Sie sind auf Seite 1von 95

SUMÁRIO

CAP 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

CAP 2 – AVALIAÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS ............................................................................... 3

CAP 3 - RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) ....................................................................... 8

CAP 4 - VERTIGEM E SINCOPE / DESMAIO .......................................................................................... 17

CAP 5 - OVACE – OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO ................................ 20

CAP 6 - TRANSPORTE DA VITIMA DE TRAUMA ................................................................................... 28

CAP 7 - LESÕES MUSCULARES MAIS FREQUENTES ......................................................................... 38

CAP 8 - LESÕES ARTICULARES MAIS FREQUENTES ......................................................................... 41

CAP 9 - FRATURAS .................................................................................................................................. 44

CAP 10 - HEMORRAGIAS ........................................................................................................................ 45

CAP 11 - CHOQUE ................................................................................................................................... 59

CAP 12 - QUEIMADURAS ........................................................................................................................ 63

CAP 13 - EPILEPSIA ................................................................................................................................. 70

CAP 14 – INTOXICAÇÃO ......................................................................................................................... 75

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

A prestação dos Primeiros Socorros depende de conhecimentos básicos, teóricos e práticos por
parte de quem os está aplicando.

O restabelecimento da vítima de um acidente, seja qual for sua natureza, dependerá muito do
preparo psicológico e técnico da pessoa que prestar o atendimento.

O socorrista deve agir com bom senso, tolerância, calma e ter grande capacidade de improvisação.

O primeiro atendimento mal sucedido pode levar vítimas de acidentes a sequelas irreversíveis.

Para ser um socorrista é necessário ser um bom samaritano, isto é, aquele que presta socorro
voluntariamente, por amor ao seu semelhante. Para tanto é necessário três coisas básicas, mãos para
manipular a vítima, boca para acalmá-la, animá-la e solicitar socorro, e finalmente coração para prestar
socorro sem querer receber nada em troca.

OBJETIVO

Os Primeiros Socorros ou socorro básico de urgência são as medidas iniciais e imediatas dedicadas
à vítima, fora do ambiente hospitalar, executadas por qualquer pessoa, treinada, para garantir a vida,
proporcionar bem-estar e evitar agravamento das lesões existentes.

ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros Socorros: como: Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha


Brasileira, Brigadas de Incêndio, etc.
São os cuidados imediatos prestados a uma
pessoa, fora do ambiente hospitalar, cujo estado Manutenção da Vida:
físico, psíquico e ou emocional coloquem em
perigo sua vida ou sua saúde, com o objetivo de
manter suas funções vitais e evitar o Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a
agravamento de suas condições (estabilização), vida da vítima, sobrepondo à "qualidade de vida".
até que receba assistência médica especializada.

Qualidade de Vida:
Prestador de socorro:
Ações desenvolvidas para reduzir as sequelas
Pessoa leiga, mas com o mínimo de que possam surgir durante e após o atendimento.
conhecimento capaz de prestar atendimento a
uma vítima até a chegada do socorro
especializado. Urgência:

Estado que necessita de encaminhamento rápido


Socorrista:
ao hospital. O tempo gasto entre o momento em
que a vítima é encontrada e o seu
Titulação utilizada dentro de algumas instituições, encaminhamento deve ser o mais curto possível.
sendo de caráter funcional ou operacional, tais Exemplos: hemorragias de classe II, III e IV, etc.

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 1
 Usar bom senso, sabendo reconhecer suas
limitações
Emergência:
 Usar criatividade para improvisação
Estado grave, que necessita atendimento médico,  Demonstrar tranquilidade, dando ao
embora não seja necessariamente urgente. acidentado segurança
Exemplos: contusões leves, entorses, hemorragia
classe I, etc.  Se houver condições solicitar ajuda de alguém
do mesmo sexo da vítima

Acidente:  Manter sua atenção voltada para a vítima


quando estiver interrogando-a
Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou  Falar de modo claro e objetivo
mortas que necessitam de atendimento.
 Aguardar a resposta da vítima
 Não atropelar com muitas perguntas
Incidente:
 Explicar o procedimento antes de executá-lo
Fato ou evento desastroso do qual não resultam  Responder honestamente as perguntas que a
pessoas mortas ou feridas, mas que pode
vítima fizer
oferecer risco futuro.
 Usar luvas descartáveis e dispositivos boca-
máscara, improvisando se necessário, para
Princípios de um socorrista
proteção contra doenças de transmissão
respiratória e por sangue.
 Agir com calma e confiança – evitar o pânico
 Atender a vítima em local seguro (remove-la
 Ser rápido, mas não precipitado do local se houver risco de explosão,
desabamento ou incêndio).

ANOTAÇÕES

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 1
AVALIAÇÃO

Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma sequencia
padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema associado com a lesão
ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo.

Essa sequencia padronizada de procedimentos é conhecida como exame do paciente. Durante o


exame, a vítima deve ser atendida e sumariamente examinada para que, com base nas lesões sofridas e
nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabelecidas. O exame do paciente leva em
conta aspectos subjetivos, tais como:

 O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de uma vítima?
Pode-se dar conta de todas as vítimas?

 A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte do corpo dela.

 As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve ouvir o que dizem
a respeito dos momentos que antecederam o acidente.

 Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada, moto, bicicleta,
andaime e etc. A vítima pode ter sido ferida pelo volante do veículo?

 Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada? Há sinais
de esmagamento de algum membro?

 Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo convulsões?

 Para que não haja contaminação, antes de iniciar a manipulação da vítima o socorrista deverá estar
aparamentado com luvas cirúrgicas, avental com mangas longas, óculos panorâmicos e máscara
para respiração artificial ou ambú.

 As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns segundos,
são extremamente valiosas na sequencia do exame, que é subdividido em duas partes: a análise
primária e secundária da vítima.

Avaliação do estado da vítima SAMPLE:


S - sinais e sintomas;
Esta fase visa obter os componentes
A - alergias;
necessários para que se possa tomar a decisão
correta sobre os cuidados que devem ser M - medicações;
aplicados na vítima.
P - passado médico;
Entrevista rápida - SAMPLE; L - líquidos e alimentos;
Exame rápido; E - eventos relacionados com o trauma ou
doença.
Verificar Sinais vitais - TPRPA.

O que o prestador de socorro deve


observar ao avaliar o pulso e a respiração.

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 2
Pulso: Pressão arterial e Temperatura

Frequência: É aferida em batimentos por minuto, Apara verificar a pressão arterial e a


podendo ser normal, lenta ou rápida. temperatura, o socorrista deverá estar munido de
termômetro e aparelho de pressão
Ritmo: É verificado através do intervalo entre um (esfigmomanômetro). Para pressão arterial
batimento e outro. Pode ser regular ou irregular. normal é considerado o 120 x 80 mmhg e a
Intensidade: É avaliada através da força da temperatura de 36,5° c.
pulsação. Pode ser cheio (quando o pulso é forte)
ou fino (quando o pulso é fraco).
Atenção:

Respiração: Existe uma grande dificuldade para o


leigo conseguir verificar os sinais vitais, por isso
Frequência: É aferida em respirações por ao prestar o socorro ele deverá agir de forma
minuto, podendo ser: normal, lenta ou rápida. mais simples possível (atendendo o seu
conhecimento SBV ou a orientação de um
Ritmo: É verificado através do intervalo entre profissional de urgência e emergência).
uma respiração e outra, podendo ser regular ou
irregular.
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração
é profunda ou superficial.

