter Prínce, Bhopal, Bougalnvllle and Ok Tedl: Why Australia's Forum non Conveniens Approach Is Bettet
In t er n at i o n al a n d C o mpar at i ve L aw Q uar t er l y , vol. 47, p. 592 (1998).
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 203

Na França, a Câmara Social da Corte de Cassação, em hipótese de competência


dos tribunais franceses e tendo em vista que a empresa ré interpôs exceção de in-
competência, não se limitou a decidir que os tribunais franceses eram incompetentes
para conhecer do litígio, mas exigiu para a correta interposição da exceção que o
recorrente especificasse o tribunal estrangeiro competente para a hipótese. Esta
decisão pode ser interpretada como uma abertura dos tribunais franceses à teoria
do forum non conveniens, pois dentro da sistemática tradicional da competência
no plano internacional, ou um país é competente para conhecer do litígio - e neste
caso não importa se há outros igualmente competentes - ou o país não tem com-
petência internacional - e neste caso também não importa qual o país competente
para conhecer daquele litígio.731
Em 2011, todavia, a Corte de Cassação francesa adotou entendimento contrário
à doutrina do foru m non conveniens, em caso envolvendo acidente aéreo ocorrido
na Venezuela, que matou todos os 152 passageiros e tripulantes.732

731. No caso, tratava-se de uma reclamação trabalhista proposta por um argentino contra o Banco de Ia Nación Argentina. 0
reclamante argentino trabalhou para este banco por vinte e nove anos, primeiramente na Argentina e, a partir de 1973,
na França, inclusive com o seu diretor a partir de 1979. Foi dispensado em 1988 e, perante a justiça francesa, solicitou
o pagamento de diversas indenizações que lhe seriam devidas. O banco alegou que a jurisdição competente seria a
Argentina. A Corte, considerando que a exceção não foi regularmente proposta, pois não se fez prova do teor das regras
argentinas sobre com petência internacional, rejeitou o recurso. "La partie qui soulève 1'incompétence doit, dans tous les
cas et à peine dirrecevabilité, désigner Io jurisdiction quíl estime competente et préciser en particulier Ia nature et le lieu de Ia
jurisdiction revendiquée. Les juges du fond apprécient souverainement si Ia déclinatoire de compétence présente le degré de
précision requis". Decisão de 22.01.1992, Revue C r it ique De Dr oit Int er nat ional Pr ivé, vol. 81, p. 511 (1992). No caso, o Código
do Trabalho francês estabelece a competência do judiciário local, pois a França era o local da prestação do serviço e
também em razão da presença em território francês do estabelecimento do empregador. Art. R 517-1. Code du Travail
Français, art. R 517: "Le conseil deprud'hom m es territorialement compétentpour connaitre d'un litige estceluidans le ressort
duqueI est situé iétablissem en touest effectué le travail. Si le travail est effectué en dehors de tout établissementou à domicile,
Ia demande est portée devant le conseil de prud'hommes du domicile du salarié. Le salaríé peut toujours saisir le conseil de
prud'hommes du lieu ou 1'engagement a été contracté ou celui du lieu oü l'employeur est établi. Toute clause quidirectement
ou indirectement déroge aux dispositions qui précèdent est réputée non écrite.* A despeito de serem regras aplicáveis para
a fixação da competência no plano interno, como a França adota a sistemática de transplantar as regras domésticas para
fixar a competência internacional, os tribunais franceses teriam jurisdição para atuar no caso.
^32. Tratava-se de ação indenizatória proposta nos EUA por famílias francesas em razão do acidente, que envolveu a West
Caribbean Airways, empresa colombiana, em voo fretado que retornava da Cidade do Panamá para a Martinica. A ação
foi ajuizada em Miami contra a West Caribbean e a Newvac Corporation, sociedade com sede na Florida que contratou
a primeira para o vôo fretado. A West Caribbean alegou que o Judiciário norte-americano não tinha jurisdição sobre ela.
pois não fazia negócios ou operava no país e o District Court decidiu que, com base na doutrina de forum non conveniens,
a Martinica - possessão francesa no Caribe - seria o local mais adequado para julgar a demanda. Por sua vez, a Corte de
Cassação francesa, em decisão de dezembro de 2011, considerou que o District Court norte-americano não poderia se
utilizar da doutrina de forum non conveniens no âmbito do art. 33 da Convenção de Montreal:Convenção para a Unificação
de Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo Internacional, celebrada em Montreal, em 28.05.1999, promulgada pelo
Decreto n° 5910/2006. Artigo 33 - Jurisdição 1. "A ação de indenização de danos deverá ser iniciada, à escolha do autor,
no território de um dos Estados Partes, seja ante o tribunal do domicílio do transportador, da sede da matriz da empresa,
ou onde possua o estabelecimento por cujo intermédio se tenha realizado o contrato, seja perante o tribunal do lugar
de destino. 2. Com relação ao dano resultante na morte ou lesões do passageiro, a ação poderá ser iniciada perante um
dos tribunais mencionados no número 1 deste Artigo ou no território de um Estado Parte em que o passageiro tenha sua
residência principal e permanente no momento do acidente e para e desde o qual o transportador explore serviços de
transporte aéreo de passageiros em suas próprias aeronaves ou nas de outro transportador, sob um acordo comercial,
e em que o transportador realiza suas atividades de transporte aéreo de passageiros, desde locais arrendados ou que
são de sua propriedade ou de outro transportador com o qual tenha um acordo comercial. 3. Para os fins do número
2, a) "acordo comercial" significa um acordo, que não um contrato de agência, feito entre transportadores e relativo à
provisão de seus serviços conjuntos de transporte aéreo de passageiros: b)"residência principal e permanente'significa
o domicílio do passageiro, no momento do acidente. A nacionalidade do passageiro não sera o fator determinante a
esse respeito. 4. As normas processuais serão reguladas pela lei nacional do tribunal que conhecer da questào/e que
204 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburdo

No Canadá, o art. 3.135 do Código de Q uebec7” determ ina que a autoridade


judiciária local tem a faculdade de, a requerimento de uma das partes, declinar de
sua competência se é constatado que as autoridades de um outro país são mais aptas
a solucionar o litígio em questão.
A lei de DIP suíça em seu art. 5°.3 trata do Jorum conveniens no contexto
da cláusula de eleição de foro. O tribunal suíço escolhido em razão da cláusula de
eleição de foro pode declinar de sua competência se nenhuma das partes tem o seu
domicílio, residência ou estabelecimento no cantão do tribunal em questão e se o
litígio será regido pela lei estrangeira.734

a escolha da jurisdição para a propositura da demanda com pete ao autor, sem qualquer interferência da legislação
processual doméstica dos Estados ratificantes.Cour de cassation, civile, Cham bre civile 1, 7 décembre 2011,10-30.919,
Publié au bulletin , "(...) PREMIER MOYEN DE CASSAT/ONII est fait g riefà 1'arrêt attaqué d'AVOIR débouté Monsieur AntoineL
et les 668 autres ayants-droit des victimes, de leur demande de dessaisissement du juge français au profit de Ia United States
district Court Southern District of Florida M ia m i Division, juridiction américaine;
AUX MOTIFS QUE Ia cause de litispendance telle que visée dans le contreditadisparu dès lors que Ia United Court ofAppeals foi
Eleventh Circuit a rendu le 8 octobre 2009 sa décision qui confirme le dessaisissement du juge am éricain; qu'en conséquence,
dès lors que Ia litispendance est Ia situation dans laquelle deuxjuridictions distinctes de même degré et éga/ementcompétentes
sont saisies simultanément d'un même litige et que parm i les fors de compétence résultant de Ia Convention de Montréal figure
le tribunal du lieu de destination du transport soit celui de Fort-de-France, Ia Cour ne peut que constater que le tribunal de
grande instance de Fort-de-France dontle titre de compétence ne saurait être remis en cause sous couvert de défautdepoum
juridictionnel, se trouve désormais seu! saisi du litige opposant les demandeurs aux transporteurs aériens;
ALORS, D VN E PART, QU'aux termes de 1'article 33 § 1 de Ia Convention de M ontréal du 28 m ai 1999 relative à 1'unificationde
certaines règles relatives au transport aérien International, 1'action en responsabilité est portée devant le juge choisi parle
demandeur parmi les différentes juridictions désignées comme compétentes par Ia Convention; que lorsqu'en application de
cet article, le demandeur fait le choix d ’un tribunal com pétent pour connaitre de son litige, les autres tribunaux compétents
désignés par Io Conven tion, sontdéfinitivemen t privés de Ia possibilité de statuer sur le litige et doiven t en conséquence renoncer
à exercer leur juridiction; qu'en refusant de se dessaisir au profit du juge de Floride, lequel avait pourtant été choisi, parmi
1'ensemble des tribunaux compétents, par M. Y...et les 668 autres ayants droit des victimes, Ia Cour d'appel a violé 1'article33§
) de Ia Convention de Montréal;
ALORS, DAUTRE PART, QUE si 1'article 33 §4 de Ia Convention de M ontréal prévoit que " Ia procédure est régie selon Ia loidu
juge saisi ", il ne saurait être fait échec, parfapplication d'une règle procédurale de droit in teme, à 1'option offerte au demandeur
par 1'article 33 § 1 et empécher ainsi le juge choisi par le dem andeur de statuer sur le litig e ; qu'en affírm an t, par motifs adoptés
des premiers iuges, que les tribunaux de Fort-de-France peuvent statuer sur le litige dès lors que Ia décision de forum non
conveniens du juge américain avait fait application, sur le fondement de 1'article 33 § 4, d ’une règle de procédure interne,de
sorte que Ia Convention de Montréal ouraít été ainsi parfaitem ent respectée, Ia Cour d'appel a violé les artlcles 33 § I et 33§
4 de Ia Convention de Montréal du 28 m ai 1999;
ALORS, EU r IN ET ENTC/JTEHYPOTHESE, QUE Ia Convention de M ontréal du 28 m ai 1999, qui a été slgnéeparlVnlon européenne
le 9 décembre 1999, a été opprocrvée p ar une décision du Conseil du 5 avril 2001 et est entrée en vigueur, en ce qui concerne
tVrúon &jropéertne, le 28 juin 2004, fait partie intégrante, depuis cette dernière date, de 1'ordre jurldique communautalreet
a o r ainsi éire oppliquée, sur 1'ensemble du terrítoire de 1'Union européenne, sur Ia base de crltères uniformes qu'll appartient
a la Cour de Justice de 1'Uníon européenne de définir; que le point de savolr sl les artlcles 33 § 1 et 33 § 4 de ladlte Convention
aAofrser.t un juge compétent au sens de ia Convention, mais non choisi par le demandeur, à statuer sur le litige au seulmotil
q-je fe joge compétent ch o iíi por le demandeur a dêcidé, de façon dlscrétlonnalre, au moyen d'une décision de forum non
corr/eniens, q>/une outre juridiction était plus opproprlée pour trancher le litige, pose une questlon dlnterprétatlon delo
Crs venuon de fAontréal que Ia Cour de cassation a 1'obllgatlon de renvoyer, ò titre préjudiclel, à Ia Cour de Justice de IVnlon
européenne en application de 1'article 267 du Traité de IVnlon européenne. (...)".Por fim, em 2013, a Corte de Apelação da
F s s /iz manteve a dedsáo anterior e indeferiu o pedido de reabertura do caso feito pelos autores. Decisão disponível
ern <bnp'y/v//////^1lAJs<mirts/jov/opiníons/ops/201213278.pdf.>, acesso em 15 de Julho de 2014.
733. Código de Quebec, a rt 3.135: "Bien qu'elle soit compétente pour connaitre d'un litige, une autorlté du Québec peut.
exeeptíonnetlement exalo demande d'une partie, décllner cette compétence sl elle estime que les ciutorltés dfun autre (tot
sont rníeux ò même de trancher le litige'!
134. Art. 5,3 da Lei de Dip suíça: "77?e chosen court shall not decline Its Jurlsdlctlon:
o) rf and when eitherparty Is dom íclled, has Its habitual resldence or place o f buslness In the canton where the Court has 11$
seat,or
b) if ond when, by virtue ofthe present Law, Swlss Law Is appllcable to the dispute".
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: 0 ESTADO-JUIZ 2 0 5

L_ _ _ _ j

Nos Países Baixos também há uma previsão legal d conveniens. O


art. 429 c (11) do Código de Processo Civil determina que a autoridade judiciária
local não terá jurisdição para conhecer de um litígio se o caso não tem vínculos
suficientes com o país.73’ A Corte Suprema dos Países Baixos, em 1985, no caso
Piscator, já decidiu que mesmo havendo cláusula de eleição de foro a autoridade
judiciária local pode declinar de sua competência se o foro não possui nenhum
interesse razoável na lide, devendo ser considerada, entretanto, a possibilidade de
as partes terem escolhido um foro neutro ou com expertise sobre o assunto.7 75336

III.3.2. Efetividade

Carnelutti ensina que, em tese, não há qualquer limite ao exercício do poder


jurisdicional dos Estados.737 O Judiciário de um Estado pode pretender julgar quais-
quer causas que lhe sejam submetidas. Todavia há que se levar em consideração a
existência de outros países igualmente soberanos, o que limitaria a jurisdição.738
As hipóteses previstas são as que têm alguma ligação relevante com o foro,
situações nas quais vale a pena movimentar a máquina judiciária, em razão do
interesse do Estado em exercer a sua jurisdição nesses casos.
No âmbito do Judiciário, o referido princípio significa que um juiz deve se
considerar incompetente para proferir sentença que não seja passível de produzir
efeitos no foro ou em qualquer outro local. Todavia, o princípio deve ser aplicado
com cautela.739 Na hipótese de competência concorrente da autoridade judiciária

735. Ko kki ni -Iat r i d o u , R a ppo r t G én ér a l , L es C l a u s es D ' exc ept t o n en M at i hr e d e C o n f u t s d e Lo s et de C o n r j t s de Jl r s c k t c n s , p. 33 (199^ .

736. Ko kki ni -Ia t r i d o u , R a ppo r t G én ér a l , L es C l a u s es D ' exc ept t o n en M at t bs d e C o n r j t s de L o s et de C c n r j t s de Ju r c d c t c n s , p. 34, nora 95


(1994).
737. F r a n c es c o C a r n el u t t i , S i s t ema d e d i r ei t o pr o c es s u a l c i v i l , v o L I, p. 254 (2004): “Um ordenamento jurídico em gerai, ou o
ordenamento jurídico italiano em concreto, é ilimitado, no sentido de que é capaz de regular tocos os conflitos de
interesses onde e com o quiser que se manifestem. Correlativamente, um ordenamento processual e capaz ce rrover
a composição de todos os litígios, quaisquer que sejam seus sujeitos, seu objeto e sua causa. ;-cr ouro lace. existem
conflitos e litígios que interessam mais ao Estado italiano, e outros que lhe interessam menos*
738. G aet an o M o r el l i , D er ec h o P r o c es a l C i vi l In t er n a c i o n al , p. Só (1953): 'Es concebible en abstracto queei EstadoejerzaMnv xícía^erce
su propia jurisdicciôn; es decir, que la ejerza respecto de la composidon de todas Ias íitis posbies, cun ce Ias q^enc estcn er.
modo alguno vinculadas con él. J Pero en la realidad Ias cosas no sen q $j, pues el Estado, h'en en considercccn a la exstencc
de Estados extranjeros que ejercen tambiên ellos la jurisdicdôo bien en ejecudcn ce ocüçccores intemaccrcjes, oen en
conslderaciôn a su propio interés. que Io induce a abstenerse de ejercecuna actividcd concreta en orden a la com posiQçn ce
conflictos extranos a la vida social dei Estado, lim ita sujurisdicciôn, determinando, en virtuddeóertoscrtercs* as htis respecto
de Ias cuales se la puede ejercitarf Também nas palavras de Celso BarbL "Mas o poder de tomar ereovo aquilo que fb«
decidido sofre limitações, porque existem outros países» também organizados, e que não reconheceram a validade da
sentença em seu território e, portanto, nào permitiríam sua execução nele, o que tomaria inútil a sentença.’Vice C el so
A g r í c o l a B ar r i , C o men i a r i o s a o C o o i go d e P r o c es s o C m l , vol. I, tomo l p. 293-294. itens 475 e 4"õ (2C0S.L
7 3 9 . A m Il c a r D e C a s i r o p.
, D i r principio da efetividade sign.fka
e i t o I n t e r n a c i o n a l P r iv a incompetente
d o , 5 3 7 ( 1 9 9 6 ) : V q u e o j u i z é

para proferir sentença que nào tenha possibilidade de executar. Ê intuitivo que o exercício da jurisdição deçence ca
efetivação do julgado, o que nào exclui a possibilidade de ser exercida a respeito de pessoas que estejam no estrangeiro, e
portanto fora do poder do tribunal. O que se afirma é que, sem texto de lei. em negra, o tribunal deve julgou se incompetente
quando as coisas, ou o sujeito passivo, estejam fora de seu alcance, isto é. do alcance do força de que dispõe. A deF.' çàe
proposta pelo autor, apesar de delinear acertadamente a questão, comete uma impropriedade. Mão e correto a5m\íJ
que o juiz deverá se dar por Incompetente (sem jurisdição) nas situações em que nào tenha como executar a suj decisão.
Aceitar tal afirmação seria ignorar a possibilidade de cooperação judiciária na esfera internacional seria excluir totalmente
a possibilidade de que sentença proferida no Brasil seja exeqüível no exterior, ja que nesta hipótese o juiz não teria con>o
executar a decisão que proferiu.
206 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburclo

brasileira, por exemplo, ainda que a execução da sentença deva ocorrer no exterior,
não deve o juiz brasileiro se furtar a decidir sob o único argumento de que a deci-
são não será exequível no Brasil.740Atualmente, aliás, os países têm procurado criar
instrumentos eficazes de cooperação judiciária internacional. Raríssimos são os
países que reiteradamente se recusam a reconhecer decisões proferidas no exterior.
A correta aplicação do princípio da efetividade, que segundo a doutrina de-
corre do devido processo legal741 ou da racionalização ou otimização da atividade
jurisdicional,742 levaria o juiz brasileiro a verificar a possibilidade de que decisão
proferida no Brasil sobre aquele determinado assunto venha a ser exequível no
exterior. Assim, se a hipótese em questão envolver imóvel situado no exterior e se
no país da situação do imóvel tais ações forem da competência exclusiva da autori-
dade judiciária local, o princípio da efetividade levaria o juiz brasileiro a não julgar
o litígio, ainda que, por exemplo, envolvesse réu domiciliado no Brasil (art. 88,1do
CPC de 1973 ou art. 2 1 ,1 do CPC de 2015).
Em verdade, o princípio da efetividade não comporta apenas regras estanques,
que necessariamente levariam o juiz brasileiro a decidir por sua incompetência. Tal
princípio, que leva o juiz a se recusar a julgar litígio compreendido em hipótese de
sua competência, implica a verificação da possibilidade da execução do julgado.
Assim, se a decisão a ser proferida deve ser exequível no exterior, o juiz brasileiro
deve verificar a lei processual estrangeira para determinar se o julgado poderá ser
reconhecido naquele país. Em caso afirmativo, o juiz brasileiro deverá conhecer da
questão. Em caso negativo, deve o juiz brasileiro deixar de julgar a lide, extinguindo
o processo sem julgamento de mérito, com base no princípio da efetividade.
Em suma, o princípio da efetividade leva em conta essencialmente a executo-
riedade (possibilidade de produção de efeitos) da decisão a ser proferida no Brasil
ou alhures. Assim, o juízo, tendo em vista o lugar da execução da decisão, se absterá
de atuar, caso constate que o julgado não irá produzir efeitos. Como toda decisão
judicial deve possuir eficácia, aquela que, a princípio, não produza efeitos, será uma

740. Botelho de Mesquita exemplifica as hipóteses nas quais o Estado não deve exercer a sua jurisdição, com base no
princípio da efetividade: (1) aplicação do direito estrangeiro e execução da decisão no exterior; (2) aplicação do direito
local envolvendo decisão exequível no exterior, em país que não hom ologa decisões nacionais e (3) execuções de bens
no exterior. Botelho de Mesquita, Da competência internacional e dos princípios que a inform am, R ev is t a D e P r o c esso , vol.
50, p, 59-60 (1988): 'Surge assim o chamado princípio da efetividade, por força do qual excluem-se da competência
internacional do Estado trés espécies de causas, a saber: a) as que demandem a aplicação do direito estrangeiro e não
sejam suscetíveis de execução no território nacional; b) as que demandem aplicação do direito nacional mas a sentença
dada ráo se>a suscetível de homologação no país onde deva ser executada; e c) as execuções sobre bens situados
fvra do território nacional ou referentes a obrigações de cujo título não conste o Brasil como lugar de cumprimento
da ofcrigaçãof Aaedrta-se que o conceito não estã bem definido. O processuallsta menciona hipóteses envolvendo lei
joãveI - ndoonal e estrangeira - e competência internacional, objetos que são, corno se sabe, distintos, Não se podo
concordar que hipóteses de aplicação do direito estrangeiro possam Ievar, por si só, ã recusa da autoridade Judiciária
brasileira em julgar a questão, Adrníti-lo seria negar o direito Internacional privado, que exatamonte parte da premissa
que o juiz nacional pode oplicar o direito estrangeiro. Assim, as questões referente*, ã aplicação da iol brasileira ou
estrangeira são irrelevantes para a definição do princípio da efetividade. Ademais, a mera execução de bem no exterior
não afasta a jurisdição nacional, se admitida no país estrangeiro.
741. Fkcuu D i u er )k C ur s o de D i r ejt o P r o c es s u al Gvn, vol. 1, p. 71 e ss (2011)
742. M ar c o V an i n G aspar et t i , C o mpet ên c i a In t er n a c i o n a l , p.70-71 (2011).
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 207

decisão vazia, inoperante, representando a antítese do que uma decisão judicial


deve ser e toda a máquina judiciária terá sido movimentada em vão, pois nenhum
resultado concreto será alcançado.
Tal princípio deve ser levado em consideração por advogados, legisladores e
juizes. Os primeiros consideram essa regra quando escolhem o lugar onde a ação
será proposta, dentre os foros potencialmente competentes na esfera internacional.
Com base no princípio da efetividade, a melhor escolha, salvo outros aspectos que
também devem ser examinados, é a propositura da ação no lugar onde o julgado,
se favorável, deverá ser executado. Assim, o advogado do autor deve aconselhá-lo a
propor a ação, por exemplo, no lugar onde o réu tem bens que possam ser executados.
O legislador também deve considerar este princípio, pois ao elaborar as hipó-
teses de competência internacional das autoridades judiciárias locais deve partir
do pressuposto que a competência no plano internacional só se justifica diante da
possibilidade de execução do julgado em questão. Como a jurisdição não tem limi-
tes (por ser decorrente da soberania estatal), o legislador é teoricamente livre para
estabelecer que a autoridade judiciária local poderá apreciar qualquer questão que
lhe for submetida, independentemente, por exemplo, do domicílio do réu, do lugar
da celebração do contrato ou de sua execução. Porém, há limites de ordem prática ao
seu exercício impostos pelo princípio da efetividade, como no caso de a hipótese não
ter ligações objetivas ou subjetivas com o foro e a decisão não puder ser exequível.
Finalmente, o princípio da efetividade deve ser considerado também pela au-
toridade judiciária. Diante de uma demanda, o juízo deve verificar se aquela decisão
que será proferida ao final do processo produzirá os efeitos almejados. Em caso
negativo, o juízo deve se abster de julgar o litígio, extinguindo o processo, com base
no princípio da efetividade. Dessa forma, evita-se um desgaste de tempo e dinheiro
sem qualquer finalidade prática.
A teoria do forum non conveniens, que leva o Judiciário a se abster de julgar o
litígio mesmo em hipótese compreendida como de sua competência no plano in-
ternacional, se baseia não na possibilidade de execução da decisão a ser proferida,
mas principalmente no desenrolar do processo. Isso significa, como regra, levar em
conta o domicílio das testemunhas que deverão ser ornadas e o lugar onde as provas
em geral estão localizadas. Dessa forma, no caso do acidente na fábrica da Union
Carbide na índia, já relatado, como todas as provas estavam lá situadas, as vítimas
que deveríam ser examinadas estavam na índia, os médicos e enfermeiros que
atenderam as vítimas estavam lá situados, o hospital que prestou socorro imediato
estava lá localizado, por que razão deveria a questão ser submetida à autoridade ju-
diciária norte-americana? Submeter o litígio à autoridade norte-americana só faria
com que o processo fosse mais caro e mais demorada Ademais, podería dificultar
a efetivação da just iça, pois a inquirição das testemunhas poderia ficar prejudicada:
como se trata de coleta de provas na esfera internacional, os quesitos teri.un que
ser previamente submetidos (á autoridade rogada), o que dificultaria a formulação
de novas questões que surgissem posteriormente a partir das respostas aos quesitos
anteriores, pois tudo ocorrería perante o Judiciário do país rogado.
K# EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tlburcio

A diferença substancial entre os dois princípios, que têm o mesmo resultado


prático - o de levar o Judiciário internacionalmente competente a se abster de decidir
um litígio que lhe é submetido - é que no princípio da efetividade a causa desta re-
cusa e a possibilidade concreta de que a decisão a ser preterida não venha a produzir
efeitos, No que tange ao princípio do jb r u m non con v en ien s , a causa desta recusado
Judiciário e facilitar o desenrolar do processo, ambos aspectos de natureza processual.

III.3.2.1. Forum Non Conveniens e Efetividade na Jurisprudência Brasileira

A doutrina do forum non conveniens ,como se v


mundo jurídico anglo-saxònico. Todavia, nada impede que países que integram a
família romano-germànica a incorporem em seus sistemas. A respeito da possibi-
lidade de efetiva aplicação da doutrina do non conveniens em países filiados
ao sistema da civil law , vale destacar a posição de juiz da Suprema Corte de Justiça
da .Argentina, que afirma não haver impedimento, lembrando, inclusive, que apesar
de seu grande desenvolvimento nos países da common law, o berço da doutrina foi
a Escócia, país cujo sistema jurídico filia-se ao civil law.741
Visando a evitar contradições na aplicação deste princípio, a doutrina francesa
propôs a seguinte regra para aplicação por países europeus continentais: o tribunal
escolhido pode se declarar incompetente se não for o mais adequado em razão da
ausência do réu e da dificuldade de acesso a elementos do caso, de um lado, e de
outro, se houver um tribunal mais apropriado para julgar o caso, com garantias
processuais semelhantes.744
O tema tem ligação com a doutrina da boa fé processual e abuso do direito de
litigar, assuntos que têm merecido atenção recente da doutrina no Brasil e no exte-
rior.745 Todavia, ainda há poucos trabalhos que vinculem os assuntos e considerem

743. ‘iPoàrá servir en otros países? Pienso que sí. Los jueces, a l intepretar Ias norm as de jurisdicción internacional, no ignoran
cuestiones relativas a un foro extranjero más apropriado para decidir el caso. Parece oportuno recordar que nuestro Corte
Suprema llegó incluso a usaria palabra foro conveniente en el caso 'Eberth Clemens c. Buque Paulo', considerandos 5 y 6" J ide
Bo g g i a n o , C u r s o de D er ec h o In t er n a c i o n a l P r i v ad o - D er ec h o d e l as R el a c i o n es P r i v a d a s In t er n a c i o n a l es , p. 174-175 (2003).
744. Nas palavras do autor:TVous pouvons m aintenantrécapituler les éléments d ’une clause d'exception auxrègles decompétence
jurisdictionnelle qui pourraient étre empruntés par le droit des Etats du continent européen aux jurisprudences anglaiseet
américaine. Un tribunal compétent pourrait exceptionnellement se déclarer incom pétent s'il était établi, d'une part, quece
tribunal étaitpeu approprié pour connaitre du litige en raison de l'éloignem ent du défendeur et de Ia diffículté pour ce tribunal
d'accéder aux éléments du cas, d'autre part, qu'un autre tribunal plus approprié et plus rapproché, offrant au demandeur de
garanties équivalentes quantà son im partialité et à Iajustice procédurale, pouvait étre saisi par le demandeur et se reconnoiue
compétent Enfm, un tel clause d'exception serait cependant exclue lorsque le tribunal saisi serait un tribunal élu régulièrement
parlesparties au litige.."V\6e Paul Lagarde, Le Príncipe de Proximité dans le Droit International Privé Contemporain, Recubi
Des Cour s , vol. 196, p. 150 (1986).
745. M*c h el e T a r u f f o , (Ed ), A buse of P r o c ed u r a l R i g h t s : C o mpar at i v e S t a n d a r d s of P r o c ed u r a l F ai r n es s (1999). Ver também Joan PicôI
J unct t , El P r i nc í pi o de l a B u en a F e P r o c es a l (2013). Na America Latina, v. J o s é C a r l o s B a r bo s a M o r ei r a (C o o r d .), A buso dos Direitos
P r o c es s uai s (2000). No Brasil, v.: Humberto Theodoro Júnior, Boa-fé e Processo - Princípios Éticos na Repressão à Litigância
de Má-fé - Papel do Juiz, R evi st a J u r í d i c a , vol. 368, (2008); F abi o M i l ma n , Impr o bi d a d e P r o c es s u a l : C o mpo r t a men t o das Par t es e de
S eus P r o c u pad o r es no P r o c es s o C ivi l (2009); D an i el M i t i di er o , C o l a b o r a ç Ao no P r o c es s o C i vi l : P r es s u po s t o s S o c i ai s L ó gi co s e Éticos

(2015); Antonio do Passo Cabral, O contraditório como Dever e a Boa-fé Processual Objetiva, R evi st a d e P r o c esso , vol. 126
(2005); Márcio Louzada Carpena, Da (Des)lealdade no Processo Civil, R evi s t a J u r í d i c a , Porto Alegre, vol. 331, (2005); Darci
Guimarães Ribeiro, O Sobreprinclpio da Boa-fé Processual como Decorrência do Com portam ento da Parte em Juízo, Revista
d a A j ur i s , vol. 95 (2004). Para uma visão crítica da boa-fé processual, v. Juan Montero Aroca, Sobre el Mito Autoritário delo

"Buena Fe Processai", J u a n M o n t er o A r o c a (C o o r d .), P r o c es s o C i vi l e Id eo l o g i a , p. 292 e ss.(2011).


