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José Roulien de Andrade Junior
Formado em Educação Física pela UFPR, com especialização em Futebol e Futsal.
FUTSAL
AQUISIÇÃO , INICIAÇÃO E
ESPECIALIZAÇÃO
Curitiba
Juruá Editora
2007
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 7
O desenho da contracapa foi pintado por uma criança
de 06 anos de idade, que tem em sua visão, como toda
criança de sua idade, o futebol ou o futsal, como uma
brincadeira permanente, em que ela, a criança, possa
fazer tudo que sua imaginação mandar, pois o jogo em
sua vida é alegria, é prazer.
Esta é a homenagem ao meu filho João Pedro.
“ As crianças recorrem com enorme freqüência
à fantasia e ao seu poder corporal....”
(João Batista Freire. Pedagogia do futebol, 1998.)
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 9
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado aos amantes do futsal, a todos os
profissionais com quem tive a oportunidade de trabalhar.
A minha família, minha Mãe, e em especial, a minha companheira
das batalhas do diaadia, Kelly minha esposa e meu filho João Pedro.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 11
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os alunos e atletas com quem trabalhei, e com
quem trabalho: os alunos das equipes de futsal do colégio Bom Jesus e
do Paraná Clube.
Aos meus colegas de trabalho, Vinícius, companheiro de treino
do diaadia, ao Duda, Fabiano, Luizão, Marcão, com quem trocamos
muitas idéias, ao Marcius pela contribuição.
Aos Professores e mestres Wilton que prefaciou este livro, e ao
Amorim que escreveu na orelha, competentes técnicos do futsal
paranaense, com os quais aprendi muito.
À turma da praia, que nos dias de chuva, ficavam me apoiando
enquanto eu escrevia:
Célia, Nedi, Juca, Luiz, Rosana, Valeska, Carlos, Alcione,
Taynara, Aryane, Claudia, Nathália, Júlio, ao Fly, a Jadi, Monique e o
Kadu, pela disputa do sofá.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 13
PREFÁCIO
Desde o lançamento do primeiro livro 1 do professor Junior, o fut
sal brasileiro passou por mudanças significativas. Se, por um lado, per
demos, em nível internacional, a hegemonia para a Espanha (em 2000,
na Guatemala, e em 2004, na China), assistimos à exportação de boa
parte dos nossos craques para países de todo o mundo e aferimos, em
alguns casos, a naturalização precoce de jogadores brasileiros (fatores
que, certamente, servem de alerta para os que trabalham para o futsal),
por outro lado, constatamos, em nível nacional, a ascensão de uma
“nova era”, traduzida na preocupação da atual gestão da CBFS em orga
nizar “a casa”: a profissionalização da comissão técnica da seleção
brasileira, o projeto de construir um centro de treinamento (a exemplo
do que ocorre com o futebol), a descentralização do futsal para Estados
que andavam marginalizados, o incentivo às categorias de transição
(Sub15 e 17) e ao futsal feminino (Liga Nacional), a criação das Ligas
(Sul, Norte, Nordeste, Sudeste), a inclusão do futsal no Pan2007, enfim,
percebese uma clara (e boa) intenção para com o presente e o futuro do
esporte mais praticado pelas crianças e jovens brasileiros.
Este livro surge nesse cenário. Nasceu “contaminado” por esses
ares. Quer ver? O professor Roulien escreveu sem se apegar às famige
radas séries de exercícios, sem abordar as técnicas (os fundamentos),
sem desenhar os sistemas ofensivos e defensivos básicos, sem compilar as
regras oficiais (conhecimentos que num certo período foram necessários,
mas que hoje se encontram disponíveis amiúde na web). Ao contrário
disso, dedicouse a relacionar e ilustrar 40 jogos para ensinar futsal, a
desenvolver o raciocínio pedagógico de que o treino deve preparar para
o jogo, isto é, de que o jogador, independentemente da idade, precisa
conviver, no treino, com situações de jogo, e nos apresentou a sua preo
cupação em monitorar/pesquisar o que acontece no jogo de alto rendi
mento para repensar o seu treino. Bastaria isso para que se tornasse um
1 O jogo do futsal, técnico e tático, na teoria e na prática. Gráfica Expoente, 1999.
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livro de leitura obrigatória. Mas fez mais: em linguagem acessível, pon
derou sobre a iniciação de crianças no futsal, dividiu o processo de ensi
no do futsal em três fases distintas e, por isso, exigente de abordagens
peculiares, pontuou o treinamento técnico e o tático, apresentou os prin
cípios e as particularidades do jogo de ataque, de defesa e de contra
ataque e, ainda, como desenvolvêlas.
Ao me deparar com este livro, ratifiquei a convicção de que o
futsal brasileiro tem, além dos jogadores mais talentosos do mundo, os
melhores técnicos. Enganamse os que pensam que basta ser “bom de
bola” para se consolidar como jogador de futsal! Transformarse num
craque das quadras exigirá aprender a jogar, o que implica prepararse
para jogar, perceber o jogo, posicionarse ofensiva e defensivamente de
forma inteligente, socializar habilidades pessoais, enfim, construir uma
série de conhecimentos. O livro em questão é uma demonstração de que
aprender futsal não “cai do céu” e de que ensinar bem futsal é possível e
necessário. O aprendizado em futsal exige um longo processo de cons
trução cultural. Cooperam para isso, certamente, um bom técnico e um
bom livro.
Wilton Carlos de Santana
Mestre em educação física pela Unicamp (SP)
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 15
PREFÁCIO
Fiquei muito honrado ao receber o convite para comentar sobre
esta nova obra do Professor José Roulien Júnior por se tratar de um
excelente profissional do esporte e um grande amigo.
Conheci o professor Junior em 1991 num curso de especialização
na modalidade futsal e de lá para cá convivemos e fortalecemos nossa
amizade principalmente nas competições realizadas nas diversas catego
rias do nosso futsal por todo o Paraná.
Com isso já se vão quatorze anos de disputas, de conquistas e de
algumas frustrações dirigindo várias equipes por onde passamos, e por
este motivo tenho a certeza de que este livro que aborda principalmente
assuntos referentes às nossas crianças praticantes de futsal, servirá como
suporte a vários profissionais que militam nesta modalidade e que procu
ram sempre novos aprendizados e novos conhecimentos.
Além de abordar as fases de aprendizagem da criança, o livro
apresenta capítulos sobre as formas de se atacar e defender numa visão
moderna diante de tantas mudanças que ocorrem nas regras do futsal,
com isso tornando a modalidade cada vez mais atraente e emocionante
para quem assiste e por outro viés, exigindo dos técnicos uma capacida
de perceptiva de preparar suas equipes utilizandose de todas as estraté
gias possíveis de serem realizadas durante uma partida de futsal.
Parabéns, meu amigo Junior. Espero que continue contribuindo
com seus conhecimentos tanto na prática como na teoria, pois o esporte
em geral necessita de profissionais como você que não se limita apenas
em buscar resultados que satisfaçam suas aspirações pessoais, mas que
também divide com seus colegas de profissão toda a experiência adquiri
da ao longo de tantos anos de vivência na modalidade de futsal.
Prof. Ms Adolpho Cardoso Amorim
Técnico de Futsal e Docente do Curso de Educação Física do CESUMAR.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 17
APRESENTAÇÃO
Já se passaram dez anos, durante os quais tive o prazer de convi
ver quase que diariamente com o competente professor Júnior. Durante
esse tempo todo continuo impressionado com a capacidade que ele possui
de pensar e realizar as coisas do nosso futsal de maneira simples e obje
tiva como o nosso esporte requer.
Ele acompanha a evolução do futsal não somente no âmbito das
quadras com o futsal de alto nível, mas também como é imprescindível
hoje, na formação do caráter, no trabalho da autonomia e confiança do
adulto do futuro que educamos através do futsal.
A sua obra apresenta sugestões táticas, técnicas e individuais de
como podemos desenvolver de uma maneira inteligente o cotidiano do
futsal, além disso traz dados que podem apontar algumas interrogações
quanto à formação do cidadão através do futsal.
Parabéns, professor Júnior, e tenha certeza de que, como me disse
uma vez o mestre Ricardo Lucena, você é uma das pessoas que repre
sentam o futuro do nosso futsal.
Vinícius dos Santos França
Especialista em Futsal (Unopar) e Técnico de Futsal do Paraná Clube
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 21
INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos o futsal tem um contínuo e rápido desen
volvimento em todos os conceitos que o envolvem; cada vez mais países
o praticam; assim como surgem seleções internacionais com um bom
padrão de jogo que nos impressionam, pois somos considerados o País do
futsal.
As alterações nas regras foram determinantes para essa evolução,
nos países atualmente filiados à FIFA; buscase a unificação das regras,
principalmente no tamanho das quadras.
Na sua trajetória o bom e velho futebol de salão, ou somente
“salão”, da década de 70 quando começou a ser massificado no antigo
sistema 2 X 2, (que ainda hoje algumas equipes o utilizam). Com o pri
meiro campeonato mundial de futebol de salão, organizado pela FIFUSA
no Brasil em 1982, a surgiram outros sistemas de jogo: 2.1.1, 3.1, a ser
mais popularizado, sendo o Paraguai nosso principal adversário não só na
América Latina como também no mundo todo.
Estávamos na fase das jogadas ensaiadas, com grandes equipes
como o SUMOV do Ceará, clube com maior número de títulos da história
da Taça Brasil; BRADESCO do Rio de Janeiro, PERDIGÃO de Santa
Catarina etc., onde os jogadores tinham suas funções específicas dentro
do jogo.
Na década de 90 o futsal tornouse mundialmente conhecido.
Surgiram movimentações, padrões de jogo preestabelecido, constantes
alterações nas regras que, obrigaram os técnicos, treinadores, preparado
res físicos a pensarem e estudarem novas formas de treinos, contribuindo
cada vez mais com a evolução do desporto da bola pesada. Observamse
hoje jogadores realizando mais de uma função dentro do jogo.
Internacionalmente temos grandes seleções, como a Espanha, que
hoje, além de ter o melhor campeonato europeu, também é o nosso prin
cipal adversário e atual bicampeã mundial. A Itália, vicecampeã mundial,
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que hoje tem um ótimo campeonato, conta com muitos jogadores ítalo
brasileiros, e de outros países como a Argentina, que invadiram as qua
dras italianas, cuja seleção nacional possui a maioria de brasileiros natu
ralizados. Observamos a Rússia com um ótimo padrão de jogo, que usa
muito a fisiologia como fator de desequilíbrio, fazendo constantes subs
tituições, pois consideram seus jogadores do mesmo nível técnico, tendo
sua equipe “inteira” dentro da quadra a todo momento. Ainda temos
Portugal, que no mundial de 2000, ficou com o 3º lugar, além de outros
países como a Croácia, Holanda, Bélgica etc.; e assim como jogadores
brasileiros, temos também muitos técnicos trabalhando fora do País.
Como vimos, o futsal evoluiu muito nos últimos anos. Hoje te
mos uma vasta bibliografia com vários autores brasileiros e espanhóis.
No Mundial da Guatemala 2000, perdemos a hegemonia para os
espanhóis, pois estudaram nossa equipe e com um forte trabalho nos der
rotaram na final por 4 X 3. No mundial de 2004 cruzamos com os espa
nhóis na semifinal, e após um empate no tempo normal, nos venceram
nos pênaltis; tivemos que nos contentar com o 3º lugar.
Isto nos prova que algo a mais faz diferença, pois a fisiologia e a
psicologia fazem parte de outras áreas de conhecimento do treinamento
do nosso esporte.
Mas e a parte técnica e tática como anda?
Pensando nessa evolução, é que fazemos várias indagações sobre
o “nosso” esporte: Como os técnicos estão se preparando para trabalhar?
Por que perdemos a hegemonia mundial, se temos os melhores jogado
res? A formação dos nossos atletas está sendo feita de maneira correta? E
a preparação das nossas equipes?
Atualmente, citamos o exemplo do campeonato metropolitano de
Curitiba PR. As competições começam por volta dos 06 anos de idade, na
categoria “mamadeira” (sub07). O jogo e a competição de que essas
crianças participam é uma reprodução do jogo do adulto, com alteração
apenas do tamanho da bola e no tempo de jogo, mas a pressão é igual,
técnicos gritando na beira da quadra, Pais e dirigentes cobrando resulta
dos, muitas vezes brigando nas arquibancadas. Será que é isso é esporte
para criança? Será que é isso que uma criança que entra no futsal quer? O
que esse esporte vai deixar para a criança? O futsal está sendo um fim ou
um meio? Como são feitos os treinos? Os jogadores profissionais de fut
sal são forjados a partir de tenras idades? A precocidade das competições
garante um futuro atleta profissional?
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 23
Dividimos esse livro em 11 capítulos, abordando temas atuais do
treinamento do futsal, seja ele para a iniciação, seja para a especialização.
Procuramos contribuir com o esporte através de um estudo apresentado
sobre a iniciação do futsal, algumas formas de trabalho que servem para
melhorar de uma forma geral as técnicas dos atletas, que devem passar
por um aprendizado dessas técnicas, bem como, o aprendizado da tática.
Deixamos também uma proposta tática para a iniciação, e algumas ativi
dades práticas. Pesquisamos alguns jogos da liga nacional de 2004 para
que pudéssemos dar subsídios no planejamento de nossos treinos. Tive
mos a idéia de definir alguns termos técnicos usados no nosso esporte que
são de vital importância durante os treinos e os jogos.
