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2.

OS DADOS COLETADOS DAS DESCRIÇÕES DOS PROJETOS DE


PESQUISA EM PERFORMANCE MUSICAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM MÚSICA NO BRASIL E DISCUSSÕES.

Nossa pretensão está em compreender os projetos de pesquisa em música no Brasil


em 2017 através suas descrições para colocá-los em contexto e efetuar análises e
discussões. Portanto voltemos primeiramente para análise em busca dos seguintes
elementos nas descrições colhidas: Contextualização do tema, Justificativa, Problema,
Objeto de Pesquisa, Objetivo(s), Metodologia, Referenciais teóricos, Resultados
esperados.
Para a organização dos dados primeiramente damos exemplos de um trabalho que
consideramos eficaz para o entendimento da proposta de pesquisa e que contêm todos
os itens supracitados. Em seguida apontamos também um exemplo de descrição que
esclarece a proposta, mas não contêm todos os itens acima. Também apresentamos um
exemplo de descrição que gerou dúvidas e não esclareceu a proposta.
No capítulo 2.2 compreenderemos a visão adotada na pesquisa em performance
musical no Brasil dentro dos programas pesquisados, o que introduzirá o capítulo 2.3
que consistirá na análise esquemática dos projetos de pesquisa em performance musical,
estando submetidos a gráficos e percentagens para discussão sobre seus rumos e
tendências.
Em seguida faremos as considerações finais.

2.1 O que as descrições contem?


2.1.1 da escrita:
Convém citar, ainda que brevemente, alguns problemas comuns encontrados nas
escritas contidas no site da Plataforma Sucupira.
Alguns observações pertinentes são:
1) Uso sem critério de letras caixa alta e baixa sem razão aparente.
Sobretudo nos títulos o uso de letras maiúsculas é aleatório, estando por vezes
em algumas palavras do título, ou no início delas ou até mesmo de algumas
delas, indiscriminadamente e sem razão.
2) As colunas Linha de Pesquisa e Área de Concentração da tabela que lista os
projetos de pesquisa na Plataforma Sucupira estão trocadas.
3) As descrições não passam por revisão e correção ortográfica
Devido a isso, os erros linguísticos são comuns.
2.1.2 do conteúdo:
As descrições no geral são bastante heterogêneas, porém ao observá-las em conjunto
podemos compreender seus elementos norteadores e comuns. Alguns que
necessariamente devem ser citados para elucidar o sentido da pesquisa. E também
elementos que podem vir para gerar interesse ou contextualizar o que está sendo
proposto.
Vemos problemas de indefinição observados nas pesquisas. E ao observá-las em
contexto as classificamos em três conjuntos possíveis. Das descrições completas,
descrições parciais, e descrições imprecisas.
A seguir listaremos e explicaremos as estruturas das descrições com os conceitos
compreendidos. Por não termos encontrado nenhuma delas uma que se encaixa na
estrutura de descrição completa, faremos estudo e análise dos elementos através de
várias descrições e depois concluiremos com o conceito encontrado na análise.

Exemplo 1: Descrição parcial


-Título: NOVA MÚSICA PARA VIOLÃO
Descrição: Trata-se de uma pesquisa experimental e bibliográfica, delimitando-se
como objeto de estudo músicas escritas para o violão do fim do século XX e começo do
século XXI. Os principais objetivos são: investigar a produção de nova música para
violão, abordar os aspectos técnicos interpretativos e debruçar sobre as relações entre
ensino/aprendizado e performance desse repertório. Também buscar conhecer os
processos composicionais de compositores não violonistas ao compor para violão.
Amarelo: à metodologia. Azul: objeto pesquisa. Verde: objetivos específicos.
Análise: nessa descrição direta e simples temos a presença dos principais elementos
que esclarecem o caminhar da pesquisa, de maneira concisa e eficaz em gerar interesse
no leitor.
Vemos, logo após o título, a metodologia que nos dá uma imagem de como serão
colhidos os dados, e nos permite entrever as discussões que estarão no produto da
pesquisa, gerando interesse no leitor por cativar sua imaginação. Em seguida é
apresentado o objeto de pesquisa que delimita as fronteiras de observação dentro do
título. E finaliza com os objetivos específicos, que é o laço que reunirá os esforços das
pesquisas que este projeto acolherá, podendo reuni-las numa força de pesquisa
direcionada onde há uma finalidade comum.

