Sie sind auf Seite 1von 84

Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

GUIA
PIONEIRO

Edição da UEB/RS
Porto Alegre, Junho de 2003

90 Anos de Escotismo Gaúcho


GUIA PIONEIRO 11
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL


REGIÃO DO RIO GRANDE DO SUL

EDIÇÃO IMPRESSA PELA


DIRETORIA REGIONAL 2001/2003
Diretoria Presidente: Mario Henrique Peters Farinon
Diretor Vice-Presidente: David Crusius
Diretor para Gestão Institucional: Márcio Sequeira da Silva
Diretor de Adultos: Ronei Castilhos da Silva
Diretor Comercial: Osvaldo Osmar Schorn Correa

Tiragem: 300 exemplares


Diagramação: Carlos Alberto de Moura
Capa: Cesar Luiz Basso
Revisão: Osório Flores Coronel
Supervisão: Mario Henrique Peters Farinon

EDIÇÃO DIGITAL DISPONIBILIZADA PELA


DIRETORIA REGIONAL 2004/2006

Diretor Presidente: Ronei de Castilhos da Silva


Neivinha Rieth
Waldir Sthalscmidt
Paulo Roberto da Silva Santos
Leandro Balardin

COMITÊ GESTOR
Mario Henrique Peters Farinon
Marco Aurélio Romeu Fernandes
Paulo Vinícius de Castilhos Palma
Miguel Cabistani
Paulo Ramos
Carlos Alberto de Moura
Paulo Lamego

22 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Índice
Apresentação ................................................................................................................................ 5
Mensagemdo Fundador ................................................................................................................. 6

Etapas de Formação .................................................................................................................. 7


I – Estágio Introdutório ................................................................................................................... 9
II - Estágio Probatório ................................................................................................................... 10
III – Estágio Pioneiro ..................................................................................................................... 12
III.1 - Insígnia Pioneira .............................................................................................................. 12
III.2 - Insígnia de cidadania ...................................................................................................... 13
IV - Insígnia de BP ....................................................................................................................... 14

CAPÍTULO 1 - Escotismo ........................................................................................................ 15


A História do Escotismo e a vida de seu fundador .................................................................... 16
A vida de Baden Powell .............................................................................................................. 18
Escotismo no Brasil ..................................................................................................................... 28
O Pioneirismo e o Movimento Escoteiro ...................................................................................... 29
Estrutura do Escotismo no Brasil ................................................................................................ 30
Traje, Uniforme e Distintivos Escoteiros ..................................................................................... 31
Distintivos no Ramo Pioneiro ....................................................................................................... 32
Lema, Saudação e sinais escoteiros ......................................................................................... 34
Sinais manuais de Formatura ...................................................................................................... 37
Carta Pioneira .............................................................................................................................. 40
Estrutura do Escotismo Mundial .................................................................................................. 41
Estágio em uma Seção do Grupo ................................................................................................ 44
Organizando uma atividade de Ação
Comunitária ou de cunho conservacionista ............................................................................... 46
Cooperando em uma atividade escoteira regional,
nacional ou internacional ............................................................................................................ 47
Fundamentos do Escotismo Brasileiro ........................................................................................ 48
Vigilia Especial de reflexão sobre a sua vida ............................................................................ 54
Compromisso Pioneiro ................................................................................................................. 56
CAPÍTULO 2 - Ar Livre ............................................................................................................. 57
Barracas ...................................................................................................................................... 58
Nós, amarras e pioneirias ........................................................................................................... 64
Lições sobre pioneiria conservacionista .................................................................................... 69

CAPÍTULO 3 - Cidadania .......................................................................................................... 75


Hino Nacional ............................................................................................................................... 76
Bandeira Nacional ....................................................................................................................... 77
Hasteando e arriando a bandeira ............................................................................................... 79
Constituição Brasileira ................................................................................................................. 80
Declaração Universal dos Direitos do Homem ........................................................................... 88
Esquema de mobilização do Grupo Escoteiro para
auxílio em casos de calamidade e grandes serviços ................................................................ 96
Como fazer um projeto Pioneiro ................................................................................................ 100
Participar de uma atividade pioneira a nível nacional
ou internacional; ........................................................................................................................ 115

Atividade de cunho cultural ...................................................................................................... 119

E depois de ser Pioneiro ? .................................................................................................. 120

Bibliografia .............................................................................................................................. 121

GUIA PIONEIRO 33
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Escritório Regional
Rua Castro Alves 398
Bairro Rio Branco - Porto Alegre/RS
CEP 90430-130
Fone/fax: (51) 3331-1811
E-mail: uebrs@terra.com.br

Escritório Operacional Norte


Rua General Osório 2714 - Ibirubá/RS
CEP 98200-000
Fone/fax: (54) 324-6956
E-mail: uebrsnorte@terra.com.br

VISITE NOSSO SITE:

UNIÃO DOS ESCOTEIRO DO BRASIL/RS


www.uebrs.cjb.net
UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL
www.escoteiros.org
WOSM
www.scout.org

44 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

APRESENTAÇÃO

A publicação deste guia, pela UEB/RS, com autorização da Direção Nacional da


UEB, constitui-se em mais um marco significativo na evolução do Escotismo Gaúcho e
Brasileiro.
Este guia, e outras publicações da atual diretoria, é a prova da diferença entre os
que fazem e os que dizem que farão, ou gostariam de ter feito.
A idéia e objetivo desta diretoria regional em oportunizar a nossos jovens o acesso
ao seu guia de ramo, agora, e aqui, se torna realidade.
Este guia possibilitará o contato diário de nossos jovens com boa parte do que o
Escotismo espera dele e de sua formação como cidadão de princípios, capacidade,
participante e ativo em sua comunidade.
No período compreendido entre suas reuniões este guia será o companheiro
inseparável de nossos jovens. Fonte de motivação que se mantêm durante a semana.
Este guia constitui-se em importante instrumento de qualificação do Programa
Escoteiro.
Que esse guia cumpra com seus objetivos e todos quantos dele tenham acesso
dele façam bom uso.
Junho/2003

Mario H. P. Farinon – Diretor Presidente


David Crusius – Diretor Vice Presidente
Ronei Castilhos da Silva - Diretor Regional Eleito
Osvaldo Correa - Diretor Regional Eleito
Marcio Sequeira da Silva - Diretor Regional Eleito
Neida Terezinha de Oliveira - Diretor Regional Nomeado
Neivinha Rieth - Diretor Regional Nomeado
Paulo Marconatto - Diretor Regional Nomeado
Alexandre Dambrowski - Diretor Regional Nomeado
Joel Franz .....- Diretor Regional Nomeado

GUIA PIONEIRO 55
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

MENSAGEM DO FUNDADOR

Se vocês conhecem a estória de Peter Pan, vão se lembrar que o chefe dos piratas
estava sempre fazendo o seu último discurso, com medo de morrer sem ter tido tempo
para dizer suas últimas palavras.
O mesmo se passa comigo e, embora não esteja morrendo neste momento, isto
irá acontecer qualquer dia destes, assim, desejo mandar a vocês umas palavras de
despedida.
Lembrem-se que é a última coisa que ouvem de mim e, portanto, prestem bem
atenção e meditem sobre isto.
Tive uma vida muito feliz e espero que cada um de vocês também a tenha.
Acredito que Deus nos pôs neste mundo alegre para sermos felizes e gozarmos a
vida.
A felicidade não vem da riqueza e nem do sucesso profissional, muito menos da
auto indulgência.
Um passo para a felicidade é tornar-se sadio e forte na juventude para poder ser útil
e aproveitar a vida na maturidade.
O estudo da natureza lhes mostrará como Deus fez o mundo cheio de coisas belas
e maravilhosas para serem desfrutadas por nós. Contentem-se com o que possuem.
Vejam as coisas pelo lado bom e nunca pelo lado mau.
Mas a verdadeira maneira de alcançar a felicidade é proporcionando-a aos outros.
Procurem sempre deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando
chegar a sua vez de morrer, poderão fazê-lo satisfeitos, com o sentimento de que não
desperdiçaram o seu tempo e que procuraram fazer o melhor possível. Deste modo,
estejam sempre alertas para viverem e morrerem felizes. Mantenham-se sempre fiéis a
Promessa Escoteira, mesmo quando tiverem deixado de serem meninos.
E que Deus os ajude a procederem assim, do amigo

66 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Etapas de Formação
O sistema geral de formação do pioneiro consiste de quatro níveis:

I – ESTÁGIO INTRODUTÓRIO
O jovem que ainda não tiver ingressado no movimento escoteiro através da promessa
deverá faze - lo através do cumprimento dos requisitos previstos na “etapa introdutória”.
Estes requisitos tem como objetivo proporcionar ao jovem um conhecimento básico do
escotismo a bem de permitir que opte conscientemente em ingressar ou não na
fraternidade escoteira mundial.

II - ESTÁGIO PROBATÓRIO
Nesta etapa em que o jovem é preparado para sua investidura como pioneiro, tem como
objetivo assegurar o tempo e os conhecimentos necessários para que o mesmo se
adapte à comunidade do clã pioneiro conhecendo e sendo conhecido dos demais .

III - ESTÁGIO PIONEIRO


Para cumprir este nível, o Pioneiro deverá optar por conquistar uma das seguintes insígnias:

III.1 - Insígnia Pioneira


Após a investidura a busca da conquista desta insígnia visa o aperfeiçoamento do jovem
no movimento escoteiro.

III.2 - Insígnia de Cidadania


Após a investidura a busca da conquista desta insígnia visa aperfeiçoamento do jovem
como cidadão.

IV- INSÍGNIA DE BP
A conquista desta insígnia busca estabelecer no jovem um perfil mais próximo possível
do estabelecido no projeto educativo da UEB.

I – ESTÁGIO INTRODUTÓRIO

1 - ESCOTISMO
1.1 - Demonstrar conhecimentos sobre a história do Escotismo e a vida de seu fundador;
1.2 - Conhecer a estrutura do Escotismo no Brasil;
1.3 - Demonstrar conhecer o uniforme e o traje Escoteiro;
1.4 - Conhecer os distintivos utilizados no Ramo Pioneiro;
1.5 - Conhecer o Sinal Escoteiro, o Aperto de Mão, Lema e Saudação;
1.6 - Conhecer os sinais manuais de formatura;
1.7 - Conhecer a Carta Pioneira do seu Clã.

2 - AR LIVRE
2.1 - Saber armar e orientar uma barraca;
2.2 - Demonstrar que sabe utilizar um lampião, um fogareiro, facão e machadinha e as
normas de segurança para o seu uso;
2.3 - Demonstrar que sabe aplicar os seguintes nós: direito, escota, escota alceado, volta
do fiel, volta da ribeira, nó de correr e lais de guia.

GUIA PIONEIRO 77
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

2.4 - Saber arrumar uma mochila.

3 - CIDADANIA
3.1 - Saber cantar o Hino Nacional;
3.2 - Conhecer as cerimônias de bandeira e saber executá-la.
3.3 - Conhecer a lei que regulamenta o uso dos Símbolos Nacionais.

4 - VALORES
4.1 - Compreeender, aceitar e cumprir a Lei e a Promessa Escoteira.

II - ESTÁGIO PROBATÓRIO

1 - ESCOTISMO
1.8 - Ler e debater com o seu clã um tema constante do livro “Lições da Escola da Vida”,
e ou “Caminhos para o Sucesso”.
1.9 - Conhecer a estrutura do Escotismo Internacional;
1.10 - Compreender e vivenciar os fundamentos do Movimento Escoteiro;
1.11 - Participar de uma palestra informativa;

2 - AR LIVRE

2.5 - Saber montar um acampamento de acordo com o livro “Padrões de Acampamento”;


2.6 - Saber acender um fogo e fazer uma bebida quente;
2.7 - Ter participado de pelo menos dois acampamentos com o seu clã;
2.8 - Saber selecionar e acondicionar o lixo no campo e na cidade;

3 - CIDADANIA

88 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

3.4 - Participar de pelo menos uma atividade comunitária;


3.5 - Participar de uma atividade de cunho cultural, promovendo, posteriormente, um debate
com o clã.

4 - VALORES
4.2 - Cumprir com os preceitos de sua crença religiosa;
4.3 - Estar preparado para a Investidura Pioneira, após ter realizado sua Vigilia.

5 - SOCIABILIDADE
5.1 - Participar de um debate com o clã e com outros jovens da mesma faixa etária que
tenha como tema um problema social ou ecológico de sua região;
5.2 - Organizar e executar uma atividade social em que participem pioneiros e convidados
da mesma faixa etária.

6 - SERVIÇO
6.1 - Participar de uma atividade de divulgação do Movimento Escoteiro junto à comunidade;
6.2 - Participar de uma atividade comunitária em conjunto com outra instituição;
6.3 - Identificar em sua comunidade pelo menos três organizações não governamentais
de serviço à comunidade.

III – ESTÁGIO PIONEIRO

III.1 - INSÍGNIA PIONEIRA

Para conquistar a Insígnia Pioneira, o pioneiro(a) deverá realizar as seguintes etapas:

1 - Realizar duas das proposições abaixo, sendo obrigatória a primeira:


a) Fazer um estágio supervisionado por um escotista, durante pelo menos três meses,
junto a uma seção de seu Grupo;
b) Organizar e participar junto com o Clã Pioneiro de uma atividade de ação comunitária ou
de cunho conservacionista;
c) Cooperar em atividade escoteira regional, nacional ou internacional;
d) Ser instrutor da Insígnia Mundial de Conservacionismo ou das especialidades do grupo
de serviços;

2 - Realizar, no mínimo, duas das seguintes proposições:


a) Planejar e executar uma pioneiria a nível de médio porte, respeitando os princípios de
conservacionismo;
b) Participar de uma atividade pioneira em nível nacional ou internacional;
c) Planejar e organizar uma palestra ilustrada a ser desenvolvida por uma equipe de sua
escolha, com apoio de audiovisual, referente a um projeto de conservacionismo(solo,
água, flora ou fauna), a ser levada a grupos escoteiros e/ou escolas;
d) Organizar e realizar um círculo de debates no Clã Pioneiro.

3 - Ter sido aprovado no nivel Preliminar em qualquer linha de formação.

GUIA PIONEIRO 99
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

III - ESTÁGIO PIONEIRO

III.2 - INSÍGNIA DE CIDADANIA

Para conquistar a Insígnia de Cidadania o pioneiro(a) deverá realizar as seguintes etapas:

1 - Conhecer os direitos, deveres e garantias do indivíduo estabelecidas na Constituição


Brasileira e discuti-los com o Clã Pioneiro.

2 - Realizar um projeto profissional de escolha do pioneiro, com duração mínima de três


meses, cuja execução e relatório final serão acompanhados por profissional da respectiva
área.

3 - Realizar três das seguintes proposições:


a) Conhecer a Declaração Universal dos Direitos do Homem e discutí-la com o Clã
Pioneiro;
b) Elaborar um esquema de mobilização do grupo escoteiro para auxílio em casos de
calamidade ou grandes serviços;
c) Ter um bom conhecimento da fraternidade escoteira e estar em contato regular com
pioneiro(a) de pelo menos dois países durante o mínimo de três meses;
d) Organizar e apresentar ao Clã Pioneiro um trabalho de cunho cultural de sua escolha;
e) Etapa de aplicação sugerida pelo pioneiro(a) e aprovada pela Comissão Administrativa
do Clã.

IV - INSÍGNIA DE B-P

A Insígnia de B-P é concedida após o pioneiro(a):


a) Ter conquistado no Estágio Pioneiro uma das duas insígnias;
b) Ter desenvolvido um projeto sobre assunto de relevância Civica ou Social a sua livre
escolha, mas aprovado pela Comissão Administrativa do Clã, que deverá cobrir os se-
guintes aspectos: escolha da idéia, planejamento e programação, organização,
coordenação, realização, avaliação e relatório;
c) Enviar, pelos canais competentes, ao Escritório Regional:
- relatório dos serviços comunitários e das atividades de desenvolvimento comunitário
de que participou;
- relatório detalhado e ilustrado de seu projeto;
- parecer do Conselho do Clã e do Mestre Pioneiro(a).