Esperamos contribuir com os profissionais que atuam na área, a
refletir e logicamente ampliar seus conhecimentos dentro do futsal, que é
o esporte mais praticado em nosso País.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 25
Capítulo I
TERMOS TÉCNICOS
USADOS NO FUTSAL
Fazse necessário definirmos os termos técnicos específicos do
futsal, usados pelos técnicos nos treinos e jogos. Muitas vezes falamos, e
o atleta não entende o que queremos dizer. Colocamos alguns termos,
com os quais trabalhamos e constantemente usamos no nosso diaadia, e
até mesmo para que a linguagem do futsal possa ser ampliada pelas pes
soas que o acompanham.
1 – GINGA, BALANÇO, VAIEVEM, DÁ O GATO – todos
estes termos querem dizer o mesmo que “finta”, ou seja: livrarse mo
mentaneamente do seu marcador sem a posse de bola, para poder recep
cionála para dar continuidade à jogada da sua equipe.
2 – PARALELA – movimentação exercida por um jogador ou
um passe, que seja paralela à linha lateral.
3 – DIAGONAL – movimentação exercida por um jogador ou
um passe, que seja feita na diagonal.
4 – TROCA DE ALA COM PIVÔ – troca de posição entre dois
jogadores, onde o que está no pivô vai para uma das alas, e o que está em
uma das alas vai para o pivô.
5 – PASSE DE GANCHO, GANCHINHO, CAVADO – é um
passe levantando a bola. Pode ser alto ou à meia altura.
6 – CANETA – drible ou passe executado entre as pernas de um
jogador.
7 – PEDALADA – é um drible executado por um jogador que
passa as pernas por cima da bola, uma perna de cada vez. Requer coorde
nação em velocidade.
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8 – ROLINHO – drible executado com a sola do pé, entre as
pernas do adversário.
9 – BLOQUEIO – é a situação dentro do jogo onde um jogador
que está sem a bola, atrapalha um jogador adversário que está marcando
outro jogador da sua equipe, com o objetivo de levar uma vantagem nu
mérica.
10 – DIVIDIR A MARCAÇÃO – é a situação onde o jogador
que está marcando fica em dúvida se marca esse ou aquele jogador; ge
ralmente acontece em bolas paradas.
11 – ENCAIXAR A MARCAÇÃO – acontece quando uma
equipe consegue fazer uma ótima marcação e impedir que a equipe ad
versária consiga impor seus movimentos ofensivos.
12 – DIMINUI, TIRA, APERTA – acontece quando os jogado
res que estão marcando, aproximamse dos adversários, impedindoos de
progredirem ao ataque.
13 – SOBE A MARCAÇÃO – acontece quando a equipe que
está marcando passa a realizar a marcação na quadra do adversário, dimi
nuindo os espaços do jogo.
14 – RODÍZIO – acontece quando três ou quatro jogadores de
uma equipe movimentamse dentro da quadra, trocando as posições, com
o objetivo de chegar ao ataque.
15 – MOVIMENTAÇÃO – acontece quando uma equipe realiza
movimentos padronizados na quadra, exceto o goleiro, para chegar ao gol
adversário.
16 – PADRÃO – é um tipo de movimentação repetitiva e cons
tante, realizada por uma equipe com o objetivo de chegar ao gol adversá
rio.
17 – PIVÔ CRAVADO – acontece quando o jogador que faz a
função do pivô, está sempre próximoà área do adversário, dando referên
cia ao seu ataque.
18 – REFERÊNCIA – existe quando um jogador está posiciona
do em local determinado da quadra, para a bola chegar até ele; geral
mente é o pivô, e no ataque.
19 – LINHA DA BOLA – é uma linha imaginária em relação ao
local onde está a bola.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 27
20 – FUNIL – é quando um ou dois jogador(es) que está(ão)
na(s) ala(s), está (ão) longe da linha de passe, escondendose do jogo.
21 – ESTÁTUA – quando o jogador que vai receber a bola do
seu companheiro, fica parado; não finta, sendo pressionado por seu mar
cador, não conseguindo receber a bola.
22 – BATE – termo usado quando um jogador chuta a bola em
gol.
23 – CAIXOTE – é um tipo de marcação realizada onde três ou
os quatro jogadores fecham o pivô adversário, impedindo que ele dê se
qüência à jogada.
24 – LINHA DE PASSE – é uma linha imaginária do jogador
que tem a posse de bola, onde ele possa passála a um companheiro.
25 – DOBRA – há quando dois jogadores marcam o jogador que
está com a bola.
26 – SEGUNDO PAU – é a bola cruzada, na direção do lado
oposto de onde está o goleiro, muito comum nos jogos.
27 – ENTRAR NA BOLA – é a maneira de receber a bola,
quando o jogador a domina com a sola do pé, tirandoa do seu marcador,
desequilibrando o mesmo.
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Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 29
Capítulo II
COMO A CRIANÇA INICIA
NO ESPORTE?
Acreditamos que a iniciação do futsal está dividida em:
1 – Escolinhas particulares, clubes e associações: que visam lu
cro, e conseqüentemente, para obterem lucro, precisam ter um grande
número de alunos, perdendo assim a qualidade das aulas. Também existe
a cobrança dos pais, que muitas vezes comparam seus filhos com os ou
tros, questionando os ensinamentos do professor, como se existisse uma
fórmula para o rápido desenvolvimento de uma criança.
2 – Nas escolas e colégios: acreditamos sem dúvida, que são o
melhor lugar para o aprendizado, pois não existe cobrança por resultados
e nem por lucro, pois atendem seus alunos, ofertando atividades esporti
vas em horários diferenciados e bem estruturados; portanto, não existe
pressão por parte dos pais. A criança se desenvolve livremente e escolhe
o esporte que mais lhe agrada. Praticao com alegria e espontaneidade;
participa de competições colegiais, onde o nível técnico dos alunos é bem
parecido e conseqüentemente, num ambiente mais tranqüilo, seu rendi
mento será melhor.
3 – Competições oficiais dos clubes e associações. A cobrança
começa desde cedo, que pode ser pelos próprios técnicos, por alguns pais,
por dirigentes, que comparam esporte de criança com esporte profissional
e acham que crianças vitoriosas com 06, 07 anos de idade terão garantia
para um futuro brilhante e uma carreira promissora como atleta profissio
nal.
Devemos lembrar que quem trabalha com crianças na iniciação
que envolva ou não, a competição tem dois caminhos a seguir:
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1º – Especializar as crianças para obterem resultados, passando
por cima dos princípios de educador, esquecendo a parte metodológica e
pedagógica que envolve o esporte. É o que mais encontramos em compe
tições oficiais. O fato nos deixa a idéia de que elas querem ou precisam se
promover conquistando títulos.
2º – Realizar um trabalho pautado no ensinamento do esporte,
pedagogicamente correto, aplicando metodologias adequadas às faixas
etárias, respeitando as crianças como crianças, sem a preocupação com
resultados e conseqüentemente, com um desenvolvimento apropriado,
com a garantia de um esporte sadio.
Pudemos observar numa pesquisa feita pelos professores: Wilton
Santana, Danilo Ribeiro e Heloísa Reis, sobre a iniciação da prática sis
temática de futsal e a idade de iniciação em competições federadas de
jogadores de futsal com passagem pela seleção brasileira, que a relação
entre os jogadores que foram federados muito cedo e conseqüentemente
participaram de campeonatos estaduais e municipais, não garante um
sucesso no futuro, como nos aponta o quadro abaixo. Considerouse que a
convocação para a seleção brasileira é o objetivo de todo jogador profis
sional de futsal.
Vejamos.
Atletas com passagem pela seleção brasileira de futsal:
Número de atletas: 27
Número de equipes: 9
Cenário: Liga Nacional/2003.
QUADRO 1 Santana e Ribeiro (2003).
Fatores pesquisados Perfil dos Atletas
Idade de iniciação 11,18 anos de idade (+3,88)
Idade de federação 12 anos (+3,82)
Não jogaram mamadeira, 70.3%
fraldinha (58 anos).
Quem não jogou dos 5 aos 8 anos Iniciouse aos 13,14 anos (+ 6,19)
Pensando sobre o ensino do futsal, vamos nos deparar com alguns
fatores que nos fizeram buscar alternativas para melhorar nossos ensina
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 31
mentos. Para tanto, observamos que nos dias atuais as crianças são inseri
das muito cedo no futsal. Passam por treinos sistemáticos, aprendendo
técnicas, táticas, participando de competições com 06, 07 anos. Será que
grandes jogadores de futsal ou futebol passaram por uma escolinha, por
treinos sistemáticos, aprendendo técnicas, táticas, participando de com
petições com 06, 07 anos? Ou brincaram com os colegas, nas ruas praças,
praias, no fundo de um quintal etc.?
Deixamos esse questionamento para reflexão, bem como, o que
nos aponta a nossa experiência sobre a iniciação do futsal.
Será que nos treinos sistemáticos a criança brinca? Será que
existe alegria, descontração em nossos treinos? Será que as crianças par
ticipam, opinando, interagindo, ajudando a construir o treino? Será que
são respeitadas as etapas de desenvolvimento? Será que são trabalhadas
as valências necessárias para o desenvolvimento das crianças? Encontra
mos, hoje, em grande parte das aulas, a realização de uma série de exercí
cios e tarefas de fundamentos. Isso não é errado e não esgota um aprendi
zado para o jogo. Acreditamos que a diversidade do jogo deva ser inseri
da nas aulas, que depende da organização. Podemos ir adiante. Em rela
ção a esse fato, observamos através de visitas e observação de algumas
aulas de futsal que o professor dá o sinal para o início da atividade, para
como fazer a atividade, ficando o treino uma reprodução de fundamentos
isolados.
Por exemplo, refletindo sobre um fundamento essencial para o
futsal, o passe, em qual momento do jogo, um jogador, seja criança ou
profissional, passa uma bola sem a oposição do adversário? Daí o treino
de passe deve obedecer a esse raciocínio. A criança pensa e passa no
momento necessário, da forma que ela achar melhor, pois no jogo será
assim também. Ela cria e aprende a lidar com as dificuldades que são
apresentadas.
Lembramos uma história que conta o seguinte:
“Certa vez a professora pediu para seus alunos fazerem um de
senho. Um deles imediatamente começou a desenhar. A professora então
disse:
Ainda não; espere todos pegar o caderno.
Então ele pensou: vou desenhar um gato, um cachorro, uma casa
no campo.
A professora disse:
32 José Roulien de Andrade Junior
Desenhem uma flor.
Ele desenhou a flor e a pintou de laranja e azul.
E a professora disse:
Pinte a flor de vermelho e o caule, marrom.
O aluno pintou, mas achou que o gato, o cachorro e mesmo a sua
flor laranja e azul eram mais bonitos.
Certo dia iriam fazer um trabalho com argila. Então pensou: fa
rei um elefante, uma montanha, um cavalo.
A professora falou:
Vamos fazer um prato.
Ele fez um prato fundo. A professora disse:
Façam um prato raso.
Ele fez um prato raso, mas achou que seu prato fundo ficou mais
bonito.
Outro belo dia a professora disse:
Vamos fazer um desenho.
O aluno ficou esperando.
Novamente a professora:
Pode desenhar.
Então o aluno desenhou uma flor vermelha com o caule mar
rom”.
Questionamentos como esses, nos fizeram estruturar nossos trei
nos, partindo do que consideramos mais carente de mudanças, que é a
iniciação à competição oficial em clubes e associações. Pensamos em
estruturar e construir de forma progressiva o desenvolvimento das crian
ças dentro do futsal, respeitando as faixas etárias e as categorias existen
tes dentro do Estado do Paraná.
Buscamos usar uma pedagogia voltada para a formação da criança,
lendo autores como João Batista Freire, Wilton Santana, Júlio Garganta,
Pablo Greco e outros.
Assim dividimos as fases de formação dentro de uma estrutura
ção para a construção progressiva do desenvolvimento da criança, a qual
veremos no próximo capítulo.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 33
Capítulo III
FASES E CARACTERÍSTICAS DE
ACORDO COM A IDADE ESCOLAR
E CATEGORIAS OFICIAIS
Começamos nosso estudo comparando as idades biológicas das
crianças e adolescentes com as fases propostas, o período escolar e as
categorias que são disputados vários campeonatos pelo País.
Vejamos o quadro abaixo:
QUADRO 2 Roulien Jr. (2005).
3.1 FASE DE AQUISIÇÃO
A aquisição dos fundamentos de futsal caracterizase pelo em
prego de métodos e estratégias especiais de ensino para esta faixa etária,
de acordo com os conteúdos. Trabalharemos de forma lúdica, atividades
que desenvolvam o talento motor geral, em várias formas de movimento,
utilizando diversos tipos de material, enfatizando o aprendizado do futsal,
sem a preocupação de especialização nessa ou naquela posição. O objeti
vo será melhorar as bases motoras gerais, bem como, despertar e aumen
tar o interesse pelo esporte. Essa fase corresponde a crianças de 6 a 9
anos de idade.
CATEGORIA MAMADEIRA – SUB07 (06 a 07 anos), cor
responde à educação infantil.
“Em um certo jogo de um certo campeonato para crianças que
estão nessa faixa etária, com o jogo desenvolvendose com a bola mais
fora da quadra do que dentro, as crianças têm posição definida: você é
central, você é o pivô, não passa da meia quadra etc. Faltando 30 segun
dos para acabar o jogo, uma equipe vencia por 4 a 3, lateral para essa
equipe, o jogador ignora o treinador que pediu para dar um chutão para
frente, mas a criança pensa, e gosta de fazer as coisas da sua maneira, e
então ela passa a bola para seu amigo, este a recebe, domina e vai em
direção ao gol adversário, o que uma criança quer fazer com a bola no
pé? O gol, é lógico, mas para o treinador daquela equipe não. Ele aos
berros diz para criança: Você ta louco, faltam 30 segundos. Não está
vendo? (apontando para o placar) Fica com a bola.