Exemplo 2: Descrição parcial (entre as mais completas)


Título: MODELOS PERCEPTIVOS E ABORDAGENS MULTIMODAIS NA
CRIAÇÃO E NA PERFORMANCE MUSICAL COM NOVAS TECNOLOGIAS
Descrição: A escuta de uma obra musical acusmática, sobretudo quando o
ouvinte encontra-se rodeado por vários altofalantes, pode evidenciar o agenciamento de
diversos sentidos (tátil, visual e proprieceptivo) que participam da escuta, embora o
único estímulo efetivamente em jogo seja sonoro. As sensações táteis, de movimento, de
esforço, de escoamento temporal ou a imaginação de uma configuração visual,
sugeridas pelos sons, contribuem com a escuta e articulam a percepção da obra. Esse
tipo de experiência no âmbito da recepção musical tem a sua contrapartida no processo
composicional, quando imagens, sugestões táteis, de movimento, de esforço, de
escoamento temporal ou de dimensão espacial contribuem para que o compositor
articule os materiais musicais ao forjar a obra. Esta pesquisa explora essa contrapartida
composicional e possui dois viéses. O primeiro volta-se para a utilização de modelos
perceptivos derivados da visualidade, da tactilidade, de experiências cinéticas ou
proprioceptivas no processo composicional de obras puramente musicais (sejam elas
acusmáticas ou não). O segundo viés é representado por obras multimodais, ou seja,
obras híbridas baseadas não apenas em elementos sonoros, mas também visuais e
cinéticos o que pode ser corporificado em instalações interativas, obras com música e
dança, música e vídeo, ou ainda música, vídeo e dança combinados (tendo-se sempre,
nesse caso, o domínio sonoro como foco principal de investigação). A pesquisa se
justifica pelo crescente interesse de pesquisadores sobre essas questões nos mais
diversos domínios da experiência artística. A pesquisa estará baseada em estudo
bibliográfico, apreciação/análise de obras/performances e na criação/performance
musical com novas tecnologias utilizando-se esse enfoque. O objetivo é explorar o
potencial criativo desse tipo de abordagem, o que gerará resultados na forma de
produção artística, produção bibliográfica e produção técnica.
Vermelho: justificativa. Azul: Objeto de pesquisa. Amarelo: metodologia. Verde:
objetivo. Cinza: resultados propostos
Análise: A descrição acima se encontra entre as com a constituição mais completa
dentre as analisadas. Podemos ver no início uma grande justificativa que introduz o
tema proposto, através dela faz-se a ambientação do que será colocado. Em seguida é
descrito os objetos que serão abordados, utilizando-se de termos técnicos e os coloca em
contexto para que sejam entendidos. Em amarelo temos a metodologia, que é bastante
ampla, e o objetivo que é bastante aberto, mostrar-se um projeto guarda-chuva. Conclui
com os resultados esperados.

Exemplo 3: Descrição imprecisa


Título: SONANTE 21 - PERFORMANCE E PESQUISA DE MÚSICA
CONTEMPORÂNEA
Descrição: O Sonante 21 é um grupo de performance e pesquisa em Música
contemporânea criado pelo percussionista Fernando Rocha, dentro do Programa de
Mestrado em Música da UFMG. O grupo se dedica à apresentação de obras de câmara
de autores contemporâneos.
Azul: objeto de pesquisa. Roxo: sujeitos do projeto. Cinza: resultados propostos.
Análise: O exemplo de descrição acima cita a pretensão de pesquisa juntamente com o
objeto. Não esclarece como nem com que objetivos será efetuada a pesquisa, tornando-a
portanto demasiadamente genérica e sem direção, não esclarecendo o produto que pode
ser esperado da mesma. E dá a entender um projeto de extensão nos resultados
propostos, pois se refere à realização de apresentações sem se mencionar à finalidade de
produção acadêmica.

