Sie sind auf Seite 1von 48

Concepção de Projeto de Interiores

Elaborador:
Nome do autor: Glyvani Rubim Soares
E-mail do autor:
Telefone: (inserir telefone autor (a))

1
Sumário
(Arial / Negrito / 16pt)

(Tamanho fonte do corpo Sumário: 11 pt)

2
Introdução

O presente Caderno de Estudos foi elaborado objetivando apresentar os conceitos de


arquitetura e design de interiores, os aspectos relacionados à concepção de projetos de
interiores e suas fases de desenvolvimento, legislação pertinente, bem como os
benefícios de um projeto sustentável no meio ambiente, na sociedade e na economia.
Identificar as etapas preliminares do projeto de interiores, como entrevista inicial (briefing),
elaboração do programa de necessidades, elaboração do levantamento técnico,
documental e fotográfico. Bem como as etapas referentes ao desenvolvimento do projeto
em si, como o estudo preliminar, anteprojeto, projeto executivo e detalhamento.
Introduzir os conceitos de desenho universal, através de estudo relativo à acessibilidade,
dimensionamento de espaços e ergonomia.
Também versar sobre a importância de temas como percepção do espaço, criatividade,
inovação e funcionalidade, além de apresentar questões práticas relativas ao projeto
como legislação pertinente, implementação de cores, textutras, materiais e tecnologias.

Objetivos

 Apresentar os conceitos e histórico de sustentabilidade.

 Apresentar os conceitos de construção sustentável e de produtos sustentáveis.

 Apresentar a legislação atual relacionada à construção sustentável.

 Fomentar o pensamento crítico e aprofundar competências na área específica.

3
Unidade I. CONCEPÇÃO DE PROJETOS DE INTERIORES

A concepção de projetos de interiores tem como objetivo o planejamento dos espaços de


forma a solucionar os aspectos técnicos do ambiente, como a otimização dos ambientes,
e também as características estéticas, que irão contribuir para um espaço mais
harmonioso e que atenderão as necessidades do cliente, com maior qualidade das
atividades a serem desenvolvidas.
O desenvolvimento dos projetos vai além da análise e conhecimento espacial da
edificação preexistente, ele deve considerar o indivíduo que utilizará este ambiente, suas
características individuais, suas necessidades e desejos, além das particularidades
sócioambientais. O projeto deve ser desenvolvido para atender um determinado usuário,
ou determinado grupo de usuários.
Ao longo do tempo, a forma de criação e adequação das edificações e espaços internos
foram se alterando e se adaptando aos costumes sociais, padrões estéticos e tecnologias
disponíveis. Desta forma, faremos uma breve introdução sobre os processos de criação
de espaços ao longo dos tempos.

Capítulo 1. UMA BREVE INTRODUÇÃO

Ao longo da História, a decoração dos ambientes internos, o design de móveis e demais


acessórios sempre se fizeram presente e tiveram grande destaque nas civilizaçõesem
todo o mundo. De acordo com VEDANA e PANSONATO (2017), alguns estudiosos
remetem a origem do design de interiores aos antigos egípcios, onde já se observava a
preocupação com a organização dos ambientes e a presença de mobiliários rudimentares
com detalhes e reforços em peles de animais e tecidos, bem como a presença de
pinturas, esculturas, murais e vasos decorativos.
Alguns séculos depois, os Gregos aprimoraram a forma de conceber e decorar os
ambientes, trazendo a questão do conforto ambiental para o interior das edificações. Eles
buscavam não apenas empregar elementos com uma relevante preocupação formal e
estética, através do emprego de materiais nobres, como marfim e prata, mas também o
desenvolvimento de tecnologias capazes de alterar e controlar as condições físicas
ambientais, de forma a otimizar a qualidade da vivência dos espaçosinternos e o conforto
dos usuários.
A Revolução Industrial, no século XVIII marca de forma significativa as possibilidades de
criação e transformação de espaços internos, visto que a revolução trouxe consigo a
ampliação da gama de tecidos, materiais, revestimentos e produtos em escala industrial,
possibilitando o desenvolvimento de novos produtos para atender às novas necessidades,
além de preços mais acessíveis, o que permitia o acesso de mais usuários à esses
produtos.
A história da humanidade aponta que o design de interiores origina-se na
decoração dos espaços, evoluindo para desenho de mobiliários e,
atualmente, incorpora a requalificação e reformulação de interiores para
aportar melhorias das condições ambientais do espaço construído, através
4
da remodelagem de fluxos, de áreas e de funcionalidades, substituição de
materiais, de objetos e de revestimentos, criação, redefinição, restauração e
atualização de mobiliários. (SOARES, 2017, p.2).

No século passado, foram investigadas formas e metodologias visando a redução da


subjetividade e aplicação da ciência e da tecnologia de maneira mais objetiva e produtiva.
Nesta época, as pesquisas tinham como base algumas áreas da física e metafísica,
caracterizando a primeira geração de teorias. A estruturação da tomada de decisão foi
altamente valorizada, visto que a maioria das áreas dependiam de técnicas, ferramentas e
protocolos de boas práticas, logo, esperava-se que o mesmo deveria ocorrer com a
produção do projeto arquitetônico.
Em um posterior momento, a linearidade dos problemas deu lugar à complexidade, onde
os pesquisadores da segunda geração puderam verificar que os projetos não são lineares
e uma produção individual, como eram vistos à princípio, mas sim, multidisciplinares, isto
veio mostrar que o arquiteto necessita da interação com outros profissionais de áreas
correlatas, já que o mesmo não controla todos os fatores de projeto e, para o
desenvolvimento dos projetos, dependerá de aspectos externos variáveis, de acordo com
o contexto, como clima, topografia, materias e tecnologias disponíveis entre outros
(NUNES, 2012).
Finalmente, a terceira geração foi influenciada pela História e Filosofia, onde os
pesquisadores constataram que a mesma necessidade pode ser sanada com soluções,
não apenas distintas, como contraditórias. À partir deste momento, o projeto não é mais
visto como uma ciência exata, o projeto passa a depender não apenas de suas premissas
e necessidades do cliente, mas também à forma de trabalho do arquiteto ou design, suas
interpretações e experiências passadas.
As características e diferenças de cada uma das metodologias de projeto das três
gerações podem ser observadas no Quadro 1.

Quadro 1. Quadro síntese das pesquisas em metodologia de projeto.

Fonte: NUNES (2012, p.13)

5
À partir dessas pesquisas em metodologias de projeto, percebeu-se, ao longo do tempo,
que o processo de criação arquitetônica não ocorre de forma única entre os profissionais,
isto é, não há métodos rígidos ou universais, apenas a adoção de alguns procedimentos
comuns.
Na prática, vemos que uma premissa de projeto, isto é, um conjunto de necessidades
pode acarretar em soluções distintas, visto que o projeto é desenvolvido através de
atividades bastante subjetivas, que seguem, até mesmo, a intuição, já outras são mais
objetivas, baseadas em padrões e normas.
O padrão de pensamento dos projetistas é: raciocínio, memória, evolução de
ideias, criatividade e experiência. Dentre as maneiras particulares de
projetar, alguns procedimentos comuns de tratamento de informações são:
coleta e análise de dados, entrevistas com profissionais de destaque,
observações, estudos de caso e comparações entre a atuação de
profissionais experientes e novatos.(KOWALTOWSKI et al, 2011, p.22)

A sociedade atual é significativamente afetada pelo impacto da globalização, com a


consequente transformação da disseminação do conhecimento, interação e aproximação
de pessoas e dinamização do cenário mundial em relação à economia, política, sociedade
e cultura. Essa transformação no cenário afeta todas as áreas do conhecimento, bem
como a do projetista, que necessita buscar disciplinas auxiliares não apenas para o
entendimento do cliente, mas também para decodificar a realidade atual, bastante
subjetiva, principalmente ligadas às questões afetivas, psicológicas e emocionais,
aspectos esses, percebidos no passado, como secundários, e atualmente, abordados
como primordiais e indispensáveis na concepção de projetos e serviços, portanto,
inovadores e sustentáveis (ABREU, 2015).
O arquiteto começa a desempenhar um papel mais abrangente, passando a ser um
prestador de serviço multiciplinar, não apenas o pensador de espaços, ou criador de
sonhos, ele passa a atuar juntamente com outros profissionais no processo.
Atualmente o projetista é capaz de conhecer e adotar tendências globais e as mais
diversas tecnologias, tanto projetuais quanto construtivas. Neste novo contexto, a forma
que os projetistas podem contribuir com as edificações está cada vez mais voltada para a
eficiência, tanto nos aspectos ligados à economia de energia, quanto aos ligados ao
conforto térmico, lumínico, acústico, além do aspecto de segurança da edificação
(NOVAIS, 2017)

1. O PROFISSIONAL DE INTERIORES
De acordo com o CAU BR – Conselho de Arquitetos do Brasil, existem diferenças entre
arquitetura de interiores e decoração.
Arquitetura de Interiores

É a intervenção detalhada nos ambientes internos e externos que lhe são


correlatos, definindo uma forma de uso do espaço em função do mobiliário,
dos equipamentos e suas interfaces com o espaço construído, alterando ou
não a concepção arquitetônica original, para adequação às necessidades de
utilização.

6
Esta intervenção se dá no âmbito: espacial; das instalações; de
condicionamento acústico; de climatização; estrutural; dos acabamentos;
luminotécnico; da comunicação visual; das cores; de mobiliários; de
equipamentos; da coordenação de projetos complementares e; da proteção
e segurança.

Decoração

É um simples arranjo do espaço interno criado pela disposição de mobiliário


não fixo, obras de arte, cortinas e outros objetos de pequenas dimensões,
SEM alteração do espaço arquitetônico original, SEM modificação nas
instalações hidráulicas e elétricas ou ar condicionado.

NÃO implicando, portanto em modificações na estrutura,adição ou retirada


de paredes, forro, piso, e que também NÃO implique na modificação da
parte externa da edificação.

Já a ABD

O profissional de Designer de Interiores utiliza sua formação técnica ou superior em


Design de Interiores (ou Arquitetura) e sua experiência para realizar projetos adequados
às necessidades do usuário e que resolvam criativamente os problemas de seu habitar e
proporcionem melhoria no padrão social e estético. De acordo com a CBO – Classificação
Brasileira de Ocupações - uma espécie de dicionário normalizador dos códigos, títulos e
conteúdos das ocupações do mercado de trabalho brasileiro, o Designer de Interiores
deve realizar as seguintes funções:
Tabelas de atividades

Capítulo 2. PLANEJAMENTODO PROCESSO DE PROJETO

O desenvolvimento de um projeto funcional, bem elaborado, esteticamente agradável e


confortável, não depende unicamente de recursos financeiros abundantes. Com a adoção
de um adequado planejamento é possível atender às premissas de projeto, bem como
respeitar as condições econômicas do cliente, mantendo a funcionalidade e estética. Para
tanto é necessário entender todas as etapas do planejamento e suas especificidades.
Muitas vezes acreditamos que, por se tratar do planejamento de ambientes internos, seja
infinitamente mais simples do que o planejamento dos projetos arquitetônicos de
edificações, entretanto, não é bem assim. Um projeto de interiores envolve uma gama
enorme de informações e processos, de diferentes disciplinas complementares, que
precisam ser pensadas, desenvolvidas e compatibilizadas perfeitamente.

7
O processo de planejamento de espaços internos se inicia com a necessidade ou desejo
de torná-lo mais funcional, mais bonito, ou de dar a esse ambiente um novo uso, sendo
esse espaço habitacional, pequenos comércios ou até mesmo, grandes e complexas
instituições. Espaços menores e mais simples, demandarão um menor esforço no
planejamento, enquanto grandes espaços, exigirão uma maior dedicação por parte do
profissional, visto que a complexidade da tarefa está além do entendimento da maioria
dos usuários (KARLEN, 2010).
O planejamento irá depender da complexidade de cada projeto, por isso é extremamente
importante delimitar o escopo a ser desenvolvido e as diretrizes do que se pretende
alcançar com o mesmo. Conforme Oliveira (2009), o planejamento deve ainda incluir a
formalização, preferencialmente de forma escrita, das metodologias de desenvolvimento,
procedimentos e os resultados que se pretendem alcançar. Desta forma, para cada
projeto devemos ter em mente os recursos necessários para a elaboração do projeto, os
procedimentos básicos e etapas a serem adotadas para o seu desenvolvimento, os
responsáveis por cada etapa, os resultados finais esperados e ainda, um cronograma de
atividades e prazos bem delimitados.
O planejamento leva ainda em consideração a natureza das atividades a serem
desempenhadas na edificação para a determinação dos requisitos de projeto, como a
forma escala, luz, e ainda, as relações entre os espaços internos.
Outra questão importante no planejamento dos espaços é a identificação do conceito de
projetos de interiores que desejamos adotar. O conceito do projeto norteará todas as
etapas do processo projetual e irá auxiliar o projetista a manter o foco no resultado
esperado, visto que, constantemente, iremos nos deparar com infinitas possibilidades que
resultarão em tomadas de decisão à todo momento.
Elaborar um projeto implica em estar, a todo o momento, escolhendo,
dentre vários caminhos possíveis, qual o mais adequado para aquela
determinada situação. O conceito alimenta o processo criativo e direciona
as decisões a serem tomadas, porque revela sempre onde se quer chegar,
voltando nosso olhar para aquilo que se pretende recolher no projeto. Por
isso, ele conduz o projeto, conectando as diversas etapas do processo
(CURY, DELGADO e PIMENTA, 2016, p.134).

