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doi: 10.4025/bolgeogr.v29i2.

9898

REESTRUTURAÇÃO URBANA E NOVAS CENTRALIDADES: UM


ESTUDO SOBRE A ZONA NORTE DE LONDRINA – PR

Urban Restructuring and new centralities: a study about the north zone of Londrina –
PR

Andréa Rodrigues dos Santos Beidack1


Tânia Maria Fresca2
1
Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Geografia
R. Alexandre Grahan Bell, 580, T. 3, Apto 3602
Jd. Pinheiros - Londrina/PR
CEP: 86063-250
deia.be@sercomtel.com.br
2
Universidade Estadual de Londrina
Departamento de Geografia
Rua Celso Garcia Cid, 445 – 86051-990 – Londrina – Paraná – Brasil
tania_geografia@yahoo.com.br

RESUMO

O trabalho objetiva realizar uma discussão a respeito da reestruturação urbana da cidade de Londrina – PR a partir do
estudo da formação de um subcentro, localizado em sua porção norte. Além das discussões a respeito da origem e
evolução da ocupação da área e formação desta nova centralidade, criada no âmbito de amplo projeto de construção de
conjuntos habitacionais e loteamentos da iniciativa privada, o trabalho procura acrescentar outra análise a respeito da
centralidade a partir de mudanças contínuas na fragmentação de classes sociais e diversificação do poder de consumo.
Como suporte metodológico, utilizou-se de pesquisas teóricas que abrangem a centralidade urbana, análises de
noticiários da imprensa escrita além de pesquisas de campo nas principais redes comerciais situadas no subcentro da
Avenida Saul Elkind.

Palavras-chave: Reestruturação urbana. Centralidade urbana. Subcentro. Londrina – PR.

ABSTRACT

This article has as goal to discuss about urban restructuring in Londrina – Paraná state through a study of a subcenter
which is situated in the north region. Besides the discussion on origin and development of occupancy area and the
creation of this new centrality which was created for a wide project of private houses and housing development. The
article also attempts to analyze centrality from continuos changes in social class fragmentation and purchasing power
diversification. As methodology, theorethical researches were used; they include urban centrality, written news analysis
from newspapers and a field research on the main companies located on Saul Elkind Avenue‟s subcenter.

Keywords: urban restructuring. Urban centrality. Subcenter. Londrina - PR

1 INTRODUÇÃO centralidades, como os de Spósito (2001),


Whitacker (2003), Silva (2006) dentre outros.
Tem sido bastante recorrente na Tema fundamental, pois envolve uma
literatura geográfica, trabalhos que discutem a multiplicidade de aspectos de ordem
reestruturação urbana e a criação de novas econômica e socioespacial. Trata-se da
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criação de novas centralidades mediante fenômeno urbano, porém a mesma deve ser
subcentros como shopping centers ou aqueles considerada com o movimento dialético que a
cujas formas urbanas se assemelham ao centro constitui e a destrói, que cria ou que extingue
principal de uma cidade, mas envolve ainda (LEFEBVRE, 1999). Se o centro principal de
novas áreas de comércio e prestação de uma cidade corresponde ao lócus histórico da
serviços, especialmente quando grandes implantação desta centralidade discutida no
empresas de capital comercial entram em sistema capitalista, importa compreender que
expansão ou impõe novas lógicas de domínio a descentralização corresponde aqui, ao amplo
de mercado; de fluxos de consumidores movimento de criação e recriação de
articulados a um sistema de transporte, condições diversas de infraestruturas e
emergindo aí, importante discussão sobre serviços coletivos necessárias à reprodução do
acessibilidade; de novos interesses capital em outras áreas da cidade, que não o
imobiliários a busca de maximização de centro principal. Descentralização significa,
lucros e maior renda da terra, dentre outros. portanto, um amplo movimento de criação de
Fator fundamental da importância desta novas estruturas, mas articuladas ao centro
temática está no processo de expansão do principal, cuja escala adotada é o intraurbano.
consumo quer seja àquele vinculado ao Tais processos ocorrem a partir de
circuito superior ou ao circuito inferior da uma dada expansão do tecido urbano,
economia (SANTOS, 1979), tornado cada vez implicando necessária correlação com número
mais importante no contexto do período de habitantes, com novas áreas de moradia,
técnico-científico-informacional (SANTOS, com poder de consumo das diferentes frações
1996). Articulado a este, está o contínuo sociais, com o sistema de transporte
processo de expansão dos investimentos, automotivo, nos investimentos a serem
sejam eles de grandes corporações realizados tanto no âmbito do poder público
internacionais ou nacionais a imporem local mediante dotação de certa infraestrutura
estruturas homogêneas de acumulação de e equipamentos de consumo coletivos, de
capitais. grandes empresas comerciais, prestadoras de
Desta forma, importa entender que serviços, de construção civil, dentre outros.
centralidade corresponde a um processo de Mas estes fatores devem ser ainda articulados
concentração de atividades que garantem o ao papel que a cidade desempenha na divisão
cotidiano historicamente estabelecido social e territorial do trabalho, impondo a
(comércio); de serviços sejam eles de necessidade de uma discussão simultânea das
atendimento de demandas dos consumidores duas escalas: intraurbana e interurbana. Na
ou aqueles de controle exercido pelo estado e medida em que condições de diversas ordens
pelos diferentes capitais; de controle e permitam a descentralização, instauram-se
imposição de valores diversos para uma novas centralidades impondo a denominada
sociedade historicamente determinada. reestruturação urbana. Esta é entendida como
Centralidade, portanto, impõe a noção de termo a representar as constantes mudanças
força, de poder e se concentra, sendo que ocorrem na estrutura urbana (SPOSITO,
necessário entender seu correspondente 2001), dando a idéia de dinâmica. Na
dialético: a descentralização. Para Lefebvre proporção em que emerge outro foco de
(1999, p.111) centralidade, não apenas porque o principal
A cidade atrai para si tudo o que nasce, da está saturado, ou melhor, sua expansão
natureza e do trabalho, noutros lugares: frutos e horizontal e vertical está esgotada, mas
objetos, produtos e produtores, obras e criações
atividades e situações. O que ela cria? Nada. Ela
porque há demandas e cujos investimentos
centraliza as criações. E, no entanto, ela cria tudo. apresentam condições favoráveis à sua
Nada existe sem troca, sem aproximação, sem reprodução. Processos estes bastante
proximidade, isto é, sem relações. conflituosos, pois a nova centralidade reforça
Acrescenta ainda o autor que a e recria os processos contraditórios da
centralidade constitui o essencial do produção da cidade, envolvendo outras

