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CUSTOS
FEVEREIRO DE 2010
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1.1 - HISTÓRICO
A Contabilidade de Custos tem como marco inicial a Revolução Industrial ocorrida
por volta do ano de 1.760. Até então, só existia a contabilidade financeira que estava bem
estruturada para atender as necessidades das empresas comerciais, mas não atendia as
necessidades de empresas industriais. A Contabilidade de Custos, surgiu para suprir as
dificuldades que as empresas industriais encontravam para valorizar sua produção, já que
diferente das empresas comerciais, as indústrias alteravam as características dos produtos
adquiridos, agregando a esses os gastos referentes as modificações feitas na matéria prima. Ex:
Adquiria-se lã e transformava-se em peças de vestuário.
Como ciência, foi em 1865 que pela primeira vez descreveu-se as técnicas
subjacentes do sistema de custos por processo, mas, a Contabilidade de Custos encontra-se em
desenvolvimento ainda hoje.
Apesar de toda a evolução da contabilidade de custos, foi somente em 1976 com a lei
6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), que se institui a obrigatoriedade da elaboração da
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Contabilidade de Custos no Brasil. Essa lei instituiu o Custeio Real por Absorção, como sendo o
único método de apuração dos custos de produção aceito para valorizar os estoques e para
avaliar o resultado da empresa.
São muitos os grandes autores que nos dizem que a contabilidade de custos, ajustada
para o meio gerencial, torna-se uma das mais importantes ferramentas de apoio a decisão dos
administradores.
É certo que, sem um bom sistema de custos, não tendo instrumentos de apoio,
nenhum administrador poderá definir com claresa os rumos de sua empresa para o futuro e
muito menos corrigir erros acontecidos no passado.
a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques.
b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa.
c) Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões.
“A consciência é o melhor
livro de moral que temos; e é,
certamente; o que mais
devemos consultar.
(Pascal)
2.1. CONCEITOS
Num sentido mais amplo, por custo, pode-se entender como sendo todos os gastos
incorridos no processo produtivo de uma indústria.
A palavra custo pode ser melhor entendida, quando entendemos melhor outras
terminologias contábeis.
Descrição Classificação
Compra de canetas para estoque
Consumo de matéria prima na produção
Consumo de material de expediente
Pagamento de duplicata vencida
Juros sobre financiamentos contraídos
Pagamento de empréstimos bancários
Salários do pessoal da produção
Compra de um automóvel para uso
Impostos sobre vendas
Salários da administração
Queima de produtos danificados em acidente
Pagamento dos salários da produção
Compra de embalagens para estoque
Construção de nova área dentro do pátio fabril
Depreciação da fabrica
Compra de matéria prima para entrega futura
Comissões sobre vendas
Energia elétrica da fábrica
Honorários do diretor financeiro
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Esses métodos serão apresentados mais a frente, porem, para melhor entender os
métodos de avaliação dos estoques, é necessário antes, compreendermos como se compõe valor
de aquisição de determinado produto para uma empresa. Por exemplo: após a aquisição de
determinado bem, a empresa incorre em gastos com transporte, segurança, armazenagem,
impostos, etc. Como devemos tratar esses gastos adicionais ao valor de aquisição desse
determinado bem?
A regra para essa pergunta é uma só: Todos os gastos incorridos para a colocação
do bem em condições de uso ou condições de venda, incorporam o valor desse mesmo bem.
Observamos ainda que o preço de aquisição de um bem, é sempre o seu valor a vista,
os gastos adicionais referente ao financiamento do bem devem ser tratados sempre como
despesas financeiras.
pagar). O custo total dos impostos, (ICMS) é de 12,0%, sobre os preço bruto de aquisição. O
produto é destinado a venda, sendo isento de IPI.
Pergunta-se qual o valor unitário que deve ser contabilizado como estoque.
Resolva os exercícios
2) A empresa agropecuária, adquiriu 1.500 leitões para engorda, tendo levantado sobre a
compra, os seguintes dados:
O preço pago por quilo de leitão foi de $ 1,50 /Kg.
Peso médio dos leitões é de 25,0 Kg.
Custo total do frete sobre entrega de $ 850,00, sendo o mesmo, frete a pagar, isento de ICMS.
A compra de leitões é subsidiada pelo governo referente ao ICMS.
O custo do FUNRURAL descontado dos fornecedores foi de $ 640,00 cabendo a empresa o
repasse desse valor ao governo.
Foi contratado pela empresa um seguro contra acidentes com custo de $ 254,00.
No transporte, morreram 48 leitões, devido principalmente ao desgaste dos animais.
Pede-se que se calcule o custo de aquisição total e por leitão a ser contabilizado como estoque.
Como vimos até agora, todo estoque deve ser registrado pelo se valor total de
aquisição ou produção, deduzindo-se destes somente os gastos recuperáveis.
Observe que o custo dos produtos vendidos, ou seja às saídas dos estoques foi de $
5.634,04, restando no estoque um valor de $ 695,96.
Para exemplificar a aplicação desse método, vamos ver como fica o nosso fichário de
estoques com a mesma movimentação do exemplo anterior.
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES
Descrição: Frango congelado Espécie: Kg
Data Entrada Saída Saldo
Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total
30/01
02/02
11/02
19/02
25/02
28/02
Total
Como podemos perceber o custo total das saídas de estoques (o que forma o CPV -
Custo dos Produtos Vendidos) foi de $ 5.630,00 (frente a um custo de $ 5.634,04 pela Média
ponderada), restando no estoque um valor de $ 700,00. Esse método tambem não encontra
restrições ao seu uso perante a legislação fiscal.