Parte I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 209

a aplicação d o fo ru m non conveniens resultado da aplicação dessas doutrinas. Até


hoje, tem se entendido que o forum non conveniens decorre da tradição anglo-saxã e,
por isso, a enorme resistência a respeito. Talvez se houver uma mudança de enfoque,
vinculando a sua aplicação à ideia de boa fé processual e abuso do direito de litigar,
sua aceitação seja mais facilitada.
A despeito de suas inegáveis vantagens práticas, pois evitaria uma série de pe-
didos de cooperação (p.e. cartas rogatórias) para o exterior, com gasto de tempo e
dinheiro, a doutrina inicialmente não teve repercussão no Brasil."wEssa dificuldade
decorre da metodologia adotada pela nossa legislação processual, que já enumera
as hipóteses nas quais há um interesse do Estado em julgar a causa (arts. 88 e 89 do
CPC de 1973 e 21 a 23 do CPC de 2015). Tanto que, como já se relatou, a jurispru-
dência resiste em afastar as regras previstas na legislação ainda que as partes tenham
aceito se submeter à jurisdição estrangeira (eleição de foro). A lógica adotada tem
sido exercer a jurisdição nas hipóteses descritas pelo legislador, independentemente
de outros aspectos como a vontade das partes ou o interesse na boa administração
da justiça, o que é criticável.
Vale mencionar, entretanto, que em algumas situações de sua competência, o
Judiciário local já se absteve de julgar o litígio que lhe foi submetido, dando margem
a algumas especulações, questionando-se se indiretamente o julgador foi influencia-
do pelo princípio da efetividade ou da maior conveniência do foro estrangeiro para
julgar a demanda. Note-se que isto ocorreu principalmente em casos envolvendo
bens situados no exterior, como se verá a seguir.
Em inventário de bens de de cujus que faleceu aqui domiciliado, foi requerido
ao juízo sucessório no Brasil a sobrepartilha de dinheiro depositado no Banco de
Crédito Italiano, situado em Roma, o que foi indeferido. De acordo com a decisão
do Tribunal de Justiça de São Paulo, como se tratava de bem situado no exterior
caberia à autoridade judiciária do país estrangeiro inventariá-lo e partilhá-lo. O tri-
bunal fundamentou sua decisão na doutrina brasileira, principalmente em Haroldo
Valladão, que sustentava que: “ resolvero juiz brasileiro aplicar as disposições
bens de herança, sitos fo ra do Brasil, é evidentemente proferir uma decisão no vácuo,
que não seria respeitada nem cumprida no lugar da situação dos mesmos bens.” E,
por isso, finalmente concluía o autor, “dever o juiz brasileiro abster-se de inventariar
epartilhar bens sitos no estrangeiro”7 746477
8Assim, neste caso, abdicou o Judiciário bra-
4
sileiro de conhecer da questão por considerar que o foro do local da situação dos
bens era mais adequado ou efetivo.7,18
Em outro caso, em uma ação visando à celebração de contrato definitivo de
compra e venda de imóvel situado no Paraguai, o Supremo Tribunal Federal, rever-
tendo decisões anteriores, aceitou julgar a causa por entender que não se tratava
de ação relativa a imóvel situado no exterior. Na hipótese, dois brasileiros, aqui

746. Jo s é C a r l o s B a r b o s a M o r ei r a , Problemas Relativos a Litígios Internacionais, T ema s d e d i r et o P r o c es s u al , 5j série, p. 145 (1994).


747. Haroldo Valladão, Unidade ou Pluralidade da Sucessão e do Inventário e Partilha no Direito Internacional Prívado, Rf o s t a dos

T r i bu n a i s , vol. 204, p.3 (1952).


748. TJSP, DJ 22.12.1997, Ag n° 266.029, Rei. Des. Vieira de Moraes. R evi st a F o r en s e , vol. 269, p. 208-209 (1980).
1

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. .v .; o í l a s a v a .

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* í. .. - ' v. <i' declarado


.inu rwensào òe díreile obrigei
Tt a í £ hipótese iwo se referia à ação relativa a imóvel, na expressão
ii. TPV, <r a .e i Jk c s k - recorrC.- hsvíi negado vigência ao art. 88 e seus incisos do
rC?C -e ' -' i o l -C c . ” !' i •c. desconsbáerado a cláusula de eleição de foro. Assim, oSTF
i . iiiceciu a competência, da fustiça brasileira para julgar o litígio, revertendo decisões
.cos interiores que insistiam em bilateralizar o art. 8 9 ,1, do CPC de 1973.719
encretanto. que o STF tez questão de frisar que esse caso seria hipó-
co—-■etèncir na autoridade judiciária brasileira porque não se tratava de ação
_ _ T

U i : c'- e. sito no exterior. Parece que a Corte quis deixar implícito que, se
tosse rea_ n io seria caso da competência da autoridade judiciária brasileira.
C ra. dentro da sistemática adotada pelo Código, ainda que se tratasse de ação
.'.cee m ovei aso no exterior, se o réu está domiciliado no Brasil, seria da compe-
tência ca mu; cidade red ; m a brasileira nos termos do art. 8 8 ,1, do CPC de 1973
( uap:r_rado m redar a questão. Com base no princípio da efetivi-
nauc. emríramr.. y .ió m i í ; judiciária recusar-se a conhecer a causa por
emende que t r.uzo do c j k j o* situação do bem seria o único competente inter
nacicnalmeme, coam base na legislação locai, o que impediría o reconhecimentodc
decisão proferida no Brasil, até porque inexiste a possibilidade de bilateralizaçãodo
art 89 I do CPC de 1973,
Korrtasice cireito publico, com oé o caso das normas que fixam a competência
no plano interna c.onaL, não são passíveis de serem bi lateral izadas,750 ou seja, nàosc
coce pres.rrJr que o país estrangeiro adote regra equivalente, como já se pontuou
" c s ce jcca ezao longo deste trabalho. Cada listado lixa as suas regras sobre ju*
■ sc ição sem e -ar em conta a legislação estrangeira. Vale dizer: as normas brasileiros
sobre jurisdição determinam tão somente quando a autoridade jtidb i
v ^a a _
^ M m ■ I a # 4 m a

U;,f jurisdição ;^*aco< ç<- um I. gjo. A bilaieralizaçan das ia n mu» sobre excf
ócio da a ividadej ■y.k i/np/opfj^dad U'6i mul<absurdo
a i piátU11

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UíffffM rtãojulgarã <1*.f*rrr,i/l0tt*.i tf í ^ .s s ív d ou«o , - '4 ^ c ^ ^ T ^ c W m -
primic- lotCTIMclMialmen * v.^.vy, o *ejâ com b** ^ *ia «uacã*
cjuc geraria urna denegaçáo de justiça.
liiri caso posterior, aprecíari/y peio V. ^
; - C 4 t e á r r, Osa/ir-v*
»> óíh a
Quadros, teve negada, a sua preter tó.O s , ' ' ' P ' >>'', r^p/ Ü f l^ a t c r ^ if ^í .<r.1 1

Suíça visando obter í n f o r m * / * * v h s t y r t ; /«* d f ^ d r * d *n d rx* «-.ms >ec ^


naquele pais, nos seguintes termos:

"Proce*«iâJ Qvfl, ír.verrirír,, xe uer A - - - ^ ^ - siedkao 3e sirra


com o de * M tt ír rórniac-íes i -aspem lè 'e n iiu L t a e a A s t t o ; n n c i r i
Suíça, fc^íalííidade Ai.raias m sirtbiamKtttv umic-i lanei > mu.. i;o
de juízos sucessirr.» m«nave s* en mv*marnnaau
5depósitos bancários exisienurs

A decisão afirma que o Judiciário brasileiro não pode preceder ao invenario


e partilha de bens no exterior, tampouco podendo saikátar a ’ n
lugar da situação dos bens, informações sobre a ;rT;sse~iSS^ £ z- T^or 0
damento é também o art. 89 do CPC de 19- 3.
Este julgado, da mesma forma que os pr sr.~
nha, interpreta esse dispositivo no sentido de oae se o :
estiver no exterior, cabe ao Judiciário estrangeiro íszê-io, nmdamenrr nm _ rdtr ^
sustenta, pois se trata de uma bilateralàaçào purn r dc nnnm ^aonineràicu:
exclusiva brasileira. Todavia, a decdsl ^ s^rr-x tsscòcadi X£>r>r hmaanssaxu
nnor:o vix etetiv^x*
deosoe> araixeiri impropr
do/
Por lim, vale citar manifestações
aceitação do fórum non an n v «:V ^ ora cvr.nfr^irar oa a xv\:t±rx cers x

?M, No mínimo. nota se çV ojxsmxx) ç \ \ a v x õ k C» sN*>x\x d ívWV ^ çc.tivx: jv -vti v: xN*r


hipóteses Uo e\oic*vk' çV |u i «nví »\XV
K l, MUVW .UV^OvO, KtH>,W/ V<iv V s x '
SH. O.l k4 AVKV\k >v "vH/Ç^Ov - i>*»J ti í>; ti cvsütov* ,><" ti - í ti
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> >Ii , xN > ¥ #J f ■>. ■» \v ou m cxn u n d o ' |vloqi\dlumn'lbunrtloriU'nfti|iir«|uiií
t i , v .♦>>. k x *• .v oo A U l\ $ * v e m t\M \' o s l u n g o l i o . A s s i m , u im -,
>v v^4\ »rvw ' . o»k' o o X v o\o»\;4 iurísdtçAn, n qut scHu In^tIciijj
, ;ihsii*j^ s.xv t: .\ a . w. o nvx. ^ . x u t nu s snu jnoiMr s\\w *» pnrtc <uuim„
muiK-ivv Vi cv» xesávu tíjífe b jti$ ;v vxi continue luigar,
> aossrbdidade de- sua concessão esta bom estabelecida no direito inglês desde
Oíigu aata. ^ Tombem aos t stados Unidos o instituto é conhecido e aplicado/*9

burxr CCmpetê*X>tí -UrtíÇljCÚCr. 0€ PfeXESSQ> v o l 219, p. 28 (2013).

— "*S2* ZVt??. s. C j *s c x D s ç x ' ^ C v x *oL l çx 2Cc (2015).


C e o - e c c Éfeasm ce P*5CCssso> voL 219, p. 30 e ss (2013): art 112 paragrafo único do CPC,
c c 'c rc rcracc de adesão, art. 47S-P paragrafo único do CPC, quando o juízo da execução pode
exc tc conrecrrí^nte e o a r. 93, !>co CPC no caso de ações coletivas com dano regional ou nacional no
a se? obtidas.
=e*t t se c * L** Re -at t ng t o iNjuNcnoNSr §1, at 2-3 (1909), citado no Bl ac k ^s Law Dict ionar y (7th
rtfu n cim : a j s t o t j sense. every o rd e ra f a ccu rt w hich com m ands or forbids is an injunction; butinits
jcce rre c le g a serrse. j t m juncóarr is a .u d ic a i prccess arm andateoperating inpersonam by which, upon certain established
:nnaotes or eau,r.. j n c c / <s;ecL ren ro ao a r refrain to m doing a p articu la r thing. An injunction has also been defínedas
!T'r "rm e a cccarc:n a rc rre arcurnsicrtces a frh e case. cornm anding an act w hich the court regards as essential tojustice,
rr*5Tra:mng an ac: •/^icn ir sreem s cotn r ar : ~n e a u ir a ra g o ca zonscence; as a rem edial writ which courts issue for the
vcraaz- nr r ~crcn a i - »r x s l c sakTtorr: ,ma. as a v it ssiunç oy T e arder and under the se a lo fa court of equity."
5. - n n ir ' - —— r ------ —- - jr> scsety ir .*o the nse o f equity and its struggle with the courts
irrrm itr m u rczcr. »cs the so-called 'common injunction'. Developed m the
Trzr-iza 3> tre Z^crrcs^zr ~z z y z C / b n rg w g an action in the courts of common Ia»
n te y y y z c c rs o e rc e Unlike the com m on law writ of prohibition. the
ptcutvff personolly. From the beginning. however,
*

a tfscocd was a portent o f things to come. Once the Coui


agcm st other ínghsh courts. it was only a smnll extensw
^ *t'rçPT r g r czurta tem nofa de ro d ap é See e.g. Hope v. Comeqie ( R ) I Ch App VO, 1 6 6

z<- 'j * Uíoase / i/ocs* J2 TJ.R. 221; Pena Copper Mines v. Rio Tinto Co. 11911- I913)M>
9 •• r r zrez *o y a r* r^ e rfio rr, fo stop prtyeedinqs in Scotlond. Irelond. ond the Rritishçofonrs
^ ^ 4
tegord vy proceedtngí in foreign countries. Today the power to qrant
s r / s s a w s ç// rn * o fd H trm m ln q when it shoufd b* used “ rrevor C. H^rtlry
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'r o*hef,uthdictioo* 'Mthin rhp Untted / rnqdom, andeVêh In other jtirlsrllctlnns oVètieas. The principies upnn
r í/y- m a/oeexerõsedhaverecentíybêéft e/am lnedandrestntedby ih r P rlvyC o u n d lin Aernspatíale 119871
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',o r 4 therefore unneceísory for m* tom state therrr In thís JuHqment. / wlsh to record howrver that thêprlflclplti
-rj/e, f o j r t bftyod orrpptor ee m th*>St/prefrte Court o f Canada (s p p th r Arrir hem Products tose (1^93) 1021) IR
//* * 'tidsyrer* o f trp ro u rt t/ns defh/^fed try Soptnka J.) Ond the Hlgh Court ufAustrdlIa (s pp the Jtidgiveot of
'*>'/,** ' " rR rd / C ig r* iIn so ro rkeA u ifrallaItd .an d r/th ert(1997) IdOA I ./?,402);andaslmllnijurhdlctlóh
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„ V í , J . \’ > i ii ' i Ur/ulo
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< t r C A J U t ^ y v t e r k* ->
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«Jrve s c r eU ip tej/ y i/ io <>//-'• C fc- % % - h .•SfrC p 'X Ç j í eC 0x h *rce u u t tíi.â m U í.U u * n.n.-
relamente, umu ín terferén tfo no exercício ü í jurisdição peít tribunalesuangetro.*5
Trata-se da recorrente preocupação corc a comity.
Os requisitos para que um tribuna] conceda a injunção \arian: u e coc -

tribunais nem sac


uniformes em classificá-los.766

Reíoted Tools o f International Littgation,


em The A mer i can J o ur nal of Int er nat i o nal La * v o l 92. , ' ?38 r StweTi F_ S^et í so t , ne v s c z êd ,
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International Com ity and A n tisu it Injunctions,
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760. Para Canadá, veja-se a im portante decisão da Suprema Corre aaoue^e oa^e _

(Worker's Com pensation Board) 1 SCR 897.


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761. Na Austrália, o mais im poTante caso éZ 3 F v. Ne* Zeionc Insurance Q o ln fJZ 994 3r.
vejam-se: Pegasus Leasinç Ltd v. ZaaoroT P tyZ td H596‘
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762. A melhor sistematizacão oue ser« err p a T í aou =epj:UL e-ertcnrrraa. em P* ’k0r~ '* 0
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Injunctions in Internem o na ^/Tioror'* -t A«^ o «n *' - *- "


C O N ^ L ia o r L a v ^-S" K 'TeRNA~»ONA.

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M^rkus lenent>*ch, A-^r»w • /- jnc^or: -*
Proccdurroná r^c ^o Ol * Co^^r^ro' a ».
76J. [Ilrrmon Lines Ltd v. /?eod [192S 2 <8 CA
[1993] BCIC 680 at 6^86 íH o f W ^ JJ
PCVAT IVTRNATV1NA, p.3S0 (T ';>CkC
Implicar av>^rm^v, of comt t
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Af>h(/ç Industrie OIL v. Pofe/ j.1999] 1 AC 119 *1
Int er nat o nm L aw , p. 360 (1099). m > *-'»•* r>
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214 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburcio

A mais autorizada fonte de classificação das hipóteses de cabimento e dos res-


pectivos requisitos para que uma anti-suit injunction possa ser concedida é o caso
Airbus Industrie GIE v.Patel and others pela House o f de 1998
caso, parece possível extrair três hipóteses: primeiro, aquelas em que o processo no
exterior é vexatious ou oppressive ; segundo, aquelas em que o início de um processo
no exterior seria unconscionable ; terceiro, quando o processo no exterior foi iniciado
com violação de um acordo (eleição de foro ou cláusula arbitrai).
Aqui não se pretende uma análise detalhada dos requisitos para a concessão da
injunçào, até porque a vagueza das fórmulas e as sutilezas dos arrazoados beiram,
sob os olhares da tradição romano-germânica, o absurdo. Interessa, todavia, fazer
algumas observações.
Anos antes de Airbus v. Patel, travou-se importante discussão no Privy
no caso Société Nationale Industrielle NI Aérospatiale v. Lee Kui Jak. No julgamento,

767. [1999] 1 AC 119.0sfatos de A/ròusforam assim resumidos por lo rô G o tf:"T h isa p p e a lisco n ce m e d with thecircumstancesin
which an English court m ay g ran tw h atis usually called an "anti-suit in ju n ctio n " The proceedings in question have arisen froma
veryserious air crash which occurred at Bangalore a irp o rto n 4 February 7990. An Airbus A-320 aircraft crashed when coming
1

in to land. M any o f the passengers died and the rem ainder were injured. Am ong the passengers on board were two familiesof
Indian origin who were British citizens with homes in London. Four o f them were killed, and the rem aining four were injured
They are, or are represented by, the six appellants in the appeal now beforeyour Lordships'House. Following thepublicationin
December 1990 o f the Report o fa Court o fln q u iry in India, in which the cause o fth e crash was identifíed as error on thepartof
thepilots (both ofw hom were killed in the crash), claim s were m ade bysolicitors acting for the appellants, their primaryclaim
being against Indian Airlines Corporation ("I.A.C."), the employers o fth e pilots. When it appeared that these claims wouldnot
be settled w ithin the two-year tim e-lim it for such proceedings in India, proceedings were com m enced in India on 12 February
1992 against I.A.C, and also against Hindustan Aeronautics Ltd. ("H.A.L"), the airp ort authority at Bangalore airport. H.A.L was
criticísed by the Court o fln q u iry for failing to make adequate arrangem ents for dealing with accidents, and in particular for
extinguishing Tires such as that which broke out in the aircraft when it crashed; the Court considered that, ifsuch arrangements
had been in place, the loss o flife and the injuries suffered w ould not have been so severe. On 6 M arch 1992 the appellants settled
their claim against /AC. for the full am ount recoverable up to the lim it o fl.A .C s liability. This resulted in a total recoveryof
£ 120,000 by a ll the appellants which, taking into account irrecoverable expenses, left a netsum ofn o more than £75,000. Little
progress has been made in the proceedings against H.A.L.. This m ay be due to delay in the Indian proceedings; but there may
also be difficulty in establishing that the death or injuries ofthe passengers in question were attributable to negligence on the
part o f H.A.L M eanw hile in February 1992 the appellants also com m enced proceedings in Texas, where they sued a number
ofparties who m ight have had some connection with the aircraft or its operation. These included the respondent company,
Airbus Industrie G.I.E. ("Airbus"), which designed and assembled the aircraft at Toulouse in France. Sim ilar proceedings were
brought in Texas in respect ofthree Am erican passengers who died in the sam e crash. The two sets o f proceedings were later
Consolidated. In response to these proceedings in Texas, on 2 7 November 7992 Airbus brought proceedings in the Bangalore
City Civil Court against, inter alia, the appellants and the Am erican claim ants, and on 22 A p ril 7995 thepresiding judge madeo
number ofdeclarations designed to deter the defendants in those proceedings (i.e. the appellants and the American claimants)
from pursuing theirclaim sin Texas. These included a declaration that the appellants were not entitled to proceed against Airbus
in any court in the world other than in India/Bangalore, and an injunction which purported to restrain the appellants from
claim ing damages from Airbus in any court in the world except the courts in India/Bangalore. However, since the appellants
were not within the Indian jurisdiction, the injunction had little deterrent effect. Airbus then issued an originating summons in
this country with the purpose o f( 1) enforcing the Bangalore judgm ent against the appellants, and (2) obtaining an injunction
from the English High Court restraining the appellants, who are residentin England, from continuing with their actlon against
Airbus in Texas on the grounds that pursuit o fth a t action by the appellants w ould be contrary to justice and/or vexatious or
oppressive. The originating summons carne before Colm an J. who, on 23 A p ril 1996, refused to enforce or to recognise the
Bangalore judgm ent and also refused to grant an injunction. Airbus then appealed to the Court o f Appeal against the refusal
o f Colman J. to grant an injunction, and on 3 7 July 1996 the Court o f Appeal allow ed the appeal and granted an injunction
restraining the appellants from pursuing their action in Texas against Airbus. The appellants now appeal to your Lordships 1

House against that order, with the leave o fth is House!'Na espécie, a Câmara dos Lordes reformou a decisão da Court of
Appeal, que concedera uma anti-suit injunction para impedir que as famílias das vítimas do acidente em Bangalore
prosseguissem com o processo no Texas.
Parte I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUI7 215

o mesmo Lord G o ff afirmou haver quatro princípios bem estabelecidos: “(a) the
will be exerciced. when the o f justice’ require it; (b) an injunction
restraining proceedings in aforeign court is directed to the parties not the court; (c) the
injunction will only be issued to restrain a party that is amenable to the jurisdiction o f
the local courts; an d (d) the exercise o f the jurisdiction must be done with caution.”76íi
Idéias semelhantes estão também em Airbus Industrie G1E v. Patel and others,7 7866907
ressaltando-se que o grande princípio que norteia a injunção é que sua concessão
só deve ocorrer quando "the ends o f justice require
Note-se, por fim, que anti-suit injunctions em casos envolvendo acordo de elei-
ção de foro e cláusula arbitrai possuem um regime mais favorável à sua concessão.771
Em caso decidido pela Supreme Court em junho de 2013, a Corte reafirmou
sua tradição em proferir tais ordens quando o processo é iniciado no exterior e há
uma cláusula de arbitragem para Londres, ainda que o processo arbitrai não tenha se
iniciado.772Tratava-se de contrato de concessão de hidrelétrica no Casaquistão, regido
pelo direito do Casaquistão, com cláusula compromissória que previa arbitragem com
sede em Londres, a ser patrocinada pela CCI. A convenção de arbitragem, por sua
vez, era regida pelo direito inglês. A República do Casaquistão, Poder Concedente,
obteve a anulação da cláusula compromissória perante a Corte Suprema daquele país.
O concessionário recorreu ao judiciário inglês para obter uma anti-suit injunction,
que foi concedida e confirmada pela Corte Suprema inglesa.

768. [1987] AC 871.


