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Teoria do Conhecimento

A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os


limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo é usado ainda
como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla,
abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao
estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de
filosofia da ciência.

A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo-lhe as


leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao
auxílio da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à contribuição da
ciência e da tecnologia.

Mas é sobretudo nos últimos séculos da nossa História, que se tem dado a importância
crescente aos domínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação
com este tipo de questões remonta já à Grécia antiga, é porém a partir do séc. XVIII que
a palavra ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe
damos.

É também sobretudo a partir desta época que as implicações da atividade científica na


nossa vida quotidiana se têm tornado tão evidentes, que não lhe podemos ficar
indiferentes. O que é o conhecimento científico, como se adquire, o que temos implícito
quando dizemos que conhecemos determinado assunto, em que consiste a prática
científica, que relação existe entre o conhecimento científico e o mundo real, quais as
consequências práticas e éticas das descobertas científicas, são alguns dos problemas
com que nos deparamos frequentemente.

Diante desses questionamentos, este trabalho pretende fazer um apanhado geral acerca
da Teoria do Conhecimento, suas correntes e representantes, de modo que se torne mais
fácil a sua compreensão.

Conceito

A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade


do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as
seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir
meios para defendê-lo contra o desafio cético?

Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente
na era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de
Descartes (1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da
ciência moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia.

Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não


conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem
correntes que tentam explica-las: I – O conhecimento como problema, II – Origem do
Conhecimento e III – Essência do Conhecimento e IV – Possibilidade do
Conhecimento.
Veja abaixo as principais correntes e seus representantes:

A) O Conhecimento Quanto à Origem

A polêmica racionalismo-empirismo tem sido uma das mais persistentes ao longo da


história da filosofia, e encontra eco ainda hoje em diversas posições de epistemólogos
ou filósofos da ciência. Abundam, ao longo da linha constituída nos seus extremos pelo
racionalismo e pelo empirismo radicais, as posições intermédias, as tentativas de
conciliação e de superação, como veremos a seguir.

• Empirismo

“O empirismo pode ser definido como a asserção de que todo conhecimento sintético é
baseado na experiência.” (Bertrand Russell).

Conceitua-se empirismo, como a corrente de pensamento que sustenta que a experiência


sensorial é a origem única ou fundamental do conhecimento.

Originário da Grécia Antiga, o empirismo foi reformulado através do tempo na Idade


Média e Moderna, assumindo várias manifestações e atitudes, tornando-se notável as
distinções e divergências existentes. Porém, é notório que existem características
fundamentais, sem as quais se perde a essência do empirismo e a qual, todos os autores
conservam, que é a tese de que todo e qualquer conhecimento sintético haure sua
origem na experiência e só é válido quando verificado por fatos metodicamente
observados, ou se reduz a verdades já fundadas no processo de pesquisa dos dados do
real, embora, sua validade lógica possa transcender o plano dos fatos observados.

Como já foi dito anteriormente, existe no empirismo divergência de pensamentos, e é


exatamente esse aspecto que abordaremos a seguir. São três, as linhas empíricas, sendo
elas: a integral, a moderada e a científica.

O empirismo integral reduz todos os conhecimentos – inclusive os matemáticos – à


fonte empírica, àquilo que é produto de contato direto e imediato com a experiência.
Quando a redução é feita à mera experiência sensível, temos o sensismo (ou
sensualismo). É o caso de John Stuart Mill, que na obra Sistema da Lógica diz que
todos os conhecimentos científicos resultam de processos indutivos, não constituindo
exceção as verdades matemáticas, que seriam resultado de generalizações a partir de
dados da experiência. Ele apresenta a indução como único método científico e afirma
que nela resolvem-se tanto o silogismo quanto os axiomas matemáticos.

O empirismo moderado, também denominado genético-psicológico, explica que a


origem temporal dos conhecimentos parte da experiência, mas não reduz a ela a validez
do conhecimento, o qual pode ser não-empiricamente valido (como nos casos dos juízos
analíticos). Uma das obras baseadas nessa linha é a de John Locke (Ensaios sobre o
Entendimento Humano), na qual ele explica que as sensações são ponto de partida de
tudo aquilo que se conhece. Todas as ideias são elaborações de elementos que os
sentidos recebem em contato com a realidade.

Como já foi dito, para os moderados há verdades universalmente validas, como as


matemáticas, cuja validez não assenta na experiência, e sim no pensamento. Na doutrina
de Locke, existe a admissão de uma esfera de validade lógica a priori e, portanto não
empírica, no que concerne aos juízos matemáticos.

Por fim, há o empirismo científico, que admite como válido, o conhecimento oriundo da
experiência ou verificado experimentalmente, atribuindo aos juízos analíticos
significações de ordem formal enquadradas no domínio das fórmulas lógicas. Esta
tendência está longe de alcançar a almejada “unanimidade cientifica”.

• Racionalismo

É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo,


pois, os fatos não são fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições
de “certeza”.

Um dos grandes representantes do racionalismo, Gottfried Leibniz, afirma em sua obra


Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, que nem todas as verdades são verdades
de fato; ao lado delas, existem as verdades de razão, que são aquelas inerentes ao
próprio pensamento humano e dotadas de universalidade e certeza (como por exemplo,
os princípios de identidade e de razão suficiente), enquanto as verdades de fato são
contingentes e particulares, implicando sempre a possibilidade de correção, sendo
válidas dentro de limites determinados.

Ainda retratando o pensamento racionalista, encontramos Reneé Descartes, adepto do


inatismo, que afirma que somos todos possuidores, enquanto seres pensantes, de uma
série de princípios evidentes, ideias natas, que servem de fundamento lógico a todos os
elementos com que nos enriquecem a percepção e a representação, ou seja, para ele, o
racionalismo se preocupa com a ideia fundante que a razão por si mesma logra atingir.

Esses dois pensadores podem ser classificados como representantes do racionalismo


ontológico, que consiste em entender a realidade como racional, ou em racionalizar o
real, de maneira que a explicação conceitual mais simples, se tenha em conta da mais
simples e segura explicação da realidade.

Existe também uma outra linha racionalista, originada de Aristóteles, denominada


intelectualismo, que reconhece a existência de “verdades de razão” e, além disso, atribui
à inteligência função positiva no ato de conhecer, ou seja, a razão não contém em si
mesma, verdades universais como ideias natas, mas as atinge à vista dos fatos
particulares que o intelecto coordena. Concluindo: o intelecto extrai os conceitos ínsitos
no real, operando sobre as imagens que o real oferece.

Hessen, um dos adeptos do intelectualismo, lembra que há nele uma concepção


metafísica da realidade como condição de sua gnoseologia, que é conceber a realidade
como algo de racional, contendo no particularismo contingente de seus elementos, as
verdades universais que o intelecto “lê” e “extrai”, realizando-se uma adequação plena
entre o entendimento e a realidade, no que esta tem de essencial.

Por fim, devemos citar uma ramificação do racionalismo que alguns autores consideram
autônoma, que é o Criticismo.
O criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de
conhecimento, ou seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar,
preliminarmente o problema do conhecimento em função da relação “sujeito-objeto”,
indagando as suas condições e pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmações do
empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia.
Entretanto, devemos entender tal posição como uma análise crítica e profunda dos
pressupostos do conhecimento.