2.1.3. Valorização dos estoques pelo método do “Ultimo que Entra, Primeiro
que Sai - (UEPS ou LIFO)”
O método UEPS (ou LIFO - Last-In-First-Out), pode ser visto como o inverso do
método PEPS. Neste método, no momento da venda, baixa-se do estoque os produtos referente à
ultima compra, permanecendo em estoque sempre os produtos mais antigos. Esse método de
avaliação dos estoques, dá a idéia de que estaremos sempre vendendo os produtos mais
recentemente adquiridos.
Como podemos perceber o custo dos produtos vendidos foi de $ 5.670,00 (frente aos
$ 5.630,00 e $ 5.634,04 nos exemplos anteriores), restando no estoque um valor de $ 660,00
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(contra os $ 700,00 e 635,96 nos exemplos anteriores). Observa-se aqui que a diferença no custo
dos produtos vendidos entre os exemplos é também a diferença entre os estoque dos exemplos.
Esse método, somente poderá ser utilizado para fins gerenciais, não sendo aceito pela
legislação fiscal brasileira para elaboração de demonstrações contábeis.
A utilização desse método, é muito difundida nas empresas que trabalham com
comércio de produtos com identidade própria, como automóveis e imóveis. Porem na maioria
das empresas, principalmente naquelas que possuem um grande número de itens no seu mix de
produtos, esse método apresenta grande dificuldade em ser aplicado. Para exemplificar essa
afirmação, vamos considerar uma compra de 20 pares de calçados de um determinado modelo,
dos quais, 15 pares são vendidos em 15 dias. Devido a grande procura, o gerente decide comprar
mais vinte pares de calçados do mesmo modelo, porem, tem que pagar um custo 20% superior à
primeira compra. Para utilizar o método do preço específico, seria necessário que os 5 pares que
sobraram da primeira compra fossem marcados para que na hora da sua venda, lhes fossem
atribuídos os seus custos de aquisição (20% menores). Imaginem esse método sendo utilizado
em um supermercado. Não ha restrições fiscais à utilização desse método para valorizar os
estoques.
Muito utilizado para fins gerenciais em épocas inflacionárias, esse método consiste
em valorizar os estoques e as saídas dos estoques pelo valor que a empresa teria que pagar se
fosse adquirir uma nova unidade do produto vendido ou consumido, desprezando-se o valor real
pago pelo produto no momento de sua aquisição. A utilização desse método, traz a vantagem de
se conhecer o resultado obtido pela empresa com um determinado produto, considerando-se que
a empresa terá que repor esse produto em seus estoques.
Como foi dito, esse método pode ser utilizado para fins gerenciais, sendo vedada sua
utilização para fins fiscais.
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Com base nas vendas informadas no exemplo utilizado, teríamos a seguinte receita
de vendas:
Dia 11 -
Dia 19 -
Dia 28 -
Total receita de vendas =
Resolva os exercícios
01) A Cia. GERAL, apresentava os seguintes dados em 07/9X, com relação a seus estoques
de Materiais:
- Estoque inicial de 20 unidades a $ 30,00 p/unidade, a um custo total de $ 600,00.
- Ocorreu a seguinte movimentação de materiais, durante o mês 08/9X:
- 01/08/9X compra de Material - 20 und. a $ 40,00 p/und.
- 05/08/9X venda de material - 10 und.
- 10/08/9X venda de material - 20 und.
- 15/08/9X compra de material - 30 und. a $ 45,00 p/und.
- 20/08/9X venda de material - 10 und.
O valor das vendas em 08/9X, foi de $ 2.500,00
Tanto na compra como na venda incide ICMS de 12%.
PEDE-SE:
a) Faça a movimentação dos estoques através dos critérios PEPS, UEPS, e CUSTO MÉDIO
PONDERADO, considerando o ICMS tanto na compra como na venda dos produtos.
b) Determine o Lucro Bruto através dos três critérios.
CUSTO PONDERADO MÉDIO MÓVEL
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01/08
05/08
10/08
15/08
20/08
Total
01/08
05/08
10/08
15/08
20/08
Total
01/08
05/08
10/08
15/08
20/08
Total
01/09
08/09
09/09
10/09
15/09
17/09
24/09
30/09
Total
15
01/09
08/09
09/09
10/09
15/09
17/09
24/09
30/09
Total
01/09
08/09
09/09
10/09
15/09
17/09
24/09
30/09
Total
Comparando os resultados dos diferentes critérios teríamos:
PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Ponderada
Receita Vendas
(-) Deduções
Receita Líquida
(-) CPV
Lucro Bruto
Estoque Final
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4) Calcular a movimentação dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e média ponderada,
considerando os registros efetuados durante o período X1.
No inicio o período existiam em estoque 1.500 Kg de arroz, com custo total de $ 1.050,00.
Por ser um supermercado, a empresa tem dificuldades em registrar as saídas, dando baixa nos
estoques mediante levantamento (contagem) semanal nas unidades restantes nos armazéns.
No dia 5 de X1, foi levantado os estoques, constatando que existiam em estoque 640 Kg de
arroz.
No dia 15, foi feita uma nova compra de 700 Kg de arroz com custo unitário de $ 0,75/Kg.
No dia 20, foi contado 540 Kg de arroz em estoque.
No dia 25, foi feita uma nova compra de arroz (pela parte da manhã) com custo unitário de $
0,74/Kg e nesse mesmo dia (na parte da tarde) foi feita uma venda de 600 Kg a um cliente e
restaram ainda em estoque 780 Kg de arroz.
O preço de venda do arroz para todo o período X1 foi de $ 0,85/Kg.
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MÉTODOS DE CUSTEIO
3. MÉTODOS DE CUSTEIO
Apesar dos muitos métodos de custeio existentes, vamos nos ater principalmente a
dois: Método de Custeio Real por Absorção e Método de Custeio Variável.
Custos Diretos - São todos os custos incorridos no período que podem ser levados
diretamente ao custo do produto. São os custos que estão diretamente ligados ao produto, como é
o caso das matérias primas.