Diante dos diversos dados analisados vemos que há uma grande diferença de
abordagem quanto às descrições. Porém há elementos constitutivos que as unificam e
através deles podemos constatar uma estrutura comum presente entre as diversas
descrições das pesquisas, e, sobretudo nas descrições mais elucidativas temos a
presença de elementos comuns, como podemos observar.
A constituição comum numa descrição de pesquisa costuma ser a seguinte:
justificativa/contextualização, objetivo/objeto, metodologia, resultados
propostos/referências.
Os elementos norteadores imprescindíveis da pesquisa que devem ser expostos
na descrição são: o objeto e o(s) objetivo(s), sendo que quando mais específicos são
esses dois elementos, mais clara a descrição, visto que eles centralizam o conteúdo da
mesma. Os elementos adjacentes, que podem enriquecer a descrição da pesquisa e
elucidar pontos de interesse, são: justificativa, metodologia, contextualização
(entendendo como contextualização o estado da arte, participantes, instituição ou
mesmo pesquisa anteriormente realizada), resultados propostos, e em alguns casos,
referências.
Esses elementos não possuem uma ordenação comum, e podem vir
fragmentados ao longo da escrita, disso resulta a aparente heterogenia entre as
descrições. No entanto consideramos a seguinte ordem por trazer maior conexão entre
os elementos e deixar o texto mais sistemático.
Comparando a descrição com uma refeição, a justificativa e a contextualização
são como a entrada ou os aperitivos. Ambos visam situar o sujeito na circunstância que
será introduzida, e envolve-lo com o tema proposto. Elas geralmente visam dar
importância para a pesquisa a ser empreendida. A justificativa geralmente relata o
estado da arte, ou seja, o estágio que determinada pesquisa se encontra no campo do
conhecimento em questão. Já a contextualização visa situar a pesquisa no tempo, local,
grupo ou bibliografias de áreas adjacentes que podem levantar um espaço para a
pesquisa em questão, dando-lhe sustentação, provando a necessidade da pesquisa
mencionada.
O objeto e o objetivo são o prato principal, ou o cerne do que está sendo servido
na pesquisa, aqui estão presentes os elementos constitutivos que são norteadores e dão
sentido e substância a esta. Uma descrição que explicita com clareza e propriedade esses
dois elementos, atinge com precisão sua finalidade e transmite a forma básica que se
espera dela, com rigor científico e coerência, ou seja, transmite seu valor. O aspecto
mais importante desse elemento é a especificidade. Quanto mais específico mais
técnico, e maior o valor que se pode esperar dessa pesquisa. Outros aspectos periféricos
que chamam atenção são originalidade, simplicidade de escrita e objetividade.
A metodologia é como a forma como o prato será servido, e sua beleza. Quando
aliada com objetivos e objetos claros, desperta a imaginação do leitor na descrição, o
levando a conceber os processos envolvidos na pesquisa, e por gerar interesse nesse
processo, o faz receptivo ao conteúdo que pode encontrar no projeto descrito.
Por sua vez, os resultados esperados e as referências são como o cardápio do
prato que será servido. Que por trazer a combinação ingredientes listados, despertam
curiosidade e expectativa no interessado.

2.2 COMO A PERFORMANCE É TRATADA NAS DESCRIÇÕES DOS


PROJETOS?