769. [1999] 1 AC 119.
770. Comoexpresso por Lord Goff nesse caso: "The broad principie underlying thejurisdiction is that it is to beexerdsed when the
ends of justice require it. Generallyspeaking, this m ay occur when the foreign proceedings are vexatious or oppressive. Historically
these terms have different m eanings (see Aerospatiale atpp. 893B-Eand 893H-894G); but in the Amchem Products case atp.
119 Sopinka J. expressed a preference for a form ulation o f the principie based simply on the ends ofjustice without reference
to vexation oroppression. But, as was stressedin Aerospatiale (see, in particular, p. 895D-H), in exercising thejurisdiction regard
must be had to comity, and so the jurisdiction is one which must be exercised with caution: (see p. 892E-F)'
771. Confiram-se Continental Bank NA vAeakos Com panhia Naviera SA, [1994] 1WLR 588 (antisuitinjunction em caso de violação
de acordo de eleição de foro); TheAngelicG race [Aggeliki Charis Companhia Marítima SAv Pagnam SpA) [1995] Lloyd’s Rep
87 (antisuit injunction em caso de violação de cláusula arbitrai); DVA v. VoestAlpine [1997] 2 lloyd's Rep 485 e Toepferv.
Société Cargill [1998] 1 Lloyd's Rep 379. Todos os casos da Court o f Appeal. Sobre eles, há bons comentários e descrição
dos fatos em P.M. N o r t h e JJ. F a w c et t , C h es h i r e a n d N o r t h ' s P r i vat e Int er nat i o nal Law , p.371-372 (1999), que afirmam: “What
is clear though is tha such cases involve the application o f different principies from cases where there has been no breach of
contract. [...] the principie that the jurisdiction must be exercised with caution inapplicable. [...] The jurisdiction to restrain
foreign proceedings is, o f course, discritionary, but good reason needs to be shown why it should not be exercised in any given
case. It is for the party in breach o f contract to persuade the court that there is such good reason. What is unclearis what the
criteria are in establishing this."e em Regina Asariotis, Antisuit Injunctions for Breach of a ChoiceofForumAgreement: A Criticai
Review o f the English Approach, V ea r bo o k o f E u r o pea n L a w , vol.19, p.447 (1999-2000), que conclui:*As a result of the Court
of Appeal decisions in Continental Bank andThe Angelic Grac e, a new category has been established for cases in which the
commencement or continuation o f foreign proceedings is in breach ofa contractua!jurisdiction or arbitration agreement. In
contrast to the otherwise relevant principies for the exercise o fa courts discretion, the criteria have become very relaxed. [...]
An antisuit injunction m ay be granted provided a clear breach o f contract can be identifíed and the application for the issue
ofan injunctino is m ade w ithout undue delay. Although an injunction will not be granted as a matter of course, the ‘burden
o fp ro o f has, in a sense, been reversed. The applicant no longer needs to establish that the foreign proceedings are vexatious
or oppressive, but it is up to the respondent to convince the court that there is ‘good reason' why the injunction should not be
issued. What m ay be considered as good reason is not entirely clear!"
772. Ust-Kamenogorsk H ydropow erPlantJSC (Appellantj vAES Ust-KamenogorskHydropowerPlantLLP(Respondent), disponível
em <http://www.supremecourt.gov.uk/decided-cases/docs/UKSC_2011_0172_Judgment.pdf>, acesso em 15 de julho
de 2015.
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Tom^s onrcrs .tòvjóê^ o n 1 1 wy WCÜM t v o m\o\ <?^ÜtafvÃ6 mesmo Imnm


palivol com sistemas do regras sonoro jmisxhvAo q w tfttluMU uuvsmismus própHOí
desrinadax a evitar processas idênticos paralelos, Isso porque h;\ outros mcCflilIsiflos
ouc prechucm o mesmo resultado de evitar a duplicidade de processos em pulses
distintos entre as mesmas pai tes (liUspenctência, conexão e coisa julgada).
Por isso e que o Tribunal de lustiça das Gomunidiules F.uropoias, em sessão
pienaria em de abril de àV-L decidiu no Caso TWrti ( C - 159/02) que a Con-
venção de Pruxelas " . i o v a r ntcrpictodo no sentido de que se opõe a que um órgão
:,rist:iaú')al dE stu io om m ufauíe
e pela p r o f

pane num processo *y e sc c-uvjrm pendente que intente ou prossiga uma acção
M h ; e>".x:o ,. £ x N. ' -

d e outro Estado
umnt üe.ziuex' xrT e ;è o c - í c cò-ecròv de processo já
A Porte Eurcpefü. era 2\X>9. decidiu interessante caso a respeito. Em agosto de
jj.C . c Fr©nt Comoc, nano pertencente à West Tankers e fretado pela Erg Petroli
Sc A* colidiu em Siracusa (Itália) com um cais de embarque pertencente à Erg, tendo
danos. O contrato de fretamento estava sujeito ao direito inglês e continha
a dáusola compromissória prevendo arbitragem em Londres. A Erg dirigiu-se
seus seguradores Allianz e Generali para obter uma indenização até ao limite do
seguro e instaurou, em Londres, um processo de arbitragem contra a West Tankers
em relação aos danos remanescentes. A West Tankers contestou a sua responsabili-
-- relarivamente aos danos causados pela colisão.
Após ter ruço à Erç, a título do seguro, a indenização pelo prejuízo por ela
,-r — r>

in f c ajuizaram uma ação contra a West Tankers, no Tribunale


d ã u L í um dr recuperarem os valores que tinham pago à Erg. A West
Tankers susedoauma exceção de incomp eténcia desse tribunal, baseada na existência
de uma convenção de arbitragem.
Paralelamente, a West Tankers ajuizou uma ação na High Court o f Justice, Queeiis
Bench Dirision, Reino Unido, solicitando que o litígio entre ela, por um lado, e Allianz

773. Embcra antes da decisão doD C E oo caso Turner (C-159/02), veja-se Clare Ambrose, Con Antl-suit Injunctlons Survive
Bjropean Corr,rnurúty La//?, wü Co mí Ws/j j ve La // Quar t er ut vol. 52, p. 401, (2003), com descrição dos fatos edo
processo perante os tribunais ingleses.
774 . TXx* Caso Turner fC-159/02), acórdão de 27 de abril de 2004, ponto 31 e dispositivo do acórdão. Na House of Lords, caso
ac longo do oca surgiu a questão remetida ao Tribunal ó Turner v, Grovlt [2001J UKHL 65 » [2002] I WLR 107. Para um
comentário oo caso, ap5s a OeoUo da CrAM ofAppeak, \ 1999) 3 WL R 794 119991 3 ALL E.R, 616, mos antes da cJecIsão
dos Loídec, JteyorC •^xd^j,Arttíauít InJunctJoM and the Bruftelí Jurkdlctlon and Judgmcnts Cunvvntlon, Inhmnationm
***, L ajo 'X w *i.>t/, w / 49, pA (/j QMftX f>n outra*. passagens ralovantes (pontos 24 o 27 do acórdão), o Tribunal
d / ” /*/. *26 /•' 9r; d* //#>&, im poria recordar que a Convenção assenta necettarlamente na confiança que os Lsladoi
ov' "//>' cor'sjeâera refyfOCOrnente aos seus sistemas Jurídicos e ôs respectivas Instituições Judiciais, Tal esta confiou^
q A ry ''rr* n a oUJtufçáo de um sistema obrigatório de competência, que todos os ótgõos Jutlsdldunals sujiltúi oo
ó/r/Sò dt ap da Còrwençõõ férn a obrlgoçáo de respeitar, e. a renúncia correla tlva por esses mesmos Estados silas
ac '4e'ftd*(U re/s/rJr^jrnr n t/jtíte cr/equatur das dedlóes estrangeiras em beneficio de urn meamlsrno slmpllflctído
de r e c o r e r / » / / e d e das declsóes judiciais (acórdão d»* 9 de Dezembro de 2003, Cassar, Cl 16/02, alwl.i
rd/, ro, r/A<-<y,r&j , ti," z '/)l .\ 27. O m , o far to de um órgão Jurlsdíclonal proibir a uma parte, sob comlnnçAo
U" ^ h rtx tM '/) de pevsv*gulr urri/j acção nurn órgão Jurlsdíclonal estrangeiro tem por efeito prti rm
c í /^í ^ s/a ' 'U-v* paM r^v/l/<’r o litígio, f.fectivamenn*, quando o requerente se v6 confrontado com
d + tte /jiy A o <,/',/* de m^riur um* \*\ ncÇto, bã que concluir que e/lsle Ingerência na competência do ôrgãn
\ / ' A s p s f - </,, ,</*/<,v*fict+í, em si mesma, corrí o sistema da convenção.".
e<ri«l • 1/mt'lOh/ )<>W y / t ç A r ^ . y , '/ , f //,/•' fca-, )>/, u '/ / ,,**>
aV

f D H K p ilj, p O f > U -'/t f ) 4 iA ! * <V-‘y,< AwJfjC.V á j t í v \Sfà*. 1i* fíA K » ‘ ‘t í Ç & P ã C

I.iIm I a VA ■.» \
xtihn d iu ttMÚé f t t ama mmncão proélndo
e Í *cn?r»li <U- provxtynrtrr, com r, ^ w , no Tftbunale áStTúcu^a !>or
m V/ U f r T- w r # ^ r m r

decisão dc 2J tle março de 200 >,* /%h (s<Mrt a f justiceádtr\n <y >y/xe .oeda w.>
ifinkcr» c concedeu a ««// tuií injunctkm solicitada cor.t ra A.. í* rrx e Certer* ,. fUta*
interpuseram recursode*ta decísá/;para * H outeof fxirdi.k egam.r c .es x c ^ o
dc tal injunção é contrária ao «eguíamer. to o A 44/2f/>. . Alegaram i r . >ér c ,e c
art. I" do Regulamento exclui do âmbito da íca apiícacáoaarfe .'sger-, a ,-rdc #<;/
Lords levou a questão â C orte Européia de />itíça.
A Corte Européia decidiu que o Reguíamerto se aplicaria ao caso, a despem
da cláusula de arbitragem, pois o objeto dc processo são dizia respeito a arbitra-
gem, mas sirn ao exercício da juradroáo -os ribuítai*.ogfeses e italianas. Ousnto
è questão principal, decidiu a C fiftf » i'.içsrj’.}iüísjte ta miirtnit
com o Regulamento:

“Prolação, por um tribuna] de um Estado-Membro, de uma injunção destinada 2

proibir uma pessoa de intentar ou prosseguir uma acção iudioal nos irSmraús de
outro Estado-Membro, com o fundamento de que essa acção é rrar u — c—
_ c
convenção de arbitragem, é incompanvd com o Regulamento -rm
do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à
reconhecimento e à execução de decisões em matéria chi] e

Por outro lado, em 2015 a Corte decidiu que antí-suít gfonrâacsadoradas por
um tribunal arbitrai e dirigidas a uma parte proibindo-a de iniciar uma acão C S z C
perante Estado-membro são compatíveis com o Regolamenftp uD4Ç i v ! e z coesm»
deve ser regulada pela Convenção de Nova York sorre k err-V -— r°-~
de Sentenças Arbitrais Estrangeiras.-5

111.3.3.3. Direito Brasileiro

A anti-suit injunction sempre foi considerada como um instituto restrito aos


direitos de tradição anglo-saxònica. Nada obstante, deve-se questionar se resultados
semelhantes aos daquela injunção também não seriam compatíveis com a experiência
romano-germânica.
Note-se que um tribunal alemão já entendeu que a anü-sui: injunctim cecetitui
uma violação á soberania e. portanto, recusou-se a citar o réu a quem a irjucçào
foi dirigida,7
*777
5
7
Cumpre analisarem que meviida ria seria v\vtç.v.: r d e e n o à teta rnsiri- :v.
já que o feto de um juir o rd en ar que alguém faça ou id v e .ri fescc a pe cor. ;.

775, Europtan Court o f Justice (the C O ) — the IWest Tonkc s eetse l M \rm \ v * ^ risse ri ’ $5 O ' ri A
WL 303723).
7/6. GozpromCMOc. Lituanio (Caso C *536/13\ decHIMõ on> 13 vV n o o *3e -V ' s
777, No Rolno Unldô, perante a Cot trt o f 4p/v\jA w w >a \; rir, - r i u . v i .v a v ^ > v *N x
117, CA. N,t perante o OLG OOsveMorf v^x^vXo cV í 0 i v a vV ' 'VX> . \ , v . w o • ri 0
ZnticHfiirt nm i >
t n Zivuntov í ax 10^, ) 2 1 \ 1W 6V
7^ EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburcío

riamente não é, para nós, desconhecido. Processualmente há farto fundamento para


tanto (por exemplo os arts 4 6 1 ,475-N, 632 e ss, dentre outros do Código de Processo
Civil de 1973). O que se deve questionar, e aí se está diante do verdadeiro problema,
é a possibilidade de se falar em um dever de não litigar em determ inado foro ou, sob
outro aspecto, deve-se questionar se o direito brasileiro confere a alguém o direito
de não ser processado em determ inado foro.
No plano interno, a questão não se coloca porque o sistema prevê regras que
evitam essas situações (objeção de litispendência, coisa julgada, conexão e mesmo as
regras sobre competência, por exemplo). Mas no plano internacional, salvo algumas
exceções, inexistem essas regras.
Suponha-se hipótese envolvendo acordo de eleição de foro brasileiro desrespei-
tado. Com efeito, parece possível afirmar que deste tipo de acordo, em tese, decorre
para ambas partes o dever de não litigar em foro diverso do eleito, salvo novo acordo
em sentido diverso.//S Se assim é, então seria possível uma decisão ordenando que
a parte que iniciou o processo em foro diverso do eleito se abstenha de lá continuar
a litigar, inclusive impondo multa no caso de descumprimento (art. 461 CPCde
1973)? O mesmo questionamento seria cabível no caso de cláusula compromissória
para arbitragem com sede no Brasil.
Em tese, são situações em que teoricamente cabe a concessão da medida, im-
pedindo que uma das partes prossiga com ação ajuizada no exterior. Registre-se que
também nessa seara há que se considerar os princípios da boa fé processual e abuso
do direito de litigar que podem justificar a concessão da ordem.
Questiona-se também sobre a possibilidade da medida nos casos de compe-
tência exclusiva da autoridade judiciária brasileira (art. 89 do CPC de 1973 ou art.
23 do CPC). Como as hipóteses de competência exclusiva, como regra, envolvem
decisões passíveis de execução somente no Brasil, o réu já estará protegido, poisa
decisão não será homologada no Brasil e, a princípio, a medida não será necessária.
Por fim, registre-se que se pode estar diante de três alternativas: concessão
da medida para que a parte deixe de litigar no exterior, fixação de multa por des-
cumprimento da obrigação de não fazer ou mesmo o ressarcimento pelas despesas
incorridas com a ação proposta no exterior.
A doutrina majoritária parece responder à pergunta sobre o cabimento da
medida em sentido contrário7
779 e há poucas decisões judiciais que tratam do tema.780
8
7

778. Embora seja possível que o acordo eleja um foro exclusivo apenas para uma das partes ou, até mesmo, mais de um foro,
essas hipóteses não alteram a conclusão senão que, no primeiro caso, o dever é apenas de uma das partes, e, no segundo,
o dever é de não litigar em foro diverso dos eleitos.
779. Thiago Marinho Nunes, A Prático das Anti-Suit Injunctíons no Procedimento Arbitrai e seu Recente Desenvolvimento no Direito
Brasileiro, R evi st a B r asi l ei r a d e A r bi t r ag em, vol. 5, p. 15-51 (2005); Arnoldo Wald, As Anti-suit Injunctíons no Direito Brasileiro,
R evi st a de A r bi t r ag em e M ed i aç ão , vol. 3, p. 29-43 (2006); João Bosco Lee, Parecer: Eficácia da Cláusula Arbitrai. Aplicação da Lei de
Arbitragem no Tempo. Transmissão da Cláusula Compromissória. Antl-sult Injunctlon, R evi st a B r asi l ei r a d e A r bi t r agem, vol.11, p.
7-36 (2006); J o s é M ar i a Ro s s an i G a r c ez , A r bi t r ag em N a c i o n a l e In t er n a c i o n a l : P r o g r es s o s R ec en t es , p. 315-319 (2007); Eleonora Coelho
Pitombo, Arbitragem e o Poder Judiciário: Aspectos Relevantes, A s pec t o s P r át i c o s d a A r bi t r ag em, p. 116-119 (2006).
780. Tribunal de Contas do Distrito Federal impediu a utilização da arbitragem pela Companhia de Agua e Esgotos de Brasília
("CAES8"). A SERVENG CIVILSAN S.A. - Empresas Associadas de Engenharia e Construtora Andrade Gutlerrez S.A. impetrou
Mandado de Segurança contra a decisão doTribunal de Contas no. 7.235/97 que determinou que a CAESB''se abstenha de
recorrer ao Juízo Arbitrai para dirimir questões contratuais". O STJ reverteu a decisão.STJ, Conselho especial, D JU 18.08.99,
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 219

Se por um lado a sua concessão protege um direito de uma das partes, traz consigo
grave e inequívoco desrespeito ao tribunal estrangeiro que soberanamente decidiu
apreciar o feito. E a proteção da parte que teve seu direito violado pode sempre ser
feita ao se negar homologação de eventual sentença estrangeira.

III.3.4. Jurisdição p a r a D em an das Cautelares

A preocupação com a efetividade do processo parece encontrar seu maior de-


safio nas medidas cautelares em processos internacionais, vez que esbarra na falta de
familiaridade de advogados e juizes em lidar com questões processuais transnacionais
e com a incapacidade do legislador de preparar bases mínimas para tanto. Mesmo
no plano convencional ou comunitário, as experiências não têm sido satisfatórias.
E, malgrado haver algumas boas manifestações doutrinárias a respeito do tema,781
o resultado é, frequentemente, frustrado.
Não apresenta maiores problemas a questão da competência para proferir de-
cisões cautelares quando essas são prolatadas por autoridade judiciária que também
seria internacionalmente competente para a demanda principal e quando os efeitos
da tutela cautelar se restringirem ao território do Estado onde concedida.
Questões complexas surgem, todavia, quando os efeitos da tutela cautelar se
estendem para além das fronteiras do Estado onde concedida, afetando bens ou
pessoas que nele não se encontram, ou quando tiverem de ser concedidas por juizes
que não são internacionalmente competentes para a demanda principal.
Geralmente, o juízo competente para a demanda principal também o é para
eventuais demandas incidentais ao processo.782 No plano interno, trata-se de regra
prevista nos arts. 108 e 109 do Código de Processo Civil de 1973 (art. 61 do CPC de
2015). Questiona-se se haveria a mesma regra no plano da competência internacio-
nal. O tema, porém, recebeu pouca atenção da doutrina e jurisprudência brasileiras,
especialmente em matéria de cautelares. Nesse contexto, questiona-se se a regra

MSG 1998002003066-9, Rei. Min. Nancy Andrighi. Caso Copei: TJPR, DJ 03.06.2003, Autos 24.334, Juíza Josely Dittrich
Ribas; TJPR, DJ 15.03.2004, Ação declaratória 24.334, Juíza Josely Dittrich Ribas. TJPR, DJ 15.06.2004, Medida Cautelar
0160213-7, Rei. Des. Ruy Fernando de Oliveira; Caso CBEE v. Proteusr.TRF, 2á Região, DJ 27.08.2003, Ag. Interno em Ag. In.
116.300/RJ, Rei Des. Federal Antônio Cruz Netto.
781. Além dos que são citados ao longo do texto, vejam-se os seguintes: Catherine Kessedjian, Noteon ProvisionalandProtective
Measures In Private International Law and Comparative Law (1998) Disponível em: <http://www.hcch.net/upload/wop/
jdgm pdl0.pdf>, acesso em 27 de outubro de 2015; Peter Schlosser, Protective Measures in Various European Countries,
Jack L. Gol dsmit h (ed .), Int er nat ional Disput e RESOLimoN:THE Regul at ion of For um Sel ect ion. Four t eent h Sokol Col l oquium (held in
Charlottesville,VA, 1996), p.185 (1997); Campbell tAclach\anJheJurisdictionalLimitsofDisclosuresOrdersinTransnational
Fraud Litigation, Int er nat ional and C ompar at ive Law Q uar t er l y, vol. 47, p.3 (1998); Horatia Muir Watt, Extraterritorlalité des
MesuresConservatolres in personam (àproposdelarrêtdelaCourofAppealXréditSuisseFides TmstvXuoghi), Revue Cwttque
de Dr oit Int er nat ional P r ivé, p.27 (1998); Richard Aird, The Scottish Arrestment and the English Freezing Order, Int er \ atk>vàl
and Compar at ive Law Q uar t er l y, vol. 51, p.l 55 (2002); Koji Takahashi, Jurisdiction to Grant an ínterim Freezing Order: Anglo--
Japanese Com parison, Int er nat ional and Compar at ive Law Quar t er l y, vol. 48. p. 43 1 (1999); Horatia Muir Watt Rí vui Crítkxjc de
Dr oit Int er nat ional P r ivé, p.704 (2002), comentários às decisões de 5 de outubro de 2000 e 14 de junho de 2001 da Corte
de Apelação de Paris e à decisão de 6 de junho de 2003 da Corte de Justiça das Comunidade Européias.
782. O caso da cautelar autônoma é equiparado à hipótese de propositura de qualquer ação judicial no Brasil
EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tlburcio

prevista no art. 800 do CPC de 1973 (competência do juízo da ação principal para
decidir sobre cautelares) tem aplicação no plano internacional.
O relator do Comitê sobre Processo Civil Internacional da Associação de Di-
reito Internacional (International Law Association), destaca a importância da tutela
cautelar no processo civil internacional para evitar a frustração
patrimônio do réu ao longo da demanda judicial.78'

111.3.4.1. International Law Association

Na 67a Conferência da International Law Association ocorrida entre 12 e 17


de agosto de 1996 em Helsinki (Finlândia), o Com m ittee on International Civil and
Commercial Litigation apresentou o segundo relatório desde sua criação em 1992,
desta vez dedicado às medidas cautelares no processo internacional.783784 Algumas de
suas conclusões merecem ser citadas: (1) a mera existência de bens no foro é ele-
mento suficiente para justificar a competência do Judiciário local para as medidas
provisórias e cautelares com relação a esses bens (principie 11), (2); a competência do
Judiciário local para proferir tais medidas se limita aos bens situados no foro (principie
17) e (3): o Judiciário competente para a ação principal, também é competente para
proferir decisões relativas a medidas provisórias e cautelares, independentemente
da localização dos bens acautelados (principie 16).785

111.3.4.2. União Européia

A regra geral na União Européia é que o tribunal competente para a ação


principal, também o é para as demandas cautelares, ainda que seus efeitos sejam

783. "Itis the common experience ofplaintiffs the w orldover that their attem pts to secure recovery through the civilprocess can be
frustratedby the unscrupulous debtor sim ply spiriting his assets owoy prior to judgm ent. Perha ps noproblem puts the litigation
process itself more squarely on trial, since, if it cannot provide effective measures to com bat such a strategy, the practical
purpose ofthe legal system itself w ill be defeated. The problem is particularly one ofconcern on the International plane. W/wí
better way to spirit away assets than by transferring them out o fth e country in which the substantive claim is being pursued 1

Modem methods ofm oney transfer, and the sophisticated regimes afforded by International estate planning, present many
opportunities to the determined debtor". Apresentado na 67a Conferência ocorrida em 1996 em Helsinki. Committee on
International Civil and Commercial Litigation, Secondínterim Report - ProvisionalandProtective Measures in International
Litigation, In t er n a t i o n a l La w A s s o c i at i o n , R epo r t o f t he S i x t y -S ev en t h C o n f er en c e h el d at H el s i n ki -F i n n l a n d , 12 t o 17 A ugust 1996,
p.185-186 (1996).
784. Committee on International C ivil and Com m ercial Litigation, Second ínterim Report - Provisional and Protective Measures in
International Litigation, In t er n a t i o n a l L a w A s s o c i at i o n , R epo r t o f t he S i x t y -S ev en t h C o n f er en c e h el d at H el si nki -F i n n l an d , 12 t o 17
A u g u s t 1996, p.185-213 (1996). Veja-se também Catherine Kessedjian, Mesuresprovisoires etconservatoires.Aproposd'une
résolution adoptée par I'Association de droit 'International, J o u r n a l du D r o i t In t er n a t i o n a l , p. 103 (1997), onde se encontra a
versão inglesa e uma tradução em francês da resolução.
785. "Principie 1 1 . The mere presence o f assets within a country should be a sufficient basis for the Jurisdíctlon to grant provisional
and protective measures in respect ofthose assets.
Principie 16. Where a court is properly exercising jurisdiction over the substance ofthe matter, it should have the power to issue
provisional and protective orders addressed to a defendant personally to freeze his assets, irrespectlve o f their location.
Principie 17. Where a court is not exercising jurisdiction over the substance ofth e matter, and is exercising Jurisdiction purelyin
relation to grant o f provisional and protective measures, its jurisdiction shall be restricted to assets located within thejurisdiction.
Subject to International law, national rules (including rules o fth e conflict oflaw s) w ill determine the location of assets".
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTAOO-JUIZ

produzidos em outro Estado-membro.786'787O direito comunitário admite também


que um tribunal de um Estado-membro possa proferir provimentos cautelares ainda
quando não tenha jurisdição para a demanda principal, conforme previsto desde a
primeira versão da Convenção de Bruxelas, em 1968 (art. 24), reproduzido pelo art. 31
do Regulamento n° 44/2001, e atualmente no art. 35 do Regulamento n° 1215/2012:

“As medidas provisórias, incluindo as medidas cautelares, previstas na lei de um


Estado-Membro podem ser requeridas às autoridades judiciais desse Estado-
-Membro, mesmo que os tribunais de outro Estado-Membro sejam competentes
para conhecer do mérito da causa”.

Note-se que os textos comunitários só se aplicam quando a medida cautelar


estiver relacionada a uma das matérias por eles compreendidas.788 Mas, importante
frisar também que o artigo não institui regra de competência internacional para de-
cretação de medidas cautelares. Vale dizer: o dispositivo supracitado não determina
quando os tribunais de um Estado-membro poderão exercer jurisdição sobre uma
demanda cautelar, mas somente permite que ela seja exercida ainda que não se possa
exercer jurisdição sobre a demanda principal. Cabe, portanto, à lexfori determinar
se, qual e quando uma medida cautelar poderá ser proferida.
Porém, nada impede que a tutela seja pleiteada perante o juiz que será competente
para o processo principal, ainda que seus efeitos sejam produzidos em outro Estado-
membro, como já mencionado. Trata-se, portanto, de uma escolha conferida ao autor.789
Vê-se que a regra vigente na Europa, nesse aspecto, constitui, de certa forma,
exceção ao regime geral de competências internacionais definido nas Convenção/
Regulamentos, já que cabe ao direito interno de cada Estado-membro estabelecer
quando os respectivos tribunais nacionais poderão exercer jurisdição sobre deman-

786. Como já afirmou oTribunal de Justiça das Comunidades Européias: "A título liminar, no que se refere à competência do juiz
das medidas provisórias nos termos da convenção, im porta salientar que está assente que um órgãojurisdiciona! competente
para conhecer do m érito da causa em conform idade com os artigos 2 e 5 a 18 da Convenção é competente para ordenar as
medidas provisórias ou cautelares que se revelem necessárias." Ponto 19 do acórdão no Caso Von Uden, Tribunal de Justiça
das Comunidades Européias, C -3 9 1 /9 5 (Van Uden M aritim e B V c. Kommanditgesellschaft in Firma Deco-Line), decisão de
17 de novembro de 1998, R ev u e C r i t i q u e d e D r o i t In t er n at i o n al P r i ve, p.340 (1999), com comentários de J. Normand.
787. E, posteriormente em outro caso, se referindo a essa passagem:"Há que sublinhar que não é necessário que o juiza quem
tenha sido requerida a concessão de medidas provisórias ou cautelares recorra ao disposto no artigo 24 da Convenção
quando, em todo o caso, seja com petente para conhecer do mérito de uma causa em conformidade com os artigos 2 e 5
a 18 da Convenção."Caso Mietz, Tribunal de Justiça das Comunidades Européias, C-99/96 (HansHermannMitzcIntership
Yatching Sneek BV), decisão de 27 de abril de 1999, R evue C r i t i q ue de D r oi t Int er nat i o nal P r ive, p. 761 (1999). Sobre ambos,
veja-se Anne Marmisse et Michaél Wilderspin, Le Régime Jurisprudencieldes Mesures Provisoiresà IaLumièreds Arréts Van
Uden et Mietz, R ev u e C r i t i q ue d e D r o i t In t er n a t i o n a l P r i ve, p.669 (1999).
^8. H él éne G a u d emet -T a l l o n , C o mpét en c e et E x éc u t i o n d es J u g emen t en Eu r o pe , p. 246, (2002), Veja-se, por exemplo, caso De Cavei,
Tribunal de Justiça das Com unidades Européias, C-143/78 (De Cavei c. De Cavei), decisão de 27 de março de 1979, uma
medida cautelar relativa a um processo de divórcio não se inclui no art. 24. Mas note-se que o art. 24 já foi aplicado pela
Corte em um caso em que a cautelar foi deferida pelo tribunal nacional mesmo havendo cláusula compromissória em
tela: Caso Van Uden (C-391/95), 17 de novembro de 1995. Sobre o caso, vejam-se as críticas de André Huet, Jo ur nal ou
D r oit In t er n at i o n al , p.613, (1999), Héléne Gaudemet-Tallon, R evue oe l A r bi t r age, p.143 (1999), Normand, Revue C r it ique de
D r oit In t er n at i o n al P r i vé, p. 340 (1999).
^9. Como bem notado por Gaudemet-Tallon, os referidos arts. da Convenção e dos Regulamentos "ouvrent au demandeur
une faculté,mais ne I 'em pêchentpas, s 7/lepréfère, de demanderles mesures provisoires ouconver\ratoires aujugecompétent
sur le fond; cette compétence sur le fond emporte naturellement toujours compétencepourprononcer des mesures provisoires
ou convervatoires". H él én e G a u d e me t -Ta l l o n , C o mpet en c e et Exéc ut i o n o es J ugement s en Eur o pe, p.247 (2002).
v >v \ \ o » M v ' Rv-\Mi i it;-\ i íih u it
N

das ca u te la » * IV ve-se indagar se restaria também aos direitos internos definirem


quando uma deasào seria cautelar (qualificação pela lex fo ri )? A questão é relevante,
porque, como visto, se a matéria for cautelar, a jurisdição dos tribunais não estará
sujeita às normas comunitárias, mas às internas de cada Estado. m
%

A resposta já foi dada pelo Tribunal de Justiça Europeu no caso //,


que formulou uma definição comunitária de que medidas cautelares devem ser
entendidas como ‘7 esme s i t r e s qui, riausles

de foit ou de droit afi


des droits dont la rtcoest par dei
V - W Mas há certas demandas que ainda suscitam dúvidas.7'2

tu A 43. Direito Estrangeiro


Na França, independentemente da regra comunitária, jà se admitia que os
tribunais conhecessem de demandas cautelares mesmo se não fossem internacio-
nalmente competentes para a demanda principal.*792793
1 *
Em sentido diverso, no Reino Unido, as medidas cautelares só podiam ser
concedidas caso o tribunal também pudesse exercer jurisdição sobre a demanda
principal. .Assim, por exemplo, uma freezing só pod
se os tribunais tivessem jurisdição com relação à demanda principal.795

792. : t s h t w í d 55 i®— ttáswa s ~ài e. sorénm co m p le ta jã que o Tribunal exige que haja um “lien de rattachement réel
srtm ns: r r & s z s ra lic c z z 2: c w nçéQ ence csrritoricle de I 'Etat contractant du juge saisl "(ponto 40 e dispositivo
c h le c s ã : ~c esse rzi~ l der. - 'b u r ^ de Justiça das Com unidades Européias, C-391/95 (Van Uden Maritime BVc.
<c m rn a n d tu e s s ls d ic n r - i— c O e ca -L re )r decisão de 17 de novembro de 1998.1/an Uden - C-391/95. Requisito não
sciçjcc cars as c a u s a re s crcrerdas por tribunais que também possam exercer jurisdição para a demanda principal.
Ccrrnra-se aincia rta^E G aud bnet -T-i l l c n , C o mpst ênc e e t Ex Ecut i o n des Jugement s en Eur o pe, p.250-252 (2002), o artigo da mesma
autora publicado na Revue oe L^emiAGE, p.143 (1999), J. Normand, Revue CRmouE de D r oit Int er nat i onal Pr ivé, p. 340 (1999), e
André Huet, J o u r n a l c l D**:<t 1n t e ? n a t o n a u p.613 (1999).
791. Zasc R e k re rttí.Tnbunal de Justiça das Comunidades Européias, C-261/90 [Reichert c. Desdner Bank (2ocaso)), 26.03.1992.
de saber se uma ação pauliana poderia ou não ser considerada uma ação cautelar, ao que o tribunal respondeu
"eg 20:vsmefTt£- Lembremos que este mesmo caso abordou o alcance da jurisdição exclusiva do Estado-membro para
as cern a'd as retetr/as a imóveis, restringindo-a às demandas fundadas em direito real, como comentado acima nesta
parte í deste trabafho.
792, Escecaim ente o korr gedáng previsto nos arts. 289 a 297 do Código de Processo dos Países Baixos e o référé-provision
previsto n o s r t 3C9 do N ovoCódígc de Processo Civil francês, objeto de decisões doTribunal de Justiça que os qualificaram
ccir;o rã o z e ró c demandas cautelares. Na verdade, e aqui se mostra a dificuldade da definição comunitária, o tribunal
r i m a ; cue rã o seriar*, na maioria das vezes, demandas cautelares, salvo se presentes determinadas circunstâncias.
Eoore >ssasdrcurstãrc:as reja!"-se os pontos 48 e 43 respectivamente dos casos Van Uden , Tribunal de Justiça das
Com ijr icaries ^ ropeias C 3 6 1 /9 C ' /sr. Dóen t/o rn írr* 61/c. Kom rnanditgesellschaft in Firm a Deco-Une), decisão de 17de
'/ -*v, dasComuriídades Européias, C*99/96(HamUermomiMItttt
brte&üip 9/},69Ó tòQ àa27ÍH A Í999.
«ri o* para d w e t a ç ío de medidas cautelares rwi 1rança, víija-so Pascal dr
Vaíeilko-SoMrrn,*í'es. ia </*npfrrj** ntematíonpkàe> trlbunaux fw nçalí en matlèrede mennes provlsoltri, itivm Cnmgcrf
l*. Qí<OtT IwTfcHNAt(ONA!. Pxu4, p.397 (1996),
794. A freezing tnjunetton ou frte/Jng o r d e r fo nome atual d* M orava Injupctlofí, medida cautelar típica do slfitcm«l |oy||jr
galés. Tradicional mente, esses poises desenvolveram uma tradição contrária á concessão dc* cautelares, A exceção <iessa
regre, estava presente somente no Direito Marftírno, onde se concediam arrestments. Em 1975, no Caso Nlppon /iam
Koíshoeysa tradição foi rompida, O* fundamentos teórico# para <*concessão dessa cautelar, Inlclalrnentc conhecida como
M ore/o injuctJon, foram estabelecidos no caço M oreva Com panhia Navlera 5A v. International liulk Carflen SA, também
de 1975 e a base legislativa, na Seção 37(3) do Suprema Court Act 1981. Atualmente a legislação processual denomlnflO
rerr^dio free/Jngordtr (CPR 25,1 (1 v^J. Para rnals Informaçõei veja se fllchard Alrd, TheScottlshArrestnwntandthtfnglhh
freezing Order, W r r & i A i w O s h >m< a w a U /j Q u aut í mí <vol. 51, p, 155 (2002).