10
10 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

CAPÍTULO 1- ESCOTISMO

GUIA PIONEIRO 11
11
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

A História do Escotismo e a vida de seu fundador


Em 22 de fevereiro de 1857, nascia em Londres ROBERT STEPHENSON SMITH
BADEN-POWELL (B.-P.). Filho de pastor e professor, B.-P. ficou órfão de pai aos 3 anos,
ficando sua mãe Henriette Smith com a árdua tarefa de criar 7 filhos, tendo o mais velho 13
anos e o mais novo apenas um mês. Além disto, ela tinha ainda a seu encargo criar três
filhos do casamento anterior , sendo que o mais velho tinha 22 anos de idade. Foi graças
a esta extraordinária mulher que B.-P. pode, nos seus primeiros anos, vivenciar uma sadia
educação que certamente se refletiu positivamente no Movimento que mais tarde concre-
tizou. Suas primeiras lições foram ensinadas por sua mãe que se inspirou nos métodos
adotados pelo finado marido na educação dos filhos mais velhos.
O Professor Baden-Powell habitualmente ensinava seus filhos usando para tal
plantas, animais, a natureza enfim. Ao retornarem ao lar, franqueavam-lhes sua biblioteca
para que pesquisassem, e discutissem com ele as dúvidas porventura surgidas. Sempre,
por mais ocupado que estivesse, estava aberto ao diálogo. Isso fez com
que os jovens se motivassem de forma científica para a
história natural .
B.-P. cresceu num berço sadio e mais tarde ao
ingressar no Colégio Charterhouse, não foi um aluno
brilhante e nem mesmo um grande atleta, no entanto, era
por todos querido e tomava parte em todas as atividades
colegiais tais como teatro, música e futebol. Foi no colégio
que desenvolveu seus dotes teatrais, reconhecendo mais
tarde o grande valor educacional destas atividades. Foi no
bosque junto ao colégio que B.-P. iniciou suas atividades de
explorador, rastreando animais e descobrindo por si mesmo
maravilhosos elementos da natureza. Com seus irmãos,
mais tarde tomou gosto pelas atividades de mar, viajando num barco
feito de tonéis, o “kon-i-noor”, chegando até a costa da Noruega.
Passaram-se os anos e B.-P., em um concurso para Cavalaria, foi classificado em
2º lugar entre 700 candidatos. Como militar, em 1876, foi designado ao 13º Regimento de
Hussardos que estava aquartelado em Dumbalm, Índia. Naquela época, o soldado era
considerado mais um autônomo do que um homem, sendo a cantina o único divertimento,
merecendo inclusive respeito a sua própria personalidade. Assim, jamais considerou um
soldado como uma máquina, mas um indivíduo em constante evolução que devia perma-
nentemente desenvolver suas capacidades.
Durante os 2 anos que passou na Índia, nos tempos livres, desenhava em seu
bangalô e isto atraia os filhos dos oficiais e com os quais brincava nos momentos de lazer,
ensinando-lhes canções e jogos.
Após este tempo, B.-P. adoece e foi mandado de volta à Inglaterra em licença para
tratamento de saúde. Logo que se restabeleceu retornou à seu regimento na Índia que
tinha se transferido para a fronteira noroeste, na famosa marcha de 300 milhas de Kabul
a Kandahar. Por seu talento demonstrado nesta marcha foi promovido a Capitão aos 26
anos de idade.
Em 1884, quando de retorno à Inglaterra seu regimento foi repentinamente enviado
à África do Sul. B.-P. foi destacado para exploração e fazer reconhecimento desta área para

12
12 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

eles desconhecida. Trabalhou disfarçado não sendo identificado nem pelos próprios
companheiros. Na África Oriental Portuguesa B.-P. aprendeu muitos macetes da vida
mateira que mais tarde utilizou no Escotismo. Finalmente, após 21 anos de serviço nos
Hussardos, foi promovido a Coronel, passando a ter comando próprio, o 5º Batalhão de
Dragões da Índia.
Em 1899 foi novamente enviado à África do Sul onde sua maior glória militar constou
na defesa de Mafeking, onde, com 1.213 militares resistiu durante 217 dias ao cerco de
6.000 “Boers”. Nesta ocasião B.-P. teve a oportunidade de idealizar com os jovens tarefas
não guerrilheiras, mas necessárias à vida da cidade, tornando-se o embrião principal do
Escotismo. Os jovens foram empregados nas seguintes tarefas: carteiros, sinaleiros,
enfermeiros, etc. Estas experiências tiveram tanto êxito, que B.-P. escreveu o livro “Aids to
Scout” com a finalidade de transmitir estes fatos a outros oficiais.
De regresso à Inglaterra, terminada a guerra africana, B.-P. se interessou pela
formação da juventude para a vida cívica. Para isto, se obrigou a um estudo intenso sobre
métodos de ensino utilizados na Inglaterra e em outros países.
Depois de discutir suas idéias com alguns amigos em um acampamento experi-
mental com 20 jovens escolhidos de escolas periféricas mais humildes de Londres e
alguns rapazes da “Boys Brigade”, este acontecimento teve lugar na Ilha de Brownsea, em
Harbour, em agosto de 1907 que serviu também de teste para o livro que estava escreven-
do, “Scouting for Boys” ( Escotismo para Rapazes). O sucesso foi retumbante
sendo que no mesmo ano publicou em três fascículos, quinze-
nais, suas conclusões desta atividade. Em 1908 foi editado pela
primeira vez o “Scouting for Boys”.

A VIDA DE BADEN-POWELL

1857 – 22 Fev., nasce em Londres ROBERT STEPHENSON SMYTH


BADEN-POWELL, carinhosamente apelidado de “B.-P.” que por
coincidência é a abreviação do lema escoteiro em inglês “Be
Prepared”.
Seu pai era o reverendo H.G. Baden-Powell, respeitado professor e
cientista da Universidade de Oxford. Sua mãe era filha de outro
cientista , Almirante William Smyth, aventureiro elizabetano.
1869 - Ingressou, com uma bolsa de estudos, na Escola de Charterhouse. Não era um
estudante destacado, porém era um dos mais dinâmicos. Estava sempre metido em tudo
que acontecia no pátio da escola. Todos apreciavam sua habilidade como ator e músico.
Sua habilidade para desenhar surgiu mais tarde.
1878 - Nos oito meses iniciais na Índia, não se descuidou de sua vida militar. Participou de
um curso intensivo militar onde passou em primeiro lugar com certificado de distinção.
Após dois anos de serviço foi enviado de volta a Londres para tratar de um problema de
saúde e ainda aproveitou a oportunidade para participar de um curso de armas, onde
obteve novamente o primeiro lugar.

GUIA PIONEIRO 13
13
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

1880 - Retornou à Índia quando seu regimento foi enviado à fronteira noroeste cujo deslo-
camento foi feito em marcha de 300 milhas (480 km) de Kabul a Kandahar (no hoje
Afeganistão) que ficou famosa. Nesta marcha seu conhecimento de observação valeu
grandes elogios. Foi nesta época da sua vida militar que B.-P. solidificou suas experiênci-
as que futuramente aplicaria no Escotismo. Foi a etapa decisiva, sem que ele se desse
conta, para o Escotismo.
1884 - 1ª Expedição à África - Seu regimento foi enviado à África do Sul para resolver os
combates entre “Boers” e Ingleses. Os Boers eram africanos de descendência Holandesa.
Foi designado a explorar a região a fim de facilitar o deslocamento da tropa sem grandes
perigos.
1885 / 1886 - De volta à Inglaterra passou este período em tarefas rotineiras de licença,
que na maioria das vezes eram atividades de espionagem na Rússia, Alemanha, Bélgica
e França.
1887 - 2ª Expedição à África
Foi convidado por seu tio, General Henry Smyth (veterano da Guerra da Criméia),a
acompanhá-lo para auxiliar na administração local, na África do Sul.
1888 - Foi designado a ir a campo capturar: Chefe Dinizulú. Nesta campanha, adquiriu as
três mais importantes coisas para a sua vida como ser humano:
* 1º O Grande Colar recebido do Chefe Dinizulú pelo tratamento que B.P. dispensou
quando este fora seu prisioneiro de guerra.
* 2º Canção Zulú “EEN-GOYAMA”;
* 3º Experiência em humildade pelo contato íntimo que teve com a cultura local.
1889 - Promovido a Major aos 38 anos de idade e designado como oficial do Serviço
Secreto no Mediterrâneo na Ilha de Malta.
1895 - 3ª Expedição à África
Combater os ferozes Ashantis na Costa do Ouro (Ghana).
Por ser muito temido dos nativos, o apelidaram de “Impisa”, o lobo que nunca
dorme, em razão da sua coragem, habilidade como explorador e capacidade de seguir
pistas e tocaiar.
1896 - Promovido a Tenente-Coronel e designado como Chefe do Estado-Maior do Major-
General Sir Frederick Carrington, na campanha dos Matabeles, na Rodésia, hoje Zimbabwe.
1897 - Designado Comandante do 5º Regimento dos Dragões de Guarda/Índia. Lançou
seu livro “A Campanha de Matabeles”.
1899 - Publicou seu outro livro “Ajudas à Exploração Militar”. Enviado novamente à África do
Sul para combater os Boers da República do Transvaal, na cidade de Mafeking, nó ferrovi-
ário de importância estratégica no domínio da África do Sul. Tornou-se herói inglês na
vitória do sítio em que se viu encerrado, conseguindo deter o avanço dos Boers por 217
dias entre as datas de 11/10/99 a 17/05/1900. As forças em combate tinham a seguinte
composição:

14
14 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

INGLESES
* 1.213 militares
* 1.800 população branca
* 7.500 população negra
BOERS
* 6.000 militares
1900 - Promovido a Major General aos 43 anos. O mais jovem oficial naquele posto no
Exército inglês.
Foi nesta campanha que B.-P. teve, por necessidade da guerra, usar jovens para
as diversas tarefas, criando o Corpo de Jovens Cadetes de Mafeking,como
mensageiros,socorristas, abastecedores e auxiliares a realizar despistes, induzindo o
inimigo a acreditar que o número de soldados eram maiores que imaginavam no início.
O desempenho destes rapazes impressionou muito B.-P., que repassou este
ensinamento ao Escotismo.
1903 - Também em razão direta desta guerra, Mafeking recebeu dois sinônimos: Mafik e
Mafikation como “celebração tumultuosa”.
1903 - Designado Inspetor Geral de Cavalaria.
Presidiu a demonstração da Brigada de Rapazes no
Albert Hall que não foi do seu grado, pela postura militar
que os jovens eram obrigados. Ia contra seu conceito de
educar.
1906 - Preparou o plano esquemático de treinamento
Escoteiro para rapazes, a pedido do fundador da Brigada
de Rapazes, William Thompson, que já contava com
40.000 jovens.
Já nesta época B.-P. era a favor da formação
de cidadãos íntegros através de
autodesenvolvimento e de libertação do jovem
da formação militar.
Algumas linhas filosóficas-
educacionais já começavam a surgir, como o suíço
Claperede.
Na ecologia, o norte-americano Ernest
Thompson Seton surgia como um dos primeiro ecologistas dos tempos modernos. B.-P.
teve autorização para republicar em seu futuro livro, os jogos para jovens, realizados pelos
indígenas americanos.
Antes da publicação do livro “Escotismo para Rapazes”, B.-P. resolveu fazer um
teste da “mercadoria” e da reação do “consumidor”.
1907 - Foi na Ilha de Brownsea que realizou seu acampamento experimental.
Levou como ajudante seu amigo Kenneth Maclaren e 20 jovens, alguns da Brigada

GUIA PIONEIRO 15
15
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

de Rapazes, filhos de amigos, porém a maioria eram alunos carentes dos subúrbios de
Londres da Escola Harrow e outras. O acampamento foi um sucesso absoluto.
Esta data foi considerada como o marco histórico do início do Movimento Escoteiro.
1908 - É publicado o “Escotismo para Rapazes”, de janeiro a março. Começa também a
publicação de “O Escoteiro”, um semanário para rapazes.
1909 – 04 Set., primeira reunião nacional em face do retumbante e desorganizado sucesso
do Movimento. Esta aconteceu no “Crystal Palace”onde se reuniram 10.000 participantes.
Nesta reunião, iniciou-se, em caráter de registro provisório, as “Girls Scout”.

1910 - Criação da Modalidade do Mar.


Criação das “Girls Guides” (Bandeirantes) tendo como presidente a irmã de B.-P.,
Agnes.
Iniciado o Escotismo no Brasil ( Centro de Boys Scout do Brasil) no Rio de Janeiro.

1911 - Rei Jorge V passa em revista os Escoteiros em Windsor. B.-P. é nomeado Coronel
Honorário do 13º Regimento de Hussardos.

1912 - Viagem pelas Índias Ocidentais, Nova Zelândia, África do Sul, EUA, Japão, China,
Hong Kong, Nova Guiné, Filipinas e Austrália, de janeiro a abril durante 233 dias. Realizou
132 conferências.
Nesta viagem, conheceu Miss Olave St.Clair Soamers com quem se casou neste
mesmo ano.
É outorgada a Carta Real de Organização à Associação de Escoteiros da Inglaterra
(Boys Scouts Association).

1913 - Verão europeu : 1º Acampamento Escoteiro Internacional em Birmigham com 30.000


participantes.
Em Outubro, inicia o Escotismo no Rio Grande do Sul, trazido pelo Professor de
Ginástica Georg Black, quando esteve na Alemanha reavaliando seu diploma de professor.
1914 - Mobilização dos Escoteiros Ingleses como guarda-costas e outras tarefas na I
Guerra Mundial
1914 - Criação do Ramo Lobinho, baseado no livro da Jangal, de Rudyard Kipling, com a
publicação das normas provisórias.
1916 – Lançamento do livro “O MANUAL DO LOBINHO”, que oficializou o início do Lobismo.
1914/1916 - Primeira Guerra Mundial, conforme Lazlo Naggy em seu livro “250 milhões de
Escoteiros”...”pode ter visto o fim dos anos heróicos da história do Escotismo, mas a
própria magnitude daquele trágico conflito iria dar ao Movimento não apenas novo modo
de vida, mas também uma nova dimensão.”
Na véspera de 1914 existiam 152.333 registrados
No outono de 1918 aumentou para 193.731 registrados.
1918 - Criado por B.-P. o “Centro de Treinamento de Chefes Escoteiros, em Gilwell”. Esta
área foi localizada por escoteiros, adquirida e doada ao Movimento por W. de Bois Maclaren,
após intensa procura nos arredores de Londres, na Floresta de Epping.

16
16 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

1919 – 25 jul., inaugurado o “Gilwell Park”. Primeiro Chefe de Campo do Parque foi
Francis Sidney.
1º Curso da Insígnia da Madeira em Gilwell.
1920 - 1º JAMBOREE MUNDIAL Olímpia - Inglaterra. 8.000 participantes de 34 países. B.-
P. foi aclamado “CHEFE ESCOTEIRO MUNDIAL” Os dirigentes durante este Jamboree, em
reunião decidiram:
· Considerar como 1ª Conferência Mundial;
· Realizar um Conferência Mundial a cada dois anos;
· Eleger um comitê para este período;
· Criar um “Bureau Internacional”;
· Criar a primeira sede em Londres.
1º Curso da Insígnia da Madeira Ramo Lobinho no Gilwell Park.
1921 - Viagem pela Índia. Elevado a Baronete.
1922 - Publicado o “Caminho para o Sucesso”
2ª Conferência Mundial Paris Sorbonne
Concretizado o Escritório Internacional Escoteiro.
População Escoteira Mundial: 1.334.360 registrados
1923 - Visitou os EUA e o Canadá.
Recebeu a Grã Cruz Victoriana.
Adquiriu as terras e o Chalé Suíço em Kandersteg em Interlaken/Suíça, graças a Waler de
Bonstetten, figura líder do Escotismo Suíço e Internacional .
1924 - Jamboree Imperial em Wembley
2º Jamboree Mundial em Ermelunden/Copenhagen - Dinamarca
4.549 participantes de 34 países, inclusive o Brasil.
3ª Conferência Mundial.
1926 - 4ª Conferência Mundial em Kandersteg/Suíça
Inaugurado o Chalé como Centro de treinamento, lazer e acampamentos. B.-P. viajou pela
África do Sul
1929 - 3º Jamboree Mundial Birkenhaed - Inglaterra ( Arrowe Park)
50.000 Participantes de 69 países.
“JAMBOREE da MAIORIDADE”
5ª Conferência Mundial com 33 países presentes.
Trecho do livro “250 milhões de Escoteiros”, de Laszlo Nagy, sobre a Maioridade
do Escotismo: “ O Escotismo tinha chegado a sua maioridade de 21 anos. A data exata do
aniversário foi ponto de debate. Para alguns, o acampamento na Ilha de Brownsea, em
1907, foi quando iniciou o Movimento. Para outros, ele surgiu com a publicação do “Scouting
for Boys” ( Escotismo para Rapazes), 1908.