Numa primeira observação dos dados reunidos pudemos constatar que alguns
projetos admitem a performance musical como meio para realização da pesquisa, ou
seja, como metodologia. Não sendo, portanto alvo da investigação, mas produto para
observação e obtenção de dados destinados para contribuição em outras áreas como, por
exemplo, processos composicionais, desenvolvimento de interfaces computacionais,
metodologias de estudo em grupo e outros. Esses trabalhos foram excluídos no processo
de catalogação pois não se destinam ao nosso estudo alvo.
Dentro do processo de pesquisa fez-se necessário compreender melhor a esfera
de estudo da performance musical no Brasil, pois essa área é do meu interesse
particular. Porém no decorrer da investigação proposta percebi uma distinção da
realidade com o que eu esperava da pesquisa. Isso devido a uma distinção da minha
concepção do que se trata performance musical de oque se refere a pesquisa na
performance musical em si.
Ao visualizarmos o campo da pesquisa em performance musical percebemos se
tratar de sua abordagem em amplo contexto, se referindo tanto no aspecto da execução
musical, que aqui referimos como “ato da performance”, como também englobando os
elementos que podem ser compreendidos como adjacentes à performance como ato.
Aqui referidos como “preparação para a performance” e “recursos para a performance”.
Diferente da minha visão inicial do que se trata performance musical, podemos
ver que esse campo de pesquisa se refere muito além do ato de produzir música, ou seja,
do momento que o músico (performer) sobe no palco e realiza o produto do seu
estudo/trabalho. Porém ao observar a realidade da pesquisa em performance musical,
dilatamos essa visão e percebemos que os elementos constitutivos da performance estão
diretamente relacionadas com sua eficácia. Ou seja, aspectos que minha percepção
negligenciava diante do conceito de performance musical como: reunir um acervo,
efetuar uma pesquisa histórica ou estilística, metodologias de estudo, e todos os
elementos que estão em torno do ato de performance, fazem parte da realidade do
processo de performance musical, e portanto são componentes da realidade dessa
pesquisa.
Na verdade, diante do resultado inicial da análise, em franca distinção da
realidade esperada, percebemos que a maioria dos projetos de pesquisa em performance
se destinam a esses aspectos que poderiam ser compreendidos como adjacentes na
pesquisa. Pois somados, os aspectos “Preparação para performance” e “Recursos para
performance” calculam 69,8% dos projetos analisados. Vejamos mais produtos dessa
análise através do próximo capítulo.

2.3 RUMOS E TENDÊNCIAS.

Reunidos os dados analisados pela metodologia, pudemos observar prontamente


que a perspectiva que a pesquisa em performance musical no Brasil possui está mais
direcionada para a preparação da performance e os seus recursos.

O gráfico nos apresenta claramente os números e proporções encontradas pela


análise que empreendemos. Colocando esses dados em perspectiva podemos apontar
algumas tendências.

A primeira tendência que nos chama a atenção é a quantidade de projetos


relacionados com aspectos em torno da performance (“Preparação para a performance”
e “Recursos para performance”) que somam juntos 64 dos 93 projetos analisados, ou
69,8% dos projetos. Ou seja, mais de 3/5 dos projetos para performance se tratam na
verdade de aspectos em torno da performance.

Vejamos, em seguida, a tendência da pesquisa em performance musical em


aspectos relacionados com a “Preparação para a performance” (41 pesquisas, 44,8%).
Segmentamos a observação dos projetos voltados para a preparação da
performance em dois grandes grupos. Primeiro projetos voltados para a questão da
“eficiência no aprendizado e metodologia de estudo” (17 pesquisas, 41%), e segundo
“Ter e desenvolver conhecimento histórico e estilístico” (24 pesquisas, 59%).

Esses números revelam um interesse crescente pela busca dos aspectos


interpretativos de grande importância prática. Afinal através da compreensão histórica
se pode chegar ao entendimento melhor da obra, o que ajuda na concepção artística que
o intérprete refletirá na obra. O outro viés importante da preparação consiste certamente
no aprendizado eficaz do conteúdo a ser executado, caráter refletido na prática dos
grandes interpretes que possuem metodologias de estudos consistentes que os permitem
chegar à excelência performática.
Esses interesses de pesquisa são muito atuais e costumeiramente visitados e
revisitados pelos interpretes, pois em encerram em si os dois lados do preparo artístico.
A concepção e o preparo da obra.