755. PM . Ti'* .' a ««o JJTA/ro rç O^í s ^w a »«u Pk /a í » Iw u «n aí>


o nai I a w , p,260 (1P99). Vejam se lamhAm os precçdent«siH
<5^dos, 77.^ 5 W /J0 1)979] AC 710,! 19/7J i AH \M 003;Mercedtr* Ben/ACvLelduck 11996] Af 7M4, PC; e também Mel »ulilan,
I ' W W l> 1 0 0 A K ) f t //t HH' OA' / / * ■ > * * t ~ K V .’A >/ / 222

de 20 J 4, segue a linha adotada no


competência JocaJ para cautelares
ra a ação principal, quando o bem
a estrangeira deve ser homologada
na Argentina. 796

III.3.4.4. Direito B rasileiro777

A questão da com petência para decidir sobre cautelares está hoje regida pelo
art, 800 do CFG de 1973 que, embora regulando a competéncaa txerna te:t nhv t
sua aplicação estendida para o plano ínteniaáOHaP*

“Art. 800. As medidas cautelares serác ree jerídas ao juiz da causa e, quando
preparatórias, ao juiz competente para conhecer da açác principal
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida direta-
mente ao tribunal”.

Registre-se que o dispositivo foi mantido na sua essência no C?C de 2015 eo ar.
2997" A despeito da imperatividade da norma - crie só parece conferir competência
para decidir sobre cautelares ao juiz competente para julgar a ação principal a dou-
trina tem entendido que, com base na urgência e na encara ia decisão pretendida,
ela pode ser alargada. Ainda na vigência do CPC de 1939- acsinarra Lopes da Costa:

“a regra, assim formulada de modo absoânrD. sp—>esnaoõax, t ± nmmmiraviTntatea


tão grande que se pega com as mãos. A nota insisiememenif oeímiaora caí mtdiaa
preventivas é a urgência. Mas a urgénda também tem graus. Em casos e:nraorámanos.
de aperto, de instante necessidade imediata, a competènda oeve ser do íuk ac rapr
onde a medida haja de ser executada, pois a sua execução é o cue mais impor

Int er nat ional and Compar at ive Law Q uar t bí l v v o l 36, p. 669 (1987VV^&-set3mbén õeTv
and Protective Remedies: the British Experience o f the Brussels Co^wntion. Knsavo
48, p. 303(1999).
796. Art. 2603:"Medidas provisionales y cautelares. Los jueces argentinos sor competentes oarz arsoone "VJ-Jçtr y o
cautelares:
a) cuando entienden en el proceso p rtn cip a i sin pe jj>ccy ae que l&s ò<enc> o Ias persa nas nr seenciK-nper *r u:
b) apedido de unjucrc\trar;cro cor r, \?:exc o o ' casos de u w x x g cuanfo tos*>«enesoitts ne*.<r c na oruino r~csde
encontrane &) el ixhs aunçae ) <*coP inrp^naciona rviuen^npe erc ptiyT<ccprrnarw:
c) a u m d o h s a itv iK k i t&ctvxfu ;v » k ' rv: m o p o c w r cPcuuuv e r a ouw tifivi
E lc u ilíp tim b a to d c m s t « w » \ 6 U& h *> :\ v r l tr; o yv» v/ v v ‘W U ^ cprrtiftpm i<zre J
\ententiudefinitivac\t*<*npcni *wvx \ w x : e *o v pp& c í n í :
>V, Otentafòl analisado pole*hoje doutorando dof*Osj .»" o ;v>õr (j6*0,(3«r0ne» 'âajmti
Medidas ((tutelares no OirrttQ htfe*rxKioo& h xv O ,d o Europeu? e entrai, w w v t v ^ p .x .OuJ. ,v> >. O e ie
iNiiftNAt i onal , vol. XXL p, 21 30 (2011).
79a. No CPC cie 1939 <\ regra era semelhante: Alt. 062 A s meslKias píes-enhvas ^ í q tegv^ -Jos x g u c c j edusa. cx. q c ò «x ;c
preparatória, ao julr competente para conhecer da ac Ao pnocipol
Nos casos urgentes, quando o causa estiver na superior *ustAr>cio a nros^dè^v j pode< »^ dtrcv- • ^ poe f -v
recurso!
799, Ai t, 290,“A tutela provisória seró requerida ao i u c o da causa e quarKjo#ate<%xx>nttL X 1 * -VCO<" .x c e - v j ca
do pedido principal. Parágrafo ú n ic a Reaafvada dí$posi<Ao espeeul t m a ;X ' de « v v í y ^ v u c* -u v j ,v r e v <
nov recutsos a tutela provhòHa seia requerida ao ora*e)o» 'séw v>l ca".v:r>'te l v m o :e
flfio Au«l IV l'l AhAON' l >N*?\ ivy Cosia» M:;VCWn PVí\‘ V U n P<r. x<V.V.VN , l h C .'W õ, p, 32 I
; V5 W V I VMMVNMU IRA t ttfiwil FlNilf/P

M SSAgS

VW S.V
> < " ■ - ^ ' r a s vv<'•!,;tN i > c n c d Olh> «* e m b a i x o <

í*4WI + ’•' c .....


.e a cwynqào ao de AljciUIS, pov exemplo, l!.possívelijur,
chega-a ptkvtoria, < « n > v > t e n h a m voo,Io bife?''' Fontes ile Miranda ,sc«uea
sa:
. x ic n t a y à o

N?. niesmilinha,Nelson Nen junior o Rosa Maria Nery ressalvam queGu/mj


mc sís , torna-se lcviapno regra [doart.
que se tem em mira . por exem plo , se a m ãe está prestes a em barcar no aeroporto de
outro Estado com os filh os do casal".m Galeno Lacerda ressalva que a extensão da
regra só é possível nas hipóteses de incompetência relativa.804
Na esfera domestica, há decisões judiciais reconhecendo a necessidade de
flexibilização da regra enunciada no art. SOO do CPC de 1973.805
No plano internacional, o STF ia teve oportunidade de apreciar a questão em
na uni ca oportunidade, chegando, entretanto, à conclusão diversa daquela que está
sendo aoui ceren cica cautelar de posse e guarda provisória da filha do casal foi in-
' em vista que a autoridade judiciária brasileira não tinha competência
~ P C v -' principal, de desquite, já que o réu estava domiciliado no exterior.806

. P=s*?jcro*AS e de C o nser vaç ão , p. 32 (1966).


r x í ou ré o S€^do pedida e concedida imediata mente, onde se acha o objeto a que ela
cu estaria quase com pletam ente sacrificada, como se o devedor está a fugir com os
ê Ou curador, com o menor, ou se o afastamento dos cônjuges é urgente o problema
de Mexais Tractatus de Executionibus, I, 92), - partindo do princípio Quando est
arserd/tur que ele extraía do direito português, citando as Ordenações Filipinas,
b c i2 - í : j e c J z ^competente conhecesse do pedido de medida preventiva: a) se havia perigo
•a1 a fu c p e je n o c a s o de flagrante delito. Manuel Gonçalves da Silva (Commentaria,1,247)
todos os casos a um só (perigo de mora) e frisando que, fora daí, o conhecimento da
z j c s o e ró e c ve! pendere debet'.Tal a tradição do nosso direito; e a regra jurídica do art 800
c Z fyí 50, fcxc da incompetência ratione materiae, mantém a política da eficiência e conservação
« s o e U. GouanÁaos ao Cocmgo de P r ocesso C ml , tom o XII, p. 58-61 (1976).
' £ faz* jí N e v , C o o v o o Oí P r o c e s s o C i v i l C o m e n t a d o e L e g i s l a ç ã o E x t r a v a g a n t e , p . 1 3 3 6 ( 2 0 1 3 ) .

"Ge no-ipErsêv» p>.f> e/rtar-se a frustração do arresto, seqüestro, busca e apreensão, que a medida se promova no
~t*o c* s r Jbrj*z ca co sa o j do iocal do fato, evitando-se as delongas da precatória a partir do juízo competente para a
açãojxr<c pc -/re estará o interessado de obter liminar naquele foro, inaudita altera parte, se atendidos os respectivos
req jd to s . f *ecesváóo, porém, se trate de foro apenas relatívamenteincompetente para a demanda principal. Se absolutaa
quanto a esta - distinção que se impõe vedada ficará a atuação do respectivo juízo na cautela jurisdldonal
antecedente.' G a uwcer oa*
- £ » / s a o C/j c hgo
C o m e n t vol. VIII, tom o I, p. 199-200 (1998).
a r o s d e P r o c e s s o C m l ,

Vejam-se <,s deosóes atadas por r Jost


T h e o t o m o N p. 865 866
e g r A o e por R o b e r t o G o u v ê a , C ó d i g o d e P r o c e s s o C i v i l , - ( 2 0 0 4 )

oTreosoEo j jnrjse^ CôpiooDE Pao c éss o G v »l p. 34 (1999):TJSP, 11.04.1991, o Al 171.789-2, Rei. Des. Nelson
A n o t a d o ,

danada;"Admissib Gade em caso de urgência e cuídando-se de competência relativa. Demais ações, no entanto, que
d e /e " ve- proposta* n o ju ízo com petente*; TRF 14 Região, DV 02.02.1998, CC 01000117182/ MG, Rei. Juiz Hllton Queiroz:
' A pf&C jç à o arcecipada de provas, por si só, não previne a competência para a ação principal (Súmula 263/TFR) 2 -
C '/ ' 'tocor ' eodo, deciararxdo-ve a competência do suscitado"; S'U, DV 07.10.1991, REip 6.386/PR, Rei. Min. Sálvlodo
/ tb. r f 28.264/MG em se tratando de produção antecipada de provas, todavia, tal regro recebe
c, de- t/o de razoá M e/egese recomendada por respeitável corrente doutrinária e com aceitação Jurlsprudenclal'»
STj, DV13.3.2',; 10, R£sf>617,921/MT, Rei. Mín. Luis Felipe Salomão:"A conexão não Impõe definição de competência, mas
s p '/>. rr>odffkca la, pots /isa a prevenir resultados contraditórios entre as ações que contêm ldc*ntlcl.ide du“objeto
v j 05 s * oe peoe' 'a rt 103 do CRGj, preocupação qu<* se torna desplclenda quando, como no caso, ambas as açòes
«**?/**>« ve erKont/arn sentenciada!. J,"A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já
<v j U n /2 35 /S T J.4/A produção antecipada de provas, por sl só, não previne a competência paraaaçêp
prkidpaK Sõrriula 263/TFR. 5, Recurso especial improvldo"
l/w5/" 5^ ‘^e!ar (art íp ^ jn Vtí,doCRQ.6e ^Turma do STF, por não haver conhecido do recurso extraordinário, manteve
o *c6rc<o recomqo que d^-adíu p<-la Incompetência da Justiça brasileira para processar e Julgar ação de desqulte c anulou
P#rMl • t / W l*> íU'f y /',IS j' / < / / / / » , / j j /
//í

K m «frtt***?» |>m 'V í i I‘ -m - ; í í v / b r*- o t ^ ;;^ ^ . y i * : t a v / / / r * >í ~^rr<e


rH|nbdctl<líWnodlmít/t \
H
r. 1 . r ' v r ' ^ " í r :'<í
corti o 'limito braníkim , com o já v* 'ÁtArrotr,

1, fteojuízpurJVr "/‘-o ‘-rjuffgdi^ío V/brea dernarr.r:* pr.r.cpii rãr. <--,er


poderá ‘■xorcè la sobre a Cinte lar., indeper.dentemente de onde forem sentidos
seus efeitos fadmitem se assim efeitos extraterritoriais). Trata-se do princípio de
que o juiz competente para a demanda principai também o é para as demandas
que lhe sejam acessórias, desde que a decisão a ser proferida tenha efetividade
no lugar onde deva produzir efeítos.807

2. Se o juiz não puder exercer jurisdição sobre a demanda principal, então so


poderá exercè-la sobre a demanda cautelar se- a, os Ceas ou pessoas a sue se
refere estiverem situados em seu território e d, desde cue
J» os efetccs ca ratea
se limitem a esse território.
Decorre da primeira regra, portanto, p r i
tr < *
I C /' U IZ

cional para proferir decisões cautelares em àaràtát*


réu aqui domiciliado: alimentos províáonaís- r — r s . ir r . ia m e r x s se

ainda que sitos no exterior. Importante frisar que o ;s


o lugar da execução da medida pleiteada para v<eri6cars ase Sc sso. sonsas.
principalmente caso a medida solicitada recaia sobre f
Quanto à segunda regra, no caso do Brasil essa só rara
quando o réu não estiver domiciliado no pais. porque, se estiver, 0 n n ^ n : nniriu'

leiro será competente para a demanda cautelar em virtude ds rmg: Sn ar L

13.
de 1973 (art. 21, I do CPC de 2015). Assim, essa reps e re;
aTT
em que o réu não esteja aqui domiciliado, mas possua bens
\ —
de conjugar o princípio que veda a denegação de jo
dade, hipótese necessária para que se enie um recuo. sobre o r_n n
exercería jurisdição cautelar (fórum nec£ssitatis\**

o processo ab initio, não tem ela com petência conseQúentemen:* r


ação de desquite. M edida cautelar indeferida! STF, DJ \ 2 J 1 J 9 7 6 ^
rata de transpor para o plano internaoooai a vç:a ac òCc ac ..
ia um princípio (do qual decorre a reçra d a q u ^ apto*®»
Mencedez Senz Ag v. Le*d~«t p 9963 3 \M R 7T&. ‘ i W váes àev: a-aits :a ^-v r: e v ^ ^
/ere hatched w ith the a id or a Genrxjn nofconc* ^ - íc - c t i v **> a v a a a c ~'__$
"». "V i '^
Senz to a d xw K e to his M ooégssque c o r y & ç x.V ~xRw rc m
>' x XV 7
et\ He tbet) tiansferredsonse ot r v fu xfe v '3 v v ao**vc v
•as d ish onored M r Lekíitek uu> fc *v w v x a
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s Senz b io u g h t o civ il o c tk a ogoinst rv v . r v v \ v t ; >'

>V CA * CA C CUA- * v ..
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Monégasqueorder. r i u theotherskkW
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Iv’ tlu* illfn . ’ . " 1 .'.'
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International civil justice* AssUw relatado no Commlttee on fnHMlwtkvv>) OvW a \ i Comoxrv
j\U\'VOt CWttNlM VMAMUMA <virm«li flbimla

l NtVv O S U ' U \ UxVS h l j V U ' S O $ v lo v v V U \ p o U M K U\ V O I U <>l I c%


n l O (U I f \ i l u s iV d ll() |||t||

ckuvo brueY óo psww >* As-V principal, onláo, o lub nacional poderá cmnodor |0.|qs
.> d im tó N.a.vilouo contnvci. uulc|Viuln\Um.nlr ilr mu , .....
>c o o í > x'Ov<>\;^^vaoi'.oU\voto. \ única exceção a essa regra ocm imi t|uan«|()
-voio > & >. o^vV\o v w a \N$eot*)o$<?vlustv.unenteem um palxeo jui/ íiMbildm
5

<. .. . xv. -x ^ gt& cbvisÁ o*u i® setA, do manchaalguma» eíelivtt iic m c jnilfi,
Pov outro lado, sc r>áo sc estiver diante de nenhuma vias hip<Sto»c»s»Ir côtppe
têrtcia internacional da autoridade indiciaria brasileira, então medidas Ctuilelurcsaó
podarão scr concedidas sc forem restritas ao território nacional (lerritorlalmcntc
A n d a d a s).

No caso co brasil, haia vista que as hipóteses dos arts. 88 e 89 do CPC de 1973
e cos irtsc 21 a 23 do CPC de 2015) são muito amplas e têm merecido interpretação
ampüà pela' urisprudênda e doutrina, poucas são as situações em que se questionará
a competência da autoridade iudiciária brasileira.
4

Situação reais complexa envolve medidas que devem recair sobre bens móveis
í cuaeo r íc rsõc esrec a c c : domkiUado (.contas bancárias, navios, direitos de pro-
p n ed io f rrcusErkl ãxíru r cd ccrco : empresa brasileira que deseja acionar estaleiro
zeruegues per i&scirnaprimento de contrato. O contrato fora celebrado entre a em-
presa brasileira e o estaleiro para a construção de uma plataforma na Noruega que
seria utilizada, no Mar do Norte e o pagamento seria feito em uma conta em Nova
York. O estaleiro não entrega ou entrega a plataforma fora dos padrões acordados.
A empresa brasileira ajuiza ação na Noruega, pedindo resolução do contrato e in-
denização. Ocorre que a empresa brasileira tem ciência que o estaleiro norueguês
possui quotas de outro estaleiro em Niterói, Rio de Janeiro. Assim, pode a empresa
brasileira solicitar aos tribunais nacionais o arresto dessas quotas como garantia de
a rezara condenação proferida no exterior, desde que estejam preenchidos os
requisitos para o arresto previstos no CPC.
Vale carnbém. lembrar que o Judiciário brasileiro é competente para medidas
hipóteses de homologação de sentenças estrangeiras.8CWApesar do
vttacfiBie nÁerv. v.zeia i t argêccía em homologação de sentenças estrangeiras),
zraxa-Mr de taxa. esped reação da regra geral de que o Judiciário competente para a
ação principal é também competente para as medidas de urgência.

11L3.5. Reconvenção e Conexão


Como se viu, geral mente, o j uízo cc
o e pa.'a eventuais demandas íncideritais
relevante nos casos ern que
nenhuma das hipóteses jurísdiçá
. Imagine-se, por exemplo
£rawl por fato <>corrid.o /,

''l w r f 5f0 íft (fite -


r* í J kc , f / *0 1y A'X7*7
y /)
><-yr '.r V, irtw r.o ÇfJ <* M ttatfet de defeffthto ih 2014: Arf. 216 G."AdmlUi se A ,1 liilnln il» uiqêiidn
' 'a
r s r . ^ K f ' a » L . . . . . - * . -
» i / i i " t< m u / ' w w K ! - o n ' i t a y j w f v n w & * * •> 7 K > / .> > / 721

ify/jí.O l <<U*V:tà&ÂfiJ íJQ Ki W M


d a m o á lA !•:'.'-/Ví>fc O í U V j . í

a b a r c a d a p o r n c d a c / c a d a , h t- s jU ü & d va b t v i
i ‘4^6, / a ^ ic C H - d r r t x c r n ^ ii^ ü i.

J.* á *

P ; w * m •

/ ; Pevem sei'apíics^.difl» procmn


procev, ia!-, x r- ^ y

geral, havendo rebçáo e rx'e a:; i.a .'


coro peten.te p*-'* <prrr^jpô*. CíL. ' i ^

ainda que essa náo estivesse,, m soprccvra ^


Trata-se do eáKV> po;;:. s L.

internacional
*11 / •

Soluções semelhantes são pre'<is*a.s ^Gütnoicann saropeur- d cin


direito francês/!i

810. Em trecho de seu curso na Academia de Direito Intemaciona 3c -ais. \- fra a sa s iafr-notr

non seulement des questions préalables m ais enco n? des abares zanncxes z c pnzrvsre. mêniej
relèventpas de sa com pétence Ce príncipe esí c d o ç u cfcrs Cruz :n —-

et Ia contraríété des décisions, et d a urre p art afm de canzrfíxja’ z j ~. n tsif& r d szsn sn tsn js c aussnsm.
intéresse iciest de savoirsi 'extension de la compétence lemco-tuie szo o <ipj£ a czssir e d c t
1

oú l'affaire, connexe en elle-meme, ne tom be pas dons h competenze rnsernationate Pu mbvnc


En général les règles q ui étendent la com pétence rerrríoríale interne aux affaires zo-'r>exss sen: z js s
compétence internacional. [_] Le trib u n al com pétent pour zonnairre d uneofhrre teoe\ ter.: aussi
connexes à celle-ci, même si ces affaires connexes ne tomríen: pcL normatemen: aans sccomDètsncr -eerscísme
régles qui viennent détre exposees ou suje: des affaires connexes U? <3erTU7r.de nnr. anote ±&coLw9i r zus mu ocrjr<
1

en garande* aux èntcn^esntions des T>e~s e: am t ie*ce< onpasttions te n sõ e s treisccb entre sonotneef*rc{ ~c~cie" tkm tm & xi
p rín c ip a l€ ily a c jfo \z u n )» e :Jc c n n n e x frc c u i usclftcnfcfnermm i&cfímstiBnfcttu&intR&fKce -rr-x -v e r* K ><saavn.-
La Compétence nfe~\:Pcexcnc DxaÇ ^ ^ *4tx Ca -cv 'Uv r ^t?CírS ’ W „ Kr m ecrj •’ '«Et
Bi ^ au i K x m c M , <\Vv~ CVo* NTtHtwcrviv^. »o. , ?. 3.N IClT'1. srotffm^TOme^-inVã*pv.ccr.ox< c c ftzxcsms
(Elude< csréçks i V c c v * ixite^afre.v r x ç rr :t/jrtf^ ^
1 *írí?»r> -.x j x - O i o . t?: p flbi
escttm i; *fh dnSt âu& vxvne Ü *>: s \x cvc.\ hX c - c p f x i v -*e -o *crçr d v ít r e o s Jm Q&not^Jtpr wa^rav"»
coféporrfs t/t* denxiixífs ccwv\e> ;v-^se écx eCv^xx çx \ níerrmooooftsS
h Botelho de Mesquita discordo; fV: n e v r^ v e o f j c s -v . \ .v> c u « t r ormam. x o*» >. - X u -v e. ?
(1998), especialmente p.o 1 Mês é essa a cx>' òo óe Hs,,c Tvv w .n C> o ^ <*C w e a -\v , v C c ^ - *-
8^. NaUniAoEuropéia, te n v se o a ilò * 'd o R ^ ç u ta m ^ n to (Ç F r' -u A V 1 e o i Cor-< ^ ^ 0 co-*
paia casos de litisconsorcio passíWv rtx\sn\^ \>o e Vv tas vo *\>> .x íV **-
6o, veja-se K GAUolMít^TAUON, Cov^usv t c i\u \ -\s\ os> w<v .%5.*>x ' > v >x x j k _:\V^ -v
art, 8odo Reoulaim'nt\> n° 1 ' I S * 01 5:" A t ^ ^.'v t' *v i>es>c\j c e " . \ * > *e x ^ X* v /e ,r- *>
tombam soi demanvíada. U Se heuvei «v|u |n , x -n j "x e :* cx \>* X* o cv **'-
tpieos prdídov estejam livjavSwcntit'^ v ^
slmoltaiHsnorotefsaiar\(tai xWsttC^v^^^sWv^ vvsx ,í .:. c > > \ \ \ '>'!,v v í v <-s v . x k x c s
vetiátai de Uvamameot\>xV vm> oa ^ v^ > a V x\ «o
"o| Intentada a av.V> |M i\vu vl v^Nv> ve s\io,svxVwf^ - i. v ^ V i'\>-u»e/k ^ov w / v>cv»w s-
do Itlbuttal que voHa eon^pet^te o e ^ e ^ v o %) se ve t r ^ .*»e<»T .w^cv » x v ríe ^ .v
ta<to en\ que se fundamenta a acào prttxipal 0 0 fcnboivi o.vx* ev/g obi^v- c<t'v? a Çir nvx*e e cem r.i,.-
se a as Ao ptutei sei apen^adê a uma avAo em matéoa de dimftos ^v >k <,S>t 4^irks^t conref e reo«v’ ride
no tilbunat do tstddo Mentbro em cujo teiritAdo esta s Ií i mk Io O »f>ove»
BrnNARn AuDIli D«oit ÍWf!*NAH0NAi Pw\^ p.51 e
22% t XTENSAO l LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA Cúrmen Tlhurclo

111.3.5.1. Reconvençào

Por força desse principio (de que o juízo com petente para a demanda principal
também o e para as incidentais), a autoridade judiciária brasileira que seja compe-
tente para julgar a ação principal o será também para a reconvençào. Tal se dará
ainda que a hipótese da reconvençào não esteja incluída nos arts. 88 e 89 do CPC
de 19~3 (ou nos arts. 21 a 23 do CPC de 2015), desde que, obviamente, respeitada
a eternidade da decisão a ser proferida.
O art. 13 do Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em
Matéria Contratual. Mercosul, de 1994 reproduz o princípio de que aqui se trata.814

III.3.5.2. Conexão

A conexão entre demandas no processo internacional suscita duas questões: (1)


o iuiz competente para uma demanda é também competente para as que lhe sejam
conexas, mesmo que o juiz não seja competente para a segunda demanda caso inexis-
tente a conexão (efeito positivo)? (2) em caso de conexão entre demandas propostas
perante juizes de países distintos, deve o juiz provocado em segundo lugar declinar
de sua competência em favor daquele provocado em primeiro lugar (efeito negativo)?