Como uma criança pode controlar, o tempo de jogo, o placar, a
situação? Quem será o louco?
Outro jogo do mesmo campeonato: indago de uma dessas crian
ças, quem foi o artilheiro do campeonato e do jogo. Enquanto seus pais
comemoravam na lanchonete, ele com as outras crianças corriam pelo
ginásio. Aí de propósito perguntei: Fulano, quanto foi o jogo? Quantos
gols você fez? E a resposta foi prontamente respondida, sem perder um
segundo da brincadeira: – Não sei.
A quem interessam esses campeonatos?
Nós, adultos, recorremos ao pensamento e à linguagem e muitas
vezes somos grandes adversários das crianças. Quem é pai sabe disso.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 35
Vejamos algumas considerações e características das crianças
nesta fase.
Considerações
A fase onde se inicia o aperfeiçoamento de múltiplas formas de
movimento é a da aquisição das primeiras combinações de movimentos
das técnicas, que devem ocorrer lenta e sutilmente.
O comportamento de movimento é caracterizado por uma neces
sidade bem expressa de movimento com crescente objetividade e estabi
lidade.
Devese considerar o desejo de rendimento no brinquedo, na
fantasia e na competição natural, a necessidade de imitação e a crescente
capacidade da linguagem e do pensamento.
A recepção de informação desenvolvese extraordinariamente. Já
a elaboração dessas informações ainda é limitada, sendo que as correções
de algum movimento devem ser restringidas.
Devemos aproveitar: a necessidade de movimento, a solicitação
de variação e a necessidade de imitação, sendo os treinos bem diversifi
cados.
A criança desenvolve suas habilidades voltadas para si. Brinca
sozinha de futsal (eu e a bola).
Características Gerais
∙ Egocentrismo;
∙ Constantemente ativa;
∙ Imitativa, imaginativa e exibicionista;
∙ Necessita de muita atenção e proteção;
∙ Tem dificuldade de manter a concentração;
∙ Razoável coordenação nos grandes músculos;
∙ Naturalmente rítmica;
∙ Preparo físico é natural e individual, não adquirido;
∙ Coordenação óculomanual está em desenvolvimento;
36 José Roulien de Andrade Junior
∙ Agressividade;
∙ Intuitiva.
Objetivos Cognitivos
∙ Desenvolver a prática do hábito moral (regras) (não regras do
jogo);
∙ Desenvolver traços sensoriais e perceptivos.
Objetivos Sociais
∙ Desenvolver trabalhos de interação e cooperação, aluno, pro
fessor e família.
∙ Objetivos Psicológicos
∙ Desenvolver o autocontrole;
∙ Desenvolver a autoestima.
Objetivos Motores
Técnicos
∙ Aprendizagem dos fundamentos básicos do futsal, condução,
passe, domínio, chute, drible, marcação e proteção de bola,
através de atividades lúdicas e recreativas.
Táticos
∙ Sugerimos que todas as crianças joguem em todas as posi
ções, não as especializando nessa ou naquela posição, e nem
as deixando frustradas de ficarem sentadas no banco de re
servas.
CATEGORIA FRALDINHA – SUB09 (08 a 09 ANOS), Cor
responde ao ensino fundamental.
Um jogo final de campeonato, muitas crianças estão tensas! Um
certo jogador, ou melhor, uma certa criança, entra na quadra, bate a
saída do meio com um chutão, bate o lateral, no tiro de meta recebe as
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 37
bolas, faltas então, é só ela quem cobra, quando a equipe vai mal, chora
por ser o culpado, ah, também é o capitão, nunca foi substituído, é eleito
o craque do ano.
E o adversário, quando o jogo está chegando ao final, o placar
está adverso, então, chama o craque do seu time, estranho, também nun
ca sai, e para nosso espanto, o veste com uma camisa de cor diferente e
volta para o jogo como linha/goleiro. O resultado, o jogo fica mais cal
mo, não há diferença no placar, será que por falta de treino? Com certe
za não, essa situação do jogo para crianças nesta faixa etária é um tanto
quanto complexa.
E as outras crianças do jogo como ficam? Falamos de todas elas,
as reservas, assim chamadas, muitas vezes estão trocando figurinhas e
brincando de “Papel, Pedra e Tesoura”.
Mas enfim o jogo chega ao seu final, as crianças mal se cumpri
mentam e correm atrás das balas jogadas pelos pais. Um ato coerente,
elas voltam a brincar.
Considerações
As crianças têm grande satisfação por movimentos; aprendem a
adaptarse às exigências de ordem e disciplina; têm interesse prazeroso na
solução de tarefas de movimento esportivo.
Devemos considerar o entusiasmo por qualquer tipo de jogo, e
que perdem o interesse relativamente rápido, quando lhes é dada uma
repetição quantitativa da mesma tarefa com pouca variação.
Características Gerais
∙ Diminuição do egocentrismo;
∙ Maior compreensão e domínio da lateralidade;
∙ Melhor noção de tempo e espaço;
∙ Equilíbrio mais estruturado;
∙ Maior participação em grupo;
∙ Mais reflexiva;
∙ Mais apta para executar tarefas em ritmos mais acelerados;
38 José Roulien de Andrade Junior
∙ Gosta de ser testada em atividades que envolvem força, agili
dade, velocidade e destreza;
∙ Não gosta de ser cobrada, podendo apresentar respostas de
instabilidade emocional;
∙ Obtém avanços na inteligência e na afetividade;
∙ Observa e submetese a uma grande parte das regras, controla
e importase com o adversário; ganhar significa êxito;
∙ Começa a realizar ações de coerência.
Objetivos Cognitivos
∙ Desenvolver a prática do hábito moral (regras – limites)
∙ Intensificar a captação das crianças em relação aos traços
sensoriais e perceptivos.
Objetivos Sociais
∙ Possibilitar uma maior interação entre ProfessorAluno
Família.
Objetivos Psicológicos
∙ Acompanhar e desenvolver as relações inter e intrapessoal.
Objetivos Motores
Técnicos
∙ Desenvolvimento da aprendizagem dos fundamentos básicos
do futsal, através de jogos adaptados e jogos reduzidos.
Táticos
∙ Direcionamento de jogos de defesa e ataque através de situa
ções criadas nos jogos reduzidos e adaptados. Para os clubes
que entram em competições oficiais, sugerimos que todas as
crianças joguem em todas as posições, não os especializando
nessa ou naquela posição e nem as deixando sentadas no ban
co de reserva.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 39
∙ Quanto mais recursos o professor puder usar para ilustrar os
componentes inerentes aos jogos, melhor.
∙ Segundo Piaget, o pensamento abstrato começa a se desen
volver a partir dos 10 anos de idade.
Devemos refletir sobre o que diz João Batista Freire em Pedago
gia do futebol:
...Próximo dos sete anos, a criança aprende a socializar suas ha
bilidades. A brincadeira é o ambiente onde essas aprendizagens devem
ocorrer, o esporte é para ajudar a criança enriquecer sua motricidade.
...A brincadeira é favorecedora das construções intelectuais, so
ciais e motoras da criança.
3.2 FASE DE INICIAÇÃO
Caracterizase a fase de iniciação, além dos aspectos citados na
fase anterior, por um direcionamento crescente para o desenvolvimento
do jogo como um todo. Deve haver um direcionamento para a tática do
jogo, marcação, cobertura, saídas debola, sem repetições de movimentos.
A criança deve pensar no que está fazendo. Devese promover o desen
volvimento de algumas valências físicas de acordo com as faixas etárias
e, gradativamente, a criança deve adquirir conhecimentos específicos do
futsal.
CATEGORIA PRÉMIRIM – SUB11 (10 a 11 anos) corres
ponde ao Ensino Fundamental.
Como fazem parte do diaadia conversas com profissionais que
trabalham juntos, certo dia conversando com o Professor Vinícius, com
quem trabalhamos há certo tempo ele me disse:
– Vou fazer prática de jogo no sub11. Todos vão jogar indepen
dente do placar; farei uma reunião com os pais para explicar o que é.
Ótima idéia, com alguns casos que chamam a atenção.
O jogo estava 4 a 0. O professor chama o goleiro no intervalo,
vai entrar no jogo. Ele prontamente arregala os olhos e fica surpreso. O
jogo transcorre normalmente quando o adversário faz 2 gols, o professor
40 José Roulien de Andrade Junior
pede um tempo, o goleiro então olha para seu técnico e diz: Me tira,
estou cansado. Achando que era o culpado dos gols, nunca teve oportu
nidade de jogar, nunca teve experiência de jogo. Continuou no jogo e
conseguiram a vitória.
Também é estranho outro atleta, se é assim que pode ser chama
do, que parou de jogar por não aceitar essa situação de sair do time, de
dividir responsabilidades, pois assim é o jogo dos adultos, troca cons
tante de jogadores, todos tendo que participar, mas em outras categorias
era o titular, nunca saía.
Hoje essa equipe se destaca por jogar com alegria: Decidem os
campeonatos, não tem briga de pais por os filhos não jogarem, e o me
lhor: todos jogam sem haver uma diferença grande entre um e outro, se
respeitam e aprenderam a confiar um no outro.
Considerações
Forte impulso de movimento com oportunidade de variação nas
atividades. Podem ser ensinados cada vez mais elementos técnicos bási
cos, de tal modo que seja possível a continuação do futuro desenvolvi
mento para as modernas técnicas esportivas do futsal.
Meinell (1996) coloca que nos pequenos jogos, podem ser treina
das técnicas de jogo básicas e formas elementares de comportamento
tático.
Os treinos devem ser programados com grande variação na for
mação esportiva, com educação variada das capacidades condicionais e
habilidades de coordenação. Tambémpode ser alcançado um ótimo desen
volvimento físico e motor.
Características Gerais
∙ Maior maturidade no sistema neuropsicomotor;
∙ Início do pensamento abstrato;
∙ Maior interesse por atividades competitivas;
∙ Desenvolve noções de responsabilidade e disciplina;
∙ Maior sociabilidade, interação em grupo;
∙ Lateralidade definida;
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 41
∙ Maior capacidade de concentração;
∙ Melhor noção de tempo e espaço;
∙ Melhora constante do movimento;
∙ Rápido aumento na habilidade de aprendizagem;
∙ Rápidos progressos no aspecto físico e psíquico;
∙ Melhora principalmente a coordenação;
∙ Compreende mais a sua capacidade de rendimento;
∙ Potência e velocidade aumentam consideravelmente.
Objetivos Cognitivos
∙ Consolidar o hábito moral;
∙ Conscientizar e intelectualizar as ações motoras;
∙ Desenvolver os traços associativos e relacionais.
Objetivos Sociais
∙ Desenvolver noções de solidariedade, integração e coopera
ção, entre Professor – Aluno – Colegas;
∙ Aprender a respeitar mutuamente, colegas, professores e ad
versários;
∙ Conscientização do respeito mútuo.
Objetivos Psicológicos
1. Trabalhar a motivação, o medo e a atenção.
Objetivos Motores
Técnicos:
∙ Crescente direcionamento nas particularidades técnicas, rea
lizando trabalhos técnicos direcionados.
42 José Roulien de Andrade Junior
Táticos:
∙ Noção das funções específicas de cada posição, através de
jogos voltados para a tática do futsal.
CATEGORIA MIRIM – SUB13 (12 a 13 ANOS) Ensino
Fundamental
Citamos aqui algumas coisas escritas por atletas de uma das
equipes do Paraná Clube que fizeram parte dessa categoria após a des
classificação da Taça Paraná, onde,no ano anterior, foram campeões.
“Acho que está faltando mais confiança entre a gente, está ro
lando muito nervosismo por causa que alguns jogadores estão recebendo
muita pressão dos pais...”
“Não devemos deixar os pais influenciar no nosso jogo..”.
“Poderia render bem mais, mas parece que na hora do jogo eu
travo e não consigo jogar direito...”
“Sinto que nos treinos eu me solto mais do que no jogo, pois
quando está valendo tenho um pouco de medo de errar...”
“Na hora do jogo devemos ter mais motivação, concentração,
alegria, raça, porque o que vier só deve nos dar alegria e não triste
za...”
“Nós estamos passando por um momento difícel, mas o grupo é
forte e vai superar...”
“Professor, vamos ser campeões metropolitano, vamos recuperar
tudo isso que perdemos...”
Verificamos aqui que esses atletas em formação percebem o que
acontece ao seu redor e sentem as cobranças. A pedido do professor es
creveram cartas dando um depoimento do que sentiam que estava aconte
cendo com a equipe. Podemos notar que cobranças, insegurança, podem
atrapalhar o rendimento, não em nível de conquistas de títulos, mas de
um desenvolvimento natural que o esporte pode lhes proporcionar.
E como observamos em alguns depoimentos, a equipe classifi
couse em 4º lugar para o quadrangular final do campeonato metropolita
no e foi Campeã.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 43
Considerações
A fase do sub13 é a fase em que se deve despertar o interesse
para a atividade esportiva duradoura. Fase favorável à aprendizagem,
acentuandose igualmente os exercícios de desenvolvimento geral das
capacidades motoras igualmente com exercícios competitivos específicos.
Desenvolverseão habilidades de força e resistência de força.
É importante deixar que as crianças treinem intensivamente e dar
lhes múltipla oportunidade para testarem sua capacidade na competição
Características Gerais:
∙ Entusiasmo de aprendizagem (prontidão);
∙ Boa capacidade de aprendizagem motora;
∙ Alcançam rápidos progressos motores;
∙ Melhoram decisivamente a coordenação motora, com domí
nio, segurança e economia na condução do movimento;
∙ Elevação considerável na potência e velocidade de movi
mento;
∙ Maior amadurecimento biopsicofísico e social;
∙ Senso crítico aguçado;
∙ Mais participativa nas atividades que a envolvem;
∙ Desenvolvimento do pensamento abstrato.
