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DEPARTAMENTO DE FÍSICA
DISTURBIOS DE COMPORTAMENTO
SÃO LUÍS – MA
2010
DISTURBIOS DE COMPORTAMENTO
SÃO LUÍS – MA
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 11
REFERÊNCIAS 12
1. INTRODUÇÃO
Distúrbios de Comportamento são padrões de conduta que podem ameaçar as relações normais
entre a criança e as pessoas que a rodeiam e tendem a piorar no decorrer do tempo
transformando-se num quadro de Transtorno de Conduta futuro.
Por que nossa educação é tão embrutecedora e cega, se nossas crianças são tão ricas?Por que a
humanidade teme tanto a espontaneidade, se a atitude espontânea conduz tão rapidamente ao
crescimento responsável? Por que nos falta confiança no futuro, se forças sociais intensas e
construtivas podem ser liberadas no indivíduo através da aceitação de alguns poucos princípios
básicos?(Carl R. Rogers)
2.CARACTERISTICAS BÁSICAS
O autismo nasce com a criança, mas pode ser aparente em diferentes idades, consoante a
gravidade e a profundidade das suas manifestações. Alguns pais notam alguns sinais ainda no
primeiro ou segundo ano de vida dos seus filhos, e na maioria dos casos o autismo torna-se
evidente antes da criança ter atingidoostrês anos de idade.É uma doença contínua, sem volta
atrás. A partir do momento que se manifesta a criança vai ficar com ela para toda a vida.
Principais características:
Fisicamente, pelo contrário, são crianças com uma aparência completamente normal e saudável.
A incapacidade em desenvolver as relações sociais é uma das marcas características da criança
autista.A incapacidade em desenvolver as relações sociais é uma das marcas características da
criança autista. A criança vive como que fechada no seu mundo e não entende que outros possam
ter um ponto de vista ou uma opinião diferente da sua.
Há dois fatores centrais e interdependentes que fazem com que uma criança se comporte de
maneira agressiva: seu estado emocional e suas experiências de vida. A criança nasce com
características emocionais próprias. Ela pode ser frágil ou resistente. A partir de então, terá de
dar conta das circunstâncias nas quais se encontra. Se for uma criança frágil, vulnerável, seu
comportamento pode ocasionar bastante dificuldade para as outras pessoas, conforme ela luta
para tentar criar e manter um senso de identidade pessoal; se for resistente enfrentará a vida
passo a passo, apresentando poucos problemas. Ela saberá quem é com relação a seu passado, e
terá uma clara noção do caminho que pretende percorrer.A criança com comportamento
agressivo interpreta erroneamente o comportamento do outro. Ela enxerga o mundo do ponto de
vista de uma personalidade frágil e sua relação com ele se baseia em relações altamente
defensivas. Elas são incapazes de se relacionar de forma apropriada com as pessoas no plano
afetivo. Desde cedo, elas vêm reagindo com agressividade quando se esperava que formassem
vínculos, e se acostumaram a um padrão de relacionamento intensamente hostil com os
outros.Quanto mais vulnerável a criança mais ela necessita de um ambiente de apoio.
O medo representa uma das emoções normais da vida humana. É um estado emocional de alerta,
que se caracteriza por sensação de desconforto e ansiedade ante um perigo
iminente.Basicamente, o medo é causado por dois fatores: falta de segurança e falta de amor e
proteção. No entanto, existem outros fatores coadjuvantes, que merecem ser lembrados:·
Experiências prévias que provocaram medo;· Atitude medrosa dos pais e adultos em diversas
situações;· Ameaças dos adultos quando contam histórias reais ou de fadas;· Moléstias crônicas
que prendem a criança na cama por longo tempo;· Imaturidade da criança cujos pais são
superprotetores e excessivamente ansiosos.Nos primeiros dias de aula, é natural a criança recear
a situação nova, a própria escola, os colegas, pessoas estranhas, o professor. Cabe a este mostrar-
se atento, disponível e confiante.
A fobia escolar é caracterizada quando a criança falta à escola com queixas de sintomas vagos. A
criança com medo de ir à escola pode também ter medo de sair de casa. A independência de uma
criança começa quando ela vai à escola. Atualmente, a criança frequenta a escolinha ou creches
com tenra idade. A separação dos pais, principalmente da mãe, pode ser muito penosa para ela.