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periferias empobrecidas, amplia e cria outras concentração populacional nos grandes
segregações socioespaciais, etc. centros urbanos, refletindo-se no norte do
Neste sentido Lefebvre (1991, p. 53) Paraná e também na cidade de Londrina.
coloca que: Foi no bojo das transformações
econômico-sociais que ocorriam no país que o
A cidade se transforma não apenas em razão de governo federal criou em 1964 o Sistema
„processos globais‟ relativamente contínuos
Financeiro de Habitação (SFH) e o Banco
(tais como o crescimento da produção material
no decorrer das épocas, com suas conseqüências Nacional de Habitação (BNH) com o intuito
nas trocas, ou o desenvolvimento da de promover a construção residencial para
racionalidade) como também em função de atender à população de baixo poder aquisitivo
modificações profundas no modo de produção, que chegava às cidades e demandava
nas relações „cidade-campo‟, nas relações de
moradias. Criado o BNH, foram criadas as
classes e de propriedade.
Cohabs (Companhias de Habitação)
Desta forma, emerge o que o autor responsáveis pela operacionalização do
considera como policentralidade, em que sistema, posteriormente espalhadas pelo país
ocorrem rupturas no centro principal, (MARTINS, 2007).
impondo-se disseminação, enquanto A criação da Cohab-Londrina foi um
tendência para a constituição de centros elemento muito importante nos
diferentes (ainda que análogos, direcionamentos da expansão urbana da
eventualmente, complementares), ou para a cidade, em especial em sentido norte. Criada
dispersão e para a segregação (LEFBVRE, em 1965, sua atuação efetiva ocorreu no final
1999, p. 112-113). Essas dinâmicas impõem o dos anos de 1970 através da construção de
contínuo processo de transformação da gigantescos conjuntos habitacionais que se
cidade, lócus privilegiado dos embates e espalharam por todas as direções da cidade.
conflitos. Foi na década de 1970, que a zona
norte de Londrina começou a ser produzida,
2 A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO inicialmente, com a construção de dois
DA ZONA NORTE DE LONDRINA: A conjuntos habitacionais a noroeste da cidade
ATUAÇÃO DO ESTADO E DA destinados ao desfavelamento. Mas foi no
INICIATIVA PRIVADA final desta mesma década, que esta porção da
cidade recebeu os conjuntos habitacionais
Ao falar da gênese da produção do com 1000 unidades cada, construídos pela
espaço urbano da zona norte de Londrina é Cohab-Ld, com recursos do BNH. A partir da
importante remeter-se à década de 1960, construção dos cinco primeiros conjuntos
período de fortes transformações econômico- construídos no final dos anos de 1970, criou-
sociais no território brasileiro. A se a expressão “Cinco Conjuntos” ou
modernização brasileira ocorrida em meados “Cincão”, incluindo ainda outros conjuntos
da década em tela, impulsionada pelo elevado habitacionais (RODRIGUES, 2002).
nível de investimentos em infraestrutura, A expressão foi criada dentro dos
estimularam o desenvolvimento da indústria escritórios da Cohab-Ld para facilitar a
de bens de consumo duráveis, representadas comunicação entre os funcionários, depois
pelas indústrias pesada e de bens de capital foi incorporada ao cotidiano da população
(PASSOS, 2007). londrinense (RODRIGUES, 2002). É uma
Paralelo a este processo, o campo denominação genérica para uma área que,
brasileiro também passava por um período de atualmente, reúne conjuntos habitacionais,
grandes transformações, pois a tecnificação e loteamentos implantados pela iniciativa
a modernização do mesmo provocou um privada e diversos assentamentos urbanos e
gigantesco êxodo rural, agregando ao favelas. Mas os cinco conjuntos construídos
conjunto da população brasileira centenas de na zona norte localizaram-se a nordeste da
novos habitantes, o que reforçou a malha urbana.

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Para os propósitos desse trabalho, foi uma integração maior deste com a zona norte.
delimitada como zona norte de Londrina toda A construção de grandes obras de infra-
a grande área situada ao norte da BR-369, em estrutura como a BR-369, o Estádio do Café,
toda a sua extensão leste e oeste, incluindo as o Terminal Rodoviário, a Avenida Dez de
porções noroeste e nordeste da cidade, Dezembro, entre tantas outras, contribuíram
conforme demonstrado no figura 1. A opção para a expansão urbana em sentido norte e
por esta delimitação provém do fato que toda uma maior integração desta com o restante da
esta área compreendendo o norte, o noroeste e cidade.
o nordeste da cidade, até a década de 1970 era Os conjuntos habitacionais construídos
pouco povoada. A expansão urbana sentido nos anos de 1970 eram, marcadamente,
norte foi possível após a retirada da via férrea distantes da área central e voltados para uma
que, situada no centro da cidade, dificultava população de menor poder aquisitivo, que em

Figura 1: Localização da zona norte de Londrina – PR.