Objetivos Cognitivos
∙ Promover estilos de vida ativos e compreensão intelectual das
estruturas do meio ambiente;
∙ Intensificar a captação dos traços associativos e relacionais.
Objetivos Sociais
∙ Promover solidariedade, integração e cooperação, entre Pro
fessor – Aluno – Colegas;
44 José Roulien de Andrade Junior
∙ Aprender respeitar mutuamente, colegas, professores e adver
sários;
∙ Conscientização do respeito mútuo;
∙ Percepção de sua importância e a do outro;
∙ Aspectos morais.
Objetivos Psicológicos
∙ Trabalhar alegria, motivação intrínseca, competência e con
fiança.
Objetivos Motores
Técnicos:
∙ Maior complexidade no desenvolvimento dos fundamentos,
que numa continuidade devem ser aprendidos, cada vez mais
em formas jogadas, visando a situações táticas do jogo.
Táticos:
∙ Início de um tipo de movimentação que possibilite situações
inerentes aos jogos de ataque, defesa e transição, onde os jo
gadores passem pelas posições e aprendam suas funções;
∙ Jogadas de bolas paradas (falta, lateral, escanteio e tiro de
meta);
Físicos:
∙ Testes de aptidão e de habilidades;
∙ Iniciação do trabalho aeróbio;
∙ Desenvolvimento da velocidade.
3.3 FASE DE ESPECIALIZAÇÃO
Caracterizase a fase de especialização por um direcionamento
crescente para as particularidades do futsal, bem como, o desenvolvi
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 45
mento das técnicas, a inclusão de sistemas táticos e das valências físicas
destas faixas etárias, passando por um aumento sistemático de rendi
mento.
CATEGORIA INFANTIL – SUB15 (14 a 15 ANOS) 1ª fase
do amadurecimento (Reestruturação de habilidades e destrezas mo
toras) – Ensino Fundamental
Os professores que trabalham ou já trabalharam com essa catego
ria, podem identificar perfeitamente algumas situações:
“ Um jogo inesquecível, jogaram tudo que sabiam, fizeram tudo
que foi treinado, mas outro jogo com um adversário técnicamente e tati
camente mais fraco, que decepção: não jogaram nada ”. Preguiça nos
treinos, notas baixas na escola, coisa que nunca havia acontecido. Faz
parte da instabilidade que encontramos nessa faixa etária.
Percebese nessa faixa etária que crianças que eram tidas como
“craques” nas categorias sub07 e sub08, começam a não se destacar
mais, sendo ultrapassados por outros, deixando de ser as promessas de
um futuro jogador.
Vejamos então o que acontece nessa idade.
Considerações
Desejo reforçado de autosuficiência, o poder de pensar e apreciar,
instabilidade do comportamento.
Em casos de estagnação de aprendizado, devemse limitar a no
vos aprendizados mais complexos, melhorandose a fixação de movi
mentos já dominados.
O treinamento da técnica e da tática podem ser mais acentuados.
O trabalho de força pode ser mais acentuado, já a resistência de
velocidade deve ser dosada. O trabalho deve ser paciente na educação e
na formação esportiva desses jovens.
Características Gerais:
∙ Surto do crescimento;
∙ Aumento do volume, como também do peso do organismo;
46 José Roulien de Andrade Junior
∙ Apresenta certo grau de fadiga e sintomas desfavoráveis de
cansaço;
∙ Pulsação cardíaca basal diminui;
∙ Maior capacidade para a atividade física;
∙ Perturbações gástricas;
∙ Apetite precário;
∙ Sofre certo grau de anemia;
∙ Isolase do convívio com outras pessoas;
∙ Tornase mais hostil;
∙ Fase do autoerotismo ou masturbação;
∙ Antagonismo social;
∙ Emocionalmente instável;
∙ Apresenta constantes ansiedades;
∙ Falta de confiança;
∙ Complexo de inferioridade;
∙ Excessiva timidez;
∙ Falta coordenação motora, devido ao rápido crescimento,
tornandoo desajeitado;
∙ Fase de definição da identidade;
∙ Sentimento de instabilidade, pelas mudanças que ocorrem em
seu corpo, criando problemas em não saber o que seu grupo
espera de si;
∙ Aumento do tecido adiposo, que é facilmente absorvido pelo
seu próprio crescimento.
Objetivos Cognitivos
∙ Contribuir na crescente evolução de ordem social.
Objetivos Sociais
∙ Passar algumas responsabilidades e funções perante o grupo.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 47
Objetivos Psicológicos
∙ Contribuir na estruturação e definição da identidade;
∙ Reorganizar seu autoconceito.
Objetivos Motores
Técnicos:
∙ Aprimoramento dos fundamentos em formas jogadas;
∙ Especificidade e automatização da execução dos fundamen
tos de acordo com a tática;
Táticos:
∙ Vivenciar através dos padrões de jogo situações táticas de
ataque, defesa e transição, através de movimentações pré
estabelecidas de acordo com sistemas de jogo.
∙ Bolas paradas.
Físicos:
∙ Continuidade do trabalho aeróbico;
∙ Início do trabalho anaeróbico;
∙ Crescente trabalho de força.
CATEGORIA INFANTO – SUB17 (16 a 17 ANOS) 2ª fase
do amadurecimento – fase da estabilização e da crescente individua
lização – Ensino Médio
Observamos aqui uma pesquisa realizada com essa categoria na
taça Paraná 2004 pelo Professor Vinícius dos Santos França, que nos
levará a algumas conclusões.
Foram entrevistados 23 atletas.
Nessa categoria que é a mais próxima da categoria principal,
dos 23 atletas, a média de atletas federados se deu no sub11, então, por
que federar crianças no sub07 e no sub09? Isso reforça que essas cate
gorias devam ter outros princípios, não o competitivo.
48 José Roulien de Andrade Junior
Verificamos também uma evasão de atletas dessa categoria.
Acreditamos que possa ser por duas hipóteses, com as quais já nos depa
ramos:
1ª – A migração para o futebol de campo, uma realidade na capi
tal paranaense, pois temos duas equipes na série “A”, primeira divisão do
futebol profissional, e uma na série B.
2ª – A desistência por vários motivos; dois desses motivos pode
mos identificálos:
1 – Estou enjoado de jogar, já ganhei muitos títulos, não tenho
mais saco para treinar.
2 – Perdi a vontade de treinar, pois nunca joguei muito.
Considerações:
Esta fase significa os anos de construção mais decisivos, são
moldadas as qualidades da personalidade e construídas as habilidades e
prontidões específicas.
Os atletas querem afirmarse esportivamente, por isso deve ser
oferecida a estimulação do desejo de rendimento.
O nível da habilidade de aprendizagem motora, os progressos no
desenvolvimento físico e a expressão da total maturação física possibili
tam uma educação ilimitada, com solicitações de condicionamento e co
ordenação relativamente altas.
O objetivo deve ser conseguir uma harmonização com atividades
esportivas, para que o esporte se torne necessidade e parte firme de seu
modo de vida.
Características Gerais:
∙ Idade da maturação sexual;
∙ Alguns estirões do crescimento serão aos 16 anos;
∙ Alterações físicas, menos perceptivas;
∙ Condições de autonomia;
∙ Incrementos no peso e na altura;
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 49
∙ Aceleração do desenvolvimento muscular, acompanhada de
aumento de força nas atividades atléticas;
∙ Declínio na taxa de desenvolvimento de gordura;
∙ Funções e responsabilidades características do mundo adulto;
∙ Começa a definir sua identidade e vocação;
∙ Elevação do tônus emocional;
∙ Insegurança consigo mesmo, com suas habilidades e interes
ses, devido ao amadurecimento sexual;
∙ Apresenta condição quase automática de analisar critica
mente os sistemas de valores;
∙ Período de luta contra o estereótipo social e contra a auto
imagem distorcida na fase anterior;
∙ Período de grandes sonhos e aspirações;
∙ Grande desenvolvimento do coração, pulmão, pressão san
güínea sistólica mais elevada, com maior capacidade para
transportar oxigênio no sangue, menor taxa de batimentos
cardíacos em descanso;
∙ Maior capacidade de neutralizar os produtos químicos do
exercício muscular como o ácido lático;
∙ As proporções do corpo tendem a se tornar mais harmonio
sas.
Objetivos Cognitivos
∙ Crescente conscientização do atleta na formação de sua ima
gem (corpo);
∙ Assimilação de novas funções;
∙ Conceito de sua capacidade de realização.
Objetivos Sociais
∙ Total interação com seu grupo, pois só assim desenvolverá os
aspectos cognitivos citados acima.
50 José Roulien de Andrade Junior
Objetivos Psicológicos
∙ Fortalecimento de sua autoestima;
∙ Segurança;
∙ Compreensão de suas limitações e frustrações.
Objetivos Motores
Técnicos:
∙ Correção e aperfeiçoamento dos fundamentos através de trei
namentos técnicos direcionados;
Táticos:
∙ Desenvolvimento dos padrões de jogo, apontando para a lei
tura do jogo nos aspectos ofensivos e defensivos;
∙ Bolas paradas.
Físicos:
∙ Intensificação do trabalho anaeróbico;
∙ Continuidade do trabalho de força;
∙ Orientação nutricional.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 51
Capítulo IV
TREINAMENTO TÉCNICO
4.1 A TÉCNICA DO FUTSAL
A técnica do futsal nada mais é do que aquilo que o atleta faz in
dividualmente dentro do jogo: os fundamentos do desporto, condução,
passe, chute, drible, finta, marcação. Mas como desenvolver esses fun
damentos nas crianças, nos futuros atletas, e até mesmo aprimorálos?
Procuramos neste capítulo fazer com que o leitor desenvolva novas ma
neiras de trabalho, saindo do tradicionalismo, treinos onde o aluno/atleta
participe ativamente da atividade numa situação bem parecida com o jogo
em si, e para os que já atuam de forma diferente, aprimorem seus méto
dos de trabalho.
Começaremos pela preparação técnica. Segundo Matveev (2000),
a preparação técnica do atleta consiste no conjunto de ensinamentos que
lhe são ministrados acerca do movimento e da ação que constituem o
meio adequado à prossecução da competição esportiva ou à execução dos
treinos.
4.1.1 A preparação técnica pode ser dividida em
Preparação técnica especial, onde o atleta assimila o desporto
em causa, o futsal. Aprende as leis biomecânicas do movimento e as
ações relativas ao objeto da especialização desportiva e assimila pratica
mente os correspondentes hábitos motores elevandoos até ao mais alto
nível de aperfeiçoamento.
Preparação técnica geral: consiste em ampliar, sistematica
mente, a aptidão física geral do atleta e os seus conhecimentos na esfera
dos fundamentos gerais da técnica dos exercícios físicos e em completar
o arsenal da destreza e hábitos motores que são úteis à vida e à atividade
52 José Roulien de Andrade Junior
esportiva. A preparação técnica geral está orientada para a assimilação de
conhecimentos, formação da destreza e hábitos motores cuja posse con
tribuirá para o aperfeiçoamento técnico do futsal.
Entre preparação técnica geral eespecial, utilizase a “transferên
cia positiva” dos conhecimentos, destrezas e hábitos.
Greco (1998) sustenta que o aprendizado da técnica não pode ser,
por si só, o ensino sistemático dos fundamentos utilizados no futsal. Ele
deve ser parecido com o jogo, desenvolvendo as capacidades de aprendi
zado do atleta, mesmo o atleta já formado, pois poderemos modificar seu
comportamento, aprimorando assim o seu repertório motor do desporto.
Ilustrando, Wilton Santana (Futsal, metodologia da participa
ção, lido 1996) destaca sobre os fundamentos: “Se não fragmentarmos
essas ações, percebemos que elas acontecem quase que simultanea
mente durante o jogo. Eu domino uma bola, poderei conduzila ou na
presença de um adversário, protegêla; driblar; na seqüência chutar a
gol ou realizar um passe. Para têla novamente, terei que marcar meu
adversário ou, se a minha equipe estiver com a posse da bola, desmar
carme. Nessa direção quanto menos raciocinar para agir, melhor.
Então por que haver uma preocupação constante em fragmentar a
aprendizagem do jogo?”.
Concluímos que a aprendizagem do futsal requer muito mais do
que treinos tradicionais, tarefas a realizar, onde são passadas informa
ções, muitas vezes, sem respeitar o nível cognitivo do aluno, sem des
pertar o interesse. O que desperta o interesse na criança? Sabemos que a
aprendizagem está relacionada com a motivação que aplicamos em nos
sos métodos de trabalho.
Devemos então usar a criatividade para planejar nossos treinos,
não só com crianças, mas também com adolescentes e adultos.
4.2 TREINAMENTO TÉCNICO NO FUTSAL
Greco, 1998, destaca que, considerando a importância da condi
ção técnica de um atleta no jogo, o desenvolvimento da técnica do gesto
motor é decorrência direta da capacidade de coordenação motora.
Um atleta com maior grau de habilidade possui um maior número
de soluções para os diversos tipos de situações que implicam sua prática,
que é conhecido como “vocabulário motor”, que, por sua vez, é desen
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 53
volvido através do direcionamento e desenvolvimento de atividades ade
quadas nas diferentes fases.
É importante que a criança, o atleta em formação ou o atleta já
formado, seja constantemente motivado, pois a motivação é um dos que
sitos básicos para a aprendizagem, pois sem ela o cérebro não processará
adequadamente os estímulos, e a aprendizagem será prejudicada.
É sabido que nosso cérebro trabalha com um sistema de gratifica
ção. Quando realizamos um movimento correto, o sistema nervoso nos
propiciará uma sensação de prazer que reforça nossa vontade de aprender.