Tabela 1. SINAIS VITAIS

Sinais Vitais (TPRPA) Pulso Respiração


Temperatura
Fria Adulto 60 a 100 bpm Adulto 12 a 20 ipm
Normal Criança 80 a 120 bpm Criança 20 a 30 ipm
Quente Bebê 100 a 160 bpm Bebê 30 a 60 ipm

ANOTAÇÕES

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 2
Tabela 2. SEQUÊNCIA DAS FASES DO SOCORRO

AVALIAÇÃO DAS CENAS


1 - Segurança da cena;
2 - Equipamentos de proteção;
3 – Solicitar urgência e emergência.
AVALIAÇÃO INICIAL
4 - Impressão geral da vítima (Clínica ou trauma);
5 - Avaliar circulação: presença de pulso carotídeo;
6 - Pesquisar e controlar hemorragia;
7 - Avaliar o nível de consciência – AVDI (Alerta, Verbaliza Doloroso e Inconsciente)
8- Abrir vias aéreas sem comprometer a coluna cervical
9 - Classificar o CIPE – Crítico, Instável, Potencialmente Instável e estável;
10 - Inspecionar, mensurar e colocar o colar cervical.
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
12 - Entrevista rápida – SAMPLE;
13 - Exame rápido – Limitado a lesão grave aparente
14 - Sinais Vitais – Temperatura, Pulso, Respiração e Pressão arterial;
AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA
15 – Inspecionar e palpar a cabeça (testa, crânio e orelha)
16 – Inspecionar e palpar a face (olhos e mandíbula)
17 – Inspecionar e apalpar ombros, clavícula e tórax
18 - Inspecionar e palpar o abdômen
19 – Inspecionar e palpar a região pélvica
20 – Inspecionar e palpar membros superiores
21 – inspecionar e palpar membros inferiores
ESTABILIZAÇÃO E TRANSPORTE
22 – Realizar o rolamento avaliando a região dorsal e cervical
23 – Identificar e prevenir o estado de choque
24 – Transporte (preferencialmente pelo serviço especializado)
AVALIAÇÃO CONTINUADA
25 - Reavaliar a vítima – Crítica e instáveis a casa 3 minutos
26 - Reavaliar a vítima – Potencialmente instáveis e estáveis a cada 10 minutos

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 2
ANOTAÇÕES

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 2
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)

Neste capitulo discutiremos os principais As Diretrizes da AHA 2005 para RCP e


pontos das alterações nas Diretrizes de 2010 da ACE enfatizavam a importância de compressões
American Heart Association (AHA) para torácicas de alta qualidade (a uma frequência e
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e profundidade adequadas, permitindo retorno total
Atendimento Cardiovascular de Emergência do tórax após cada compressão e com
(ACE). Este estudo facilitará o conhecimento a interrupção mínima nas compressões torácicas).
cerca das novas diretrizes voltadas para o
suporte básico de vida. Estudos publicados antes e desde 2005
demonstram que (1) a qualidade das
A American Heart Association (AHA) é compressões torácicas continua necessitando de
uma organização fundada em 1924 e é hoje melhoria, embora a implementação das Diretrizes
referência mundial em diretrizes de atendimento da AHA 2005 para RCP e ACE tenha sido
de emergências cardiovasculares. Para associada a uma melhor qualidade de RCP e
padronizar o atendimento e oferecer uma maior sobrevivência; (2) existe uma variação
experiência de treinamento pratica e efetiva, aos considerável na sobrevivência à PCR extra-
socorristas profissionais e leigos, são hospitalar entre os serviços médicos de
desenvolvidos cursos por todo o mundo. emergência/urgência (SME); e (3) a maioria das
vítimas de PCR súbita extra-hospitalar não
Esta seção resume as principais questões recebe nenhuma manobra de RCP de pessoas
discutidas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP presentes no local. As alterações recomendadas
e ACE, principalmente aquelas referentes ao nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE
suporte básico de vida (SBV) enfrentadas por tentam dar conta dessas questões e, também,
todos os socorristas, sejam eles profissionais de fazem recomendações para melhorar o resultado
saúde ou socorristas leigos. da PCR por meio de uma nova ênfase nos
cuidados pós-PCR.

RECOMENDAÇÕES PARA TODOS OS SOCORRISTAS

MANTER QUALIDADE NA REALIZAÇÃO DA cm, um terço do mesmo será 6 cm), em bebês


RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) e crianças (aproximadamente, 1,5 polegada
[4 cm] em bebês e 2 polegadas [5 cm] em
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e crianças).
ACE enfatizam, mais uma vez, a necessidade de
uma RCP de alta qualidade, incluindo: 3. Retorno total do tórax após cada compressão

4. Minimização das interrupções nas


1. Frequência de compressão mínima de
compressões torácicas
100/minuto (em vez de "aproximadamente"
100/minuto, como era antes). 5. Evitar excesso de ventilação
2. Profundidade de compressão mínima de 2 Não houve alteração na recomendação
polegadas (5 cm), em adultos, e de, no referente à relação compressão-ventilação de
mínimo, um terço do diâmetro anteroposterior 30:2 para um único socorrista de adultos,
do tórax (medida entre o “peito” e as “costas” – crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos).
por exemplo: caso o diâmetro do tórax seja 18