Seu maior representante, Immanuel Kant, tem como marca a determinação a priori das
condições lógicas das ciências. Ele declara que o conhecimento não pode prescindir da
experiência, a qual fornece o material cognoscível e nesse ponto coincide com o
empirismo. Porém, sustenta também que o conhecimento de base empírica não pode
prescindir de elementos racionais, tanto que só adquire validade universal quando os
dados sensoriais são ordenados pela razão. Segundo palavras do próprio autor, “os
conceitos sem as intuições são vazios; as intuições sem os conceitos são cegas”.

Para ele, o conhecimento é sempre uma subordinação do real à medida do humano.

Conclui-se então, que pela ótica do criticismo, o conhecimento implica sempre numa
contribuição positiva e construtora por parte do sujeito cognoscente em razão de algo
que está no espírito, anteriormente à experiência do ponto de vista gnosiológico.

B) O Conhecimento Quanto à Essência

Nessa parte do estudo, analisaremos o ponto da Teoria do Conhecimento em que há


mais divergências, sendo estas fundamentais pra o pleno conhecimento do assunto, que
é o realismo e o idealismo.

• Realismo

Sabendo que a palavra realismo vem do latim res (coisa), podemos conceituar essa
corrente como a orientação ou atitude espiritual que implica uma preeminência do
objeto, dada a sua afirmação fundamental de que nós conhecemos coisas. Em outras
palavras, é a independência ontológica da realidade, ou seja, o sujeito em função do
objeto.

O realismo é subdividido em três espécies. O realismo ingênuo, o tradicional e o crítico.

O realismo ingênuo, também conhecido como pré-filosófico, é aquele em que o homem


aceita a identidade de seu conhecimento com as coisas que sua mente menciona, sem
formular qualquer questionamento a respeito de tal coisa. É a atitude do homem
comum, que conhece as coisas e as concebem tais e quais aparecem.

Já o realismo tradicional é aquele em que há uma indagação a respeito dos fundamentos,


há uma procura em demonstrar se as teses são verdadeiras, surgindo uma atitude
propriamente filosófica, seguindo a linha aristotélica.

Por último, podemos citar o realismo cientifico, que é a linha do realismo que acentua a
verificação de seus pressupostos concluindo pela funcionalidade sujeito-objeto e
distinguindo as camadas conhecíveis do real como a participação – não apenas criadora
– do espírito no processo gnosiológico. Para os seguidores desse pensamento, conhecer
é sempre conhecer algo posto fora de nós, mas que, se há conhecimento de algo, não
nos é possível verificar se o objeto – que nossa subjetividade compreende – corresponde
ou não ao objeto tal qual é em si mesmo.

Há portanto, no realismo, uma tese ou doutrina fundamental de que existe uma


correlação ou uma adequação da inteligência a “algo” como objeto do conhecimento, de
maneira que nós conhecemos quando a nossa sensibilidade e inteligência se conformam
a algo de exterior a nós. De acordo com o modo de compreender-se essa “referibilidade
a algo”, bifurca-se o realismo em tradicional e o crítico, que são as duas linhas
pertinentes à filosofia.

• Idealismo

Surgiu na Grécia Antiga com Platão, denominado de idealismo transcendente, onde as


ideias ou arquétipos ideais representam a realidade verdadeira, da qual seriam as
realidades sensíveis, meras copias imperfeitas, sem validade em si mesmas, mas sim
enquanto participam do ser essencial. O idealismo de Platão reduz o real ao ideal,
resolvendo o ser em ideia, pois como ele já dizia, as ideias são o sol que ilumina e torna
visíveis as coisas.

Alguns autores entendem que a doutrina platônica poderia ser vista como uma forma de
realismo, pois para eles, o idealismo “verdadeiro” é aquele desenvolvido a partir de
Descartes.

O que interessa à Teoria do Conhecimento, é o idealismo imanentista, que afirma que as


coisas não existem por si mesmas, mas na medida e enquanto são representadas ou
pensadas, de maneira que só se conhece aquilo que se insere no domínio de nosso
espírito e não as coisas como tais, ou seja, há uma tendência a subordinar tudo à formas
espirituais ou esquemas. No idealismo, que é a compreensão do real como idealidade (o
que equivale dizer a realidade como espírito), o homem cria um objeto com os
elementos de sua subjetividade, sem que algo preexista ao objeto (no sentindo
gnosiológico).

Sintetizando, o idealismo é a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou


reduz o conhecimento à representação ou ao processo do pensamento mesmo, por
entender que a verdade das coisas está menos nelas do que em nós, em nossa
consciência ou em nossa mente, no fato de serem “percebidas” ou “pensadas”.

Dentro dessa concepção existem duas orientações idealistas. Uma é a do idealismo


psicológico ou conscienciológico, onde o que se conhece não são as coisas e sim a
imagem delas. Podemos conceituá-lo como aquele em que a realidade é cognoscível se
e enquanto se projeta no plano da consciência, revelando-se como momento ou
conteúdo de nossa vida interior. Também chamado de idealismo subjetivo, este diz que
o homem não conhece as coisas, e sim a representação que a nossa consciência forma
em razão delas. Seus representantes são Hume, Locke e Berkeley.

A outra é a orientação idealista de natureza lógica, que parte da afirmação de que só


conhecemos o que se converte em pensamento, ou é conteúdo de pensamento. Ou seja,
o ser não é outra coisa senão ideia.
Seu maior representante, Hegel, diz em uma de suas obras que nós só conhecemos
aquilo que elevamos ao plano do pensamento, de maneira que só há realidade como
realidade espiritual.

Resumindo: na atitude psicológica, ser é ser percebido e na atitude lógica, ser é ser
pensado.

C) Possibilidade do Conhecimento

Essa parte da teoria do conhecimento é responsável por solucionar a seguinte questão:


qual a possibilidade do conhecimento?

Para que seja possível respondê-la, muitos autores recorrem a duas importantes
posições: o dogmatismo e o ceticismo, os quais veremos abaixo.

• Dogmatismo

É a corrente que se julga em condições de afirmar a possibilidade de conhecer verdades


universais quanto ao ser, à existência e à conduta, transcendendo o campo das puras
relações fenomenais e sem limites impostos a priori à razão.

Existem duas espécies de dogmatismo: o total e o parcial.

O primeiro é aquele em que a afirmação da possibilidade de se alcançar a verdade


ultima é feita tanto no plano da especulação, quanto no da vida pratica ou da Ética. Esse
dogmatismo intransigente, quase não é adotado, devido à rigorosidade de adequação do
pensamento. Porém, encontramos em Hegel a expressão máxima desse tipo de
dogmatismo, pois, existe em suas obras uma identificação absoluta entre pensamento e
realidade. Como o próprio autor diz “o pensamento, na medida em que é, é a coisa em
si, e a coisa em si, na medida em que é, é o pensamento puro”.

Já o parcial, adotado em maior extensão, tem um sentido mais atenuado, na intenção de


afirmar-se a possibilidade de se atingir o absoluto em dadas circunstâncias e modos
quando não sob certo prisma. Ou seja, é a crença no poder da razão ou da intuição como
instrumentos de acesso ao real em si.

Alguns dogmáticos parciais se julgam aptos para afirmar a verdade absoluta no plano da
ação. Entretanto, outros somente admitem tais verdades no plano especulativo. Daí
origina-se a distinção entre dogmatismo teórico e dogmatismo ético.

O dogmatismo ético tem como adeptos Hume e Kant, que duvidavam da possibilidade
de atingir as verdades últimas enquanto sujeito pensante (homo theoreticus) e
afirmavam as razões primordiais de agir, estabelecendo as bases de sua Ética ou de sua
Moral.