Geralmente, esta mãe é orientada para que fique com a criança na escola nos primeiros dias, até
que a criança se acostume com sua nova rotina. Aos poucos, a menina ou o menino se adaptam e
começam a gostar do novo ambiente. Interagem com os novos coleguinhas e os professores. O
medo de ir à escola pode ser causado por vários fatores: uma professora nova e exigente,
dificuldades numa determinada matéria, timidez, dificuldade de relacionamento com os
coleguinhas, um colega de temperamento difícil. Pais muito rígidos ou protetores demais podem
desenvolver na criança a ansiedade de separação. Na escola, sentem saudade dos pais. Não
interagem com os amiguinhos. Fazer amizade com crianças da mesma idade desenvolve a
independência e pode amenizar a timidez.
O ciúme uma emoção que traz em si um potencial imprevisível de reaçoes, quer que seja
expreimentada pelo adulto, pelo adolescente ou pela criança. embora não seja diretamente ligado
à vida escolar, é importante que o professor saiba identificá-lo, pois pode constituir em elemento
capaz de interferir na aprendizagem.
A superproteção ou a vida social restrita por parte dos pais são empecilhos à socialização da
criança. Ela se torna dependente, insegura e acaba se isolando dos outros, dando a impressão de
ser orgulhosa e antipática.A timidez excessiva de uma criança deve ser encarada com seriedade.
Provém em geral de um complexo de inferioridade cultivado por pais, irmãos, outros adultos. Os
excessos de castigos corporais também levam à timidez.Não devemos confundir a criança tímida
com a apática. A apatia é um sintoma de que as coisas não vão bem com a criança; suas causas
podem ser orgânicas ou emocionais (desamor, violência). Tanto a criança tímida como a apática
necessitarão de amor, apoio e afeto dos pais e professores.
A fantasia considerada “normal” é uma forma de ajustamento da criança á realidade em que ela
vive. Já a fantasia caracterizada como problema psicológico é aquela que a criança usa como
uma espécie de fuga da realidade, que ela não quer aceitar por diversos motivos.
A fantasia pode vir acompanhada não só por medo como também por agressividade e outros
sentimentos.
A curiosidade em conhecer o próprio corpo, seu corpo, seu sexo, o sexo oposto, o o corpo de
seus pais, comparar-se com crianças do mesmo sexo faz parte de um interesse natural da criança.
A maneira como os adultos recebem essa curiosidade tem muito a ver com o desenvolvimento
posterior de problemas relacionado à sexualidade.
As três características são normais em certos períodos da vida da criança e aparecem como
reflexo de crises passageiras, como a dos 3 anos e da puberdade, que coicidem com grandes
modificações glandulares.
Apesar de não serem problemas graves, a gitação, inquietude ou instabilidade, quando presentes
na sala de aula, podem ocupar grande parte do valioso tempo da classe. É essencial que o
professor tente desenvolver um clima de harmonia para que possa trabalhar com essas crianças
de uma forma que evite o desperdício de tempo, mantendo-as interessadas e realmente
envolvidas no trabalho que todos estão realizando.
Uma grande parte dos distúrbios de compotamento reflete o desequilibrio social e emocional das
relações existentes na família.
A família é a primeira unidade com aqual a crinça tem (ou deveria ter) contato contínuo e é
também o primeiro contexto no qualse desenvolvem padrões de socialização e problemas sociais.
Os problemas mais comuns existentes na família e que podem interferir na aprendizagem são:
Uma criança com problemas de aprendizagem, pode ter um nível normal de inteligência, de
acuidade visual e auditiva. É uma criança que se esforça em seguir as instruções, em concentrar-
se, e portar-se bem em sua casa e na escola. Sua dificuldade está em captar, processar e dominar
as tarefas e informações, e logo a desenvolvê-las posteriormente. A criança com esse problema
não pode fazer o que outros com o mesmo nível de inteligência podem conseguir.
A criança com problemas específicos de aprendizagem tem padrões pouco usuais em perceber as
coisas no ambiente externo. Seus padrões neurológicos são diferentes das outras crianças da
mesma idade. No entanto, têm em comum algum tipo de fracasso na escola ou em sua
comunidade.
Não é nada difícil detectar quando uma criança está tendo problemas para processar as
informações e a formação que recebe. Os pais devem estar atentos e conscientes dos sinais mais
frequentes que indicam a presença de um problema de aprendizagem, quando a criança:
- Não domina as destrezas básicas de leitura, soletração, escrita e/ou matemática, pelo que
fracassa no trabalho escolar.
- Apresenta dificuldade para distinguir entre a direita e a esquerda, para identificar palavras, etc.
Sua tendência é escrever as letras, palavras ou números ao contrário.
- Falta-lhe coordenação ao caminhar, fazer esportes ou completar atividades simples, tais como
apontar um lápis ou amarrar o cordão do sapato.
- Apresenta facilidade para perder ou extraviar seu material escolar, como os livros e outros
artigos.