Estamos diante de fatos que, para o aprendizado da técnica e da
tática do futsal, assim como em outros desportos, são necessários para
uma correta adequação pedagógica dos conteúdos, aplicando metodologias
adequadas a cada nível de aprendizagem, iniciando o ensino pelos con
teúdos mais simples e passando aos mais complexos, sejam eles para
crianças em iniciação, aperfeiçoamento ou mesmo em treinos para a es
pecialização.
As capacidades técnicas estão interadas por dois momentos: o
processo de aprendizagem motora, que se apóia no nível de rendimento
das capacidades coordenativas, e o desenvolvimento da capacidade do
jogo do futsal através dos seus fundamentos .
Fazse necessário aprimorar a capacidade de coordenação nas
atividades que escolhemos para nossos treinos da técnica específica do
futsal; assim o aluno/atleta terá um ótimo domínio e controle, passando
esta técnica a ser uma habilidade básica dentro do jogo.
Segundo Schimit, 1993, as habilidades técnicas podem ser classi
ficadas em três dimensões:
4.2.1 Em relação ao meio ambiente durante sua execução
Abertas: Quando o ambiente é variável e imprevisível durante a
ação, como no futsal. Quando temos a posse da bola, sofremos uma mar
cação. O que fazer? A ação individual a realizar é sempre imprevisível e
pode variar em um determinado momento da partida.
Fechadas: O ambiente é estável e previsível durante a ação. No
futsal essa situação poderá ser comparada no tiro livre de 10 metros,
quando o goleiro sabe que o adversário chutará contra sua meta. Ele terá
uma ação a fazer que a será de tentar defender.
54 José Roulien de Andrade Junior
4.2.2 Habilidades discretas contínuas e seriadas:
O movimento é um processo contínuo de comportamento em
oposição a uma ação breve, bem definida. No futsal, isso referese a uma
ação de passar e movimentarse, frente à marcação da outra equipe.
4.2.3 Habilidades motoras e cognitivas:
Na habilidade motora, aparece a qualidade do movimento, os
fundamentos necessários para jogar o futsal, condução, passe, drible,
finta, chute e marcação.
Na habilidade cognitiva, as decisões são sobre qual movimento
fazer: vou passar, vou driblar, vou chutar.
Partindo dessas habilidades, é fundamental que nossos treinos
despertem as variabilidades que são inerentes ao jogo, trabalhando os
fundamentos em formas jogadas, através de ensino variável do treina
mento de situação, de percepção, de tomada de decisão e de criatividade
por parte dos alunos/atletas. Todo esse processo de treinamento facilitará
o comportamento dentro do jogo, não só na iniciação/aprendizado, mas
também o desenvolvimento de atletas já formados.
Acreditamos que as atividades que são desenvolvidas procurando
aprimorar essas habilidades, ajudarão os alunos/atletas no desempenho
individual.
Outra forma, de aprendizado e aperfeiçoamento da técnica, é tra
balharmos a técnica específica queusaremos no nosso sistema de jogo,
defensivo e ofensivo, treino técnico direcionado.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 55
Capítulo V
TREINAMENTO TÁTICO NO FUTSAL
O treinamento tático no futsal requer do atleta vários fatores, fa
tores esses complexos para determinadas faixas etárias.
Antes de sugerirmos um treinamento adequado para essas faixas
etárias, é imprescindível entendermos o que é a tática, como desenvolver
as capacidades táticas de um atleta.
No Livro “Iniciação Esportiva Universal” V. I Greco e Benda,
1998 consta: A tática nos jogos esportivos coletivos, está relacionada
com fatores espaçotempobolaadversário numa situação do jogo, re
presentando para o atleta, uma tarefa ou um problema a ser resolvido. A
solução estará em direta dependência da tomada de decisão, conside
rando que esta decisão significa possuir, antecipadamente um objetivo
na ação. Isso quer dizer que o atleta deve estar preparado e treinado para
determinadas situações que solucionem os problemas do jogo.
Alguns treinadores enfatizam apenas algumas situações táticas,
que geralmente são decorrentes de sua experiência como atletas ou técni
cos, esquecendo assim, de adequar a tática ao atleta e não o atleta à tática,
principalmente em relação àidade que está sendo trabalhada.
Consideramos que para as crianças determinadas situações táticas
exigem uma complexidade grande, pois o atleta deve estar capacitado
para sobreporse às exigências de um jogo. Por isso as situações táticas
devem ser treinadas para desenvolver a inteligência tática das crianças e
de acordo com suas possibilidades.
As capacidades táticas estão em direta relação com as capacida
des cognitivas, técnicas e físicas, e tem como objetivo contribuir para o
comportamento ótimo na competição.
56 José Roulien de Andrade Junior
Greco e Benda classificam o comportamento dos atletas e se orien
tam à forma ou possíveis ações para solucionar as tarefasproblema que
se apresentam no contexto esportivo às quais o atleta deve recorrer, na
situação concreta de jogo.
Estas situações são:
Tática Individual: O resultado de um processo de elaboração
onde intervêm as capacidades físicas, técnicas, táticas, teóricas e psicoló
gicas.
É o comportamento de um jogador que através de sua ação con
segue interpretar, no tempo, espaço e situação, movimentos dirigidos a
um determinado objetivo.
Isso explica as ações individuais do jogador, a especificidade do
futsal, uma diagonal, uma paralela, uma bola nas costas, onde o atleta
executa uma técnica, aplicada a uma situação de jogo, a tomada de deci
são para escolha de uma determinada técnica dentro do seu repertório de
movimentos, com o objetivo de obter uma vantagem no jogo.
Tática de Grupo: São ações coordenadas entre dois ou três joga
dores (metade1) baseadas na seqüência de intervenções individuais que
objetivam fundamentalmente, a continuidade da ação conforme o con
ceito tático geral do jogo e o objetivo final do mesmo. Temos como
exemplo uma saída em diagonal, ou um passe no pivô e a corrida do jo
gador que fez o passe para o chute.
Tática Coletiva: Sucessão simultânea de ações de três ou mais
jogadores estabelecidos previamente que permite relacionar as possíveis
respostas dos adversários e submetêlas à própria intenção. São as saídas
de tiro de meta, as jogadas ensaiadas os padrões de jogos.
Resumindo, o atleta deve ter o conhecimento teórico das situa
ções táticas específicas do futsal para aplicar dentro de um padrão de
movimentos estabelecidos através do grupo, objetivando obter vantagem
no jogo seja para atacar, seja para defender.
As capacidades táticas gerais estão constituídas pelo seguinte
grupo de capacidades:
∙ Capacidade perceptiva: percepção/antecipação/atenção.
∙ Capacidade mnemônica: recordação/reconhecimento.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 57
∙ Capacidade de pensamento: pensamento divergente e con
vergente.
∙ Capacidade de coordenação: tempo espacial de ações.
∙ Capacidade de tomada de decisão: elaboração de planos e
chamada veloz dos mesmos.
∙ Resistência e perseverança psíquica: para aplicação no jogo
dos conceitos táticos elaborados.
Consideramos isso uma realidade nos nossos treinos de futsal, e
muitas vezes não entendemos o porquê de os atletas não conseguirem
realizar de forma adequada o que trabalhamos nos treinos. Repetindo
várias vezes uma determinada situação, com certeza, ao termos o conhe
cimento dessas capacidades táticas gerais, poderemos melhorar o jogo da
nossa equipe, desenvolvendo treinos que possam suprir as falhas ou difi
culdades que os jogadores encontram nos treinamentos táticos, pois o
futsal a cada ano que passa, nos encanta mais pelas combinações e estra
tégias das formas diferenciadas de jogo que os técnicos desenvolvem.
A preparação tática deve ser realizada em estreita relação com a
preparação técnica.
Devemos levar em consideração na preparação tática:
∙ a elaboração do plano conveniente de atuação nas competi
ções, tendo em conta as possibilidades do atleta, as caracte
rísticas dos adversários e as condições concretas da competi
ção.
Ainda devemos dentro do processo de preparação tática do atleta
prever algumas situações como:
∙ a assimilação dos fundamentos teóricos da tática.
∙ o estudo das possibilidades dos adversários e das condições
da competição.
∙ a assimilação dos recursos táticos.
∙ o desenvolvimento da racionalização tática, conhecimento
das situações, experiências, capacidade de observação etc.
Devemos desenvolver no atleta os procedimentos práticos do seu
aproveitamento nas diversas circunstâncias que o jogo oferece, a criação
do jogador inteligente.
58 José Roulien de Andrade Junior
De acordo com esses estudos, deve ser proposto um tipo de treino
que desenvolva o raciocínio tático, onde sugerimos que seja feito a partir
da categoria prémirim (sub11), crianças que fazem 10 anos e comple
tem 11 anos).
Podese utilizar os sistemas de jogo: 2 X 2, e o sistema 3 X 1, sa
bendo que cada posição tem uma função a realizar, e que todos devem
passar por todas as funções.
Exemplo do sistema 2 X 2, onde a saída se faz com tabela sim
ples, aproximação em diagonal, ou lançamento direto do goleiro, para
realizar a função do pivô e não apenas lançamento para dentro da área.
3 1
444
4 2
Exemplo do sistema 3 X 1, onde o jogador que está no meio,
na posição número 2 se movimenta para receber a bola ou para abrir es
paço.
4
2
2
3
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 59
Utilizamos apenas, a saída de um jogador, tabela simples e
cortaluz, nas situações táticas procurando incentivar a criatividade das
crianças em todas as situações da tática utilizada.
Na categoria infantil sugerimos a definição de um padrão de
jogo escolhido. O importante é que esse padrão dê subsídios a certas
ações individuais específicas para que a criança possa usar em qualquer
padrão de jogo que irá realizar nas categorias acima, ações essas que con
sideramos imprescindíveis como: um movimento na paralela, na diago
nal, uma troca de ala com pivô, uma finta etc.
60 José Roulien de Andrade Junior
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 61
Capítulo VI
O JOGO DE DEFESA
Este jogo é de vital importância numa equipe de futsal. Começa
sua construção com as ações individuais as quais os jogadores precisam
estar preparados para identificálas e usálas dentro da diversidade do
jogo.
Procuramos definilas nas seguintes situações:
1 – Quando o adversário tem a posse de bola:
Aproximação (é a aproximação ao jogador que está com a bola).
Abordagem (diminuise ao máximo o espaço do jogador que está
com a bola). É importante não levar o drible.
Indução do passe ou da condução (induzse o jogador a passar ou
conduzir a bola onde sua ação de ataque possa ser mais difícil ou para
onde haja uma cobertura).
Nessa situação devemos considerar dois tipos de abordagem:
Abordagem agressiva, onde será diminuído o espaço, e procura
mos roubar a bola do adversário. A tendência de levar o drible ou come
ter falta é maior. Os técnicos devem definir estratégias para usála.
Abordagem passiva, neste caso aproximase do adversário cer
cando o mesmo. Diminuise o risco de levar o drible e cometer faltas.
2 – Quando o adversário está sem a posse de bola:
Retorno (o jogador retorna acompanhando seu adversário, ou
retorna atrás da linha da bola fechando possíveis espaços).
62 José Roulien de Andrade Junior
Encaixe de marcação (o jogador aborda seu marcador, impedin
do que receba a bola). É importante acompanhálo para não tomar bola
nas costas.
Dobra (o jogador abandona seu marcador e vai ajudar seu com
panheiro que está marcando outro jogador que tem a posse da bola, fa
zendo a situação de dois contra um).
Cobertura (o jogador deve estar sempre atento quando está mar
cando quem está sem a posse de bola, sempre bem posicionado cobrindo
os possíveis espaços de infiltrações, principalmente quem está do lado
oposto de onde está a bola).
3 – Quando o adversário recebe a bola de costas para o gol:
Essa situação na maioria das vezes, acontece com o pivô.
Antecipação (o jogador antecipase ao seu adversário desarman
do a jogada ou roubando a bola iniciando um contraataque).
Marcação atrás do pivô (se o jogador que faz a função do pivô
receber a bola, não encostar, impedindo que ele faça um giro).
4 – Outras ações possíveis
Carrinho, onde o jogador projetase em direção à bola para tra
var o chute; não pode o adversário estar de posse de bola.
Falta, um recurso para impedir o ataque, só em último caso.
Todas essas ações individuais devem combinar com a estratégia
que a equipe vai usar na sua defesa, tipo de marcação. Isso depende de
alguns fatores, tais como:
Equipe adversária;
Momento e situação do jogo;
Tamanho da quadra;
Condição física etc.
Essas ações defensivas individuais devem ser treinadas, procu
rando nos treinos a realidade do jogo.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 63
Veremos os tipos de marcação existentes na prática e na literatura:
Começamos pelas linhas de marcação, que correspondem a em
que região da quadra marcar.
Linha 1
Marcação na quadra de ataque, próximo à área do adversário.
DEFESA ATAQUE
Defesa
L
I
N
Ataque
H
A
Linha 2
Marcação entre a área do ataque e a meia quadra, depende das
dimensões da quadra.
DEFESA ATAQUE
Defesa
L
I
Ataque
N
H
A
2
64 José Roulien de Andrade Junior
Linha 3
Marcação próxima à linha central da quadra, pode variar um pou
co à frente ou atrás da linha, dependendo do tamanho da quadra.
DEFESA ATAQUE
L Defesa
I
N Ataque
H
A
Linha 4
Marcação atrás da meia quadra. Mais próxima à área de meta de
fensiva, também depende do tamanho da quadra.
DEFESA ATAQUE
Defesa
L
I Ataque
N
H
A
1 – Marcação Individual, onde o jogador que está marcando
acompanha seu adversário por toda a quadra. Existem as trocas nesta
marcação, onde os jogadores se comunicam dentro da quadra e fazem as
trocas, geralmente comandada pelos jogadores que se posicionam por
último da defesa. É muito importante que os jogadores iniciantes apren
dam a marcar individualmente, realizando as ações citadas acima.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 65
Citamos aqui alguns desenhos táticos de marcação por zona na
quadra do adversário, linhas 1 e 2.