GUIA PIONEIRO 17
17
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

B.-P. estava disposto a aceitar qualquer das datas e considerou o assunto como
um detalhe acadêmico. Em 1928, ele comemorou com os participantes do Acampamento
de Brownsea o 21º Aniversário da grande aventura deles. E, em 1929, concordou em
comemorar, novamente, a mesma entrada na maioridade, do Movimento.
O Duque de Cannaught, membro da família real e presidente da Associação
Britânica, fixou a distinção no Jamboree quando declarou sua abertura, no dia 29 de julho.
“O historiador futuro acrescentará o nome do Fundador do Escotismo como um
dos reformadores do mundo. Poucos homens prestaram maiores serviços à causa da
humanidade do que Robert Baden-Powell, e ninguém merece um posto no mais elevado
Templo da Fama e no apreço dos companheiros.
O tributo não pareceu excessivo na época. Entretanto, mais estava por vir. Em
Birkenhead, uma cidade provinciana inglesa, uma verdadeira rede de tendas foi armada
para 50.000 Escoteiros de todas as partes do mundo, que estavam prestes a viver a
aventura de suas vidas.
Para B.-P., era o triunfo de um causa à qual tinha dedicado 21 anos de sua vida.
Como tão freqüentemente acontece nas grandes reuniões, choveu a cântaros, encharcando
o herói da ocasião, que afirmou, com seu senso de humor característico:
“Qualquer burro imbecil pode ser Escoteiro, com bom tempo”
A lição real daquele Jamboree, para o presente, foi que o Escotismo tinha se
tornado uma realidade mundial. Entretanto, os rapazes passaram horas agradáveis, in-
conscientes do significado real daquela ocasião.
Havia a impressão de que algo pairava no ar, e isso foi confirmado quando o
príncipe de Gales, usando o uniforme escoteiro, anunciou que Sua Majestade tinha eleva-
do B.-P. a um patriato hereditário. Em linha com a tradição britânica, era essencial que B.-
P. escolhesse uma localidade para acompanhar seu novo título. Ele escolheu, para ser
conhecido, o título de Lord Baden-Powell of Gilwell, demonstrando, assim, que aquele
título honorífico tinha sido conferido ao Escotismo e não exatamente a si mesmo.”
1930 - Lançado no Canadá o livro “Padrões de Acampamento”.
Lady Olave Baden-Powell é nomeada Guia-Chefe Mundial
1931 - Lançado o famoso livreto “Padrões de Acampamento” Londres. Este livreto foi
utilizado como guia padrão para promulgação da lei de Saúde Pública em 1936 na Grã-
Bretanha, onde cita as exigências mínimas para acampamentos de qualquer natureza.
6ª Conferência Mundial - Bade-bei-Wein/Áustria
1º Rover Moot Mundial - Kandersteg/Suíça.
1933 - 4º Jamboree Mundial - Godollo/Hungria 25.792 participantes
7ª Conferência Mundial - Godollo/Hungria
1935 - 8ª Conferência Mundial - Estocolmo/Suécia
B.-P. realiza viagem pelo Canadá.
1936 - 5º Jamboree Mundial - Vogelensang/Holanda

18
18 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

25.750 participantes de 44 países


9ª Conferência Mundial - The Hague-Haia/Holanda
B.-P., com 80 anos de idade, participou do seu último Jamboree e da sua última Conferência.
25º Aniversário de casamento do casal B.-P.
Compraram nas imediações de Nyeri / Quênia uma modesta casa e neste ano
passaram aí 7 meses do inverno europeu.
- Outubro 27, o casal B.-P. se retira para o Quênia de onde B.-P. nunca mais retornou.
1939 - 10ª Conferência Mundial - Edimburgo/Escócia
Censo de junho revelou impressionante número de registrados : 3.305.147 jovens
em 47 países.
3º Rovermoot Mundial - Monzie Crieff/Escócia.
1940/1947- II. Guerra Mundial - isolamento das Associações Escoteiras
1941 – 08 jan., B.-P. parte para o “Grande Acampamento” após longa agonia.

GUIA PIONEIRO 19
19
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Escotismo no Brasil
Na mesma ocasião em que Baden-Powell levantava a idéia da instituição do
Escotismo na Velha Albion, achavam-se lá diversos suboficiais da Marinha de Guerra do
Brasil, que simpatizaram com a grande causa.
Entre eles, Amélio de Azevedo Marques, Bernardino Corrêa,
já falecidos, Drumond e outros que fundaram o “Centro dos Boys
Scouts” destinado a funcionar no Brasil como, efetivamente, funci-
onou de 1910 à 1913 mais ou menos, quando o encouraçado
“Minas Gerais” regressou da Inglaterra.
Os iniciadores da grande idéia desanimaram por falta de
recursos materiais e de tempo, com as constantes saídas da
esquadra para o exercício fora da barra.
Por ocasião de sua fundação, os promotores do empreen-
dimento adquiriram perto de 30 libras de fardamento e acessórios
em Londres, para início dos exercícios.
Inscreveram-se imediatamente os Boys Aurélio de Azevedo Marques, Otávio
Republicano Drumond, aquele já falecido e este hoje comerciante no Rio de Janeiro.
Por muito tempo o “Quartel” funcionou no número 169, na Praia do Caju, residência
do velho e entusiasta Drumond.
Um dos fatores que muito contribuíram para o fracasso da primeira tentativa foi a
falta de conhecimento dos pais sobre o grande alcance desta nova instituição. Sem este
apoio não foi possível manter a disciplina no comparecimento dos meninos aos exercícios
que, muitas vezes, deixaram de o fazer por proibição dos pais que ocupavam as crianças
em outros afazeres.
As fotografias ainda existentes atestam eloqüentemente que foi por intermédio de
elementos humildes de nossa gloriosa “Marinha de Guerra”, que o solo brasileiro foi
pisado pelos primeiros “Scouts” também brasileiros, Aurélio de Azevedo Marques e Otávio
Republicano Drumond, tendo como mestre-scout a Drumond.

O Pioneirismo e o Movimento Escoteiro


O Pioneirismo, dentro do Movimento Escoteiro, representa um lugar de passagem
e de aprendizagem. Ele procura, de um lado, fazer com que cada indivíduo se conheça
melhor , medindo suas forças, suas ambições, seus pontos fracos e fortes, testando-os
na vida prática e, de outro lado, fazer com que seus membros se conheçam melhor entre
si. Ele permite que cada um possa desenvolver suas tendências e orientar sua vida de
maneira consciente e responsável.
O Pioneirismo representa a última etapa da educação escoteira, no sentido da
formação do caráter e integração do indivíduo à comunidade; ele se ajusta ao Movimento
Escoteiro porque oportuniza a continuação do aperfeiçoamento do indivíduo em níveis
fisico, intelectual, social, afetivo, espiritual e principalmente do caráter.
É oportuno lembrar João Ribeiro dos Santos, quando diz, em “Educação sem
Mistério”: “É no Pioneirismo, onde o pioneiro termina sua auto-educação, como futuro

20
20 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

esposo(a) e pai (mãe ), na sua profissão ou negócio, ou como líder de outros homens.
Todo o Escotismo não é mais que um longo caminho para o sucesso”. Mas, sucesso, diz
Baden-Powell, não é riqueza, nem posição, nem poder. O único é a felicidade que se
alcança, quando a proporcionamos a outros. Convivência e união, amizade e fraternidade,
boa ação, serviço ao próximo e à comunidade: que é isso senão aplicação prática do
pensamento social de nossos dias ? Que é tudo isto, senão o caminho da auto-realização?”
Tudo isto se ajusta ao Pioneirismo que procura preparar o “Homem Novo”,
comunitário, consciente e responsável.

GUIA PIONEIRO 21
21
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Estrutura do Escotismo no Brasil

UEB - NÍVEL NACIONAL

ASSEMBLÉIA NACIONAL

COMISSÃO FISCAL DIRETORIA NACIONAL


NACIONAL

ESCRITÓRIO NACIONAL

UEB - NIVEL REGIONAL

ASSEMBLÉIA REGIONAL

COMISSÃO FISCAL DIRETORIA REGIONAL


REGIONAL

ESCRITÓRIO REGIONAL

UEB - NÍVEL LOCAL

ASSEMBLÉIA LOCAL

COMISSÃO FISCAL DIRETORIA LOCAL


LOCAL

SEÇÕES

22
22 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Traje, Uniforme e Distintivos Escoteiros

Traje Escoteiro

Distintivo de anos
Lenço de boa atividade
Escoteiro Distintivo do
Bureau Mundial

Distintivo
da Região Distintivo de Investidura
ou Insígnias
Listel Pioneiro

Numeral
de Grupo

Distintivo de
Promessa

Calça ou
bermuda Jeans no traje
bermuda cáqui no
uniforme

Distintivo do Brasil e/ou


distintivo anual da UEB e/
ou Recrutador / Semeador

Distintivo de
atividade Camisa azul mescla
máximo 6 meses no traje, camisa
cáqui
no uniforme

GUIA PIONEIRO 23
23
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Distintivos no Ramo Pioneiro

Distintivo de Região

Distintivo de Investidura

Distintivo do Brasil

Insígnia Pioneira Insígnia de Cidadania

24
24 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Distintivo de Promessa Insígnia de BP

15
Numeral de Grupo

Estrelas de atividade

Ponte Pioneira

GUIA PIONEIRO 25
25
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Lema, Saudações e Sinais Escoteiros

Sinal Escoteiro
O sinal escoteiro é feito com os dedos indicador, médio e anular
estendidos e unidos, permanecendo o polegar sobre o dedo mínimo. Os
três dedos estendidos representam as três partes da Promessa Escoteira.
Os outros dedos se apoiam, o maior sobre o menor, simbolizando que
mesmo os escoteiros mais distantes são unidos e que o forte defende o
mais fraco.
Sinal de Promessa
O sinal de promessa é feito elevando-se
à altura do ombro, com o antebraço dobrado e a mão direita
formando o Sinal Escoteiro. O sinal de Promessa é usado
apenas na cerimônia de promessa.
Saudação Escoteira
Todos os membros do movimento escoteiro fazem a
saudação uns aos outros, quando se encontram pela primei-
ra vez no dia. O primeiro a ver o outro é o primeiro a saudar,
independente do cargo, graduação ou classe.
Os escoteiros fazem, também, a saudação para cum-
primentar autoridades e durante as cerimônias de
hasteamento e arriamento da Bandeira Nacional. Quando o Hino Nacional é tocado e não
cantado, também, fazemos a saudação escoteira. Quando é tocado e cantado, ficamos
somente em posição firmes.
Na saudação, a posição dos dedos é igual ao sinal de promessa, mas a mão toca
ligeiramente a fronte do lado direito.

O Aperto de Mão
Parece estranho que os escoteiros se cumprimen-
tem com a mão esquerda, não é ? No entanto, o significa-
do é que um escoteiro confia no outro escoteiro. Isto se
deve a uma passagem da vida de B-P: certa vez, ao esten-
der a mão direita para um chefe de uma tribo africana
surpreendeu-se, quando o indígena estendeu a esquer-
da para cumprimentá-lo. Depois o chefe deu a B-P a se-
guinte explicação: aqui os grandes guerreiros se cumpri-
mentam com a mão esquerda, largando para isso o es-
cudo. Assim deixam claro a sua coragem e a confiança que depositaram no outro, mesmo
que este seja o adversário. Entre nós, os guerreiros são homens de honra e os homens
honrados são sempre leais.

26
26 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

O Distintivo de Promessa
O símbolo escoteiro é a Flor-de-lis que aponta o Norte
nos mapas e nas bússolas. Mostra o caminho do cumpri-
mento do dever e da ajuda ao próximo. Suas três folhas,
também, lembram os três itens da promessa.
Em 1907, no primeiro acampamento escoteiro do
mundo, a Flor-de-lis apareceu pela primeira vez simbolizan-
do o ideal do Escotismo. Uma bandeira, toda verde, tendo no
centro a Flor-de-lis na cor amarelo-ouro, sendo hasteada
junto com a bandeira Inglesa, durante todo o acampamento.
Hoje a Flor-de-lis representa o Escotismo, identificando to-
dos os países que pertencem à Fraternidade Mundial. A fim
de distinguir uma nacionalidade da outra, muitas vezes, o
emblema nacional é colocado junto à Flor-de-lis. No Brasil,
o Selo da República, com o círculo de estrelas e o Cruzeiro do Sul é usado para esse fim.
Sob a Flor-de-lis há uma faixa com o nosso lema: Sempre Alerta! Sob a faixa, ou listel, há
um nó. Seu objetivo é lembrar a boa ação diária, que você deve fazer em benefício de
alguém, sem outra recompensa que a de sentir-se útil.
O Lema
O nosso Lema é: SERVIR!

Saudação da UEB
O grito de saudação da UEB é a exclamação “Anrê! Anrê! Anrê!” repetida três vezes,
levantando-se a cobertura ou a mão direita com o punho cerrado a cada palavra pronunciada,
em resposta a três comandos por apito (a letra “A, em código morse), ou às palavras “Pró-
Brasil”.

GUIA PIONEIRO 27
27
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Sinais Manuais de Formatura

Você irá observar que o Chefe Escoteiro e seus assistentes não dirigem as forma-
turas por vozes de comando, ou toques de apito, mas, silenciosamente, eles fazem os
sinais manuais e, como os escoteiros estão sempre alertas, imediatamente, seguem o
significado desses sinais.
No Clã Pioneiro também utilizamos alguns destes sinais, a saber:

a - Atenção ou Alerta

Utiliza-se quando se deseja obter a atenção ou o silêncio . Normal-


mente também é dito o comando “ALERTA”, para reforçar a atenção.
Portanto, sempre que este sinal for feito, procure ficar em silêncio e, se
necessário, peça aos seus companheiros para também atenderem
ao sinal.

b - Firme ou Descansar
Logo após o sinal de ATENÇÃO, utiliza-se esse sinal manual
para colocar todos em uma posição adequada ao trabalho a ser
executado.
Seguindo o sinal, você deve ficar na posição de firme ou descan-
sar.

c - Fila Indiana
Utiliza-se para formar uma única fila.

28
28 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

e - Em Linha ou Coluna Ombro a Ombro

Outra formação bastante utilizada.


Como o próprio nome diz, todos ficam formados
um ao lado do outro.

f - Círculo
É formado um círculo em torno do Chefe.

g - Ferradura
Formação bastante utilizada nas cerimônias
(hasteamento, arriamento, promessas, ascensão a
outro ramo, entrega de distintivos).

h - Coluna Fechada
Sinal de formação utilizado em espaços pequenos,
pois apresenta características pouco desejáveis: o
chefe não pode ver toda a Seção

GUIA PIONEIRO 29
29
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

i - Debandar
Indica o encerramento da atividade que está sendo realiza-
da. Normalmente utilizado no final da reunião.
São feitos 3 movimentos rápidos e seguros, dizendo-se en-
tão o lema, realizando uma vigorosa saudação.

Carta Pioneira

A carta Pioneira irá regulamentar o funcionamento e a filosofia de trabalho do seu


clã.
Ela é o resultado das sugestões, debates e aprovação dos Pioneiros.
Deve-se sempre lembrar que a Carta Pioneira é subordinada ao Estatuto da UEB,
POR, Resoluções do Conselho de Administração Nacional e Regional e regulamento de
Grupo.
Sempre que achar-se necessário, ela deve ser revista e, se for o caso, feitas as
modificações que acharem-se necessárias.

30
30 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Estrutura do Escotismo Mundial

O Escotismo Brasileiro é membro fundador da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MOVI-


MENTO ESCOTEIRO (WORLD ORGANIZATION OF THE SCOUT MOVIMENT), que tem
como órgão máximo a CONFERÊNCIA ESCOTEIRA MUNDIAL (WORLD SCOUT
CONFERENCE), criada em 1922 e que elege trienalmente uma parte do COMITÊ ESCO-
TEIRO MUNDIAL (WORLD SCOUT COMMITTEE) de 12 membros. Essa entidade, respon-
sável pelo reconhecimento e registro das Associações Escoteiras Nacionais do mundo
inteiro e pela organização de atividades internacionais, tem como órgão permanente e
executivo o ESCRITÓRIO ESCOTEIRO MUNDIAL (WORLD SCOUT BUREAU), localizado
em Genebra - Suíça, dirigido pelo Secretário Geral da Organização Mundial do Movimento
Escoteiro.
A OMME - Organização Mundial do Movimento Escoteiro, é dirigida, em seu nível mais alto,
pela Conferência Escoteira Mundial, que se reúne a cada três anos e que elege o Comitê
Escoteiro Mundial, integrado por lideres voluntários que atuam em nome da Conferência
Mundial, nos intervalos entre as reuniões.
Um corpo de profissionais compõe o Escritório Escoteiro Mundial, com sede em
Genebra, na Suiça, responsável por levar à prática, convertendo em ações concretas as
decisões e politicas adotadas pelo Comitê Escoteiro Mundial ou pela Conferência Escoteira
Mundial.
Para facilitar a coordenação, a OMME, dividiu o mundo em Regiões - Européia,
Africana,Árabe, Ásia-Pacífico,Eurásia e Interamericana ; em cada Região, a Direção do
Movimento é exercida por uma Conferência Escoteira Regional, que também se reune a
cada três anos, em anos não coincidentes com as Reuniões da Conferência Escoteira
Mundial, e que elegem um Comitê Escoteiro Regional, que dirige o Escotismo, no âmbito
de cada Região. Na nossa Região este Comitê chama-se Comitê Interamericano de
Escotismo . Cada Região conta, por sua vez, com um Escritório Escoteiro Regional,
subordinado ao Escritório Escoteiro Mundial.