- Tem dificuldade para entender o conceito de tempo, confundindo o “ontem”, com o “hoje” e/ou
“amanhã”.
As crianças que têm problemas de aprendizagem, com frequência apresentam, segundo a lista
obtida do características e/ou deficiências em:
Leitura (visão) A criança se aproxima muito do livro; diz palavras em voz alta; assina,
substitui, omite e inverte as palavras; vê duplicado, pula e lê a mesma linha duas vezes;
não lê com fluidez; tem pouca compreensão na leitura oral; omite consoantes finais na
leitura oral; pestaneja em excesso; fica vesgo ao ler; tende a esfregar os olhos e queixar-
se de que coçam; apresentam problemas de limitação visual, soletração pobre, entre
outras.
EscritaA criança inverte e troca letras maiúsculas; não deixa espaço entre palavras e não
escreve em cima das linhas; pega o lápis desajeitado e não tem definido se é destro ou
canhoto; move e coloca o papel de maneira incorreta; trata de escrever com o dedo; tem o
pensamento pouco organizado e uma postura pobre, etc.
Auditivo e verbalA criança apresenta apatia, resfriado, alergia e/ou asma com
frequência; pronuncia mal as palavras; respira pela boca, queixa-se de problemas do
ouvido; sente-se enjoado; fica branco quando lhe falam; depende de outros visualmente e
observa o professor de perto; não pode seguir mais de uma instrução por vez; põe a
televisão e o rádio em volume muito alto, etc.
MatemáticasO aluno inverte os números; tem dificuldade para saber a hora; pobre
compreensão e memória dos números; não responde a dados matemáticos, etc.
Social / Emocional Criança hiperativa, com baixa auto-estima e atenção.
O aprendizado da escrita é iniciado pela criança muito antes da primeira vez que o professor
coloca um lápis em sua mão e mostra como formar letras.”
(VYGOTSKY )
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Porém, pensamos que a escola precisa está voltada para os problemas de aprendizagem do
educando a partir do conhecimento das especificidades de cada criança, padrões, valores,
experiências, cultura e o significado que a escola pode ter para ela.
Dessa forma, tudo isso nos mostram que compatibilizar a escola às necessidades do aluno é
fundamental para minimização do problema de evasão e repetência, pois a escola pode tornar-se
um ambiente significativo e prazeroso.
Dessa forma, nos dias de hoje, onde as sociedades do mundo inteiro estão interagindo
(globalização), cada vez mais centradas na linguagem escrita, tanto na chamada cultura do papel,
como na digital, ser alfabetizado não é apenas saber ler e escrever da maneira tradicional como
vem sendo feito em algumas salas de aula, pois esta condição se revela insuficiente para
corresponder às demandas contemporâneas. É preciso ir além do simples domínio da tecnologia
escrita.
Neste sentido, faz-se necessário que os profissionais da área educacional, comprometidos com
uma educação de qualidade, estejam refletindo sobre que concepção de escola estão oferecendo à
nossas crianças: se é a que aliena ou liberta, a fim de encontrar soluções para a aprendizagem e
não apontar culpados desse processo, pois a única vítima é o aluno.
REFERÊNCIAS
PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ª ed. Porto Alegre:
mutschele, Marly santos. Problemas de aprendizagem da criança. 4ª ed. São Paulo: Loyola,
2001.
Textos recomendados
www.PortalEducacao.com.br
pt.wikipedia.org/.../Dificuldades_de_aprendizagem
br.guiainfantil.com/aprendizagem/101-problemas-de-aprendizagem-das-criancas.html
www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos_escola_vila.htm
www.caminhando.org.br
www.einstein.br/projetos-sociais www.ecofuturo.org.br/
www.infraero.gov.br
www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/projetos/index.php www.cce.puc-
rio.br/sitecce/website/website.dll/folder?cOferec... g1.globo.com/.../petrobras-abre-inscricao-de-
patrocinio-de-projetos-s...
https://smpsicopedagogia.webnode.com.br/products/alguns-sites-de-projetos-sociais/.
Disturbios de Comportamento
Introdução
A diferenciação entre um comportamento normal e patológico nem sempre é clara; Não existe
um critério uniforme e inequívoco do que seja um comportamento normal. As pessoas são
diferentes uma das outras, crescem em ambientes com variadas culturas e crenças, vivenciam as
situações da vida com as suas maneiras próprias de ser. Não se pode julgar as alterações
comportamentais de uma criança sem antes entender a sua história de vida, a herança genética e
a experiência herdada dos seus pais, o ambiente em que cresceu e a forma como interagiu e
interage com ele.