2.1 – MARCAÇÃO EM “Y”
DEFESA ATAQUE
1
3
4
2
Neste caso esperase a cobrança de tiro de meta pelo goleiro, e co
meça a marcação. Se o goleiro sair pelas alas, os números 1 e 2 fazem as
funções de indução de passe e dobras, eos números 3 e 4, coberturas. Se o
goleiro sair jogando com jogadores que estão mais avançados, o número 3
cobre; os números 1 e 2 retornam fazendo dobras e cobrindo os espaços. É
uma ótima marcação para evitar a ligação direta do goleiro para o pivô.
2.2 – MARCAÇÃO EM “Y INVERTIDO”
DEFESA ATAQUE
3
2 1
4
66 José Roulien de Andrade Junior
Mudamos o desenho da marcação, quando a equipe adversária
leva o jogador para o fundo, ficando num 2 . 2. O jogador número 1 tira o
homem da bola, induzindoo para a ala enquanto o jogador número 2
dobra a marcação. Os jogadores 3 e 4 devem antecipar seus marcadores e
fazer coberturas.
Veremos agora duas marcações para as linhas 3 e 4:
2.3 – MARCAÇÃO 1.2.1
DEFESA ATAQUE
2
1
4
3
Marcação usada para as linhas 3 e 4, dependendo do tamanho
da quadra. Visa a marcação da bola, diferenciando da marcação individual,
não se acompanha os jogadores nas suas movimentações. O número 1
tem duas funções: pressionar o atacante que tem a posse de bola, quando
este está pelo meio e induzir o passe para uma das alas, então este pode
variar fechando o meio, ou dobrar a marcação. Os números 2 e 3 fecham
as alas, pressionam os atacantes que estão com a bola pelas alas, e fazem
a cobertura. O número 4 marca o pivô e faz coberturas.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 67
2.4 – MARCAÇÃO 2.2
DEFESA ATAQUE
3 1
4 2
Também para a marcação nas linhas 3 e 4, dependendo do ta
manho da quadra. Visa a marcação da bola, diferenciando da marcação
individual, não se acompanha os jogadores nas suas movimentações. Os
números 1 e 2 fazem as funções de induzir o atacante que tem a posse da
bola para o lado do outro jogador. O número 1 induz para o lado do nú
mero 2 e viceversa, dobrando a marcação obrigando o atacante a jogar
pela ala. Os números 3 e 4 fazem coberturas.
68 José Roulien de Andrade Junior
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 69
Capítulo VII
O JOGO DE ATAQUE
No futsal o jogo de ataque tem um princípio básico e definido:
conseguir vencer a marcação adversária, para progredir no espaço e fina
lizar contra a meta adversária.
Para que isso aconteça, existem situações que se apresentam no
contexto do jogo, onde os jogadores realizam ações individuais e coleti
vas. Essas ações devem ser treinadas para o aprendizado, o desenvolvi
mento e o aprefeiçoamento dos atletas.
Essas ações são:
Drible: Facilita o jogo por causar a superioridade numérica.
Tabela: Situação de troca de passe entre dois ou mais jogadores,
o que facilita o ataque.
Consideramos que essas situações são importantes para o jogo de
ataque, mas que podem ser dificultadas com uma boa marcação.
Outras situações também importantes e facilitadora do jogo de
ataque.
Cortaluz: Situação em que um jogador atrapalha o marcador de
um companheiro para que ele tenha uma vantagem no ataque.
Pisada: Onde um jogador sem posse de bola, aproximase do jo
gador que está de posse de bola, passando por trás, podendo receber a
bola com a pisada, nessa situação devese cuidar para que a defesa não
dobre a marcação, recomendase não repetir essa ação com freqüência.
Diagonal: Ação individual muito comum no futsal, tem o objeti
vo de abrir a defesa adversária podendo o jogador receber a bola ou sim
plesmente abrir espaço.
70 José Roulien de Andrade Junior
Paralela: Uma ação paralela à bola, onde o jogador se projeta no
espaço, também muito comum no futsal; excelente ação de ataque.
Bola nas costas: Situação em que o atacante se projeta nas costas
do seu marcador para receber a bola; requer percepção e velocidade de
quem executa.
Quebra de marcação: Um jogador sem bola se aproxima do jo
gador que está com a bola, para uma tabela, e imediatamente vai para o
espaço vazio, objetivando facilitar a movimentação da sua equipe.
Troca de ala e pivô: O jogador que está na ala se projeta no va
zio, que o pivô deixou livre, para ocupar o espaço onde estava o ala. Nes
sa movimentação os dois jogadores devem apresentarse em condições de
receber a bola.
Essas situações se encaixam dentro da tática individual e coletiva.
Os jogadores devem conhecer e praticar essas ações para que joguem
com maior facilidade. Essas situações estão relacionadas com os tipos de
treinamentos que lhes são aplicados. Um treino pobre de situações não
permitirá um aprendizado, no caso de iniciantes, e nem um aprimora
mento no caso da especialização.
Um facilitador para esse aprendizado está nos padrões de jogo,
que fazem os jogadores realizarem as ações de ataque.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 71
Capítulo VIII
PADRÕES DE JOGO
Neste capítulo trataremos sobre os padrões de jogo, que nada
mais são do que, a maneira de uma equipe movimentarse e realizar ações
ofensivas dentro da quadra de jogo.
Citarei algumas que pudemos vivenciar na prática, preparando
equipes em diversos campeonatos. Acreditamos que são fudamentais para
que os jogadores vivenciem as ações ofensivas, buscando as especificida
des do jogo de ataque.
Usaremos a seguinte legenda:
Jogadores
Bola
Movimento do jogador
Movimento da bola
8.1 REDONDA OU CIRCULAR.
Este padrão caracterizase pelos movimentos circulares que os
jogadores realizam dentro da quadra, tendo como objetivo chegar ao gol
adversário.
72 José Roulien de Andrade Junior
DEFESA ATAQUE
1
2 4
3
A bola é passada do número 2 para o número 1; o número 2 des
locase para o lugar do número 3; o número 3 para o lugar do número 4; o
número 4 ocupa o lugar do número 1. O número 1 conduz a bola ao cen
tro da quadra; esta é a movimentação. Em seguida veremos as opções.
1ª OPÇÃO
Bola para o espaço vazio:
DEFESA ATAQUE
1 4
3
D 2
O jogador número 2, recebe a bola na ala, em condições de ir
para o espaço vazio, o jogador número 3, tem duas funções que pode
fazer, ir para o segundo pau ou aparecer no meio para uma tabela com o
número 2.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 73
2ª OPÇÃO
Bola para tabela:
DEFESA ATAQUE
1
4
3
2
O jogador número 4, ao invés de abrir na ala, se aproxima pelo
meio, para uma tabela com o número 1.
3ª OPÇÃO
Bola para o espaço:
DEFESA ATAQUE
1
4
3
2
O jogador número 4, ao invés de abrir na ala, se aproxima pelo
meio, para uma tabela com o número 1, e imediatamente faz uma quebra
para ala.
74 José Roulien de Andrade Junior
8.2 QUATRO EM LINHA
Este padrão é muito usado na Europa. Exemplificaremos aqui al
gumas situações básicas.
Posição básica: os quatro jogadores de linha próximos uns dos
outros.
DEFESA ATAQUE
1
3
4
A bola pode estar com qualquer um dos jogadores que estão no
centro da quadra (2 ou 3); neste caso o número 2. Este faz um passe para
o número 1 ou número 4; neste caso para o número 4.
1ª OPÇÃO
Saída simples para diagonal e paralela.
DEFESA ATAQUE
3
1
2
4
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 75
O jogador número 3 vai para a diagonal e o número 2 para a pa
ralela, o número 1 se aproxima pelo meio. Temos duas opções de passe
para o ataque.
Num segundo momento caso o passe não entre no ataque, os jo
gadores números 2 e 3 se posicionam nas alas para recomeçar a movi
mentação.
2ª OPÇÃO
Saída simples com aproximação para a tabela
DEFESA ATAQUE
1
3
4 2
Após a saída em diagonal e paralela, o número 4 passa para o
número 1. O número 3 que estava fazendo uma diagonal, volta para o
meio e faz uma tabela com o número 1.
DEFESA ATAQUE
1
3
4 2
76 José Roulien de Andrade Junior
3ª OPÇÃO
Bola para o pivô.
DEFESA ATAQUE
1
3
4 2
Depois da saída de diagonal e paralela o número 4 passa para o
número 1. O número 3 que estava fazendo uma diagonal, volta para o
meio e faz uma quebra para a paralela, sendo também uma opção para
receber a bola. No mesmo momento o número 2 se aproxima pelo meio
fazendo o pivô.
DEFESA ATAQUE
1
3
4 2
O número 1 faz o passe para o número 2 e corre em sua direção
para a finalização. Se não ocorrer afinalização, passa para a ala, enquanto
o número 4 cruza para o meio para finalizar; o número 3 volta para co
brir.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 77
DEFESA ATAQUE
1 3
2
4
8.3 PADRÃO DE PARALELA E DIAGONAL
Consideramos esse padrão importante para o jogo livre, pois nele
utilizamos, além de diagonal e paralela, troca de ala e pivô, tabelas com
aproximação, quebras para o vazio, e jogo com pivô. Ainda podemos
utilizar um pivô fixo, ou a movimentação dos quatro jogadores.
Veremos algumas opções.
1ª OPÇÃO
DEFESA ATAQUE
1
2 4
3
O número 2 faz o passe para o número 3 e corre na paralela. O
número 1 se aproxima pelo meio, o número 4 vai para o lado contrário da
bola.
78 José Roulien de Andrade Junior
DEFESA ATAQUE
4
3 2
O jogador número 3 faz o passe para o jogador número 1 que se
aproximou no centro e faz troca de ala e pivô com o jogador número 2.
Daí seguem as opções. O jogador número 1 pode fazer um passe no vazio
para o jogador número 3, ou passar para o jogador número 2 que está
fazendo o pivô na ala, com aproximação para a finalização.
DEFESA ATAQUE
4
1 3
2
2ª OPÇÃO
Tabela ou fugida pela ala
Nesta opção o jogador número 1 faz o passe para o número 4. O
número 3 que estava saindo, volta e se aproxima do jogador número 4
para uma tabela, ou o jogador número 3 quebra a marcação e vai para a
ala para receber a bola no espaço.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 79
DEFESA ATAQUE
4
1 3 3
2
3ª OPÇÃO
Bola para tabela na ala oposta.
Nessa opção, o jogador número 1, após fazer o passe, abre na ala
contrária, para receber a bola do jogador número 4. O jogador número 3
está no fundo, o jogador número 2 aproximase no centro, para tabelar
com o número 1.
DEFESA ATAQUE
4 3
2
4ª OPÇÃO
Bola para o pivô.
O desenho tático é igual ao da opção anterior, onde o jogador
número 4 fará o passe para o jogador número 2, que está no pivô; o nú
80 José Roulien de Andrade Junior
mero 4 aproximase para a finalização na ala, enquanto o número 1 apro
ximase para finalizar no meio; o número 3 faz a cobertura.
DEFESA ATAQUE
4 3
2
1
8.4 O JOGO DE QUINA
Este jogo é usado para sair da marcação das linhas 1 e 2. Foi criado
e desenvolvido pelo treinador Paulo César de Oliveira, o PC, na GM e
Ulbra, depois de ter trabalhando na Espanha, no Playas de Castelón. É o
atual técnico da Seleção Brasileira de Futsal.
A característica deste jogo é um posicionamento básico, com vá
rias opções, onde a inteligência tática é o fator fundamental para as varia
ções que são apresentadas.
POSIÇÃO INICIAL
DEFESA ATAQUE
3 4
2
1
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 81
1ª OPÇÃO
Os jogadores números 2, 3 e 4 movimentamse simultaneamente.
O número 2 vai em direção ao número 4, o número 3 vai receber a bola
do goleiro, enquanto o número 4 vai para o lugar do número 3.
Nesta opção a bola é para o número 3 no espaço vazio.
Vejamos este desenho.
DEFESA ATAQUE
4
2
3
O jogador número 3 faz o passe para o jogador número 1 e vai
para o vazio. O número 1 fará o passe para o número 4 que passará a bola
no vazio para o número 3.
DEFESA ATAQUE
4 2
1 3
82 José Roulien de Andrade Junior
2ª OPÇÃO
Bola no vazio para o número 3
Na mesma situação o jogador número 3 quando vai receber a bola
do goleiro vai para o vazio, recebendo a bola no vazio lançada pelo golei
ro.
DEFESA ATAQUE
4
2
3
1
3ª OPÇÃO
Esta é para fugida do jogador número 1. Quando vai receber o
passe do número 3, sai nas costas do seu marcador.
DEFESA ATAQUE
4
2
3
1
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 83
4ª OPÇÃO
Aqui veremos uma fugida para o jogador número 4.
Observem a primeira movimentação, como está no desenho abaixo.
DEFESA ATAQUE
4
2
3
O jogador número 2, após o passe do número 3 para o número 1,
volta aproximandose pelo meio.
DEFESA ATAQUE
4
2
1 3
E finalmente o jogador número 2 passa para o número 3 que
voltou, e este passa no vazio para o número 4.
84 José Roulien de Andrade Junior
DEFESA ATAQUE
4
2
1 3
Os interessados em saber mais sobre o jogo de quina, encontrarão
subsídios no livro Futsal apontamentos pedagógicos da iniciação a
especialização, de Wilton C. de Santana.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 85
Capítulo IX
O CONTRAATAQUE
Neste capítulo apresentaremos algumas atividades para desenvol
ver os contraataques, ação coletiva muito importante para o desempenho
de uma equipe.