GUIA PIONEIRO 31
31
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Organização Mundial do Movimento Escoteiro

Conferência
Escoteira
Mundial

Comitê
Escoteiro
Mundial

Escritório
Escoteiro
Mundial

Conferência
Escoteira
Interamericana

Comitê
Interamericano de
Escotismo

Escritório
Regional
Interamericano

A UEB é membro fundador da CONFERÊNCIA ESCOTEIRA INTERAMERICANA


(CONFERÊNCIA SCOUT INTERAMERICANA), criada em 1946, que elege o COMITÊ
INTERAMERICANO DE ESCOTISMO (CONSEJO INTERAMERICANO DE ESCULTISMO) e
mantém o ESCRITÓRIO ESCOTEIRO INTERAMERICANO (OFICINA SCOUT
INTERAMERICANA – OSI ), com sede em Santiago – Chile, que é considerada órgão
regional e auxiliar da Conferência, do Comitê Escoteiro Interamericano.

32
32 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Estágio em uma Seção do Grupo


Inicialmente, o Pioneiro deve contatar a COMAD- Comissão Administrativa do Clã
- para verificar as possibilidades de realização do seu estágio, ou seja, verificar o anda-
mento de suas etapas, se o próprio Pioneiro está apto a realizar esta etapa. É importante
ressaltar que o Ramo em que o Pioneiro vai realizar seu estágio é de sua escolha própria.
Após, a COMAD deverá entregar ao chefe do ramo escolhido, que será responsável pelo
seu estágio, uma ficha de estágio , onde deverá constar as atividades que o pioneiro fez
durante este período.
O objetivo deste estágio é fazer com que o Pioneiro se familiarize com os afazeres
e tarefas da Chefia. Portanto, o Pioneiro deve observar como os Escotistas trabalham na
condução do Ramo e das atividades. Ao longo do estágio, o Pioneiro deve gradualmente
participar do preparo e aplicação das atividades do Ramo escolhido e, ao final do estágio,
estar apto a preparar e aplicar pelo menos uma atividade de sede junto ao Ramo no qual
está estagiando.
Ao término do período do estágio, o Pioneiro deve apresentar um relatório de
suas atividades à COMAD e ao Mestre Pioneiro, constando as atividades realizadas e seu
parecer sobre este período no qual passou ao lado do outro Ramo. Também deverá ser
entregue, juntamente com o relatório, o parecer da Chefia do Ramo, por escrito, à COMAD
para avaliação, juntamente com a ficha do estágio.

O que deve constar em um relatório de estágio:


1. Dados gerais do pioneiro e do ramo em que realizou o estágio;
2. Atividades, cursos, reuniões que participou listadas em ficha de estágio própria para
este fim ;
3. Comentários sobre as atividades;
4. Avaliação geral sobre o período do estágio.

É interessante que o Pioneiro ilustre seu relatório com fotos, recordações,


planejamentos das atividades que fez, etc...
Caso o pioneiro resolva realizar o estágio em outro Grupo Escoteiro , o Mestre
Pioneiro deverá entrar em contato com o Diretor Distrital e com a Chefia do Grupo de
interesse do Pioneiro para pedir autorização necessária para tal.
O Pioneiro deverá cumprir o nível preliminar de formação, na linha de Escotistas,
oferecido pelas Regiões Escoteiras. É recomendável que cumpra esta etapa de formação
antes ou durante o período do estágio referido acima, para já obtenha alguns conheci-
mentos sobre o Ramo que irá estagiar.

GUIA PIONEIRO 33
33
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Organizando uma atividade de Ação Comunitária ou de cunho


conservacionista
Os elementos que precisam fazer parte de qualquer programação de atividade:
a) título da atividade comunitária ou de conservacionismo;
b) objetivo(s) da atividade comunitária ou de conservacionismo;
c) etapas ( desenvolvimento ) da atividade comunitária ou de conservacionismo;
d) programação da atividade comunitária ou de conservacionismo;
e) recursos humanos necessários;
f) recursos materiais e financeiros necessários;
g) responsável pela atividade ou módulo da mesma.

Os assuntos podem ser os mais variados possíveis, basta observar a vida de


sua comunidade, o seu Grupo Escoteiro e contatar com as pessoas responsáveis pelas
áreas onde quer atuar!

Cooperando em uma atividade escoteira regional, nacional ou


internacional

Entre em contato com o responsável Regional pelo Ramo Pioneiro ou diretamente


com o Escritório Regional, e examine as atividades que ocorrerão nos próximos meses
oferecendo-se para ajudar... Participe, mesmo que não seja encarregado de alguma tare-
fa, o trabalho pode sempre tornar-se mais fácil se há mais pessoas cooperando.

34
34 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Fundamentos do Escotismo Brasileiro


DEFINIÇÃO DE ESCOTISMO
O Escotismo é um movimento educacional para jovens, com a colaboração de
adultos, voluntários, sem vínculos político-partidários, que valoriza a participação de
pessoas de todas as origens sociais, raças e crenças, de acordo com o Propósito, os
Princípios e o Método Escoteiro, concebidos pelo fundador Baden Powell.
PROPÓSITO DO ESCOTISMO
O Propósito do Movimento Escoteiro é contribuir para que os jovens
assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-os a realizar
suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como
cidadãos responsáveis, participantes e úteis em sua comunidade, conforme definido no
Projeto Educativo da União dos Escoteiros do Brasil.
PRINCÍPIOS DO ESCOTISMO
Os Princípios do Escotismo são definidos na Promessa Escoteira, base
moral que se ajusta aos progressivos graus de maturidade do indivíduo:
a) Dever para com Deus – Adesão a princípios espirituais e vivência ou busca
da religião que os expresse, respeitando as demais.
b) Dever para com o próximo – Lealdade ao nosso País, em harmonia, com a
promoção da paz, cooperação local, nacional e internacional, exercitadas
pela Fraternidade Escoteira. Participação no desenvolvimento da sociedade
com reconhecimento e respeito a dignidade do homem e ao equilíbrio da
natureza.
c) Dever para consigo mesmo – Responsabilidade pelo seu próprio desenvol-
vimento.
PROMESSA ESCOTEIRA
A Promessa Escoteira, prestada por Escoteiros, Escoteiras, Sêniores, Guias,
Pioneiros e Pioneiras na cerimônia correspondente e renovada quando da passagem de
um ramo para outro, é a seguinte:
Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para:
Cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria ;
Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião ;
Obedecer a Lei Escoteira.

GUIA PIONEIRO 35
35
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

LEI ESCOTEIRA

I. Escoteiro(a) tem uma só palavra e sua honra vale mais que a própria vida;
Quando um Escoteiro diz: - “Palavra de honra, isto é assim” - significa que isto é
assim mesmo , tal como se houvesse feito o mais solene dos juramentos.
Da mesma forma, quando um Escotista diz a um Escoteiro: - “Confio à tua honra
a execução disto” - a obrigação do Escoteiro é executar a ordem com a melhor habilidade
possível e não deixando que nada interfira com a sua execução.
Se um Escoteiro destruir sua honra , dizendo uma mentira ou não cumprindo
exatamente uma ordem cuja execução foi confiada a sua honra, pode lhe ser ordenado
que devolva seu Distintivo Escoteiro e que nunca mais volte a usá-lo. Pode também lhe ser
ordenado que deixe de ser Escoteiro.

II. Escoteiro(a) é leal;


Ele deve ficar do lado dos acima citados, que qualquer situação ou dificuldade,
contra todos os seus inimigos ou seus maldizentes.

III. ALTRUÍSMO - Escoteiro(a) está sempre alerta para ajudar o próximo em toda e
qualquer ocasião e pratica diariamente uma boa ação;
E deve cumprir o seu dever antes de qualquer outra coisa, mesmo que, para fazê-
lo, tenha que renunciar ao próprio prazer, conforto e segurança.
Quando estiver em dificuldade para escolher entre coisas a fazer, o Escoteiro
deve perguntar a si mesmo: - “Qual é o meu dever?” - isto é - “ O que é melhor para o
próximo?” - e fazer esta.
Deve estar bem preparado, a qualquer momento, para salvar uma vida ou para
socorrer pessoas feridas.
E deve esforçar-se o mais que puder para fazer diariamente uma boa ação para
alguém.

IV. FRATERNIDADE - Escoteiro(a) é amigo(a) de todos e irmão(ã) dos(das) demais


escoteiros(as);
Assim, se um escoteiro se encontrar com outro, mesmo que seja um
desconhecido, deve lhe dirigir a palavra, e ajudá-lo no que for possível, seja no cumpri-
mento do dever em que esteja empenhado no momento, seja lhe dando alimento, seja
tanto quanto for possível, em qualquer outra coisa que ele necessite.
Um Escoteiro não deve ser nunca um soberbo, um esnobe. O esnobe é o que
olha de cima a baixo, com desprezo, para o outro, porque é mais pobre, ou que, sendo
pobre, se mostra ressentido ou irritado pelo fato do outro ser rico.
O Escoteiro aceita as outras pessoas tais como são e faz delas melhor juízo.

V. PERFEIÇÃO - Escoteiro(a) é cortês;


Isto é, ele é amável e educado para com todos - mas especialmente para com as mulheres
e crianças, e para com as pessoas idosas, inválidas, aleijados, etc.
E não deve aceitar nenhuma recompensa por ter sido prestativo ou cortês.

VI. Escoteiro(a) é bom para os animais e as plantas;


Deve, tanto quanto possível, livrá-lo do sofrimento, e não deve matar nenhum
animal sem necessidade, pois são criaturas de Deus.

36
36 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Só é permitido matar um animal, ou para obter o alimento necessário, ou porque


seja animal danoso. O animal não deve estar em extinção.

VII. Escoteiro(a) é obediente e disciplinado(a);


Mesmo que receba uma ordem que não lhe agrade, deve fazer como ele próprio
faria cumprindo as ordens do capitão da equipe de futebol: deve cumpri-la da mesma
forma porque é o seu dever.
A ordem deve ser cumprida imediatamente. Isto é disciplina.

VIII. Escoteiro(a) é alegre e sorri nas dificuldades;


Quando recebe uma ordem deve cumprí-la alegre e prontamente e não de uma
maneira vagarosa e omissa.
Os Escoteiros nunca resmungam nos trabalhos ou na adversidade, nunca se
queixam uns com os outros, nunca se lastimam quando postos fora do jogo, mas, ao
contrário, continuam sorrindo e assobiando.
Quando você perde um trem em cima da hora, ou alguém pisa no seu calo favorito
ou em qualquer outra situação desagradável você deve fazer força para sorrir
imediatamente, e logo em seguida assobiar uma canção. Com isso você se sentirá
perfeitamente bem.

IX. Escoteiro(a) é econômico(a) e respeita o bem alheio;


Isto é, economiza, sempre que puder, cada centavo que possua, e deposita-o
num banco, para que possa manter com esse dinheiro quando desempregado, evitando
assim se tornar uma carga para os outros ou para que possa dar a outros que sejam
necessitados.

X. Escoteiro(a) é limpo(a) de corpo e alma.


Isto é , ele despreza essa juventude tola que nada almeja em sua vida, e não se
deixa levar pela tentação de falar, pensar ou fazer coisas incoerentes com o seu caráter.

GUIA PIONEIRO 37
37
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

MÉTODO ESCOTEIRO

O Método Escoteiro, com aplicação eficazmente planejada e sistematicamente


avaliada nos diversos níveis do Movimento, caracteriza-se pelo conjunto dos seguintes
pontos:
a) Aceitação da Promessa e Lei Escoteira - Todos os membros assumem, voluntariamente,
um compromisso de vivência da Promessa e Lei Escoteira.b) Aprender Fazendo
Educando pela ação, o Escotismo valoriza :
aprendizado pela prática ;
treinamento para a autonomia, baseada na autoconfiança e iniciativa própria;
os hábitos de observação, indução e dedução.
c) Vida em Equipe, incluindo :
a descoberta e aceitação progressiva da responsabilidade;
a disciplina assumida voluntariamente;
a capacidade tanto para cooperar como para liderar.
d) Atividades progressivas, atraentes e variadas, compreendendo :
jogos;
adestramento em técnicas úteis, estimuladas por um sistema de distintivos;
vida ao ar livre em contato com a Natureza;
interação com a Comunidade;
mística e ambiente fraterno.
e) Desenvolvimento Pessoal com Orientação Individual, considerando :
a realidade e o ponto de vista do jovem;
a confiança nas potencialidade de cada jovem;
exemplo pessoal do adulto;
Seções com número limitado de jovens e faixa etária própria.

38
38 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Vigilia Especial de reflexão sobre a sua vida

A Vigília Especial de Investidura deve ser ao Ar Livre (montanha, bosque ou praia)


ou qualquer outro local favorável à meditação, auto-análise e compenetração requerida
pelo momento.
A finalidade principal da Vigília, na Investidura do jovem, é fazer um exame de
consciência e pensar seriamente nos pontos que forem apontados pelo Mestre Pioneiro;
o que é que faz na vida, de sua vida ,e, se está preparado para ser investido como Pioneiro.
A Vigília é um processo de auto-análise que emprega a reflexão, procurando fazer uma
avaliação de ações até o momento. Ela pode durar algum tempo, durante o qual os
Padrinhos poderão e deverão ajudar o jovem que poderá, também, aconselhar-se com o
Mestre Pioneiro. O dever do Mestre Pioneiro é fazer que o jovem abra seu coração e
exponha com franqueza suas dificuldades. Para a Vigília, O Mestre Pioneiro deve orientar
o jovem sobre alguns princípios que devem ser considerados por este, a fim de que lhe
sirvam como base para a auto-análise.

DE PREFERÊNCIA, BASEARÁ SUA MEDITAÇÃO NUM ROTEIRO OU QUESTIONÁRIO QUE O


LEVA A:

a) analisar sua vida passada:


O jovem deve analisar a experiência adquirida e aproveitá-la, a fim de
alcançar maiores êxitos em seus empreendimentos futuros; fazê-lo compreender que o
único meio pelo qual pode ser desenvolvido o exercício da responsabilidade é a aceitação
da mesma; que tenha consciência de suas limitações e possa lançar seus pensamentos
para horizontes mais amplos que os interesses comuns;

b) avaliar seus defeitos e qualidades:


Fazê-lo ver que ninguém pode penetrar no íntimo de nosso ser para
nos compreender e depois olhar o mundo como somente cada um, individualmente, pode
fazer. A cada um cabe estabelecer relação com tudo aquilo que é exterior a si mesmo.
Avaliando seu íntimo, seus defeitos e qualidades, o jovem terá um conceito do que é e,
assim, poderá estabelecer uma relação mais firme, mais real entre o “EU” e o mundo que
o cerca. Deixará, consequentemente, de ser egoísta e egocêntrico que, em última análise,
é fruto do conceito exagerado que o indivíduo faz de si mesmo;

c) refletir sobre a Promessa e a Lei Escoteira:


Compreender que ambas constituem a base para o Movimento Es-
coteiro. É o cumprimento dessa Promessa que faz do indivíduo um verdadeiro Pioneiro,
um homem útil;
d) concretizar sua intenção de adotar o Escotismo como forma de aperfeiçoamento
pessoal;
Assumir uma atitude sã, impulsionada pelo desejo de servir, que
constitui o ponto de partida para a vida plena e fecunda;
e) traçar seus planos para vida futura, visualizando seus alvos para os próximos 5 a
10 anos.
Os ítens devem ser escritos para que se possam recordar facilmente.

GUIA PIONEIRO 39
39
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

O MESTRE PIONEIRO ORIENTARÁ PARA QUE A VIGÍLIA:


1- Não se processe de maneira apressada;
2- Toda atitude frívola seja eliminada;
3- Seja realizada séria e conscientemente;
4- No seu decorrer, ofereça oportunidade para o jovem converse com ele,
Mestre Pioneiro, ou com os Padrinhos se assim o desejar.

Compromisso Pioneiro

Quero como Pioneiro(a):


1. cumprir meus deveres para com Deus, fazendo um consciente esforço para
desenvolver minha vida espiritual;
2. cumprir meus deveres para com minha Pátria, não só aqueles que estão prescritos
na Constituição Brasileira como deveres de cidadão, mas indo além deles, procurando
conhecer os problemas nacionais e procurando dar minha colaboração para sua solução,
sempre reforçando a Paz Mundial;
3. cumprir meus deveres para com o próximo, pela prática cotidiana de boas ações,
em alguma forma de serviço e desenvolvimento comunitário. Sei, porém, que o meu
primeiro serviço à comunidade será fazer todos os esforços para consolidar minha posição
na vida social e profissional, trabalhando pela manutenção do meu lar, de modo a não
depender de outrem ou da Nação;
4. cumprir a Lei Escoteira e adotá-la como um ideal a ser expresso por minhas
ações de boa vontade, retidão, amizade e vida limpa, vivenciando o lema “servir”.