Custos Indiretos - São todos os custos incorridos no período que, por não estarem
diretamente ligados ao produto, necessitam de alguma forma de distribuição (rateios) para serem
levados aos produtos acabados, como é o caso do aluguel da fábrica.
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O método de custeio real por absorção, segundo Joel J. Santos (1995), consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados de forma direta ou indireta.
O método de Custeio Real Por Absorção, foi criado para valorizar os estoques e para
calcular o resultado obtido pelas empresas industriais em um determinado período. Esse método
é até hoje, o único aceito pela legislação fiscal do Brasil para a apuração dos resultados da
empresa e consequentemente o único aceito para medir o lucro tributável da empresa.
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Exemplo:
Considerando os seguintes dados:
Na fabrica de rações “Bom-Gosto”, são produzidas mensalmente 15.000 toneladas de ração para
suínos, 10.000 toneladas de ração para aves.
As máquinas instaladas possuem capacidade de 187,5 toneladas hora de ração para suínos ou
100 toneladas hora de ração para aves.
Para cada tonelada de ração para suínos são necessários:
600 Kg de milho em grão, 200 Kg de farelo de soja, 150 Kg de farinha de carne e 50 Kg de
vitaminas.
Para cada tonelada de ração para aves são necessários:
600 Kg de milho em grão, 250 Kg de farelo de soja, 50 Kg de milho pré cozido, 70 Kg de farelo
de trigo e 30 Kg de vitaminas.
As rações são embaladas em sacos de 25 Kg cada.
Os preços de compra (líquidos) das matérias primas e embalagens são os seguintes:
Milho em grão - $/Saca 60Kg - 7,30
Farelo de soja - $/Ton - 250,00
Farinha de carne - $/Ton - 320,00
Milho pré cozido - $/Ton - 520,00
Farelo de trigo - $/Ton - 170,00
Embalagens - $/Un - 1,00
Vitaminas - $/Kg - 3,00
Outros gastos incorridos no período
Descrição Valor em $
Mão de obra da fábrica 40.000,00
Mão de obra da administração 20.000,00
Honorários da diretoria (administração) 10.000,00
Depreciação da fábrica 15.000,00
Depreciação das máquinas 16.000,00
Energia elétrica da fábrica 3.200,00
Água da fábrica 1.500,00
Energia elétrica da administração 1.500,00
Encargos sobre valor da mão de obra 65 %
Encargos sobre honorários 25%
Não havia estoque no inicio do mês e todas as compras foram consumidas no mês.
A empresa utiliza-se dos seguintes critérios de rateios:
A mão de obra e a água, são rateadas conforme o volume de produção.
A depreciação e a energia elétrica são rateadas conforme o consumo de horas máquinas.
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Neste mês foram vendidas 9.000 toneladas de ração para aves ao preço de $ 0,40/Kg e 12.000
toneladas de ração para suínos ao preço de $ 0,45/Kg.
Pede-se que utilizando-se dos dados acima, seja calculado o resultado do período e calculado o
custo dos estoques finais.
Resolução
A) Cálculo dos custos diretos de produção
Produto Ração para Suínos Ração para Aves
Milho em grão
Farelo de soja
Farinha de carne
Milho pré cozido
Farelo de trigo
Vitaminas
Embalagem
Total custos diretos
Consumo horas por tipo de ração = Prod. total ração / Capacidade prod. por hora
Ração para suínos =
Ração para aves =
Total horas de consumidas =
Demonstrativo de Resultados
Ração para suínos Ração para aves Total
Receita total
(-) Custo das vendas
(=) Lucro bruto
(-) Despesas
(=) Lucro total
Estoques
Ração para suínos =
Ração para aves =
Total de estoques =
Exercícios
1) A “Esportes Total Ltda.” trabalha com fabricação de bolas e no período X1, produziu 7.000
bolas de futebol e 5.000 bolas de voleibol.
Bolas de voleibol
Couro - 0,35 Metros
Cola - 0,10 Kg
Câmera de ar - 1 unidade
A empresa utiliza-se dos custos diretos de produção como base para rateio dos custos indiretos, e
do método da média ponderada para avaliação dos estoques.
A empresa vende seus produtos no atacado com preço médio de $ 18,00 por bola de futebol e $
17,00 por bola de voleibol.
No final do período X1, a empresa contabilizou os seguintes estoques de produtos acabados:
Descrição Volume Un.
Bolas de futebol 478 Un.
Bolas de voleibol 402 Un.
Pede-se que se calcule os custos de produção do período X1, demonstrando a movimentação dos
estoques e o resultado do período.
RESOLUÇÃO
1) Movimentação dos estoques das matérias primas
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES
Descrição: COURO Espécie: Metros
Data Entrada Saída Saldo
Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total
01/X1
Tr. B futebol
Tr. B. Voleibol
01/X1
Tr. B. Futebol
01/X1
Tr. B. voleibol
01/X1
Tr. B. futebol
Tr. B. voleibol
2) Cálculo dos custos diretos de produção
Bolas de futebol
Couro = $
Linha = $
Câmeras de ar = $
Depreciação máquina costura = $
Total = $
Bola de voleibol
Couro = $
Cola = $
Câmeras de ar = $
Depreciação máquina colagem = $
Total = $
Rateio:
Custos Bolas de futebol =
Custos Bolas de voleibol =
Unitário =
Bolas de voleibol =
Unitário =
01/X1
Vendas
01/X1
Vendas
6) Resultado do período
Esporte Total Ltda.
Demonstrativo de resultados
Descrição Bola de futebol Bola de voleibol Total
Receita de vendas
Custo das vendas
Lucro bruto
Despesas
Lucro líquido
2) Utilizando-se dos dados abaixo, calcule os custos pelo Método de Custeio por Absorção,
demonstrando a movimentação dos estoques e o resultado das vendas no final do período.