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grande parte havia sido expulsa do campo A dotação de infraestrutura na zona
articulada às transformações econômico- norte iniciou-se na década de 1980,
sociais pelas quais passava o território juntamente com a pavimentação e duplicação
brasileiro. No momento da entrega dos da Avenida Saul Elkind e da construção do
conjuntos habitacionais nos anos de 1970 e Hospital Dr. Anisio Figueiredo. A intensa
1980, era marcante a carência de população que se concentrava nesta porção da
infraestrutura, obrigando seus moradores a se cidade exigia uma diversificação maior das
organizarem em associações de bairros para atividades comerciais e prestadoras de
conquistar do poder público as melhorias serviços, visto se tratar de uma área distante
básicas. do centro da cidade.
Castells (1983) ressaltou que o Estado Este período foi marcado pelas baixas
é de fato o arranjador da vida cotidiana, uma taxas de crescimento econômico e perda no
vez que intervém oferecendo os equipamentos ritmo de desenvolvimento do país, sendo
de consumo coletivo necessários à reprodução sentido também na cidade de Londrina. A alta
da força de trabalho e/ou à reprodução das inflação provocou queda no preço da terra,
relações sociais. Na mesma linha, Harvey reduzindo a abertura de loteamentos e a
(1982) acrescentou que as demandas da classe intensificação da verticalização.
trabalhadora por saúde, educação, habitação e Nos anos de 1990, continuou a
serviços sociais das mais variadas naturezas implantação de infraestrutura na zona norte,
são usualmente expressas através de canais houve a abertura da rede de hipermercado
políticos: o Estado julga essas demandas e Super Mufato e da instalação das plantas
procura conciliá-las com as exigências da industriais da Dixie Toga (indústria do ramo
acumulação. de embalagens) e Elevadores Atlas, no
Do início dos anos de 1970 até o ano contexto das transferências industriais do
de 2007, dos 142 conjuntos habitacionais Estado de São Paulo para o interior do país.
construídos na cidade, 44% localizaram-se na Após a dotação destas e outras
zona norte, perfazendo 56% do total de infraestruturas na zona norte, esta passou a ser
unidades habitacionais produzidas na cidade. alvo dos investimentos privados em
Foi no período de 1978 a 1991que loteamentos e nas atividades comerciais e
mais se produziu habitações populares na prestadoras de serviços.
zona norte de Londrina, período de auge da Segundo Oliveira (2006), a produção e
política federal habitacional implementada a valorização do espaço urbano em Londrina
pelo BNH. Com a extinção deste banco em a partir de 1970, significou uma ampliação da
meados dos anos de 1980, a CEF assumiu o divisão social do trabalho e uma intensa
financiamento para a construção de conjuntos adição de trabalho social ao solo. Desta
habitacionais em todo o país, mas o que se forma, o lote urbano extrapolou seu caráter de
observou durante os anos de 1990 e princípio simples suporte para realização de
do século XXI foi uma queda pronunciada na necessidades, atividades urbanas e adquiriu
produção habitacional em toda a cidade em um valor de uso decorrente de sua localização
virtude dos fracassos dos planos de na medida em que a parcela do espaço
estabilização da economia e pela ausência de urbano, o lote, incorporou trabalho social.
programas nacionais de política econômica E nesta condição, argumentou o autor,
em direção ao rompimento dos nós de
estrangulamentos. O não rompimento destes [...] que o loteamento e o lote urbano passam a
pontos de estrangulamentos, marcadamente ser mercadorias e se constituem como
elementos chave das estratégias de agentes
concentrados em toda a infraestrutura específicos da produção do espaço urbano: as
nacional e em outros setores produtivos como loteadoras (OLIVEIRA, 2006, p. 57).
o industrial metal-mecânico, dificultaram a
retomada do desenvolvimento econômico e Seguindo a concepção de Harvey
social do país. (1982, p. 6) a sociedade capitalista precisa,

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por necessidade, criar uma paisagem física, ou urbana na zona norte data de 1978 com a
seja, “[...] uma massa de recursos físicos construção dos conjuntos que deram origem à
construídos pelo homem à sua própria expressão “Cinco Conjuntos”. Os anos de
imagem, apropriada, em linhas gerais, às 1976 e 1978 foram aqueles em que a
finalidades da produção e do consumo”. Este implantação de loteamentos da iniciativa
processo de criação do espaço é marcado por privada foi mais intensa na referida década.
contradições e conflitos, envolvendo os No que se refere ao número de lotes,
interesses dos diferentes agentes responsáveis foram 3.694 implantados na zona norte neste
pela produção do espaço. período, para um total de 10.678 para toda a
A partir dos anos de 1970, em especial cidade; o ano de 1976 foi o que mais se
após meados desta década, a zona norte destacou, perfazendo 829 loteamentos como o
passou a ser alvo dos investimentos de uma Jardim Alpes, o Coliseu, o Andes, todos
fração do capital à procura de apropriação de voltados à população de médio e alto poder
renda. Diretamente como os proprietários de aquisitivo (OLIVEIRA, 2006; RELAÇÃO
terras e empresas imobiliárias ou 2008).
indiretamente, como aqueles que investem em Nos anos de 1980 houve uma fraca
propriedade esperando uma futura valorização abertura de loteamentos na cidade de
e a obtenção da Quarta Renda, oriunda da Londrina e na zona norte. Foram aprovados
especulação imobiliária (RANGEL, 2004). apenas 23 loteamentos na cidade, sendo 10 na
Na visão de Harvey (1982), além referida área, sendo o ano de 1980 o que mais
desse grupo que procura a apropriação da se implantou loteamentos. Em relação ao
renda, existe outro grupo procurando juros e número de lotes, já no decorrer de 1980
lucros, através da construção de novos apenas 1.993 lotes foram implantados na zona
elementos no solo, além do próprio capital norte, de um total de 5.473.
que encara o ambiente construído como uma Mediante instabilidades, os negócios
forma de estimulação da produção e com o solo urbano, praticamente, cessaram
acumulação de capital. nesse período, evidenciando a dependência do
No que se refere à implantação de setor em relação à ação do Estado, seja
loteamentos da iniciativa privada no período porque as prestações dificilmente seriam
de 1970 a 2007, com base em Oliveira (2006) pagas ou corrigidas adequadamente, seja
e em Relação (2008), constatou-se a abertura porque as glebas com potencial de
de 100 loteamentos na zona norte de parcelamento para fins urbanos, nesse
Londrina, de um total de 292 para toda a período, atuavam como reserva de valor
cidade, representando 34% da totalidade. No (OLIVEIRA, 2006).
que se refere ao número de lotes implantados, A alta inflação provoca a queda no
este representou 43% da totalidade. A preço da terra, deixando esta de ser uma boa
implantação de loteamentos na zona norte opção para os negócios com o solo urbano em
ultrapassou as demais porções da cidade, virtude da baixa obtenção de renda, sendo a
demonstrando uma atuação intensa e efetiva verticalização a melhor opção, visto que
de diferentes agentes na produção do espaço, permite a multiplicação do solo urbano
desde empresas loteadoras, construtoras, através do apartamento. Por este motivo, a
imobiliárias, proprietários fundiários até verticalização foi um dos setores que apesar
pessoas físicas. O Estado, por sua vez, atuou da instabilidade econômica do período
produzindo a infraestrutura e os equipamentos apresentou crescimento na cidade.
de consumo coletivo. Nos anos de 1990 houve uma franca
Nos anos de 1970, foram 16 recuperação da participação da iniciativa
loteamentos implantados para um total de 93 privada na expansão da área urbana em
em toda a cidade, indicando ainda um fraco sentido norte da cidade. Foram 43
interesse pelo capital imobiliário na referida loteamentos implantados na zona norte, para
área, visto que o grande boom de expansão um total de 94 para toda a cidade,