Mestre Pioneiro Pioneiro

Padrinho Padrinho

40
40 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

CAPÍTULO 2 - AR LIVRE

GUIA PIONEIRO 41
41
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Barracas

A barraca será a habitação do pioneiro durante o período de acampamento. Deve,


portanto, oferecer o máximo conforto e muita segurança para proteção contra o vento, a
chuva, o frio, o sol e os insetos. Sua aquisição deve ser muito criteriosa, já que se trata de
um equipamento caro e que deve ter a aplicação específica para seu uso.
Basicamente, são três as categorias de barracas:
- Próprias para campismo: Normalmente grandes, espaçosas, do tipo “europeus’, que
se assemelha a uma “casa” ou “chalé”. Existem vários modelos e tamanhos para atender
a todas as exigências de conforto, assim como quartos separados, varandas, cozinhas
etc. Como são usadas para campismo e normalmente transportadas de carro, não existe
preocupação com relação ao volume e peso.

Nesse acampamento, não


entra nenhuma chuva, nem
umidade ...

- Para acampamentos de um modo geral: São mais leves do que as anteriores, muito
confortáveis e resistentes, geralmente no formato “canadense”. Espaçosas, abrigam cer-
ca de três a quatro pessoas e não pesam tanto quanto as primeiras.
- Para montanhismo: Esta atividade exige um equipamento mais especializado, leve e
de eficiência comprovada. Nos últimos anos, as barracas para montanha têm sofrido
muitas modificações, a partir dos novos materiais que estão sendo utilizados na sua
fabricação. Isso tem permitido que elas se tornem cada vez mais leves, compactas e
resistentes. Diferentes tipos de náilon, duralumínio e a fibra de vidro vieram ocupar o lugar
da lona, do emborrachado, dos tubos de ferro etc.
Dos diversos modelos disponíveis no mercado, com formas e aplicações variadas,
são indicadas as mais leves (cerca de 2 a 4 quilos) nos estilos “canadense”, “iglu” ou
“tubular”, para duas ou três pessoas.

Modelos
Canadense - Mais conhecida como “barraca de escoteiro” tem a forma de um “V”
invertido. É simples de armar, já que a sustentação normalmente é formada por dois pólos
ou “mastros” verticais, algumas com “cumeeira”. Teto e sobreteto descem inclinados até
o chão. As mais modernas possuem pólos em “V” externos. Podem ser acrescidas tam-
bém de uma extensão do sobreteto chamada avanço, para servir de cozinha ou proteger
melhor os ocupantes da chuva. Trata-se do modelo mais simples para montar e desmontar.
Pode abrigar de duas a cinco pessoas.

42
42 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Europeu - Possui uma estrutura metálica tubular e divisões internas em quartos, que
proporcionam maior mobilidade aos seus ocupantes. Sua montagem, desta forma, é
mais complexa que as demais. Dependendo do tipo, podem abrigar de quatro a oito
pessoas.

Iglu - Seu formato se assemelha a um iglu esquimó, com uma estrutura externa de pólos
em forma de arco. São resistentes aos ventos fortes e muito confortáveis, com um ótimo
aproveitamento do espaço interno. Podem abrigar de duas a quatro pessoas.

- Tubular - Como as barracas “iglu”, possuem uma estrutura externa de pólos em forma de
arco, porém formando um meio “tubo”. São excelentes para locais onde se dispõe de
pouco espaço e más condições de terreno. Podem abrigar de uma a três pessoas.
Atenção: dependendo de fabricante, modelo ou aplicação, as barracas podem ser
construídas com dois tetos ou apenas um. As de teto simples - que deve ser obviamente
impermeabilizado - apesar da vantagem de serem mais leves, não possuem um isolamento
térmico eficiente além de condensar internamente, no tecido, a umidade da transpiração
dos ocupantes. Na barraca de dois tetos, só o primeiro é permeável entre ele e o sobreteto
mantém-se uma camada de ar isotérmica de aproximadamente 10 centímetros.

Características de uma boa barraca


· Ter armação interna ou preferivelmente externa, com pólos bem construídos, leves e
resistentes, de duralumínio anodizado ou fibra de vidro resinada.
· Ter costuras duplas, transpassadas e impermeabilizadas.
· Ser fácil de montar e desmontar.
· O tecido do chão deve ser espesso, impermeável e resistente, preferivelmente de
náilon impermeabilizado ou tecido vulcanizado.
· Portas ou janelas com mosquiteiros de tela para a circulação do ar sem permitir a
entrada de insetos.
· Altura preferivelmente não superior a 1,5 metro, especialmente quando se tratar de
acampamentos nas montanhas.
· Observe-a quando armada: deve ser firme, aerodinâmica, sem franzidos ou dobras.
· O sobreteto deve ser mantido afastado do teto, aproximadamente 10 centímetros, e
suas bordas devem quase tocar o solo.
· Os espeques devem ser de alumínio ou plástico, com um desenho que os torne
resistentes à tração.

Cuidados com a barraca


Ao armar e desarmar a barraca não pise calçado em cima do tecido.
Ao desarmá-la, procure limpar e secar seu interior e exterior. Se estiver molhada de
água chuva, não se esqueça de providenciar a secagem assim que puder. Se for água do
mar, lave-a antes com água doce e seque-a em seguida.
Observe periodicamente as costuras. Sempre que recosturar ou remendar,
reimpermeabilize o local com selante de silicone, cuidando para deixar apenas uma fina
camada.
Não a mantenha embalada por um longo tempo. Periodicamente estenda-a por alguns
minutos num local arejado e com sol para preveni-la do mofo.
Não cozinhe no seu interior. A maioria das barracas modernas possui um avanço
próprio para isso.

GUIA PIONEIRO 43
43
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Dificilmente uma barraca precisará ser lavada. Caso seja necessário, passe apenas
um pano úmido cuidando para não encharcá-la, colocando em risco a sua
impermeabilidade.
Evite cores como o vermelho ou laranja, que atraem certos insetos e espantam os
pássaros.
Ao acampar nas praias, em vez de fincar os espeques, enterre-os na areia. Ao invés de
usar espeques, um galho seco, caído, também enterrado funcionará melhor.
Recorte, de uma câmara-de-ar de automóvel, anéis para serem usados como
esticadores entre as espias e os espeques. Essa medida manterá sua barraca mais
segura e sempre esticada, mesmo durante uma ventania.
Lembre-se de que várias substâncias químicas causam danos tanto aos tecidos,
como aos impermeabilizantes, assim como os óleos de qualquer tipo: detergentes,
repelentes de insetos, combustíveis etc.

Ainda bemque tencionei


todas as cordas, coloquei
corretamente o teto, alona de
chão e espeques; agora posso
ficar descansado !

44
44 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Como armar uma barraca


Geralmente os fabricantes fornecem um folheto explicativo com um croqui sobre a
forma de montagem. É importante que, antes de sair para uma estréia, seja ensaiada a
montagem da barraca para tirar dúvidas e conferir se todos os acessórios constam da
embalagem. A partir daí só a prática e a experiência contam na rapidez e eficiência da
montagem.
Observe as seguintes dicas:
· Antes de armá-la, observe se o chão está livre de pedrinhas, raízes etc. Em seguida,
forre-o com uma camada de jornal e/ou um filme plástico que ocupe toda a área do fundo
da barraca. Embora não seja indispensável, esse procedimento protege contra a umidade,
sujeira e ainda funciona como isolante térmico.
· Tire a barraca da embalagem e estenda-a no chão, separando suas partes: corpo,
pólos, espeques e sobreteto.
· Coloque o corpo estendido sobre o plástico e fixe-o no solo cuidando para que fique
esticado o necessário, sem dobras no tecido e com todos os zíperes fechados. Encaixe os
pólos e estique as espias frontais, traseiras e laterais de forma alinhada.
· Cubra a barraca com o sobreteto (se possuir), fixando-o com outros espeques ou nos
mesmos que prenderam o fundo, de acordo com cada modelo de barraca.
· Observe se o corpo e o sobreteto estão bem esticados.
· Lembre-se de que eles não devem se tocar: mantenha-os afastados a uma distância
de aproximadamente 10 centímetros um do outro.
Atenção: toda substância tóxica ou inflamável deve ser mantida do lado de fora da barraca.

Como desarmar uma barraca


· Retire todo o equipamento do seu interior e limpe-a completamente, passando até um
pano úmido, se necessário.
· Desarme-a seguindo o processo inverso da armação. Solte os espeques e o sobreteto,
dobrando-o em seguida.
· Mantenha as espias soltas, preferivelmente sem nós, somente com os esticadores,
caso os possua.
· Retire os pólos com cuidado, guardando-os na sua embalagem ou unindo-os com um
elástico.
· Solte os espeques que fixam o chão da barraca, e dobre-a na forma original, certificando-
se de que todos os zíperes estão fechados.
· Limpe os espeques, se necessário, com água. Guarde-os junto à barraca, porém de
forma a não forçar o tecido (em embalagem própria, por exemplo).

GUIA PIONEIRO 45
45
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Nós, amarras e pioneirias

Os nós são um grande “negócio” para quem os


conhece e sabe usar. Para o escoteiro a aplicação dos nós
soluciona uma porção de problemas no acampamento, nas
excursões e até em casa. Você mesmo vai ver quantas coi-
sas vai poder criar e usar.
Aqui você irá conhecer alguns nós básicos para seu
trabalho na construção de pioneirias e nos acampamentos.
Porém, peça a seu Chefe que lhe ensine vários outros, para
que você esteja preparado a utilizá-los sempre que neces-
sário

Nó Direito
Serve para unir cabos
de mesma espessu-
ra .
Nó de Escota
Serve para unir cabos de espessuras diferentes.
Volta do Fiel
Serve para iniciar amarras, atando o(s) cabo(s) a
diferentes materiais
Volta Redonda com Dois Cotes
Serve para amarrar embarcações, lonas etc.
Lais de Guia
É um dos poucos nós que não cedem, serve por
conta disto para salvamentos e emergências.

46
46 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Amarra quadrada
Serve para unir dois pedaços de bambu ou madeira, de forma que eles formem uma
cruz. Esta amarra é muito utilizada na construção de pioneirias, como mesas, fogões,
toldos, etc.

Amarra diagonal
Serve para aproximar e unir duas varas que se encontram formando um ângulo agudo.
É menos usada que a AMARRA QUADRADA, mas é muito utilizada na construção de
cavaletes de ponte, pórticos etc. Para começar usa-se a VOLTA DA RIBEIRA apertando
fortemente as duas peças. Em seguida dão-se três voltas redondas em torno das varas
no sentido dos ângulos, arrematando-se com um anel de duas ou três voltas entre as
peças e uma Volta de Fiel para encerrar. Observe no desenho.

GUIA PIONEIRO 47
47
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Amarra paralela
Serve para unir duas varas colocadas paralelamente. É ainda mais simples que as
anteriores. Observe o desenho.

48
48 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Exemplos de pioneirias
Se você já foi a um acampamento,
naturalmente teve a oportunidade de aprender
algumas amarras, nós, e, de construir um fogão
suspenso ou uma boa mesa de refeições.As
pioneirias têm esta finalidade,oferecer algumas
facilidades e confortos durante o período que
estamos fora de casa.

GUIA PIONEIRO 49
49
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

50
50 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Lições sobre pioneiria conservacionista


Evite a construção de pioneirias sem que haja verdadeira necessidade ( não construa
somente por prazer de destruí-la logo em seguida);
Não deixe nenhum vestígio da pioneiria no local de sua construção;
Todo o lixo deve ser acondicionado e levado de volta para ser reciclado!;
O local deve ficar mais limpo do que quando foi encontrado!;
Tenha como hábito levar sementes ou mudas de árvores nativas e plantá-las nos
locais onde se acampa.

Porque a fertilidade do solo é importante para a conservação ?


Vejamos alguns dos fatores que tornam importante a fertilidade do solo para sua
conservação:
1- Uma alta fertilidade do solo produz maior crescimento das plantas, isto por sua vez,
ajuda a impedir que o solo seja varrido por águas ou soprado pelo vento;
2- O solo fértil absorve a água da chuva mais facilmente, reduzindo, assim, a quantidade
de água que escapa da terra;
3- Um forte crescimento das plantas resultante de alta fertilidade do solo, absorve mais
água do que plantas que crescem em solos pobres. Todas as plantas eliminam grandes
quantidades de água que absorvem do solo e permitem, então, que a umidade escape
através de diminutos poros das folhas. Quanto maior for a fertilidade do solo maior será a
quantidade de água bem usada e maior o rendimento das colheitas;
4- Os solos bem tratados desenvolvem uma estrutura granular em que as mais finas
partículas se juntam para formar torrões. Cada torrão contém centenas de finas partículas
de solo. A melhor maneira de aumentar esta granulação é misturar matéria orgânica
(húmus) ao solo. Os solos altamente férteis que produzem maior crescimento nas plantas
oferecem maiores quantidades de matérias orgânicas;
5- Melhorando a fertilidade do solo, podemos cultivar maior ou menor quantidade de terra,
isto por sua vez, não só produz mais alimentos para mais pessoas, como libera mais terra
para o gado, para florestas, para a vida silvestre e para a recreação.

Como preparar sua demonstração pública


- Reuna quatro vasos ou latas vazias com furos em baixo, para ventilação;
- Encha um dos vasos com terra boa, juntando um fertilizante bem balanceado e/ou
rico em adubo e um pouco de cal agrícola. Encha o outro com terra boa, sem fertilizante,
cal ou adubo;
- Encha o terceiro vaso com solo pobre, proveniente de terreno erosivo;
- Encha o último com subsolo procedente de um corte feito a um metro ou mais da
superfície.
- Plante em cada vaso uma muda de ervilha. Coloque todos os quatro em lugar bem
ensolarado e regue-os regularmente. Observe o crescimento das quatro plantas.
- Ponha etiquetas, assim:
Vaso 1: Solo bem fertilizado
Vaso 2: Solo bom
Vaso 3: Solo erosivo
Vaso 4: subsolo
Para sua demonstração pública, mostre os quatro vasos com as mudas de ervilhas.
Assim demonstrará que o solo mais fértil produz o crescimento mais vigoroso e sadio das

GUIA PIONEIRO 51
51
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

plantas. Explique a razão utilizando as notas anteriores. Mostre também um diagrama,


indicando a camada superior do solo e o subsolo”.

O Homem moderno usa 20 vezes mais água que seus ancestrais !


As necessidades de água doce na agricultura e na indústria são muito grandes e
aumentam sempre mais. No mundo a demanda de água doce é crescente, especialmente
em certas zonas. Em muitos dos países ricos a água doce é usada para irrigar as fazendas,
nas indústrias, na agricultura e nas casas, contaminando a água, tornando-a inadequada
para beber e para outros fins.
O que o homem moderno tem feito à água - O homem moderno tem prejudicado
o uso da água de muitos modos, mudando sua cor de azul radiante para barroso marrom...
- Acidentalmente ou de propósito, tem lançado nela milhões de toneladas de sujeiras;
- Tem-na feito espumar com detergentes. O fosfato dos detergentes faz com que as
algas e outras plantas aquáticas cresçam tão rápido que transformam em pântanos, os
lagos e juntam à água mau sabor e mau cheiro.
- Com seus dejetos químicos e derramamentos de petróleo ,o homem tem contaminado
as águas, tem jogado tudo, de latas e garrafas a velhos automóveis em lagos , rios e
represas.
- Têm caído nos rios, lagos e o mar, águas escuras de fábricas e lares, envenenando
as águas.
- Os pesticidas têm escorrido de jardins e hortas com as chuvas, para os rios e o mar,
aumentando os venenos.
- O “fall-out”, ou chuva nuclear das explosões atômicas tem envenenado não apenas o
ar e as terras como também as águas.
Todo este mal feito pelo homem à água está destruindo peixes, aves e muitas outras
formas de vida silvestre. Existem muitas praias, águas termais e lugares de férias tão
sujos e feios que é necessário fechá-los. Está tornado inúteis, imensas quantidades de
água. Não apenas inúteis, mas também perigosas para a vida marinha, a vida das aves,
a vida animal de todo gênero... mesmo para o homem.
Algumas coisas que você pode fazer:
- Certifique-se que o detergente usado em sua residência tenha baixo teor de fosfatos,
ou não tenha fosfatos.
- Os trituradores de lixos são grandes poluidores de água; se tiver um em casa , deixe
de usá-lo. Caso não tenha, nem pense em comprá-lo.
- Não lave desnecessariamente em máquina de lavar. É quase criminoso, como o
fazem algumas pessoas, usar 8 litros de água para eliminar uma manchinha.
- Ao mudar o óleo do carro, moto ou barco, cortador de grama ou outro motor, cuide para
não derramá-lo. Um litro de óleo torna impotáveis 1 milhão de litros de água! Com a crise
energética, muitos países estão agora recolhendo óleo usado do motor e retificam-no.
- Cheque todas as suas torneiras; as que gotejam desperdiçam enormes quantidades
de água. Não lave em água corrente, use uma tampa na pia. Use menos água no banho
e em outras coisas. Feche sempre bem as torneiras.
- Quando cultivar um jardim de flores ou vegetais lembre de que necessita menos água
se o solo for rico em húmus ou estiver bem coberto com folhas e esterco, ou ambas as
coisas.