A fabrica de massas “Massas Caseiras Ltda.” produziu no período X2, 5.000 Kg de massa pré
cozida e 8.000 Kg de massa comum.
O consumo de matéria prima no período foi o seguinte:
Massa Pré Cozida
Farinha de trigo - 4.700,0 Kg
Açúcar - 250,0 Kg
Ovos - 50 Dúzias
Massa Comum
Farinha de trigo - 7.600,0 Kg
Açúcar - 350,0 Kg
Ovos - 50 Dúzias
As compras do período X2 foram feitas todas no 1º dia do período pelos seguintes preços
líquidos.
Açúcar 0,5100 $/Kg
Farinha de trigo 0,2800 $/Kg
Ovos 0,9000 $/Duz.
Os custos indiretos são rateados aos produtos conforme seu volume de produção.
Apenas a massa pré cozida passa pela máquina de pré cozimento.
Os preços de vendas do período X2 foram os seguintes: Massa pré cozida = R$/Kg 1,40 e Massa
comum = R$/Kg 1,08.
RESOLUÇÃO
1) Movimentação dos estoques das matérias primas
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES
Descrição: FARINHA DE TRIGO Espécie: Kg
Data Entrada Saída Saldo
Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total
Massa comum
Farinha de trigo = $
Açúcar = $
Ovos = $
Total = $
6) Resultado do período
OBS.: Devido a uma quebra de 20 % da produção, ocasionada pelo fato da secagem dos
salames, para cada 1,0 Kg de salame disponibilizado para venda, são necessários 1,25 Kg de
produção de salame verde.
O consumo de embalagens é calculado pelo volume de produção de salame verde.
Para cada Kg de Lingüiça produzida, são necessários:
Carne de paleta 0,80 Kg
Toucinho 0,15 Kg
Temperos 0,05 Kg
Embalagens 1,00 Unid.
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Os custos indiretos são rateados conforme o consumo de horas homem na produção, sendo que
os salames consumiram 920 horas homem e as lingüiças consumiram 580 horas homem para
serem produzidas.
A empresa utiliza-se da média ponderada para avaliação dos estoques.
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Pede-se que se calcule os custos de produção dos salames e das lingüiças, e demonstre o
resultado do período, usando as vendas calculadas na movimentação dos estoques, e, levando em
consideração que o preço de venda dos salames é de R$ 4,90 /Kg e das lingüiças é de R$
3,20/Kg.
RESOLUÇÃO
Salames
Volume de produção antes da quebra =
Carne de paleta = = Kg
Retalho de carne de gado = = Kg
Toucinho = = Kg
Temperos = = Kg
Embalagens = = Unid.
Lingüiças
Volume de produção antes da quebra =
Carne de paleta = = Kg
Toucinho = = Kg
Temperos = = Kg
Embalagens = = Unid.
2) Cálculo da necessidade de compras
(Consumo + Estoque final - Estoque inicial = compras)
Carne de paleta =
Retalho carne de gado =
Toucinho =
Temperos =
Embalagens =.
3) Movimentação dos estoques das matérias primas
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES
Descrição: CARNE DE PALETA Espécie: Kg
Data Entrada Saída Saldo
Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total
Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total
7) Resultado do período
Embutidos Ltda.
Demonstrativo de resultados
Descrição Salames Lingüiças Total
Receita de vendas
Custo das vendas
Lucro bruto
Despesas
Lucro líquido
Sabe-se que as conservas são cozidas em tachos, sendo que em cada tacho é possível cozinhar
100 Kg de conserva.
O tempo de cozimento de cada conserva é de 2:00 horas para a conserva de pepino e de 2:30
horas para a conserva de cebola.
Durante o período foram consumidos no cozimento, 300 metros cúbicos de lenha.
As conservas são embaladas em vidros de 1,0 Kg cada.
Foram efetuadas as seguintes compras no primeiro dia do período X1:
4.800 Kg de pepinos ao custo de $ 0,3600 /Kg
3.850 Kg de cebolas ao custo de $ 0,5100 /Kg
90 Kg de sal ao custo de $ 0,4100 /Kg
9.000 vidros com capacidade para 1,0 Kg cada ao custo de $ 0,10 cada.
350 metros cúbicos de lenha ao custo de $ 8,00/metro.
A contabilidade registrou ainda os seguintes gastos referente ao período:
Mão de obra da produção $ 2.000,00
Depreciação da fábrica $ 1.000,00
Salário do vendedor (funcionário) $ 800,00
Salários da administração $ 1.000,00
Encargos sobre salários 65 %
Energia elétrica da fábrica $ 500,00
Água da fábrica $ 202,00
Compras
Cons. Pepino
Cons. Cebola
Compras
Cons. Pepino
Compras
Cons. Cebola
Compras
Cons. Pepino
Cons. Cebola
Compras
Consumo
N° horas de cozimento
Cons. de pepino =
Cons. de cebola =
Total
Produção
Vendas
Produção
Vendas
5) Resultado do período
Demonstrativo de resultados
Descrição Cons. Pepinos Cons. Cebolas Total
Receita de vendas
Custo das vendas
Lucro bruto
Despesas
Lucro líquido
Os custos indiretos com exceção da água, são rateados aos produtos, proporcional as horas de
cozimento, e o valor gasto com água é apropriado à produção pelo consumo de água de cada
produto.
Foram vendidos no período:
7.100 kg de doce de banana ao preço de $ 1,90 /kg
2.850 kg de doce de maçã ao preço de $ 3,10 /kg
4.700 kg de doce de uva ao preço de $ 2,70 /kg
Resumindo, podemos dizer que os custos fixos apresentam uma característica mais
de “encargo” para que a empresa possa produzir do que propriamente um custo de fabricação
deste ou daquele produto.