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representando quase a metade dos relativos a redução da oferta de loteamentos e da área
todas as porções da cidade. Os maiores picos média dos lotes, além da rarefação de áreas
de aprovação foram os anos de 1998, com 9 bem localizadas, conforme observou Oliveira
loteamentos, os anos de 1997 e 1999 com 8, (2006), pois a diminuição da área permite
ou seja, foi a partir de 1996 que ampliou a uma divisão maior da gleba.
aprovação de loteamentos na zona norte. No que se refere aos agentes que
Segundo Oliveira (2006) e Relação atuaram na produção dos loteamentos na zona
(2008), de um total de 20.082 lotes abertos norte, a figura 2 apresenta as principais
em Londrina, 10.251 foram implantados na empresas loteadoras que implantaram dois ou
zona norte neste período, foi a década que mais loteamentos na referida área. Evidencia-
mais se implantou loteamentos na cidade, se que 15 empresas atuaram implantando 2 ou
impulsionada a partir de 1995, após a adoção mais loteamentos, 21 loteamentos foram
do Plano Real que estabilizou a inflação aprovados por pessoas físicas e 30 empresas
O século XXI inicia-se com a diferentes participaram implantando pelo
aprovação de um grande número de menos 1 loteamento (OLIVEIRA, 2006 e
loteamentos na zona norte: entre 2000 a 2007 RELAÇÃO, 2007).
foram implantados 31 loteamentos de um As empresas que mais atuaram foram
total de 78 para toda a cidade. Os loteamentos a Sena Construções Ltda implantando 8
aprovados situam-se tanto nos vazios loteamentos e a V. D. Loteadora com 7
deixados para especulação imobiliária quanto loteamentos aprovados de 1970 a 2007. A
em novas áreas que são gradativamente Sena Construções foi fundada no ano de
incorporadas à expansão urbana. Já somam 1977, em Curitiba/Pr, nos ramos de
7.411 lotes implantados na zona norte, de um pavimentação asfáltica e construção civil,
total de 14.841 para toda a cidade. sediada em Londrina há mais de 15 anos,
Em relação à área média dos lotes, continua atuando na área de Construção Civil
houve uma acentuada variação no decorrer do com foco predominante em loteamentos. Os
período estudado. Os loteamentos cujas áreas principais loteamentos aprovados foram o
ultrapassaram os 300m2 foram aqueles Jardim Alemanha, em 1996, a nordeste da
destinados a uma população de médio e alto cidade, o Jardim Planalto, em 1996, entre
poder aquisitivo com vantagens locacionais outros (SENA, 2009).
em relação às vias públicas, acesso ao centro Já a VD Loteadora foi criada em 1996
da cidade e acesso ao comércio e serviços. pelo grupo Protenge, sua criação está ligada
No decorrer dos anos de 1970, período ao ramo de incorporações e loteamentos
de forte implantação dos loteamentos a (PROTENGE, 2009), sendo responsável pela
variação da área média dos lotes foi de 300 a implantação dos loteamentos Jardim Itapoá
330m2. Nos anos de 1980, apesar da pouca em 1997, Jardim Campos Verdes em 1998,
abertura de loteamentos, percebeu-se uma Jardim Novo Horizonte em 2000, ambos no
ligeira redução na área média variando de 260 extremo norte da cidade, entre outros.
a 300m2, no decorrer da década de 1990 Merecem destaque também as
continuou uma tendência à redução da área empresas Royal Loteadora e Incorporadora, a
média dos lotes, indo de 238 a 312m2, Santa Alice Empreendimentos Imobiliários e
tendendo a decair no curso de 2000 a 2007, Irmãos Jabur Empreendimentos Imobiliários
marcando as médias de 251 a 270m2. que no decorrer do período citado
Com base nos dados observa-se que os implantaram 4 loteamentos na zona norte.
loteamentos com lotes de área média reduzida A Santa Alice, empresa de
aumentaram ao longo do período, enquanto capital arapongense, que atua em Londrina
que os de área média mais elevada desde 1991 lançou em 2002 o Jardim São
diminuíram, isto ocorreu em virtude das crises Paulo, no ponto alto da Saul Elkind, uma das
econômicas e sociais que se sucederam no áreas mais valorizadas da zona norte. A
país na época analisada, provocando a referida empresa começou a atuar em 1992,

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loteando o Jardim dos Pássaros e, em 1993, implantando os loteamentos e investindo em
loteando o Jardim Império do Sol, voltando a atividades industriais, comerciais e
atuar novamente em 2002 com o Jardim São prestadoras de serviços, um forte mercado
Paulo e 2004 com o Jardim Arapongas. consumidor começou a se constituir nesta
porção da cidade.
Quando do início da construção dos
primeiros conjuntos habitacionais na zona
norte, estes eram destinados a uma população
de baixo poder aquisitivo. Com o passar do
tempo e a dotação de infraestrutura, os
investimentos de capital em diferentes setores
da atividade econômica e o investimento em
loteamentos da iniciativa privada, provocaram
forte valorização e alteração social ao ponto
de muitos dos antigos moradores não
conseguirem arcar com os elevados custos de
moradia.
Paula (2008) em seu trabalho sobre as
mudanças no padrão de moradia e correlações
com o poder aquisitivo nos Cinco Conjuntos,
tomou-se como base os conjuntos
Figura 2: Relação das loteadoras que mais habitacionais Violim e Maria Cecília. O autor
atuaram na zona norte de Londrina implantando 2 constatou que existe um padrão
ou mais loteamentos: 1970 a 2007. Fonte: socioeconômico interno, muito semelhante
Oliveira (2006); Relação (2007) Org.: Beidack
nesses dois conjuntos habitacionais. Há a
(2009)
presença de antigos moradores que ainda
mantém o padrão original de suas casas,
Por meio do figura 2, apresentado a
coincidindo com poucas alterações na renda
seguir, observa-se, claramente, a
familiar; antigos moradores que alteraram
predominância da abertura de loteamentos na
quase que totalmente suas casas, vinculados à
zona norte na década de 1990 e no período de
incorporação dos filhos no mercado de
2000 a 2007
trabalho e na renda familiar, mediante
Contando com amenidades ou não, o
mudanças de empregos com maiores salários,
fato é que a demanda por novos loteamentos
mediante formação universitária de um dos
na zona norte intensificou-se nos últimos anos
pais e aumento salarial, dentre outros;
em virtude da intensa expansão urbana e
moradores mais recentes que transferiram-se
investimentos de capitais nesta parcela da
para esta porção da cidade em virtude do forte
cidade. A expectativa de valorização e de
crescimento econômico e de mudanças sociais
posterior elevação do preço da terra faz com
da área, correlacionados a salários mais
que seja intensa a procura por esta
elevados, cujos filhos estudaram ou estudam
mercadoria.
em universidades públicas ou privadas, como
micro e pequenos empresários que instalaram
3 A VALORIZAÇÃO DO SOLO E A
suas atividades na área e passaram a residir
FORMAÇÃO DO MERCADO
nas proximidades, dentre outros.
CONSUMIDOR
As mudanças do poder aquisitivo dos
moradores dos conjuntos habitacionais
Paralelo ao processo de produção do
estudados pelo autor - que pode ser aplicado
espaço urbano da zona norte, permeado pela
também aos outros conjuntos habitacionais da
atuação de diferentes agentes como o Estado,
zona norte - deve-se, principalmente, a certa
produzindo unidades habitacionais populares
ascensão social de parcela da força de
e infraestrutura urbana; o capital privado