HI.3-5.2.1. Efeito Positivo da Conexão

Aos efeitos positivos da conexão aplica-se a regra geral relativa à competência


para demandas incidentes: o juiz competente para a demanda principal, também
o será para as ações conexas. Fundamenta-se também no princípio de que se deve
evitar decisões contraditórias.
Não foi essa, todavia, a posição adotada no Recurso Especial n° 2.170-SP,em
cuja ementa se lê:

“Competência internacional. Causas conexas. A competência da autoridade ju-


diciária brasileira firma-se quando verificada alguma das hipóteses previstas nos
artigos 88 e 89 do CPC. O direito brasileiro não elegeu a conexão como critério
de fixação da competência internacional que não se prorrogará, por conseguinte,
em função dela’.815

Tratava-se de demanda em que se cumulavam dois pedidos - um de declaração


de nulidade do contrato, outro de condenação ao pagamento de indenização - cada
qual com uma causa de pedir distinta. A decisão monocrática só conheceu do se-
gundo pedido, fundado em fatos ocorridos no Brasil, mas não do primeiro. A quarta
câmara cível do TJSP deu provimento ao agravo do autor. Contra essa decisão foi
proferido o acórdão no Recurso Especial, cuja ementa foi transcrita acima. Trata-
-se de decisão com a qual não se concorda, pois não reconheceu a conexão como

814. Art. 13;*$e a reconvençào se fundamentar em ato ou em fato que serviu de base para a demanda principal, terão JurlsdlçAo
para conhecê-la os juizes que intervierem na demanda prlncipalTrom ulgado pelo Decreto n° 2.095/96.
815. STJ, DJ 03.09.1990, REsp 2170/SP, Rei. Mín. Eduardo Ribeiro.
Parts I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUZ 229

passível de fixar a jurisdição brasileira. Ademais, o julgado parte da premissa de que


jurisdição brasileira é numerus clausus (alterada posteriormente no próprio ST

III.3.5.2.2. Efeito Negativo da Conexão

Em caso de conexão entre demandas propostas perante juizes de países distin-


tos, deve o juiz provocado em segundo lugar declinar de sua competência em favor
daquele instado em primeiro lugar?
Como observado pela doutrina francesa, psicologicamente é mais fácil que juiz
de um país determinado aceite a concentração de demandas em seu favor do que
em favor de um juiz estrangeiro.81681718
Até mesmo na União Européia, onde se logrou uniformizar as regras sobre
processo internacional, os efeitos negativos da conexão são facultativos ou seja, o
juiz local tem a faculdade de extinguir ou não o processo ajuizado no foro em razão
da conexão com demanda ajuizada primeiramente em outro Estaáo-membraf:f
Nesse ponto, deve-se remeter à análise do art 90 do CPC de 1973 que será feda em
item posterior (litispendência), porque o artigo também traia da conexão de deman-
das no plano internacional: “A ação intentada perante tribunal estrar.rebv não mduz
litispendência, nem obsta a que a autoridade brasileira conheça da das
que lhe são conexas .” Na sua essência o texto foi mantido no art 14 do CFC de l i 15.
Com base nessa segunda parte, é possível afirmar que o juiz brasileiro pode jnigar v~ r
ação declaratória de nulidade de contrato, quando existe uma ação de indenização ror
inadimplemento desse mesmo contrato sendo julgada por juiz estrangeiro.
O juiz brasileiro pode declarar a nulidade do contrata e o únz estrangeiro
condenar com base no seu descumprimento. Fosse isso no plano interna a melhor
solução seria reunir os processos perante um só iuiz (vide art 105 do CPC de 19~5
para julgamento em conjunto, evitando-se a possibilidade de decisões contraditó-
rias. No plano internacional, todavia, por força de disposição expressa de iei. não se
reconhecem os efeitos negativos da conexão e o Judiciário brasileiro poderá apreciar
a causa, ainda que conexa a outra em curso no exterior.

816. "A competência (jurisdição) internacional da autoridade brasileira não se esgota pe^a mea arêftse des arts. e $9 ac
CPC, cujo rol não é exaustivo. Assim, pode haver processos que não se encontram rta relação conrda nessas normas, e
que, não obstante, são passíveis de julgam ento no Brasil, Deve-se analisar a existèoda de interesse da autoridade judtóana
brasileira no julgam ento da causa, na possibilidade de execução da respectiva sentença (principio da efetividade’ e ra
concordância, em algumas hipóteses, pelas partes envolvidas, em submeter o litigk> à jurisd çào naoora! ^rr nc;Sc da
submissão)." STJ, DJ 23.06.2008, RO 64/SP, Rei, Min. Nancy Andrighi,
817. Ber nar d A ud i t , D r o i t In t er n a t i o n a l P r i ve, p.322 (2006), afirma que ilest psvchocçouecxanf pJbs fce e cvjuge c \ r ro s
donné de falre jouer Ia concentration des actions en sa fàveur qu ’d $on ctétrvnent * e em nota de rodapé Coarátcossotion
avalt d'abord laissé entendre que iexception était recevable en rejetant un pounoà ou motif que radnà&on àe fexxepòon x
connexitén'estjamais qu'uneslm ple facultépourles tribunaux'(Civ. ", 20 oa. l967,JOIS$i446riA rW t SC<$&54Cn. igçuefreV
1

818. Regulamento n° 1215/2012, Artigo 30.1. "Se estiverem pendentes açòes conexas em tribunais de diferentes Estados-
Membros, todos eles podem suspender a instância, com exceção do tribunal demandado em primeiro lugar. 2. Se 3 ação
Intentada no tribunal dem andado em primeiro lugar estiver pendente em primeira instância, qualquer outro mbunal
pode Igualmente declarar-se Incompetente, a pedido de uma das partes, se o tribunal demandado em primeiro lugar
for competente para as ações em questão e a sua lei permitir a respetiva apensaçâa 3. Para efeitos do presente artigo,
consideram-se conexas as açòes ligadas entre si por um nexo tào estreito que haja Interesse em que sejam instruídas e
julgadas em conjunto para evitar decisões eventualmente inconciliáveis se as causas fossem julgadas separadamente/
I50 EXTENSÃO E LIMITES PA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen

Pode-se argumentar que, não obstante, a contradição é meramente aparente,j$


que somente uma dessas sentenças terá seus efeitos qualificados pela coisa julgada
e, portanto, somente uma delas terá eficácia no Brasil.81'*

1113.6. L itisp en d èn cia e C o isa Ju lg a d a

Seja em razão de cada Estado estabelecer unilateralmente as hipóteses dc


exercício de jurisdição de seus tribunais, seja por haver normas convencionais que
instituam hipóteses de exercício de jurisdição potencialmente concorrentes, tem-se
a possibilidade de processos paralelos idênticos (mesmas partes, pedido e causa de
pedir), perante tribunais de Estados distintos. Assim, o fenômeno da litispendên-
cia é de natureza fática e ocorre quando há ações idênticas em curso tanto no foro
como no exterior. Questão diversa, porém, são os efeitos no foro desse processo em
curso no exterior.
As respostas variam e podem ser assim resumidas: (1) nenhum dos efeitos
da litispendència de processo estrangeiro é reconhecido; (2) somente um efeito é
reconhecido, o de impedir a propositura da mesma demanda (admissibilidade da
exceção de litispendència internacional) ou (3) todos os efeitos da litispendència são
reconhedeos desce a propositura da demanda estrangeira. Da primeira à terceira
rcíssicü caces Dem-se gradação diretamente proporcional à integração jurídica entre
cs Estados envolvidos. Desta forma, entre Estados sem nenhuma ou pouca integração
jurídica (por exemplo apenas acordos bilaterais de cooperação judiciária), a tendência
é não se reconhecer nenhum dos efeitos da litispendència de um processo iniciado
perante os tribunais do outro Estado. Por outro lado, em um cenário de forte inte-
gração jurídica, em que as regras sobre competência internacional e reconhecimento
de decisões estrangeiras façam parte de uma pauta normativa comum, a tendência
é se reconhecerem os efeitos da litispendència somente para os fins de impedir a
propositura da mesma demanda no país onde a mesma foi ajuizada posteriormente.
O reconhecimento de todos os efeitos da litispendència internacional (de natureza
processual e substancial) ainda não foi possível.

111.3.6.1. Direito Internacional e Com unitário

Embora a regra geraL, especialmente no direito convencional, seja permitir o


reconhecimento de decisões estrangeiras que tenham transitado cm julgado, é corto
que o reconhecimento de alguns efeitos da litispendència ainda encontra grandes
reservas.m 8
19

819. Se a seritença nacional transitar ern julgado antes do trânsito em julgado do acórdão que Julgar procedente a homologado
de sentença estrangeira, então aquela prevalecerá e a homologação deverá ser Julgada Improcedente. Ao contrário, se
o acórdão qu* julgar procedente a hom ologação da sentença estrangeira transitar em Julgado antes q u e «»stntença
nacional o Caça, então a senteoç* estrangeira prevalecerá e o processo nacional deverá ser extinto sem Julgamento do
m éáto em 'sszbo da cofca julgada,
<^ r ' «CV. -s w w v j i des p fjV tn v n tt étsongef <:t une vtellk traclltlon, tonrih que U>re%ptic t d r Ia lltlipmclw ifl*
^ '-s 's t opfs><tUo{C' d o m fu r# e d a m fautre branthe riu drolt rir: relatlüm Internationale: qu'à mm fyw/i/»*
't+ r+f ' (4/jrr t s : / 1 / h u rie rir: fiègteí ri* Com péfenCeJüdlclalrrdam C rtttíln e i Convertí lon: Interimtlo/mh,
c'*' r ' / s í C i / 1>,/ ' i f tó ffrí^ rfr/ ft I: a much dhputed q u eitlo ri In the teachlnrj: of legal (nithnrltlv $nml In the
pj&spnjdertCéof tf* p rin cip alco t/n triet v/hether the doctrlne o f lltlipêndence, lhe object o f whlch Is to ptevent tlm pualblUty
Parto I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESÍAOQ-JUIZ 2 3 1

Uma possível explicação para essa situação é que, ao aceitar a alegação de lítis-
pendência, o juiz nacional se vê impedido de exercer jurisdição, uma circunstância
de certa forma inusitada - aJém de razões pessoais (psicológicas), se supõem haver
também razões de ordem pública (indeclinabilidade da jurisdição). Situação diversa
ocorre no reconhecim ento de sentença estrangeira, quando somente reflexamente
estrangeira
mais exercer juri sdição.
No plano doutrinário, o instituto de Direito acionai elaborou, j Rs'*,
regras sobre litispendència no pJano internacional, d e te rm in a n d o d e v e m aí-
mitir, nas relações com Estados estrangeiros, as mesmas regras sobreKtíspeadéndã
existentes no plano doméstico. Estabelece também que para se admitir a
de exceção de litispendència no plano internacional é necessário que as decisões
pronunciadas pela jurisdição que tenha ínicíalmente conhecido v y
suscetíveis de execução, sem revisão de mérito, no país no qual se requer a exceção.-^
Inspirado nestas regras estabelecidas pelo Instituto de Direito Internacional,
0 Código Bustamante**822 se refere ao tema, em dispositivo confuso e mal redigido,
no art. 394: “A litispendència, p or motivo de pleito em outro Estado contratante, po-
derá ser alegada em m atéria civil quando a sentença, que for dada num , tiver
de produzir efeitos de coisa julgada no u
o ’Registre-se que a
Código tem somente natureza programática, permitindo que as Estadas nado ^íJT<?
regulem a matéria segundo os seus ordenamentos, já que nemb:=I H
é extraída da norma.
Assim, o dispositivo em questão primeiramente exclui a possibilidade de
interposição da exceção de litispendència em assuntos de natureza rend. devido
ao interesse público envolvido nestas questões, o que inviabilizaria que um Estado
abdicasse de sua competência em prol de outro Estado.823*Essa regra esta prevista
no art. 395 do mesmo Código que prevê: “Em matéria penal, não se poderá ulçjeru
exceção de litispendència p or causa pendente em outro Esrado contratirtíe”.
A Convenção da Haia sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças Estrm-
geiras em Matéria Civil e Comercial de 1971 (não ratificada pdo Brasil ce: errama
a obrigatoriedade da aceitação da exceção de brispenbência. para os rrs ie irnneurr

ofconflictingjudgm ents, cart beirtvokedm infermriona/


K-avcnsS Mç l w \ Ls Pçncíhs s L nu©o, c.
14-15 (2009) citando decisão da corte Permanente da Haia no caso Ccrtaia Oer-Torr rpreses- n Pcksr>'Jp c c S t s : 32S
#21. "Articlc premiei
Sauf /cs réservcs qu'on poutra fatie à laru d c 2. il \ a leu d ac ncttrt iions es rcjpixvfc j>t\ c
mâmes réglessur Ia Httspcndance que ceifes qiu extsteni iians ks mpçorts Vs a -v o c y v v :o v e s .V e
Artlcle 2
IIcd nécessalte, pour 1’adm lssbn de lewtptron <k lithpefxhr\eetrcjyètz g.e er? ;y< r e
pay\ da Jagc w lsl tn ptcmlet liea solent sitscefXtNes dtHte te^as e u \. tators v o k ., wv, c o ;v.> „v
Ibnprodult foxcaptlon*
«22. Promulgado polo doavto 18*8?1 //.° o cm viooi no> p&iseK í n mv a ^ av . C* <• ObO vd , C* cv :: 5o
I quâdof, Guatemala, Haiti, Honduras, Nkaulgua. PanamA *Yui RepoKv* \V
^3, Lsta limitação com relação á maUM ia penal (oi apro\ ada iv* Comts^Ms oc , wv ^ do v e >v c v o. v \ W “'V' *v
ANiONlo Sancheí de Busiamanvi V SmuN, DtRicuo Invunaci Onai IV w l w tomo lil p .'>> tv' *SN
A ! \ 1i NSAOI I IMI1 1S DA JURISDIÇÃO IWASIl IIHA Coriwn lllmclo

,j mesma demanda proposta em segundo lugar, sob determinadas condições, cm


seu art. 20.w<
As Convenções de Bruxelas e de Lugnno, em seu art. 2 1,825 determinam o reco-
nhecimento dos efeitos de litispendência, suspendendo-se o processo em favor do
tribunal do Estado Contratante que tenha conhecido do litígio em primeiro lugare
até que esse tribunal decida sobre sua competência, quando o processo será extinto
(caso o tribunal instado em primeiro lugar se declare competente).826'827
Não se trata de uma faculdade do tribunal, mas de um dever a ser cumprido de
ofício quando os dois requisitos previstos no artigo estiverem satisfeitos: (1) ambos
os tribunais devem ser internacionalmente competentes e (2) as demandas perante
eles propostas devem ser idênticas (mesmas partes, causas de pedir e pedidos).
Assim, ambos os tribunais devem ser competentes, pouco importando o fun-
damento para a competência (seja em razão das regras da Convenção, seja em razão
das regras de outra convenção internacional, ou em razão das regras nacionais de

824- Veja-se o arL 20 da Convenção sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças Estrangeiras em Matéria Civil e Comercial
Haia - 1971) e o artigo de Sérgio M. Carbone, II regim e delia litispendenza nelle convenzioni deli’A ja e di Bruxelles, Rivista
d Derrno K t s ^ az o n éí -E Pssvat o e Pko c essual e, an n o v , p. 7 (1969). Article 20:" Iftw o States have concluded a Supplementarj
Ig re a m n tp u rsu a n t to A rticle 21, the ju d ic ia l authorities o fe ith e r State m ay dismiss an action brought before them ormay
staysuch an action when other proceedings between thesam eparties, based on thesam e facts andhaving thesamepurpose,
are oerd>ng in a court o f another. State and these proceedings m ay result in a decision which the authorities of the State in
wfvdh the first m endoned action was brought w ould be bound to recognize under the terms ofth is Convention.
Tneauthorities o f these States m ayneverthelessorderprovisionalorprotective measures regardless o f proceedings elsewhert*
125. ArL 21: *Quando acções com o mesmo pedido e a m esm a causa de pedir e entre as mesmas partes forem submetidas ò
apreciação de tribunais de diferentes Estados Contratantes, o tribunal a que a acção foi subm etida em segundo lugar suspende
ofióosom ente o instância até que seja estabelecida a com petência do tribunal a que a acção foi submetida em primeiro lugar.
Quando esti/er estabelecida a com petência do tribunal a que a acção foi subm etida em prim eiro lugar, osegundo tribunal
dedarcrse incom petente em favor daquele0.
826. Assim, por exemplo, o Tribunal de Justiça das Com unidades Européias ao julgar o Caso Gubisch, buscando definição
autônoma e comunitária da litispendência, afirmou:*A noção de litispendência referida no artigo 21oda convenção de 27
de Setembro de 1968 abrange o caso em que uma parte propõe num tribunal de um Estado contratante uma acçãocom
vista a declaração de nulidade ou à resolução de um contrato de venda internacional, estando pendente num tribunal
de outro Estado contratante uma acção de execução do mesmo contrato, proposta pela contraparte". Tribunal de Justiça
das Comunidades Européias, Caso C-144/86 (Gubisch M aschinenfabrik AG v. G iullo Palumbo), julgado em 08.12.1987.
327. Em outro caso, lé-se o seguinte trecho no dispositivo do acórdão: ”2) O artigo 21 da Convenção deve ser interpretado no
sentido de que, no caso de duas acções com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir, em que as partes no segundo
processo apenas parcialmente coincidem com as partes no processo instaurado anteriormente num outro Estado
contratante, só obriga o órgão jurísdicíonal dem andado em segundo lugar a declarar-se incompetente se as partes no
processo que perante ele corre os seus terrnos forem igualmente partes no processo anteriormente Instaurado.Todavia,
não impede a continuação do processo entre as outras partes. 3) O rnesmo artigo 21 deve ser interpretado no sentido
da que uma acção que /ísa fazer declarar que o réu é responsável por um prejuízo, e a sua condenação no pagamento
oe uma ínôem nizãçào por perdas e danos tem a mesrna causa de pedir e o mesmo objecto que uma acção anterior
desse réu que visa fazer declarar que não é responsável pelo referido prejuízo. 4) Uma acção posterior não deixa tle ter
o mesmo pedido, a mesma causa de pedir e as rnesrnas partes que urna acção anterior, caso a primeira acção, intentada
p e b propr*rtãrío de urn na /ío nurn órgão jurísdicíonal de um Estado contratante, seja uma acção In personam, que tem
por ob;ecto fazer declarar a inexistência de responsabilidade por parte deste proprietário pelos alegados danos causados
as mercadorias transportadas pelo seu navio, e a acção posterior seja Intentada pelo proprietário das mercadorias num
órgão jurísdicíonal de outro Estado contratante sob a forma de acção In rem contra o navio arrestado e tenha prosseguido
em seguida tento in rern corno in personam ou apenas In personam, de acordo com as distinções estabelecidas polo
direito nacional desse outro Estedo contratante.Trlbunal de Justiça das Comunidades Européias, Caso C-406/92 (The
G//ners o f The Cargo Lotely Laden on floard the Shlp "Tatry"c. The Owners o í the Shlp "Maclej R alaj”), j. 06.12.1994.
P«rt« I • IXI HCÍCIODA JÜHlOOirAOCIVILcO//,O/•íWfcUfOOA '/./#PAh k O V . I t i / i t i l
f

até
Estado Contratante
Assim, se um estudante brasileiro (domiciliado no Rio de Janeiro) for atro-
pelado em frente ao Palácio da Paz na Haia por uma jovem francesa ''domiciliada
em Paris), ele poderá propor uma demanda de indenização tanto nos Países Baixos
- com fundamento no lugar do ilícito quanto na França - com fundamento no
domicílio do réu - e, no caso de propó-la em ambos, o tribunal que dela conhecer
em segundo lugar, deverá suspender o processo até que o tribunal que dela conheceu
em primeiro lugar decida se tem competência para a causa. No exemplo dado, como
comunitário
extinto
O importante é que a concorrência se dê entre foros situados em Estados Con-
tratantes da Convenção, pois a regra do reconhecimento dos efeitos da litispendência
é inaplicável se o tribunal perante o qual se iniciou primeiramente o processo for de
umEstado não membro, por exemplo, brasileiro. Neste caso, aplicam-se as regras na-
cionais dos Estados parte.8031 Assim, se uma sociedade brasiieira ajuizar ação no Brasil
3
9
8
2
contra uma sociedade com sede em Londres, e esta sociedade ingressar em juízo ao
mesmo tempo perante os tribunais ingleses, os tribunais ingleses não o suspenderão
com fundamento no direito comunitário, embora possam suspendé-Io, conforme
o caso, aplicando as regras tradicionais da common law sobre a lis álibipendens.
Para se determinar qual ação foi ajuizada em primeiro lugar, embora as Con-
venções sejam omissas, a Corte de Justiça das Comunidades Européias, em um caso
julgado em 1984, decidiu que compete aos ordenamentos nacionais de cada Estado
contratante essa determinação.S3383Assim, por exemplo, no Reino Unido, isso se da
com a citação do réu.834

828. Nesse sentido, P.M. N o r t h e JJ. F a w c et t , C h s s mr s and Nc kt k 's PtovATê In ^ x a - c n a ,. I av», p-251 (1999).
829. Tribunal de Justiça das Com unidades Européias, caso C-351 89 (OverseasUricnInsurance IM. Hampshirelnsurancs
Company.), j. 27.06.1991.
830. Como bem notado por Gaudemet-Tallon: "Sites deux triòunouxsatssssontcunçéten s UL er que(aconúibcn qetriple derrote
tellequedéfm ieparla Cour de justice est remplie. aucuneau&ecorxEScr restakgssr^epoufquescitcon^itLée lasüuation
de litispendance. En p a rtic u lie rJ.J il n estpas nécessaire que t une cai Tautre des cxrrres soit dcrncliee sur e Ccr^toirea'un fícr
contractant: ce serait en effet, ajouter une condition quíne figure pcs au texte-defart2 L De t íus >dcns ú mesurt cu r& tZ l a
pour but d'éviterque soient rendues des déciskm s incorrei <2Nes áans aeux ôcrs ozncxKtortéf^erercs ce çü c?rsDtuerarl ,r
obstacle à Ia libre circulation desjugem ents, ile&apporturncknepascòouteru^conábwsuçtíer^xíftrQr^ Er*r, sf'es
tribunaux saisis sont com pêtents, quand bien méme aucunepcrre n X t u ;tc e d o rV ce s ir e rerto edes c c rrc o c ra
c'estqu'ilya certainem entdes liens non nègligeables entre ce lítíge et 3 Ur*en eurvoéenne. ’ H êu&c Gv c í v t -T
ETÉxECUTlON OES JuGEMENTS EN Eu ROPE, p.266-267 (2002).
®3l. Cf.Tribunal de Justiça das Com unidades Européias, caso Orvens (vinil C-129 92 ((Merss &r< \ : > a c w f& s« p
Industria Chlmlca Spa.), j. 20.01.1994,
8^2. Para elas, veja-se P.M. N o r t h e JJ. FAvvcm, C meshir e an d N o r t h ‘s P r aat t N t w k a j v v a U* p, 34-350, (19991
833. Caso C-129/83 (Zelger c. Sallnitri),j. 07.06.1984; Rmst a dj D i r u t o P r w o e p395, 0 Rsxvf
dl Duon In t er n at i o n al P r ivé, p, 374, (1985), com notas de D. Holleaux; Av i v a i t\ ( X \ t JX165 (1985Vcom notas
de A. Huet;. No ponto 15 do acórdAo se lê: «Ln Conventicn nbvantpas povrobfttdl» ‘ *Vror> ter ' v Jres irees d
iorganlsation de Ia procédurejudiciaire dons les différents £mt\ h çiAsrtanvesuws <)qve -v -vritsev*re„ -e> v .wis
d‘une salslne défínltlve au sens de /'article 21 doit étre appnèctee et tèsoht pour ..rvwrvn seon .v soí
prope drolt national. Cettes mèthode permet ò toute jurisdk bon detn^ r tmv u y oerttTude tx# w n y à ,c:
propre loi nationale en ce qui Ia concerne, et paru reieience d kl b i natkvxi e<1eouteoutfitjitr\àcòon se se en cc c. > CAAT- e
celle-cl, 1'ordre de prlorlté dons le temps entre denrandes multiples fonvées c<v\$ es aw .xw ;\:v o www» í
EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Catmen Tíburclo

Note-se que o Regulamento n°44/ 2001834835 introduziu modificações neste


ponto.836 No regime do Regulamento, a exceção de litispendência é prevista, nos
seguintes termos do art. 27:

“1. Quando acções com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir e entre as
mesmas partes forem submetidas à apreciação de tribunais de diferentes Estados-
-Membros, o tribunal a que a acção foi submetida em segundo lugar suspende
oficiosamente a instância, até que seja estabelecida a competência do tribunal a
que a acção foi submetida em primeiro lugar.
2. Quando estiver estabelecida a competência do tribunal a que a acção foi sub-
metida em primeiro lugar, o segundo tribunal declara-se incompetente em favor
daquele”.

A regra geral de que o tribunal provocado em segundo lugar extingue o processo


não se alterou. Mas, quanto ao momento em que o processo se reputa iniciado, o
art. 30 do Regulamento introduziu alteração substancial quanto à prática seguida
na Convenção de Bruxelas.83' Assim, enquanto no regime convencional, após o
julgado do caso C -129/83 ( Z
elgerc.
Comunidades Européias,838 esse momento deveria ser determinado segundo a lei
nacional de cada Estado parte, no regime do Regulamento n° 44/2001 tem-se uma
definição comunitária e autônoma.839 E essa definição é conciliadora das práticas
dos Estados-membros e supera a recusada sugestão da Comissão feita em 26 de

essa tam bém a solução expressamente adotada pelo art. 7o da Lei italiana n.° 218 de 31.05.1995 de direito internacional
privado, comentada mais abaixo.
834. P.M. N o k t h e J J. F a w c et t , C h es h i r e and N o r t h ' s P r i vat e In t er n a t i o n a l L a w , p. 254 (1999): "Under English law a court is seisedof
jurisdiction, not when the proceedings are issued, but when they are served on the defendant".
835. Regulamento n.° 44/2001 do Conselho de 22.12.2000 relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de
decisões em matéria civil e comercial. Publicado no Jornal Oficial das Comunidades Européias, série L, n° 12 de 16.1.2000,
p.1-23.
836. Especificamente sobre as alterações trazidas pelo Regulamento em matéria de litispendência: Georges A. L. Droze Hélène
Gaudemet-Tallon, La transform ation d ela Convention de Bruxelles du 27 septembre 1968 en Règlement du Conseíl concernant
Ia compétence judiciaire, Ia reconnaissance et 1'exécution des décisions en m atière civile et commerciale, Revue C r it ique de Droit
In t er n a t i o n a l P r í vé, p. 600 (2001), especialmente § 52, p. 642.