Como os custos fixos, normalmente são distribuídos aos produtos com base em
critérios de rateios, podemos incorrer em alguns erros conforme afirma Joel J. Santos, (1995).
“Caso as “partes certas” dos custos não sejam bem levantadas, a empresa poderá correr o risco
de desequilibrar os produtos, alocando mais custos em um produto em detrimento do outro, com
reflexos diretos nos preços de vendas”, afirmando ainda que “para evitar esse tipo de distorção,
recomenda-se distinguir os custos que pertencem ao produto, os chamados marginais, e os custos
estruturais, pertencentes à empresa, que estão relacionados a sua capacidade instalada, chamados
de fixos.”
Os rateios de custos, por serem arbitrários, muitas vezes podem distorcer o custo real
de um determinado produto e consequentemente levar o administrador a tomar uma decisão
equivocada sobre este produto.
Demonstrativo de Resultados
Companhia Exemplo S/A
Receitas de vendas $ 15.000
(-) Custos variáveis das vendas $ -10.000
(=)Margem de contribuição $ 5.000
(-)Custos fixos $ -3.000
Resultado do período $ 2.000
O Sistema de Custeio Variável, surgiu nos Estado Unidos no ano de 1936 através de
J. Harris e hoje é uma importante arma na administração de empresas, justamente pelo fato
acima exposto, não necessita de nenhum tipo de rateio, ficando assim o custo do produto livre de
possíveis erros na escolha do critério de rateio utilizado.
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Mesmo não sendo aceito pela legislação fiscal para apuração do resultado tributável ,
o método de custeio direto, conforme afirma Eliseu Martins (1987, pg. 203) “do ponto de vista
decisorial, (...) tem condições de propiciar muito mais rapidamente informações vitais à
empresa; também o resultado medido dentro do seu critério parece ser mais informativo à
administração, por abandonar os custos fixos e tratá-los contabilmente, como se fossem
despesas, já que são quase sempre repetitivos e independentes do diversos produtos e unidades”.
Para melhor entender a diferença entre os dois métodos, veja como ficariam os
custos, estoques e resultados do exemplo da fábrica de rações “Bom Gosto”, visto no método de
custeio por absorção.
Exemplo:
Considerando os seguintes dados:
Na fabrica de rações “Bom-Gosto”, são produzidas mensalmente 15.000 toneladas de ração para
suínos, 10.000 toneladas de ração para aves.
As máquinas instaladas possuem capacidade de 187,5 toneladas hora de ração para suínos ou
100 toneladas hora de ração para aves.
Para cada tonelada de ração para suínos são necessários:
600 Kg de milho em grão, 200 Kg de farelo de soja, 150 Kg de farinha de carne e 50 Kg de
vitaminas.
Para cada tonelada de ração para aves são necessários:
600 Kg de milho em grão, 250 Kg de farelo de soja, 50 Kg de milho pré cozido, 70 Kg de farelo
de trigo e 30 Kg de vitaminas.
As rações são embaladas em sacos de 25 Kg cada.
Os Custos das matérias prima e embalagens são os seguintes:
Milho em grão - $/Saca 60Kg - 7,30
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Não havia estoque no inicio do mês e todas as compras foram consumidas no mês.
A empresa utiliza-se do método de custeio variável para valorizar a produção.
Neste mês foram vendidas 9.000 toneladas de ração para aves ao preço de $ 0,40/Kg e 12.000
toneladas de ração para suínos ao preço de $ 0,45/Kg.
Pede-se que utilizando-se dos dados acima, seja calculado o resultado do período e calculado o
custo dos estoques finais.
Resolução
1) Cálculo dos custos variáveis de produção
Produto Ração para Suínos Ração para Aves
Milho em grão
Farelo de soja
Farinha de carne
Milho pré cozido
Farelo de trigo
Vitaminas
Embalagem
Total custos variav.
Estoques ($ mil)
Ração para suínos =
Ração para aves =
Total de estoques =
Exemplo
A empresa “Doce sabor Ltda.”, trabalha com produção e venda de balas. No período X1, foi
registrada produção de 6.000 Kg de balas de coco e 9.000 Kg de balas de banana.
Sabe-se que na empresa, as balas são produzidas em tachos, sendo que em cada batida, são
produzidas 20 Kg de balas. O chefe de produção utiliza-se da seguinte formulação para cada
batida de balas produzidas.
Balas de coco
Coco ralado - 3,0 Kg
Açúcar - 15,0 Kg
Essência de coco - 50 ml
Embalagem - 5,0/Kg
Glucose - 2,0 Kg
Balas de banana
Banana - 7,0 Kg
Açúcar - 12,5 Kg
Essência de banana - 40 ml
40
Embalagem - 5,0/Kg
Glucose - 2,5 Kg
No início do período existiam os seguintes registros de estoques:
Descrição Volume Un. Custo médio - $
Balas de banana 250,0 Kg 0,7800
Balas de coco 120,0 Kg 0,9200
Açúcar 830,0 Kg 0,4800
Glucose 280,0 Kg 1,3000
Essência de banana 3,0 Litros 30,0000
Coco ralado 15,0 Kg 2,5000
Essência de coco 2,0 Litros 25,0000
Embalagens 5.500 Unid. 0,0200
As compras do período foram efetuadas no primeiro dia útil do mês com os seguintes preços
líquidos.
Bananas $ 0,4200/Kg
Coco ralado $ 2,3000/Kg
Açúcar $ 0,4500/Kg
Glucose $ 1,3500/Kg
Essência banana $ 28,0000/L
Essência coco $ 26,0000/L
Embalagens $ 0,0230/Un.
As balas de banana foram vendidas no final do período X1, ao preço de $ 1,32/Kg e as balas de
coco ao preço de $ 1,45/Kg.