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trabalho que teve seus rendimentos zona norte de 1995 a 2007, período que
gradativamente melhorados, proporcionada, entrou em vigor o Plano Real, demonstrou o
entre outros fatores, pela estabilidade no quanto foi intensa a valorização do solo
emprego, aumento salarial, além da inserção urbano nesta porção da cidade.
de novos membros da família no mercado de O recorte temporal desta pesquisa foi
trabalho. o período estabelecido em razão do início do
A zona norte há muito deixou de ser Plano Real, optando-se por levantar os dados
somente local de residência de população de a partir de 1995, pois até este período a
baixo poder aquisitivo. Existe aí, uma instabilidade econômica pela qual passava o
diversidade elevada de níveis salariais, fato país em virtude da alta inflação resultou na
demonstrado quando se observa, por exemplo, criação de diferentes moedas, dificultando o
os diferentes padrões de casas, quando se acompanhamento da evolução dos preços dos
verifica a diversidade de atividades terrenos.
comerciais e prestadoras de serviços que aí se Como critério de análise selecionou-se
instalaram, quando se verificam os preços dos aleatoriamente alguns loteamentos, de acordo
terrenos nesta porção da cidade. com a disponibilidade de dados presentes nos
Todas essas alterações de forma e jornais, implantados na zona norte no período
conteúdo foram possíveis pela intensa de 1995 a 2007, com área média entre os 250
proliferação, diferentes padrões de e 300m2, predominante na maioria dos
loteamentos e dos investimentos de capital loteamentos abertos nesta porção da cidade.
nos setores secundário e terciário, Procurou-se dentro de cada ano verificar o
intensificados após os anos de 1990, maior e o menor preço do lote deixando
provocando intensa valorização do solo e explícito o quanto variou o preço durante o
conseqüente especulação imobiliária. ano. Em 1995, um lote de 300m2 no Jardim
Pesquisa realizada junto ao Centro de Alpes (considerado de classe média alta) que
Documentação e Pesquisa Histórica da custava de R$7.500,00 a R$8.500,00 em 2007
Universidade Estadual de Londrina (UEL) e oscilou de R$25.000,00 a R$35.000,00, ou
na Biblioteca Pública Municipal de Londrina, seja, a valorização foi de
sobre a evolução dos preços de terrenos na

Figura 3: Loteamentos Aprovados na Zona Norte de Londrina: 1970 - 2007

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466,67%. No Jardim Portal de Itamaracá, o A expectativa de valorização ou
preço de um lote de 300m2 era de especulação imobiliária é o que se verifica,
R$13.000,00 em 2000, aumentado para intensamente, na zona norte de Londrina,
R$32.000,00 em 2007. Nos loteamentos mais liderada por proprietários fundiários,
populares como o Jardim Catuaí, cujos loteadoras, incorporadoras e outros agentes
terrenos são de 250m2 e que em 1995 eram que atuam no sentido de obterem a maior
vendidos por R$3.000,00, atingiram renda de suas propriedades, por isso esperam
R$16.000,00 em 2007; no Jardim Marieta o o melhor momento para dispor do título
lote que era comercializado por R$2.600,00 imobiliário visando a Renda Territorial.
em 1995, foi para R$12.000,00 em 2006 A especulação é alta na zona norte,
O preço da terra varia em função da desde a implantação dos primeiros
renda territorial que a mesma possa oferecer loteamentos na década de 1970, porém é
àquele que detém a sua posse. A renda intensificada nas décadas posteriores até os
territorial foi dividida por Rangel (2004) em dias atuais. A atuação do Estado
Renda Diferencial I e II, auferidas em função proporcionando infraestrutura foi o grande
da localização e da qualidade da terra e a impulsionador da expansão urbana, da
renda absoluta, auferida pelo fato de possuir valorização dos lotes e da formação do forte
terra estando esta ocupada ou não. mercado consumidor nesta direção da cidade.
Ora, o autor analisa o seguinte: Vale ressaltar, que a dotação de
considerando o acréscimo na oferta de terras, infraestrutura por intermédio do Estado e
(no caso da zona norte, de lotes - observação também por meio da atuação do capital
nossa), seria de se esperar que seu preço privado, como o transporte e o acesso aos
tendesse a declinar. Mas se ao contrário, serviços urbanos de consumo coletivo,
concomitante a esse processo de aumento de proporcionaram vantagens locacionais em
oferta de terra o preço se eleva, a causa pode algumas áreas, denotando uma clara
estar na demanda, mas não a demanda diferenciação residencial quando se observa
agrícola e predial, mas “[...] uma outra os preços dos lotes. Isto pode ser observado
demanda de terra, responsável por uma 4ª em loteamentos como o Alpes, o Santa
renda, causadora última da valorização da Mônica, o Coliseu que foram desde o início
terra, tanto rural, como urbana” (RANGEL, destinados a uma classe de poder aquisitivo
2004, p. 165). mais elevado, com boa localização e fácil
A Quarta Renda, continuou Rangel acesso ao centro da cidade, próximos de
(2004, p, 140), opera como se de fato fosse excelentes avenidas e de equipamentos de
uma renda territorial, até porque perde-se a consumo coletivo.
consciência de seu verdadeiro significado. Alguns loteamentos como o Jardim
Catuaí, Palmeiras, Profa Marieta, abertos um
Assim, mesmo a terra não utilizada – a qual, pouco mais distantes dos equipamentos de
conseqüentemente, não produz nenhuma consumo coletivos e inicialmente com pouca
verdadeira renda territorial – produz Quarta
Renda, a qual se soma às outras, caso existam e,
infraestrutura, contando com poucas
dado que o preço da terra é uma função direta amenidades e apenas com alguns lotes de boa
da renda total. localização, foram destinados a uma
população de poder aquisitivo menor.
A Quarta Renda, oriunda da Outro fato que demonstra o potente
especulação imobiliária, é uma renda peculiar, mercado consumidor da zona norte é a
ou seja, é uma reserva de dinheiro dos bens, presença cada vez mais comum dos
pois ela se aplica até mesmo à terra que não é condomínios horizontais fechados na
utilizada, porque até mesmo esta se valoriza. paisagem urbana, situados, em sua maioria,
Ela converte o título imobiliário (imóveis) em no alto da Avenida Arcindo Sardo, próximos
título mobiliário (ações) tornando o preço da ao Jardim Coliseu e no Alto da Boa Vista,
terra sensível às variações do mercado. todos próximos ao Estádio do Café. Os