Por conseguinte, temos como adepto do dogmatismo teórico, Blaise Pascal, que não
duvidava de seus cálculos matemáticos e da exatidão das ciências enquanto ciências,
mas era assaltado por duvidas no plano do agir ou da conduta humana.
• Ceticismo

Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade constante, mesmo a respeito de


opiniões emitidas no âmbito das relações empíricas. Essa atitude nunca é abandonada
pelo ceticismo, mesmo quando são enunciados juízos sobre algo de maneira provisória,
sujeitos a refutação à luz de sucessivos testes.

Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por causa de sua posição de
reserva e de desconfiança em relação às coisas.

Há no ceticismo – assim como no dogmatismo – uma distinção entre absoluto e parcial,


ressaltando que este último não será discutido nesse trabalho.

O ceticismo absoluto é oriundo da Grécia e também denominado pirronismo. Prega a


necessidade da suspensão do juízo, dada a impossibilidade de qualquer conhecimento
certo. Ele envolve tanto as verdades metafísicas (da realidade em si mesma), quanto as
relativas ao fundo dos fenômenos. Segundo essa corrente, o homem não pode pretender
nenhum conhecimento por não haver adequação possível entre o sujeito cognoscente e o
objeto conhecido. Ou seja, para os céticos absolutos, não há outra solução para o
homem senão a atitude de não formular problemas, dada a equivalência fatal de todas as
respostas.

Um dos representantes do ceticismo de maior destaque na filosofia moderna é Augusto


Comte.

Resumo dos principais problemas da Teoria do Conhecimento

 A questão do conhecimento: Para compreender a si mesmo e o mundo os homens


querem entender a sua própria capacidade de entender.
 Sujeito e objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento – Conhecer é
representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Para que exista conhecimento,
sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor
(nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os
inúmeros fenômenos).
 As possibilidades do conhecimento: O ceticismo prega a impossibilidade de
conhecermos a verdade. O dogmatismo defende a possibilidade de conhecermos a
verdade.
 Ceticismo absoluto: Tudo é ilusório e passageiro. Consiste em negar de forma total
nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, o homem nada pode afirmar, pois
nada pode conhecer. Ao dizer que nada é verdadeiro, o ceticismo absoluto anula a si
próprio, pois diz que nada é verdadeiro, mas acaba afirmando que pelo menos existe
algo de verdadeiro.
 O ceticismo relativo: Nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a
verdade.
 Dogmatismo: É uma doutrina que defende a possibilidade de conhecermos a verdade.
Dogmatismo ingênuo: Consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso
conhecimento.
 Dogmatismo crítico: Acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante
um esforço conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência.
 Empirismo: Defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas
percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato e paladar).
 Racionalismo crítico e materialismo dialético: A experiência e o trabalho da razão
depositam total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de
conhecer a verdade.

Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a


adequação da inteligência com a coisa. Com a experiência da verdade, há
consequentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade
conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida.
Metodologicamente, há primeiro o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a
certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da critica é chamado
dogmatismo. Sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo: Aristóteles e
Tomás de Aquino.

Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada
afirmar e sem nada negar, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a
dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se
defendendo o ceticismo.

O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez


que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-
se então: Onde estão as coisas: Só na inteligência? Só na matéria? No intelecto humano
e na matéria? Ou só na razão? (como dizem os grandes filósofos – idealistas,
racionalistas e realistas).

Para o idealismo o ente transcendental compõe-se somente de ideias. Para o


materialismo, somente matéria. Para o realismo, ideias e matéria. Para o racionalismo, é
razão. A crítica é a base necessária de todo o saber cientifico e filosófico, inclusive da
própria ontologia.

Conclusão

Esse trabalho buscou de forma concisa reunir informações gerais acerca da Teoria do
Conhecimento, baseando-se na visão de Miguel Reale, reunindo conceitos e origem de
algumas correntes, seus objetivos e representantes.

Bibliografia

Reale, Miguel, Introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 65-76;85-89;
119-123.

Por: Érika Batista Santo


Tipos de conhecimentos
1 INTRODUÇÃO

Ao longo de toda existência o homem vem acumulando conhecimentos desde o seu


nascimento, conhecimentos vitais e necessários para a sua sobrevivência. O conhecimento
chega a ser uma necessidade, uma capacidade inerente ao ser humano.

O conhecimento é o caminho obrigatório para a evolução humana, acontece naturalmente, pelo


simples convívio com seus semelhantes, através também de fontes, sensações, percepção,
imaginação, memória.

Para o escritor Aristóteles o conhecimento só acontece quando sabemos qual a causa e o


motivo dos fenômenos.

Para se produzir conhecimento, nos devemos objetivar a produção de hipóteses, modelos, e


teorias, o que pode ser alcançado através da coletas de dados e informações sobre um
determinado assunto. Dessa forma passa a avançar o que se deseja aprofundar, sem deixar
passar despercebido. Deve-se procurar familiarizar-se com o mundo natural, reconhecendo
suas diversidades, perceber a relação entre a ciência e a tecnologia, levando em conta que
essas são empreendimentos humanos, e como tais, sujeitos os erros e limitações, adquirindo
com base nelas, a capacidade de pensar de acordo com as exigências do rigor científico.
Esgotar todas as duvidas de um tópico, antes de iniciar outro, o que nos manterá em nossa
linha de raciocínio.

2 TIPOS DE CONHECIMENTOS

O conhecimento científico Surgiu da necessidade do ser humano querer saber como as coisas
funcionam ao invés de apenas aceitá-las passivamente. Com este tipo de conhecimento o
homem começou a entender o porquê de vários fenômenos naturais e com isso vir a intervir
cada vez mais nos acontecimento ao nosso redor. Este conhecimento se bem usado é muito
útil para humanidade, porém se usado incorretamente pode vir a gerar enormes catástrofes
para o ser humano e tudo mais ao seu redor. Usamos como exemplo a descoberta pela ciência
da cura de uma moléstia que assola uma cidade inteira salvando várias pessoas da morte, mas
também, destruir esta mesma cidade em um piscar de olhos com uma arma de destruição em
massa criada com este mesmo conhecimento.

É produzido pela investigação científica, através de seus métodos. Surge não apenas da
necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, mas do
desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de
provas empíricas.

A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes,


originários querem do senso comum, quer do corpo de conhecimentos existentes na ciência,
são insuficientes para explicar os problemas surgidos. O conhecimento prévio que nos lança a
um problema pode ser tanto do conhecimento ordinário quanto do científico.

Através desses métodos se obtém enunciados, teorias, leis, que explicam as condições que
determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a um problema, sendo
possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir um corpo de novos enunciados,
quiçá novas leis e teorias, fundamentados na verificação dessas predições, e na
correspondência desses enunciados com a realidade fenomenal.
O método científico permite a construção conceitual de imagens da realidade que sejam
verdadeiras e impessoais, passíveis de serem submetidas a testes de falseabilidade.

A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos. A teoria deve poder ser
submetida a um exame crítico. Segundo Popper, "um enunciado científico é objetivo quando,
alheio às crenças pessoais, puder ser apresentado à crítica, à discussão". Um enunciado
científico, construído mediante hipóteses fundadas em teorias, deve poder ser contrastado com
a realidade, deve poder ser submetido a testes, em qualquer época e lugar, e por qualquer
pessoa.