Definiremos o contraataque como sendo uma situação em que a
defesa leva vantagem sobre o ataque desarmandoa, e passando rapida
mente para o ataque. Consideramos numa visão espacial que os contra
ataques podem ser:
1 X 1 – Onde o jogador que roubou a bola só tem um defensor a
sua frente, além do goleiro. A sua vantagem é de pegar o jogador de defe
sa em desequilíbrio, ou mal posicionado e com um grande espaço para
finalizar.
Legenda para os exemplos de contraataque.
Movimento do jogador
Movimento da bola
Equipe que sofreu o contraataque.
Equipe que sairá para o contraataque em um contra um.
Bola.
86 José Roulien de Andrade Junior
2 X 1 – Situação com vantagem numérica, onde saem dois joga
dores contra um.
Considerações:
Considerações:
∙ Quem está de posse de bola deve conduzila com velocidade,
ter criatividade e bom passe. Após passar a bola, entra para 2º
pau.
∙ Quem está se projetando para o ataque deve, ter velocidade,
estar à frente do defensor e entrar em linha de passe. Após
receber a bola, finalizar tirando a bola do alcance do goleiro
ou buscar seu companheiro no 2º pau.
Para marcar:
Há duas maneiras:
1ª – Induzir o condutor para ala e diminuir seu espaço; o goleiro
se encarrega de cobrir.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 87
2ª – Temporizar para atrasar a condução; após o passe, o goleiro
cobre o jogador que recebeu o passe e o defensor acompanha quem esta
va com a bola.
Nos dois casos, é importante não levar o drible.
2 X 2 – Situação com igualdade numérica; a vantagem é de pegar
a defesa em desequilíbrio, ou mal posicionada, e com um certo espaço
para finalizar.
88 José Roulien de Andrade Junior
3 X 2 – Situação de vantagem numérica, muito comum nos jogos.
Acreditamos que no alto nível é o que mais acontece; por isso é muito
importante treinar como atacar e como marcar.
Considerações:
Para atacar:
A bola sempre pelo meio.
∙ Assim como no 2X1, quem está de posse de bola deve conduzi
la com velocidade, ter criatividade e bom passe.
∙ Quem está se projetando para o ataque, deve ter velocidade,
estar à frente do defensor e entrar em linha de passe. Se receber
a bola, finalizar tirando a bola do alcance do goleiro ou buscar
seu companheiro no 2º pau.
Se não receber a bola, devese projetar para o 2º pau.
Para marcar:
∙ Temporização de ambos, ou de quem está próximo do jogador
que está com a bola.
∙ Um dos dois que estão marcando, deve induzir o jogador que
está com a bola, para o lado do seu companheiro.
∙ goleiro cobre a bola de 2º pau.
∙ Não pode levar o drible.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 89
Sugerimos agora uma atividade para treinar as situações de con
traataque. Essa atividade começa com a primeira situação de contra
ataque, ou seja 1 X 1.
Justificamos essa atividade dividindo duas equipes e fazendo uma
competição entre elas.
– Situação de 1 X 1: começa o primeiro da coluna atacando con
tra um da outra coluna:
Quem entrou com a bola para atacar contra um, volta marcando o
próximo da outra coluna. Quem marcou volta para sua coluna; a dinâmica
é um ataque e uma defesa.
90 José Roulien de Andrade Junior
entra com
a bola
volta
marcando
Uma variação para aprender a temporizar é fazer que a defesa só
possa roubar a bola no seu campo de defesa.
Outra variação seria o jogador que ataca, ao entrar, passar a bola
para o goleiro, que joga dentro da regra. Num primeiro momento pode só
passar, depois liberao para finalizar.
– Situação de 2 X 1: a dinâmica da atividade é a mesma. Acres
centase mais um ataque. Quem voltou para marcar ataca com quem en
tra, terminando sua participação no ataque, daí retorna para sua coluna,
ficando um ataque, uma defesa e mais um ataque.
1ª situação
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 91
2ª situação
entra com
a bola
volta
marcando
quem marcou ajuda
quem entra
– Situação de 2 X 2: sempre com mesma dinâmica. Acrescentase
mais uma defesa. Quem ajudou o ataque, ao invés de sair no ataque e
retornar para a coluna, volta ajudando seu companheiro a marcar.
1ª situação
ajudará quem vai
entrar com a bola
ficará na coluna
2ª situação
92 José Roulien de Andrade Junior
– Situação de 3 X 2: mantémse a mesma dinâmica. Agora acres
centase mais um ataque. Quem voltou marcando e ficaria na coluna, faz
mais um ataque, e termina sua participação no ataque, retornando para a
sua coluna.
1ª situação
ajudarão quem
entrar com a bola
2ª situação
Observamos uma seqüência para o treino das situações. Fazse
necessário explicar as situações de temporização, indução e cobertura
para a defesa. Para o ataque, estimular a criatividade de quem conduz, o
passe acelerado e a finalização.
Esperamos contribuir para o desenvolvimento e o treino do con
traataque, e que cada um use a sua criatividade para desenvolver ativida
des que sejam úteis para o jogo.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 93
Capítulo X
ATIVIDADES PRÁTICAS
PARTE I
Nessa primeira parte sugerimos atividades que enfatizam o lúdi
co. São jogos em formas recreativas que englobam os fundamentos. As
crianças brincam e aprendem.
1 – JOGO DA PERSEGUIÇÃO
MATERIAL: Seis bolas e seis cones.
FORMAÇÃO : Os cones serão colocados onde se encontram as
linhas de fundo e lateral (escanteios) na linha do meio da quadra com a
linha lateral. Formaremos uma coluna em um dos cones, de preferência
na linha de fundo com a lateral, e cada um dos alunos atletas que estão
nos cones com uma bola.
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal do professor, os alunos terão
que alcançar o aluno do próximo cone. Quem for pego vai saindo, até
sobrarem cinco alunos.
VARIAÇÕES :
Mudar as maneiras de condução de bola.
Colocar obstáculos entre os cones.
OBJETIVO: Desenvolver a condução de bola.
2 – BOLA RADIOATIVA
MATERIAL: Uma bola para cada aluno.
94 José Roulien de Andrade Junior
FORMAÇÃO : Dividir os alunos em dois grupos, cada grupo em
meia quadra.
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal do professor, as equipes de
vem jogar as bolas para o campo adversário, fazendo um passe ou chute.
A cada dois minutos o professor pára o jogo. A equipe que estiver com
menor quantidade de bolas em seu campo, marca um ponto.
VARIAÇÕES :
Determinar o tipo de passe, parte interna, sola do pé, peito do pé,
calcanhar etc.
Determinar o tipo de chute, de peito do pé, de bico.
Determinar um local de onde possa passar ou chutar.
Fazer gol nas traves; ninguém poderá entrar para defender dentro
da área.
Colocar dois ou três alunos na área de meta da equipe adversária;
os alunos terão que passar a bola para seus companheiros que estão den
tro da área. Quem conseguir mais bolas, marca um ponto.
3 – BOLA ERRANTE
MATERIAL: Mesmo número de bolas e de grupos.
FORMAÇÃO : Grupos em números iguais de alunos, que devem
ficar em um determinado local. Pode ser, um espaço de três metros da
quadra de vôlei, dentro da área de meta etc.
DESENVOLVIMENTO: Os alunos deverão trocar um determi
nado número passes. Marca um ponto a equipe que terminar primeiro.
Todos terão que fazer no mínimo, um passe.
VARIAÇÕES :
Mudar o tipo de passe.
Passar e trocar de lugar.
4 – PASSANDO EM DUPLAS
MATERIAL: Uma bola para cada dupla
FORMAÇÃO : Duplas espalhadas pela quadra
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 95
DESENVOLVIMENTO: As duplas deverão trocar passes pela
quadra, sem deixar que outra(s) dupla(s), intercepte(m) seu passe.
VARIAÇÕES :
Diminuir o espaço.
Aumentar o espaço entre as duplas.
Realizar o passe de gancho (interceptar só com a cabeça).
Fazer uma competição: a dupla cujo passe for interceptado, sairá
do treino, até sobrar uma dupla.
5 – FUTSAL GIGANTE
MATERIAL: Uma bola e giz para marcação das linhas.
FORMAÇÃO : Alunos divididos em duas equipes, espalhados
entre dois cones de cada lado da quadra, que servirão como traves. Cada
aluno receberá um número, sendo que dois alunos, um de cada equipe,
recebem o número igual.
DESENVOLVIMENTO: O professor chamará um número e os
alunos que correspondem ao número deverão correr até o centro, come
çando o jogo. Se um dos alunos defender o chute, reinicia o jogo passan
do a bola para o aluno do seu time. Quem fizer o gol marcará um ponto
para sua equipe. Se não fizerem o gol, o professor deixa um tempo de
jogo, para chamar outro número.
VARIAÇÕES :
Chamar dois números de cada vez, ficando o jogo dois contra
dois.
Chamar três números de cada vez, ficando o jogo três contra três.
O aluno que defende o chute adversário poderá ajudar seu colega,
ficando dois contra um, não podendo repetir sua participação. Se defen
der outro chute, deverá passar para um colega.
6 – ESTAFETAS DE FUNDAMENTOS
MATERIAL: Uma bola e um cone para cada grupo.
FORMAÇÃO : Alunos divididos em grupos, dispostos em colu
nas. O primeiro de cada coluna está de posse de uma bola.
96 José Roulien de Andrade Junior
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal, o primeiro aluno de cada
grupo deslocase conduzindo a bola em direção ao cone, no lado oposto
do campo de jogo. Retorna fazendo o mesmo. O primeiro a chegar no seu
grupo, marcará o ponto.
VARIAÇÕES : Deslocarse driblando a bola entre cones.
Deslocarse conduzindo a bola e em determinado local chutála
em direção a uma meta. Quem fizer primeiro o gol marcará o ponto para
seu grupo.
Observações: Com criatividade, o professor variará as formas de
condução, drible e chute da bola.
7 – BOLICHE
MATERIAL: Maças, pinos ou cones (que podem ser substituí
dos por garrafas plásticas), bolas de diferentes tamanhos.
FORMAÇÃO : Os alunos serão divididos em duas equipes, sen
do cada uma disposta em fileira, ao longo de uma linha, numa das extre
midades do campo. Ao centro das duas linhas, ficarão os pinos, um ao
lado do outro.
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal, os alunos que estão de posse
da bola a chutarão em direção aos pinos, tentando derrubálos com a bo
lada, sendo vitoriosa a equipe que conseguir derrubar os pinos para o lado
do adversário.
VARIAÇÕES :
Dispor os pinos sobre bancos, exigindo um chute à meia altura.
Dispor bolas de medicinebol sobre a linha ou sobre o banco, sen
do que o chute deverá ser mais forte, e a bola pode ir para o lado do ad
versário, porém poderá voltar com o toque de outra bola para o seu cam
po. Designar assim um tempo para a realização da atividade.
Vencerá a equipe que conseguir chutar a bola entre os pinos, não
permitindo que sejam derrubados. A equipe que derrubar menos pinos
será a vencedora.
A atividade poderá ser executada contando somente o número de
bolas encontradas na sua equipe ao final do tempo, sem necessitar de
apontar para os pinos, vencendo a equipe que estiver de posse do menor
número de bolas.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 97
8 – CHUTE AO ALVO
MATERIAL: Uma bola para cada aluno e uma bola para adulto
de futsal ou basquete no centro da quadra.
FORMAÇÃO : Alunos divididos em duas equipes, ficando na
lateral da quadra, de voleibol.
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal, os alunos chutarão suas bo
las tentando acertar a bola central, com o objetivo de fazer que a bola
central ultrapasse a linha lateral adversária. Se ultrapassar, marcará um
gol para sua equipe.
A bola central só poderá ser defendida se atingida com as bolas
menores.
VARIAÇÕES :
Distribuir as equipes em quatro lados de um quadrado, sendo dois
lados destinados para cada equipe.
Incluir maior número de bolas centrais.
Variar os fundamentos: passe com o lado do pé, chute de peito de
pé, chute de bico.
Defender a bola central com a cabeça, com o bumbum.
9 – QUEM PASSA MAIS
MATERIAL: Duas bolas.
FORMAÇÃO : Formase duas equipes; uma, em círculo, a outra,
em coluna de frente para o círculo; cada equipe tem uma bola.
DESENVOLVIMENTO: Ao sinal, o primeiro aluno da coluna
sai conduzindo a bola, em volta do círculo, entrega para o próximo aluno
da coluna. Ao mesmo tempo os alunos do círculo trocam passes à vonta
de tendo que passar para quem ainda não recebeu a bola. Devem contar
os passes em voz alta. Quando todos da coluna já tiverem participado,
trocamse as funções. Vence a equipe que fizer o maior número de pas
ses.
VARIAÇÕES :
Fazer o exercício com a perna contrária.
Inverter o sentido de quem conduz a bola.
98 José Roulien de Andrade Junior
Quem terminar de conduzir a bola em volta do círculo entra no
círculo como bobinho.
Determinar um tipo de passe, sola do pé, parte interna, parte externa.
Mudar as bolas, usar bolas de borracha, de futebol de campo, de
voleibol.
10 – BATEPRONTO
MATERIAL: Uma bola.
FORMAÇÃO : Toda a turma dividida em 2 equipes.
DESENVOLVIMENTO: Jogase uma equipe contra outra; idem
ao cabeçobol; só vale fazer gol de batepronto.
11 – VOLEIBOL
MATERIAL: Uma bola.
FORMAÇÃO : Toda a turma dividida em 2 equipes.
