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após a oferta de contestação, como é o caso, por exemplo, das defesas processuais indicadas

no § 5º do art. 337 do NCPC e das defesas de mérito consistente na consumação da


decadência legal (CC, art. 210) e na prescrição, previamente intimado o autor para se
manifestar a respeito (NCPC, art. 487, parágrafo único), salvo quando se tratar de rejeição
liminar do pedido por ele formulado (art. 332, § 1º);

c) defesas que, por expressa autorização legal, podem ser formuladas a qualquer tempo e grau
de jurisdição (inc. III): é evidente que esse inciso não se refere às objeções, pois delas trata o
anterior; cuida, isto sim, de defesas das quais é defeso ao juiz conhecer de ofício, mas que, por
expressa autorização legal, a parte interessada possa alegar a qualquer tempo, valendo como
exemplo a alegação de consumação da decadência convencional (CC, art. 211).

IV – PROCESSO

11. INTRODUÇÃO

O estudo da natureza jurídica do processo civil consiste, antes de tudo, em determinar se esse
fenômeno faz parte de algumas das figuras conhecidas do Direito, ou se, ao contrário, constitui
só por si uma categoria especial. Assim, p. ex., trata-se de saber se o vínculo que une as partes
e o juiz constitui um contrato, um quase contrato, ou alguma outra figura semelhante. E,
resolvido que fosse este ponto em sentido negativo, seria então necessário determinar o que
seja o processo como fenômeno particular.47

Essas ponderações do doutrinador uruguaio atestam a dificuldade encontrada pela doutrina


para a exata definição da natureza jurídica do processo, bastando o exame, nos estritos limites
deste trabalho, das mais importantes teorias desenvolvidas a respeito.

11.1 O processo como relação jurídica: Em 1868, Oskar von Bülow publica sua importante obra
Die Lehre von den Processeinreden und die Processvoraussetzungen (Teoria das exceções
dilatórias e dos pressupostos processuais), em que desenvolveu e cristalizou a concepção da
relação jurídica processual, nascida entre as partes e o juiz e distinta da relação material
litigiosa.

Nesse trabalho, ele demonstrou que devem ser considerados dois planos distintos de relações
jurídicas, aquela de Direito material agitada no processo e a de Direito processual, que a
contém. A relação jurídica processual distingue-se da material por ser pública (os direitos e
obrigações processuais se operam entre os funcionários do Estado e os cidadãos, e no
processo é desenvolvida a função dos primeiros, vinculando-se os segundos à atividade
judicial) e contínua (ela avança e desenvolve-se gradualmente, ao passo que a relação material
submetida ao debate judicial mostra-se pronta e acabada), subordinando-se a sua constituição
a determinados pressupostos (que ele denominou “processuais”), ou seja, a relação jurídica
processual depende, para nascer, da presença dos requisitos e condições prévias que precisam
entre quais pessoas, sobre qual matéria, por meio de que atos e em que momento haverá
processo.48

11.2 O processo como situação jurídica: Em contraposição à ideia da relação jurídica, que ataca
veementemente, Goldschmidt identifica o processo como uma situação jurídica, pois o juiz
profere a sentença não porque as partes tenham direito a ela, mas apenas porque a tanto está
obrigado por dever funcional administrativo. As partes não estão vinculadas juridicamente
entre si, mas apenas se sujeitam à ordem jurídica preestabelecida, pois no processo moderno
não há a obrigação de o demandado submeter-se à jurisdição estatal, mas um estado de
sujeição da parte a essa atividade pública. Consequentemente, a “‘obligación’ del demandado
de cooperar a la litis contestatio ha sido sustituida por la ‘carga’ de comparecer y contestar a la
demanda, la cual se impone al demandado en su propio interés. Mucho menos incumben
obligaciones al demandante, sino solamente cargas, especialmente la de afirmar hechos y
aportar pruebas. Por último, las partes no tienen, tampoco, deberes de omisión. El deber de
no proferir a sabiendas afirmaciones falsas es moral pero no jurídico”.49

Apesar de seu inegável valor, essa teoria não encontrou adeptos entre os autores latino-
americanos, sendo, sob muitos aspectos, censurável, principalmente por buscar sua
sustentação nas deformações do processo (e não na sua estrutura técnica) e o reduzi-lo a uma
situação jurídica quando, na verdade, ele representa um complexo de situações jurídicas.50

11.3 O processo como instituição: De acordo com a teoria de instituição, defendida por Guasp,
o processo nada mais seria que uma instituição submetida ao regime da lei, a qual regula a
condição das pessoas, a situação das coisas e o ordenamento dos atos que tendem à obtenção
dos fins da jurisdição.

Após criticar as demais teorias, Guasp detém-se na análise daquela que vê no processo uma
relação jurídica processual. Esclarecendo que também ele reconhece a existência, no processo,
de direitos e deveres jurídicos, afirma, contudo, que a referida teoria é insuficiente para a
caracterização da sua natureza jurídica, pois nele há mais de uma correlação entre direitos e
deveres jurídicos e, portanto, mais de uma relação jurídica. Incorreto, portanto, falar-se
sinteticamente em uma relação jurídica processual, quando há uma multiplicidade de relações
jurídicas que podem ser reduzidas a uma unidade superior, ou seja, à instituição, por ele
conceituada como “un conjunto de actividades relacionadas entre sí por el vínculo de una idea
común y objetiva a la que figuran adheridas, sea esa o no su finalidad individual, las diversas
voluntades particulares de los sujetos de quienes procede aquella actividad”.51 Pondera-se,
porém, que subordinar o processo a um modelo prefixado significa ignorar seu aspecto
marcadamente dinâmico, circunstância que possivelmente impediu a plena aceitação dessa
teoria pelos doutrinadores.

11.4 A teoria dominante: Prevaleceu na doutrina a teoria da relação jurídica processual,


fundada na premissa de que, considerado em sua essência, o processo revela-se na relação
instaurada entre as partes e o Estado-juiz, criando direitos e impondo ônus e obrigações
processuais aos seus sujeitos componentes; formalmente considerado, ele exterioriza-se por
meio do procedimento.
Na relação material convivem, contrapostos, o direito subjetivo do credor e a obrigação do
devedor,

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