52
52 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

PLANTE ÁRVORES, ARBUSTOS, FLORES, GRAMA


Deveria haver a maior quantidade possível de plantas a seu redor, porque a
vegetação purifica o ar e realizam muitos trabalhos importantes. Vejamos alguns:
- A vegetação absorve o dióxido de carbono;
- Produz oxigênio;
- Filtra o pó;
- Serve de corta-vento;
- Modera temperaturas;
- Reduz o ruído;
- Oferece proteção e cobertura para o solo;
- Fornece húmus ao solo;
- Oferece sombras aos animais domésticos, vida silvestre e aos seres humanos;
- Oferece alimento e refúgio para a vida silvestre;
- Aumenta os recursos de água subterrânea;
- Cria a beleza natural;
- Aumenta o valor de sua propriedade.
Planeje um projeto de plantio - Você pode selecionar vários projetos como: oferecer
vida apropriada em seu centro de treinamentos permanente, ou acampamento escoteiro;
oferecer sombra e beleza a uma aldeia ou bairro ou ao longo de uma estrada ou rio;
embelezar o sítio local para piqueniques; oferecer corta-ventos para terras cultivadas ou
potreiros; combater a erosão do solo; resgatar dunas ou pastos superpastorados; criar
um santuário para a vida silvestre; propagar árvores e arbustos aborígenes entre outros
que estão ameaçados de extinção (uma operação que às vezes implica na prévia
erradicação de “planta-problema” de origem forasteira que tenham invadido a zona). Estas
são algumas das possibilidades. Descubra suas necessidades locais. Ofereça seus
serviços às autoridades. Obtenha conselhos de especialistas, incluindo informações sobre
os tipos corretos de árvores e ervas, para o objetivo estabelecido e para a zona em questão.
Para demonstração pública: faça uma reportagem fotográfica de sua operação e
mostre fotos de antes e depois. Obtenha publicidade da imprensa, rádio e TV. Entusiasme
os pais, as famílias, os vizinhos e outros membros da comunidade e colaborar com seus
esforços. ( Nota: em condições apropriadas, as árvores plantadas por pessoas podem
levar um letreiro com seu nome ou uma árvore pode receber o nome de uma Patrulha ou
Unidade. Então é responsabilidade do indivíduo ou da unidade cuidar da árvore. Isto é,
estimula um interesse permanente gera publicidade e favorece uma feliz conclusão a um
programa de plantio.).

GUIA PIONEIRO 53
53
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006
CAPÍTULO 3 - CIDADANIA

54
54 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Hino Nacional
É dever de todo cidadão brasileiro, saber cantar, corretamente, o Hino de sua Pátria.
Quando você cantar o Hino Nacional, permaneça na posição de firme.

Letra: Osório Duque Estrada úsica: Francisco Manoel Da Silva

Ouviram, do lpiranga, às margens Pátria amada. Brasil.


plácidas,
De um povo heróico, o brado Deitado eternamente em berço esplên-
retumbante. dido,
E o sol da Liberdade, em raios Ao som do mar e à luz do céu profundo,
fúlgidos,
Fulguras, ò Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instan-
Iluminado ao sol do Novo Mundo
te.
Do que a terra mais garrida
Se o penhor dessa igualdade
Teus risonhos lindos campos têm
Conseguimos conquistar com braço
mais flores
forte,
“Nossos bosques têm mais vida,
Em teu seio, ò Liberdade,
Nossa vida’’ no teu seio “mais
Desafia o nosso peito a própria morte.
amores’’
Ò pátria amada, idolatrada,
Ó Pátria amada, idolatrada,
Salve! Salve!
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio Brasil, de amor eterno seja símbolo
vívido
O lábaro que ostentas estrelado.
De amor e de esperança à terra desce
E diga o verde-louro desta flâmula
Se em teu formoso céu, risonho e
- Paz no futuro e glória no passado.
límpido,
Mas se ergues, da Justiça, a clava
A imagem do Cruzeiro resplandece.
forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Gigante pela própria natureza,
Nem teme, quem te adora, a própria
És belo, és forte, impávido colosso. morte.
E o teu futuro espelha esta grandeza. Terra adorada. Entre outras mil
Terra adorada. Entre outras mil És tu, Brasil, ó Pátria amada.
És tu, Brasil, ó Pátria amada,
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil.

GUIA PIONEIRO 55
55
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Bandeira Nacional

Todo escoteiro tem o dever de conhecer a bandeira de seu País e saber preparar,
hastear, arriar a Bandeira Nacional.
A fabricação da Bandeira Nacional obedece a regras bem definidas por lei. Seja
qual for o tamanho, este sempre será determinado pela largura do pavilhão que se
divide em 14 partes, ou módulos iguais e o comprimento deverá compreender a medida
de 20 módulos.
MAS O QUE É UM MÓDULO? O módulo significa uma unidade de medida da
bandeira, ou melhor, toma-se por base a largura desejada da bandeira, divide-se em
14 partes iguais e cada uma destas partes será considerada uma medida ou módulo.
Portanto, para a confecção da Bandeira serão mantidas as seguintes proporções:
A largura deverá ser de 14 módulos, o comprimento é de 20 módulos, a distância
dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será um módulo e sete décimos
(1,7 M), o círculo azul no meio do losango amarelo terá raio de três módulos e meio
(3,5 M), o centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2 M) à esquerda do
ponto do encontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do
quadrado externo (ponto C indicado na figura), o raio do arco inferior da faixa branca
será de oito módulos (8 M), o raio do arco superior da faixa branca será de oito
módulos e meio (8,5 M) e, finalmente, a largura da faixa branca será de meio módulo
(0,5 M ) com as letras da legenda ORDEM E PROGRESSO, escritas com cor verde,
colocadas no meio da faixa e com a altura de um terço do módulo (1/3 M) com o
detalhe que o P ficará sobre o diâmetro vertical do círculo. Observem o desenho e as
medidas corretas para traçar a bandeira e o esquema para memorizar a posição das
estrelas.
Cores Nacionais
Consideram-se Cores Nacionais o Verde e o Amarelo, que podem ser usadas sem
quaisquer restrições, inclusive associadas a Azul e Branco.

56
56 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Hasteando e arriando a bandeira

* Preste atenção com relação ao nó utilizado: escota alceado ;


* Firme com segurança a bandeira na adriça do mastro, para evitar problemas na
hora da cerimônia ;
* Verifique se a Bandeira foi fixada com o lado correto.

GUIA PIONEIRO 57
57
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Hasteando e arriando a bandeira

Chefe:
Bandeira pronta
para ser Hasteada

Chefe:
Bandeira pronta
para ser arriada

58
58 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


Capítulo I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
constituição;
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
III- ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;
VII- é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei;
IX- é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre ou para
prestar socorro, ou , durante o dia, por determinação judicial;
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal;
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as

GUIA PIONEIRO 59
59
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

qualificações profissionais que a lei estabelece;


XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardando o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
XV- é livre a locomoção em território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso
à autoridade competente;
XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
do julgado;
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicialmente ou extrajudicialmente;
XXII- é garantido o direito de propriedade;
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
XXVII- aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem
e voz humana, inclusive em atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem os criadores , aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;

60
60 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, á propriedade das marcas,
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX- é garantido o direito de herança;
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
XXXII- O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII- Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, coletivo ou geral, que serão prestadas o prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado;
XXXIV- São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude da defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável, sujeito a pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por ele respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;

GUIA PIONEIRO 61
61
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de repara
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferidos;
XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII- não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;
LI- nenhum brasileiro extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII- ninguém será julgado ou sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
LVI- são inadmissíveis no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

62
62 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

LVIII- o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada
no prazo legal;
LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse
LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar , definidos em lei;
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele
indicada;
LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV- o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;
LXIX- conceder-se-á mandato de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuição do Poder Público;
LXX- o mandato de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b ) organização sindical, entidade de classe ou associação sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII- conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;

GUIA PIONEIRO 63
63
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

b ) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e de ônus da sucumbência;
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
LXXV- O Estado indenizará o condenado por erro jurídico, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;
LXXVI- São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
c) os atos necessários ao exercício da cidadania;
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
§ 1° As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2° Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.”
Constituição de 1988.

Declaração Universal dos Direitos do Homem


Inspirada em antigas declarações dos direitos do homem, surgidas com a
Independência dos E.U.A. e a Revolução Francesa, a Declaração Universal dos Direitos
do Homem é um documento extraordinário que precisa ser mais conhecido e divulgado
para se manter como um ideal a ser atingido por todos os países do mundo. Este
documento foi votado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, a 10 de dezembro de
1948, em Paris. Depois da aprovação deste documento, que foi assinado também pelo
Brasil, a Assembléia solicitou a todos os países que divulgassem e explicassem o sentido
deste texto “principalmente nas escolas e outras instituições educacionais”. Nós também
solicitamos que este documento seja amplamente debatido e discutido por você e seus
colegas. O texto está colocado abaixo na íntegra:
PREÂMBULO
Considerando que o reconhecimento da dignidade de inerente a todos os membros da
família humana e se seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz do mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em
atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo
em que os homens gozem de liberdade de viver a salvo do temor e da necessidade foi

64
64 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

proclamado com a mais alta aspiração do homem comum,


Considerando ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da
lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania
e a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as
nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de
direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores
condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do
homem e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão desses direitos e liberdades é da mais ampla
importância para o pleno cumprimento desse compromisso, agora, portanto:
A ASSEMBLÉIA GERAL
Proclama
A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM
Como ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração,
se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional,
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância e efetivas, tanto entre os povos
dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros, com espírito de fraternidade.
Artigo II.
1- todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2- Não será feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional
do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania
Artigo III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V. Ninguém será submetido a tortura, nem o tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Artigo VI. Todo homem tem direito de ser em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.

GUIA PIONEIRO 65
65
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Artigo VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII. Todo homem tem direito a receber, dos tribunais nacionais competentes,
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X. Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial para decidir de seus direitos e deveres
ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI.
1- Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada, de acordo com a lei, em julgamento público
no qual tenham sido asseguradas todas garantias necessárias à sua defesa.
2- Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação e omissão, que no momento, não
constituam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família,
no seu lar ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Todo homem
tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII.
1- Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras
de cada Estado.
2- Todo homem tem direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV.
1- Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
2- Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo XV.
1- Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
2- Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar
de nacionalidade.
Artigo XVI.
1- Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
ou religião, têm direito de contrair patrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

66
66 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

2- O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3- A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e do Estado.
Artigo XVII.
1- Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2- Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII. Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância,
isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX. Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito
inclui a liberdade, sem interferências, Ter opiniões e procurar receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX.
1- Todo homem tem direito è liberdade de reunião e associação pacíficas.
2- Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI.
1- Todo homem tem direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
2- Todo homem tem igual direito de acesso ao serviço público de seu país.
3- A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto, ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII. Todo homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo
com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis è sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Artigo XXIII.
1- Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas
e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2- Todo homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
3- Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatórias que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com dignidade humana e
a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4- Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de
seus interesses.
Artigo XXIV - Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

GUIA PIONEIRO 67
67
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Artigo XXV
1- Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde e bem-estar inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença,
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstância fora do seu controle.
2- A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI.
1- Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2- A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e grupos raciais e religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
3- Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrado
a seus filhos.
Artigo XXVII.
1- Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de
fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios
2- Todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de
qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja o autor.
Artigo XXVIII. Todo homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os
seus direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados.
Artigo XXIX.
1- Todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de seu personalidade é possível.
2- No exercício de seus direitos e liberdades, todo homem estará sujeito às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer suas justas exigências da
moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3- Esses direitos e liberdades não pode, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como
o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado á destruição de quaisquer dos direitos e liber-
dades aqui estabelecidos.”

68
68 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Esquema de mobilização do Grupo Escoteiro para auxílio em


casos de calamidade e grandes serviços

A tarefa de mobilizar o maior número de membros do grupo, no menor prazo


possível requer um esquema bem organizado que possa ser colocado em prática
rapidamente.
As finalidades desta convocação podem ser as mais diversas, desde a
comunicação de uma atividade em conjunto com alguma entidade ou grupo escoteiro
marcada na última hora ou até mesmo auxílio a defesa civil em casos especiais. Qualquer
solicitação de apoio do grupo deve ser encaminhada à Diretoria do Grupo, que é a
responsável por avaliar estes pedidos e a possibilidade ou não da participação do grupo.
Decidida a participação do grupo os responsáveis devem repassar todas as
informações para a chefia das tropas e do clã e seus assistentes para que estes possam
entrar em contato com os monitores, submonitores e responsáveis pelas equipes de
interesse.
Os chefes e assistentes ao comunicar seus elementos sobre a atividade que
será realizada, não podem esquecer de lembrar que todos devem ter a autorização por
escrito dos pais ou responsáveis para que o membro jovem possa tomar parte da
atividade.
Os monitores, submonitores e responsáveis pelas equipes de interesse dão
continuidade a cadeia repassando as informações aos elementos que compõem suas
patrulhas e equipes.
As informações básicas são: finalidade da atividade, local, horário para o início
e o término, fone para contato durante a atividade com os responsáveis que estiverem
presentes no local.
Para realizar está convocação faz-se necessário que o cadastro do grupo esteja
corretamente preenchido com informações básicas como telefones para contato com o
membro jovem e seus pais, endereço completo.
O bom funcionamento do cronograma de convocação depende do empenho de
cada um dos elementos que compõe a cadeia. Caso um do membros envolvidos não
possa participar da atividade ou informar aqueles que estariam sobre sua
responsabilidade deve comunicar imediatamente a pessoa que está logo acima dele na
cadeia. Por exemplo caso um dos monitores não possa comunicar seus elementos deve
comunicar ao chefe de tropa ou assistente que não poderá comunicar seus elementos
sobre a atividade e que outro terá que fazê-lo.
Todo membro do grupo deve possuir um cronograma completo em uma listagem
completa semelhante a que a direção do grupo possuí com o endereço e telefone para
contato da chefia de sua tropa ou clã, de todos os elementos de sua tropa, do Diretor de
Escotismo e do Diretor Presidente.

GUIA PIONEIRO 69
69
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Ter bom conhecimento da Fraternidade Escoteira e estar


em contato com 2 pioneiros(as) de pelo menos dois países durante
o mínimo de três meses
Corresponder-se com Pioneiros de outros países é mais fácil do se pensa:
Participe de algum Acampamento Internacional Troque experiências e faça contato
com pessoas de outros países, esses, senão forem pioneiros, podem lhe colocar em
contato com um;
Através dos programas de Pen Pal incentivados por todos os escritórios Regionais e
Nacional da U.E.B., mesmo não havendo nenhum pioneiro para se corresponder podes
entrar em contato com diversas Associações em outros países, e esse lhe colocam em
contato com algum;
Através da Internet, pesquisando nas diversas páginas de Grupos Escoteiros, dos
mais diversos pontos do mundo, como dica deixemos: A página do Bureau Mundial - http:/
/www.scout.org, a página da Associación de Scouts de Chile - http://www.scout.cl/grupos,
a página oficial da UEB - http://www. escoteiros.org e podes consultar os mais diversas
listas de utilidades, tanto no Brasil quanto do Exterior.

Organizar e apresentar ao Clã Pioneiro um trabalho de cunho cultural de sua


escolha
Para organizar um trabalho cultural e apresentá-lo ao Clã se faz necessário:
1) Planejamento;
1.1) Determinar o assunto do trabalho cultural;
1.2) Averiguar os contatos a serem feitos;
1.3) Determinar os recursos a serem utilizados;
1.4) Planejar datas para as etapas e apresentação;
1.5) Etc.

2) Execução;
2.1) Desenvolver o assunto;
2.2) Estabelecer os contatos;
2.3) Arrecadar as informações;
2.4) Compilar os dados;
2.5) Etc.

3) Avaliação e apresentação dos resultados com o Clã.


3.1) Reunir os integrantes do Clã expondo os pontos do Planejamento e da Execução;
3.2) Exibir as conclusões tiradas a partir dos dados coletados e examinados;
3.3) Discutir com o Clã os pontos que foram falhos ou válidos no trabalho.
3.4) Etc.

Etapa de aplicação sugerida pelo pioneiro(a) e aprovado pela COMAD


(Comissão Administrativa do Clã).
Outras etapas de aplicação de cidadania podem ser sugeridas pelo pioneiro,
desde que fiquem dentro do tema e que sejam aprovadas pela COMAD do Clã. Como
exemplos podemos citar:
Þ Visita ao conselho tutelar da sua Micro-região com o objetivo de se aprender o

70
70 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

funcionamento e importância deste órgão na sociedade;


Þ Visita ao Fórum Central da sua cidade, com objetivo de conhecer o funcionamento da
justiça;
Þ Visita à Assembléia Legislativa do Estado para conhecer o funcionamento do Legislativo
Estadual, como são criadas as leis ,etc.;
Þ Visita à Secretaria Municipal do Meio Ambiente para conhecer os projetos e o
funcionamento da mesma...