Diversos são os fatores que irão influenciar e nortear o desenvolvimento de um projeto de


interiores, portanto, é necessário o desenvolvimento de um estudo bastante minucioso,
levando em conta fatores objetivos e subjetivos.
Observa-se que alguns fatores são racionais e objetivos como a adoção de normas
técnicas, dimensões de ergonomia, dados climáticos, e até mesmo topografia. Outros
fatores se caracterizam por sua sutileza e subjetividade, e estarão mais ligados à
utilização do espaço, como as atividades que serão realizadas neste ambiente, as
preferências pessoais do usuário ou do grupo que irá se apropriar deste espaço
(NASCIMENTO, 2011 apud PANATTO, 2012).
Durante o processo de concepção de projetos de arquitetura de interiores, inúmeras
questões e variáveis surgem para que o ambiente seja elaborado de acordo com as
características e necessidades de um determinado usuário ou grupo social que habitará o
espaço projetado. Um planejamento mal feito, que poderá resultar em um espaço
inadaptado nos aspectos objetivos ou subjetivos, podem gerar stress ao indivíduo que
habitará este ambiente, por conta de desequilíbrios físicos e/ou psíquicos. Desta forma, o
8
principal desafio do profissional na concepção de projetos de interiores será buscar o
entendimento das funções, dos símbolos e dos aspectos psicológicos que acontecerão à
partir da relação entre o indivíduo e o ambiente projetado (ABREU, 2015), conforme
ilustrado na Figura 1.
Figura 1.Ilustração dos elementos objetivos e subjetivos que fazem parte da concepção do
ambiente interno construído.

Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.37.

Perceber melhor o sujeito, suas necessidades, sua forma de ver o mundo


são alguns dos objetivos a serem atingidos por esse profissional. É um
processo complexo, mas necessário, para garantir uma ocupação
significativa, constituindo vínculos de pertencimento, induzindo ao bem-
estar e à qualidade de vida. Entretanto, ressalta-se ainda que são raras as
pesquisas que tratam dessas temáticas aplicadas com efeito nos projetos
de design de ambientes. (ABREU, 2015, p.5)

O processo passa a não ser o centro da questão, não se avalia um método como o mais
correto, o melhor, ou o mais eficiente. Todo e qualquer processo que leve o projetista à
idealização e realização do projeto é considerado útil e apropriado, pois o objetivo
principal deste método é guiar o projetista no desenvolvimento de um determinado
projeto, ordenando suas ideias, avaliando todas as variáveis do processo, de forma
simultânea (NEVES, 1989).
A concepção de projetos e a definição do processo, excede ainda mais, ele dependerá
das características individuais de cada projetista e seu histórico, de como suas ideias são
formadas, quais as origens de suas inspirações, seu domínio sobre as tecnologias
disponíveis para o desenvolvimento dos projetos, qual a disponibiliddade de materiais e
9
fornecedores para determinado projeto. Essas e outras variáveis irão determinar uma
forma particular deste profissional atuar na elaboração de seus projetos e definição do
método empregado em determinado momento.
Outro ponto importante neste processo é a avaliação das questões específicas de cada
projeto, bem como seus aspectos relacionados à estrutura preexistente da edificação. As
alterações e aprimoramentos dos espaços internos podem ocorrer com ou sem alterações
estruturais, sendo que as alterações estruturais modificam os limites físicos do espaço, já
as não estruturais alteram a percepção do usuário do espaço bem como a utilização do
mesmo (CHING e BINGGELI, 2013).
Esse planejamento ainda engloba o estudo da setorização das atividades, circulações,
distribuição do mobiliário, especificação adequada de materiais e acabamentos, seleção
da iluminação apropriada ao uso e detalhamento de forros e tetos, escolha de
revestimentos e suas paginações, determinação do emprego de tecidos, objetos,
acessórios e adornos, detalhamento de marcenaria e demais peças especiais, adoção de
vegetações e composição de projetos paisagísticos, entre outros. (NASCIMENTO, 2011
apud PANATTO, 2012).
Ainda conforme Ching e Binggeli (2013, p.36)
A arquitetura de interiores é o planejamento, o leiaute e o projeto de
espaços internos às edificações. Esses ambiente físicos satisfazem nossa
necessidade básica de abrigo e proteção; eles estabelecem o palco para a
maior parte de nossas atividades e influenciam suas formas; nutrem
nossas aspirações e exprimem as ideias que acompanham nossas ações;
afetam nossas vistas, humores e personalidades. O objetivo da arquitetura
de interiores é, portanto, a melhoria funcional, o aprimoramento estético e
a melhoria psicológica dos espaços internos.

A principal vantagem de adotar uma metodologia de concepção de projetos é a facilidade


no seu desenvolvimento, permitindo ao projetista a identificação de todos os passos a
serem percorridos, redução das dificuldades iniciais, identificação da sequencia de etapas
a serem elaboradas (NEVES, 1989). Ainda segundo o autor, o partido arquitetônico é
compreendido como ideia preliminar do projeto e, para seu desenvolvimento, são
necessárias duas etapas distintas, onde uma delas consiste no conjunto de informações
preliminares e indispensáveis para o desenvolvimento do projeto e a outra, os
procedimentos necessários ao desenvolvimento.
Em termos gerais, conforme Liu e Melhado (2009), o planejamento para o processo do
projeto tem como base os mesmos princípios de outros planejamentos, isto é, o
planejamento para qualquer outro tipo de processo. Desta forma, será necessário
responder à questões pertinentes como:
- o que será feito? (escopo);
- quando será feito? (prazo);
- quem irá executar? (responsáveis); e
- quanto irá custar? (custos)

10
De acordo com Cury, Delgado e Pimenta (2016), o processo de elaboração conceitual
possui algumas etapas distintas que os autores classificam como: fase da divergência,
fase da transformação e fase da convergência.
No início do projeto, todas as possibilidades estão abertas, sendo necessária a fase da
divergência, onde as informações são obtidas e funcionarão como um direcionamento,
descartanto algumas das opções preliminares. Em seguida, a fase da transformação é
caracterizada pelas possibilidades restantes, onde os aspectos técnicos, formais e
ambientais irão ordenar o desenvolvimento de possíveis soluções. A última fase é a da
convergência, onde o projetista tem a capacidade de formular o conceito e desenvolver o
projeto em si.
Apesar desse planejamento ser apresentado de forma linear, como um conjunto de
etapas suscessivas, o processo de projeto configura-se mais “como um ciclo interativo no
qual uma sequência de análises cuidadosas, sínteses e avaliações de informações
disponíveis, insights e soluções possíveis são repetidas até que se alcance um ajuste
adequado entre o que existe e o que se deseja” (CHING e BINGGELI, 2013 p.47).Figura
2.

Figura 2.Ilustração das etapas do planejamento e o “ciclo interativo” das mesmas.

Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.47.

Desta forma é necessário identificar o problema do projeto, isto é, quais as necessidades


do cliente. Ao identificar e compreender esse problema o projetista já terá parte da
solução, pois essa questão irá nortear os objetivos e metas do projeto, acompanhando o
desenvolvimento do mesmo, em todas as etapas do processo.
Como é a partir do problema que serão determinados os aspectos a serem avaliados na
etapa de Análise, é importante que este seja decomposto em questões mais simples e
mensuráveis, identificando quais premissas são exigências projetuais e quais são
mutáveis. Deve-se ainda mapear os parâmetros técnicos, legais e financeiros que
limitarão e direcionarão o desenvolvimento do projeto. Entre os critérios a serem
considerados estão a função e propósito, a utilidade e economia, a forma e o estilo, a
imagem e o significado.

11
Escrever mais sobre conceito

Unidade II. O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO DE


INTERIORES

Para a elaboração de um projeto de interiores é necessário conhecer as diversas etapas


do processo que compõem as fases descritas. Estas etapas incluem, entre outras, a
entrevista com o cliente e identificação de seus desejos e necessidade, o levantamento
técnico e fotográfico do ambiente para identificação das dimensões espaciais, o
desenvolvimento do conceito a ser adotado, a elaboração de desenhos técnicos e
tridimensionais para apresentaçaõ do projeto, a especificação de materiais,
revestimentos, mobiliário e respectivos orçamentos, elaboração do projeto detalhado para
a permitir a adequada execução da obra planejada.
O processo de criação de espaços de vivência, sejam habitacionais, profissionais,
comerciais, ou ainda institucionais, envolvem uma significativa complexidade, tanto na
apreensão das informações técnicas necessárias para o seu desenvolvimento, como
também, na integração das múltiplas variáveis existentes somadas as expectativas do
início desse processo.
Para que o desenvolvimento do projeto ocorra de forma concisa e possa alinhar tanto as
questões objetivas, quanto as subjetivas, é necessário adotar alguns procedimentos
padrões, isto é, etapas de projeto, de forma a amadurecer o conceito inicial do projeto,
bem como aumentar o conhecimento do projetista quantos os anseios, desejos e
necessidades do cliente e/ou clientes em questão.
O processo projetual, ainda que seja apresentado como uma sequência de passos
lineares, configura-se mais como um ciclo, e a determinação dos elementos de projeto e a
disposição dos mesmos, deve ser pensado desde a etapa inicial
Desta forma, primeiramente, o cliente deve fornecer uma estrutura de informações e
intenções e,a partir delas, o profissional busca registrar num plano de objetivos técnicos,
através de representações bidimensionais, capaz de possibilitar a sua materialização.
Sendo assim, como plano de ação, o projeto bem planejado deve refletir o conhecimento
sobre o usuário, além da pesquisa do problema, levantamento e análise dos dados e
avaliações das soluções. Como plano comunicacional, deve traduzir as necessidades e
as preferências espaciais dos futuros usuários em sua configuração, para que eles
possam se identificar com os espaços onde irão viver.

12
Capítulo 1. ETAPAS PRELIMINARES

Este processo, geralmente, envolve o sonho do cliente, seja ele uma nova moradia, um
novo espaço comercial, uma adequação à nova atividade de um espaço preexistente,
uma mudança, entre outros. A expectativa nessa fase inicial é muito alta,

Antes mesmo do início do ensaio projetual, é necessária a realização de uma etapa


preliminar. Nela podemos listar atividades como:

 Entrevista com o cliente (Briefing);


 Análise do perfil do cliente;
 Definição do programa de necessidades;
 Levantamento técnico e fotográfico;

Figura 3.Identificação das necessidades do usuário

13
Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.58.

1. Entrevista com o cliente (Briefing)

Literalmente, briefing significa instruções. O briefing fornece as diretrizes necessárias para a


concepção de um projeto. Todo projeto de interiores deve partir de um briefing, ou seja, uma
relação do perfil, das necessidades e exigências do cliente para o projeto.

14
Trata-se de uma entrevista, onde vamos conhecer melhor o que o nosso cliente deseja, quais são as suas
necessidades e suas expectativas em relação ao ambiente que será projetado.
Essa entrevista poderá ocorrer no seu escritório. Caso você não possua um escritório para
receber seus clientes, poderá combinar na casa do cliente, no seu ambiente de trabalho. Ou até
em um lugar público, como um café ou restaurante tranquilo. Para este momento, leve consigo
papel, caneta ou lápis, celular, máquina fotográfica e trena (no caso de já poder realizar o
levantamento métrico). Para aprofundar seus conhecimentos sobre essa etapa, acesse o material
“Como realizar um bom briefing”. O período desta etapa, normalmente é de um dia.

NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto


de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Consiste em identificar as necessidades dos futuros moradores. O cliente expõem


detalhadamente hábitos, costumes, gostos, perspectivas e vontades de toda família,
fornecendo ao projetista informações que servirão de base para o projeto. A entrevista
com o cliente deve ser composta de todo tipo de questão, devendo fluir como uma
simples conversa, onde não haja constrangimento no questionamento de detalhes. A
seguir mostramos um roteiro básico que serve de diretriz para uma entrevista.
- Quem vai morar no imóvel? Casal, com filhos ou, se, solteiros?
- Há perspectiva de crescimento do número de pessoas da família?
- Você recebe muitas visitas? Em que parte da casa gosta de receber? Têm hospedes
eventualmente?
- Alguém costuma trabalhar em casa? E estudar? Em que horários?
- Algum dos moradores gosta de cozinhar? Costumam comer em casa ou fora? Você
conta com uma empregada?
- Tem ou pretende ter animais de estimação? Que espécie de animal?
- Possui móveis, tapetes, objetos que quer manter? Ou está disposta a comprar tudo
novo?
- Prefere ambientes ricos em elementos, muito ornamentados, ou se sente melhor com
um visual despojado?
- Que cores aprecia? Que efeitos cada tom causa em seu estado de espírito?
- Com que freqüência cada um dos cômodos será usado? Por quem e em que
situações?
- Você e seus familiares cultivam algum hobby? Fazem coleções? Têm manias ou
aversões?
(Fonte: Curso de Decoração: teoria e prática da Casa Cláudia, 2002)
Com as informações colhidas na entrevista pode-se elaborar o programa de
necessidades. O Programa de Necessidades é um resultado das informações recebidas,
e já filtradas, e com a reciclagem necessária. A partir daí, levamos ao cliente nossa idéia
15
de concepção, alertando o mesmo das dificuldades que possam vir a surgir em função
das relações espaço X necessidades práticas X necessidades subjetivas.

2. Análise do perfil do cliente;

3. Definição do programa de necessidades;

Nas situações onde uma edificação existente abrigará uma atividade distinta da original,
as necessidades atuais devem ser adequadas o espaço preexistente. Caso as
divergências sejam significativas, poderá ser necessária uma alteração espacial nestes
ambientes, que se caracterizam em estruturais e não estruturais. Estruturais dizem
respeito à alterações nos limites do espaço interno, envolvendo, por exemplo, a remoção
ou acréscimo de alvenarias. Já as alterações não estruturais são referentes à melhorias
do espaço através de soluções mais superficiais, não envolvendo a estrutura original do
ambiente (CHING e BINGGELI, 2013).

4. Levantamento técnico e fotográfico


A elaboração de um levantamento bem feito é um passo importante no desenvolvimento
de um projeto que será capaz de minimizar futuros problemas na obra, tornando o
processo mais eficiente como um todo.

NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto


de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

a) Levantamento do Local
No levantamento do local tiram-se as medidas de todos os ambientes, vãos de
esquadrias, tamanhos de móveis que serão aproveitados no projeto, bem como pontos de
iluminação no teto, tomadas, interruptores, telefone e antena. No caso de banheiros,
cozinhas, lavanderias ou lavabos, marque a distância entre o eixo de registros, torneiras,
ralos, peças sanitárias e a parede mais próxima. Deve-se verificar também a orientação
solar para saber a quantidade de iluminação e insolação que recebem os diferentes

16
cômodos. Levante todas as características dos revestimentos existentes (material, cor,
textura, etc.) bem como a localização e o estado em que se encontram os mesmos.

https://pt.linkedin.com/pulse/etapas-de-um-projeto-interiores-enrico-salis
http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/202/a-importancia-do-briefing-206899-
1.aspx
http://www.carinapedro.com/2015/04/do-briefing-a-criacao-do-conceito-em-design-de-
interiores.html
http://www.iau.usp.br/ocs/index.php/sbqp2011/sbqp2011/paper/viewFile/235/208
https://www.rsdesign.com.br/espaco_arquiteto/entenda-a-dinamica-do-projeto-corporativo/
http://blog.studiosalis.com.br/index.php/2017/08/07/as-etapas-de-um-projeto-de-interiores/
http://www.ojornalzinho.com.br/2018/02/26/briefing-e-programa-de-necessidades-penna-
arquitetura-e-urbanismo/

pág 52 ching – bom e mau projeto

Capítulo 2. O PROJETO
http://refarq.com/2017/10/31/projeto-de-interiores/
etapas a serem desenvolvidas

http://www.cauce.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/Guia-de-Orientacoes-para-a-
Contratacao-de-Servicos-de-Arquitetura-de-Interiores.pdf

Identificadas as necessidades do cliente, e tendo em mãos uma planta baixa do imóvel,


cria-se um layout com distribuição de ambientes, móveis e iluminação. Se aprovado, esse
projeto recebe vários tipos de detalhamento antes da execução. O projeto, é a
representação gráfica das idéias do projetista de acordo com os gostos, necessidades e
anseios do cliente, e deverá conter os seguintes desenhos:
a) Levantamento do Local
No levantamento do local tiram-se as medidas de todos os ambientes, vãos de
esquadrias, tamanhos de móveis que serão aproveitados no projeto, bem como pontos de
iluminação no teto, tomadas, interruptores, telefone e antena. No caso de banheiros,
cozinhas, lavanderias ou lavabos, marque a distância entre o eixo de registros, torneiras,
ralos, peças sanitárias e a parede mais próxima. Deve-se verificar também a orientação
solar para saber a quantidade de iluminação e insolação que recebem os diferentes
17
cômodos. Levante todas as características dos revestimentos existentes (material, cor,
textura, etc.) bem como a localização e o estado em que se encontram os mesmos.
b) Planta Baixa – representa um corte paralelo ao piso a uma altura de 110 a 150 cm.
Tudo que estiver acima dessa altura deverá ser representada por linhas tracejadas (traço
e dois pontos), sugerindo sua projeção. Esse desenho mostra as larguras e profundidades
dos ambientes. Em caso de reformas, a planta arquitetônica aponta as paredes que
devem ser demolidas e construídas.
c) Cortes – representação vertical, que corta as paredes da casa ou ambiente em
questão. Mostra todas as alturas dos elementos nele existentes, como peitoril (base
inferior das janelas que se projeta além da parede e funciona como parapeito) das
janelas, portas, pé direito (altura entre o piso e o teto), etc. Os cortes se fazem necessário
pois mostram o detalhamento de sancas no teto, encaixes de mobiliário e para facilitar a
execução de determinados projetos de lareiras e churrasqueiras.
d) Planta Elétrica – mostra os locais para tomadas e interruptores, computadores, a
quantidade e os tipos de lâmpadas que se usará no projeto. O projeto deverá ser
encaminhado a um engenheiro ou eletricista qualificado, que então fará os cálculos da
fiação, circuitos e rejuntores. Devem ser fornecidos também os nomes dos equipamentos
a serem instalados e as referidas tomadas, para que seja dimensionada a carga exata
delas. Sempre acrescente uma legenda com a correta identificação de cada símbolo.
e) Planta Hidro-sanitário – no caso de mudanças no encanamento, deve-se indicar a
tubulação de água, ralos, esgotos. Nesse projeto devem aparecer as distâncias das peças
as paredes mais próximas, bem como a distância entre eles, quando se tratar de peças
vizinhas (bidê e vaso sanitário, duas torneiras, etc.) Verificar onde serão instalados os
registros e especificar as alturas. Estude onde irá instalá-los e, se possível, esconda-os
em armários sobre ou sob as bancadas da pia ou do lavatório.
f) Planta de Teto (ou forro) – esta planta mostra os rebaixamentos de teto, sancas
(moldura de gesso ou outro material instalada no encontro do teto com as paredes. Pode
ou não embutir iluminação) e molduras a serem executadas.
g) Planta de Piso – mostra a paginação e detalhes do piso.
h) Detalhamentos – ampliações de elementos do projeto que devem ser executados
segundo um modo particular e específico.
i) Perspectivas – possibilita a antecipação visual dos espaços projetados, dando vida à
criação bidimensional.
O Projeto gráfico é composto por diferentes desenhos destinados a diferentes
profissionais. São eles:
i) Croquis – desenhos livres para conceituar uma proposta;
ii) Anteprojeto – conjunto de desenhos para uma primeira análise com o cliente, neles
serão definidos os posicionamentos e quantidades de móveis, objetos, iluminação, cores,
etc, e,
iii) Projeto executivo – conjunto de desenhos em escalas e com dimensões para a
execução dos serviços. Nesse conjunto estarão plantas de detalhamento de forro de
gesso, assentamento de piso, bancadas, projeto de iluminação, de hidráulica, etc.
18
2.3. Memorial Descritivo
È um registro escrito dos elementos que fazem parte do projeto. Nele, além da simples
descrição do objeto, como cama, por exemplo, deve vir o material, referência e
fornecedor. Sugere-se como roteiro que os itens sejam agregados em função das
necessidades, como a lista abaixo:
a) Ambiente
b) Área aproximada
c) Teto (o material, sua cor, referência específica para a compra, etc.)
d) Piso (o material, sua cor, referência específica para a compra, etc.)
e) Paredes (o material, sua cor, referência específica para a compra, etc.)
f) Móveis sem tecido
g) Móveis com Tecido (estofados) – cores, tipo de tecido, textura, etc.
h) Cortinas
i) Iluminação
j) Acessórios
È interessante colocar amostras pois são elementos úteis, bem como catálogos de
luminárias ou objetos sugeridos.

2.4. A execução do projeto de interiores (Reformas)


Com o projeto definido deve-se iniciar as mudanças de alvenaria e infra-estrutura. Nesse
momento é preciso programar muito bem as etapas de serviço e a entrada em cena de
diferentes equipes de trabalho, de modo que um não danifique o trabalho do outro. Em
geral o roteiro para execução é:
a) Paredes – derrubadas e feitura dos rasgos necessários para instalações elétricas e
hidráulicas;
b) Teto – trabalhos com gesso, rebaixos, iluminação embutida;
c) Piso –colocação , troca ou reposição
Durante este ritual, os móveis já devem estar encomendados, para serem entregues ao
término do processo. É nesse momento, também, que o projetista e o cliente fazem um
estudo das cores para cada ambiente, experimentando amostras no local. A definição dos
tons vai orientar, mais tarde, a escolha de tecidos, móveis, acabamentos de armários e
até objetos.
2.4.1. Marcenaria
Encomendar os móveis de grande porte, cuja execução, feita sob encomenda, costuma
pedir um prazo mais longo para entrega.
2.4.2. Móveis e Tecidos
19
A escolha de certos móveis – como poltronas e sofás – esta diretamente ligada ao tecido.
Fase que demanda muita pesquisa, pis inclui o estilo do cliente e a verba disponível. Se
possível os donos das casas devem visitar as lojas indicadas pelo profissional e avaliar os
móveis sugeridos.
2.4.3. Tapetes e Luminárias
Com os móveis definidos, já se pode ir atrás de tapetes, quadros e objetos de
decoração.
2.4.4. Objetos de ornamentação e retoques finais
Escolha dos enfeites. Esses detalhes só entram em cena com todo cenário pronto porque
têm de se harmonizar com o conjunto.
2.5. Orçamento
O arquiteto ou designer de interiores pode com uma única visita orçar os seus custos,
referentes a elaboração do projeto. No que tange ao custo de execução, o trabalho só
poderá ser orçado após o projeto em mãos.
A diferentes maneiras de se contratar um profissional. Pode-se contratar por um projeto
completo, que inclui a execução e acompanhamento da obra, ou somente uma consultoria
para resolução de um problema específico. Existe a opção pela contratação de um projeto
básico que será executado pelo próprio cliente. A Associação Brasileira de Designers de
Interiores estabeleceu- três categorias de projetos de remuneração:
Categoria A – Projetos de decoração com Arquitetura de Interiores – envolve reformas e
inclui escolha de acabamentos, distribuição e localização de pontos eletricos e
hidráulicos, iluminação, desenho de portas e divisão interna de armários embutidos e
banheiros, desenho de mobiliário e peças especiais, detalhamento de forros, escolhas de
tecidos, mobiliário, revestimentos e materiais de iluminação.
Categoria B – Projetos de Decoração – envolve o desenho de portas e divisão interna de
armários embutidos, de cozinhas e banheiros, desenho de mobiliário e peças especiais,
detalhamento de forros e pisos, escolha de mobiliário, revestimentos e materiais de
iluminação.
Categoria C – Lay out e distribuição de móveis – envolve a escolha de tecidos, mobiliário,
revestimentos e materiais de iluminação.
A remuneração profissional é estabelecida a partir de quatro condições, usadas individual
ou combinada:
a) Remuneração por projeto – dependente da quantidade de atividades realizadas pelo
profissional responsável.
b) Consulta – o cliente solicita orientação sem contratação efetiva para determinado
projeto ou prestação de serviços.
c) Hora técnica – envolve a entrevista com o cliente e a execução do projeto.
d) Administração da obra – os honorários são calculados a partir de um percentual do
valor total da execução do projeto de decoração (variável de 12 a 15%.
20
Alguns cobram um valor fixo por m².