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e No entanto, para o socorrista leigo
ACE continuam recomendando que as treinado e capaz, a recomendação continua
ventilações de resgate sejam aplicadas em, sendo a de aplicar compressões e ventilações.
aproximadamente, 1 segundo. Assim que houver
uma via aérea avançada colocada, as
compressões torácicas poderão ser contínuas (a Mudanças de ABC para CAB
uma frequência mínima de 100/minuto) e não
mais alternadas com ventilações. As ventilações As Diretrizes da AHA 2010 para RCP
de resgate, então, poderão ser aplicadas à (Ressuscitação Cardiopulmonar) e ACE
frequência de cerca de uma ventilação a cada 6 (Atendimento Cardiovascular de Emergência)
ou 8 segundos (cerca de 8 a 10 ventilações por recomendam uma alteração na sequência de
minuto). Deve-se evitar ventilação excessiva. procedimentos de SBV de A-B-C (via aérea,
respiração, compressões torácicas) para C-A-B
(compressões torácicas, via aérea, respiração)
Ênfase nas compressões torácicas em adultos, crianças e bebês (excluindo-se
recém-nascidos — consulte a seção
Se a pessoa presente não tiver Ressuscitação neonatal). Essa alteração
treinamento em RCP, ela deverá aplicar a RCP fundamental na sequência de RCP exigirá novo
somente com as mãos (somente compressões treinamento de todos os já treinados em RCP,
torácicas) na vítima adulta com colapso repentino, mas o consenso entre os autores das Diretrizes
com ênfase em "comprimir forte e rápido" no de 2010 da AHA e os especialistas é de que o
centro do tórax, ou seguir as instruções do benefício valerá o esforço.
atendente/operador do SME. O socorrista deve
continuar a RCP somente com as mãos até a Motivo: A vasta maioria das PCRs ocorre em
chegada e preparação de um DEA (Desfibrilador adultos, e as taxas mais altas de sobrevivência à
Externo Automático) para uso ou até que os PCR envolvem vitimas de todas as faixas etárias
profissionais do SME ou outros encarregados cuja parada/paragem foi presenciada por outras
assumam o cuidado da vítima. pessoas, com ritmo inicial de fibrilação ventricular
(FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso.
Todos os socorristas leigos treinados Nessas vítimas, os elementos iniciais críticos de
devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas SBV são compressões torácicas e a desfibrilação
em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista precoce.
leigo treinado puder realizar ventilações de
resgate, as compressões e as ventilações devem
ser aplicadas na relação de 30 compressões
para cada 2 ventilações. O socorrista deve
continuar a RCP até a chegada e preparação de
um DEA (Desfibrilador Externo Automático) para
uso ou até que os profissionais do SME assumam
o cuidado da vítima.

A RCP somente com as mãos (somente


compressões) é mais fácil de ser executada por
um socorrista não treinado e pode ser
prontamente orientada por telefone pelos
atendentes/operadores. Além disso, as taxas de
sobrevivência às PCRs de etiologia cardíaca são Figura 1. Sequência RCP
similares para a RCP somente com as mãos e a
RCP com compressões e ventilação de resgate.

10

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

Na sequência A-B-C, as compressões mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo
torácicas, muitas vezes, são retardadas enquanto (isto é, somente o tempo necessário para aplicar
o socorrista abre a via aérea para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas,
respiração “boca a boca”, recupera um dispositivo ou, aproximadamente, 18 segundos; quando dois
de barreira ou reúne e monta o equipamento de socorristas estiverem presentes para a
ventilação. Com a alteração da sequência para C- ressuscitação do bebê ou da criança, o atraso
A-B, as compressões torácicas serão iniciadas será ainda menor).

Figura 2. Realizando RCP em criança e adolescente

11

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

Figura3. Localização da área para RCP

12

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

A maioria das vítimas de PCR extra- procedimentos que os socorristas acham mais
hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP difíceis, a saber, a abertura da via aérea e a
das pessoas presentes. Existem, provavelmente, aplicação de ventilações. Começar com
muitas razões para isso, mas um empecilho pode compressões torácicas pode encorajar mais
ser a sequência A-B-C, que começa com os socorristas a iniciar a RCP.

Figura 4. Cadeia de Sobrevivência

Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e respiração é verificada rapidamente como parte


sentir se há respiração” da verificação quanto à PCR; após a primeira
série de compressões torácicas, a via aérea é
aberta e o socorrista aplica duas ventilações.
O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há
respiração” foi removido da sequência de RCP.
Após a aplicação de 30 compressões, o
socorrista que atuar sozinho deverá abrir a via Frequência de compressão torácica: mínimo
aérea da vítima e aplicar duas ventilações. de 100 por minuto

Motivo:
É sensato que os socorristas leigos e
Com a aplicação das “compressões profissionais de saúde realizem compressões
torácicas primeiro”, a RCP será executada se o torácicas a uma frequência mínima de 100
adulto não estiver respondendo e nem compressões por minuto.
respirando ou não respirando normalmente
(como já mencionado, os socorristas leigos serão Motivo:
instruídos a aplicar a RCP se a vítima que não
responde “não estiver respirando ou estiver O número de compressões torácicas
apenas com gasping – respiração profunda e aplicadas por minuto durante a RCP é um fator
dificultosa”). A sequência da RCP começa com determinante importante do retorno da circulação
compressões (sequência C-A-B). Logo, a espontânea (RCE) e da sobrevivência com boa

13

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

função neurológica (elevando a oxigenação taxas de sobrevivência, ao passo que a aplicação
cerebral). O número real de compressões de menos compressões está associada a uma
torácicas aplicadas por minuto é determinado menor sobrevivência. A aplicação de
pela frequência das compressões torácicas e o compressões torácicas adequadas exige ênfase
número e a duração das interrupções nas não somente na frequência adequada de
compressões (para, por exemplo, abrir a via compressões, mas também em minimizar
aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir interrupções a este componente crítico da RCP.
análise do DEA- Desfibrilador Externo Uma frequência de compressão inadequada ou
Automático). interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o
número total de compressões aplicadas por
Na maioria dos estudos, a aplicação de minuto.
mais compressões está associada a maiores

Após avaliar o risco no local do acidente, o


socorrista deverá proceder da seguinte
maneira:

Verificar o pulso da vítima – dando


prioridade ao pulso carotídeo (localizado na
região do pescoço ao lado do pomo de adão
– “gogó”).

Motivo: Ao verificar o pulso o socorrista terá


noção de a vítima está ou não em
parada/paragem cardíaca.

Em caso de parada, sem respiração ou com


respiração anormal (apenas com gasping) o
socorro especializado deverá ser acionado.
Solicitar o DEA (Desfibrilador Externo
Automático)

Iniciar a RCP (Ressuscitação


Cardiopulmonar) manter até a chegada do
DEA ou do socorro especializado.

Figura 5. Cadeia de SBV simplificado

Atenção:

A verificação do pulso carotídeo deverá ser feita com eficácia, pois próximo a este local existe um nervo
“vago” que controla o ritmo do coração e se estimulado por muito tempo poderá levar a vitima a uma
possível bradicardia (ritmo lento do coração) ou parada cardíaca.

14

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

A utilização do DEA por leigos relativamente alta de PCR presenciada (por
exemplo, aeroportos, cassinos, instituições
A ressuscitação cardiopulmonar e o uso esportivas). Para maximizar a eficácia desses
de DEAs/DAEs por primeiros socorristas da programas, a AHA continua enfatizando a
segurança pública são recomendados para importância de organizar, planejar, treinar, criar
aumentar as taxas de sobrevivência em PCR parceria com o sistema de SME e estabelecer um
súbita extra-hospitalar. As Diretrizes da AHA processo de contínuo aperfeiçoamento da
2010 para RCP e ACE recomendam, mais uma qualidade.
vez, estabelecer programas de DEAs/DAEs em
locais públicos nos quais exista probabilidade

Figura 6. Utilização do DEA

O socorrista deverá seguir as orientações contidas no DEA, nas pás que serão colocadas no tórax
informam as posições corretas. Após posicionar as pás o socorrista deverá ligar o equipamento e esperar a
leitura cardíaca do mesmo, caso necessário será instruído a se afastar da vítima para um possível choque
elétrico desferido pelo DEA. Com vítima não retornando da parada após a descarga do DEA, o socorrista
deverá recomeçar a RCP e respeitar o intervalo mínimo entre a mesma e o choque.