Pede-se que se demonstre a movimentação dos estoques no período pelo método Media
Ponderada.
Calcule os custos de produção e o resultado do período, sabendo-se que a empresa utiliza-se do
Custeio Variável.
Resolução
1) Calculo do consumo de matérias primas.
41
Cons.
B.Banana
Resolva os exercícios
Todas as compras foram efetuadas no primeiro dia do período X1, com os seguintes preços
líquidos.
Retalho de carne suína $/Kg 2,00
Retalho de carne de gado $/Kg 1,70
Toucinho $/Kg 0,90
Temperos $/Kg 3,50
Embalagens $/Unid 0,05
Pernil desossado $/Kg 2,50
Resolução
Presuntos
Pernil desossado = = Kg
Temperos = = Kg
Embalagens = = Unid.
2) Cálculo do custo de produção (em $)
Mortadelas
Retalho carne suína =
Retalho carne de gado =
Toucinho =
Temperos =
Embalagens =
Total =
Presuntos
Pernil desossado =
Temperos =
Embalagens =
Total =
45
Período X1
31/X1
Período X1
31/X1
4) Resultado do período
Saborosa Ltda.
Demonstrativo de resultados
Descrição Mortadelas Presuntos Total
Receita de vendas
Custo das vendas
Margem de contribuição
Custo fixo
Lucro bruto
Despesas fixas
LAJIR
A empresa “Rateada S/A” trabalhava com três produtos distintos: produto A, produto
B e produto C.
O desempenho dos produtos no período findo em 31/12/x foi o seguinte, no que se
refere aos custos e receitas:
Produto Receita $ Custo Lucro $ Custos Custos Fixos
Total $ Variáveis $ Rateados $
A 260.000 187.500 72.500 150.000 37.500
B 220.000 250.000 (30.000) 200.000 50.000
C 140.000 62.500 77.500 50.000 12.500
620.000 500.000 120.000 400.000 100.000
1
Fonte do exemplo: IUDÍCIBUS Sérgio de. Contabilidade Gerencial, 4 ed. Pg.
167, São Paulo, Atlas, 1993.
49
preferimos utilizar a definição simples de custo fixo). Entretanto, se com base na tabela efetuada
pelo processo tradicional resolvemos eliminar o produto “B”, os efeitos líquidos da decisão, na
premissa do caso serão:
Margem de contribuição de A
Margem de contribuição de C
3.o - Produto B
A
B
C
Qualquer outra composição resultaria num lucro total menor. Aliás, este é o tipo de
decisão que pode merecer a aplicação de técnicas de programação linear. Todavia, foi
perfeitamente possível resolver adequadamente o problema sem utilizar esta técnica
explicitamente, mas levando em conta as restrições existentes.
Se o mercado pudesse absorver mais unidades de A e B, o lucro total seria muito
maior. Note que, ao calcularmos o “ranking” de acordo com o fator limitativo de capacidade,
conseguimos alocar as horas de forma a produzir tudo que o mercado pudesse absorver, do
produto A e B e gastamos o que restou de horas em C. Apesar de o lucro total obtido não ser
dramaticamente maior do que o obtido por qualquer outra tentativa, fica demonstrada a validade
da abordagem exposta.
RESULTADO
A empresa recebeu do exterior uma proposta de venda pelo preço de $ 200/ton, de 400.000
ton/ano, que a capacidade instalada permite produzir e vender sem prejuízo ao mercado interno.
Considere que sobre os produtos exportados não incidirão impostos.
Com o cálculo feito a empresa certamente não aceitaria a proposta, pois entenderia que o preço
ofertado de $ 200/ton estaria abaixo do custo de produção. A empresa estaria ainda
desconhecendo a redução do custo fixo por unidade com o aumento da produção de 600.000 ton.
para 1.000.000 toneladas.
Novo cálculo realizado pela empresa baseado na Margem de Contribuição
Preço de venda (exportação)......................$ _______________
(-) Custo variável.......................................$ _______________
(-) Despesas variáveis................................$ _______________
(=) Margem de contribuição......................$ _______________
A empresa receberá uma margem de contribuição adicional de ____________$ /ton
54
A empresa poderia aceitar a venda ao exterior da forma proposta. As vendas adicionais, mesmo
a preço mais baixo, cobririam os custos fixos e a empresa passaria de um prejuízo de $
_______________, para um lucro de $_______________. Tal percepção foi possível através do
cálculo da Margem de Contribuição.
Resolva os Exercícios
Resolução
Demonstrativo de resultado pelo custeio variável.
Descrição Doce de Doce de Doce de Total
Banana Maçã Uva
Receita de vendas
Custo variável de vendas
Margem de contribuição
Custo fixo
Lucro bruto
Margem de contribuição
Custo fixo
Lucro bruto
Pintura $ 2.200.000,00/mês
A capacidade de produção mensal da empresa é de 20.000 und. de Rodas, 20.000 und. de Pára-
lamas, 10.000 und. de Pará-choques e 10.000 und. de Grades, toda produção e vendida.
PEDE-SE:
1 - É vantajoso à empresa fechar o Departamento de Pintura e a Niquelação e mandar fazer as
operações desses departamentos fora, quando então teria um acréscimo nos custos variáveis de $
100,00 p/und. nas grades e nos pará-choques, e de $ 70,00 p/und. nas rodas e pára-lamas? O que
você faria? Justifique.
4) A Cia Itobiense de Motocicletas está atualmente produzindo e vendendo 9.600 unidades por
ano. Após fazer uma pesquisa de mercado, verificou que precisaria diminuir o preço de venda
de $ 3.000/u para $ 2.900 /u para conseguir elevar suas vendas para o máximo da sua capacidade
de produção, que é de 12.000 unidades/ano. Sabendo que os custos e despesas variáveis são de $
2.100 /u e que os fixos totalizam $ 300.000/mês, fora a depreciação, que é de $ 600.000/ano;
qual dos dois preços de venda deve a empresa adotar para maximizar seu lucro ?
