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(https://prezi.com/2i4wjkqipcw4/fratura-do-talus/)
Classificação de Gustilo et al
É recomendado debridar a pele rompida pela tensão exercida pelo corpo talar, assim
como tecido interposto. Grob et al sugerem inicialmente a fusão tibiotalar. Ainda assim
Pennal e os outros tiveram semelhantes números quanto a necrose avascular.
Pacientes que passaram por talectomia isolada evoluiram com dor forte, mas tiveram
ganho funcional tibiotalar.
Parafusos podem ser posicionados de anterior para posterior. Fios de Kirschner isolados
não devem ser usados pois não oferecem boa estabilidade.
As vantagens da colocação de parafuso via anterior incluem visualização direta da
fratura e evitamento de vasos sanguíneos posteriores.
Após redução, a fixação interna é obtida com a inserção de dois parafusos corticais de
titânio de 3.5-mm do colo do talus para o corpo. Colocação paralela dá mais
compressão.
Parafuso pode ser colocado de uma posição posterolateral, seguindo anteromedialmente
em direção à cabeça.
É o segundo maior osso do tarso e tem 5 superfícies articulares
O talus é composto por três partes: cabeça, colo e corpo - e dois processos o lateral e o
posterior.
A cabeça se articula com o navicular
O corpo inclui o domo do talus na articulação do tornozelo e a faceta posterior na
articulação subtalar
O colo repousa sobre o seio tarsal
FRATURA DO TÁLUS
Residência de Ortopedia e Traumatologia
Hospital do Servidor Público Estadual - IAMSPE
História
1608 - Primeiro relato de lesão do tálus por Fabricius de Hilden, tratada com talectomia
1818 - Astley Cooper descreveu pela primeira vez a história natural do deslocamento de
tálus
1848 - James Syme verificou em Edimburgo a alta mortalidade dos pacientes com
fratura do tálus
1909 - Stealy reviu a literatura e verificou mortalidade de 50% após fratura exposta do
tálus
Raphael Battisti
História
1952 - Coltart descreveu 228 lesões do talus que coletou da Royal
Air Force durante a 2ª Guerra Mundial. Maior série de casos.
Anatomia - Óssea
Corpo do talus - dividido em 5 partes: lateral, medial, superior, inferior e posterior.
A superfície lateral abrange uma superfície articular grande chamada facies malleolaris
lateralis que se articula com a fíbula distal.
No processo lateral, o ligamento talocalcâneo se insere.
Ao longo da borda anterior do processo triangular lateral estão dois tubérculos para
inserção do ligamento talofibular anterior. Na parte posterior desse processo triangular
se insere o ligamento talofibular posterior.
A superfície posterior consiste de tubérculos que formam sulco onde passa o tendão
flexor longo do hálux. O tubérculo posterolateral é maior e mais proeminente que o
posteromedial. O tubérculo posterolateral pode parecer um trígono conhecido como
processo de Stieda ou como um osso acessório separado.
Anatomia - Ossos - Cabeça e Colo
A cabeça do talus é a porção distal que reside na articulação acetabulum pedis ou
soquete do pé.
Esse soquete é formado pelas superfícies medial e anterior do calcâneo, conectadas
pelos ligamentos calcaneonaviculares.
Artérias extraósseas que chegam ao talus incluem ramos da a. tibial posterior, dorsal
pedis/a. tibial anterior e artérias peroneais. Esses vasos se anastomosam e formam uma
rede vascular.
Miller et al estudaram o suprimento sanguíneo do talus usando RM com Gadolíneo e
mostraram maior contribuição da a. tibial posterior (47%)
Artéria do sinus tarsi é formada pela anastomose de várias artérias da região lateral do
pé
TRATAMENTO:
sem desvio = compressivo gessado suropodálico por 4 semanas e depois carga parcial
liberada aos poucos até resolução clínica da dor
Fratura da cabeça do talus
com desvio = Redução aberta com fixação interna para reestabelecer a função da
superfície articular
cominutiva = Coltart e outros recomendam excisão de pequenos fragmentos para não
bloquear a articulação talonavicular.
Aproximadamente 20% a 30% das fraturas de colo talar são expostas e associadas a
outras lesões do pé, tornozelo e coluna vertebral.
DETALHE ANATÔMICO: é a porção mais frágil do talus por sua área cross-sectional
pequena e grande porosidade.
Fratura do colo do talus
MECANISMO DO TRAUMA: Peterson e Romanus afastaram o mecanismo de
hiperdorsiflexão e fortaleceram o mecanismo de trauma axial sobre o calcâneo seguido
de trauma no arco plantar.
Supinação forçada também pode gerar fratura do colo.
PASSOS CIRÚRGICOS: (1) A via medial usada pro tipo II é estendida proximalmente
sobre o maléolo medial.
(2) Associa-se osteotomia do maléolo medial, visando melhor redução e proteção do
suprimento sanguíneo.
(3) Após redução da fratura do talus, a osteotomia é reduzida e fixada com parafuso
esponjoso, pré-perfurado e pré-macheado.
PROGNÓSTICO: os resultados a longo prazo não são bons. O problema mais comum é
necrose avascular, com taxas de 75% segundo uma série de Kenwright e Taylor e 100%
para as séries de Pennal e de Penny/Davis.
Fratura do colo do talus
Tipo IV: tratada conforme os princípios anteriores com fixação da articulação
talonavicular uma vez que seja reduzida.
É preocupante pois pode ocorrer tanto necrose avascular do corpo do talus quanto da
cabeça talar.
Fratura do colo do talus exposta
Deslocamento total do Talus
É o puro deslocamento do talus, completa ruptura das articulações do tornozelo, subtalar
e talonavicular sem fratura do talus.
É um acometimento raro, chamado de deslocamento pantalar.
TRATAMENTO: pele intacta, pode-se tentar redução fechada com anestesia e tração
esquelética. Na falha, redução aberta.
Ferida exposta segue as recomendações de Gustilo.
DETALHES TÉCNICOS:
A via deve ser planejada cuidadosamente: fraturas simples podem exigir apenas
anterolateral, anteromedial, posterolateral ou posteromedial.
Abordagem anteromedial e anterolateral combinada permite visualização da redução de
fratura complexa na articulação tibiotalar e subtalar.
Dificilmente se necessita de osteotomia do maléolo lateral.
PASSOS TÉCNICOS: (1) Após exposição adequada, os fragmentos são reduzidos e
estabilizados. (2) Fixação com parafusos sem cabeça ou introduzindo totalmente no
osso.
Fratura do corpo do Talus
(3) Se as articulações tibiotalar e subtalar ficarem instáveis após fixação, pode-se
associar fixador externo temporário ou fios K.
Em casos raros, a cominuição é tão grave que fica impossível reduzir. Opta-se por
talectomia e fusão tibiocalcânea.
AVALIAÇÃO CLÍNICA: envolve história de dor no pé ao chutar uma bola ou ficar nas
pontas dos pés durante o ballet. Apresentam dor e edema na parte posterior do
tornozelo. Há edema sensível à palpação no tendão de Aquiles e pode-se escutar
crepitação ao se fletir o pé.