15

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

ANOTAÇÕES

16

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 3

VERTIGEM E SINCOPE / DESMAIO

Vertigem e síncope determinam situações bastante parecidas, cuja diferença se dá basicamente


pela intensidade do quadro. Assim, sincope (desmaio) caracteriza-se por uma fraqueza muscular
generalizada, com perda da capacidade de se manter em pé e perda da consciência, e a vertigem refere-se
a diminuição da força , visão turva e sensação de perda iminente da consciência.

As causas que com maior frequência causam estes problemas são os ambientes com muitas
pessoas, sem adequada ventilação, emoções fortes, fome, insolação, inadequado recebimento de
circulação e oxigênio no cérebro e dor intensa. As manifestações clínicas são a palidez (pele descorada),
pulso rápido e fraco, sudorese (suor) e perda dos sentidos.

ATENDIMENTO

quentes e com aglomeração de pessoas em volta


devem ser evitados. Se a pessoa esta
inconsciente deve observar possíveis lesões
ocasionadas por sua queda. Depois que a pessoa
retornar a consciência, devemos questionar o
fator causador do desmaio (se este não for
evidente) e remover o estímulo ofensor para não
precipitar novo desmaio.

Se ainda não houve o desmaio:

 Sentar a vítima numa cadeira, fazer com


que ela coloque a cabeça entre as coxas
e o socorrista faça pressão na nuca para
baixo, (com a palma da mão), enquanto
ela força a cabeça para cima por alguns
segundos. Esse movimento fará com que
aumente a quantidade de sangue e
oxigênio no cérebro;

 Realize esse procedimento umas 3 revistatenis.uol.com.br


vezes.

Atendimento
Em casos de desmaios:

Diante de uma pessoa que sofreu  Arejar o ambiente, ou transportar a vítima para
desmaio deve-se primeiramente, afastar um local com melhor ventilação;
possíveis fatores causadores do mesmo. Locais

18

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 4
 Elevar os membros inferiores, fazendo com  Após o desmaio ter passado, não dê água
que o sangue circula em maior quantidade no imediatamente, para evitar que a vítima se
cérebro e nos órgãos nobres; afogue, pois ainda não está com seus reflexos
recuperados totalmente;
 Virar a cabeça para o lado, evitando que a
vítima venha a vomitar e possa se asfixiar.  Faça-a sentar e respirar fundo por longo
tempo, e após auxilie-a a dar uma volta,
 Afrouxar a roupa, para uma melhor circulação; respirando fundo e devagar.

ANOTAÇÕES

19

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 4
OVACE – OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO

A asfixia (Parar de respirar) é uma causa comum de morte após engasgo com alimentos ou por
ingestão de corpos estranhos. É mais comum em crianças, mas pode acontecer também com os adultos.

Pode levar à inconsciência em 2 minutos, lesões cerebrais, após 3 minutos e até à morte!

Alimentos ou objetos podem ser responsáveis pela ASFIXIA. Isso acontece quando estes são
engolidos e ao invés de irem para o esôfago (o caminho que o alimento faz), ficam presos antes deste ou
pegam o caminho errado (traqueia), que leva o ar para os pulmões. Nestes dois casos o ar é impedido de
passar, causando o SUFOCAMENTO ou ASFIXIA (tecnicamente falando "OVACE - Obstrução de Vias
Aéreas por Corpo Estranho).

A identificação precoce de obstrução da via aérea é a chave para o bom resultado. É importante
diferenciar esta emergência de desmaio, AVE/AVC (Acidade Vascular Encefálico/Cerebral), ataque
cardíaco, convulsão, overdose de drogas ou outras condições que podem causar desconforto respiratório
súbito, mas que exigem tratamento distinto. O Observador treinado, normalmente, consegue detectar os
sinais de asfixia.

Corpos estranhos podem causar uma gama de sintomas, de obstrução parcial a completa das vias
aéreas.

Obstrução Parcial das Vias Aéreas Obstrução Completa das Vias Aéreas

• Sinais: • Sinais:
• Boa troca de ar • Troca de ar deficiente ou ausente
• Capaz de tossir de maneira forçada • Tosse fraca e ineficaz ou incapaz de tossir
• Pode sibilar (ruído parecido com um assobio • Ruídos agudos durante a inspiração ou absoluta
agudo) entre tosses ausência de ruído
• Maior dificuldade respiratória
• Possível cianose (a pele se torna azulada)
• Incapaz de falar
• Agarrando o pescoço com o polegar e os dedos,
fazendo sinal universal de asfixia

Ações do socorrista Ações do socorrista

• Desde que continue a boa troca de ar, incentive • Pergunte a vitima se ela está se sentindo sem ar. Se
a vítima a continuar tossindo e esforçando-se a vitima acenar que sim e não puder falar, há
em respirar espontaneamente. presença de obstrução completa das vias aéreas e
você deverá tentar aliviar a obstrução.
• Não interfira nas tentativas da vítima de expelir
corpo estranho, mas permaneça ao lado dela e
monitore sua condição.

Tabela 4. Sinais e ações na OVACE

21

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
Use compressões abdominais (manobra
de Heimlich) para aliviar o engasgo em uma
vítima responsiva/consciente a partir de 1 ano de
idade. Não use compressões abdominais para
aliviar engasgos de bebês.

Na próxima tabela você verá as etapas


para realizar compressões abdominais em adulto
ou criança responsiva/consciente em pé ou
sentado:

Figura 10. Sinal universal do engasgo

Tabela 5. Passo a passo Manobra de Heimlich

Etapa Ação

1 Fique de pé ou ajoelhe-se atrás da vítima e enrole seus braços em torno da cintura (Figura
11)

2 Feche uma das mãos.

3 Coloque o lado do polegar da mão fechada contra o abdômen da vítima, na linha média
(linha que divide o corpo ao meio na vertical), ligeiramente acima do umbigo e bem abaixo
do esterno (osso no meio do tórax)

4 Agarre a mão fechada com a outra mão e pressione a mão fechada contra o abdômen da
vítima, com uma compressão rápida e forte para cima.

5 Repita as compressões até que o objeto seja expelido da via aérea ou a vítima pare de
responder

6 Aplique cada nova compressão com um movimento distinto e separado para aliviar a
obstrução.

ANOTAÇÕES:

22

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
MANOBRA DE HEIMLICH

Atenção:

Se a vítima estiver grávida ou for obesa, aplique compressões torácicas em vez de compressões
abdominais.

Vítimas de asfixia podem estar inicialmente responsivas/conscientes e, em seguida, parar de


responder. Nessa circunstância, você sabe que a asfixia causou os sintomas da vítima e que deve procurar
um objeto estranho na garganta.

Se a vítima de asfixia parar de responder, acione o sistema de resposta de emergência/urgência.