837. Artigo 30: “Para efeitos da presente secção, considera-se que a acção está submetida à apreciação do tribunal: 1. Na
data em que é apresentado ao tribunal o acto que determina o início da instância ou um acto equivalente, desde que
o requerente não tenha posteriormente deixado de tomar as medidas que lhe incumbem para que seja feita a citação
ao requerido; ou 2. Se o acto tiver de ser citado antes de ser apresentado ao tribunal, na data em que é recebido pela
autoridade responsável pela citação, desde que o requerente não tenha posteriormente deixado de tomar as medidas
que lhe incumbem para que o acto seja apresentado ao tribunal."
838. Caso C-129/83 {Zelger c. Salinitri), julgado em 7 de junho de 1984.
839. Que foi recebida com entusiasmo por Jean-Paul Beraudo, «/o solution dualiste du nouvel article 30 du Règlement est
un succès» (Le Règlement (CE) du Conseil du 22 décembre 2000 concernant Ia compétence judiciaire , Ia reconnaissance et
1'exécution des décisions en matière civile et commerciale, J o u r n a l du D r o i t In t er n a t i o n a l , p.1033, (2001)). Mas, para outros:
<íL'idée de rechercher une règle m atérielle uniform e était bonne en soi... mais les différences procédurales sont telles que cette
règle reste finalem ent compliquée. Espérons que sa mise en oeuvre ne soulèvera pas trop de diffícultés..." Georges A. I. Droz
e Hélène Gaudemet-Tallon, La transform ation de Ia Convention de Bruxelles du 27 septembre 1968 en Règlement du Conseil
Concernant Ia Compétence Judiciaire , Ia Reconnaissance et 1'Exécution des Décisions en Matière Civile et Commerciale, Revue
C r i t i q ue d e D r o i t In t er n at i o n al P r i ve, § 52, p. 642 (2001).
Parte I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 235
J

novembro de 1997 em proposta de Ato do Conselho, segundo a qual: tribunal


estsaisi, au sens de la présente convention, lorsque la demande a été introduite auprès
de ce tribunal et que lacte introductif d ’instance, ou un acte équivalent, a été signifíé
ou notifié au défen deu r”.840841
O Regulamento n° 1215/2012 manteve essencialmente as mesmas normas,
flexibilizando, porém, a regra de que o Estado que conhece da demanda em segundo
lugar deve se abster de julgá-la, nas situações em que houver uma eleição de foro
para o segundo Estado. Neste caso, o tribunal procurado em segundo lugar (foro
eleito) não precisa aguardar a decisão do tribunal procurado em primeiro lugar
(art. 31.2),841842 evitando, assim, por exemplo, dar efeitos de litispendência quando

840. Citado em Jean-Paul Beraudo, Le Règlem ent (CE) du Conseil du 22 décembre 2000 concernant la compétence judiciaire. Io
reconnaissance et 1'exécution des décisions en m atière civile et commerciale, Jour nal du Drott Int er nat ional , § 49, p. 1068 (2001).
841. Artigo 29.1. "Sem prejuízo do disposto no artigo 31, n. 2, quando ações com a mesma causa de pedir e entre as mesmas
partes forem submetidas à apreciação de tribunais de diferentes Estados-Membros, qualquer tribunal que não seja o
tribunal demandado em primeiro lugar deve suspender oficiosamente a instância até que seja estabelecida a competência
do tribunal demandado em primeiro lugar. 2. Nos casos referidos no n.l, a pedido de um tribunal a que açáo tenha sido
submetida, qualquer outro tribunal demandado deve informar o primeiro tribunal, sem demora, da data em que ação
lhe foi submetida nos termos do artigo 32 3. Caso seja estabelecida a competência do tribunal demandado em primeiro
lugar, o segundo tribunal deve declarar-se incompetente em favor daquele tribunal. (...)Artigo 31 1. Se as ações forem da
competência exclusiva de vários tribunais, todos eles devem declarar-se incompetentes em favor do tribunal demandado
em primeiro lugar. 2. Sem prejuízo do artigo 26, se for demandado um tribunal de um Estado-Membro ao qual é atribuída
competência exclusiva por um pacto referido no artigo 25, os tribunais dos outros Estados-Membros devem suspender a
instância até ao momento em que o tribunal demandado com base nesse pacto declare que não é competente for força do
mesmo. 3. Se o tribunal designado no pacto se atribuir competência por força desse pacto, os tribunais dos outros Estados-
Membros devem declarar-se incompetentes a favor desse tribunal. 4. Os n. 2 e 3 não se aplicam às matérias regidas pelas
secções 3,4 e 5 caso o requerente seja o tomador do seguro, o segurado, um beneficiário do contrato de seguro, o lesado, um
consumidor ou um trabalhador e o pacto não seja válido nos termos de disposição constante daquelas secções. Artigo 321.
Para efeitos da presente secção, considera-se que a ação foi submetida à apreciação do tribunal: a) No momento em que for
apresentado ao tribunal o docum ento que dá início à instância, ou documento equivalente, desde que o requerente tenha
tomado posteriormente as medidas que lhe incumbem para que o requerido seja citado; ou b) Se o documento tiver de ser
notificado antes de ser apresentado a tribunal, no momento em que for recebido pela autoridade responsável pela notificação,
desde que o requerente tenha tom ado posteriormente as medidas que lhe incumbem para que o documento seja junto ao
processo. A autoridade responsável pela notificação prevista na alínea b) é a primeira autoridade a receber o documento a
notificar..2. Os tribunais ou as autoridades responsáveis pela notifica çáo prevista no n.° 1 registam, respetivamente, a data
de apresentação do docum ento que dá início à instância ou documento equivalente ou a data da receçáo dos documentos
a notificar. Artigo 33.1. Se a competência se basear nos artigos 4,7,8 ou 9 e estiver pendente uma ação num tribunal de
um país terceiro no momento em que é demandado o tribunal de um Estado- -Membro numa ação com a mesma causa
de pedir e entre as mesmas partes que a ação no tribunal do país terceiro, o tribunal do Estado-Membro pode suspender a
instância se: a) For previsível que o tribunal do país terceiro profira uma decisão passível de ser reconhecida e, consoante os
casos, executada no Estado-Membro em causa; e b) O tribunal do Estado-Membro estiver convencido de que a suspensão
da instância é necessária para a correta administração da justiça. 2.0 tribunal do Estado-Membro pode dar continuação ao
processo a qualquer momento se: a) A instância no tribunal do país terceiro tiver sido suspensa ou encerrada; b) O tribunal
do Estado-Membro considerar improvável que a ação no tribunal do país terceiro se condua num prazo razoável; ou c) For
necessário dar continuação ao processo para garantir a correta administração da justiça. 3.0 tribunal do Estado-Membro encerra
a instância se a ação no tribunal do país terceiro tiver sido concluída e resultar numa decisão passível de reconhecimento e,
se for caso disso, de execução nesse Estado-Membro. 4.0 tribunal do Estado-Membro aplica o presente artigo a pedido de
qualquer das partes ou, caso a lei nacional o permita, oficiosamente. Artigo 34.1. Se a competência se basear nos artigos 4,
7,8 ou 9 e estiver pendente uma ação no tribunal de um país terceiro no momento em que é demandado o tribunal de um
Estado-Membro numa açáo conexa com a ação intentada no tribunal do país terceiro, o tribunal do Estado Membro pode
suspender a instância se: a) Houver interesse em que as ações conexas sejam instruídas e julgadas em conjunto para evitar
decisões que poderíam ser inconciliáveis se as causas fossem julgadas separadamente; b) For previsível que o tribunal do
país terceiro tome uma decisão passível de reconhecimento e, se for caso disso, de execução nesse Estado Membro; e c) O
tribunal do Estado-Membro estiver convencido de que a suspensão da instância é necessária para uma correta administração
da justiça. 2 .0 tribunal do Estado-Membro pode dar continuação ao processo a qualquer momento se: a) Considerar que
deixou de haver risco de decisões inconciliáveis; b) A instância no tribunal do país terceiro tiver sido suspensa ou encerrada; c)
236 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carm en Tiburcio

uma das partes possa ter recorrido a um judiciário notoriamente mais moroso para
procrastinar qualquer decisão no caso. Dessa forma, adotou solução diversa daquela
proferida anteriormente pelo Tribunal de Justiça no caso Gasser,8 4283844 pois o Judiciário
do tribunal eleito pelas partes terá prevalência. O caso Gasser ensejou muitas críti-
cas por ter dado prevalência ao reconhecimento dos efeitos da litispendência sobre
a eleição de foro e ter conferido a competência ao Judiciário italiano por ter sido
aquele que primeiramente apreciou a causa, em detrimento do Judiciário escolhido
pelas partes.844
Inovou também o Regulamento n° 1215/2012 ao admitir que tribunal de Estado-
-Membro procurado em segundo lugar se abstenha de julgar a causa em prol de tri-
bunal de Estado não membro (arts 33 e 34). Foi uma tentativa de se admitir pela via
da litispendência a competência de um terceiro Estado (não membro), apesar de não
ser admitida a aplicação da doutrina deforu m non conveniens no âmbito europeu.845
Em matéria matrimonial (ação de separação de corpos, divórcio e anulação
de casamento) e de poder parental, deve-se ressaltar também o tratamento dado à
litispendência pelo Regulamento n° 1.347/2000.846 Este Regulamento foi substituído

Considerar improvável que a ação intentada no tribunal do país terceiro se conclua num prazo razoável; ou d) For necessário
dar continuação ao processo para garantir a correta administração da justiça. 3. O tribunal do Estado-Membro pode
encerrar a instância se a ação intentada no tribunal do país terceiro tiver sido concluída e resultar numa decisão passível de
reconhecimento e, se for caso disso, de execução nesse Estado-Membro. 4 .0 tribunal do Estado-Membro aplica o presente
artigo a pedido de qualquer das partes ou, caso a lei nacional o permita, oficiosa mente".
842. Considerando Art. 22 do Regulamento 1215/2012: "Todavia, a fim de reforçar a eficácia dos acordos exclusivos de
eleição do foro com petente e de evitar táticas de litigação abusivas, é necessário prever uma exceção à regra geral
de litispendência, a fim de lidar de forma satisfatória com uma situação particular no âmbito da qual poderão ocorrer
processos concorrentes.Trata-se da situação em que é demandado um tribunal não designado num acordo exclusivo de
eleição do foro competente, e o tribunal designado é demandado subsequentemente num processo com a mesma causa
de pedir e com as mesmas partes. Nesse caso, o tribunal demandado em primeiro lugar deverá ser chamado a suspender
a instância logo que o tribunal designado seja demandado e até que este declare que não é competente por força do
acordo exclusivo de eleição do foro competente. Isto destina-se a, numa tal situação, dar prioridade ao tribunal designado
para decidir da validade do acordo e em que medida o acordo se aplica ao litígio pendente. O tribunal designado deverá
poder prosseguir a ação independentemente de o tribunal não designado já ter decidido da suspensão da instância."
843. Caso Gasser, (C-l 16/02), j. 09.12.2003.
844. Ro n a l d A B r a n d t , T r a n s a c t i o n P l a n n i n g usi ng R u l es on Jur i sdi c t i o n an o t he R ec o g n í t i o n and E n f o r c emen t of J u d g men t s , p. 182 e ss.
(2014).
845. Corte Européia, caso Owusu, (C-281 /02), j. 01.03.2005.Trata-se que caso que envolvia a discussão se à luz do Regulamento
44/2001 se poderia afastar a competência dos tribunais ingleses (domicílio do réu) em prol do tribunal do lugar em que
o ilícito ocorreu, situado em Estado não membro. O Tribunal entendeu que não se poderia aplicar a doutrina do forum
non conveniens no âmbito do regulamento:"77ie Convention o f2 7 September 1968 on Jurisdiction and the Enforcement of
Judgments in Civil and Com m ercial Matters, as am ended by the Convention o f 9 October 1978 on theAccession ofthe Kingdom
ofDenm ark, Ireland and the United Kingdom ofG reat Britain and Northern Ireland, by the Convention of25 October 1982 on
the Accession ofth e Hellenic Republic and by the Convention o f2 6 M ay 1989 on the Accession ofthe Kingdom ofSpain and
the Portuguese Republic, precludes a court o f a Contractíng State from declining the jurisdiction conferred on it byArticle2of
that convention on the ground that a court o fa non-Contracting State w ould be a more appropriate fórum for the trial ofthe
action even ifth e jurisdiction o f no other Contractíng State is in issue or the proceedings have no connecting factors to ony
other Contractíng State."
846. Regulamento (CE) n.° 1347/2000 do Conselho de 29.05.2000 relativo à competência, ao reconhecimento e à execução
de decisões em matéria matrimonial e de regulação do poder paternal em relação a filhos comuns do casal, publicado
no Jornal Oficial das Comunidades Européias, série L, n° 160 de 30.06.2000, p.19-36.
Parte I • EXERClCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 237

pelo Regulamento n° 2.201/2003 do Conselho.847 O art. 19 estabelece que o tribu-


nal perante o qual o processo foi instaurado em primeiro lugar será, em princípio,
competente.848 Assim, o tribunal em que o processo foi instaurado em segundo
lugar deve suspender a instância até que o primeiro tribunal decida se tem ou não
competência. Se o tribunal em que o processo foi instaurado em primeiro lugar se
declarar competente, o outro tribunal deve declarar-se incompetente. O segundo
tribunal apenas poderá prosseguir no feito se o tribunal em que o processo foi ins-
taurado em primeiro lugar chegar à conclusão de que não tem competência ou se
decidir transferir o processo nos termos do art. 15.

Devido ao grande número de critérios previstos pelo Regulamento n° 2201/2003


para a fixação da com petência internacional dos tribunais dos Estados-membros,
é frequente a situação de processos idênticos tramitando em paralelo. Com efeito,
tratando-se de divórcio internacional, é bastante comum que cada um dos cônjuges
inicie um processo no país que lhe parece melhor. Assim, por exemplo: um divórcio de
umcasal franco-alemão que tenha tido sua última residência habitual na Alemanha,
sendo que o cônjuge alemão continuou a residir na Alemanha, enquanto a esposa
francesa retornara para a França anteriormente. É provável que o cônjuge alemão pro-
ponha o divórcio perante os tribunais alemães, enquanto o cônjuge francês, perante
os tribunais franceses. Ambos os tribunais serão competentes de acordo com o art.
3odo Regulamento.849*Ou, então, no caso de um casal franco-italiano, em que ambos

847. Regulamento (CE) n.° 2201/2003 do Conselho, de 27 de novembro de 2003, relativo à competência, ao reconhecimento e
à execução de decisões em matéria m atrim onial e em matéria de responsabilidade parental e que revoga o Regulamento
(CE) n.° 1347/2000.
848. “Artigo 19 Litispendência e acções dependentes 1. Quando os processos de divórcio, separação ou anulação do casamento
entre as mesmas partes são instaurados em tribunais de Estados-Membros diferentes, o tribunal em que o processo foi
instaurado em segundo lugar suspende oficiosamente a instância até que seja estabelecida a competência do tribunal
em que o processo foi instaurado em prim eiro lugar. 2. Quando são instauradas em tribunais de Estados-Membros
diferentes acções relativas à responsabilidade parental em relação à uma criança, que tenham o mesmo pedido e a
mesma causa de pedir, o tribunal em que o processo foi instaurado em segundo lugar suspende oficiosamente a instância
até que seja estabelecida a com petência do tribunal em que o processo foi instaurado em primeiro lugar. 3. Quando
estiver estabelecida a com petência do tribunal em que o processo foi instaurado em primeiro lugar, o tribunal em que o
processo foi instaurado em segundo lugar declarar-se incompetente a favor daquele. Neste caso, o processo instaurado
no segundo tribunal pode ser subm etida pelo requerente à apreciação do tribunal em que a acção foi instaurada em
primeiro lugar. Artigo 20 M edidas provisórias e cautelares 1. Em caso de urgência, o disposto no presente regulamento
não impede que os tribunais de um Estado-Membro tomem as medidas provisórias ou cautelares relativas às pessoas
ou bens presentes nesse Estado-Membro, e previstas na sua legislação, mesmo que, porforça do presente regulamento,
um tribunal de outro Estado-M em bro seja competente para conhecer do mérito. 2. As medidas tomadas por força do
n.° 1 deixam de ter efeito quando o tribunal do Estado-Membro competente quanto ao mérito ao abrigo do presente
regulamento tiver tom ado as m edidas que considerar adequadas".
^9. Artigo 3 "Competência geral 1. São competentes para decidir das questões relativas ao divórcio, separação ou anulação
do casamento, os tribunais do Estado-Membro: a) Em cujo território se situe: — a residência habitual dos cônjuges, ou
— a última residência habitual dos cônjuges, na medida em que um deles ainda aí resida, ou — a residência habitual
do requerido, ou — em caso de pedido conjunto, a residência habitual de qualquer dos cônjuges, ou — a residência
habitual do requerente, se este aí tiver residido pelo menos, no ano imediatamente anterior à data do pedido, ou — a
residência habitual do requerente, se este aí tiver residido pelo menos, nos seis meses imediatamente anteriores à data
do pedido, quer seja nacional do Estado- -Membro em questão quer, no caso do Reino Unido e da Irlanda, aí tenha o seu
"domicílio"; b) Da nacionalidade de ambos os cônjuges ou, no caso do Reino Unido e da Irlanda, do "domicilio' comum.
2. Para efeitos do presente regulamento, o termo "domicílio" é entendido na acepção que lhe é dada pelos sistemas
jurídicos do Reino Unido e da Irlanda."
\
; \ i ; \ S V : U V U t N C > A J U K IS O Iv , A O U R A M U I K A C c ir n ie il l i h m l o

tenham dupla nacionalidade originária francesa e italiana, e que tiveram sua última
residência comum na Espanha, onde o marido ainda reside após a separação, o art.
.'''confere competência internacional aos tribunais franceses, italianoscespanhóis,1,50
Registre-se que o art. 19 do Regulamento trata não só da litispendência, como
de situações de conexão entre demandas, o que também é comum em matéria ma-
trimor.tal especialmente se levarmos em conta que o Regulamento abrange as ações
de serxxraçào de corpos, divórcio e de nulidade de casamento.851

1113 .0.2. Direito Estrangeiro ^

III.3.6.2.1. França

E relativamente recente a admissão da exceção de litispendência internacional


no direito francês comum.*5' Assim, por exemplo, em uma decisão de 1969, a Cor-
te de Cassação afirmava que "il estde príncipe que le
pas reçue en France à raison d une instance introduite à letranger ”.*85385485A mudança de
posição ocorreu em 1974, quando a mesma Corte julgou o caso Societé Miniera di
P~Qgn£^~ e afirmou que a exceção de litispendência é admissível desde que a decisão
a sei proierida r c processo estrangeiro seia suscetível de ser futuramente passível

Cs: e x e frp ia s sác c e rteiene Gaudemet-Tallon, Le Règlem ent n.° 1347/2000 du Conseil du 29 m oi 2000: «Competénce,
'z c z r r c is ia r c e ez execuü cr ces deasjons en m atière m atrim oniale et en m atière de responsabilité parentale des efants
comnauns». JcuatAv. oy O c r p. 381, § ^6, p. 399-400 (2001).
óe zocas as h !
pó teses de aplicação do atual art. 19 (anterior art. 11), vejam-se: Hélène Gaudemet-
Ta c r _£ zeg^r~er *r..x '347/2000 du Conseil du 29 m ai 2000:«Competénce , reconnaissance et exécution des décisions en
- d r ? ^ ijy ^ to n ic eezen rratiere de responsabilité parentale des efants communs», J o u r n al du D r oi t Int er nat i o nal , §§47-57,
a - X — 05 52001 „ P a 3 o-j~rzs fontes, vejam- se Bs »<a «d A udí t , Dftorr Int er nat i o nal P r i vé, § 586, p. 498 (2000); Jean-Yves Carlier,
Jear,-Lou;s /an Borstaeí, Le règlem ent Bruxelles II: competénce, reconnaissance et exécution en matière
- c r p ~crt< fe et er rr& iereáeresp onsab ilitéparentale, J o u r n a l
5 d e s T r i bu n a u x - D r o i t E u r o péen , p. 71, (2001); Andréa Bonomi,
/ -e g clcrre rso £ó*’ u~ ZG tosu s com petenzae solriconoscim ento in m atéria m atrim onlall e dlpotestà deigenltorl, Rivist a di
298 2T/T i.
C v * r * » ■ v 1' • "> / ^ k s*r& d e v e I ' j ô i c o m a l i t i s p e n d ê n c i a : " First, the forum coulcl decline Jurlsdlctlon
cr us^ertó 'S & o & rlrr/ s.&econdf/, lh e íorurn co u ld s.e t toresUaln forelgn proceedlngs. Thlrdly\ both $ets of proceedlngs could
s

oe aifotvec to^on u nje. H ow evei roles of ors ju d k a ta could be use d to prevent two judgm ents; Ifthere ate two ludyemcnts,
rukrs ori recogntvon a n d enforcement could be used to decide which one Is to have prlorlty, Fourlhly, meclumlsim could br
adopted to encourage the porties to opt for trioI In Just one forum (the approprlate forum)'.' J J , I . i w c e t t , G e n e r a l f t o p p o r t ,

D k l i .i no J ur isexmoN ih Pn/m Í(í t » mp3kj uai L aw : ro rnr XIVt h Congr ess of í h i I n t i k n a t i o n a i A c a d i m y o i C o m p a r a i i v i 1 a w , p,


2 8 , ( 1 9 9 5 ) , V e j a - s e n a s p ã ^ i n a s s e g u i n t e s ( p . 2 9 - 4 6 ) a d e s c r i ç ã o d e c a d a u m a d e s s a s t é c n i c a s . V . t b C a m m h i i M t L.a c i i i a n , I is

P ttA H S *NIWTfiHHAOOKAL L n (2009).


853, Para o direito francês convencional, veja-se, por exem plo, o art. 18( 1)(f) (I) da Conventlon dèntraldeJudlclalre en matière
d/iteentre le Gou/ernernent de !a Républíque fronçahe et le Gouvem em etlt de Ia Républlquc fédératlve du fírésll, assinada em
p*ds em 23.953 996, promukjada pelo Decreto 2000-940 de 18.09.2000, que foi publicado no Jornal Oficial de 26,09.2000,
P 15158, t.erndo entrado ern víqor em 01,10,200f>, No Braill, a Convenção foi promulgada pelo Decreto n° 3.59H/00.
854, Cone de Cassação, Primeira Cárnara Cível, decisão de 01.12.1969, Jour nai du Dr oit Int ui mai i o nal , p. 707 (1970), com nohts
d*- K H ãet; Ut/A O k u a ur. Ohou Pw/f., p. 74 (1977), notas de Uicas,
855, CorU de Cov^çóo, Pnrneíra O rnara O y d , d e c id o de 76.11,19/4, jf/UhiAT ou DitOii ImiitfiAiioUAL, p/100 (1975), t om nottó
fo* s*'d; Js* / a v. Q w /tb v & H H y w P w i, p,49)( 19/5), nryU6 de D, I lollemix,
/
Pdrt«l . EXERCÍCIO 0 /<JUftí50IÇÁOC»yiL CQttf) AI fiJeOÍOCV ’/ 239

de reconhecimento na França.*'" Com exceção, portanto, des ve pressuposto de


admissibilidade específico á litispendência internacional (decisão WnoJogívd
os demais são idênticos ao da litispendência interna previstos no art. 100 do: (ovo
Código de Processo Civil.*"'7
Não obstante a semelhança, note-se que, ao contrário da excecão de lítispen-
déncía interna - que é de reconhecimento obrigatório a exceção dejiüspendência
internacional é de admissibilidade facultativa.*5*
Como m encionado, para c ue a exceção dehCípendlérd* seja afâíÉCá, * c p
ciso que a decisão a ser proferida no processo estrangeiro seja horrotogaVeí no
futuro. Desse modo, se a matéria debatida nesse processo se incluir der.tro das
exclusiva da autor idade jud excecao
será rejeitada.
Nesse sentido, considerando que a competência fundada nos art*. 14 e 15 d o
Código Civil francês era reputada exclusiva <não obstante residual;, quando uma das
partes era um nacional francês, então eventual exceção de litispendência a favor de
processo instaurado anteriormente no exterior não era acolhida, eis que um dos seus
pressupostos (competência internacional da justiça ; não estavaatendido.
a menos que tivesse ocorrido renúncia p áo r 1 rances desse gtmlegio (por
exemplo, comparecendo voluntariamense z e t iiBHCÍiaãi ismmiem ou enmi
sido ele quem lá iniciou o processo). Foi o casn. par emeinnki nuran: art í ^ 11 çeiu
Corte de Cassação.859
Essa orientação prevaleceu ate 2006, quando a Cone oe Cassação manasse
no caso P r i e u r , decidiu que o art. 15 é regra de comneiência concorrente, não rm-

E, para que uma decisão seja homologáveJ é necessária: c o rroètsnce & u o e ítra ^ x; ca n & s& e ra e c ' dsr cce
fond, absence de contra riété à Fordre p u b iic trançais ei Je froude ò tc I X 'r ^ ^5 c
( 2006).

Nouveau Code de Prooedure C M e r« ? t ICO: «Si <c ~*r /Cores: ac ^usaredrw nraetr, wà£K*n>& ’ w v s n v rc
compètentopouren c **v a t o a ?■-*vv>v i«u M'xcacvu&t ouve > r
dWHMXks A <khiü c e fc p cu t
«t«J CltofS que /<* uent d ra c tK&ruz I r* Sduioil üre& r mouvetptmvwKmie 4‘UíKWJL pMte
que leconUòleauquel peut prexesiet le ju çe d otststde r^c ''/tcorr»pief ec wtete mi u/ttor&w(pneu j *
ladédsion ètianqèreà in te n e n ;i?d'(HittepOf c tvree ^ un ^ auO^nífrs/ríes^u/íderTCCüred ^KQufítger odUM&jptty&t yn
Ütlgeprochain à saisit une ju rid K tkxié ttiio g fr* .'* &<*sAae 4*cv, CV v Iv v ^v ^v i v v w3 C ’ d'.Vb> que cca jrrç
decisão da Corte de Apelação de Paris de 21 de novem bro de \9~r$ r\j quoí a e\ceçjo to» ce;o '»ci’vc 2e ^
processo estrangeiro não oferecer a outra parte garantias suficientes.
Corte de Cassação francesa. Primeira Câmara O v e i decisão de Q3L06J99? LU -v L c -e #
<. Ci^vxt >. >-o*
Int ir nat iokai Pr ivi \ \x 453, (1998), notas de Retfand Anceb-\ A ifa rte i W d u c w e ^ : - c- *r .v m;:tx^-. v
r^qledecomp^tence cn fxn ru t des ju ih J ctk^ysfrvfsasx^q. s& Jn ttxxx v.-.No^cv Pe >: -:V' \ c n \ cx-
compiHcnce concunente de h juiisdktk>n eqratyj*'*: - A ítp rxh <#** :\\ / >e .vc c r *.‘r r«. o v t <x t-o. v ,*e
Ouagadougou (Biirkina Fuso). íhl \ fins de stotur* sw h d r - w w r ' d»Vcvce -o ve .vrv *v. t flv v 0 ’p®fV-'-si <
•’
com(Foppeln tetenuque Afme.I n tiv o it etvfr e ty F « m ç * M n h Jd v * a u > e r * > c v e * \ v *to. .v o A w t fe
dvll, que de ip u n ltie tenq svu :e et Cf>/(u.-.Vç ^ c t ss Tn c v s \V' e.cvv.v efó r./ a ^»<'rv v>e, o. >v w cv- \ede e c ».e e**
aiiof elle o v»m»n le tr \ tr ftttvfcâ f\w ces 1•s\í'vv n ^'
X

1 1 0 .6 ,2 .1 Itália

Nã M Ti^atc a en' ■ e\VMÚvr du l,ei n ''218, de dl dc mulo de 1995 ( Mof.


mc, dcl Ntjwr^uí ?vi.'.
esAre •.'.í^r.',jís ;\u te$» e contendo o
ç v v ü c o «ara i í r d i f v a n t e

Civil dis»tmiia:
Jr-
?$tran:'erv dehi m edesim a c
cwnüKÍo categórico do art, 3°
St>6
:emadonais dai ouais a Itália

c e C ssa cã c trances*. Fnmeira Gamara Ovei, decisão de 23.05.2006.