Isso faz com que a investigação científica estimule a criar fundamentos mais sólidos e a testar
suas hipóteses de uma forma mais rígida e controlada.

A ciência se vale da crítica persistente que persegue a localização dos erros, através de
procedimentos rigorosos de testagem que a própria comunidade científica reavalia e aperfeiçoa
constantemente. Esse método crítico de constante localização de dificuldades, contradições e
erros de uma teoria, garante à ciência uma confiabilidade.

2.1 Características do conhecimento científico

O primeiro caráter do conhecimento científico, reconhecido até por cientistas e filósofos das
mais diversas correntes, é a objetividade, no sentido de que a ciência intenta afastar do seu
domínio todo o elemento afetivo e subjetivo, deseja ser plenamente independente dos gostos e
das tendências pessoais do sujeito que a elabora. Numa palavra, o conhecimento
verdadeiramente científico deve ser um conhecimento válido para todos. A objetividade da
ciência, por isso, pode ser também, e talvez melhor, chamada intersubjetividade, até porque a
evolução recente da ciência, e especialmente da Física, mostrou a impossibilidade de separar
adequadamente o objeto do sujeito e de eliminar completamente o observador.Outro caráter
universalmente conhecido é a positividade, no sentido de uma plena aderência aos fatos e de
uma absoluta submissão à fiscalização da experiência. O conceito de positividade como
recurso à experiência e adesão aos fatos era ainda mais vago, e, nesse tempo, demasiado
restrito, não só em Filosofia, como na própria ciência. Só recentemente, por obra de Einstein, a
positividade da ciência se precisou na operatividadedos conceitos científicos, segundo a qual
um conceito não tem direito de cidadania em ciência se não for definido mediante uma série de
operações físicas, experiências e medidas ao menos idealmente possíveis. Tal precisão
permite, por um lado, reconhecer claramente a não positividade de conceitos como o de
espaço e de tempo absolutos e, por outro lado, admitir como positivos elementos não
efetivamente experimentáveis. O terceiro caráter do conhecimento científico reside na
sua racionalidade. Não obstante a oposição de toda a corrente empirista, a ciência moderna é
essencialmente racional, isto é, não consta de meros elementos empíricos, mas é
essencialmente uma construção do intelecto. A ciência pode ser definida como um esforço de
racionalização do real; partindo de dados empíricos, através de sínteses cada vez mais vastas,
o cientista esforça-se por abraçar todo o domínio dos fatos que conhece num sistema racional,
no qual de poucos princípios simples e universais possam logicamente deduzir-se as leis
experimentais mais particulares de campos à primeira vista aparentemente heterogêneos.

Além disto, os cientistas modernos verificam unanimemente no conhecimento científico um


caráter muito alheio à mentalidade científica, o da revisibilidade. Não há nem nas ciências
experimentais, nem mesmo na matemática, posições definitivas e irreformáveis. Toda a
verdade científica aparece, em certo sentido, como provisória, susceptível de revisão, de
aperfeiçoamento, às vezes mesmo de uma completa reposição em causa. Todos os
conhecimentos científicos são aproximados, quer pela imperfeição das observações
experimentais em que se fundam, quer pela necessária abstração e esquematização com que
são tratados. Os conceitos de adequação total e perfeita devem ser substituídos pelos de
aproximação e validez limitada. Esta nova mentalidade científica que deve ser mantida num só
equilíbrio é principalmente o fruto de numerosas crises e revoluções da ciência.
Finalmente, um último caráter do conhecimento científico é a autonomia relativamente à
Filosofia e à fé. A ciência tem o seu próprio campo de estudo, o seu método próprio de
pesquisa, uma fonte independente de informações que é a Natureza. Isto não significa que a
Filosofia não possa e não deva levar a termo uma indagação crítica sobre a natureza da
ciência, sobre os seus métodos e os seus princípios e que o cientista não possa tirar vantagem
do conhecimento reflexivo, filosófico e crítico da sua mesma atividade de cientista. Mas em
nenhum caso a ciência poderá dizer-se dependente de um sistema filosófico ou poderá
encontrar numa tese filosófica uma barreira-limite que impeça a priori a aplicação livre e
integral do seu método de pesquisa. E o mesmo se dirá no que respeita à fé: ela poderá
constituir uma norma diretriz e prudencial para o cientista, enquanto homem e crente, nunca
será uma norma positiva ou restritiva para a ciência enquanto tal.

2.2 Natureza do conhecimento cientifico

O que é conhecer? É uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto
conhecido. No processo do conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo, do
objeto conhecido. Quando a apropriação é física, por exemplo, a representação de uma onda
luminosa, um som, o que acarreta numa modificação de um órgão corporal do sujeito, tem-se
um conhecimento sensível. Tal tipo de conhecimento é encontrado tanto em animais como no
homem. Se a representação não é sensível, isto ocorre com realidades tais como conceitos,
verdades, leis e princípios, tem-se então um conhecimento intelectual. O conhecimento sempre
implica numa dualidade de realidades: de um lado, o sujeito e, de outro, o objeto conhecido. O
objeto conhecido pode as vezes fazer parte do sujeito que conhece. Pode-se conhecer a si
mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus pensamentos. Mas nem todo conhecimento é
pensamento. O pensamento é conhecimento intelectual.Pelo conhecimento o homem penetra
as diversas áreas da realidade para dela tomar posse. A própria realidade apresenta níveis e
estruturas diferentes em sua própria constituição. Assim, a partir de um ente, fato ou fenômeno
isolado, pode-se subir ate situá-lo dentro de um contexto mais complexo, ver seu significado e
função, sua natureza aparente e profunda, sua origem, sua finalidade, sua subordinação a
outros entes, enfim, sua estrutura fundamental com todas as implicações daí resultantes. Tem-
se quatro espécies de consideração sobre a mesma realidade, o homem esta se movendo
dentro de quatro níveis diferentes de conhecimento. São eles: conhecimento empírico,
conhecimento científico, conhecimento filosófico e conhecimento teológico. Conhecimento
empírico, também chamado de vulgar ou popular, é o conhecimento do povo, obtido ao acaso,
após inúmeras tentativas. São conhecimentos que os homens comuns, sem formação,
adquirem através de experiências vividas ao acaso, sem método, nas experiências alheias e
nas tradições da coletividade. O conhecimento popular ou senso comum não difere do
conhecimento científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que o
diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos para se obter o "saber”. O
conhecimento cientifico vai alem do empírico: por meio dele, alem do fenômeno, conhecem-se
suas causas e as leis que o regem. Pode-se dize que é certo, pois sabe explicar os motivos da
sua certeza; é geral, porque conhece no real o que há de mais universal; é metódico e
sistemático; além de ter a capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar, de
induzirem ou aplicar as leis, de predizer com segurança eventos futuros. A expressão
"conhecimento científico" evidencia o caráter de autoridade, de respeitabilidade. O
conhecimento filosófico distingue-se do cientifico pelo objeto de investigação e método. O
objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e por
serem suprasensíveis ultrapassam a experiência (método racional).A tarefa fundamental da
filosofia se resume na reflexão. A experiência fornece uma multidão de impressões e opiniões.
Adquire conhecimentos científicos e técnicos, procurando refletir sobre este saber,
interrogando-o e problematizando-o.

O conhecimento teológico ou Teologia ou Teologia Dogmática, ou ainda Teologia sobrenatural


é aquele conjunto de verdades a que os homens chegaram, não com o auxilio da inteligência,
mas mediante a aceita; ao dos dados da revela; à divina, fé.