Deite a vítima no chão e inicie a RCP, começando com as compressões (não verifique o pulso).
Em caso de vítima adulta ou pediátrica, toda vez que você abrir a via aérea para administrar ventilações,
abra bem a boca da vítima e procure o objeto. Se conseguir ver um objeto que possa ser removido
facilmente, remova-o com seus dedos. Se não puder ver o objeto, continue a RCP. Após cerca de 5 ciclos
ou 2 minutos de RCP, acione o sistema de resposta de urgência/emergência, caso isso ainda não tenha
sido feito.

Às vezes, a vítima de asfixia já pode não estar respondendo quando você a encontra. Nessa
circunstância, você, provavelmente, não saberá que existe uma obstrução das vias aéreas. Acione o
sistema de urgência/emergência e inicie a RCP (sequencia C-A-B).

23

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
Sequência de Ações Após o Alívio do Após aliviar o engasgo em uma vítima
Engasgo que não responde, trate-a como toda vítima que
não responde (isto é, verifique a resposta, a
respiração e o pulso) e execute a RCP ou
É possível saber se você conseguiu ventilação de resgate, conforme a necessidade.
remover a obstrução das vias aéreas em uma Se a vítima responder, incentive-a a procurar
vitima que não responde se: atenção médica imediata, para evitar
complicações decorrentes das compressões
 Sentir movimento de ar e constatar elevação abdominais.
do tórax ao administrar ventilações
 Vir e remover um corpo estranho da boca da
vítima

Figura 11. Manobra de Heimlich

24

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
Alívio do Engasgo em Bebês

A identificação precoce de obstrução da


via aérea é a chave para um bom resultado.
Observador trinado, normalmente, consegue
detectar os sinais de asfixia.

Corpos estranhos podem causar uma


gama de sintomas, de obstrução parcial a
completa das vias aéreas.

Tabela 6. Sinais e ações na OVACE em bebê

Obstrução Parcial das Vias Aéreas Obstrução Completa das Vias Aéreas

 Sinais:  Sinais:
 Boa troca de ar  Troca de ar deficiente ou ausente
 Capaz de tossir de maneira forçada  Tosse fraca e ineficaz ou incapaz de tossir
 Pode sibilar (ruído parecido com um assobio  Ruídos agudos durante a inspiração ou
agudo) entre tosses absoluta ausência de ruído
 Maior dificuldade respiratória
 Possível cianose (a pele se torna azulada)
 Incapaz de chorar

Ações do socorrista Ações do socorrista

 Não interfira nas tentativas do bebê de  Se o bebê não conseguir fazer nenhum som
expelir corpo estranho, mas permaneça ao ou não respirar, há presença de obstrução
lado dela e monitore sua condição. completa das vias aéreas e você deverá tentar
aliviar a obstrução.
 Se a obstrução parcial das vias aéreas
persistir, acione o sistema de
emergência/urgência .

Alívio do Engasgo em Bebês


Responsivos/Conscientes ANOTAÇÕES:

Remover um objeto das vias aéreas de


um bebê exige uma combinação de pancadas
nas costas e compressões torácicas.
Compressões abdominais não são apropriadas.

Siga estas etapas para aliviar o engasgo


em um bebê responsivo/consciente.

25

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
Tabela 7. Ações na OVACE em bebê consciente

Etapa Ação

1 Ajoelhe-se ou sente-se com o bebê no colo.

2 Se for fácil fazê-lo, remova a roupa do tórax do bebê.

3 Mantenha o bebê voltado para baixo, com a cabeça ligeiramente mais baixa do que o tórax, apoiado
em seu antebraço. Sustente a cabeça e a mandíbula do bebê com a mão. Tenha o cuidado de evitar
comprimir os tecidos moles da garganta do bebê. Repouse seu antebraço sobre seu colo ou coxa,
para sustentar o bebê.

4 Dê até 5 pancadas vigorosas no meio das costas (figura 12), entre as escapulas/omoplatas do bebê,
usando a região hipotênar (calcanhar da mão). Dê cada pancada com força suficiente para tentar
desalojar o corpo estanho.

5 Após 5 pancadas, coloque a mão que está livre nas costas do bebê, apoiando a parte de trás da
cabeça do bebê com a palma da mão. O bebê ficará adequadamente deitado entre seus dois
antebraços, com a palma de uma mão sustentando o rosto e a mandíbula enquanto a palma da outra
mão sustenta a parte de trás da cabeça do bebê.

6 Vire o bebê como um todo, sustentando cuidadosamente a cabeça e o pescoço. Mantenha o bebê
voltado para cima, com seu antebraço repousado sobre sua coxa. Mantenha a cabeça do bebê mais
baixa do que o tronco.

7 Aplique até 5 compressões torácicas rápidas para baixo (figura 12), no meio do tórax, sobre a metade
inferior do esterno (mesma posição das compressões torácicas durante uma RCP). Aplique as
compressões torácicas à frequência aproximada de 1 por segundo, cada qual com a intenção de criar
força suficiente para desalojar o corpo estranho.

8 Repita a sequencia de até 5 pancadas nas costas e até 5 compressões torácicas até que o objeto
seja removido ou o bebê pare de responder.

Alívio do Engasgo em Bebês Que Não  Se o bebê parar de responder, interrompa


Respondem as pancadas nas costas e inicie a RCP.

 Para aliviar o engasgo em m bebê que


 Não execute uma varredura digital às não responde:
cegas em bebês e crianças, pois isso
pode empurrar o corpo estranho para a
via aérea, causando, mais obstrução ou
lesão.

26

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
Figura 12. Desobstrução de vias aéreas em bebê responsivo

Tabela 8. Ações na OVACE em bebê Inconsciente

Etapa Ação

1 Chamar Ajuda. Se alguém responder, encarregue essa pessoa de acionar o sistema de


urgência e emergência. Coloque o bebê sobre uma superfície plana e rígida.

2 Inicie A RCP (começando com as compressões) com 1 etapa extra: toda vez que abrir a via
aérea, procure o objeto obstruído na parte de trás da garganta. Se vir um objeto e puder
removê-lo facilmente, remova-o.

3 Após aproximadamente 2 minutos de RCP (sequência C-A-B), acione o sistema de resposta


de urgência/emergência (caso isso ainda não seja feito)

ANOTAÇÕES

27

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 5
TRANSPORTE DA VITIMA DE TRAUMA

Regras Gerais do Socorrista 2 e a outra mão na altura do


terço médio da perna.

Não mover a vítima da posição que se encontra 4. Socorrista 1: após certificar-se que todos
antes de imobilizá-la, exceto quando: estão na posição correta, faz a contagem
combinada pela equipe em voz alta e todos
 Estiver num local de risco iminente; ao mesmo tempo, efetuam o rolamento em
 Sua posição estiver obstruindo suas vias monobloco da vítima.
aéreas;
5. Socorrista 2: retira a mão da região pélvica e
 Sua posição impede a realização da análise traz a prancha para próximo da vítima.
primária;
 Para garantir acesso a uma vítima mais grave. 6. Socorrista 2: Examina a região posterior do
corpo da vítima.