Dentro do aspecto dos Recursos para Performance (23 projetos, 25%)


segmentamos em “Reunião de partituras e elaboração de acervos” (19 projetos, 83%),
“Elaboração de arranjos e composição” (1 projeto, 4%) e “Material didático” (3
projetos, 13%).
Podemos ver nesse gráfico representado uma grande tendência. Dentro dos
projetos de pesquisa em performance musical que temos no Brasil número considerável
se destina à elaboração/reunião de acervos, dentro do número total dos projetos
analisados esse segmento representa 25%, ou seja ¼ de toda produção relacionada à
performance musical analisada. Esses projetos se destinam mais especificamente a
acervos comentados de um período, compositor ou formação de instrumentos
específico.

Em última análise temos os projetos destinados ao ato da performance e seus


aspectos. Sendo 16 projetos que representam 17,2% do total analisado. Os subitens
determinados são: “Competências para performance: habilidade, consciência corporal,
coordenação motora etc.” (6 projetos, 37,5%), “Habilidade interpretativa” (3 projetos,
18,75%), “Controle emocional e psicológico” (1 projeto, 6,25%), “Habilidade de
improvisação” (1 projeto, 6,5%), “Performance eletrônica” (5 projetos, 31,25%).

A primeira vista o que surpreende é o número de projetos voltados para a música


eletrônica, ou com auxílio de recursos eletrônicos. 5 projetos totalizando 31,25% dos
projetos voltados para o ato da performance. Esse dado revela uma tendência em
expansão. Com somente um projeto a menos que os voltados para competências para
performance.
Em outra interpretação poderíamos colocar o subitem controle emocional como
pertencente da competência para performance, o que tornaria o item com 7 projetos e
43,75% do total. Porém decidi evidenciar o único projeto voltado para essa questão que
considero muito importante.
Aprofundando mais no subitem das competências para performance vemos que
os 6 projetos listam: 3 projetos destinados ao entendimento técnico da regência, 1
voltado para análise e coordenação motora pianística, 1 para preparação física e mental
para performance violinística, e 1 sobre aprendizagem e controle na performance
musical.
Dentro da motivação inicial para realização desta pesquisa, meu conceito de
performance musical se aproximava mais com esses aspectos do ato da performance.
No entanto no decorrer da pesquisa compreendi que a pesquisa em performance musical
se encontra num contexto maior, cuja execução ou concretização é por assim dizer,
somente o desfecho.

Os projetos colocados num no subitem “Geral” tratam-se de projetos guarda-


chuva sem objetos e objetivos definidos. E os projetos excluídos se tratam de pesquisas
dentro das linhas de pesquisa selecionadas porém com descrições confusas ou referindo-
se especificamente a outra área não relacionada à performance musical. Somadas essas
totalizam 12 dos 93 projetos, ou 13%.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como referido acima, a pretensão inicial dessa pesquisa mostrou-se


incompatível com a realidade por ela requerida, considerando minha visão inicial da
performance unicamente como ato de fazer música em contraposição com a realidade da
pesquisa que exigiu uma observação em amplo aspecto.
Porém fomos adiante e propusemo-nos a observar o universo da performance
musical em contexto respeitando suas etapas constitutivas. O resultado é a análise
formulada no trabalho já exposto.
No entanto o choque conceitual de ideias aparentemente antagônicas nos
levaram a discussões sobre o conceito de performance musical. O resultado dessas
discussões foi a acepção da performance musical numa visão formativa, que pode ser
sintetizada nessa figura triangular que segue.

Ato da performance

PERFORMANCE
MUSICAL Preparação para a performance

Recursos para a performance

Considerando a performance musical em amplo aspecto como uma estrutura


triangular, podemos distinguir três partes que constituem a ideia da performance
musical num todo. Assim podemos observar que o elemento superior, ou o cume do
triângulo é o ponto de definição, onde todos os trabalhos convergem. Pois sem o ato da
performance em si, suas preparações e recursos não tem sentido.
Em seguida vemos o corpo do triângulo que dá sustentação a esse cume, e ai
representamos todo trabalho/estudo necessário para a performance em si, sem esse
corpo de estudos os recursos para a performance não podem chegar em seu termo final.
Portanto aí se encontram os “caminhos para a escalada” que o interprete deve
empreender, pois intermediam a realidade das possibilidades (recursos para
performance) da realidade da realização (ato da performance).
E como base encontramos os recursos para performance, ou seja, todos os
componentes físicos necessários para a performance (métodos, acervos, partituras, etc.),
que devem ser reunidos para que tanto o preparo quanto para o ato da performance se
concretize.