2.3 Correlação entre Conhecimento Popular e Conhecimento Científico


O conhecimento vulgar ou popular, às vezes denominado senso comum, não se distingue do
conhecimento científiconem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que os
diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do "conhecer".

Saber que determinada planta necessita de uma quantidade "X" de água e que, se não a
receber de forma "natural", deve ser irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e
comprovável, mas, nem por isso, científico. Para que isso ocorra, é necessário ir
maisalém: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e
as particularidades que distinguem uma espécie de outra.

Dessa forma, patenteiam-se dois aspectos: (podemos tirar as seguintes reflexões)

a) A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade.

b) Um mesmo objeto ou fenômeno - uma planta, um mineral, uma comunidade ou as relações


entre chefes e subordinados - pode ser matéria de observação tanto para o cientista quanto
para o homem comum; o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular
é a forma de observação.

Para Bunge (1976:20), a descontinuidade radical existente entre a Ciência e o conhecimento


popular, em numerosos aspectos (principalmente o que se refere ao método, não nos deve
fazer ignorar certa continuidade em outros aspectos, principalmente quando limitamos o
conceito de conhecimento vulgar ao "bom-senso". Se excluirmos o conhecimento mítico (raios
e trovões como manifestações de desagrado da divindade pelos comportamentos individuais
ou sociais) verificou que tanto o "bom-senso" quanto a Ciência almejam ser racionais e
objetivos: "são críticos e aspiram à coerência (racionalidade) e procuram adaptar-se aos fatos
em vez de permitirem-se especulações sem controle (objetividade)".

Entretanto, o ideal de racionalidade, compreendido como uma sistematização coerente de


enunciados fundamentados e passíveis de verificação, é obtido muito mais por intermédio de
teorias, que constituem o núcleo da Ciência, do que pelo conhecimento comum, entendido
como acumulação de partes ou "peças" de informação frouxamente vinculadas.

Por sua vez, o ideal de objetividade, isto é, a construção de imagens da realidade, verdadeiras
e impessoais, não pode ser alcançada se não ultrapassar os estreitos limites da vida cotidiana,
assim como da experiência particular; é necessário abandonar o ponto de vista
antropocêntrico, para formular hipóteses sobre a existência de objetos e fenômenos além da
própria percepção de nossos sentidos, submetê-los à verificação planejada e interpretada com
o auxílio das teorias. Por esse motivo é que o senso comum, ou o "bom-senso", não pode
conseguir mais do que uma objetividade limitada, assim como é limitada sua racionalidade,
pois está estreitamente vinculado à percepção e à ação.

2.4 Características do conhecimento Popular

"Se o 'bom-senso', apesar de sua aspiração à racionalidade e objetividade, só consegue atingir


essa condição de forma muito limitada", pode-se dizer que o conhecimento popular, latu
sensu, é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto
com as coisas e os seres humanos: "é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui
sem haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido
sobre algo" (Babini, 1957:21).

Para Ander-Egg (1978: 13-4), o conhecimento popular caracteriza-se por ser


predominantemente:
1. Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o
senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";

2. Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária;

3. Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os
que adquire por vivência própria quanto os "por ouvi dizer";

4. Assistemático, pois esta "organização" das experiências não visa a uma sistematização das
idéias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;

5. Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos ou sejam não se
manifesta sempre de uma forma crítica.

3 Tipos de Conhecimento

Verificamos, dessa forma que o conhecimento científico diferencia-se do popular muito mais no
que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Essa
diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosófico e religioso (teológico).Trujillo
(1974-11) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento:

3.1 Conhecimento Popular

O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção


operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica uma
dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto
conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito
impregnam o objeto conhecido. É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade
com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. A característica de assistemático
baseia-se na "organização" particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não
em uma sistematização das idéias, na procura de uma formulação geral que explique os
fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão de pessoa a pessoa, desse modo
de conhecer. É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo
que se pode perceber no dia-a-dia. Finalmente é falível e inexato, pois conforma com a
aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outros, não permite a
formulação de hipóteses sobre a existência fenômenos situadas além das percepções
objetivas.

3.2 Conhecimento Científico

O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda
"forma de existência que se manifesta de algum modo" (Trujillo, 1974:14). Constitui um
conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou
falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no
conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente,
formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui
a característica daverificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem
ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em
conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo,
é aproximadamente exato:novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem
reformular o acervo de teoria existente.
Apesar da separação "metodológica" entre os tipos de conhecimento popular, filosófico,
religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente
pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série
de conclusões sobre sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência
cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando, através de investigação
experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se
questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; finalmente,
pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar
sobre o que dele dizem os textos sagrados.

Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista,
voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada religião,
estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo
conhecimentos provenientes do senso comum.

3.3 Conhecimento Filosófico

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que
não poderão ser submetidas à observação: "as hipóteses filosóficas baseiam-se na
experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação"
(Trujillo, 1974: 12); por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os
enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não
podem ser confirmados nem refutados. É racional, em virtude de consistir num conjunto de
enunciados logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas
hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa
tentativa de apreendê-la em sua totalidade. Por último, é infalível e exato, já que, querem na
busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz
de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos
ao decisivo teste da observação (experimentação).Portanto, o conhecimento filosófico é
caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder
discemir entre o certo e o errado, uni- camente recorrendo às luzes da própria razão humana.
Assim, se o conhecimento científico abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos
perceptíveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de
observação, o objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências
lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de
observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pela ciência
experimental. O método por excelência da ciência é o experimental: ela caminha apoiada nos
fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação. Ao
contrário, a filosofia emprega "o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que
antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas somente coerência lógica"
(Ruiz, 1979:110). O procedimento científico leva a circunscrever delimitar, fragmentar e analisar
o que se constitui o objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade, ao passo que a
filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação
de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às
grandes indagações do espírito humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e
harmonizem as conclusões da ciência.

3.4 Conhecimento Religioso

O conhecimento religioso, isto é, teológico, apóia-se em doutrinas que contêm proposições


sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiraciona/) e, por esse
motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um
conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de
um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé
perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso ou teológico parte do
princípio de que as "verdades" tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em
"revelações" da divindade (sobrenatural). A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois
a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino,
cujas evidências, não são postas em dúvida nem sequer verificáveis. A postura dos teólogos e
cientistas diante da teoria da evolução das espécies, particularmente do Homem, demonstra as
abordagens diversas: de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se nos
ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos
concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses. Na realidade, vai-se mais longe.
Se o fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e
experimentalmente controlados, e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na
evidência lógica, fazendo com que em ambos os modos de conhecer devem a evidência
resultar da pesquisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados, no caso do
conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência, pois a toma da causa
primeira, ou seja, da revelação divina.

4 A Ciência e o Conhecimento Científico e o Empírico

A atividade racional discursiva, como a própria palavra indica, discorre, percorre uma realidade
ou um objeto para chegar a conhecê-lo, isto é, realiza vários atos de conhecimento até
conseguir captá-lo. A razão discursiva ou o pensamento discursivo chega ao objeto passando
por etapas sucessivas de conhecimento, realizando esforços sucessivos de aproximação para
chegar ao conceito ou à definição do objeto.