DESENVOLVIMENTO: Jogase uma equipe contra outra; idem
ao cabeçobol; só vale fazer gol de voleio.
12 – JOGO DE PASSES
MATERIAL: Uma bola.
FORMAÇÃO : Duas equipes; mínimo 3 X 3 até 6 X 6.
DESENVOLVIMENTO: O objetivo é a equipe fazer o maior
número de passes. Cada jogador só pode dar 2 ou 3 toques na bola.
VARIAÇÕES : Usar meia quadra ou a quadra inteira.
13 – JOGO DAS 6 TRAVES
MATERIAL: Uma bola e doze cones.
FORMAÇÃO : Duas equipes; mínimo 3 X 3 até 6 X 6.
DESENVOLVIMENTO: Três traves em uma lateral da quadra
e 3 traves na outra lateral da quadra. Uma equipe faz gol em uma das
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 99
laterais, e a outra faz gol na outra lateral. Objetivo é criar situação nu
mérica.
VARIAÇÕES :
Fazer gol nas diagonais, reduzindo para 4 traves, depois inverter
o local onde faz gol.
14 – JOGO DAS 4 TRAVES
MATERIAL: Uma bola e oito cones.
FORMAÇÃO : Duas equipes; mínimo 3 X 3 até 6 X 6.
DESENVOLVIMENTO: Joga uma equipe contra outra. Exis
tem 4 traves; 2 na linha de fundo e 2 nas laterais. Uma equipe faz gol na
frente e na direita e marca atrás e na esquerda, e viceversa.
VARIAÇÕES :
Inverter as traves em que faz o gol.
15 – JOGO DA TRAVE MÓVEL
MATERIAL: Uma bola e um pedaço de cano, madeira etc.
FORMAÇÃO : Duas equipes; mínimo 3 X 3 até 6 X 6.
DESENVOLVIMENTO: Dois alunos ficam com uma trave, um
pedaço de madeira, cano etc, nos ombros andando pela quadra, tentando
fugir da bola. É um jogo normal. Objetivo é fazer gol na trave móvel.
16 – MÃE COLA
MATERIAL: Uma bola para cada aluno.
FORMAÇÃO : Alunos livres em meia quadra com as bolas nos
pés; um dos alunos deverá ter a bola na mão.
DESENVOLVIMENTO: O aluno que está com a bola na mão,
será o pegador, deverá colar encostando a sua na bola em quem está fu
gindo. Os alunos que estão fugindo deverão conduzir suas bolas, não
podendo abandonálas. Quem for pego está colado.
100 José Roulien de Andrade Junior
VARIAÇÕES :
Para descolar, o aluno deverá passar a bola entre as pernas de
quem está colado.
O mãe cola deverá colar, quicando sua bola.
17 – MÃE PEGA
MATERIAL: Uma bola para cada aluno.
FORMAÇÃO : Alunos livres em meia quadra com as bolas nos
pés, inclusive quem está sem bola.
DESENVOLVIMENTO: O aluno que está sem bola deverá
roubar a bola dos seus colegas. Quem ficar sem bola passa a ser o pega
dor.
VARIAÇÕES :
Aumentar o número de pegador.
Diminuir o espaço.
18 – PIQUE BANDEIRA
MATERIAL: Duas bolas.
FORMAÇÃO : Duas equipes em cada meia quadra e uma bola
na linha de fundo de cada equipe.
DESENVOLVIMENTO: Cada equipe deverá entrar na quadra
adversária para pegar a bola que está na linha de fundo. O aluno que in
vadir a quadra adversária poderá ser colado, tendo que ficar no lugar.
Quem conseguir pegar a bola deverá passar com a bola para seu campo,
conduzindoa. Quem estiver com bola não poderá ser colado. A bola
volta ao seu lugar se for tirada com os pés, incentivando o drible e a mar
cação.
VARIAÇÕES :
Ultrapassar a linha fazendo passes.
Quem estiver colado e receber a bola estará descolado.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 101
19 – CHAMANDO O NÚMERO
MATERIAL: Seis bolas.
FORMAÇÃO : Atletas dispostos na quadra e previamente nume
rados pelo professor.
DESENVOLVIMENTO: Um atleta começará com a bola, con
duzindo pela quadra, a qualquer momento chamará um número, deverá se
apresentarse para receber a bola, e assim por diante.
VARIAÇÕES :
Receber a bola com a sola do pé (entrar na bola).
Usar duas bolas.
Dividir números pares e impares em cada meia quadra (com duas
bolas).
Com números pares e impares, o número chamado devolve a bola
para quem passou; este então deverá driblar e finalizar a gol.
Idem ao anterior. Incluise que o número imediatamente superior
que foi chamado ajuda no ataque, ficando dois contra um.
20 – MINIFUTSAL
Um jogo reduzido indicado, principalmente nas fases de aquisição
e iniciação.
Como funciona:
Dividimos a quadra de jogo normal em três ou quatro miniqua
dras.
Nas miniquadras são feitas áreas de três metros.
As traves são feitas de madeira ou canos de PVC. Podem medir
entre 1,40m e 1,60m de altura e 2,40m e 2,60m de largura.
Jogam dois contra dois (categoria sub07). Qualquer um pode de
fender dentro da área.
Num segundo momento para a categoria sub09, jogam três con
tra três e qualquer jogador pode defender dentro da área.
As crianças jogam e se divertem, brincam de futsal.
Podem ser feitos festivais com este jogo onde todos se enfrentam.
102 José Roulien de Andrade Junior
PARTE II
Consideramos que estas atividades são facilitadoras para o jogo
de ataque e defesa. Os objetivos devem ser claros e bem definidos pelo
professor. Essas atividades foram desenvolvidas nos treinos; algumas
adaptadas, outras aprimoradas, e possivelmente algumas já conhecidas.
01 – BOLA NA MÃO
O jogo desenvolvese normalmente, em cinco contra cinco ou
seis contra seis. Cada equipe terá um jogador com uma bola na mão. O
jogador que tem a bola na mão não pode participar do jogo, entrando no
jogo quando passa a bola a um companheiro.
02 – PEGAR QUEM ESTÁ SEM BOLA
Espalhados na quadra jogadores com e sem bola e dois pegadores
com coletes na mão. Os jogadores que estiverem sem bola poderão ser
pegos, os que estiverem com bola não. A estratégia é passar a bola para
quem está sendo pego.
03 – PASSANDO NO CÍRCULO CENTRAL
Dividese duas equipes, fazendo pares; só pode roubar a bola do
seu par. No círculo central ficará um jogador. Para fazer gols devese
obrigatoriamente passar a bola para o jogador que está no círculo. Este
devolve a bola para qualquer jogador da equipe que passou a bola para o
círculo, abrindo assim as duas metas para a finalização.
04 – PASSANDO NO CÍRCULO CENTRAL E NAS ÁREAS
O mesmo jogo anterior. Acrescentase um jogador em cada área
de meta, que também servirão para receber o passe e servir as equipes.
Podemos variar:
Passou para o círculo, só pode receber a bola fora da quadra de
vôlei:
Passou para a área, só pode receber a bola no meio da quadra.
Incentivase as tabelas.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 103
05 – PASSANDO NO CÍRCULO CENTRAL, PARA QUEM
SE APROXIMA
Idem ao jogo número 04. Para fazer gol em qualquer meta, o pas
se deve ser feito no círculo central para um jogador que entre no círculo,
sendo que este não participa do ataque, e o seu par pode roubar a bola de
qualquer jogador adversário.
06 – JOGO DE 2 X 2 EM CADA MEIA QUADRA
Jogamse dois contra dois em cada meia quadra. Para fazer gol as
equipes devem passar a bola para um dos jogadores que estão no ataque.
Quem faz o passe ajuda o ataque, ficando três contra dois. Os defensores
não podem retornar.
Podese limitar o número de toques na bola por jogador, no ataque.
Podese dar um tempo para finalizar.
07 – JOGO DE 2 X 2 EM CADA MEIA QUADRA COM
APROXIMAÇÃO DE QUEM ESTÁ NO ATAQUE
Idem ao jogo anterior, só que um dos jogadores do ataque pode
aproximarse na sua quadra defensiva para iniciar o ataque.
08 – JOGO DOS QUADRANTES
Dividese a quadra em quatro partes. Jogase um contra um em
cada parte. Quem conseguir livrarse do seu marcador, ganha o direito de
jogar em qualquer parte da quadra; para construção de ataque dois contra
um e três contra dois.
09 – JOGO DO 3 X 1
Jogam três contra três na meia quadra de defesa e um contra um
na meia quadra de ataque. Quem faz o passe para o ataque ajuda o ataque,
ficando dois contra um. Definese o fixo e o pivô, que devem atuar so
mente nas suas posições. Os alas terão a função de, quando retomarem a
posse de bola, retornarem para sua quadra para iniciar o jogo.
104 José Roulien de Andrade Junior
Trocar as funções.
Definir que quando um dos alas passa a bola para o ataque, o seu
marcador pode ajudar a defesa, e o fixo ajuda o ataque, ficando três con
tra dois.
10 – JOGO DO 4 X 0
Jogam quatro contra quatro em meia quadra. O objetivo é colocar
uma bola no espaço para alguém que se projetou para o ataque, este fina
liza contra o goleiro.
Podese variar. O jogador que estava marcando, o jogador que fez
o passe, pode retornar para defender, e quem deu o passe para o ataque
ajuda o ataque, ficando dois contra um.
11 – GOLZINHOS NA MEIA QUADRA
Jogo normal, cinco contra cinco ou seis contra seis; colocamse
três traves de cones na linha da meia quadra. As equipes fazem gol nas
traves normais com goleiros e nas traves de cones, no sentido em que
atacam.
Podese fazer o gol duplo. Fez o gol nos cones, pode também fa
zer no goleiro.
Podese fazer pares, para a marcação individual.
12 – JOGO DO PIVÔ
Jogo normal cinco contra cinco ou seis contra seis; cada equipe
terá um pivô na quadra de ataque. Para fazer gols obrigatoriamente deve
se passar a bola para o pivô. O pivô não faz gol.
Podese fazer pares, para a marcação individual.
13 – JOGO DO RABO
Jogo normal cinco contra cinco; os jogadores terão coletes presos
atrás no calção. Para obter a posse de bola, os marcadores deverão roubar
os rabos. Obrigase a jogar de frente para o adversário entrando na bola; a
marcação a aproximarse.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 105
14 – JOGO PARA INTERCEPTAR PASSES
Jogo normal cinco contra cinco; os marcadores só podem inter
ceptar passes, não podem tirar a bola do pé do adversário. Incentivase a
finta para receber a bola, o passe forte, a movimentação sem bola, bola
nas costas etc.
15 – JOGO PARA INTERCEPTAR PASSES, COM DUAS
BOLAS
Idem ao anterior, com uma bola para cada equipe.
16 – JOGO 3 X 3 OU 4 X 4 EM CADA MEIA QUADRA
Jogam três contra três ou quatro contra quatro em cada meia qua
dra. Para fazer gols, a defesa tem que passar a bola ao ataque. Sai uma
bola da defesa de cada equipe.
17 – JOGO 2 X 1 X 1
Saída de tiro de meta, saem dois contra dois. No círculo central
está um jogador do ataque que pode jogar também pelas alas. Se receber
a bola, entram um defensor e mais um atacante, ficando o jogo quatro
contra três. Os marcadores da saídade bola retornam. Se a defesa roubar,
entra mais um jogador, ficando o jogo quatro contra quatro.
18 – JOGO DA ANTECIPAÇÃO
Sai um jogador com bola em cima da linha da área, um marcador
atrás dele, da linha de fundo. Quando chegar na linha da meia quadra,
deve fazer o passe para seu companheiro que está dentro de uma linha
pontilhada (pode ser a de 9 m. da quadra de handebol), só que este terá
um marcador, que pode antecipálo. Se o atacante dominar a bola, pode
fazer o gol ou passála para seu companheiro. Se a defesa antecipar, ini
cia um jogo de dois contra dois.
Também incluemse os alas com marcação.
106 José Roulien de Andrade Junior
19 – JOGO PARA VENCER AS LINHAS DE MARCAÇÃO
Saída de tiro de meta, dois contra dois (linha 1), mais dois joga
dores posicionados nas alas, um em cada lado, próximos à linha da meia
quadra (linha 3). Se receberem a bola, entram mais dois jogadores defen
sores que estão dentro da sua área, iniciando um jogo de quatro contra
quatro; os marcadores devem retornar.
20 – JOGO 5 X 3
Jogam cinco contra três, os cinco trocando passes e os três mar
cando. Se roubarem a bola, podem finalizar em qualquer meta. Também
pode ser seis contra três etc.
Futsal – Aquisição, Inicialização e Especialização 107
Capítulo XI
PESQUISAS EM FUTSAL
Neste capítulo apresentaremos algumas pesquisas feitas em jogos
de futsal da liga nacional de 2004 nas diversas fases. Objetivamos com
isso caracterizar algumas situações que acontecem dentro dos jogos, que
possam contribuir com os treinamentos das equipes.
Foram pesquisados 8 jogos da liga nacional 2004.
As pesquisas foram direcionadas para as seguintes situações:
Tempo de permanência dos jogadores em quadra.
Índice de chutes e onde acontecem os gols.
Situações em que acontecem os gols.
Uso do goleiro linha ou linha goleiro.
Vejamos então.
TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS ATLETAS EM JOGO
Nesta pesquisa excluímos o goleiro, considerando apenas os jo
gadores de linha.
A média de permanência em quadra foi de 18 minutos e 38 se
gundos.
O maior tempo de permanência foi de 40 minutos, constatado
em dois jogos.
O menor tempo foi de 3 minutos. Essas variações podem ocor
rer em função de:
∙ Opção tática;