3 6 '. Cume l e Cassação ^ a r c s s . P^mera Câmara Cível, decisão de 22.05.2007.
su C rce res teurances: rt&— ftzüer= de m euàle para nature [_] le défendeur est assigné devant le tribunal de
Jtu m rcn jifL u ire z r m u n s f
V.zz. i'«c i s r e reevaTre u i :*aisãr Sr kt * -ArsntíL z u í c col t rfcçpei, qui a souverainem ent constate que le cheval assuré
J - tm u vn t e r -nm zz m m om em o i s n iz rra, i iágcitemera xsst^é la compétence de Ia jurisdiction française au regarddes
D5jjozin>rnzm7?zrazi*zsD*: 'a r r z k k .1“U~“ a. zzrje ztez ztss^^ceserr^etéparvoiedeconséquence, rexceptiondelitispendance
tm em aitortai l i r i í oa lassaçás. Eojrzontz Insurance Corr.pcny c Société Vienna etautres, j. 17.06.1997 pela Primeira
la rn a ri C km Pevj e CaracuE 2€ _>o^ P w t p, 453, (1998), com notas de Bertrand Ancel.
5^ ‘r. s s h z í ua secoíc f op alfèrrtrato in v>gore delia nu o*/a legge, la prosizione delTordinamento Italiano si riossumeva
- sem y k s ir'] «?ycnzs Pe procesypendenvah eztero, e q u in d íilg iu d ice nazionale che aveva giurisdizíoneperdecidereuna
zd jzz -rjr y & e r : áeo ppds per cx*jsa deflesístenzo d íu n a iiteanteriore sullostesso oggetto e fra le medesime parti pendente
zt7*Q'Z zc jiç } jó ice ZJatr,&o* l zc& sxteSD i conseguenzo, nella prospettiva dei giudici Italianl, llnstaurazionediun
w ocezüoz ü - r : r x , e s c ’ ^ ua<z~'ocT,eunm erofatto,privodigíurídicarilevanzaneirordlnam entonazionale,enonpoleva
r cox, prec^zere Tu -er.zre corso di ur, processo pendente in Italia, a prescindere dal momento Inlziale delmcdsimol
ú t e r o s eu i^áscr5c L o r. joiradisaphnortcdianadetíoítthpendenzainternazionale, R m s i a P r i mi s t r a u di D ir it t o l Pr ocediiha
1 • x aoop C p.'043 "1997), c i t a ç ã o p 1046-1047 respecthrumefftê, Veja-se tdmbóm G. Moni.ni, Dí i uc hq Piioonai Ciw
Iw raw oow t p. tt953b
800- v ;eífrrrdp dopvsrtorp w • tj Ytnòtnew , "I oplnlone dom inante In Italia r l\r quedd dlspodthm'
Zit S v f j p o ê r so* o*o t^/Toft 0 z/W/o f odlt *, ^r<onda Ihuinlrnrv.unupuòihm iu /tm*
vi* '/sMpe\*-sys, r<\>r w ./yss, > ^ v /o f? rí JnrH & t)/I/eyrjtn? t convincente flnthé la partft che a v tw (iwltitu lu
p ;. u ' >& -a '///', +'s s < sor* v (y) m t/ihow A t HallOfIO, eftí olforlqlnp nollÇitUiBèn alia alarlull/laar Ihiltond
* 1?'*'*%>& uf ry y / y s , v rf>ÔHt//üfyl#/loctllep^rSÓh* t lie sono soyyptpalia q lu tIsd ltló M lu trlM h
. ssr <c 'z > o *>ítr o ' < * 0 * sto^o preso àó uno porte t h*>non ha c untattl n se n zla ll cun la glurlsdlzloae Itdllmi
z yscs/y o ' O ' c * ; d M / Sul cr/ ogom+ato interno tra gll artt. 6 e J dei Codlcedlprocedara cMie. In qaesle condlilotllum
r ^ rjUi 'o- o r o 'ss/ro o rco fo tgnofoía lo Irttspmden/a Irrternaziünale M a In tal caso sl trattn aliara dl una applluuionppm
* ser " s '* O* V t . \ '/cr,//* reíoZéOfte ttecer»sorta coa Ifprínr Iplo d d la Irrlnuric lalbllltà delia qluihdl/lone i íazlonale f Konstnntlnd
L> Pfc/Mtr.r P ttaoii delta Lrfh p en d iraa Internazionale riel Processo Clvlle, Hi v i ma di Qmirto Pnot i s s u a i i , .mimXLV,
p y^ y/, y y /y

' ' '' y ^ e z r / jr t / e i^ s c jW / f a ó a s io r n a h a n ç a iô r í d«»Junho df? 1930, nrl. IV),Sulçn(dr 1(lojnnrlroclt» IPU
* * '4 'b k + • / > rr m </j Y r/,, />rt 1 1), fo fo ". Brtl/m (d*’ I / d«* abril de |y ir>( n il, a"), iiélylcd («1^o «Ir «ihrll
^ ^ )4>,/ /rtu , 6 '>• f*//*rr,)r/fod*' d# 19/l,<irt, 17), totlfls €rxpM»svflfTiPMto 9ubilltu(dis por formulo arl r>S
v 'j / , ' • '> to v / M n e ^ | i, 'V,t v r,do a lltiíp an déh cin , en\ do, roprwnlrid*» peloi /h Is ) hl<n ConVCnv^1'
$W W [‘ [í) 9 / th '/ A / S / t ', fe> ,• /, ;w/

fio mm» irada etti VÍg0f dxU i ,'r 2»* de '/;* (É jfm
cliUlrlllo Irtlcrrwzlotiak 1'rivato), x situação sealrer&u prof indamemet pasw,-v?
a conferir efeitos á HtUpendénciã h67

lia completa indiferença com rdaqão* procevy* per. der.tw cr:. o. m/>
o direito italiano passou a admitir a exceção de t tx x éz .
xáo.crn dispositivo de vanguarda. Merecee*pecíái deaíac, ,eo rec„ tJoieq ie cara
que o juiz italia no suspenda o proceMO, é neeewáno que r>próv.merito estrangeiro
possa produzir efeitos no ordenamento taitarv 'cketlpr >&&mentô ■ür&neir es a
prôdurre effettop er ÍotdínamenU>ttoticmof.
Poder produzir efeito» no «r^ç.-scae-K- rja&tuç stgjriúcs wcapasse urr
juízo prévio de reconhecim ento ca •.uiasenrnçí estrangeira u njj.r.»
feito em perspectiva. Trata-se de pressuposto lógico da admissão da e.sceçãc de i>
tispendência: não há sentido em admití-la se o processo estrangeiro cão produzra
decisão apta a ser reconhecida. Há de se reconhecer, é verdade, cre nem sempre
será fácil esse juízo de delibação prévio. Para o juiz italiano srzmnm mm..mr se c
eventual e futuro provimento emanado no curso do processo
do qual se suspenderá o processo nacional atende aos requisitos esaheie tíro ; :
art. 64 da Lei n.° 218.

Somado a esse requisito, exige-se identidade de demanda sietsrprrr. mtoc-


simo oggetto e m edesim o titolo) e que o processo estrangeiro tenna smo uuciaa;
anteriormente ao italiano ( p r a ia d miz\: xmafffifflOf crtaa
fori estrangeira (art. 7.2). É tam bém neressim : qtae r nrrmeraia: i iruui. imu "•eu
que ao juiz italiano e defeso conhecer c r iihscendencrr de processo esmruieir:
de ofício.868

Com efàttx ctepôe >00 j t ? X v/ vo


O U W i vft «StsOAiftf kt H<c*n/ V W t* to/ to £ stPX; Ourtf^líA>/V^fl iMrr fftero- "Jt*/

V/ vVW,v Y<0/.'.£»*« vW ‘ObiOsV<fv7 -'Npd ^ ' '


ivv>t r\\\m v A/?o iv */í’Cv W / ft/ihõhò , » obrf4>ip in itsi^a p*o<d&tt<. '^ ‘ v ' ' c
z. Io JVnoteniwdíok* o<*«tf /'ifwr&t n <jk *dkr \t*aniefc v farerwinc w o w nt iecw v: ^ ^•
cvtsodipxsjuKiirkilftà J>arxt& ktsôytw ntera Ho Uk Uc c t o H õ n o p a I r w s o v v
fMvsrtproik/nr effetti per l,o râinnrrteore itoliorv>\ U»h?Mochoop ? afirma ^ ? (b ^ ^
sç\w dúvidâ unw das noviciados cio matot nefovo intr<vio*vifcs poL7 ro^nvtdc '^ v co^vh 'xi&v ^ ^^
jd l^,R^sT\ivDt^rrc)l\tvtt\v7\>-v\u w i r\ VxNok4Vvp-ek'vi>oo oidcW o
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diritto fMveessihife in te n \ i^ \ 7 k r ítotkinc>r. t#*$v?n<feAM í/'?í '" u v v í t ' v \
noM K itfytdlbipcschtO iRm m a T^ u >t r \ u v> * > v U o
^ l\n.i.mAllNOi1olalhaciasioaitkiooovt\\}cus«Uvvt\Mo'<'ONtX\^\ >w x^v j " <o x s \ v \ \ o v v
Intemoifctíwht,R k w s t a i v D ^ n n ' I \ m t \ c . n n v a i i \ W i W W | .\ 5 t , >K ! V V ' v "N ^
dflhí U tlsfM uiH M tú lnton*t!iòfwte> ftovsv\ 1>a u n ^ n u o ( V v » vw í »w '. . o ^ k e^wv*/ te - <
p a illt <\a p lO b .t ; MU h o lo A n ^ e k ) t n ^ v i i í a i v .n y ^v a o \ ^o v o vw v ' v '.v >v « v ^ v

nomuítlve d lb \pr\yf}h\ Pi\tw\ \>D*vtv> k \ v » , \ N t ò ’ , 'v v t U c\ ' vN


EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tlburclo

111.3.6.2.3. EUA
Nos Estados Unidos, o Restatement (Second) -
possui regra que considera irrelevante a pendência de ação no exterior,869 mas que
é flexibilizada nos comentários dos relatores.8707182
Já ocorreu também de, em vez de suspender o processo iniciado nos Estados
Unidos ou até mesmo ignorar o processo em curso no exterior, o tribunal americano
ordenar a extinção do processo pendente no estrangeiro ( injunction).i7'-in

111.3.6.2.4. Argentina

O Código de Direito Civil da Argentina, aprovado em outubro de 2014, prevê


em seu art. 46 que, em havendo litispendência internacional, o procedimento em
curso na Argentina será suspenso caso a decisão estrangeira a ser proferida seja
passível de homologação:

“Art.2604. Litispendencia. Cuando una acción que tiene el mismo objeto y la misma
causa se há iniciado previamente y está pendiente entre las mismas partes en el
extranjero, los jueces argentinos deben suspender el juicioen trâmite en el país,
si ES previsible que la decisión extranjera puede ser objeto de reconocimiento. El
proceso suspendido puede continuar en la República si el juez extranjero declina su
propia competência o si el proceso extranjero se extingue sin que medie resolución
sobre el fondo dei asunto o, en el supuesto de que habiéndose dictado sentencia
en el extranjero, ésta no fuera susceptible de reconocimiento en nuestro país."

III.3.6.2.5. Venezuela

Já a lei de Direito Internacional Privado venezuelana proíbe o reconhecimento


de decisão estrangeira que verse sobre causa idêntica em curso no país, bem como
determina que nos casos de competência exclusiva do foro a pendência de ação
idêntica ou conexa no exterior não produz qualquer efeito:

“Artículo 53 - Las sentencias extranjeras tendrán efecto em Venezuela siempre que


reúnan los siguientes requisitos: ( ...) 6. Que no sean incompatibles con sentencia
anterior que tenga autoridad de cosa juzgada; y que no se encuentre pendiente,

869. "§ 86. Pendency ofForeign Action


A State may entertain an action even though an action on the same claim is pending in another State."
870. " While the pendency o f a foreign action is not a bar to the maintenance ofan action in the State o f the fórum, it may induce the
court to grant a stay ofthe latteraction. Two situations must be distinguished. The fírstis where there is substantial likelihood that
plaintiffw ill not be able to obtain complete reliefin the fírst action, such as where it is unlikely to result in final judgementon the
merits because o fa procedural defect or where the exemption laws ofthe fírst State would preclude full satisfaction of plaintiffs
claim. In cases such as these the second action wlll be permitted to continue. The second situation is where it is clear that plaintiff
can secure all the reliefto which he is entitled in the fírst action. Here, in order to avoid unnecessary harassment ofthe defendont,
the courts will frequently, in their discretion, grant a stay ofthe second action pending the outcome ofthe fírst" The A mer i can Law
iNSimjTE, Res t at ement o f t h e La w (Sec o n d ) - C o n f l i c t o f L aw s 2 d , vol.1, §§1 -221, §86, comment b, p. 259 (1971).
871. Vide item sobre o tema nesta parte I deste trabalho.
872. Gannon v. Payne, 706 S.W.2d 304 (Tex.1986).
Parte I • EXERCfCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 243

ante los tribunales venezolanos, un juicio sobre el mismo objeto y entre las mísmas
partes, iniciado antes que se hubiere dictado la sentencia extranjera.
Artículo 58.- La jurisdicción venezolana exclusiva no queda excluída por la
pendencia ante un juez extranjero de la misma causa o de otra conexa con eila.”

III.3.6.3. Direito Brasileiro

Prevê o art. 90 do CPC: “ A ação intentada perante tribunal estrang


litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma
causa e das que lhe são conexas
Litispendência é a situação do litígio que pende de julgamento. Começa com a
citação válida (ou, mais precisamente, desde que proposta a demanda com relação
ao autor) e termina no instante que a sentença transita em julgado.®73 Como já se
apontou, diversa, porém, é a exceção (defesa) de litispendência, ou seja a alegação
de que o litígio proposto já pende de julgamento em outro processo.874-875
O art. 90 do CPC de 1973 veda a possibilidade de que sejam reconhecidos os
efeitos da litispendência para litígios ajuizados no exterior, estabelecendo que o
fato de um processo estar em andamento no exterior não impede a propositura de
feito idêntico no Brasil, bem como o seu desenrolar. O dispositivo foi mantido, com
alterações, no CPC de 2015:

“Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e
não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das
que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados interna-
cionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

873. "Processo pendende é processo em curso. Ele se considera pendente desde o momento em que a petição inicial foi
entregue ao Poder Judiciário (formação) até quando se tornar irrecorrível a sentença que determina sua extinção (trânsito
em julgado) - quer a extinção com do processo se dê com ou sem o julgamento do mérito" Când i d o Rangel D i namar c o ,
Inst i t ui ções de D i r ei t o P r o c es s u a l C i vi l , vol. II, §402, p. 50 (2009).
874. José Carlos Barbosa Moreira, Relações entre Processos Instaurados, sobre a mesma lide Civil, no Brasile em País Estrangeiro,
Revist a de P r o c es s o , vol. 7-8, p. 53 (1977): "A fórmula escolhida pelo legislador de 1974 ademais, não parece muito feliz do
ponto de vista técnico. Dizer que a propositura de ação perante a Justiça alienígena'não induz litispendência’ é dizer
mais do que se precisaria; aliás, não cabe à lei brasileira, evidentemente, regular efeitos processuais que se produzam
no território estrangeiro. O que se quis estatuir foi a irrelevância desses possíveis efeitos para a nossa Justiça: que a lide
penda ou não perante o juiz de outro Estado, nada importa aqui. Não se nega propriamente a litispendência, em si: se
ela existe ou não, só a lex fori pode responder. Nega-se, isto sim, o efeito impeditivo da litispendência em relação ao
processo instaurado no Brasil; nega-se, em outras palavras, a possibilidade de vir o juiz pátrio a acolher a preliminar
de litispendência porventura levantada, aqui, por qualquer das partes, com fundamento na precedente existência de
processo estrangeiro sobre a mesma lide - e também, é claro, a possibilidade de vir ele a conhecer ex officio da matéria,
como lhe seria dado fazer se se tratasse de outro processo em curso perante a nossa Justiça (arts. 267, § 3,®e 301, § 4.°).'
^5. Hél io To r n ag h i , C o men t á r i o s ao C ó d i g o d e P r o c es s o C i vi l , p. 310 (1974). Como bem afirma Dinamarco: *0 estado de pendência
do processo chama-se litispendência (do latim litis-pendentia). Como entre os efeitos da existência do processo pendente
está o de impedir a instauração válida e eficaz de outro processo para o julgamento de demanda idêntica (mesmas partes,
mesma causa de pedir, mesmo pedido: CPC, art.301, inc. V e §§1° e 3°), tem-se a ilusão de que litispendência seja esse
impedimento - i.é, o im pedim ento de um outro processo válido, com a mesma demanda. Na verdade, litispendência é
o estado do processo que pende, não esse seu efeito". C ân d i d o Ran g el D i n amar c o , Inst i t ui ções de D ir eit o P r o cessual C ivil , vol.
II, §402, p. 50 (2009).
t\H VOn v >v'ttMv\ VOM VMIMíU *vmnm tifmh/H

. ^ ;Avr .^s <\'xw v peivAhVv^ vU'rama perante a I t t t p i mllelm miohnpetli


À v ^ v V v ^ A e À ' svncvttvA nnhoal estrangeira qUtnulo rxtuKlrt pm a |M(nlii/|
e^ fcvVS #í* X *

^ .- .v .ir .V C * I M I W V t n t V ip t V t n t v' t t lt , ÓO t i o < T ( (Iç | U / l ,|,

"d*:xx* v- ,vv.. >oO^ vv.v^ '.v « w t' que o dispositivo ostaboleiv uma ptcln^iHlti
V C S 4 X > V ^V-fco **KX*v*l contexto, ,w v\\lar s«' ia a lula posição da alegação
xXv % %NiK íxxSèrv*'* cc-duvdo 4 a çã o c puqwsia no Brasil o visa se argult que há ncAo
:V'.vo\. CW hipótese u n n o . tle uma ,u,.ia tramitando
x ' SsssS». >xk> sc* X.xw4ogs»rU a sentença estrangeira decorrente tle ação ajuizada no
exset ve; seòre s 'tesna questão, Assim» esse entendimento, ao adotar a interpretação
er.'. :àv cr ia jt^scição nacional, jamais admitiría que a pendência de ação idêntica
r c exterior sustasse a açào que tramita no Brasil, porém admitiría que a ação que
i co ra r a rurisdiçào nacion al im pedisse o reco n h ecim en to no Brasil de
^ ^ r

>s:(stci rcoc^rtCti lív? extenor


«er essa a melhor interpretação porque confere ao dispositivo em
do que o previsto na letra da lei. Prim eiram ente, o art. 90
$
jy
d t à h om ologação de sentenças estrangeiras. Além do
esta interpretação, seria possível obstaculizar o pedido
rs r rr\ dispositivo, m as não é possível que a citada regra
£■alcance. Xote-se que a hipótese envolvendo processo que tramitou no
o n e n a re para hom ologação da sentença não se refere à litispendência
>iica a existência de dois processos em andam ento concomitantemente -,
e sim a um processo em curso e ou tro já findo, com decisão transitada em julgado
no exterior. ~ —o que se esxá solicitando a h om ologação da sentença.
1*
s >d. não se pode adm itir a interposição da defesa de litispendência no
oLogaçãct se houver ação em cu rso no Brasil, pois a ação de homo-
' J W que pendeu no exterior e assim , diversa da que tramita
n a c io n a l M esm o que as partes sejam as m esm as, não coincidem
e i . A ssim , nesse caso, impossível a interposição da alegação
Todavia, urna vez hom ologada a decisão estrangeira, deve o juiz da
san ta em território nacional extinguír o processo sem julgam ento de mérito, já que
horr.okígad ap ek » ST] se reveste de autoridade de coisa julgada e deverá
r* r efeitos no Brasil.

d 7 d Z sx s* d a á o o t / . r .a tr& óióor ^ b r a s - d e í r a a r e s p e i t o , V , J a c o í D o u n g ê h , P r iv a t ê I m t e m n a t i o n a l L a w i n B m a / il , p . 3 1 6 - 3 1 8

^ x Arw» * 4 , 0 'M * PWSAOCPC, f ' / I, p yy>, Item499 (2008) e Pomes DfMwanda, Comí ntAmios aüCôoigodf PitoassoCivii,
p 97 y y n s Y & s , 4 *v>, urtfrtet âlKfo » provinciano fi feita por Jacob Dollnger, Provincianismo no
rt^ s s s s s , > 'o (/xtrúàtjó*Humanoe ^obwanlaNacional!Invenâodu*Principio s,Miívt^tAdosTimbunais,

ZK >v> < / s á '*sr/. V'**'**, enif*1Pk h «t m ImlfMütlot wbrv a rtmma I idr Civil\ no titmlltm
//AH itys* h , 9#s ty / / > O v /* t o / * >>,p M in í / / M O / / } ( M o in ^ sm (M }P ii!lilo r'A l!M m ttl(tg n çã o
dx - //í v //y p > uifM M ifivP/ttal/fO rn / » i MHi t/i Ml l rfuHí * f j iip t ln lif i ttn p A lid c o tl^ fti,
4 4*'*• 4* ^ v iím'•'ou»/* ( ipndn •oton fr>v#« H fii« • » M t e M ^ ( lu iiif i lilln n in l| titllilã iin
ssssx i '> ',» ' *#/ I/; i y ^ • v p « O íl« M !^ rti,|o |i|A o llfrt,p (ifijiifO rtlllt|(i
' s ' */<* s *.Ws// / > • / < *4$it V v á ik , /; p*iht 'Pt /in 7 o p « í lo f IM biifirt! *!$
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S r t ó M f K lí douf

IrrpwÇífO 'Ia al>}^/


n l í i l / H f ', M í » f l t l \ f \ , í

tiuctlln,apreciara ah
judiciáriabratfldraadmitea _ ,,
i t f t l n 6-Z
................. ' I ' « " < l » < < « 1 * . m S m E Z , ^ u V f a t f * á e >
>n»«a sistemática cormitucíonal, da «mpetér*» *> W n o r^ fo u ia fe ,
tec« críticas a 1 0 aC C í S p í O l J /'O üfc ^ G ráigP > :
de 1973 _,4t r ír .e r e r u e
intírnâcion^lj o <*** ^^ ^ se
iva da autoridade judiciá
:orre a doutrina que o 31 ?; a i
C de 1973, pois só se p o d em
concorrente da autoridade te--.- ^ /X-— d .
cia exclusiva, já que
conhecer do litígio.íí:
de Miranda, entretanto, M '▼i'*

o concluir que a sentença estraosecra. d c roderãseriascBeícsaiBí .e A‘ 1


proposto n c
proíbe a
no internacional se refere somente ao ara 59 i r CPC 5e IS- ?, f
impedir a homologação de sentenças
Não se partilha dessa interpretação,
\
critica a localização do dispositivo aros o acr >~ ãc
casos não há que se falar em exceção c
à conclusão alcançada por Pontes não rre E3M S

pois sentenças estrangeiras relativas a hipóteses esaosrAaas nc ac

julgamento da hom dog&çào no Supremo TViNjnal a cv v > ín ía?


impedirá pelo advento da coisa julgada que se consume a ho^Cv^ckx ^eov>r.v ~
iia Justiça Brasileira, Ri\tsv\ o.\Facuioaoc <x Ofcei© ot Campos, vo i. , p, ÍC 2X5
Veja-se defesa veemente dessa tese antes de sua induséo expressa no de >•$*"* ^^ ^
no Direita International Privaào Brasileira. Dignidade Humana c Sí Cv v j - v x - 'v " çstv ^
ÍRmuNAis, vol. 880, p. S1 (2009); * Assim, quando uma a(ào to. pmposta x" eveov* " x — V
'v'w < ;■
e naquela tiver sido pronunciada senteixa qi*e transito em jutgado antes que ^ ^ **
deve ser homologada a sentença estrai>geira’. r* •
\V
«80, Alt Ido KtvVU\1o tYv4*Ov>e>ro $ C ,’

úvitivVr NNA> M .V
\ x o \ *vs>veO<* 'S*.V vsVVV
(M M ). N o m e s m o x e n t M o v uw> A . s a v v < o*«*'T' <N> K vx

tVvirá k U i kmmm I W m I V v n n ^ vn^ !» iV ' ^


UV' AóWv\H \ lUmn, V vVx»i\'Avs'\ v * yvKje ,vA><; AC >*V
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«* iNW im Nt-»\NU\ NV^^lVtA^Nv V'V ,V'V^W 'VsV.vÇx
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podc^MM honvoiooa\M vv^\ten\sA evn^sie**^
:4 c í XTENSAO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA -

19"3 nào $à o homolõgâvels por tratarem de situações da competência exclusiva


da autovidade judiciária brasileira. Assim, a interpretação conferida por Ponte» ao
dispositivo tornou-o inócuo.
O art. 90 do CPCde 1973, na verdade, regula a hipótese em c|tic mal» de uma
jurisdição tem competência internacional para conhecer de determinada demanda,
gerando a possibilidade de processos paralelos idênticos (mesmas partes, pedidoe
:au$a de pedir), perante os tribunais de Estados distintos. A existência de mais de
urna iurisdição com competência internacional pode decorrer, e.g., de cada Estado
estabelecer unilateralmente as hipóteses de exercício de jurisdição de seus tribunais
ou de haver normas convencionais que instituam hipóteses de exercício de jurisdição
potendalmente concorrentes.
O sentido do art. 90 do CPC de 1973 é de não reconhecer à ação em curso no
exterior os efeitos da litispendènda, ou seja, o fato de um processo estar em anda-
mento no exter.or r.ao impede a propositura de íeito idêntico no Brasil, bem como
: seu desemo-ur.^ Por um e irrelevante se a ação toi proposta no exterior antes ou
depois daquela ajuizada no Brasil.
Mas observe-se que o art. 90 do CPC só se aplica, para o fim de impedir a
preliminar de litispendènda, devido a existência de processo idêntico no exterior,
se a autoridade judiciária brasileira tem jurisdição, com base em regras e princípios,
para apreciar a hipótese.
Assim, especificamente:

1. Em situações nas quais o réu é beneficiário da imunidade de jurisdição, a


autoridade judiciária brasileira se abstém de conhecer do litígio. Neste caso,
de nada adianta invocar o art. 90, já que um pressuposto a sua aplicação estará
ausente: a jurisdição, justamente por causa da imunidade à mesma.88384
2. O mesmo se pode concluir da hipótese em que eventual decisão não terá
efetividade, - sendo, assim, inútil, - quando a legislação estrangeira - em cuja
jurisdição se deva efetivar a execução - não permite o reconhecimento dos
efeitos da decisão brasileira,885 circunstância em que não haverá jurisdição da

883. Após a conclusão do processo no exterior, porém, produzida lá decisão final, o art. 90 deixa de ser aplicado, já que nào
haverá mais processo pendente no exterior. "Processo pendende é processo em curso. Ele se considera pendente desde o
momento em que a petição inicial foi en tregue ao Poder Judiciário (formação) até quando se tornar irrecorrível a sentença que
determina sua extinção (trânsito em julgado) - quer a extinção com do processo se dê com ou sem o julgamento do mérito
C â n d i d o R a n g el D i n a ma r c o , In s t i t u i ç õ es d e D i r ej t o P r o c es s u a l C i vi l , vol. II, § 402, p. 50 (2009). Por isso mesmo não se admite
preliminar de litispendência no pedido de homologação, se houver ação em curso no Brasil, pois a ação de homologação
é diversa daquela que pendeu no exterior e, assim, diversa da que tramita perante a jurisdição nacional. Mesmo que as
partes sejam as mesmas, não coincidem o pedido e a causa pefend/.Vide a respeito José Carlos Barbosa Moreira, Relações
entre Processos Instaurados sobre a mesma lide Civil, no Brasil e em País Estrangeiro , E s t u d o s em H o men a g em ao P r o f esso r O scar
T en ô r i o , p. 363-372(1977).

884. Em interessante acórdão, o STF entendeu inexistir jurisdição da autoridade judiciária brasileira por força da imunidade
de jurisdição mesmo em hipótese que seria da competência exclusiva brasileira (art. 89), por envolver imóvel situado
no país (STF, DJ 17.12.82, Ação Cível Originária 298/DF, Rei. Min. Soares Munoz).
885. C el s o A g r í c o l a B ar bi , C o men t á r i o s ao C ó d i g o d e P r o c es s o C i vi l , vol. 1, p. 294 (2008): "Mas o poder de tornar efetivo aquilo que
foi decidido sofre limitações, porque existem outros países, também organizados, e que não reconheceríam a validade
Parle I • EXIRCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO A l KIBUTO DA SOBERANIA; 0 ESTA&O JUIZ ia 7

nossa autoridade judiciária pela íaJta de exequibilidade, como re^ raoo na


doutrina n a c i o n a l m e estrangeira,^

X terceira
I lá u m a ■.id )iç ã i& A r á fe S tiia « r a fo u »
a incidência do art, 90 do CPCde - 973ícj ,a.ido6jür/srast'.e3mfbr mcor.oeter.te
no plano internacional, por força, de submissão das partes a urna jurisdição es-
trangeira por acordo válido, Esta é a hipótese da eleição de foro estrangeiro: tendo
as partes optado pela jurisdição estrangeira, não há como se pensar em aplicar
o art. 90, pois não se verifica litispendènda onde só há uma única jurisdição - 2
estrangeira escolhida. O CPC de 2015, como se viu, adotou expressamente os
efeitos negativos da eleição de foro estrangeiro no art 25.