A prancha longa onde a vítima será fixada deve 7. Socorrista 1: comanda o rolamento em
possuir o apoio lateral de cabeça e, no mínimo, monobloco da vítima para colocá-la sobre a
três tirantes sendo: prancha longa.

 um na altura das axilas, cruzando o tórax da 8. Socorrista 1: mantém a estabilização da


vítima, sem envolver os membros superiores; coluna cervical, durante todo o
procedimento.
 outro na altura das cristas ilíacas;
 o terceiro, na altura dos joelhos. 9. Socorristas 1, 2 e 3: ajustam, se necessário,
a posição da vítima na prancha, em
movimentos longitudinais, apoiando
Os tirantes da prancha longa devem envolvê-la respectivamente a cabeça, ombros e
de tal forma que os vãos para empunhadura quadris.
fiquem desobstruídos (os tirantes passarão por
debaixo da prancha e serão fixados em cima da  Para centralizar a vítima na prancha, usar
mesma). técnica dos socorristas a cavaleiro com
elevação da vítima e reposicionando-a na
prancha.
Rolamento em Monobloco com Três
Socorristas 10. Socorrista 1: realiza imobilização lateral da
cabeça (colocação do imobilizador lateral de
cabeça).
1. Socorrista 1: segura a cabeça da vítima.

11. Socorristas 2 e 3: prendem os tirantes nas


2. Socorrista 2: posiciona-se na lateral da
seguintes posições:
vítima, na altura do tronco, colocando uma
das mãos no ombro contralateral e a outra
 Na altura das axilas e cruzando, sem
mão na região pélvica contralateral.
envolver os membros;
3. Socorrista 3: posiciona-se na mesma lateral
que o Socorrista 2, na altura dos membros  Na altura das cristas ilíacas;
inferiores da vítima; coloca uma das mãos na  Na altura dos joelhos.
região pélvica, numa posição acima da mão

29

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Figura 13. Rolamento da vítima com três socorristas

30

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Levantamento em Monobloco com Quatro 5. Socorrista 1: após certificar-se que todos os
Socorristas socorristas estão na posição correta, faz a
contagem conhecida pela equipe em voz alta
e todos, ao mesmo tempo, levantam a vítima
1. Posiciona-se de joelhos de frente para a em monobloco. Ao segundo comando do
cabeça da vítima e a estabiliza manualmente. Socorrista 1 deslocam-se lateralmente para
2. Socorrista 2: em pé, posiciona-se sobre a colocar a vítima sobre a prancha longa.
vítima na altura do tórax, com um dos pés 6. Socorrista 1: realiza imobilização lateral da
posicionados ao lado da vítima e o outro pé do cabeça.
outro lado da prancha longa. Posiciona suas
mãos sob as escápulas da vítima. 7. Socorrista 2 e 3: prende os tirantes nas
seguintes posições:
3. Socorrista 3: em pé, posiciona-se sobre a
vítima na altura das coxas com um dos pés
posicionados ao lado da vítima e o outro pé do  Na altura das axilas e cruzando, sem
outro lado da prancha longa e segura a vítima envolver os membros;
pela região pélvica. Posiciona suas mãos sob  Na altura das cristas ilíacas;
as nádegas da vítima.
 Na altura dos joelhos.
4. Socorrista 4: posiciona-se nos pés da vítima e
a segura com as mãos posicionadas sob os
tornozelos.

Figura 14. Levantamento em monobloco quatro socorristas

31

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Rolamento em Monobloco com Vítima em 5. Socorrista 3: posiciona-se de joelhos, no
Decúbito Ventral centro da prancha longa, na altura da coxa da
vítima, segurando-a pela crista ilíaca e na
altura da panturrilha.
1. Socorrista 1: posiciona-se de joelhos acima da
cabeça da vítima, estabilizando sua coluna 6. Socorristas 1, 2 e 3: sob comando de um dos
cervical, segurando-a pela mandíbula. socorristas, efetuam o rolamento em
monobloco até que esteja posicionada
2. Socorrista 2: examina o membro superior do lateralmente (90 graus);
lado ao qual será efetuado o rolamento e o
posiciona ao longo do corpo ou acima da 7. Socorristas 1, 2 e 3: ajustam suas posições e
cabeça da vítima, realizando a menor completam a manobra de rolamento
movimentação possível. posicionando a vítima em decúbito dorsal
sobre a prancha.
3. Socorrista 3: posiciona a prancha longa ao
lado da vítima mantendo a distância adequada 8. Socorrista 3: reposiciona o membro superior
para o rolamento. da vítima ao longo do corpo, se necessário.

4. Socorrista 2: posiciona-se de joelhos, no


centro da prancha longa, na altura do tórax da
vítima segurando-a pelo ombro e coxa
opostos.

ANOTAÇÕES

32

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Figura 15. Rolamento em monobloco com a vítima em decúbito ventral

33

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Movimentando a Vítima na Ausência de
Prancha Rígida

Os socorristas deverão agir com muita


prudência ao moverem a vítima na ausência de
prancha rígida, pois deverão aumentar a atenção
para as possíveis lesões de coluna e fraturas
fechadas. Caso haja lesão alguns destes
procedimentos não poderão ser realizados!

Figura 16. Deslocando da vítima sem lesão comprometedora

34

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Na Figura 16, podemos verificar como Neste caso evidenciado uma possível lesão em
locomover, sozinho, uma vítima inconsciente. Ao cervical, um dos socorristas deverá ficar
agachar no chão o socorrista deverá colocar seus estabilizando a cabeça e pescoço e coordenando
braços sob as axilas da vítima e levantar-se os comandos para os outros socorristas. Para
lentamente, em seguida após entrelaçar um dos realizar o movimento de retirada da vítima da
braços da vitima ao seu pescoço deverá área do acidente os socorristas devem agachar
novamente levantar com a mesma sobre um dos com um dos joelhos no chão (todos com o
ombros. mesmo lado), elevar a vitima até os joelhos e
depois elevar até o tórax.
Na Figura 16 podemos verificar como
locomover uma vítima com mais de um socorrista.

Atenção:

A prioridade do socorrista é evitar tornar-se uma possível vítima, mas após constatar segurança deverá
remover a vítima do local do acidente levando-a a uma área mais segura para o atendimento.

Na figura 17, podemos verificar como locomover uma vítima com no mínimo seis
socorristas. Os socorristas mais fortes deverão ficar na parte do tronco da vítima, para
facilitar a locomoção.

Figura 17. Deslocando da vítima com seis socorristas

35

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
Figura 18. Deslocando da vítima sem lesão óssea

ANOTAÇÕES

36

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
37

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 6
CONTUSÃO

Lesão produzida nos tecidos por trauma contuso (pancada, quedas, impacto automobilístico, etc.),
sem que haja rompimento da pele.

Sinais e Sintomas Atenção: uma contusão pode acarretar em


hemorragia interna, fraturas ou outras lesões
graves.
 Dor e edema (inchaço) no local;
 Equimoses (manchas avermelhadas);
 Hematomas (colorações arroxeadas pelo
sangue extravasado).