Como fazer um projeto Pioneiro


Por Escotista Gilberto Eichenberg Furasté
1) PROJETOS - POR QUÊ?
Necessidade do Projeto
Todos nós conhecemos a importância dos chamados “projetos” em nossas
vidas. Para falar a verdade, em nosso dia-a-dia, nunca paramos de planejar. A maioria
das decisões que tomamos não é imediata; pelo contrário, passa por um processo mental
de avaliação de alternativas e escolha de opções, e isso não deixa de ser um efêmero e
por vezes instantâneo “projeto”.
Segundo Tornaghi ( 1958, p. 5 ) planejar é “decidir por antecipação o que deve ser
feito e mais: o como, o quando, o quanto, por quem e onde, e isto depois de indagar por
quê”. Embora nosso objetivo primordial não seja fixar conceitos, é interessante notar a
simplicidade dessa definição.
Decidir por antecipação, através de um projeto, é necessário por várias razões:
a) Racionaliza o tempo, na medida em que nos deixa livres para, no momento de agir,
simplesmente agir, sem nos preocuparmos com processo decisório;
b) Evita desperdício em todos os sentidos, uma vez que os gastos são previstos,
dificultando o acúmulo de recursos materiais e/ou intelectuais que não serão utilizados;
c) Nos leva a calcular imprevistos e a prever reações a problemas antes que eles
ocorram, oferecendo, então, alternativas de trabalho;
d) Coloca o objeto do trabalho, de uma forma organizada, ao conhecimento de outras
pessoas, que podem, assim analisar o esquema objetivo das ações futuras e contribuir
para sua realização. Não é à toa que , em muitas situações de nossas vidas, quando
formos buscar ajuda de pessoas ou organismos competentes para algum trabalho, é
quase certo que nos será solicitada “uma cópia do projeto”...
e) Deixa registrados os passos de uma ação complexa, de modo que ela poderá ser
facilmente refeita se necessário, ou servir de base de estudo para que outros trabalhos
sejam desenvolvidos;
f) “quando o planejamento se utiliza adequadamente, dá, aos que se emprenham em
alcançar os objetivos, sensação de pertença e motivação maior para comprometer-se
com uma causa, um objetivo ou uma proposta”.
Poderíamos continuar á exaustão a lista das vantagens de agir através de ações
planejadas. No entanto, basta dizer que especialmente para nós, membros do movimento
escoteiro, os projetos podem ter um significado ainda mais especial: são eles que
viabilizam, de um modo seguro, duradouro e eficaz, a realização de boas ações - sobretudo
coletivas - através de projetos comunitários. Nesse sentido, os projetos devem ser esti-
mulados, principalmente nos ramos sênior e pioneiro.

GUIA PIONEIRO 71
71
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

É especialmente por essa razão que temos esperança de ver multiplicados os


projetos comunitários entre os ramos.
Para tanto, lembramos que “comunidade são os outros”, “comunidade é o mesmo
que povo”, “comunidade são aqueles que não fazem parte do grupo escoteiro” - essas são
algumas frases que tivemos oportunidade de ouvir ao indagar jovens escoteiros acerca
da matéria. Comunidade é um conjunto de pessoas que convive ( mora, ou trabalha, ou
estuda) na mesa área e que, por isso, enfrenta os mesmos problemas e tem basicamente
as mesmas necessidades. Comunidade pode ser a família, a escola, o bairro , o próprio
grupo escoteiro, a cidade, e assim por diante.
Tudo o que falamos sobre a necessidade de projetos só ganha especial relevância
dentro de uma comunidade determinada.

2) PROJETOS - O QUÊ?
O Tema do Projeto
Como pudemos ter oportunidade de perceber, os projetos servem aos mais
diversos fins. O que fazer, então, para escolher um tema?
Em primeiro lugar, não precisamos quebrar a cabeça buscando idéias
mirabolantes. Um dos melhores recursos que existe em nosso redor são os nossos
companheiros. Nunca despreze a palavra daqueles que possuem mais experiência. Busque
conversar com outras pessoas que já fizeram projetos. Procure também os conselhos do
Diretor de Escotismo do grupo, converse na Região com o responsável pelas campanhas
apoiadas pela União dos Escoteiros do Brasil. Há sempre algo que pode ser feito.
Mesmo que o projeto já tenha “nascido pronto”, busque idéias a serem
acrescentadas: não é porque o projeto deva ser seu, que você tenha que escondê-lo de
todos durante sua preparação.

72
72 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Dentro de uma tropa sênior/guia, ou em um clã pioneiro, deve haver um clima


próprio para a discussão de idéias acerca de projetos. A coordenação do projeto é
incumbência de seu autor, o que não quer dizer de modo nenhum que a execução também
seja de seu exclusivo encargo. Exatamente por isso, as discussões são importantes.
Procure fazer com que as chefias tomem conhecimento da idéia e o ajudem a programar
as datas. Dessa forma, todos os companheiros de clã ( e, dependendo do projeto, de
outros ramos do grupo ou de outros grupos) poderão participar.
Uma das técnicas para se ter idéias é respondendo a questões simples acerca
da matéria. Sendo assim, propomos perguntas do tipo:
ð O que pode ser feito para melhorar a sede de seu grupo escoteiro? Principalmente
naqueles grupos que não possuem sede própria, e que, portanto, têm sua área cedida por
uma outra entidade, é interessante manifestar interesse em conservar e realizar melhorias,
que muitas vezes trarão resultados benéficos não apenas para os escoteiros, mas para
os outros usuários do local. Um exemplo de projeto interessante nesse sentido é o de um
projeto de Insígnia de B-P que nos veio de Brasília. A primeira etapa consta da identificação
e catalogação de plantas medicinais do cerrado; a Segunda, é a confecção de uma horta
no grupo escoteiro, com as mudas dos vegetais. Uma idéia singela e muito útil
ð O que pode ser feito para contribuir com a comunidade na qual meu grupo está
inserido? Mais uma vez, não se espera caírem do céu as idéias: basta conversar, entrar
em contato com os chefes, ou outros capacitados a responder essa pergunta com você.
Seria interessante, por exemplo, falar com os pais que residem no bairro ( ainda mais se
for uma zona carente); com o diretor da escola onde fica o grupo; com o padre da igreja
onde fica o grupo; e assim por diante. Esses projetos são os mais comuns, e as instituições
ajudadas normalmente são creches, asilos, associações de bairro, escolas comuns e
para deficientes, vilas/bairros/ruas pobres, etc.
ð O que pode ser feito para melhorar o relacionamento dos membros de meu Grupo/
Região? É respondendo a essa pergunta que, muitas vezes, surgem os projetos de
integração, tais como gincanas, campeonatos, etc.
ð O que pode ser feito para divulgar o grupo, e o movimento escoteiro de um modo
geral, na minha comunidade? Através de campanhas publicitárias feitas pelos próprios
jovens? Através de atividades realizadas nas escolas do bairro?
Como se não bastasse, muitas outras perguntas podem ser colocadas para se
ter idéia do que fazer. No entanto, uma última consideração: depois de tida a idéia, procure
informar-se sobre se já foi realizado um projeto similar, pois ali você obterá recursos
preciosos. Ainda mais se se tratar de um projeto comunitário, de longo alcance: muitas
vezes são feitos projetos bonitos, para se auxiliar uma determinada entidade, por exemplo,
e, depois de cumprido o prazo previsto, encerra-se o projeto e esquece-se que foram
criados vínculos afetivos, às vezes mesmo uma responsabilidade moral, para com aqueles
que foram ajudados. Não se pensa na expectativa criada: para eles, pouco importa se o
projeto possuí 3 ou 6 meses de duração, suas necessidades são constantes. Por isso,
insisto na conveniência da continuidade dos projetos comunitários.

3) PROJETOS - COMO?
Estrutura de um Projeto
Uma das maiores dificuldades constatadas por nós entre os pioneiros em geral
é a maneira de se fazer o projeto escrito: como apresentá-lo corretamente? Muitos pioneiros
quebraram a cabeça procurando normas específicas, alguns seguiram regras rígidas de
trabalhos escolares, e outros sentaram-se à tarde em suas escrivaninhas, deixando a
inspiração aparecer de algum lugar. A verdade é que não existe esquema rígido a ser

GUIA PIONEIRO 73
73
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

seguido - devemos lembrar que não estamos trabalhando com projetos científicos, nem
com trabalhos universitários, ou algo do gênero.
Este texto não tem o objetivo de reclamar uma uniformização na confecção dos
projetos escoteiros ( até porque, infelizmente, eles ainda são tão poucos que não se pode
falar em “uniformizá-los”. Servirá ele para todos os interessados em seguir sugestões
simples na hora de montar um projeto. Isso significa que o pioneiro deve sentir-se livre
para alterar o que acha que deve ser alterado.
Todavia, existe alguns tópicos que são obrigatórios e que devem constar de
todos os projetos, conforme mostraremos abaixo. Grande parte dos exemplos foi retirada
de projetos já realizados.

3.1 Nome
“Como será conhecido o meu projeto?”
O nome ( ou título) do projeto não é mera formalidade. Serve para facilitar sua
identificação. Desde que guarde alguma relação com o tema do projeto, o nome apropriado
pode ser buscado através de um verdadeiro exercício de criatividade. Por exemplo: o
projeto para construção da sede de meu clã chamou-se “João de Barro”; outro projeto de
um de nossos pioneiros, a respeito de um concurso de culinária, tinha o sugestivo nome
de “Futura Indigestão”.

3.2 Objetivo(s)
Este é o momento em que o autor do projeto deve expor a que o mesmo servirá,
ou seja, o que se pretende alcançar com ele. Alguns projetos são simples, e podem Ter
apenas um objetivo em vista. Muitos objetivos são claros e diretos; outros são no mais
das vezes, conseqüências dos primeiros. Por isso, é interessante separá-los em dois
grupos.

3.2.1 Objetivos Gerais


“Para que estou fazendo o meu projeto?”
O objetivo geral é o motor primeiro do projeto, é a razão principal do nosso trabalho.
Pode traduzir-se em uma ação concreta: “construir uma torre”, “ organizar um galeto”, “
auxiliar as pessoas carentes que habitam tal bairro”. Ou pode visar a um estado,
constituindo um objetivo mais abstrato: “conhecer o PIONEIRISMO e a sua estrutura para
assumir um verdadeiro papel como pioneiro”, “estimular a criatividade”, “divulgar o
movimento escoteiro”, etc.
Pode ser considerado, também, mais de um objetivo geral, não se deve entrar em detalhes.
Os objetivos não se confundem com etapas do projeto( não interessa mostrar aqui como
se fará, mas sim onde se quer chegar).

3.2.2 Objetivos Específicos


“Através da perseguição do objetivo geral, que outras metas poderão - e deverão - ser
atingidas?”
Enquadram-se aí os objetivos secundário do projeto. Deve-se averiguar o que
mais se poderá alcançar com o plano. Se , dentre essas possibilidades, o autor do projeto
quiser eleger algumas como objetivos, deverá o projeto conter os passos necessários
para sua realização.
Esses objetivos secundários também são chamados de “específicos” porque
têm vinculação específica com o objetivo geral, isto é, só têm razão de ser uma vez que
estejam relacionados ao objetivo principal.

74
74 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Um exemplo: pode o projeto ter, como objetivos principais ( gerais), a realização


de um trabalho comunitário e a integração entre os clãs do distrito respondendo à pergunta
“Para que estou fazendo o meu projeto”?).Se o pioneiro perceber que, além disso, essa
será uma boa oportunidade para conhecer uma nova região da cidade, e para divulgar o
movimento escoteiro, esses serão objetivos secundários ( específicos ) .
Tudo isso que escrevemos a respeito dos objetivos é apenas um esclarecimento.
Mais uma vez, insistimos em que o importante não são as formalidades, mas sim o
conteúdo. De um modo geral, os objetivos servem para mostrar o que será buscado com
o projeto, de uma forma sucinta e objetiva.
Para finalizar, não é demais salientar que, quando um projeto for desenvolvido em
atendimento a uma etapa - tanto sênior como pioneira - o cumprimento dessa etapa deve
ser um objetivo específico do projeto. Afinal, seria lastimável que um projeto fosse realizado
com o objetivo principal de “realizar uma etapa” ou obter uma insígnia”...

3.3 Etapas
“ O que será feito para atingir os objetivos do projeto?”
Também chamado de “ações” ou “desenvolvimento”, este é o núcleo do projeto.
“Cabe aqui citar o segundo preceito do método cartesiano: “dividir cada uma das dificuldades
que examinasse em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor
compreendê-las” (Descartes, s/d).
Agora sim, as etapas do projeto devem-se apresentar de uma maneira desenvolvida,
detalhada. É necessário que o autor do projeto descreva todos os passos minuciosamente
e em ordem.

O autor Newton Tornaghi refere três qualidades que devem estar presentes nas
linhas de ação propostas:
· Adequabilidade - a linha de ação é adequada quando, realizada com êxito, conduz ao
efeito final desejado.
· Exeqüibilidade - ela é exeqüível quando é capaz de realizar com êxito a ação pretendida,
consideradas as características do meio, os fatores em oposição e os recursos disponíveis.
A linha de ação é parcialmente exeqüível quando só em determinadas condições poderá
ser realizada com êxito.
· Aceitabilidade - ela é aceitável quando o custo de sua realização ( haja sucesso ou
não) pode ser tolerado.
Não há mais muito a falar sobre a parte de desenvolvimento do projeto, porque,
apesar de ser seu núcleo, é realmente a parte mais fácil de ser feita, bastando atentar para
alguns detalhes, como mostraremos a seguir.
A complexidade das etapas depende da complexidade do projeto como um todo.
Tudo aquilo que deve ser realizado, precisa constar nessa parte do projeto.
Deve-se procurar prever os chamados “acidentes de percurso”. Várias vezes, nós
fomos criticados em nosso clã por sermos “pessimistas” - no entanto, não querendo
buscar outro termo mais adequado, podemos dizer que o autor do projeto deve ser um
tanto quanto pessimista, e não confiar na sorte. A “carta na manga” é fundamental! O
exemplo mais comum de ”falta de pessimismo” nos planejamentos escoteiros vem de
cima, literalmente: é a chuva. Quantas atividades, quantos acampamentos foram e são
frustrados por falta de um “programa reserva”, a ser desenvolvido em caso de mau tampo...
Por isso, na confecção de um projeto, uma pergunta que jamais deve ser repelida é a que
começa por: “Mas e se por acaso...?”
Também nunca é demais lembrar que, de acordo com o assunto do projeto, deve

GUIA PIONEIRO 75
75
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

ser buscado o auxílio de outras pessoas. Todavia, o chefe, mestre ou dirigente que for
procurado para ajudar deve Ter bom senso, a fim de auxiliar sem interferir, ou seja, deixar
o autor do projeto dentro de uma grande margem de arbítrio próprio. É interessante sempre
dar mais de uma sugestão, deixando ao elemento a decisão final, a menos que se trate de
flagrante necessidade - esse é o bom senso do chefe. É função de quem auxilia no
projeto, ou de quem o avalia, verificar se o desenvolvimento está corretamente associado
aos objetivos ( isto é , se todos eles têm as metas propostas). Isso sim é importante, e o
jovem realizador do trabalho deve ser convenientemente alertado caso haja alguma difi-
culdade.
Por último: a maneira de ser colocado o desenvolvimento não é mais importante
que o conteúdo em si. Se o pioneiro quiser listá-las simplesmente, ou escrever um
pequeno texto que contará como o projeto será desenvolvido, isso é irrelevante.

3.4 Cronograma
“Quando será desenvolvido o projeto?”
A duração também depende de sua complexidade. Pode desenvolver-se em um
dia, ou em seis meses. Lembramos que há muitos projetos, necessários para o
cumprimento de etapas, que já têm sua duração estipulada.
Essa duração do projeto deve ser construída em função da duração de cada uma das
etapas desenvolvidas no item anterior.
Novamente, o que menos importa é como esse cronograma aparecerá no texto
do projeto. Há quem prefira, juntamente com cada etapa do desenvolvimento, colocar a(s)
data(s) de realização (dia tal, ou dia tal ao outro dia ) , e , após isso, calcular o tempo total
de duração do projeto. Outros fazem um cronograma em separado, e ganham uma me-
lhor visualização, assim:
Podem ser utilizados quadros, tabelas, etc. Mais uma vez, vale a criatividade para
bem apresentar as datas.
Deve-se sempre Ter uma margem de erro. Determinadas etapas que têm um
prazo exato em número de dias podem vir a apresentar problemas alheios à nossa vontade,
por isso é necessário que calculemos um ou dois dias a mais.
Se, no entanto, depois de feito o cronograma e de elaborado o projeto, os prazos
não forem cumpridos, isso não é o principal. O importante é realizar as etapas até o fim,
mesmo que os prazos não sejam cumpridos. Como diz o plano do grupo ao qual pertenço
, edição 1996, “ ... O PLANEJAMENTO É FLEXÍVEL. Pode ser adaptado às circunstâncias e
necessidades mutantes”. Apesar disso, a exceção não deve tornar-se regra, e não se
deve abusar da flexibilidade dos projetos.