5) Com base nos quadros acima, você deve calcular um mix de produção, otimizando a
lucratividade da empresa, através da margem de contribuição por fator restritivo, e trabalhando
com a capacidade máxima instalada, demonstrando o resultado obtido com o novo mix.
Margem de contribuição antes da existência de limitações
Modelo Quantidade Custo Variável Preço de Margem de Margem de
Unitário Venda Contribuição Contribuição
Unitário Unitária Total
A 3.300 1.500 2.000 500,00 1.650.000
B 2.800 1.250 1.800 550,00 1.540.000
C 3.600 2.900 3.500 600,00 2.160.000
D 2.000 1.000 1.200 200,00 400.000
Total Margem de Contribuição $ 5.750.000
(-) Custos Fixos 2.500.000
Resultado $ 3.250.000
A empresa rateou os custos indiretos à base do tempo de fabricação de cada um dos três
produtos feitos no mês. Os demais dados relevantes do período foram:
Produto Tempo de Quantidade de Volume Preço de venda
fabricação MP consumida produzido por unidade
Calça 4,0 h/u 1,8 m 6.000 u $ 50,00
masculina
Calça feminina 5,0 h/u 1,5 m 4.000 u $ 45,00
Calça infantil 4,5 h/u 1,1 m 5.000 u $ 40,00
Neste mês, a empresa recebeu 2.200 m de matéria-prima a menos do que havia consumido no
mês anterior e, por isso, ela teve que restringir sua produção e fabricar menos daqueles produtos
que davam menos lucro por unidade. Ela sempre conseguiu vender toda a sua produção.
a) apresente os cálculos, do mês anterior, da apropriação dos custos, com base no custeio por
absorção, para fins de avaliação dos estoques;
b) escolha o produto a restringir a produção, com base nos dados do mês anterior, utilizando-se
do método de custeio variável e da margem de contribuição por unidade e faça um mix de
produção, calculando o resultado que a empresa irá obter com essas características.
59
Uma das conseqüências da existência de gastos variáveis e gastos fixos é que sempre
existe em um negócio/empresa um nível mínimo de receita operacional líquida necessário para
cobrir os gastos variáveis incorridos para aquele nível de receita e, os gastos fixos, que
determina o LAJIR (Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda) igual a zero. Este nível de
atividade é chamado Ponto de Equilíbrio Operacional ou simplesmente Ponto de Equilíbrio.
No Ponto de Equilíbrio, existe um equilíbrio ou igualdade entre a receita operacional
líquida e a soma de gastos variáveis e gastos fixos.
Em um entendimento mais simplificado, o Ponto de equilíbrio é o ponto em que a
empresa obtêm lucro igual a zero.
da qual se obtém
GF
Q =
P - CV
GF = $ 30.000
P = $ 10
CV = $ 4
30.000 - 6.000
Q = = 4.000 unidades
10 - 4
GAO > 1
Isto ocorre sempre que existirem gastos fixos que devam ser cobertos pelas receitas
independentemente dos volumes de vendas.
Exemplificando: Considere-se dois negócios que apresentam o seguinte
Demonstrativo de Resultados:
Negócio A Negócio B
Vendas Físicas 10.000 10.000
Faturamento Líquido 100.000 100.000
Custo Variável
Contribuição Marginal
Gastos Fixos
LAJIR
Para o mesmo aumento de 10% nas vendas, o LAJIR do negócio A aumentou 20% e
o do negócio B aumentou 16,7%.
63
Por conseguinte, quanto maior for o Grau de Alavancagem Operacional, maior será
o risco econômico do investidor.
No exemplo acima, podemos observar então que o risco econômico do investidor do
negócio A é maior que o do negócio B pois o seu LAJIR apresenta maior variabilidade.
Da mesma forma como um incremento no faturamento alavanca os lucros para cima,
uma conjuntura desfavorável nas vendas derruba os resultados do negócio A.
Para exemplificar, basta verificar o que aconteceria se as vendas dos dois negócios
caíssem à metade:
Negócio A Negócio B
Vendas Físicas 5.000 5.000
Faturamento Líquido 50.000 50.000
50.000
GAO (B) = = 1,67
30.000
Este risco pode ser calculado e expresso pela Margem de Segurança, que tem a
seguinte fórmula:
QV - QE
MS =
QV
Nesta fórmula, os símbolos representam:
QV = Quantidade Vendida
QE = Quantidade de Equilíbrio
Sempre que o negócio estiver operando acima do seu Ponto de Equilíbrio, o
numerador será positivo e menor que o denominador. Logo:
0 < MS < 1
10.000 - 5.000
65
MS = = 0,50
10.000
Margem Operacional
MS =
Margem de Contribuição
30.000
MS = = 0,50
60.000
Resolva os Exercícios
1) A empresa X, trabalha com produção de camisas e no período Y1, produziu 12.000 camisas.
No período Y1, a empresa registrou os seguintes custos de produção:
Tecidos para a produção $ 192.000,00
Depreciação da fábrica $ 20.000,00
Mão de obra da fábrica $ 15.000,00
Botões para as camisas $ 12.000,00
Custo das costureiras por camisa (terceirizadas) $ 4,50
Linhas para as camisas $ 6.000,00
Encargos sobre mão de obra 65,0 %
Energia elétrica da fábrica $ 8.000,00
Com este quadro de dados, pode-se construir o seguinte quadro de receitas e gastos:
Volume Faturamento Custo Gastos
(Unidades) Líquido Variável Fixos LAJIR
Em economia sujeita a inflação, a venda a preço superior aos custos de aquisição e/ou
fabricação pode determinar a ilusão monetária de lucro; na formação do preço, como se deve
partir de considerações de custo, devem ser tomadas precauções especiais visando à atualização
dos custos de compras e/ou produção.