Apostila de detalhamento
Legislação

21
Unidade III. PRINCÍPIOS DE PROJETOS DE INTERIORES

PROPORÇÃO
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Proporção é a relação entre partes e o todo e também entre o todo e o conjunto do que
faz parte. Cada coisa tem a sua proporção própria que não pode e não deve ser alterada.
Na proporção todos os elementos devem formar uma composição agradável. È
necessário avaliar a relação dos móveis entre si, com o tamanho do ambiente e o pé-
direito e com os objetos. Peças muito pequenas desaparecem e as grandes pesam. Até
cor e materiais alteram volumes.
Logo a proporção é um elemento importantíssimo para uma boa decoração. Da unidade
ao conjunto, e deste ao ambiente, tudo tem que respeitar os princípios da proporção, sem
a qual nada se criará o belo.

EQUILÍBRIO
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Equilíbrio é ordem, um sentimento definido de repouso que se traduz em sensação de


conforto em um espaço, ou seja, quando os elementos dos ambientes estão distribuídos
de forma perfeita, sem que surjam aglomerações.

3.2.1. Tipos de Equilíbrio


NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Equilíbrio Simétrico é, como o próprio nome indica, a disposição de pesos idênticos de um


e outro lado do ponto de interesse do ambiente, que funciona como o fiel balança.
Estabelecido este centro, vai-se dispondo peças, aos pares, uma em cada lado do
esquema, de maneira que, no final, tem-se duas partes exatamente iguais. È uma solução
usada em ambientes mais clássicos e formais.
Figura 01 – Equilíbrio Simétrico com o eixo central na porta de entrada.
Fonte: GURGEL, 2005.
Figura 02 – Equilíbrio Simétrico com alteração do eixo pela adição de cor em umas das
paredes. Fonte: GURGEL, 2005.

22
Equilíbrio Assimétrico é o mais informal, dinâmico e espontâneo. Nessa forma de
equilíbrio, um lado de um elemento é equivalente ao outro no peso, mas não na forma.
Deve ser usado quando se deseja amplitude e informalidade. Um grupo de diversos
objetos pequenos, no canto de um móvel, pode ser equilibrado por uma peça grande, no
outro, da mesma maneira que uma estante-secretaria, muitas vezes é usada para
equilibrar uma janela que fica em oposição.
Figura 03 – Equilíbrio Assimétrico, o peso visual das diferentes janelas se equilibra num
eixo que passa pela porta de entrada. Fonte: GURGEL, 2005.
Equilíbrio Radial tem como característica principal o movimento circular que se direciona
para ou se expande de um foco central.
Figura 04 – Equilíbrio Radial. Fonte: GURGEL, 2005.
Desequilíbrio proporciona uma sensação de instabilidade. Não é repousante e causa
intranqüilidade.

3.3.Dominância (Ritmo)3-
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Para que, uma decoração, se tenha uma sensação de unidade, pode-se recorrer a
repetições de um tema nos diferentes ambientes, criando assim uma dominância. Esta,
também, pode ser definida como a repetição, de um elemento, que ajuda a garantir a
coerência do projeto.
Ela pode ser de cor, mais que evidente, de linhas, de textura ou, num ponto mais
avançado, uma dominância de idéias, onde se sente, de maneira pouco comum, a
personalidade de quem estabeleceu os temas da decoração.

3.4.Harmonia
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

Harmonia é a disposição bem ordenada entre as partes de um todo, é a concordância


entre a proporção, ordem e simetria, ou seja, é uma relação harmônica do conjunto de
formas, cores, texturas, etc., que se relacionam e se interagem.

23
PERCEPÇÃO DO ESPAÇO

Quando falamos sobre a percepção de algum espaço, é necessário que observemos sua
interação com o tempo e seus conceitos, visto que a nossa compreensão e sentimentos
relacionados àquele ambiente poderá ocorrer de uma forma em um determinado tempo e
de outra forma, completamente diferente, em outra época, ou momento da vida.
À princípio temos que os temas espaço e tempo possuem um campo ilimitado de
conceitos e da mesma forma, ilimitadas formas de conhecimento e análise destes temas,
entretanto, como estamos explanando sobre as forma de concepção dos espaços, torna-
se impossível dessassociar o espaço do ponto de vista do ser humano. Sendo assim,
iremos apresentar sobre como o homem apreende esse tempo/espaço e os mecanismos
envolvidos nesta forma de como o espaço é percebido.
A formação do conceito de espaço em cada pesso é desenvolvida desde a infância,
quando começamos a interagir com o ambiente. As crianças percebem o espaço através
de suas atividades, principalmente em relação ao tato e movimentos do corpo, traduzindo
isso em imagens mentais.
Segunto Kant, o espaço e tempo são “condições necessárias paratoda experiência
(interna e externa), não são mais do quecondições puramente subjetivas de todas as
nossas intuições” (KANT, 2008, p.28, apud HARTENTHAL e ONO, 2011, p.4).
Vemos então que a percepção de um espaço é algo bastante subjetivo e será particular a
cada indivíduo que experimentar aquele ambiente, entretanto, essa percepção é inata a
todo ser humano e somente irá ocorrer através da interação de todos os sentidos. Sob
esta ótica, o ambiente está impregnado de referências e símbolos adquiridos em
experiências vivenciadas pelo indivíduo, em uma combinação de aspectos espaciais,
temorais e psicológicos, formando a compreensão individual daquele ambiente.
O indivíduo começará a ver, sentir e experimentar a arquitetura através das interações
entre o seu corpo e o espaço, realizando a análise do mundo externo através de seu
mundo interno, isto é, a percepção do espaço somente existirá através da interpretação
humana daquele lugar.
Segundo RAPOPORT (1977 apud CASTELNOU, 2003), a percepção do ambiente ocorre
em etapas predeterminadas e consecutivas:

24
1- Captação sensorial: é algo relacionado ao instinto de sobrevivência e ocorre de
forma semelhante entre as pessoas;
2- Cognição: seria a forma de organização e compreenção do que foi captado, é
como a pessoa compreende e percebe o mundo, variando culturalmente entre os
indivíduos;
3- Avaliação ambiental: esta etapa é baseada em preferências e valores de cada
pessoa, além da qualidade do meio.
Desta forma, a percepção do meio está baseada nestes 3 aspectos e os mesmos devem
ser considerados intimamente relacionados.
Os esquemas cognitivos irão variar por diversas influências, sendo elas a diferença
cultural, as experiências prévias, além da capacidade de adaptabilidade do indivíduo,
desta forma, cada ambiente irá proporcionar uma emoção à cada pessoa, à partir da
captação do espaço e associações desde ambiente com seu próprio repertório de
imagens e sensações.
O ambiente arquitetônico afeta o comportamentohumano, podendo
provocar monotonia, fadiga, dorde cabeça, irritabilidade e até hostilidade,
assim como favorecera sensação de ânimo, vivacidade, alegria e
relaxamento.Todos os sentidos participam da compreensão
espacial.Através da visão, o sentido dominante dos seres
humanos,percebe-se distâncias, tamanhos, formas, texturas,luzes e cores.
Estas últimas, por sua vez, afetam nossossentidos, o sistema
psicofisiológico e a sexualidade, provocandotanto agressividade como
relaxamento. A audiçãoseria um sentido transitório, muito mais fluido e
passivoque a visão, mas que também nos ajuda a compreenderos
espaços, pois é possível sentir os ecos e outros efeitosacústicos mais
sutis. O espaço acústico não se situa: é esféricoe sem limites. Já o olfato é
um sentido imediato emotivoe primitivo capaz de evocar épocas e
situações do passado (CASTELNOU, 2003, p. 148).

De forma simultânea, os cinco sentidos, juntamente com o suas análises individuais, as


pessoas irão perceber o espaço e interagir com ele. A percepção é a reação dos sentidos
aos estímulos recebidos, juntamente com suas experiências anteriores.

http://parquedaciencia.blogspot.com/2014/04/como-percebemos-e-representamos-o-
espaco.html

Simultaneamente através dos cinco sentidos e da mente as pessoas percebem o espaço a sua volta e
interagem com ele tornando-se conscientes do mesmo. Assim, a percepção se desenvolve como
resposta desses sentidos aos estímulos espaciais e fornece à pessoa conhecimentos imediatos a
respeito do que a cerca (TUAN, 1980). Para que o algo percebido tome significado ou conceito é
preciso a reincidência de experiências (LIMA, 2007). A partir desta reflexão, pode-se afirmar que é
através da percepção que se constrói o conhecimento do espaço adjacente e organiza outro,
individualizado.

Por possuírem órgãos sensitivos similares, os seres humanos compartilham percepções comuns.
Assim, como membros da mesma espécie, estão limitados a perceber as coisas de uma
determinada maneira. Contudo, sabe-se que a forma como o espaço é percebido varia entre
25
pessoas, culturas e condições sociais (Tuan, 1980). O autor afirma então, que “A cultura e o meio
ambiente determinam em grande parte quais sentidos são privilegiados” (Tuan, 1980, p. 284).
Entende-se por cultura como a soma dos comportamentos, dos objetos, dos saberes, das
técnicas, dos conhecimentos e dos valores acumulados por um grupo socialmente organizado
(CLAVAL, 2001). Na atualidade, aproximadamente 90% das percepções humanas são adquiridas
visualmente e grande parte das restantes se adquire através do tato e do ouvido (Gaspar, 2001).

Falar sobre cada sentido

Visão

Se considerarmos uma hierarquia dos sentidos, desde a antiguidade, a visão ocupa o


lugar de destaque, como sendo o “sentido” mais valorizado, e se mantém no topo desta
classe ao longo da história, até a atualidade. Nesta mesma hierarquia, o tato encontra-se
como o “sentido menos valorizado”.
Expressões da Língua Portuguesa tais como: “do meu ponto de vista”,
“segundo a minha visão” (para expressar opinião); “estou a ver” (para
indicar compreensão); „Olha!‟ (para chamar a atenção de alguém), „ver
com outros olhos‟ (para indicar uma diferente abordagem que pode levar à
aceitação de algo), e até ditados populares como „Ver para crer‟,
demonstram a importância deste sentido na nossa sociedade.(SILVA,
2011, p.22)

https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2221/1/Os%20Sentidos%20Humanos%20e%2
0a%20Constru%C3%A7%C3%A3o%20do%20Lugar_Parte%20Escrita.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492006000100025