3.5 Recursos humanos


“Quem fará o quê no meu projeto?”
É necessário apresentar uma listagem com os nomes daqueles que tomarão
parte nas ações, sejam eles membros do movimento escoteiro ou não ( às vezes, é
necessária ou conveniente a atuação de um profissional, de um membro da comunidade,
etc.).
É, também, interessante, que cada ação mais complexa do desenvolvimento
tenha um responsável, que não precisa necessariamente ser o autor do projeto. Este
último é responsável pela coordenação geral, mas pode delegar funções para que outros
se responsabilizem por uma ou mais das etapas desenvolvidas. Nesse caso , pode-se
indicar esses responsáveis juntamente com o desenvolvimento do projeto, ou em lista
separada.

76
76 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Uma estratégia eficaz para aumentar as chaves de sucesso do projeto,


principalmente se este for de longa duração , é designar como responsáveis cargos com
preferências a nomes. Isto é, dizer que “ o tesoureiro” ou “o presidente” são responsáveis
por tal coisa tem como efeito conferir maior estabilidade ao projeto do que se as
responsabilidades fossem conferidas diretamente às pessoas ( “Fulano” ou “Beltrano”).

3.6 Recursos materiais e financeiros


“De que materiais vou precisar para realizar meu projeto? E quanto terá que ser
gasto?”
É necessária uma lista dos materiais necessários ao cumprimento das etapas
do desenvolvimento.Os recursos podem ser buscados junto a outras pessoas, ao grupo
escoteiro, à própria comunidade-alvo do projeto ( se for o caso) , ou adquiridos no comércio.
Nesse último caso, então, é necessária previsão do dinheiro que será gasto. Deve-se ter
o cuidado de preparar a diretoria do grupo para saber como proceder corretamente para
captar os recursos necessários: através dos recursos do próprio grupo, através de cam-
panhas de grupo, “apenas através do esforço de cada integrante da seção” , através de
doações de material mesmo ( por meio de ofícios entregues a quem possa ajudar) , etc.,
tudo dependendo do projeto e de cada grupo escoteiro.
Se o material tiver de ser adquirido, é preciso que se lhe pesquise muito bem o
preço ( de preferência em, no mínimo, três lugares diversos - hoje em dia há cada surpresa!),
e não se pode esquecer da famosa barganha na hora da compra ( afinal, qual é mesmo a
primeira parte do 9° artigo da lei escoteira?)

3.7 Dados do autor do projeto


“Quem é o responsável pelo projeto?”
É muito importante - e, para nosso desgosto, não é muito comum - encontrar no
próprio texto do projeto os dados de identificação de seu autor. Além de servir para facilitar
a identificação do próprio projeto, o simples fato de se poder achar um nome de referência
facilitará também o contato daqueles que, ao manusearem o projeto, tiverem interesse
em aproveitá-lo, discuti-lo ou mesmo ( por que não?) levá-lo adiante. Pelo menos o nome
completo, o grupo escoteiro ao qual o indivíduo está registrado, e um telefone de contato
devem estar presentes.

3.8 Resumo
Podemos, portanto, identificar os elementos que precisam fazer parte de qualquer projeto:
a) nome do projeto;
b) objetivo(s) do projeto / geral( is ) e específico(s);
c) etapas ( desenvolvimento ) do projeto;
d) cronograma do projeto;
e) recursos humanos necessários;
f) recursos materiais e financeiros necessários;
g) dados do autor do projeto.
Aproveitamos o espaço , para relembrar que todo o projeto, depois de concluído e
realizado, deve ser avaliado, a fim de verificar se todas as etapas e prazos foram cumpridos.
Se não foram, devem ser discutidas as razões pelas quais isso ocorreu, para que no
futuro possíveis erros não sejam cometidos novamente.

GUIA PIONEIRO 77
77
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

3.9 Outros elementos


Como não poderia deixar de ser, depois de tanto escrever acerca da ausência de
modelos rígidos e de defender o arbítrio e a criatividade de cada um, apresentamos uma
lista de elementos que podem estar presentes no projeto. A maioria deles foi escolhida de
projetos já realizados:
a) introdução - apropriada para aqueles que têm talento literário, e que gostariam de
escrever algo mais acerca de seu projeto;
b ) local - se o projeto tiver apenas um local para seu desenvolvimento, pode-se escrever
também sobre ele; se o projeto for realizado em lugares, pode-se indicá-los juntamente
com o desenvolvimento, ou em uma seção em separado;
c) atitudes necessárias - para aqueles que se sentirem inspirados, ou para projetos que
exigirem um nível maior de concentração e seriedade por parte de quem dele participar: há
quem goste de descrever sentimentos necessários à perfeita realização do projeto: “res-
ponsabilidade”, “espírito escoteiro”, “paciência”...
d) lema - muitos projetos têm um lema! Se lhes parecer interessante alguma idéia,
podem adotá-la por lema, assim como as patrulhas escoteiras também têm ( ou deveriam
ter ) o seu;
e) antecedentes - para aquelas pessoas que utilizaram outros projetos como fonte de
auxílio, ou que se inspiraram em trabalhos parecidos que já foram realizados, ou que
utilizaram pesquisa bibliográfica, e que quiserem mencioná-lo no projeto;
f) fundamentação ou diagnóstico - muitos projetos utilizam, para fundamentar seus
objetivos , um estudo do problema em tela, isto é , fazem um diagnóstico da situação para
depois propor objetivos ;
g) órgãos envolvidos - pode-se listar, juntamente com os recursos humanos ou logo
após, os órgãos ou entidades que tomarão parte no projeto, auxiliando direta ou
indiretamente na sua consecução;
h) conclusão - especialmente importante para os projetos que têm “introdução”... É utili-
zada, por exemplo, para colocar, de uma forma bem subjetiva, pessoal, as expectativas em
torno do projeto;
i) anexos - se for o caso , é interessante anexar ao projeto tudo aquilo que puder auxiliar
no seu entendimento, bem como cópia de materiais utilizados: fotografias, mapas,
desenhos, rascunhos, documentos oficiais, etc.

4- PROJETOS - QUEM?
Equipes de Interesse e Pretendentes à Insígnia de B-P
O projeto pode ser elaborado por um só elemento, mesmo que para sua
realização, como será provável, seja necessário reunir mais gente.
O mais comum, no entanto, é que, no nível de clãs pioneiros, os projetos sejam
desenvolvidos por equipes ou grupos de interesse.
A figura do líder da equipe de interesse é importante, pois é ele o responsável
perante os outros. No caso de um projeto de clã ser desenvolvido por uma equipe de
interesse, quando da escritura do projeto, o item “dados do autor do projeto”, deve ampliar-
se: além do nome e identificação do responsável ( líder de equipe, é importante que
conste pelo menos o nome de cada um dos outros componentes do grupo.
Outro projeto especial é o projeto de Insígnia de B.-P. Para informações específicas
sobre ele, deve ser consultado o mestre pioneiro. Resumidamente, o procedimento, previsto
nas etapas pioneiras, é o seguinte: o projeto deve ter seis meses de duração, incluindo:
escolha da idéia, planejamento e programação, organização, coordenação realização,
avaliação e relatório desses passos descritos.

78
78 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Obras consultadas

1- ASOCIACIÓN de Guias y Scouts de Chile. Façamos um plano de grupo. São José:


Oficina Scout Interamericana, s/d 92p.
2- BARROS, Aidil, LEHFELD, Neide. Projeto de Pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1990, . 18-
43.
3- DESCARTES, René. Discurso do Método. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d 176p.
4- DIDONET. H Coopere com sua comunidade. Porto Alegre: SESI-RS, 1973. 24p.
5- FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico. 4. Ed. Porto
Alegre: Dácto-Plus, 1994. 77p.
6- HOFMAN, Leopoldo. Equipe. Porto Alegre: SESI-RS , 1975. 32p.
7- Relações Humanas e Chefia 2 ed. Porto Alegre: SESI-RS, 1973. 32 p.
8- OLIVEIRA, Milton Marques de Livro Do Mestre Pioneiro Rio de Janeiro. Editora
Escoteira. Da UEB, 1985, 73p.
9- PLANEJAMENTO 1996 - Grupo Escoteiro Marechal Rondon - RS 108
10-REIS, Mário G. Discussão em Grupo para Desenvolvimento da Comunidade. 5 ed.
Porto Alegre: SESI-RS, 1973 40p.
11- TAGATA, Daniel Oscar. Las 12 Fases de um Proyeto Scout de Desarollo de la
Comunidad. 6 ED. São José: Oficina Regional Interamericana, 1989
12-TORNAGHI, Newton. Planejamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Edições Newton Torghi,
1968. 40p.
13-UNIÃO dos escoteiros. CAB Pioneiro. Porto Alegre : UEB RS, 1983 58p.
14- CAP Pioneiro. Porto Alegre: UEB RS 1983. 34p
15 - Manual do CAP Pioneiro. Porto Alegre: UEB/RS, 1982. 34p.

GUIA PIONEIRO 79
79
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Participar de uma atividade pioneira a nível nacional ou internaci-


onal;
São exemplos de Atividades Pioneiras Nacionais e Internacionais as seguintes:
Mutirão Pioneiro, Sub-Campo Pioneiro em um Jamboree Nacional ou Internacional,
Rovermoot, Fórum Nacional Pioneiro etc., podendo ser de sua inteira escolha a participação
em qualquer uma destas!

Organizando um círculo de debates


Para organizar um círculo de debates deve-se:
1. Determinar o tema dos debates, por exemplo:
a) Prevenção quanto ao uso de drogas;
b) O Equilíbrio vital ( os cinco pontos da harmonia ) ;
c) O melhoramento das provas no adestramento Pioneiro;
d) Etc.

2. Averiguar quais são os recursos disponíveis:


a) Salas;
b) Material audiovisual;
c) Palestrantes;
d) Etc.

3. Determinar as datas e horários:


a) Periodicidade mensal, semanal ou bimestral;
b) À noite, em dias de semana para não atrapalhar as atividades de sábado
c) Pela manhã de sábado, antes das atividades normais na sede...

4. Determinar meio de apresentação e discussão do(s) tema(s):


a) Primeiramente serão ministradas palestras sobre os assuntos do tema, depois a
discussão dar-se-á;
b) Discussão simples dos temas escolhidos;

5. Determinar a necessidade de recursos.


Para realizar um círculo de debates deve-se:
I. Estabelecer contato prévio com a COMAD. Se envolver outras seções ou atividades fora
do Grupo Escoteiro , deve-se comunicar ao Diretor de Escotismo ou ao Chefe da respec-
tiva seção;
II. Entrar em contato com os palestrantes, e com todos os envolvidos ;
III. Realizar as campanhas com o intuito de arrecadar os recursos necessários para
aquisição dos materiais necessários para as palestra e discussões.
IV. Otimizar todos os recursos materiais e financeiros para que estejam disponíveis nas
datas convencionadas com a COMAD.

80
80 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Projeto de relevância cívica ou social

O assunto é de sua livre escolha, mas deve ser aprovado pela Comissão
Administrativa do Clã, que deverá cobrir os seguintes aspectos:
a) escolha da idéia;
b) planejamento e programação;
a) organização;
b) coordenação;
c) realização;
d) avaliação; e
e) relatório.

GUIA PIONEIRO 81
81
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Atividade de cunho cultural


Como sugestão procure a Secretaria de Cultura do seu Município, Universidades,
Teatros, Cinemas, entre outros locais... anotando a programação. Convide o Clã, ou alguns
de seus membros, para participar junto contigo desse espetáculo, filme, apresentação.
Após , realize uma conversa fazendo uma crítica, avaliando e debatendo sobre a mesma.
* Participar de uma atividade comunitária em conjunto com outra instituição;
Dentro das atividades do Clã, surgirão oportunidades para o desenvolvimento de
atividades comunitárias. Geralmente nas atividades pioneiras regionais ou distritais realizam
serviços às comunidades onde se está realizando a mesma. E a terceira oportunidade é
a realização de um projeto comunitário para o grupo, para a vizinhança, para a cidade etc.
cujo mentor é você!
* Participar de uma atividade de divulgação do Movimento Escoteiro junto à comunidade;
As atividades de divulgação do Ramo Pioneiro ou do Movimento Escoteiro devem
ser uma constante nas atividades do Clã. Mas caso exista um falta de iniciativa você
mesmo pode planejar uma!
Para tanto basta você escolher um local próprio, digamos na escola próxima ou
onde está inserido seu Grupo Escoteiro, e porque não no dia do Escoteiro... Decididos,
local e data, podemos pensar em que tipo de material ou atividades serão utilizado para
chamar a atenção dos alunos:
Þ Uma Televisão e um vídeo cassete passando filmes sobre o Escotismo
(atividades, acampamentos etc..);
Þ Palestras de prevenção de doenças infecto contagiosas;
Þ Escalada e rapel de um paredão lateral da Escola;
Þ Entrega de folhetos explicativos sobre o Escotismo;
Þ Etc..

82
82 GUIA PIONEIRO
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

E depois de ser Pioneiro ?

Ao completar 21 anos de idade o Pioneiro se vê ante uma verdadeira


encruzilhada, ele que, durante a sucessão de ano após ano, viveu uma vida intensa dentro
do Movimento Escoteiro, deve, agora, decidir-se: afastar-se ou de alguma forma
permanecer ligado ao Escotismo.
Se, realmente, ele está imbuído de um espírito criador, de esperanças, simpatias,
compreensão e cooperação, ufanar-se-á de haver sabido aproveitar tudo aquilo que o
Escotismo lhe ofereceu.
O Mestre Pioneiro pode e deve, ainda neste ponto da estrada da vida do Pioneiro,
em que uma decisão deve ser tomada, ajudá-lo, mostrando-lhe as opções que o Movimento
lhe oferece para que continue trabalhando pelo mesmo, servindo aos demais e a si
mesmo.
Assim, mostrar-lhe-á que ele, poderá continuar no Escotismo, seja como
Escotista ou Dirigente.

GUIA PIONEIRO 83
83
Produzido pela UEB/RS - Edição Impressa: Gestão 2001/2003 - Edição Digital: Gestão 2004/2006

Bibliografia

- Manual dos Projetos Financeiros - Porto Alegre - UEB/RS 1984


, Livro do Mestre Pioneiro: 1ª Ed. - Editora Escoteira, 1985
, Constituição da república Federativa do Brasil - Tecnoprint , 1988 - pg.9-11
. Manual do CAP Pioneiro. Porto Alegre: UEB/RS, 1982. 34p.
ASOCIACIÓN de Guias y Scouts de Chile - Guia sobre Administración, finanzas, organizacion
y programa; para los Grupos Scouts, Santiago, 1985.
BADEN-POWELL, Robert S. S. - Caminho para o Sucesso- Editora Escoteira, .
BADEN-POWELL, Robert S. S. - Escotismo para Rapazes - Editora Escoteira, .
BADEN-POWELL, Robert S. S. - Lições da Escola da Vida- 1ª Ed. - Editora Escoteira, 1986.
BOY Scouts of America - Fieldbook, Irving , 1984
BOY Scouts of America - The Boy Scout Handbook, Irving , 1997
BOY Scouts of America - The Scoutmaster Handbook , Irving , 1996
CENTRO de Comunicação Social do Exército - Suplemento Especial - Dia da Bandeira,
Brasília, 19 de Novembro de 1997.
CENTRO de Cultura do Movimento Escoteiro - História do Escotismo no Estado do Rio
Grande do Sul- Volume I - Tomo XXII - Rio de Janeiro - CCME, 1994
CENTRO de Cultura do Movimento Escoteiro- História do Escotismo Brasileiro - Volume I
- Tomo I - Rio de Janeiro - CCME, 1994
COTRIM, Gilberto - Educação Moral e Cívica - 2º Grau - 10ª Ed. - São Paulo, Saraiva, 1990
- pg. 182-184
FURASTÉ, Gilberto Eichenberg - Como Fazer um Projeto Escoteiro - Porto Alegre, 1996
LONG, John & HODGON, Michael - The Dayhicker’s Handbook -Ragged Mountain, 1996.
SPENCER, Chas. L. - Knots, Splices and Fancy Work, Brown, Son & Ferguson, Ltd., 1992
pg. 9 - 20, 50 - 53.
UNIÃO dos Escoteiro do Brasil - Guia do Sênior - 2ª Ed. - Editora Escoteira - pg. 1983 - pg.
23, 25, 28, 29, 44, 45, 48 - 51.
UNIÃO dos Escoteiros do Brasil - Princípios, Organização & Regras - Brasília, Editora
Escoteira, 1998.

84
84 GUIA PIONEIRO

Das könnte Ihnen auch gefallen