"Quem é o homem na história, ator ou comparsa, senhor ou servo? Qual a origem e o fim da
humanidade? Problemas que escapam à história. O caminho da história é progresso, regresso
ou retorno eterno, repetição cíclica? Por que existe o mal, e muito mal, de que estão cheias as
crônicas da humanidade? Todos estes são problemas que surgem da história, mas a história
não os resolve." (Padovani, 1953: p. 1)

O conhecimento científico não só passou a ser aceitável, mas também se tornou parte útil e
essencial de nossas vidas desde a época de René Descarte que desenvolveu o método
cartesiano de identificação do conhecimento.

A razão ou o conhecimento intuitivo ou intuição, ao contrário, consiste num único ato do


conhecimento que, de uma só vez, capta por inteiro e completamente o objeto do
conhecimento.

Os estudos antigos procuravam fornecer uma explicação sobre o mundo que permitisse
apontar as leis determinantes de todos eventos naturais, incluindo o movimento dos corpos
celestes, as reações dos elementos químicos e a origem dos seres vivos.

A ciência tem de envolver mais do que a mera catalogação de fatos e do que a descoberta,
através da tentativa e erro, de maneiras de proceder que funcionam. O que é crucial na
verdadeira ciência é o fato de envolver a descoberta de princípios que subjazem e conectam os
fenômenos naturais.

"É necessário partir das coisas que são mais cognoscíveis ao homem a fim de alcançar
aquelas que são mais cognoscíveis em si; do mesmo modo que, no campo da ação, se parte
daquilo que é bom para o indivíduo a fim de que consiga fazer seu o bem universal."
(Abbagnano, 1977:p. 216)

A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto


externo: cores, sabores, odores, paladares, texturas, dimensões e distâncias. É também o
conhecimento direto e imediato de estados internos ou mentais: lembranças, desejos,
sentimentos e imagens.
Em latim, intuitossignificam: ver. A intuição é uma visão direta e imediata do objeto do
conhecimento, um contato direto e imediato com ele, sem necessidade de provas ou
demonstrações para saber o que conhece.

A intuição sensível ou empírica é psicológica, isto é, refere-se aos estados do sujeito do


conhecimento enquanto um ser corporal e psíquico individual: sensações, lembranças,
imagens, sentimentos, desejos e percepções são exclusivamente pessoais.

"Ao encontrar a lembrança de toda a série de suas existências anteriores e dos erros que
cometeu, o homem pode conseguir pegar inteiramente o preço das suas injustiças e com isso
encerrar o ciclo do seu destino individual. A vida presente torna-se então o último elo que
permite à cadeia das encarnações fechar-se definitivamente sobre si mesma."

4.1 Grandes mitos sobre o conhecimento cientifico:

a)Mito da cientificidade: o conhecimento científico é o único que é verdadeiro;

b) Mito do progresso: os desenvolvimentos da ciência e da técnica são os únicos que poderão


conduzir a humanidade a um estado superior de perfeição; O cientista era encarado como
alguém acima dos interesses particulares unicamente devotados ao saber pelo saber.

c) Mito da tecnocracia: A resolução dos problemas da humanidade passa por confiar o poder
as especialistas nas diversas áreas do conhecimento técnico e científico.

d) Época Contemporânea. No século XX assiste-se a uma progressiva crise das concepções


deterministas herdadas do período anterior. O conhecimento cientifico deixa de ser visto como
absoluto. Muitos dos mitos desenvolvidos em torno da ciência são abandonados:

A atividade cientifica deixa de ser encarada como neutral, isto é, acima do poder ou dos
interesses econômicos. Pelo contrário aparece cada vez mais comprometida com a construção
de novas armas de guerra, ou na criação de produtos destinados a serem comercializados por
grandes grupos econômicos à escala mundial.

A promessa de uma paz perpétua que surgiria dos avanços da racionalidade científica, não se
cumpriu. Os enormes progressos da ciência no século XX, foram acompanhados do
desenvolvimento de tecnologias de guerra com um poder destrutivo sem precedentes
históricos. No século XVIII morreram nas 68 guerras, 4,4 milhões de pessoas; no século XIX,
em 205 guerras, morreram 8,3 milhões de pessoas; no século X, em 237 guerras, morreram
98,8 milhões de pessoas. Entre o século XVIII e o século XX, a população mundial aumentou
3,6 vezes e o número de mortos na guerra 22,4 vezes (Guiddens,1990).

A promessa de um domínio da natureza, pela ciência, de forma a colocá-la ao serviço do


homem redundou numa exploração excessiva dos recursos naturais, e em desequilíbrios
ecológicos que atingiram tais proporções que estão a coloca em causa a própria continuidade
da humanidade.

A promessa de um progresso contínua da humanidade que conduziria à humanidade a um


estado superior de bem estar para todos, redundou em disparidades mundiais gritantes.
Enquanto num grupo reduzido de países se acumulam riquezas e desperdiçam recursos, na
maioria dos restantes populações inteiras são dizimadas pela fome e epidemias, e são
espoliados os seus recursos naturais.
e) Novas Concepções sobre a Ciência. Entre os teóricos da nova concepção da ciência
destacam-se Einstein (1879-1955), Heisenberg (1901-1976) ,Pierre Duhen (1861-1916),
Gaston Bachelard (1884-1962), Karl Popper (1902-1994), Lakatos, Thomas Kuhn (1922) e
Feyerabend (1924-1994).

5 Conclusão

Pode-se concluir que o conhecimento científico é o produto de uma comunidade e não de um


individuo e que descobertas feitas por um indivíduo devem ser testadas por uma instituição
antes de serem aceitas como conhecimento. Portanto, a ciência como forma de conhecimento
pode suprir o conhecimento dito confiável, desde que testadas e analisadas.

BIBLIOGRAFIA:

CARVALHO, Maria Cecília M. de Construindo o Saber - Metodologia Científica -


Fundamentos e Técnicas - 6 ed. - Campinas, SP: Papirus; 1997.

RUIZ, João Alvaro Metodologia Científica - Guia para eficiência nos estudos – 2. ed. São
Paulo: Atlas; 1989.

Tipos de Conhecimento
A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar
diferentes tipos de conhecimento.

Desde a Antiguidade, até os dias de hoje, um lavrador, mesmo iletrado e/ou desprovido
de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo
de solo adequado para diferentes culturas. Todos são exemplos do conhecimento que é
acumulado pelo homem, na sua interação com a natureza.

O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que lhe
possibilita fugir da submissão à natureza. A ação dos animais na natureza é
biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa
do joão-de-barro ou a organização de uma colmeia, isso leva em conta apenas a
sobrevivência da espécie.

O homem atua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência,


(ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela
incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a
geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao
ponto de partida da que a precedeu. Ao atuar o homem imprime sua marca na natureza,
torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou
desenvolve suas próprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta atuação são as
cidades.
O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito
cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter
o conhecimento o objeto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do
objeto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objeto. “O
conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objeto para o
sujeito”. (Ruiz, João. Metodologia científica).

O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a


penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a
ação consciente. A ignorância tolhe as possibilidades de avanço para melhor, mantém-
nos prisioneiros das circunstâncias. O conhecimento tem o poder de transformar a
opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com
certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos.

Mas a realidade não se deixa revelar facilmente. Ela é constituída de numerosos níveis e
estruturas, de um mesmo objeto podemos obter conhecimento da realidade em diversos
níveis distintos. Utilizando-se do exemplo de Cervo & Bervian no livro Metodologia
Científica, “com relação ao homem”, pode-se considerá-lo em seu aspecto eterno e
aparente e dizer uma série de coisas que o bom senso dita ou a experiência cotidiana
ensinou; pode-se, também, estudá-lo com espírito mais sério, investigando
experimentalmente as relações existentes entre certos órgãos e suas funções; pode-se,
ainda, questioná-lo quanto à sua origem, sua realidade e destino e, finalmente, investigar
o que dele foi dito por Deus através dos profetas e de seu Enviado Jesus Cristo.