Todos os dados que viabilizaram a análise empreendida neste trabalho foram


colhidos na Plataforma Sucupira. Essa plataforma é um recurso muito valioso, pois é
um centro que possui um acervo amplo e variado, com catalogação eficaz e sistema de
busca limpo e claro.
No entanto, a pretensão dessa pesquisa era fazer uma análise integral dos
programas de pós-graduação em música no Brasil em 2017, o que não foi possível
devido que em meados de junho de 2018, durante o colhimento dos dados, todos os
projetos de pesquisa de 2017 foram retirados da plataforma, o que nos forçou a
continuar a pesquisa com dados parciais.
Esse fato nos surpreendeu e limitou nossa observação, mas não impediu a
realização desse trabalho. Os dados colhidos apesar de parciais são substanciais e
subsidiaram nossas observações para compreensão de diversos ideias relevantes para o
estudo tanto da performance musical, como para a análises descritivas.
A retirada repentina do acervo dos projetos de 2017 é um fato negativo para a
pesquisa a meu ver. Pois limita nossa perspectiva ao dispensar toda uma experiência
realizada que poderia ser analisada para melhor direcionar os esforços futuros.
Programas, áreas de concentração e linhas de
pesquisa analisadas

UDESC – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO - INTERPRETAÇÃO E CRIAÇÃO MUSICAL

UFMG – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – MÚSICA – LINHA DE PESQUISA –


PERFORMANCE MUSICAL

UFRGS – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – PRÁTICAS INTERPRETATIVAS

UNICAMP – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – MÚSICA: TEORIA, CRIAÇÃO E


PRÁTICA – LINHA DE PESQUISA – ESTUDOS INSTRUMENTAIS E
PERFORMANCE

UFPB – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – PRÁTICAS INTERPRETATIVAS

UFBA – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – EXECUÇÃO MUSICAL

UFRN – LINHA DE PESQUISA – LINHA 2: PROCESSOS E DIMENSÕES DA


PRODUÇÃO ARTÍSTICA

UFPE – SEM LINHAS DE INTERESSE À PERFORMANCE

UNB – LINHA DE PESQUISA – A. Processos e Produtos na Criação e


Interpretação em Música

UFG – LINHA DE PESQUISA – MUSICA, CRIAÇÃO E EXPRESSÃO


Contabilização dos projetos

1-FILOSOFIA DA INTERPRETAÇÃO ----------------------- 1

2-GERAL ------------------------------------------------------------ 2

3-ATO DA PERFORMANCE ------------------------ 16

3.1-Ter competências para performance: habilidade, consciência


corporal, coordenação etc.. –--------------------------------- 6

3.2-Habilidade interpretativa -------------------- 3

3.3-Controle emocional e psicológico ---------------- 1

3.4-Habilidade improvisação ---------------------- 1

3.5-Performance eletrônica ou com auxílio eletrônico ----------------------- 5

4-PREPARAÇÃO PARA PERFORMANCE --------------------------- 41

4.1-Ter eficiência no aprendizado ---------------------- 3

4.2-Metodologia de estudo e preparo ------------------------ 14

4.3-Ter e desenvolver o conhecimento estilístico ------------------- 11

4.4-Ter e desenvolver o Conhecimento histórico ------------------------ 13

5-RECURSOS PARA A PERFORMANCE ---------------------------------- 23

5.1-Partituras – edições – Registros -------------------------- 19

5.2-Metodologia de elaboração de arranjos e composição ----------- 1

5.3-Material didático ------------------------- 3

6-Excluídos –---------- 10

TOTAL: 93 projetos

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