Nesses cenários, não há que se falar na aplicação do art 90, eis que o disposi-
tivo, como já se esclareceu - e não podería ser diferente - só tem aplicação quando
a autoridade judiciária brasileira for intem actom hnente cczmetOÊtt (de maneira
concorrente) para conhecer da demanda. O art 90 do CPCGe 1572 o k rrarrrxueic
nova de competência internacional para além daquelas descritas aos art Kt e ?3 tu
CPC de 1973 e o fato de a ação ajuizada no exterior não induzir btispendéncia não
implica, por si só e em abstrato, que o julgador brasileiro tenha jurisdição sobre a
causa. O juizo brasileiro continua a não poder julgar ação proposta, por exemplo,
contra Estado estrangeiro em hipótese de imunidade de jurisdição, ou demanda
cuja decisão seria inexequível, nem tampouco hipótese na qual ambas as partes já
se submeteram à jurisdição estrangeira. Apenas depois de reconhecida a jurisdição
da autoridade judiciária brasileira, é que incidirá o art. 90 do CPC de 1973.8
6

da sentença em seu território e, portanto, não permitiríam sua execução nele, o que tomaria inútil a sentença!
0 princípio da efetividade já foi aplicado no Brasil diversas vezes - apesar de não haver referenda expressa no julgado
- em situações relativas a partilha de bens situados no exterior, em que a autoridade judioária brasileira se absteve de
julgar. V. TJSP, 4a Câmara de Direito Privado, DJ 30.032000, Ag n.° 144.545.4/2, Rei. Des. Cunha Cintra, p. 442. verbete
93162; STJ, DJ 19.12.02, REsp 397769/SP, Rei. Min. Nancy Andrighi, p. 362.
886. Cândido Dinamarco, relem brando as palavras de Gaetano Morelli, afirma que:“A conveniência do exerddo da jurisdição
e a viabilidade da efetivação de seus resultados são os fundamentais critérios norteadores das normas de direito interno
sobre a competência internacional". Nessa linha, Cândido Dinamarco expõe três situações que impediríam o exercício
da jurisdição estatal: "(a) a im possibilidade ou grande dificuldade para cumprir em território estrangeiro certas decisões
dos juizes nacionais; (b) a irrelevância de muitos conflitos em face dos interesses que ao Estado compete preservar;
e (c) a conveniência política de manter certos padrões de recíproco respeito em relação a outros Estados' (Cândi do
Rangel D i n a ma r c o , In s t i t u i ç õ es d e D i r ei t o P r o c es s u a l C i vi l , vol. I, p. 342 (2009)); e Daniel Gruenbaum, Proximidade e Tolerância:
Competência Internacional para D em andas Relativas a Imóveis, C ar men T i bur ci o e Luís Ro ber t o Bar r o so (Or gs .),0 D ir eit o
Int er nac i o nal C o n t e mpo r â n e o : E s t u d o s em H o me n a g e m a o P r o f es s o r J ac o b D o u n g er , p. 288 (2006):"o juiz não deve proferir decisões
absolutamente ineficazes".
®87. Gaet ano M o r el l i , D er ec h o P r o c e s a l C m l In t er n a c i o n a l , p. 86 (1953): “Es concebible en abstracto queelEstado ejerza ilimitadamente
su propia jurisdicción; es decir, que Ia ejerza respecto de Ia composición de todas Ias litis posibles, aun de Ias que no están en
modo alguno vinculadas con él. (...) Pero en Ia realidadIas cosas no son así, pues el Estado, bien en consideradón a Ia existência
de Estados extranjeros que ejercen tam bién ellos Ia jurisdicción, bien en ejecución de obligaciones internacionales, bien en
consideradón a su propio interés, que Io induce a abstenerse de ejercer una actividad concreta en orden a Ia composición de
conflictos extranos a Ia vida social dei Estado, lim ita su jurisdicción, determinando, en virtud de ciertos critérios, Ias litis respecto
de Ias cuales se Ia puede ejercitar".
*i W t ( m it »U ' n m 1*'*• i >M«i)- i,.
i ,\r \ v \ % •* • - v v . y u i * ' \ \ h \ . s|\» H i l i » ii |.t, l i . |, ,.

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Vi,4 • v' x ' y ' x * A ' kU' x' x' tUCMUO xl.l .li^.lo n i l I lllxn
'«fc Cx. ' * 4 o c 'xH T o m o l o j j x t d d , .tx dl I Cl.link) IMislf
tatts . v o n \ *tvK>c vid coisa julgadd.^Registre
^ ípr
*
v\ '.v\ xv.-.x' '.w»io de a açâo no exterior ter
ia no k a s iL m
if c a s o à l e m q u e o S T ) i n d e f e r i u p e d id o

s u\ er p ro c e sso e m c u r s o n o e x t e r io r ,

r.b u n a l a fir m o u : “ (...)% Â justiça


p a i s e s t r a n g e ir o , q u e se ja idêntica
WH90
á c jr t . 9 0 do C P C . ( - )

manifestou em caso de homologação de


no Brasil ação de separação judicial
ulgado, e determ inando indireta-
nos seguintes term os:

v / f n o lo g a ç ã
f v /h rr ivn

> f I K +»';«#'jMUlUiât*V*1*'*' t.HV-


- f 'é* • **•. • <U ,,
'• 9*0 v+t 14 >r4 0 M *uy'*il4 |M+» wl# « f o ,h( u
' yJ**0KJtk ê $ »* r»i ItHi* <• ^ N»»
** ’ ' d-- 1fi f t ’.y ■i,\ , •i f< *"■ I *iv t* \ -l *

r <.«* t 4 té * è l'*'n ^ ÍUi Uç I


f r ii t. >u> f »#t» Mm t*|M ti I* umu I. |
*^ ' t É 'li$ rH • ibf I ílMíti i<• I ^ »»-UlM tv*<4
i - > U n , l ii i i , ‘i Mi U * U » )o |
> / im i f , (t i M |) | ^
S fs 4-//%%/ • 'f, ( 0 t
1 MÍ' > i4 n. ' ' [< i,i ‘ iji H f I I fh ity M |0 ) I M !
* ‘ i '/% / , / / /
4 b A I jf i/ lh d\ iil/ lf i 1} I i M||I
H u ti a . h >'H t i ! ♦«< Mtyhtfrôffliti
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de cri stnçíA,-
de soòcrar_i
proteger
nhecimentc ae-
Todavia
trangeira de
a sentença
mesmas

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1

250 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carmen Tiburcio

Em 2006, o STJ seguiu esse entendimento do STF e homologou sentença


estrangeira durante pendência de ação no Brasil de anulação de laudo arbitrai es-
trangeiro.896 Com essa decisão, delineou-se com mais clareza o quadro das relações
entre processos instaurados no Brasil e no exterior.
I

Em casos posteriores, o STJ manteve essa posição de autorizar a homologação


de sentença estrangeiras na pendência de ação em curso no Brasil entre as mesmas
partes e com o mesmo objeto da ação ajuizada no exterior, objeto da homologação.897
Note-se que essa orientação tem sido inclusive aplicada para questões que envol-
vem guarda de crianças.898 Como se viu, o Código de 2015 admite expressamente
a homologação de sentenças estrangeiras na pendência de ação no Brasil entre as
mesmas partes, com o mesmo pedido e causa de pedir (art. 24, § único).
Ademais, além de o art. 90 impedir que o processo no Brasil seja influenciado
pela pendência de ação idêntica no exterior, deve-se questionar se também não im-
pediría a produção no país dos demais efeitos da litispendência, tanto de natureza
processual899 como substancial.

Questiona-se, principalmente se o referido dispositivo veda também os efeitos


adicionais da litispendência, sobretudo de natureza substancial, tais como a litigio-
sidade da coisa; a interrupção da prescrição e a constituição do devedor em mora
com relação à obrigação exigida na demanda, dentre outras.900
Não se pode conferir tal alcance ao art. 90 do CPC de 1973. Em primeiro
lugar, raramente o CPC produz efeitos no direito material aplicável e, quando isso
ocorre, há previsão expressa. Notadamente quando o dispositivo se refere somente
de forma explícita a somente um dos efeitos da litispendência, que é impedir a
propositura da mesma ação entre as mesmas partes, negando-o expressamente,
é impossível interpretar de maneira tão ampla o dispositivo. Ademais, o direito
material aplicável, que irá definir (ou não) os efeitos substanciais da litispendência,
não é necessariamente a flexori, como ocorre em matéria pro

896. STJ, JD11.12.2006, SEC/EX 611, Rei. Min. João Otávio de Noronha.
897. STJ, DJ 01.08.2011, AgRg em HSEC 853 - EUA, Rei. Min. Castro Meira. Ementa: "Processual civil. Agravo regimental em
homologação de sentença estrangeira contestada. Pedido de suspensão do julgam ento deferido. Prejudicialidade
externa. Ação na qual se discute a validade da sentença em trâmite em primeiro grau de jurisdição. Impossibilidade de
suspensão. 1. A propositura, no Brasil, de ação em que se discute a validade de cláusula arbitrai porque inserida, sem
destaque, em contrato de adesão, não impede a homologação de sentença arbitrai estrangeira que, em procedimento
instaurado de acordo com essa cláusula, reputou-a válida". (...); STJ, DJ 16.12.2011, SEC 6069 / EX, Rei. Min. Cesar Asfor
Rocha. No mesmo sentido, STJ, DJ 27.05.2014, SEC 9718/EX, Rei. Min. Maria Thereza de Assis Moura.
898. STJ, DJ 06.09.2012, AgRg na SE 4091 / EX, Rei. Min. Ari Pargendler; STJ, DJ 27.09.2012, SEC 4127 / EX, Rei. Min. Nancy Andrighi,
STJ, DJ 27.09.2012, SEC 4127/EX, Rei. Min.Teori Albino Zavascki. Em sentido inverso, todavia, V. STJ, DJ 09.05.2012, SEC
5635 / DF. Rei. Min. Laurita Vaz.
899. São efeitos processuais da litispendência além da proibição de que a mesma pretensão seja reapresentada e novamente
julgada: prevenção do juízo, perpetuação da competência, estabilização da demanda,estabilização subjetiva (autor e
réu); estabilização da causa de pedir, estabilização do pedido e suspensão de processo havendo outro no qual se discuta
questão prejudicial a ele. C â n d i d o R a n g el D i n a ma r c o , In s t i t ui ç õ es d e D i r ei t o P r o c es s u a l C i vi l , vol. II, §§ 409-418, p. 63- 80 (2009).
900. Sobre os efeitos substanciais da litispendência, V. C â n d i d o R a n g el D i n a ma r c o , In s t i t ui ç õ es de D i r ei t o P r o c es s u al C ivil , vol. II, §§
419-429, p. 81-105 (2009).
Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ

material aplicável, nas causas com elementos de estraneidade, é determinado, por


exemplo, pelo art. 9 o da LIN D B.901

Por fim, note-se que o regime geral do Código de Processo Civil acerca da litis-
pendência internacional coexiste com o sistema adotado em normas convencionais,
sem maiores alterações.

Primeiramente, ressalte-se o disposto no Código Bustamante, já mencionado,


que, segundo parte da doutrina, admite a litispendência no art. 394: “A litispendência,
por motivo de pleito em outro Estado contratante, poderá ser alegada em matéria civil
quando a sentença, q u efo r dada num deles, tiver de produzir efeitos de coisajulgada no
outro!' Portanto, para ações ajuizadas em países ratificantes do Código, para alguns
autores, admitem-se os efeitos da litispendência internacional.902 Não se concorda
com esse entendimento. Trata-se de dispositivo confuso que parece pretender an-
tecipar os efeitos de coisa julgada à ação em curso no exterior -sem que isso seja
dito claramente, criando uma confusão entre o conceito de litispendência e coisa
julgada - mas sem estabelecer o que o juízo do foro deve fazer diante da “alegação
de litispendência”. Ou seja, o dispositivo apenas permite que a parte possa alegar a
litispendência, sem disso extrair qualquer conclusão. A rigor, parece ter deixado a
regulamentação da matéria para os Estados nacionais.

Ademais, no que se refere à homologação de sentenças estrangeiras, aponta-se


o Acordo de Cooperação em Matéria Civil celebrado entre o Brasil e França, em
Paris, em 28 de maio 1996,903 cujo art. 18(l)(f)(I) dispõe:

“1. As decisões proferidas pelos tribunais de um dos dois Estados serão reco-
nhecidas e poderão ser declaradas executórias no território do outro Estado, se
reunirem as seguintes condições: [...] f) que um litígio entre as mesmas partes,
fundado sobre os mesmos fatos e tendo o mesmo objeto que aquele no território
do Estado onde a decisão foi proferida: i) não esteja pendente perante um tribu-
nal do Estado requerido, ao qual se tenha recorrido em primeiro lugar; ou [...]”.

E o Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil,


Comercial, Trabalhista e Administrativa (Las Lenas - 1992),904 cujo art. 22 dispõe:

’ 01. Mas note-se que, aplicando-se o direito brasileiro ao mérito da controvérsia, o prazo prescricional também pode ser
interrompido"por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor'
(art. 202, VI do novo Código Civil) e este ato pode ter ocorrido ao longo de processo no exterior.
^2. C el so A g r í c o l a B ar bi , C o men t á r i o s ao Código de P r o c es s o C i vi l , vol. I, tomo I, p. 300 (2008): "Países signatários do Código de
Bustamante - Observe-se, ainda, que o dispositivo em exame contraria o art. 394 do Código Bustamante, segundo o
qual 'a litispendência, por m otivo de pleito em outro Estado contratante, poderá ser alegada em matéria cível, qLiando
a sentença, proferida em um deles, deva produzir no outro os efeitos da coisa julgada.'Assim, não se aplicará a norma
do art. 90, quando se tratar de caso em que o país esteja sujeito ao Código de BustamanteTNo mesmo sentido, Cândi do
Rangel D i n a ma r c o , In s t i t u i ç õ es oe D i r ei t o P r o c es s u a l C i vi l , vol. II, § 147, p.357-358 (2009).

9°3. Promulgado pelo Decreto n.° 3.598/00, tendo entrado em vigor em 01.10.2000 (art. 27 do Acordo).
9°4. Ratificado pela Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, onde foi promulgado pelo Decreto n° 2.067/96.
252 EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA - Carm en Tiburcio

“Quando se tratar de uma sentença ou de um laudo arbitrai entre as mesmas partes,


fundamentado nos mesmos fatos, e que tenha o mesmo objeto de outro processo
judicial ou arbitrai no Estado requerido, seu reconhecimento e sua executoriedade
dependerão de que a decisão não seja incompatível com outro pronunciamento
anterior ou simultâneo proferido no Estado requerido.
Do mesmo modo não se reconhecerá nem se procederá à execução, quando se
houver iniciado um procedimento entre as mesmas partes, fundamentado nos
mesmos fatos e sobre o mesmo objeto, perante qualquer autoridade jurisdicional
da Parte requerida, anteriormente à apresentação da demanda perante a auto-
ridade jurisdicional que teria pronunciado a decisão da qual haja solicitação de
reconhecimento”.

Em ambos os exemplos, tratam-se somente dos requisitos para homologação


(decisão judicial e processo iniciado no foro anteriormente ao estrangeiro) e não da
litispendência que impeça a propositura de ação no foro.
Com efeito, a inovação é a possibilidade de se recusar a homologação de uma
sentença estrangeira francesa (no caso do Acordo) ou de países ratifícantes do
Protocolo pela razão de existir um processo iniciado anteriormente ao ajuizamento
da demanda no exterior, e ainda em curso, no Brasil. Note-se que o que impede
normalmente a homologação é a existência de decisão transitada materialmente
em julgado, não a existência de processo ainda em curso.905 É essa e somente essa
a diferença: a possibilidade de se recusar a homologação de sentença estrangeira
francesa, argentina, paraguaia ou uruguaia quando houver processo anterior iniciado
e ainda pendente no Brasil, dando-se preferência à jurisdição nacional, mesmo no
âmbito do Mercosul. Ou seja, para os países membros do Mercosul adota-se regra
da preferência da jurisdição nacional, que não existe com relação a outros países.
Trata-se, portanto, de norma mais restritiva do que a regra geral, incoerente com o
propósito de se criar um ambiente mais favorável para os países membros do grupo
de integração econômica.
Assim, por exemplo: se um francês inicia um processo de divórcio perante os
tribunais franceses, nada impede que sua esposa brasileira proponha aqui a mesma
demanda. Continua-se a aplicar o art. 90 do Código de Processo Civil de 1973,
porque o Acordo - e também o Protocolo - alteraram exclusivamente os requisitos
para homologação de sentenças estrangeiras dentro de seu campo de aplicação. E,
ainda assim, desde que a sentença estrangeira esteja incluída no campo de aplicação
do Acordo ou do Protocolo.
O principal fundamento das regras do Acordo com a França e do Protocolo
de Las Lenas está no princípio da preferência pela jurisdição nacional. É dizer: uma
vez instaurado em primeiro lugar um processo perante os tribunais nacionais, seria
um desrespeito (além de má versação de recursos públicos) para a justiça nacional
ver sua decisão frustrada porque se obteve, num processo instaurado no exterior
posteriormente ao nacional, uma sentença em menor tempo.
I

905. Veja-se, aliás, a primeira parte do art. 22 do Protocolo de Las Lenas.


Parte I • EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO-JUIZ 253

Note-se que há duas “corridas” possíveis: ou a “corrida até a entrada do forum”


- para ver quem inicia um processo em primeiro lugar ou a “corrida até a saída do
forum” - para ver perante qual autoridade judiciária se obtém uma sentença transi-
tada em julgado em primeiro lugar. A primeira “corrida” é característica dos sistemas
em que se admite a defesa de litispendência. Por outro lado, a segunda “corrida” é
característica dos sistemas que, não admitindo a defesa de litispendência, conferem
aautoridade da coisa julgada aos efeitos da sentença que em primeiro lugar transitar
emjulgado (no caso da sentença estrangeira, a partir do trânsito em julgado do acór-
dão do STJ que hom ologá-la). Ressalte-se o sistema híbrido adotado no âmbito do
Mercosul, onde ao mesmo tempo em que há a “corrida” para o término do processo
(Iaparte do Protocolo de Lãs Lenas) há a regra que privilegia a jurisdição nacional,
(2aparte do Protocolo de Lãs Lenas) e, assim, caso o processo tenha se iniciado em
primeiro lugar no foro, ainda que haja decisão final no exterior, esta não prevalecerá.
Registre-se que os referidos dispositivos convencionais prevalecerão mesmo na
vigência do CPC de 2015, com base na especificidade das referidas normas.

III.4. Proteção do Indivíduo: Acesso à Justiça, Vedação à Denegação de Justiça


efo r u m necessita tis

O acesso à justiça é um princípio estruturante do processo internacional. Não


só serve de fundamento de algumas regras de competência internacional (e.g. do-
micílio do réu, como se viu), mas também como importante parâmetro para afastar
as normas sobre jurisdição, quando prejudiciais ao direito de acesso à justiça do réu.
Assim, em situações descritas na legislação como de competência internacional do
Judiciário brasileiro, o respeito ao princípio do acesso à justiça pode justificar a não
atuação do julgador local, sob o fundamento de considerar-se forum non conveniens,
por exemplo. Nessa linha, faz-se menção ao item no qual se tratou do assunto, in-
clusive com opiniões favoráveis da doutrina mais moderna brasileira.
Ao princípio do acesso à justiça se recorre também, na ausência de normas
sobre jurisdição no caso concreto, para justificar o exercício da atividade jurisdicio-
nal do foro, nos casos de conflitos negativos das normas sobre jurisdição, visando
se evitar uma denegação de justiça. Trata-se do que se convencionou chamar de
forum necessitatis.
O poder de cada Estado determinar as hipóteses de exercício de jurisdição pode
levar à existência de conflito positivo ou negativo de jurisdição. Diante de conflito
positivo - que ocorre quando mais de um Judiciário nacional é competente - surgem
questões relacionadas à litispendência internacional, ao reconhecimento e execução
de decisões estrangeiras e à prática de forum shopping. Nenhuma dessas, contudo,
amplia as hipóteses de exercício de jurisdição. Ao contrário, pressupõem-na.
Diversamente, diante de um conflito negativo - quando nenhum Judiciário na-
cional é competente - e de uma consequente denegação de justiça, o rol de hipóteses
que preveem o exercício da jurisdição pode ser excepcionalmente ampliado para
compreender a causa sobre a qual, sem a ampliação, não se exercería jurisdição. No
i \n ns K<>; i i v m M ' \ l O R IS f ilt , \OHHASll i l l l A t«imiiHi tlln n a n

òivviw h m ik m v cssu .tmpUaçáo pinte ocan v r com buso no princípio pivvlHlnoin


>wU'oonstimckvnalsegundo o qual so do\ e o\ lUu vknogaçilo de iu.ui ls tpic cintoiir
3o di reito de «cesso à justiça,^
a')
nirN.iV e.-ftevro teiv, $kto ntdriado cm Ummeuis leis e . S l I r « M . u,M<!<miii
^votvÃr, vide , \s. -••1 v S^x xa dv l''' l»!,'i n.u wnul Ptivmlo (!•>?**/) «pir prevê
exptessu ‘v xór essa h; çocese de e\evew vo daivirisdlçào; "urh X \\')wu lhe presenf sloiiile
- br a/orw » invtottd #né when proçeçdlngs in another co
j?v ,;-k ccsdbie cr çannot reasciablv b e r e
k;-vrines c/r teplace wim u-hich the cante has a
v jw t s á r t ia » ? *
No âmbito comunitário europeu, o Regulamento n° 4/2009 relativo à compe-
tência- 2 k i aplicável ao reconhecimento e à execução das decisões e à cooperação
err. matéria de obrigações alimentares prevê expressamente a possibilidade de se
redrar demanda no toro quando não for possível ajuizá-la em outro lugar:

icrrgrr Ev~. 'v®css:.;íi$ Quando nenhum tribunal de um Estado-Membro


?r>r oacrpeteKepor força dos artigos 3.®, 4.°, 5.° e 6.°, os tribunais de um Estado-
-bSemhro poderá, em casos excepcionais, conhecer do litígio se não puder ser
razoavelmente instaurado ou conduzido, ou se revelar impossível conduzir um
rrccesso ram Estado terceiro com o qual o litígio esteja estreitamente relacio-
rzdc. O litígio deve apresentar uma conexão suficiente com o Estado- -Membro
do tribunal demandado."

ignai—>cTrtp d o s trabalhos preparatórios do Regulamento n°1215/2012 preten-


deu-se incluir regra que autorizasse o exercício da jurisdição para evitar denegação
de íusnca. O dispositivo pretendido determinava: “ Where no court o f a Member
Sintc hat nmsdictwr. icnder this he
t courts o f a Membe
ex&gniwnt baú- hsstr zhe £&& therígkt to a fa ir trial or the right to access to justice
,m
ú
M
tgu
eR
<z.;i. i i- k d : a o o ,'!.' 'oío e x d &
à
,:Ô
. evrsão final do Regulamento não por conta

X6 jr s * fiajtwsça voreara ^-obierroi Zeiofivoz o UtlQiOC ir>rernodonai$,lr>AM, de D ir eit o P r ocessual Civil , 5" série, p. 144e
sc :994\
X ’ euroç^iS-atío* arr na sua legHfctçáô/dentfê eles França, Alemanha, Áustria, Bélgica, Países Baixos
* ~-*tj 1*íK %eír ry^fj ff/lnterocrfionolLow, B*it»sh Yí ar book of Inter nationa! Law, vol. 84, p. 222(2014)
cv > . >/ /sS>. y r " < ryi r . K or ç*rau, na frança, Alemanha, Países Baixos, Irlanda, Portugal, Suíça, Argentina,
* s? r* s r.t f ha, B to r 1/5, FínUndla, Islandla, Lltuanla, Luxemburgo, Reino Unido, Costa Riu
>, rsA s.,tf' 's , çtn vv I,%s.\/A(A Ui» ócfi *- rurguU,V, Stephanlo Redfleld, Searchlhg for Justice: thr Use of fonm\
r ,/ * '* '* >. / ; / ' >, ' a W !
>•>* L>//, /ob4Ç, p, 911 e w, f* nota B9, p.VOB (?014).
'/> rJ/> r/' * í> >^ o v '«(,t)I /004 disp/> no rridimo sentido;"Alt. 11. Aurlbutlon exceptlonnelltdt
r /S ' r^frrsA’ *4&fta&OfiCá
rsYS/>ry f/ v y /M '*><. 'I* h frfév rrft M JtJfldlr Hum $r»//í exc QptlvfUiellement»tiMi/»éírrilr\
0^^- ^ < '/*-/!"* h fa k jiy u ? (It/utt* f/tutPiJurt' 0 1'étittiiitpf tp tM / p Ittífnm ihlf »ui gtiUMtié
^ S 'V S S r-lú* !• t ir/^+j S O Yrtl • 0 MhUh(Jal "< K frUtJh ( ! /l! * * Mhiu|t ImI A»U«nlllll *il^ Ulllul'h‘
<*• ^ ^ ‘!t .1 V V s ^ 'A / a v ^ ^ v .v c /* f t t i j tu ro d f ittHutirhiil: AUfttfif# h iiitu lH itfa l *H/íüi»»‘*‘
tf Sibú/its M M l# /vá //////Oá, fM&dttfl In^ l^ Hll, pf)( h illtilfnplllt), f K/l /»! fítldM hh1'
<r/:w ítf u > t ‘j w /ty e g u * no (u/unnhk tírfiju In inji tm lóri r/tí In ihtmnihln nn d v*linn/Pit» 1/tfR MnR‘
/tf -tfoç»/^n/odç,'pf*t*nU' conUv iQ wfidente r/yn el poh, fét (jwnntHu «I ditou ha dv fltfvffkd an lnl( h»y dfmdd d b
convenlervMj <}* lograr ano stnUm do ttta j ?."
| • I / I I " I 'l'/ | / / V M J W J h ' «W r , V M - > ^ m v „
'/>>// s/.

díi iiíioíudlação<1 •> fó ru m n e u ts llu lit,


jurliídM" «obre fim uno rUnníül f / b a d o s ^
ím
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* - , í < í . á i '//1 -'>*»'*!> jTÁJ i
pofloloo ttíirta fo) m&êiüoo,
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tU seínse*,» -,r, ierrt
d (t ( U ; j i i t f i / y t ; o /* # t e f f l

jçao do principio. uma correm* convidei*


a tribunais nacionais; i? vr A IP
manifestam ente intuitos 1?, U
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0if/orw
v«'*l..v *o .» <). »/« {/>
m necessitatis !//>/>tratado
aqui o*- , '. ..= •.<
significa -. w , ^
somente . b . 4 laos
o acesso » utribunais
e^ o :
enão tem
direito aplicação somente
íiikrnadwifiJ póbííço, pa ncasos
iK Íp envolvendo
x ^ m te estrangeiros.
òr& étÓ frm & tiiáírj' ^ »-{ I j
getros,vl" I lá du;i« grandes quesi/>e:> a respeito. A primeira
isar que serão comentadas na parte II desta quanto &v aicaJ->
obra situações nas
principio; alguns trabalhos englobam todas as autoridades puoücas estcanvç
importantes princípios: acesso à íusiiça e soberanas ísos casos
outros consideram o
Judiciário local princípio
deixa desomente
atsar ansna esfera
razão dos órgãos de
da imunidade iudiciaáí. a ^ seoe-e:
íunsdxcân -X.
buscar rrrarrggrn rr.netno
r _^nai se
acesso a Ezan&~^ i e n ie s t s o

inda precisa ser melhor eqnací í o n a i s n e n a c c n a ii ^ ^ e a io ria id

?rnos. Em diversos casos, o direi


ilecido frente ao princípio da - -r

;e buscar o equilíbrio entre tais


Assim, quando a Constituição Federai rirazie :
um direi >23
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processo n à r e e s a i o e ^ 2’ r e q u i s t u s

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910. Sobre o histórico do principio da vedaçào à dens^a^ão oc V An: N^ v v
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