São adotados pelas empresas os seguintes métodos para a formação de preços.
a) Método do preço corrente: É adotado para casos de produtos vendidos por um mesmo preço
por todos os concorrentes. Essa homogeneidade no preço pode decorrer de questões de
costume, ou de características econômicas do ramo (oligopólio, convênio de preços etc.)
b) Método de imitação de preços: Esse método prevê que os mesmos sejam adotados por uma
empresa concorrente selecionada no mercado. Isso ocorre muitas vezes em razão da falta de
conhecimento técnico para a sua determinação ou custo da informação.
c) Método de preços agressivos: O método de preços agressivos ocorre quando um grupo de
empresas concorrentes estabelece a tendência de uma redução drástica de preços até serem
atingidos, em certos casos, níveis economicamente injustificáveis abaixo do custo das
mercadorias. A redução drástica de preços, com o objetivo de destruir a concorrência, pode
ser contestada judicialmente por caracterizar a prática de dumping, providencia tomada
principalmente no comércio internacional.
d) Método de preços promocionais: O método de preços promocionais caracteriza a situação
em que as empresas oferecem certas mercadorias (caso típico de supermercados) a preços
tentadores com o intuito de atrair para o local de venda; dessa forma intensificando o tráfego
de clientes potenciais, em função do que estimulam as vendas de outros artigos a preços
normais.
Método Misto
O método misto para a formação de preços deve observar a combinação dos seguintes
fatores:
- Custos envolvidos;
- Decisões de concorrência;
- Características do mercado.
74
Seria bastante temeroso para a administração de uma empresa estabelecer preços sem a
combinação desses fatores. Cedo ou tarde ela teria de arcar com as consequências de sérios erros
que poderiam deixar de ser cometidos.
Na missão de formar o preço de venda, devem ser levados em conta os seguintes fatores:
- a qualidade do produto em relação às necessidades do mercado consumidor
- a existência de produtos substitutos a preços mais competitivos;
- a demanda esperada do produto;
- o mercado de atuação do produto
- o controle de preços impostos pelo CIP - Conselho Interministerial de Preços;
75
Finalidade do mark-up
Vamos admitir que determinada empresa tenha incorrido nos seguintes gastos para
produzir e vender determinado produto:
- Matéria-prima $700,00
- Outros custos (MOD + CIP variável) $300,00 $ 1.000,00
ICMS 17,00%
76
PIS 0,65 %
COFINS 3,00 %
Comissão s/vendas 3,90 %
Impostos e taxas sobre vendas (ITV) = 24,55 %
PEDE-SE:
1º) Mark-up divisor.
2º) Mark-up multiplicador.
3º) Preço de venda com base no mark-up multiplicador e pelo mark-up divisor.
4º) Comprovação da margem de contribuição de 27%.
SOLUÇÃO:
Mark-up divisor
77
Matéria-prima $700,00
(+) Outros custos diretos $300,00
TOTAL $ 1.000,00
(/) Mark-up divisor 48,45% ou 0,4843
(=) Preço de venda a vista $ 2.063,98
EXERCÍCIOS
1) A empresa PINHO S/A, produz carteira escolar. O diretor da empresa solicitou ao
Departamento de Custos para calcular o preço de venda reposição, a vista e 30 dias.
Dados Auxiliares:
Para produzir cada carteira utiliza-se 0,7 metro de compensado e 1 Kg de cano de ferro.
Preço de compra das matérias primas:
- Compensado $ 15,00 p/mt a vista
- Ferro $ 3,00 p.kg a vista
- O preço das matérias primas contém 12% de ICMS.
- Demais custos variáveis de produção 30,00 p/und.
Outros dados
- Frete sobre venda $1,50 por unidade
- ICMS 17,00%
- PIS 0,65%
- COFINS 3,00%
- Comissão s/ venda 3,00%
- Despesas Adm. 2,00%
- Despesas venda fixas 4,00%
- Margem de Lucro 10,00%
- Despesas financeiras 5,00% ao mês.
78
PEDE-SE:
- Calcular o Mark-up divisor;
- Calcular o Mark-up multiplicador;
- Margem de contribuição;
- Preço de venda a vista e 30 dias.
- Lucro com a venda a vista de 4.000 und.
EXERCÍCIO 02
Determinada empresa deseja alterar a sua tabela de preços para a venda do produto "A". e
dispõe das seguintes informações:
Pede-se:
1º) Preço por Kg, para venda à vista e para pagamento em 60 dias, considerando custo financeiro
(juro composto) à razão de 6% ao mês.
2º) Ponto de equilíbrio contábil.
3º) Margem de segurança operacional.
4º) Comprovação do percentual de lucro encontrado no item anterior.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. rev. São Paulo: Atlas, 2003.
HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George. & DATAR, Srikant M. Contabilidade de Custos.
9a ed. Rio de Janeiro, LTC, 2000.
SANTOS, Joel J. Formação do Preço e do Lucro. 4a ed. São Paulo, Atlas, 1995.
79
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 5ª ed. Curitiba, Saraiva, 1997.
VICECONTI, Paulo E.V. & NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos. 6a ed. São Paulo,
Frase, 2000.
LEONE, George S.G. Curso de Contabilidade de Custos. 2a ed. São Paulo, Atlas, 2000.
BERNARDI, Luiz Antônio. Política e Formação de Preços. São Paulo: Atlas, 1996
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
ALLORA, Franz. UP': unidade de medida da produção para custos e controles gerenciais das
fabricações. São Paulo: Pioneira, 1995.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu. & GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de
Contabilidade das Sociedades por Ações. 3a ed. São Paulo, Atlas, 1991.