Em outras palavras, a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela,
teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.

Tem-se, então, os diferentes tipos de conhecimento:

 Conhecimento Empírico.
 Conhecimento Científico.
 Conhecimento Filosófico.
 Conhecimento Teológico.

Conhecimento Empírico

Popular ou vulgar é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire


no trato direto com as coisas e os seres humanos, as informações são assimiladas por
tradição, experiências causais, ingênuas, é caracterizado pela aceitação passiva, sendo
mais sujeito ao erro nas deduções e prognósticos. “é o saber que preenche nossa vida
diária e que se possui sem o haver procurado, sem aplicação de método e sem se haver
refletido sobre algo”(Babini, 1957:21).O homem, ciente de suas ações e do seu
contexto, apropria-se de experiências próprias e alheias acumuladas no decorrer do
tempo, obtendo conclusões sobre a “ razão de ser das coisas”. É, portanto superficial,
sensitivo, subjetivo, Assis temático e acrítico.

Conhecimento Científico

O conhecimento científico vai além da visão empírica, preocupa-se não só com os


efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova percepção
do conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era
entendido como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas e imutáveis,
para um processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o definitivo, “é
uma busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus resultados”. Este
conceito ganhou força a partir do século XVI com Copérnico, Bacon, Galileu, Descartes
e outros.

No seu conceito teórico, é tratado como um saber ordenado e lógico que possibilita a
formação de ideias, num processo complexo de pesquisa, análise e síntese, de maneira
que as afirmações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito da
ciência. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências.

Conhecimento Filosófico

É o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para


decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é uma busca partindo do material para o
universal, exige um método racional, diferente do método experimental (científico),
levando em conta os diferentes objetos de estudo.

Emergente da experiência, “suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser
submetidos ao decisivo teste da observação”. O objeto de análise da filosofia são ideias,
relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e,
por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por
instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico. Hoje, os filósofos,
além das questões metafísicas tradicionais, formulam novas questões: A maquina
substituirá quase totalmente o homem? A clonagem humana será uma prática aceita
universalmente? O conhecimento tecnológico é um benefício para o homem? Quando
chegará a vez do combate à fome e à miséria? Etc.

Conhecimento Teológico

Conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, é fruto da


revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos
mistérios que permeiam a mente humana, “pode ser dados da vida futura, da natureza e
da existência do absoluto”.

“A incumbência do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos Bíblicos


foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como
verdades absolutas e incontestáveis.” Hoje diferentemente do passado histórico, a
ciência não se permite ser subjugada a influências de doutrinas da fé: e quem está
procurando rever seus dogmas e reformulá-los para não se opor a mentalidade científica
do homem contemporâneo é a Teologia”. (João Ruiz) Isso, porém é discutível, pois não
há nada mais perfeito que a harmonia e o equilíbrio do UNIVERSO, que de qualquer
modo está no conhecimento da humanidade, embora esta não tenham mãos que possa
apalpá-lo ou olhos que possam divisar seu horizonte infinito… A fé não é cega baseia-
se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dá
sustentação. O conhecimento pode Ter função de libertação ou de opressão. O
conhecimento pode ser libertador não só de indivíduos como de grupos humanos. Nos
dias atuais, a detenção do conhecimento é um tipo de poder disputado entre as nações.
Contudo o conhecimento pode ser usado como mecanismo de opressão. Quantas
pessoas e nações se utilizam do conhecimento que detêm para oprimir?

Para discutir estas questões recém citadas, vê-se a necessidade de instituirmos um novo
paradigma para discussão do conhecimento, o conhecimento moderno, entende-se por
conhecimento moderno, a discussão em torno do conhecimento. É a capacidade de
questionar, avaliar parâmetros de toda a história e reconstruir, inovar e intervir. É
válido, que além de discutir os paradigmas do conhecimento, é necessário avaliar o
problema específico do questionamento científico, fonte imorredoura da inovação,
tornada hoje obsessiva. No entanto, a competência inovadora sem precedentes, pode
estar muito mais a serviço da exclusão, do que da cidadania solidária e da emancipação
humana. O fato de o mercado neo-liberal estar se dando muito bem com o
conhecimento, tem afastado a escola e a universidade das coisas concretas da vida.

O questionamento sempre foi à alavanca crucial do conhecimento, sendo que para


mudar alguma coisa é imprescindível desfazê-la em parte ou, com parâmetros, desfazê-
la totalmente. A lógica do questionar leva a uma coerência temerária de a tudo desfazer
para inovar. Como exemplo a informática, onde cada computador novo é feito para ser
jogado fora, literalmente morre de véspera e não sendo possível imaginar um
computador final, eterno. E é neste foco que se nos apegarmos á instagnação, também
iremos para o lixo. Podemos então afirmar a reconstrução provisória dentro do ponto de
vista desconstrutivo, pois tudo que existe hoje será objeto de questionamento, e quem
sabe mudanças. O questionamento é assim passível de ser questionado, quando cria um
ambiente desfavorável ao homem e à natureza.

É importante conciliarmos o conhecimento com outras virtudes essenciais para o saber


humano, como a sensibilidade popular, bom senso, sabedoria, experiência de vida, ética
etc. Conhecer é comunicar-se, interagir com diferentes perspectivas e modos de
compreensão, inovando e modificando a realidade.

A relação entre conhecimento e democracia, modernamente, caracteriza-se como uma


relação intrínseca, o poder do conhecimento se impõe através de varias formas de
dominação: econômica, política, social etc. A diferença entre pobres e ricos, é
determinada pelo fato de se deter ou não conhecimento, já que o acesso à renda define
as chances das pessoas e sociedades, cada vez mais, estas chances serão definidas pelo
acesso ao conhecimento. Convencionou-se que em liderança política é indispensável
nível superior. E no topo da pirâmide social encontramos o conhecimento como o fator
diferencial.

É inimaginável o progresso técnico que o conhecimento pode nos proporcionar, como é


facilmente imaginável o risco da destruição total. Para equalizar esta distorção, o preço
maior é a dificuldade de arrumar a felicidade que, parceira da sabedoria e do bom senso
é muitas vezes desestabilizada pela soberba do conhecimento.

De forma geral podemos dizer que o conhecimento é o distintivo principal do ser


humano, são virtude e método central de análise e intervenção da realidade. Também é
ideologia com base científica a serviço da elite e/ ou da corporação dos cientistas,
quando isenta de valores. E finalmente pode ser a perversidade do ser humano, quando é
feito e usado para fins de destruição.
Por: Renan Bardine

A PR OFUND ID AD E D E D E US EM
TR ÊS N ÍVEIS DE
C ONH EC IM ENTO
VICTOR A CAVALCANTI CARDOSO 2 DE OUTUBRO DE
2017
V I V E R C R I S T ÃO 0 C O M M E N T S

Na eternidade passada Deus estava oculto. No entanto, por meio da Palavra Ele se revelou
(Jo 1:1-14). Assim, se queremos conhecer o Senhor precisamos conhecer a palavra e,
dentre as várias maneiras de se fazer isso, a mais acessível é ler a bíblia e os livros
espirituais.