Audição
Olfato
Paladar
Tato
Sinestesia

LUZ NA ARQUITETURA

26
CASTELNOU, 2003
A luz é a primeira e mais importante experiência visual
do ser humano, podendo ser direta, indireta ou difusa.
Sua intensidade varia com a localização geográfica, a estação
do ano, a hora do dia e as condições atmosféricas, o
que afeta sombras, contrastes e sensações de temperatura.
Enquanto a luz direta provoca distintas zonas de claro e
escuro, a indireta é refletida, ricocheteando de superfície
em superfície, tanto fora como dentro de um ambiente. Sua
qualidade e cor são afetadas conforme a superfície refletora.
Já a luz difusa é suave e sem sombras, sendo filtrada
por biombos ou cortinas translúcidas. Tirar partido da luz
sempre foi um elemento da arquitetura, uma vez que o uso
de beirais, persianas e brisespermite explorar esteticamente
os níveis de iluminação de um ambiente, nas diferentes
fases do ano. Inundando o ambiente de luz ou bloqueando
sua incidência, possibilita-se a criação de sensações variadas,
desde o aspecto de frescor até uma atmosfera de intimidade
e reflexão. Portas, janelas e clarabóias afetam igualmente
a percepção de alterações térmicas e de umidade,
resultando em conforto ou irritabilidade ao passo que permitem
reações visuais e epidérmicas através de mensagens
endócrinas.
De acordo com Papanek (1998), “a luz precisa de
espaço: é a sala que dita o fluxo de luz; a luz que modula o
volume da sala”. Sua influência sobre o ser humano é fundamental.
Segundo ele, cientistas comportamentais concluíram
que uma sala iluminada pela luz solar, que entra
por janelas dispostas em um certo ângulo, aumenta os níveis
de serotonina e, em muitos casos, proporciona a seus
habitantes uma atitude mais positiva.Tendemos a nos sentir
deprimidos e apáticos no inverno, porque os dias passam
a ser mais curtos e escuros, já que os ciclos sazonais
de intensidade e duração da luz afetam nossas glândulas
endócrinas. Já a melatonina, que é produzida durante os
períodos prolongados de escuridão ou com luz tênue, provoca
sonolência, melancolia e, em excesso, depressão.
Outro elemento essencial do espaço arquitetônico é
oritmo. Conseguir manipulá-lo permite criar novas sensações
de conforto psíquico em virtude de modulações visuais.
Paralelamente, a sensação de escala afeta nossa percepção
do espaço (SNYDER-CATANESE, 1984). Esticar os músculos
do pescoço para olhar a abóbada de uma catedral ou refocar
os músculos oculares ao entrar em uma casa de chá japonesa
atua no nosso corpo de uma forma cinestésica. Quando
sesobe por uma escada, entram em ação mecanismos
de equilíbrio no interior do ouvido, reenviando informações
ao cérebro e resto do corpo, de uma forma rica e sutil:
sentimos o movimento de nível para nível. A sensação é
27
totalmente diferente se o movimento é feito por rampa ou
elevador. Da mesma forma, a altura de um teto varia, tornando-
se baixa e acolhedora, o que confere segurança e
privacidade, ou se ergue exuberante, proporcionando a sensação
de impotência e desolação (MANCUSO, 2000).
Os arquitetos e designers sempre tiveram consciência
de que as nossas reações cinestésicas ao espaço e ao
lugar podem servir para manipular a percepção e o comportamento.
Contudo, as reações emocionais à participação
muscular em uma estrutura dependem de muitos outros
indícios. Segundo Lee (1999), a forma de uma sala,
além de criar vários tipos de ressonância, proporciona também
espaço para o movimento da energia segundo um determinado
esquema. Essa energia espiritual flui em espirais
e círculos; e cada estrutura possui uma ressonância
própria derivada das suas proporções, servindo assim de
molde à energia dinâmica consoante a sua forma específica.
Muitos edifícios antigos em locais sagrados receberam
a sua geometria espacial de fontes orgânicas profundamente
enraizadas na nossa psique e dos sistemas de proporções
que regem esquemas de crescimento na natureza, bem como
dos intervalos harmônicos da escala musical.
Muitos construtores antigos sabiam usar o meio termo
ideal, fazendo com que templos, santuários e outros
ambientes fechados ressoassem em uma freqüência específica,
o que vem sendo provado por recentes pesquisas.
Conforme Papanek (1998), alguns pesquisadores dizem que
o eco das catedrais góticas ressoa à mesma freqüência que
a própria Terra – de 7,5 Hz –, a que, por sinal, é também a
freqüência do cérebro humano no seu estado alfa mais receptivo
e repousado. Da mesma forma, o uso da seção áurea,
2 que, para os antigos gregos, definia a harmonia nas
proporções de qualquer figura; e da famosa Série de
Fibonacci,3 na qual cada número novo origina-se da soma
dos dois anteriores, que para os artistas renascentistas mostrava
uma profunda ligação entre a criação artística e a natureza.
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

A maneira como as cores, as formas e as texturas são vistas depende muito da luz, seja
natural ou artificial. Se utilizada com imaginação, a iluminação pode melhorar muito a
aparência de uma residência. A forma visual, o tamanho e atmosfera de qualquer espaço
são diretamente dependetes da qualidade de luz introduzida nele. Logo, um bom projeto
de iluminação deve dar ao ambiente uma identidade, valorizando os aspectos decorativos
e proporcionando conforto visual para atividades exercidas pelas pessoas que utilizam o
espaço. A boa iluminação deve dar ao ambiente uma sensação de conforto e segurança.
5.1. Planejamento da Iluminação
A iluminação de ambientes depende da quantidade e tipo de lâmpadas e luminárias
utilizadas, e ainda da maneira como estão posicionadas no ambiente. O tipo de luminária
28
influencia diretamente o rendimento das lâmpadas, assim como os refletores das
luminárias melhoram a iluminação, concentrando a luz na área desejada. Uma iluminação
direta, ao mesmo tempo em que destaca mais os objetos, acentua sombras e
irregularidades, enquanto a indireta é mais suave, não sendo adequada para locais com
atividades que exijam acuidade visual.
A escolha adequada da iluminação para cada ambiente é fundamental. Como regra,
pode-se afirmar que as lâmpadas fluorescentes são melhores para locais que ficam muito
tempo iluminados, enquanto as incandescentes são mais adequadas para ambientes
onde o acionamento das lâmpadas é constante. Segue abaixo uma orientação geral para
ambientes residenciais:

em lugares de passagem, tais como corredores, que não necessitam de muita claridade
e onde as luzes ficam acesas por longos períodos, a lâmpada compacta fluorescente de
baixa potência seria mais adequada e econômica;

em locais onde as luzes permanecem acesas por longos períodos, tais como sala de
estar e cozinha, poderão ser utilizadas lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares
(com tons mais frios), podendo-se ainda optar pelas incandescentes (com tons mais
quentes);

nos banheiros, local onde as lâmpadas ficam geralmente acesas por curtos períodos e
são freqüentemente acionadas, as incandescentes são mais adequadas. A luminária deve
ser resistente à umidade;

nos dormitórios, é preciso considerar quantas horas por dia as lâmpadas ficam acesas;
se não forem muitas, as incandescentes podem ser utilizadas, caso contrário, as
fluorescentes são mais adequadas, podendo também serem utilizadas luzes localizadas.
Nos quartos de crianças deve haver mais luz, pois é o lugar onde elas normalmente
brincam;

escritórios e salas de estudo requerem iluminação potente e uniforme, para a qual as


fluorescentes tubulares são mais adequadas. Deve-se evitar clarões e reflexos na
superfície de trabalho, pois causam fadiga;

em ambientes externos, onde geralmente as lâmpadas ficam acesas a noite toda, as


lâmpadas fluorescentes são mais indicadas, podendo ainda ter sensores de luminosidade
ou temporizadores, que desligam automaticamente a lâmpada ao clarear o dia, ou de
movimento e minuterias, como os de prédios.
A partir da planta de lay out pode-se planejar a iluminação. Faça uma lista das várias
funções que deverão ser desenvolvidas na casa: trabalhos domésticos, costura, cozinha,
etc. Em seguida, decida que acessórios serão necessários. Para funcionar bem, devem
ser instalados com o tipo certo de lâmpadas de potência correta.

COR
29
6. CORES
NOGUEIRA, Caroline Scheffer. Tecnologia em Design de Interiores: Apostila de projeto
de interiores. Dom Bosco. [s.d.].

A cor pode ser utilizada como ferramenta para transformar ambientes, conseguindo
efeitos que não poderiam ser obtidos de uma outra forma ou com outros materiais. Os
espaços podem ser modificados, tornando-se maior ou menor, mais baixo, mais alto, ou
mais estreito, apenas com o efeito da cor. Por exemplo, a possibilidade de rebaixar tetos
ou levantar pisos, aproximar ou afastar paredes, esconder um canto de uma sala ou criar
um relevo inexistente na fachada.A importância de considerar as cores em projetos de
interiores e a influência delas em nossas vidas passa a ser evidente quando admitimos
que passamos a maior parte do nosso tempo em ambientes internos. A cor é um dos
principais fatores responsável pelo modo como nos relacionamos com o ambiente onde
nos encontramos e pela sensação que ela nos permite exprimir. Ela torna possível
transformar determinados espaços comuns e monótonos em ambientes mais
estimulantes. Pequenas alterações ou mudanças na cor de paredes da casa, modificação
em determinados mobiliários, aplicação de pequenos acabamentos ou detalhes produzem
resultados expressivos que evitam grandes alterações na estrutura básica de um cômodo,
além do que torna-se mais viável com relação a custos.
6.1. O Poder das Cores no Equilíbrio do Interior dos Ambientes
As pesquisas e descobertas realizadas através dos tempos nos levaram a compreender
que o uso de uma ou várias cores em um ambiente pode alterar a comunicação, as
atitudes e a aparência das pessoas nele presente. Uma quantidade exagerada de cores,
padrões e desenhos pode, por exemplo, gerar desarmonia no ambiente, e este reflete o
nosso estado interior e nas nossas atitudes.
As cores das quais gostamos são extensões de nos mesmos, visto que em torno de cada
pessoa existe uma aura de luz que irradia várias cores, e assim, tendemos a ser atraídos
por aquelas que complementam nossa aura.
As cores que usamos em casa dizem muito a nosso respeito. Para que seja possível criar
uma conexão entre as nossas cores pessoais com a utilização delas no interior do
ambiente é necessário que superemos nosso medo de sermos diferentes e únicos e nos
aventuremos nume perspectiva de auto-descoberta. A maioria das pessoas está
acostumada a usar cores pastéis e neutras, discretas e ajuizadas inibindo assim nossa
auto-expressão. A escolha das cores das tintas, papéis de parede, tecidos, tapetes ou
outros materiais de decoração que serão colocados num ambiente pode contribuir para
gerar desequilíbrios fisiológicos e psicológicos, pois são como as “vestes” que recobrem a
estrutura da construção. E como a decoração interna não é algo que se possa modificar
com frequência o ideal é faze-la de modo correto desde o início.
6.2. Diferenciação pela Cor
Os principais fenômenos de diferenciação são: 1- Unificar pela cor – diferenças formais
são compensadas pela cor. A cor unifica os componentes pertencentes a um grupo, como
por exemplo, um sistema de produtos de uma empresa com determinada imagem visual.
2- Distinguir pela cor - figuras e formas idênticas são diferenciadas pela aplicação de
cores como por exemplo a bandeira da Itália e da França são idênticas em sua estrutura
formal, porém se diferenciam pelas cores. 3- Camuflar pela cor - assimilar uma
figura/forma a um contexto (fundo). Este efeito é o contrário do contraste. Baseia-se na
minimização, diminuição ou até a eliminação de contrastes. Um exemplo deste fenômeno
30
são as texturas cromáticas aplicadas sobre chapas de revestimento em móveis de
cozinha para absorver arranhados. 4- Chamar atenção pela cor - sinalizar ou enfatizar
uma forma/figura pelo contraste com seu contexto. O uso da cor vermelha do extintor de
incêndio é um exemplo deste princípio. 5-Estruturar pela cor - enfatizar a estrutura
diferenciada de formas/figuras num contexto, como por exemplo, as teclas de funções e
teclas alfanuméricas do teclado de um equipamento. 6- Codificar pela cor através de
convenções e regras, associando uma determinada cor com um significado específico. As
cores dos dutos para líquidos e gases nas indústrias codificam seu uso. 7- Indicar através
da cor - fenômenos físicos representados pela cor utilizada como signo sintocromático;
como o papel para testes de pH. 8- Simbolizar através da cor - uso sociocultural da cor
para simbolizar determinados atributos. Um exemplo deste princípio é a cor preta das
câmeras fotográficas que significa “profissionalismo”. 9- Estilizar através da cor - exagerar
ou quebrar o uso convencional de cores, como a cor verde dos cabelos de um "punk”. 10-
Efeito Físico da Cor - uso da capacidade de reflexão e absorção de superfícies coloridas
em projetos. O branco para refletir o calor em pinturas de telhados e o pretopara captação
de energia solar, por exemplo. 11- Efeito Fisiológico da Cor - o contraste sucessivo geram
as pós imagens, este é um dos efeitos fisiológicos da cor e que é aplicado no uso da cor
verdeturquesa em salas de cirurgia para neutralizar as pós imagens provocadas pela
concentração do aparato visual sobre um campo vermelho (sangue). 12- Efeito
Sinestésico da Cor: a correlação entre a percepção pertencente a um sentido e a
percepção de outro sentido. A cor em si não causa sensações acústicas ou táteis, porém
as cores são consideradas como cores quentes, frias, tranqüilas, excitantes, etc. E
finalmente, 13- Efeito Psicológico da Cor: associação entre uma percepção cromática com
outras experiências e/ou significados. A cor rosa é associada em determinado contexto
cultural como “feminina”, e azul como “masculino”. O rosa pink é considerada uma cor
excitante.
6.3. Harmonia das Cores no Design
O equilíbrio estético resultante da aplicação das cores pelos designers deve ser baseado
na utilização criteriosa de alguns aspectos importantes: o conhecimento da teoria das
cores, da classificação destas, dos tipos de contrastes, da legibilidade da comunicação e
principalmente no uso harmônico das cores. Assim, a aplicação de cores não é uma
tarefa fácil , mas exige um conhecimento e habilidade por parte dos designers.
A harmonia é definida como sendo "correspondência, acordo, tranqüilidade". Assim como
na música, podemos conseguir uma escala harmônica de cores, numa composição onde
nenhum elemento por si só é dominante, mas uma composição em que todos os
elementos se combinam para formar um todo unificado. Existem alguns princípios da
harmonia bastante úteis aos designers e que devem ser considerados em seus projetos
cromáticos.
Os principais princípios da harmonia, segundo GOLDING e WHITE são:
1- Similaridade: que estabelece que as cores semelhantes em composições geralmente
produzem resultados harmônicos. Essas cores são as cores mais próximas entre si do
disco cromático, como por exemplo, os tons de vermelho, laranja e amarelos; ou o verde
e o azul.
2- Familiaridade: sistemas de cores que usam cores não comuns como magenta, cian
puro ou roxo podem parecer irritantes ou desagradáveis. No entanto, se sua intenção é
provocar estes efeitos ou “mexer” com o usuário/consumidor, use-as de forma harmônica.