O ambiente através dos vários estímulos externos determina quais circuitos cerebrais serão mais
desenvolvidos com a finalidade de adaptar o indivíduo ao seu meio externo; estes processos
ocorrem de forma dinâmica ao longo de toda a vida, em cada novo aprendizado se estabelece um
novo circuito de memória. A ação ambiental inadequada pode reforçar circuitos cerebrais de
memória para a má conduta; Se uma criança é agredida ela memoriza o ato e aprende agredir, Se
uma criança desenvolve-se em um meio de amor e diálogo ela memoriza o ato e aprende a
dialogar e amar.
Transtornos agudos do comportamento devem ser abordados como um quadro emergencial, uma
vez que, várias situações médicas podem causá-los, sendo alguns deles, um risco potencial de
morte para o paciente. Se no passado recente a maioria desses pacientes recebia atendimento em
hospitais psiquiátricos, a evolução dos meios diagnósticos e a necessária humanização dos
serviços médicos propiciaram atendimentos de melhor qualidade nos hospitais gerais. Situações
causadoras de distúrbios comportamentais como intoxicações, distúrbios metabólicos e
hidroeletrolíticos, hematomas intracerebrais, requerem atendimento em locais com estrutura
física adequada, equipe especializada, laboratórios e serviços de imagem – 24 horas, porque
viabilizam diagnóstico e intervenção precoce. Passado essa fase de atendimento, é prudente que
a hospitalização seja de curta duração, sendo o paciente posteriormente encaminhado para um
ambulatório de saúde mental ou para outras especialidades dependendo do seu diagnóstico
clínico.
• Intoxicações
• Drogas
• Infecções do SNC
• Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos
• TCE
• Estado de mal convulsivo de crises tipo parcial complexa ou ausência
• Doenças crônicas sistêmicas
B: Psicóticas – Relacionadas a doenças psiquiátricas. Geralmente preservam o nível de
consciência mas desestruturam o pensamento.
• Surto psicótico
• Mania
• Pânico
• Conversão
• Somatização
Todas estas causas podem ser facilmente diferenciadas através de uma anamnese detalhada. As
pautas de atuação da equipe médica devem seguir a seguinte seqüência:
• Observação da conduta para depois definir sobre a necessidade ou não de contenção – química
ou física ou ambas.
• Descartar causas sintomáticas
• Diferenciar causas psicóticas de não psicóticas
• Humor negativo – reações intensas a estímulos banais, inadaptação a situações novas, mal
humor
• Distúrbio do ciclo do sono, alimentação e excreção
• Transtorno de ajustamento – reação a um stress agudo claramente identificável
B. As características da criança
Um comportamento patológico é mais provável quando, possui uma característica crônica, mais
de um tipo de problema comportamental envolvido, interferindo com a função cognitiva e social
da criança, manifestando-se em todos os ambientes e sendo observado por diferentes pessoas do
seu convívio. A prevalência desses comportamentos patológicos na população pediátrica varia de
acordo como os problemas são definidos e medidos, os índices oscilam entre 2 e 10%.
Dependendo da patologia esses sintomas podem ou não estar presentes, também podem oscilar
em intensidade e gravidade. As principais causas são doenças neuropsiquiátricas como:
• TDAH
• S. Tourret
• TOC
• Autismo
• Transtornos psiquiátricos
Estas doenças têm origem multifatorial (genética, ambiental), são decorrentes de um mau
funcionamento de circuitos cerebrais relacionados à regulação do comportamento , ocorre déficit
de neurotransmissores como p.ex. Dopamina e serotonina, cursam com alterações afetivas,
cognitivas e comportamentais e podem ser comórbidas em um mesmo indivíduo. O diagnóstico
diferencial entre elas envolve uma história clínica detalhada com aplicação de questionários
específicos (DSM-IV). Os exames complementares são de pouquíssima utilidade para o
diagnóstico.