Atendimento

 Evitar movimentar a região lesionada;


 Aplicar compressas frias ou saco de gelo
no local;
 Caso seja necessário imobilizar a região;
 Acionar serviço de urgência/emergência.

DISTENÇÃO MUSCULAR

É a lesão provocada pelo estiramento do músculo (rompimento de fibras musculares), ou parte dele,
por movimento brusco e/ou violento.

Sinais e Sintomas Atendimento

 Dor intensa à movimentação;  Evite movimentar a região lesionada;


 Edema (inchaço) no local;  Aplique compressas geladas ou saco de
gelo no local;
 Hematoma (colorações arroxeadas pelo
sangue extravasado).  Faça uma bandagem para sustentação
do músculo;
 Caso seja necessário imobilize a região;
 Acionar serviço de urgência/emergência.

39

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 7
ANOTAÇÕES

40

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 7
ENTORSES

É a separação momentânea das superfícies ósseas ao nível da articulação, com comprometimento


apenas do ligamento.

Sinais e Sintomas

 Dor intensa à movimentação;


 Edema (inchaço) local;
 Perda da mobilidade local;
 Deformidade da articulação (pelo inchaço).

LUXAÇÕES

É o deslocamento da extremidade de um osso ao nível de sua articulação, com comprometimento


de vários componentes articulares, bem como estruturas locais, podendo ser fechadas ou abertas.

Sinais e Sintomas  Amarrar as talas com ataduras ou tiras de


pano com firmeza, sem separar, em 4 pontos:
 Dor violenta;
 Acima e abaixo do local da lesão
 Edema local; (nunca em cima da lesão);
 Acima e abaixo das articulações
 Deformação visível da articulação;
próximas à região;
 Impossibilidade de movimentação.  Avaliar distalmente o PPSM (Pulso,
perfusão, sensibilidade e
 movimentação);
Atendimento  Remova a vítima para o hospital mais
próximo.

 Evitar movimentar a região atingida;


Atenção: Não tente colocar o osso no lugar.
 Aplicar compressas geladas ou saco de gelo
no local lesionado, não ultrapassando 20
minutos em cada aplicação;

 Proteger a região lesionada;

 Imobilização atingindo as duas articulações


próximas à lesão;

42

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 8
ANOTAÇÕES

43

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 8
FRATURAS

É um tipo de lesão em que ocorre a  Edema local;


quebra de um osso. Constituem uma emergência
traumato-ortopédica que requer boa orientação  Crepitação ao movimentar (som parecido
de atendimento, calma e tranquilidade por parte com amassar de papel);
de quem for socorrer e transporte adequado.
Ocorre geralmente devido a queda, impacto ou  Hematoma (rompimento de vasos, com
movimento violento com esforço maior que o osso acúmulo de sangue no local) ou
pode suportar. equimose (mancha de coloração azulada
na pele e que aparece horas após a
fratura;
Suspeita-se de fratura ou lesões articulares
 Paralisia (lesão de nervos).
quando houver:

 Dor intensa no local e que aumente ao


menor movimento;

Figura 19. Tipos de fratura

45

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

TIPOS DE FRATURAS

Fratura Fechada

Ocorre quando não há rompimento de


pele. A providencia mais recomendável a tomar
nos casos de suspeita de fratura fechada é
proceder à imobilização, impedindo o
deslocamento dos ossos fraturados e evitando
maiores danos.

Imobilização

 Não tentar colocar o osso no lugar; movimentar o


mínimo possível;

 Manter o membro em uma posição o mais natural


possível, sem causar desconforto para a vítima;

 Improvisar talas com o material disponível no


momento: revistas grossas, madeira, galhos de
árvore, guarda-chuva, jornal grosso dobrado, etc;

 Acolchoar as talas com panos ou qualquer outro


material macio, a fim de não ferir a pele;

 Utilize talas que ultrapassem as articulações acima


e abaixo da fratura e sustentem o membro rígido;

 Amarre as talas com tiras de pano em torno do


membro fraturado. Não amarre no local da fratura;

 Para imobilizar a perna, utilize duas talas longas.


Elas têm de atingir o joelho e o tornozelo,
impedindo o movimento dessas articulações;

 Sempre que imobilizar um membro fraturado, deixe Figura 20. Imobilização da área fraturada
os dedos de fora, para verificar qualquer alteração.
Se estiverem com edema (inchado), cianóticos Em alguns casos, como na fratura do
(roxo) ou com paresia (adormecidos), as tiras antebraço, por exemplo, deve-se utilizar uma
devem ser afrouxadas; tipoia. Para fazer a tipoia, dobre um lenço em
triangulo e, envolvendo o antebraço no lenço,
 Se a vítima estiver calçada não tentar retirar o prenda as pontas atrás do pescoço.
calçado pra não mover o local da fratura. Nessa
situação o calçado deve ser desapertado, e o
Nos casos de fratura de clavícula,
cadarço utilizado na imobilização do pé.
escapula ou braço, bem como de lesões nas
articulações do ombro ou do cotovelo, deve-se
imobilizar o osso afetado colocando o braço
dobrado na frente do peito.

46

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

Fratura aberta ou exposta

A fratura é aberta ou exposta quando o


osso perfura a pele, podendo apresentar
sangramento com grande intensidade.

Imobilização

Proteger o ferimento com gaze ou pano


limpo antes de imobilizar, a fim de evitar a
penetração de poeira ou qualquer outra
substância que favoreça infecção.

Não tentar colocar o osso no lugar. Evitar


qualquer movimento da vítima.

Após cobrir e imobilizar a fratura, procure


socorro médico. Se não for palpado pulso no
membro abaixo da fratura, a necessidade médica
é ainda maior.

FRATURAS DE CRÂNIO E CABEÇA

Essa fratura pode estar associada a um


Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), devendo
por tanto, exigir por parte do socorrista uma maior
atenção.

Sinais e sintomas

 Perda de sangue pelas narinas (epistaxe)


ou ouvidos (otorragia);
 Inconsciência ou não;
 Náuseas e vômitos podem surgir
imediatamente ou horas após o acidente;
 Extravasamento de liquor pelas narinas
ou ouvido;
 Hematoma orbitário (olhos de panda) uni
ou bilateral;
 Hematoma retro auricular (atrás da
orelha);
 Pupilas assimétricas (anisocoria) e ou
não reativas a luz.

47

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

Atendimento  Inicie a RCP em caso de parada
cardiorrespiratória;
 Mantenha a vítima em repouso e
recostada;  Colocar o colar cervical e também
travesseiros ou almofadas, a fim de
 Avaliar o estado neurológico da vitima; impedir movimentos para os lados.
 Aplicar compressas geladas ou sacos de
gelo na região atingida;
 Evitar o estado de choque;

Figura 21. Imobilização com colar cervical

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA DA VÍTIMA

Após constatar que a vítima matem ritmo cardíaco e frequência respiratória constante, chegou a
hora de avaliar o seu nível de consciência. Para este tipo de avaliação o leigo e ou o profissional de saúde
poderão usar a o parâmetro do AVDI (Alerta, Voz, Dor e Inconsciência), determinando assim o estado
neurológico do acidentado.