31
As cores familiares, e as cores da natureza são mais fáceis de agradar ao público
tradicional.
3- Equilíbrio: trata da quantidade, destaque e localização das cores na composição, que
geralmente são obtidas pela simetria e assimetria das formas e das cores.
4- Ordem: estabelece que qualquer escala de cores deve ter uma ordem cuidadosamente
planejada. Geralmente se utiliza o círculo cromático para planejar as cores, utilizando os
contrastes à partir de sua localização no círculo, ou seja: cores análogas, distantes,
opostas, complementares, as cores triádicas, etc.
5- Ambigüidade: o projeto cromático deve evitar, no máximo os elementos de incerteza e
de indefinição, o que provoca desequilíbrio à composição. CHIJIIWA acrescenta outros
fatores importantes para se obter a harmonia no uso das cores, além dos princípios
apresentados acima. O principal deles é definir o objetivo de seu projeto de design: "Só
porque você gosta do azul não significa que você deve usá-lo em seus projetos. Em
alguns momentos, o azul pode não ser apropriado, e um sistema de cores deve refletir
sempre o propósito ou o objetivo de seu projeto. Faça as seguintes perguntas antes de
defini-las: que efeito estou procurando?; que cores transmitirão melhor este efeito?; estas
cores são muito utilizadas, ou desgastadas?; quais alternativas que melhor atenderão ao
objetivo? ;são apropriadas para o público alvo? ; são legíveis?; posso melhorar o
resultado se mudar uma das cores?. Ainda sobre a familiaridade das cores, o autor soma
a importânciado uso das cores naturais, " As cores mais familiares que existem são as
cores da natureza: árvores, céu, pássaros, flores, água, terra, fogo, pele, etc. Estas cores
são harmoniosas, nossos olhos foram acostumados a olhá-las e não existem matizes
chocantes neste meio. Nossos olhos fazem uma boa distinção entre a luz e sombra, já
que raramente vemos coisas iluminadas de forma homogênea na natureza. Esta é a
razão pela qual é mais importante variar as tonalidades do que as matizes: o olho humano
é muito mais sensível a graduações sutis de luminosidade do que de variações de matiz
ou comprimento de onda".
Ele apresenta ainda dois fatores de extrema importância para o sucesso do projeto
cromático - "Outra maneira de aumentar a harmonia é limitar o número de cores no seu
projeto. Duas ou três cores são geralmente suficientes. Cinco é demais. Cuidado na
seleção de quatro cores, nada é pior do que cores demais, especialmente se faltam
elementos em comum. Não importa quantas cores você utilize, certifique-se de que há
somente uma cor dominante: a que dá o “tom” a todo o sistema de cores. As outras
devem ser identificadas claramente como secundárias". E ainda acrescenta, Seja Criativo
e Original, estas são apenas ferramentas úteis para seus projetos, no entanto não há
receitas prontas para o design".

http://gshow.globo.com/ep/cores-de-novela/noticia/2017/06/como-cores-mudam-
sensacao-de-espaco-nos-ambientes.html

cores no projeto
http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/03/Artigo-Daniel-Pinheiro.pdf
32
os aspectos subjetivos e de conceitualização do projeto (cores,
tecidos, estilo de decoração, etc.), detalhamentos, orçamentos e nem o prazo necessário para
elaboração desse processo. Será considerada a execução da obra cívil, que é a execução do
projeto executivo, os serviços em campo, aplicação de materiais e a utilização de mão-de-obra
e equipamentos.

REFERÊNCIAS DO CURSO
BIBLIOGRAFIA:
BLAISSE, Petra. InsideOutside. The Monacelli Press.
Revista Bamboo
Coleção de livros da editora Gustavo Gilisobre Design de Interiores
1. Design de interiores: Guia útil para estudantes e profissionais;
2. Mobiliário para o design de interiores;
3. Iluminação no design de interiores;
4. Materiais no design de interiores
5. Planejar espaços para o design de interiores
6. Sustentabilidade no design de interiores
SITES:
http://www.insideoutside.nl/ | site designer Petra Blaisse
www.bebo.etc.br | site Bel Lobo
www.mooc.etc.br | site Bel Lobo e professora Mariana Travassos
www.kube.etc.br | site prof. Juliana Neves
www.miguelpintoguimaraes.com.br | site professora Adriana Moura
www.suzanequeiroz.com | site professora Suzane Queiroz
www.grua.arq.br | site professora Caio Calafate
http://gizbrasil.com/ | Portal Giz
http://www.studioilse.com/ | site da designer Ilse Crawford

ERGONOMIA
f) Dicas de Ergonomia
A ergonomia é “ o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do homem em
atividade, afim de aplicá-los à concepção de tarefas, dos instrumentos, das máquinas e
dos sistemas de produção” (LAVILLE, 1977). Possui como objetivo básico melhorar as
condições de trabalho a partir da análise do que é efetivamente realizado pelo trabalhador
– a atividade.
O desenvolvimento de um bom trabalho depende diretamente de um conjunto harmonioso
composto pelo trabalhador, equipamentos e locais adequados para realização de tarefas.
Estes fatores integrados, irão determinar um melhor desempenho das atividades, bem
como, uma melhor utilização dos recursos disponíveis (PROENÇA et al., 1996).
Não se pode contestar que a cozinha seja a área de trabalho mais importante na
residência e que todo usuário passa ali muito tempo com os afazeres do dia-a-dia. Por
isso, deve-se refletir muito sobre o planejamento de uma cozinha, e aspectos como
ergonomia e ciclos de trabalho otimizados (trajetos, tempo) devem sempre ser
ponderados.

33
O planejamento da cozinha deve levar em consideração o tamanho da família, o número
de pessoas da casa, os destros ou canhotos, altura da dona de casa, ou homem, altura
desejada para os importantes planos de trabalho, podendo ser equilibrados pela altura
das bases do mobiliário. Em pé trabalhar com o corpo ereto e não curvado. Para garantir
um trabalho lógico e eficiente devem se localizar armários, bancadas de trabalho e
equipamentos seguindo uma correta seqüência. Em construções recentes observar
instalações e ligações para gás, água e energia elétrica. Os setores de maior movimento
devem estar próximos (bancada- pia e bancada –fogão).
4.3.2. Lavanderia
Esta área deverá ser bastante iluminada e ventilada, para permitir uma boa secagem de
roupa. As atividades básicas para essa área, são:
a) preparar: bancadas de apoio
b) lavar: tanque e máquina de lavar roupa
c) Secar: secadora e/ou varal.
d) Passar: bancada de apoio, tábua de passar.
e) Guardar: bancada de apoio, prateleiras e varão para pendurar roupas passadas, e
armários.
Os materiais adequados são aqueles que sugerem limpeza, cores claras, muita luz. As
paredes e pisos devem ser adequados e terem bastante praticidade, aliados à beleza. A
escolha pode recair para o granito, a cerâmica. Essa área necessita de muitos armários,
cada qual com sua função. Na impossibilidade de armários espalhe prateleiras suspensas
nas paredes existentes.

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

https://daniloarquiteto.files.wordpress.com/2008/11/apostila_exec_det.pdf

MANCUSO, Clarice. Gestão de arquitetura e interiores. Porto Alegre: Sulina, 2016. 246
p.

34
http://www.editorasulina.com.br/img/sumarios/680.pdf

“O espaço é um ingrediente primordial na palheta do projetista e o elemento puro da


arquitetura de interiores. Pelo volume espacial, não somente nos movemos, mas também
vemos formas, ouvimos sons, sentimos brisas agradáveis, o calor do sol e as fragrâncias
das flores que desabrocham. O espaço herda as características sensuais e estéticas dos
elementos em seu entorno.
O espaço não é uma matéria concreta como a pedra ou a madeira. É um vapor
inerentemente difuso e sem forma. O espaço universal não tem definição. Uma vez que
um elemento é colocado em seu campo, contudo, é estabelecida uma relação visual. À
medida que outros elementos são introduzidos no campo, diversas relações se
estabelecem entre o espaço e os elementos, bem como entre os próprios elementos. O
espaço é então formado por nossa percepção de tais relacionamentos”. (CHING e
BINGGELI, 2013 p.2)
CHING, Francis D. K. e BINGGELI, Corky. Arquitetura de Interiores Ilustrada. 3ª Edição.
Tradução de Alexandre Salvaterra. Bookman, 2013.
De acordo com CHING e BINGGELI (2013), quando entramos em um edifício, temos a
percepção de confinamento e proteção. As sensações são percebidas através dos
elementos arquitetônicos presentes neste ambiente como os planos de pisos, paredes e
tetos, definindo os limites físicos daquele espaço interno. Além disso, as características
desses elementos irão imprimir ao recinto suas características arquitetônicas e espaciais
(Figura 4).

Figura 4.Características físicas e espaciais de espaços internos.


Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.6.

“Usamos termos como saguão, sótão, solário e alcova não somente para descrever o
quanto grande ou pequeno é um ambiente, mas também para caracterizar sua escala e
proporção, seu tipo de iluminação e a natureza das superfícies que o fecham e a forma
como ele se relaciona com os espaços adjacentes”. (CHING e BINGGELI, 2013 p.6)
“A arquitetura de interiores necessariamente ultrapassa a definição de espaço na
arquitetura. Ao planejar o leiaute, o mobiliário e o enriquecimento do espaço, o arquiteto
de interiores deve estar muito consciente de seu caráter na arquitetura, assim como de
seu potencial de modificação e melhoria. O projeto de espaços internos requer, portanto,
35
uma compreensão de como eles são formados por meio dos sistemas construtivos da
estrutura e das vedações. Com tal entendimento, o arquiteto de interiores pode
efetivamente escolher entre desenvolver, continuar ou mesmo apresentar um contraponto
às características essenciais de um espaço na arquitetura”.(CHING e BINGGELI, 2013
p.7)

Figura 5.Potencial de modificação e melhoria dos espaços internos.


Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.7.

A forma básica e o padrão de espaços internos de uma edificação são determinados por
seu sistema estrutural, entretanto, o que dará a forma final e a organização do espaço
serão os elementos de arquitetura de interiores, através da escolha e disposição dos
elementos.
Observamos com frequência o emprego de divisórias e rebaixos de teto como meios de
modificação do ambiente. Através de elementos como cores, texturas, posição de
superfícies, modificamos nossa percepção dos espaços, suas dimensões, proporções e
escalas.

Figura 6.Elementos que alteram a proporção dos espaços.


Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.16.

36
Figura 7.Elementos que alteram a proporção dos espaços.
Fonte: CHING e BINGGELI, 2013 p.16.

https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=dx04AgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP3&dq=arquitetura+de+interiores&ots=MYCcD
aXQvN&sig=hCYaYx5JH45WURUvlimnjRDgNnI#v=onepage&q&f=false

http://licita.seplag.ce.gov.br/pub/176535/metodos_de_projetos_para_interiores.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/21409/1/Victor_Carvalho_Disserta%C3%A7%C3%
A3o.pdf
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=6JKeCAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP1&dq=arquitetura+de+interiores&ots=n-
SOCJYsMk&sig=7w_fGtMGgow47TZizgCMaRR4q0o#v=onepage&q=arquitetura%20de%
20interiores&f=false
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/36398
http://projedata.grupoprojetar.ufrn.br/dspace/bitstream/123456789/1129/1/CO23.pdf
https://www.usp.br/nutau/sem_nutau_2010/metodologias/gelpi_adriana.pdf
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=adWzfa2Pl-
IC&oi=fnd&pg=PA6&dq=arquitetura+de+interiores&ots=MvWM8rzbeP&sig=sb8OO6q_O8
Blh36HII8ffNb8PSc#v=onepage&q=arquitetura%20de%20interiores&f=false
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=7GY3AgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PR5&dq=arquitetura+de+interiores&ots=PKyW
GG6wgC&sig=2Dmbjzfh1a3wWfyLfAquBqRAA5Q#v=onepage&q=arquitetura%20de%20i
nteriores&f=false

37
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/24683/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_
Chaiane%20Kist%20Matos_2013.pdf
https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/36816380/O_Partido_Arquitetonico_
ELVAN_SILVA.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=152695790
2&Signature=j5SsORvd%2BEKzG61YFnoxWbkWp0o%3D&response-content-
disposition=inline%3B%20filename%3DAs_etapas_do_projeto_arquitetonico.pdf
http://projedata.grupoprojetar.ufrn.br/dspace/bitstream/123456789/1264/1/154%20TEIXEI
RA_LG.pdf