Outras patologias cerebrais podem alterar os circuitos cerebrais relacionados com a regulação do
comportamento como por exemplo:
• Epilepsias
• Moléstia Reumática – Coréia de Sidehan
• Tumores cerebrais
• Doenças endocrinológicas
Tratamento
Psicofarmacoterapia
Prevenção
A prevenção dos distúrbios comportamentais deve iniciar já no momento em que o casal idealiza
ter um filho; futuros pais devem evitar exposição a agentes ambientais que comprovadamente
podem causar alterações nas células reprodutivas ou interferir sobre o processo de formação e
desenvolvimento cerebral do futuro filho. O fumo p. ex. contém a nicotina responsável por
diminuição da circulação placentária, ocasiona um menor aporte de Oxigênio para o feto o que
interfere com a migração natural dos neurônios e formação de novas conexões (sinapses). Mães
fumantes têm 50% a mais de riscos que as não fumantes de apresentar filhos com retardo mental
e TDAH. Drogas, álcool, desnutrição materna, infecções no período gestacional são outras
possíveis causas. O homem também deve ter alguns cuidados, os espermatozóide são vulneráveis
a estes agentes ambientais, considerando que eles possuem uma vida útil de 3 meses, este seria
um período de segurança para o homem que prospectivamente deseja ter um filho. O
aconselhamento genético é importante para casais que apresentam histórico de doenças
neuropsiquiátricas ou retardo mental na família. A gestante deve regularmente realizar as
consultas de pré-natal e realizar exames complementares para identificação precoce de
problemas no feto. Sabe-se que o ambiente exerce uma importante influência sobre a plasticidade
cerebral (formação de novos circuitos de memória, crescimento neuronal); a correta educação
dos filhos com a precoce imposição de limites introduz desde tenras idades a noção de respeito
ao outro e aceitação das regras sociais, “A criança reproduz e memoriza as condutas do seu
ambiente”.
Distúrbios de Comportamento são padrões de conduta que podem ameaçar as relações normais
entre a criança e as pessoas que a rodeiam e tendem a piorar no decorrer do tempo
transformando-se num quadro de Transtorno de Conduta futuro.
*
Ignorá-lo? Pois ele só quer “chamar a atenção”?
Deixá-lo fora da classe para não atrapalhar o grupo?
Levá-lo até a coordenadora para uma boa conversa?
Suspendê-lo da aula e chamar os pais, mais uma vez...?
Colocá-lo numa classe para alunos com necessidades especiais?
Encaminhar para um especialista?
Pedir a transferência de escola?”
Assim, repetidas vezes este aluno “problema” vai ser posto em pauta até ser deixado de lado
literalmente. Será “esquecido” no caso de ser muito quieto ou ao contrário, será retirado do
espaço físico comum por provocar conflitos e tumultuar o grupo. De qualquer forma o que se vê
é uma tendência a isolá-lo e “tratá-lo” à parte.
Acompanhando de perto essas crianças e adolescentes cheguei à conclusão que poucas vezes esta
forma de ação que pretende tratar colocando separado obtém bons resultados. O que dá certo
mesmo é tratar colocando junto!
Não fiquei surpresa quando tomei conhecimento através da Agência Européia para o
Desenvolvimento em Necessidades Educativas Especiais que a Educação Inclusiva propõe a
resolução cooperativa de situações problema sejam estas de cunho acadêmico ou de interação
social: “Resolução cooperativa de problemas: Especialmente para os professores que precisam
de ajuda para a inclusão de alunos com problemas sociais/comportamentais, uma abordagem
sistemática dos comportamentos indesejáveis na sala de aula, constitui um meio para diminuir a
quantidade e a intensidade dos distúrbios durante as aulas. A definição de regras claras e de
determinados limites, fixados com os alunos (acompanhados de incentivos adequados), provaram
ser eficazes”.(Educação Inclusiva e Práticas de Sala de Aula/ março-2003).
“A investigação evidencia também que os alunos com diferentes níveis de competência social se
distinguem significativamente em comportamentos relevantes para a realização de tarefas em
sala de aula, tais como a exatidão das respostas que dão, o comportamento de escuta, a
capacidade de levar a cabo uma tarefa, de seguir instruções e o tempo na tarefa” (Gresham &
Reschly, 1986).
Por tratar-se de uma construção multidimensional e integrativa, que inclui fatores interpessoais,
cognitivos e emocionais a competência social se desenvolve nas práticas interativas entre o
indivíduo e seu meio. Sozinho e submetido a ações isoladas, a criança com distúrbio de
comportamento tende a aumentar suas discrepâncias acentuando sua inadequação social. É no
dia a dia de convivência em grupo que o ser humano aprende a perceber o outro como um
legítimo outro, aprende a negociar, interpretar as ações alheias e controlar suas próprias atitudes.
Tenho sugerido às escolas, pais e profissionais que evitem repetir a tendência de separação,
própria deste tipo de distúrbio, e combinem ações em conjunto.
Uma vez que o comportamento inadequado “empurra” a criança para fora do convívio social, é
preciso estar atento e manter o estado de cooperação entre os adultos responsáveis por ela. Isto
significa dizer que juntos devem estabeler metas e fazer avaliações periódicas do processo.
Sempre que possível, reunir os pais, educadores, terapeuta(s), e o médico (quando for o caso)
numa mesma conversa e quando necessário, a própria criança.
Yara Tandel