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principais agentes produtores desta forma de Roberto Perez acredita que com a imensa
moradia na zona norte são as construtoras valorização da área é cada dia mais difícil,
Perez e Curió, respectivamente. pois “[...] o mercado consumidor local ainda é
Indagado sobre a possibilidade de para casas de até R$100.000,00”. Nos dias
construção de condomínios como aqueles atuais, uma casa no Residencial Oportunity,
presentes na zona sul, de alto padrão, o edificado pela Perez, é vendida por
gerente imobiliário da Construtora Curió R$125.000,00, sendo 25% de entrada e o
ressaltou que a zona norte comportaria, sem restante financiado em 30 anos pela CEF.
dúvida, condomínios de alto padrão em Segundo Perez, 95% das casas já foram
virtude da presença de um grande número de vendidas. Considerando este percentual de
empresários em potencial vivendo nesta unidades comercializadas, infere-se que o
direção da cidade. No entanto, em virtude do poder aquisitivo dos moradores comporta a
enorme investimento que um aquisição de moradias com valores maiores.
empreendimento de alto padrão necessita, a Outro forte indicativo da mudança de
empresa não possui capital suficiente para um poder aquisitivo da população na zona norte é
investimento de grande monta. evidenciada pelo valor do ticket do Super
A zona norte sofreu uma valorização Muffato (A rede Super Muffato é paranaense
muito intensa, pois a infraestrutura produzida e de acordo com Ewerton Muffato foi a nona
no decorrer dos anos gerou aumento do preço rede brasileira em faturamento em 2008, a
dos terrenos. Os investimentos de empresas segunda rede do Sul do Brasil, superando a
em condomínios trouxeram outros catarinense Angeloni, e a terceira maior do
investimentos como hipermercados, o futuro estado do Paraná), um grande hipermercado
shopping Catuaí Norte e poderão trazer outros inaugurado na Avenida Saul Elkind em 2000.
investimentos em condomínios na área Ewerton Muffato em entrevista concedida,
Sendo a cidade disputada por uma afirmou que no lançamento da loja na Saul
grande quantidade de agentes das diversas Elkind, do valor do ticket cerca de 20% do
atividades, o solo urbano certamente será mesmo correspondia a produtos da cesta
muito disputado por inúmeros usos. Esta básica e hoje tais produtos correspondem a
disputa está assentada nas regras do modo de cerca de 10%. Tanto assim, que o proprietário
produção capitalista cujo cerne se fundamenta da rede supermercadista afirmou ter
na propriedade privada do solo, através da subestimado o tamanho da loja na sua
qual é possível se obter renda e na inauguração, pois atualmente não está
propriedade privada dos meios de produção comportando o elevado número de
que quando movimentado pelo trabalho gera consumidores. Das sete lojas presentes na
lucro (SINGER, 1979). É com essa finalidade, cidade de Londrina, a da Saul Elkind coloca-
que numerosos investimentos direcionam-se se como quarta em maior faturamento e cujo
para a zona norte. valor médio do ticket é similar aos das lojas
Luiz Roberto Perez, gerente de vendas localizadas nas áreas próximas ao centro.
da construtora Perez, acredita que a zona
norte ainda não tem mercado consumidor para 4 A CENTRALIDADE NA ZONA NORTE
condomínios dos padrões similares aos da DE LONDRINA
zona sul de Londrina, mas acredita que em
futuro próximo esta possibilidade seja maior, Logo após sua gênese, marcada a
pois os enormes investimentos que têm sido partir da intensa construção dos conjuntos
feitos e a grande valorização imobiliária nesta habitacionais na segunda metade dos anos de
porção da cidade têm atraído e pode atrair um 1970, a zona norte de Londrina passou a ser
mercado consumidor de poder aquisitivo mais dotada de equipamentos de consumo coletivos
elevado. e, devido à distância em relação ao centro
A empresa tem perspectivas de principal, uma grande concentração de
continuar investindo na zona norte, mas Luiz

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estabelecimentos comerciais e prestadores de deslocamento e permite que as pessoas
serviços. morem longe de seus locais de trabalho e de
De início, por se tratar de uma área consumo. A melhoria dos transportes coletivo
popular e de baixa mobilidade em virtude das e individual, reforçam a formação de novas
dificuldades de transporte, os centralidades.
estabelecimentos comerciais e prestadores de Até o final dos anos de 1980, a
serviços instalados eram de propriedade dos Avenida Saul Elkind concentrava pequenos
moradores locais que construíam o pequeno estabelecimentos comerciais e prestadores de
comércio na frente de suas casas ou nos serviços, mas, predominantemente, de
quintais para abastecer a população com propriedade dos residentes da área. A partir da
produtos de primeira necessidade. década de 1990, uma nova dinâmica se
Em princípio o comércio era estabeleceu nesta porção da cidade: a mesma
rudimentar com pequenos estabelecimentos passou a ser alvo de importantes
como bares, depósitos de materiais de investimentos em comércio e prestação de
construção, chaveiros, mercearias, entre serviços, dezenas de empresas situadas no
outros, localizados especialmente na Avenida centro da cidade encontraram na zona norte,
Saul Elkind, funcionando similar às em especial na Saul Elkind, possibilidades de
características do circuito inferior da lucros maiores mediante implantação de
economia (SANTOS, 1979). À medida que filiais, sejam locais, regionais ou novas lojas
houve a implantação de infraestrutura, de redes nacionais.
valorização da terra de uso urbana, aumento Segundo Everton Muffato,
populacional com diferentes níveis salariais, proprietário da rede supermercadista Super
começou a instalação de filiais de redes Muffato, em entrevista concedida ao Jornal
nacionais de móveis, eletrodomésticos, Folha Norte (GRUPO, 2008), ao abrir a loja
perfumaria, redes regionais de farmácias, da Saul Elkind todos falavam que não teria
calçados, de supermercados, filiais de mais investimentos nos Cinco Conjuntos. Na
estabelecimentos prestadores de serviços época, a cidade passava por um período
(consultórios médicos, odontológicos, turbulento na política. “Mas nós, como
advocatícios, arquitetura e engenharia etc) sempre fizemos, acreditamos na cidade e,
oriundos do centro principal de Londrina. principalmente na região norte”. Construindo
De acordo com Santos (2004), a o Muffato da Saul Elkind,
Avenida Saul Elkind era de pequena extensão
e tinha por objetivo servir àqueles primeiros [...] levamos um hipermercado e mais produtos
conjuntos habitacionais situados na direção de um completo centro comercial. Com isso,
investimos no futuro da região. Hoje, os frutos
leste dos cinco conjuntos. À medida que mostram que estávamos mais do que certos.
novas terras eram incorporadas ao uso urbano, Nossa loja na região norte é uma das principais
gradativamente, a avenida foi sendo estendida do grupo, dá a mesma média de retorno que as
no sentido leste-oeste até alcançar a extensão outras. Na verdade, os moradores dos Cinco
atual. Conjuntos foram os responsáveis por levar o
Muffato ao top de marcas (Depoimento de
À medida que a infraestrutura foi Everton Muffato à Folha Norte em 2008
implantada, novas vias públicas de acesso ao (GRUPO, 2008).
centro principal foram construídas e passou a
contar com dois terminais de transportes A principal via comercial dos cinco
coletivos: o Terminal do Vivi Xavier e o do conjuntos, além de outras ruas, oferece
Milton Gavetti, elementos importantes no estabelecimentos de comércio, serviços e
âmbito da análise da acessibilidade como um lazer que suprem as necessidades dos cerca de
dos elementos reestruturadores do espaço 150 mil moradores da área. De olho nesse
urbano. O transporte coletivo urbano mercado consumidor, grandes redes nacionais
contribui para a formação de novas e regionais se estabeleceram (tabela 1) como
centralidades urbanas, já que facilita o o Boticário, Magazine Luiza, Lojas Colombo,