4. O AMBIENTE RESIDENCIAL
A casa é onde dormimos, comemos, guardamos coisas que são importantes para nós,
recebemos amigos, ou seja, é o local onde moramos, vivemos e desenvolvemos várias
tarefas. O planejamento adequado dos diferentes ambientes que compõem a casa deve
favorecer a realização de todas as atividades realizadas nos mesmos. A casa não deve
ser estática, e sim mutável, pois o modo de vida contemporâneo está em constante
mudança e isso deverá refletir em ambientes dinâmicos, ou seja, os espaços e o
mobiliário quando projetados para essa nova vertente também devem ser facilmente
adaptáveis às mudanças e à evolução tecnológica.
O Espaço residencial é composto de vários ambientes, e estes podem ser divididos em
duas zonas: a social e a privativa, interligadas por elementos de interligação. A Zona
Social é aquela que recebemos amigos, visitas e exercemos as atividades diárias. Essa
zona é composta pelo setor social (sala de estar, almoço/jantar, jogos, TV, lavabo,
varandas, etc.)
e pelo setor de trabalho (cozinha, copa, lavanderia, escritórios e salas de estudos). A
Zona privativa compreende os espaços privados como dormitórios, salas íntimas e
banheiros. Interligando essas duas zonas temos os corredores, halls ou galerias. Cada
uma dessas áreas podem ser divididas por setores e subsetores, conforme a função e as
respectivas necessidades dos ambientes.
Figura 05 – Distribuição dos setores de uma residência
SOCIAL
TRABALHO
INTIMO

4.1. Espaços Sociais


São espaços voltados para à socialização e devem ter uma atmosfera que propicie a
convivência entre as pessoas, inspire relaxamento e a concentração em salas de home
theater. Estude a dinâmica das relações entre as pessoas que utilizarão esses espaços,
bem como o que elas esperam desses ambientes.
4.1.1. Hall de Elevador
É um espaço que pertence, na maioria das vezes, a famílias diferentes. Logo, deve ser o
mais impessoal possível e servir a todas elas.
4.1.2. Hall de Entrada

38
Possui a função de recepção, atendimento de quem chega, convite à entrada, guarda de
objetos de quem chega ou de quem sai. Muitas vezes o hall fica localizado na entrada da
sala de estar. O hall é necessário na medida em que distribui os setores da casa e
constitui uma espécie de fronteira entre as pessoas estranhas e a intimidade do lar.
Deve proporcionar boa impressão já que é o “cartão de visita” da residência. Por ser um
espaço pequeno deve-se utilizar cores claras, iluminação intensa, texturas as mais lisas,
também, pode-se empregar um espelho ou um mural. Quando o espaço for maior sugere-
se um aparador, um vaso ou uma estátua.
4.1.3. Sala de Estar
Nenhum lugar é tão freqüentado. Atualmente a sala de estar possui múltiplas funções – é
sala de conversar, conviver, ler, fazer refeições, receber visitas. Deve ser de fácil
circulação.
Deve-se perguntar ao cliente o que o mesmo vai querer na sala de estar? Estar? Tv?
Canto de Estudos? Tudo isso influi na lista de móveis que o projetista irá propor. Na hora
da distribuição dos móveis, não esquecer de arrumar poltronas e sofás de modo que as
pessoas sentadas venham todo o ambiente. Quem dita as regras para a disposição dos
móveis, é o formato da sala e a posição das portas e janelas, ou seja, deve-se verificar se
os móveis não dificultam a abertura de portas e janelas; se o sofá está diante de uma
vista agradável, se os lugares favorecem o convívio e se existe espaços adequados para
a circulação.
Se o espaço for amplo não alinhe sofás, poltronas e mesinha junto às paredes o que
obriga as pessoas a circular no centro da sala.
4.1.4. Sala de Jantar
Deve localizar-se próximo à cozinha e com fácil acesso a ela. Evite diferenças de piso
entre essas áreas. Com o desenvolvimento da sala de estar acompanhada da sala de
jantar, esta perdeu sua importância, reduzindo-se ao mínimo indispensável. Apesar disso,
a importância de se estar sentado confortavelmente e com espaço suficiente não o foi
relegado. Existem pequenas regras que nos indicam as medidas de conforto necessárias.
Qual será a melhor opção, a mesa redonda, a quadrada ou a retangular? As mesas
redondas dão maior intimidade, mas pedem espaços mais amplos, nada de cantos, não
podem ser localizadas em frente a janelas com banco comprido ou encostadas a paredes.
A mesa quadrada é recomendável somente para poucos lugares. As retangulares são as
mais práticas.
4.1.5. Copa
Deve ser aconchegante e ter caráter particular. È uma extensão da cozinha, mas pode ser
uma peça independente. As mesas e cadeiras podem ser fixas ou móveis. Os materiais
de acabamento devem ser de fácil manutenção e as cores estimulantes. Armários de fácil
acesso para guardar louças e utensílios no café da manhã e no almoço garantem
comodidade e praticidade, são eles que dão a copa um toque especial.
4.1.6. Home Theater
É uma sala com sistema de som que estimula a sensação de cinema na televisão ou
telão. Esse sistema é formado por cinco caixas de som (quatro comuns e uma para os
diálogos), mais um subwoofer e um amplificador.
39
O mais importante deste projeto é saber dimensionar os equipamentos e distribui-los no
espaço. A localização dos equipamentos deve ser correta e seguir as especificações dos
fabricantes.
A escolha dos materiais de acabamento desempenha papel importante neste ambiente.
Revestimentos de piso como carpetes ou tapetes são indispensáveis para garantir uma
boa acústica. Superfícies brilhantes e polidas irão prejudicar a qualidade do som, pois
aumentam a reverberação.
4.1.7. Sala de Brinquedos ou Jogos
Espaço destinado às crianças, deve ser alegre e estimulante. Deve-se fazer uma lista de
equipamentos que serão utilizados neste espaço, como: vídeo game, televisão DVD, etc.
O interessante é setorizar o espaço para o melhor aproveitamento. Deve-se prever
também, local para guarda de dos brinquedos, DVD´s e fitas de vídeo. A iluminação
natural deve ser abundante e os materiais de fácil manutenção e de tato agradável. Use
tintas resistentes e laváveis.
Nas salas de jogos podem existir mesa de ping pong ao simples baralho, do pebolim ao
snooker. È interessante verificar as distâncias mínimas necessárias para que sejam
utilizados sem problemas, bem como , o tipo de iluminação. Dependendo do jogo, pode-
se criar uma atmosferas diferentes.
4.1.8. Lavabo
É um banheiro social, que fica junto à área social da residência e é utilizado, normalmente
por visitas, que não devam entrar na área intima. O lavado, geralmente, possui o lavatório
e sanitário. Por serem espaços bastante pequenos, sugere-se muito espelho, tampo de
vidros e cores claras.
4.2. Espaços Privativos (Setor íntimo)
4.2.1. Dormitórios
Todas as pessoas tem em sua cabeça o quarto em que gostariam de viver e não há outro
lugar tão pessoal na casa inteira. Os quartos, da mesma forma que as salas de estar,
também evoluíram, o que antes era o simples local de relaxar e dormir, veio ganhando
outras funções como local de estudo, ver televisão, ouvir música, escrever, etc. Para isso
é necessário estudo minucioso para englobar todas essas atividades em um único lugar.
A cama, ainda, é a principal mobília, e devem adaptar-se de acordo com a área deste
ambiente e, podem ser encontradas em diferentes tamanhos e estilos. Sugere-se tons
pastel, ligeiramente quentes, que ajudam a criar um ambiente aconchegante.
A circulação deve ser livre e desimpedida. Respeite as distâncias que garantem
movimentos livres e sem perigo de colisão. Armários próximos a camas é preciso
considerar a abertura das portas.
4.2.2. Banheiros
Faz muito tempo em que as pessoas pensavam no banheiro como uma parte menos
nobre da casa e o equipavam apenas e tão somente com o mínimo necessário. Hoje,
além de oferecer o máximo de conforto possível, o banheiro deve ser um lugar agradável
e proporcionar a quem usa uma sensação de prazer e descanso. Quando for planejar um
40
banheiro considere as instalações sanitárias (banheira, pia, vaso, etc.) sob o aspecto
arquitetônico (tamanho, forma e espaço) e sob aspecto decorativo (desenho e cor).
O banheiro necessita de luz geral e também de uma mais especifica para determinados
lugares, suficiente, por exemplo, para se fazer a barba e maquiagem. Alguns dos
melhores esquemas de iluminação de banheiros usam a luz indireta.
Podem ser simples e racional, ou verdadeiras salas de banho com sauna, spa e área para
repouso. Podem ser clautrofóbicos ou ter amplas janelas e vistas maravilhosas. Existem
várias maneiras de facilitar o uso dos banheiros:
a) fazer bancada com armário em baixo, para guardar cremes, maquiagens, escovas,
pentes, barbeador e secador de cabelo;
b) Instalar acima da pia um armário para guarda de objetos de higiene como pasta de
dentes, creme de barbear, talco;
c) Adaptar uma tomada ao lado do espelho, para uso de aparelhos elétricos, como
secador de cabelos e barbeador;
d) Colocar porta toalhas próximo a pia e ao box do banheiro;
4.2.2.1. Medidas Mínimas de peças e áreas de circulação
Essas informações essenciais para um bom planejamento de um banheiro. Se o espaço é
pequeno, ficam ainda mais importantes para o conforto.

Pia: as menores do mercado medem 30 cm de diâmetro, com altura de 80cm a 83 cm.


Pedem um corredor de pelo menos 50 cm de largura diante delas.

Vaso Sanitário: os menores modelos têm 36 cm de largura, 50 cm de profundidade e 38


cm de altura. Deixe 60 cm livre à frente e 20 cm nas laterais.

Chuveiro: fixado a 2,10 m do chão, pede uma área livre de 70 cm. O box deve ter pelo
menos 1X1 m e um vão entre as portas divisórias e o teto para dispersão do vapor.

Banheira: largura mínima de 70 cm, com bordas de 15 cm e comprimento de 1,10 m.


Um espaço de 70 cm livres à frente permite a entrada e saída.

Acessórios: saboneteiras ficam a 1,20m de altura, porta-toalhas, a 1,40 m, e porta –


papel higiênico, a 50 cm do chão.
4.3.Espaços de Trabalho
4.3.1. Cozinha
A vida moderna trouxe a cozinha para o centro das atenções e reinventou esses espaço
segundo os vários usos que, hoje, dele se faz. Da tradicional combinação copacozinha à
cozinha integrada com a sala, o que se vê nos projetos é uma absoluta liberdade para
criar o formato ideal para cada família. O morador gosta de cozinhar? Então esse cômodo
ganha importância e enfeita-se para receber as visitas. Já o casal prático, que pouco pára
em casa, prefere reduzir a área e recheá-la com aparelhos de alta tecnologia para
preparar refeições rápidas.
41
A cozinha, quer seja pequena ou grande, deve prover espaço útil para o trabalho e ampla
área de armazenagem, isto tudo arranjado de modo que se consiga executar todas as
tarefas com o mínimo de esforço. Ordem natural é pegar os alimentos, lavá-los, prepara-
los para o cozimento, levá-los ao fogo e depois lavar os utensílios usados. O bom fluxo
desse processo depende do que os decoradores chamam de triangulações, ou seja,
colocar os equipamentos em posições coerentes com as etapas. Geladeira, pia e fogão,
dispostos no sentido horário, formam o triângulo maior. Assim, a pessoa da bancada –
ponto de apoio para todas as atividades- pode, com uma simples meia volta, apanhar um
ingrediente na geladeira para picá-lo na bancada e então leva-lo para a panela, que está
esperando no fogão.
Figura 06 – Triângulo de trabalho.
Em cozinhas mais equipadas, essas três peças continuam compondo o triângulo.
Cooktop, microondas e forno elétrico compõem o segundo. Mesa, pia e lava-louças
formam o terceiro. As melhores triangulações acontecem em ambientes quadrados. Ou
em cozinhas que permitam dispor as três principais áreas de trabalho em paredes
diferentes. Em espaços retangulares e estreitos, torna-se quase inevitável encostar
geladeira, pia e fogão na mesma parede. Daí, o ideal é ter uma pia e um espaço livre na
bancada entre a geladeira e o fogão: os alimentos vão da geladeira à bancada e dela ao
fogo.
As atividades realizadas na cozinha podem ser divididas de acordo com centros de
trabalho: i) com relação a comida: recepção e armazenagem de ingredientes, preparação
das comidas, servir, e; ii) com relação aos objetos e ao equipamento da cozinha: limpeza
e armazenagem.
Como sabemos, o primeiro passo para ter uma cozinha funcional é a localização dos
equipamentos, que devem ser distribuídos de acordo com a seqüência de tarefas. Assim
cada cozinha deve contar com:

Área de armazenagem é a área para guarda de alimentos, abrangendo não só a


geladeira, onde se condicionam os gêneros perecíveis, mas também os armários para os
gêneros semi-perecíveis e latarias. Os armários altos não deverão ter mais de 30 cm de
profundidade, para que se possa ver os objetos e alcança-los facilmente. O espaço entre
a mesa de trabalho e os armários altos pode variar de 60 a 70cm. È conveniente que
esses armários se estendam até o teto, evitando espaços inúteis. É interessante que os
armários fiquem deslocados do piso aproximadamente 10 cm (no mínimo) para facilitar a
limpeza, não permite entrada de água. Isso pode ser feito formando moldura recuada para
o armário, ou que ele seja totalmente suspenso, com vão oco para baixo.