Por meio desse tipo de comunhão podemos conhecer o Senhor em diferentes


profundidades. Imagine o Senhor como um rio (Ez 47:2-9). Ele é raso na orla, mas possui
mais profundidade à medida que você entra mais Nele. Assim, há pelos menos três níveis,
passos ou profundidades de se conhecer a Deus.

Primeiro, você pode conhecer o que Deus fez. No passado Deus criou o homem, chamou
Abraão, concedeu uma terra especial, livrou o povo do Egito, se encarnou, fez milagres,
morreu, ressuscitou e entrou no homem para resolver o problema da queda. Saber o que
Deus fez é fácil, todos os fatos estão registrados na bíblia.

A bíblia nos diz que “até a criança se dá a conhecer por suas ações, se o que o que faz é
puro e reto” (Pv 20:21). O mesmo se aplica a Deus. Deus se dá a conhecer por meio de
sua criação, por meio de seu chamamento, seu livramento da escravidão, suas atitudes na
terra, seu sacrifício, sua ressurreição e sua salvação. Enfim, Deus se dá a conhecer por
meio dos milagres e maravilhas que fez no passado e ainda faz no presente nas vidas de
seus servos.

Segundo, você pode conhecer como Deus faz, os caminhos e meios que Deus toma para
realizar sua vontade. Esse nível requer mais experiência com Deus, comunhão e viver de
consagração. Quem sabe como Deus faz conhece princípios para agradá-Lo, pacificar sua
ira e evitar o pecado.

Este era o maior nível de profundidade que os Filhos de Israel no Antigo Testamento
podiam alcançar. Por meio da lei, Deus se deu a conhecer, princípios, estatutos e regras
para manter a paz entre os homens e com Deus foram estabelecidos. Mesmo assim, por
não possuírem a vida de Deus dentro de si, os Filhos de Israel não foram capazes de
guardar a lei que somente expôs o máximo da sua falta de espiritualidade. Como
resultado, Deus ficou desgostoso com aquela geração. Assim, quando não conhecemos
os caminhos de Deus, o Senhor fica desgostado conosco (Sl 95:10).

Além disso, conhecer os caminhos de Deus é importante para cumprir sua vontade
conforme a sua palavra. Os caminhos de Deus estão contidos na palavra, a qual contém
sua vontade eterna. Deus também tem uma vontade singular para nossa vida. No entanto
essa vontade particular jamais irá contra sua vontade eterna contida nas escrituras. Então,
conhecer os caminhos de Deus na palavra é importante para cumprir sua vontade
particular em nossa vida para determinada situação de acordo com Sua vontade eterna.

A palavra ainda nos dá exemplos de pessoas que conheciam Deus dessa forma. Abraão
tomou a justiça como princípio para interceder por Sodoma. Samuel ensinou que obedecer
é melhor que sacrificar (1 Sm 14:22). Moisés sabia como agir para abrandar a ira de Deus
(Nm 16:44-48) e conseguia por meio de seu serviço fazer expiação pelo povo e cessar a
indignação de Deus.

Por fim, a última maneira de conhecer a Deus é conhecer quem Deus é, ou seja, conhecer
o próprio Deus. Deus possui uma natureza, um elemento constituinte. Deus é espírito.
Deus é luz. Deus é amor. Deus é bom e justo (Pv 25:8; 86:5; Mt 19:17). Deus é santo (At
3:14; 2 Co 1:12). Este é o tipo de conhecimento de Deus que podemos ter hoje, visto que
temos a própria natureza de Deus em nosso interior. Sua essência que é o Espírito está
em nosso espírito humano e nos molda à Sua imagem dia a dia, transformando-nos de
glória em glória (2 Co 3:18). Quando conhecemos a natureza de Deus não somente
entendemos o que e como Ele faz, como também entendemos o motivo de Ele agir de
algumas maneiras.

Além disso, a natureza de Deus em nós tem um poder reprodutor. Com o passar do tempo,
dando oportunidade para que ela cresça, frutos são gerados. Gálatas 5:22-23 nos diz que
“o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”; além de nos
encorajar a ter vida e andar no espírito: “Se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito” (vs. 25).

O sentimento da natureza de Deus em nós é tão profundo que excede a sensação de


consciência e corresponde ao verdadeiro conhecimento da intuição. Mesmo quando a
consciência não reprova algo, pode ser que sintamos no interior que algo não diz “amém”
e nessas ocasiões conhecemos o próprio Deus falando-nos.

Conhecer a Deus é essencial. Alguns podem até pedir para o Senhor que lhes mostre o
pai, como fez Felipe. Mas, se realmente queremos ver o Senhor e conhecê-Lo
profundamente, podemos buscá-Lo na Bíblia para saber o que Ele fez, como fez, até que
o experimentemos para saber quem Ele é.

Texto inspirado no livro “A Nova Aliança” de Watchman Nee.


A Importância do Conhecimento Teológico

Em um grupo de estudos bíblicos (em canal social), foi colocado em questão a necessidade ou
não do conhecimento em relação a alguns assuntos curiosos da Bíblia e Teologia, além de nos
atermos aos assuntos claros e objetivos, deixando de lado aqueles assuntos que são apenas
uma simples demonstração de conhecimento e buscas desnecessárias por assuntos
“transversais” ao da salvação.

Diante disso, eu respondo. (Faço minhas as palavras de um dos participantes: “é puramente


minha opinião e pode ser analisada”)

A Resposta
Irmãos, o conhecimento fundamental da Bíblia Sagrada é necessário, pois é ele que fortalece a
nossa fé, ou seja, à medida que conhecemos mais a Cristo, somos mais atraídos para ele.

Esse é o caminho que nos leva ao céu, porém, somos convidados a ampliarmos nossa base de
fé (Hb 5.12 e 6.1), além de estarmos preparados para darmos razão da nossa esperança (1 Pe
3.15).

O conhecimento, mesmo sendo doloroso adquirí-lo, pois exige muito esforço, quebra de
paradigmas (que Paulo os denomina de “carnalidade e meninices” – 1 Co 3.1), somente é
possível através do estudo crítico do texto bíblico, por isso, estas perguntas surgem e são
válidas, desde que, porém, não tomem a primazia em nossas vidas.

O crescer na graça e no conhecimento é algo que se caracteriza não apenas em conhecer as


coisas claras e objetivas, mas as ocultas e subjetivas também.

Por exemplo, vejamos as várias respostas de Jesus Cristo aos fariseus, saduceus e escribas
da sua época, onde era necessário Jesus responder sobre assuntos nunca antes tratado pelos
mestres judaicos… E se ele não tivesse tais respostas para eles? Como o texto de Mt 7.28,29
seria uma realidade na vida dEle?

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E se no Concílio de Jerusalém, Pedro e Tiago não tivessem indo além do Texto da Torá, para
responder a questão da circuncisão?

Agora, precisamos considerar que o estudo crítico do Texto da Bíblia (no sentido de buscar sua
originalidade e respostas – e não de discordar) é legal, recomendando e necessário para o
aperfeiçoamento da nossa espiritualidade e testemunho cristão.
A Teologia não mata, assim como a Bíblia também não mata. Mas, a aplicação errada do
conhecimento adquirido leva multidões ao caos e a desgraça espiritual.

É importante termos o máximo de respostas possíveis sobre determinados assuntos, de modo


que sejam complementos à nossa fé; mas, não determinante dela. Deus abencoe!

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