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Móveis Romera, Móveis Brasília, Avenida Saul Elkind para analisar alguns
Darom Móveis; no setor de calçados indicativos econômicos importantes que
encontram-se as filias de redes locais como expressam a centralidade na zona norte de
Bolivar Calçados, Casas Ajita, Mocassim Londrina. Entre elas estão a Darom Móveis,
Calçados; destacam-se a rede de farmácias empresa do ramo de móveis,
Vale Verde, Drogamais e Nissei, entre outros eletrodomésticos, informática entre outros,
ramos como alimentício, vestuário, bares e instalada na Saul Elkind em abril de 2002;
restaurantes, lojas de materiais de construção, Móveis Brasília, empresa do ramo de móveis,
etc. eletrodomésticos, eletrônicos entre outros,
Observa-se de acordo com a tabela, também presente na Saul Elkind desde abril
que a maioria das grandes redes presentes na de 2002; a Colombo, seguindo o mesmo ramo
zona norte datam da primeira década do de atividade, porém inaugurada na avenida
século XXI, período em que intensificou-se os em abril de 2004 e, por fim, o Magazine
investimentos de capital na zona norte em Luiza, seguindo o mesmo ramo de atividade,
virtude da diversificação do mercado mas tendo sido instalada na Saul Elkind
consumidor.Elencou-se algumas das somente em meados de 2006.
principais redes comerciais instaladas na

Tabela 1: Relação das principais redes comerciais presentes na Avenida Saul Elkind
Empresa Atividade No de funcionários Ano de implantação
Super Muffato Hipermercado 218 2000
Maxxi Atacado Atacado e varejo alimentos, etc 160 2008
Bolivar Calçados e acessórios 21 1999
Casas Ajita Calçados e acessórios 26 2004
Darom Móveis, eletrodom. e outros 9 2002
Dínamus Papelaria 3 2008
Magazine Luíza Móveis, eletrodom. e outros 12 2006
Todimo Materias de construção 17 2006
Móveis Brasília Móveis, eletrodom. e outros 26 2002
Lojas Colombo Móveis, eletrodom. e outros 7 2004
Drogamais Farmácia 11 2004
O Boticário Cosméticos e perfumaria 2 2000
Vale Verde Farmácia 35 1996
Nissei Farmácia 16 2007
Lojas americanas Loja de departamentos 2008
Fonte: Entrevistas nas respectivas empresas em Agosto/2009.

A partir do início do século XXI, a economia brasileira, como por exemplo, as


Avenida Saul Elkind se firmou como local de reduções nas taxas de impostos, essas
atração do capital privado voltado ao empresas têm ampliado seus lucros tendo em
comércio e serviços, tendo como principais vista as melhorias nas vendas. Por outro lado,
fatores de atração: rápida expansão urbana para o Sr. Gildoécio, gerente comercial do
através da construção dos conjuntos Magazine Luíza, as expectativas do grupo
habitacionais, loteamentos de diferentes ainda não foram atendidas desde que a loja
tamanhos e preços dos lotes; implantação e foi instalada, pois não conseguiram, até então,
diversificação da infraestrutura, meios de obter o volume de vendas esperado pela
comunicação e serviços bancários empresa.
possibilitaram a formação de um forte Uma das reclamações advindas dos
mercado consumidor. entrevistados foi o fato de que muitos
Para os gerentes da Darom Móveis, da moradores da zona norte ainda estão
Colombo e do Móveis Brasília, desde que procurando as lojas do centro principal de
estas empresas se instalaram na Saul Elkind Londrina, apesar destas filiais oferecerem os
as expectativas de vendas e lucros têm sido mesmos produtos e condições de pagamento,
atendidas. Nos períodos de dinamismo na muita gente ainda se desloca para o centro