Preparação de comida e limpeza – estas duas áreas estão relacionadas entre si, e
consistem na mesa de trabalho ou bancada, balcão, apoio geral, pia, máquina de lavar
louças e secagem. Geralmente estas áreas estão próximas da área de armazenagem, já
que estes serão o ponto de partida para a tarefa de cozinhar. A mesa de trabalho pode ter
uma largura de 60 cm e uma altura de 90 cm. A superficie da mesa de preparação
aconselha-se que seja de material tipo granito, mármore, ou ainda laminado de fórmica ou
aço inoxidável.
a) Distribuição

42
Se a área para cozinha é pequena, pode-se condensar o espaço dos componentes
essenciais, como pia, bancada, refrigerador e fogão, alinhando-os em uma parede para
permitir a circulação. Nesse caso, a pia ficará entre o fogão e o refrigerador, para torná-la
eqüidistante dos outros pontos. Esse tipo de cozinha é conhecida como linear
Figura 07 – Cozinha Linear.
Nas cozinhas compridas ou estreitas, conhecidas também como cozinhas paralelas,
pode-se ocupar duas paredes, uma em frente à outra, no arranjo dos equipamentos
principais. A alternativa é bem funcional, desde que numa parede fique a bancada com a
pia e, na oposta, os outros itens. Esta forma permite o uso mais eficiente do espaço,
tornando-o a principal escolha de muitos chefs profissionais. Os dois corredores
proporcionam muitos locais de preparação de alimentos, e o movimento entre áreas de
atividade pode ser tão fácil como dar meia volta. Porém, esta forma não é a ideal se o
corredor for aberto em ambas as extremidades, pois isso provoca congestionamento.
Certifique-se de que existe espaço suficiente para que gavetas opostas possam ser
abertas ao mesmo tempo (pelo menos 1,2 m). Uma outra consideração importante é
manter as áreas de limpeza e de cozinhar no mesmo lado, de forma a minimizar o risco
de acidentes ao mover panelas a ferver entre o lava-louça e o fogão. Os ambientes em
forma de "U" ampliam os espaços, facilitando a locomoção. Neste caso, a pia deve ser
isolada junto à parede adjacente a outras duas, mantendo a área central destinada à
circulação, permitindo aumentar o espaço ocupado por armários. O frigorífico, o fogão e o
lava-louça podem ser instalados de forma a proporcionar uma total eficácia e
comodidade. São ótimas notícias para quem encara os cozinhados muito a sério, pois
proporciona os melhores fluxos de trabalho com as menores distâncias em redor da
cozinha. Com esta forma, também terá muito espaço de bancada e de armazenamento.
Figura 08 – Cozinha em U
Com o desenho em "L" as áreas são mais bem aproveitadas. Recorre-se às duas partes
adjacentes como centros de trabalho, deixando livre o resto do local para a circulação. É
possível também a colocação de armários e a criação de um cantinho para refeições.
Outra solução é a "ilha", quando o lugar for espaçoso. Ela pode conter armários,
bancadas, ou então formar um grande conjunto com pia, fogão, prateleiras e refrigerador.
Entre as formas de distribuição para concepção de uma "ilha", encontram-se as cozinhas
em “L” e em “U”.
Figura 09 – Cozinha em L
A cozinha tipo ilha é um tipo de cozinha muito popular, a ilha é perfeita para quem gosta
de receber convidados. Uma unidade de ilha independente pode ficar voltada para uma
área de estar ou de refeição, permitindo ao cozinheiro conviver enquanto prepara a
refeição. Aqui, um lava-louça proporciona uma disposição ótima em termos do triângulo
de trabalho da cozinha. Caso contrário, as placas de fogão, com uma cobertura por cima
da ilha, podem formar um espetacular foco na cozinha
b) Luz e Ventilação
A iluminação natural é indispensável: a janela deve ficar sobre a pia, entre os armários
superiores e a bancada. Ela funcionará como um ponto de partida importante, mas,
obviamente, sem substituir a concepção da luz artificial. Caso não haja incidência de raios
solares sobre a bancada da pia, pode-se instalar uma lâmpada fluorescente direcionada
43
sobre o local. A luz fria é indicada também para o teto, com vantagem de não emitir calor
nem gerar sombras. Para obter uma boa ventilação, o relacionamento entre portas e
janelas é fundamental. Se arquitetura permitir, as saídas de ar devem estar
constantemente viradas para o exterior da residência, impedindo o acúmulo de gordura
nos ambientes vizinhos. Essa relação entre portas e janelas não pode comprometer as
correntes de ar.
c) Hidráulica
Um bom planejamento de uma cozinha começa sempre pelo projeto hidráulico, que deve
ser obedecido à risca. Se for instalada tubulação para água quente, deve-se preferir tubos
e conexões de cobre devido à alta resistência do material. Registros e torneiras devem
ser sempre de boa qualidade, minimizando a ocorrência de problemas posteriores como
vazamentos, infiltrações, etc. O abastecimento inadequado de água pode comprometer
todo o funcionamento hidráulico. A caixa d'água colocada no ponto mais alto da
residência garante uma satisfatória pressão da água. Para assegurar maior eficiência,
pode-se pressurizar com equipamentos específicos a distribuição de água dentro da casa
d) Elétrica
A cozinha é um espaço que exige uma boa quantidade de pontos de luz, levando-se em
conta o grande número de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento.
Parte deles exige circuitos independentes, e mesmo os aparelhos menores que não são
empregados constantemente, como o liquidificador, torradeira ou batedeira, podem
causar sobrecarga, quando ligados ao "benjamim", provocando curto circuito. Sobre o
tampo da pia deve ser colocada pelo menos uma tomada para cafeteira elétrica,
espremedor de frutas ou utensílios menores. Geladeira, forno de microondas, fogão a
gás, freezer e exaustor também exigem ponto próprio.
e) Revestimento
O conforto e a sensação agradável que a cozinha apresenta dependem muito do aspecto
dado pelos revestimentos do piso, forros, armários e paredes. O mercado oferece muitas
alternativas, que devem ser pesquisadas, sempre com a orientação de um especialista. O
material do piso deve ser o menos poroso, evitando a fixação de gordura. Os materiais
porosos dificultam a conservação. Mármore, granito ou diversos tipos de cerâmica ou
azulejos são recomendáveis. A cerâmica vitrificada é uma das opções mais indicadas
para o piso. Versatilidade, resistência e durabilidade são as características que garantem
fácil manutenção. Uniforme nas cores e com veios realçados, o granito valoriza
esteticamente a cozinha, além de permitir limpeza quase tão fácil quanto a cerâmica
vitrificada. O emborrachado é uma alternativa para pisos antiderrapantes. Sua colocação
é fácil, diretamente sobre o cimento ou qualquer outra superfície. Os laminados plásticos
adaptam-se bem a esse ambiente e estão disponíveis em diversas cores, com
acabamento fosco ou brilhante. Os revestimentos cerâmicos também podem ser
utilizados, porém o seu assentamento deve ser cuidadoso, para impedir a formação de
lacunas, que com o tempo acabam retendo sujeira e gordura. A pintura à base de epóxi,
embora requeira cuidados na execução, é outra possibilidade de acabamento. A madeira,
se usada como acabamento para revestir bancadas e balcões, deve ser
impermeabilizada. Contudo, o aço inox ou o granito asseguram maior durabilidade.
Cerâmica e azulejos não são indicados para bancadas, pois o uso constante acaba por
reter sujeira. Os armários em alvenaria são práticos e bonitos, mas o revestimento é
essencial. As tintas a óleo ou epóxi são mais econômicas. O laminado é o mais usado e
44
indicado em função de sua praticidade. Deve-se evitar estruturas em aglomerado, que,
com o tempo, tendem a soltar as dobradiças e puxadores.

45
ReferênciasBibliográficas

ABREU, Simone Maria Brandão Marques de. Aspectos subjetivos relacionados ao


design de ambientes: um desafio no processo projetual. 2015. 159 f. Dissertação de
mestrado (Programa de Pós-Graduação em Design) – Universidade do Estado de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2015. [Orientadora: Maria Regina Álvares Dias].
CASTELNOU, Antonio Manuel Nunes.Sentindo o espaço arquitetônico.2003. Revista
Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 7, p. 145-154, jan./jun. 2003. Londrina: Editora
UFPR.
CURRY, Mariana Dominato Abrahão; DELGADO,Denyse Pereira Neves; PIMENTA, Aline
de Barros.Conceitos e atmosferas na arquitetura de interiores: subsídios para debate
sobre atuação do profissional.CES REVISTA, Juiz de Fora, v. 30, n. 1. p. 130-144, jan./jul.
2016.
HARTENTHAL, Mariana Westphalen von, ONO, Maristela Mitsuko. O espaço percebido:
em busca de uma definição conceitual. Revista Arquitetura. Vol. 7, n. 1, p. 2-8, jan/jun
2011. UNISINOS: 2011.
KARLEN, Mark. Planejamento de espaços internos: com exercícios. 2010. 3ª ed. 210 p.
Porto Alegre: Bookman, 2010.
KOWALTOWSKI, Doris C. C. K (Org.), MOREIRA, Daniel de Carvalho, PETRECHE, João
R. D., FABRICIO, Márcio M. O processo de projeto em arquitetura. São Paulo: Oficina
de Textos, 2011.
LIU, Ana Wansul e MELHADO, Silvio Burratino. O papel do briefing na gestão de
projetos de Edifícios de escritórios. São Paulo. Revista Gestão & Tecnologia de
Projetos, vol. 4, no.1, mai. 2009. Disponível em
https://www.researchgate.net/publication/251076559. Acesso em 14abr. 2018.
NEVES, Laert Pedreira. Adoção do Partido na Arquitetura. Salvador: Centro Editorial e
didático da UFBA, 1989. 206 p.
NOVAIS, Teresa. A globalização da arquitetura. Dinheiro Vivo. 2017. Disponível em
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1861690. Acesso em 25 abr. 2018.
NUNES, Fabíola Martins Mesquita Pereira. Métodos de trabalho para a etapa de
concepção do projeto de arquitetura. 2012. 42 f. Monografia (Especialização) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. [Orientador: Marcelo Silva
Pinto].
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos,
metodologia, práticas. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PANATTO, Josie.Planejamento e execução de projeto de interiores.Florianópolis:
2012. Revista Especialize. IPOG - Instituto de pós-graduação. Disponível em https://www.
ipog.edu.br/revista-especialize-online-busca?autor=Josie+Panatto&palavrasChave=.
Acesso em 25 abr. 2018.

46
SILVA, Adriana Paulus. Os sentidos humanos e a construção do lugar: projeto de um
mercado. 2011. 129 f. Dissertação de mestrado (Programa de Mestrado Integrado em
Arquitetura) – Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2011. [Orientador: Miguel João
Mendes do Amaral Santiago].
SOARES, Rosangela Carneiro. Design de Interiores focado no Cliente: definição do
programa de necessidades. Brasília: 2017. Revista Especialize. IPOG - Instituto de pós-
graduação. Disponível em https://www.ipog.edu.br/download-arquivo-site.sp?arquivo=
rosangelacarneirosoares.pdf. Acesso em 26 abr. 2018.
VEDANA,Dario de Barros e PANSONATO, Maira Petratti. Design de interiores: desafios
e tendências da profissão. Revista Belas Artes, n.23, jan-abr. Disponível em
http://www.belasartes.br/revistabelasartes/downloads/artigos/23/design-de-interiores.pdf.
Acesso em 14mai. 2018.

FOLLMAN, Giselle Blasius. Proposta de modelo para o planejamento de projetos em


design: uma contribuição para o ensino do design no Brasil. 2015. 164 f. Dissertação de
mestrado (Mestrado em Design) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
[Orientadora: Viviane Gaspar Ribas El Marghani].

47
Apêndices e Anexos
(Centralizado / negrito / 16pt)

48

Das könnte Ihnen auch gefallen