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ORIGEM, OBJETO E
CAMPO DA
SOCIOLINGUÍSTICA
Tânia Alkmim
William Bright
William Labov
Görski et al.
INTRODUÇÃO
• Fato: Linguagem e sociedade estão ligadas
entre si de modo inquestionável.
• Por que, então existe uma área, dentro da
Linguística, para tratar, especificamente, das
relações entre linguagem e sociedade? – a
Sociolinguística?
• Os linguistas já assumiram posturas teóricas
bem diferentes, as quais refletem compreensões
distintas do papel do fenômeno linguístico na
vida social.
• Para Saussure:
➢ A língua é o sistema subjacente à atividade da
fala: é o sistema invariante que pode ser
abstraído das múltiplas variações observáveis
da fala.
➢ Da fala, se ocupará a Estilística.
➢ À Linguística, cabe descrever o sistema formal,
a língua.
➢ No entanto, a língua é um fato social: mas o é
no sentido de que é um sistema convencional
adquirido pelos indivíduos a partir do convívio
social.
➢ Língua: produto social da faculdade da
linguagem.
• A partir dos anos 1930, alguns autores podem
ser citados em relação ao fato de incluir a
questão do social no campo dos estudos
linguísticos: Meillet, Bakhtin, Cohen, Benveniste,
Jakobson.
Origens do termo Sociolinguística...
• Congresso em Los Angeles organizado por
William Bright, em 1964.
• Alguns participantes: John Gumperz, William
Labov, Dell Hymes, John Fisher.
• Os trabalhos apresentados foram publicados em
1966.
• Texto introdutório dos anais: “As dimensões da
Sociolinguística”.
• Diferença entre a Sociolinguística e algumas
preocupações anteriores:
➢ Considera tanto a língua quanto a sociedade
como sendo uma estrutura e não uma coleção
de itens.
➢ Sua tarefa é demonstrar a covariação
sistemática das variações linguística e social e
➢ Demonstrar uma relação causal em uma ou
outra direção.
➢ Ela rompe uma tendência linguística de tratar as
línguas como sendo completamente uniformes,
homogêneas ou monolíticas em sua estrutura.
➢ Rompe com o ponto de vista de que as diferenças nos
hábitos de fala de uma comunidade poderiam ser
tratadas como “variação livre”;
➢ Para a sociolinguística, essa variação não é “livre”, mas
sim correlacionada a diferenças sociais sistemáticas
(LABOV, [1963] 2008, p. 43):
Somente quando se atribui significado social a tais
variações é que elas são imitadas e começam a
desempenhar um papel na língua..
➢ O que é “normal” nas comunidades de fala é justamente
a variação de estruturas heterogêneas, pois isso é que
constitui “o resultado natural de fatores linguísticos
fundamentais.” (LABOV, [1963] 2008, p. 238).
➢ A ausência dessa alternância estilística e de situações
comunicativas multiestratificadas é que seria posta em
dúvida (WEINREICH; LABOV; HERZOG, [1968] 2006,
p.36), pois, para a sociolinguística, não existe falante de
estilo único.
• Portanto, o objeto de estudo da Sociolinguística seria
a DIVERSIDADE linguística dentro da comunidade de
fala.
• O que essa diversidade significa para a evolução
cultural humana?
➢ Para Labov ([1972] 2008), “o pluralismo cultural pode
até ser um elemento necessário na extensão humana
da evolução biológica.”
• E como relacionar esse pluralismo à globalização?
➢ Para Stuart Hall ([1992] 2006, p. 73), as identidades
locais, regionais e comunitárias têm se tornado mais
importantes, visto que as identidades globais
começam a ofuscar as identidades nacionais,
produzindo uma “homogeneização cultural”.
✓ Ex.
✓ Ex.: Na pesquisa de Labov sobre Martha’s Vineyard,
“entre os chilmarkenses [os 'típicos velhos ianques'
da ilha] e os demais habitantes da ilha, as diferenças
fonéticas se tornaram cada vez mais marcadas à
medida que o grupo lutava por manter sua
identidade.”