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principal. Isso ocorre, porque existe uma falsa proximidade com este subcentro, os
ideia impregnada na população de que os moradores destas cidades deslocam-se para a
produtos comercializados no centro são Saul Elkind para efetuarem suas compras.
melhores do que aqueles vendidos nas lojas Moradores de outras áreas da cidade que
de bairro. Admitiu o Sr. Gildoécio, gerente trabalham na zona norte, também realizam
comercial do Magazine Luíza, “[...] parcela de seu consumo neste subcentro. O
acreditamos que aqui o atendimento tem uma elevado número de funcionários das lojas na
qualidade melhor, pois é uma loja de bairro e Saul Elkind (vide tabela 1), permite inferir
a qualidade no atendimento pós venda elevado número de consumidores nas
também permanece”. mesmas.
Apesar de parcela dos moradores Sobre a composição da renda do
locais ainda dirigirem-se ao centro da cidade, mercado consumidor desta porção da cidade,
a diversificação do comércio local têm argumentou a Sra. Edna, gerente comercial da
proporcionado uma inversão neste processo, Colombo que “[...] o mercado consumidor na
porque a grande maioria da população da maioria são classes B e C, muito pouco classe
zona norte está procurando consumir no A”. Concordando com a entrevistada, o
comércio local. Admitiu Luiz Pedro, gerente senhor Gildoécio, gerente comercial do
comercial da Darom, que cada filial do grupo Magazine Luíza disse que “[...] atendemos
(são 45 lojas no Paraná, das quais 4 em aqui todos os níveis de poder aquisitivo sendo
Londrina) tem uma meta a cumprir e dentro que a maior parte é da classe B”.
desta meta, no mês de agosto (a entrevista foi Essa divisão em classes A, B, C, D e E
realizada em agosto de 2009), a loja da Saul é puramente mercadológica, tendo sido
Elkind foi a de maior faturamento dentre as desenvolvida em 1996 por meio de uma
filiais londrinenses. O gerente da Móveis pesquisa chamada Critério de Classificação
Brasília, afirmou que a filial da Saul Elkind Econômica Brasil – CCEB – e realizada pela
ocupa o segundo lugar de vendas em Associação Brasileira de Empresas de
Londrina e o terceiro do Paraná. Esta rede tem Pesquisa – ABEP; desde então essa
lojas em Londrina – incluso a matriz – em classificação vem sendo seguida pelo
Arapongas e uma loja no estado de Santa comércio varejsista. É um instrumento de
Catarina. segmentação da população segundo o seu
Os gerentes da Colombo e do poder de compra (não de acordo com a renda
Magazine Luíza complementaram que em familiar). A divisão é feita por meio de
termos de faturamento a loja da Saul é a que pontuação obtida pela posse de determinados
menos vende. A Colombo possui três lojas em bens e pelo grau de instrução do chefe da
Londrina - uma na Saul Elkind, uma no centro família. Aqueles que têm em casa mais
principal da cidade e outra no Catuaí automóveis ou pagam os serviços de uma
Shopping. Já o Magazine Luíza tem quatro empregada somam mais pontos pelo CCEB;
lojas na cidade - duas no centro principal da logo, têm mais possibilidades de pertencer às
cidade, uma no Catuaí Shopping além da loja classes de maior poder de compra (SANTOS,
da Saul Elkind. 2007).
Importante mencionar que o Analisando sob esse ponto de vista, a
consumidor desses produtos é, em sua maioria dos consumidores de bens e serviços
maioria, morador da zona norte e dos distritos da Avenida Saul Elkind apresentam elevado
próximos como Warta e Heimtal; em segundo poder de compra, fato que reafirma a entrada
lugar estão os moradores de Bela Vista do cada vez mais frequente de elementos do
Paraíso e Sertanópolis, duas pequenas cidades circuito superior da economia na zona norte,
localizadas ao norte de Londrina que não verificado a partir da instalação de filiais de
contam com filiais destas redes nacionais de redes nacionais de comércio e serviços. De
móveis e eletrodomésticos. Pela facilidade do acordo com Santos (1979) o comércio
transporte, inclusive o metropolitano e maior moderno realiza-se através de uma gama de

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estabelecimentos que vão das grandes lojas, 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
supermercados e mesmo hipermercados,
englobando um número considerável de Discutir a reestruturação urbana de
produtos e uma massa importante de Londrina mediante a criação de novas
consumidores, até as lojas de produtos de centralidades impõe algumas reflexões. A
moda, que oferecem um pequeno número de partir das discussões efetuadas, importa tecer
artigos de luxo a uma clientela selecionada. alguns comentários de modo a contribuir com
Os supermercados e as grandes lojas a discussão acerca da reestruturação urbana e
são fortemente sustentados pelas estruturas novas centralidades. É importante entender a
bancárias, ou então eles mesmos controlam os gênese da criação de novas centralidades, pois
bancos. Tais atividades representam um muitas delas são criadas de forma espontânea
fenômeno em expansão nos países a partir de áreas periféricas com concentração
subdesenvolvidos. Sua existência está ligada de população de baixo poder aquisitivo,
à possibilidade de uma demanda mais enquanto outras são criadas, planejadamente,
numerosa e mais diversificada, assim como às como são os shopping centers.
possibilidades de pagamento em dinheiro Mas da criação de algumas atividades
líquido ou segundo as formas burocráticas de comerciais e prestadoras de serviços, para o
crédito, tais como os cartões de crédito atendimento de necessidades imediatas da
instituídos pelos bancos ou sistemas de população do entorno em áreas periféricas,
crédito particulares a certas firmas comerciais. como avançam as relações para ser um
(SANTOS, 1979). subcentro e expressar importante
Na maioria das lojas entrevistadas, há centralidade? Vincula-se tal possibilidade
predomínio das vendas, primeiramente, por mediante processo de modificações nas
meio do crediário, seguida por cartão de relações de classes, conforme apontou
crédito e uma pequena parcela à vista. Em Lefebvre (1999). Este parece ter sido um dos
relação ao índice de inadimplência, este é aspectos pouco trabalhados por diversos
considerado dentro da normalidade, utilizam autores ao discutir esta temática.
como estratégia o rigor no cadastro do cliente Um subcentro expressa, dentre outros,
quando da aprovação do crédito. um dado conjunto de atividades a atender
A gerência dessas filiais de redes demandas reais ou criadas nesta sociedade de
presentes na zona norte, possuem limitação do consumo. Mas um subcentro envolve ainda a
ponto de vista do poder. Em sua maioria estão dimensão e importância das atividades
subordinados ao poder central quer seja o da presentes, que deve ser entendidas,
matriz ou de regionais da rede, podendo, no articuladamente, às frações de classes sociais
entanto, realizar algumas funções como que dele se utilizam. Se uma cidade apresenta
contratações e demissões, mudanças internas policentralidade, isto é, um centro principal e
na organização do espaço físico, controle de vários subcentros, é preciso desvendar as
estoques e caixa, entre outras atribuições. razões para esta dinâmica intraurbana. Razões
Exceção neste quadro foi a loja estas, que se articulam à inserção da cidade na
Móveis Brasília, pois das entrevistadas foi a divisão social e territorial do trabalho, com
única a admitir que o poder da gerência é repercussões diretas nas relações sociais e
bastante amplo na empresa, podendo decidir uma das faces mais visíveis corresponde à
como se fosse o proprietário. Isso se deve ao geração de empregos e rendas, capaz de
fato da mesma ser uma rede regional onde as permitir a presença de centralidades. Estas
formas de relação e controle são diferentes questões envolvem inúmeras perspectivas de
das grandes redes nacionais, em que a compreender os diversos caminhos, através
gerência está subordinada a um poder maior. dos quais a cidade é produzida.

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Data de submissão: 05.04.2010


Data de aceite: 12.08.2010

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