AVDI (Alerta, Voz, Dor e Inconsciência) 2. Voz –

1. Alerta – Nota-se que, quando a vítima passa a não


responder a estímulos sonoros, como, por
Quando a pessoa que presta o socorro nota que, exemplo, ser chamada pelo nome, esta encontra-
ao tocar a vítima, esta reage de uma forma se na fase V, ou seja, está num processo de
instantânea e espontânea ao sinal do socorrista, perda de consciência, uma vez que a audição é
numa situação de trauma ou clínica, esta se um dos últimos sentidos a se perder antes do
encontra na fase de alerta, ou fase A. Isto cérebro ficar inconsciente.
significa que a vítima ainda tem em suas funções
corporais e atividade neurológica ativa, ou seja, o
cérebro que sob-risco, ainda está sendo suprido
de oxigênio e funcionando.

48

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

3. Dor – 4. Inconsciência –

Não havendo resposta aos estímulos sonoros, a Nessa fase, a pessoa vitimada encontra-se
vítima tem de ser submetida ao teste da chamada totalmente inconsciente, ou seja, não está
fase D, isto é para perceber se a pessoa ainda havendo atividade cerebral em seu organismo,
sente dores, o que indicaria um leve estado de Percebendo-se a inconsciência quando ela não
consciência, o socorrista realiza um movimento reagiu a nenhum dos três estímulos anteriores
com uma das mãos fechadas na região central (alerta, voz e dor), o que é muito preocupante,
do tórax da vítima (estimulando a área do osso uma vez que o cérebro começa a ter danos
esterno), beliscar o lobo da orelha, pressionar a irreversíveis a partir de 6 minutos sem receber
base da unha, etc. oxigênio.

Esta, por sua vez, tentando inibir o movimento do


socorrista ou mesmo gesticulando ou
demonstrando com expressões faciais que o
friccionar de seu tórax a incomoda, indica que
ainda sente dores. Caso não haja nenhum tipo de
reação da vítima ao estímulo, deve-se considerar
a etapa seguinte.

49

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

Escala de Coma de Glasgow motora. A pontuação somada a cada um desses
itens reflete o estado neurológico da vítima.

A escala de coma de Glasgow é um instrumento


A pontuação mínima é 3 e a máxima é 15.
de avaliação e diagnóstico, que serve para
Quanto menor a pontuação mais grave é a lesão,
acompanhar o estado neurológico da vítima,
quanto maior a pontuação melhor o estado da
uniformizando padrões clínicos mundiais sobre a
vítima.
vítima. Para tanto são atribuídos valores
numéricos às seguintes respostas da vítima:
Pontuação menor ou igual a 8 a vítima é
abertura ocular, resposta verbal e resposta
considerada em estado de coma.

Parâmetro Respostas Ponto O que significa


s

Espontânea 4 Olhos abertos e piscando


Abertura Ao comando verbal 3 Abre os olhos com um comando
ocular
Ao estimulo 2 Abre os olhos com estimulo doloroso
doloroso

Sem resposta 1 Não abre os olhos

Orientada 5 Sabe nome, idade, dia da semana, etc


Melhor Confusa 4 Confusão de ideias, as vezes responde
resposta
verbal Palavras 3 Articula palavras inteiras, mas sem sentido
desconexas

Emite sons 2 Não fala palavras, apenas sons e ruídos


Sem resposta 1 Não emite nenhuma palavra ou som

Obedece a 6 Pedindo, consegue erguer um membro


comandos
Melhor Localiza a dor 5 Não move o membro, mas localiza a dor
resposta
morotra Flexão normal 4 Com estimulo doloroso, afasta o membro deste

Flexão anormal 3 Decorticação: braços dobrados por cima do corpo, adução


MS e Extensão MI
Extensão anormal 2 Descerebração, corpo envergado. Punhos para fora

Sem resposta 1 Nenhuma reação motora

Tabela 9. Escala de Glasgow

50

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

FRATURA DE COLUNA VERTEBRAL (PROTETORA DA MEDULA ESPINHAL)

Essa lesão deve ser associada a um Traumatismo Raquimedular (TRM) considerada como
potencialmente perigosa. Evite manipulações inadequadas.

Sinais e sintomas  Para realizar o rolamento de 90°, três


pessoas, com você quatro, colocando o
 Dor local após forte traumatismo; acidentado na maca;
 Deformidade óssea;  Movimentar a vítima como um bloco, isto
 Alterações de sensibilidade, dormência é, desloque todo o corpo ao mesmo
(paresia), sensação de formigamento tempo, evitando mexer separadamente a
(parestesia). cabeça, o pescoço, o tronco, braços e as
pernas;

Atendimento  Imobilizar a vítima em decúbito dorsal


(deitada de costas) ou em um decúbito
 Manter a vítima em repouso absoluto;
ventral (deitada de barriga pra baixo),
 Estabilizar a coluna cervical com a preenchendo as curvaturas do corpo com
pegada de trauma e o colar cervical; panos dobrados, a fim de evitar a
movimentação da coluna;
 Evitar o estado de choque;
 Evitar paradas bruscas do veículo de
 Utilizar uma superfície dura: prancha
transporte;
rígida, maca, tábua, porta, etc. Para o
transporte do acidentado;  Solicitar, sempre que possível, o socorro
especializado.
 Na Pegada de rede solicite ajuda de pelo
menos seis pessoas, totalizando com
você sete;

Figura 22. Estabilizando a coluna vertebral

51

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

Figura 23. Estabilizando a coluna vertebral II

FRTURAS DE PELVE (BACIA)

Sinais e Sintomas  Solicite a ajuda de pelo menos cinco pessoas


para transferir a vítima, do local onde foi
 Dor local após forte traumatismo, que se encontrado para a prancha;
agrava com a movimentação;  Movimentar a vítima como um bloco, isto é,
 Deformidade óssea; desloque todo o corpo ao mesmo tempo,
evitando mexer separadamente a cabeça, o
 Crepitação (som parecido com o amassar de pescoço, o tronco, braços e as pernas.
papel).
 Proteger lateralmente a pelve (bacia), usando
travesseiros, almofadas ou cobertores
dobrados;
Atendimento
 Imobilizar a bacia com faixa de pano bem
 Manter a vítima em repouso absoluto e em larga ou lençol, fixando a vítima na prancha.
decúbito dorsal;  Amarre com a faixa de pano o tórax, os
 Utilizar uma superfície dura: prancha rígida, joelhos e os tornozelos, para maior firmeza na
maca, tábua, porta, etc. Para o transporte do imobilização;
acidentado;  Evitar o estado de choque;
 Encaminhar a vítima imediatamente para o
hospital mais próximo.

52

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

ANOTAÇÕES

53

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 9

HEMORRAGIAS

A perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo – veia, artéria ou capilar. Toda
hemorragia deve ser controlada imediatamente. A hemorragia abundante e não controlada pode causar a
morte entre 3 a 5 minutos.

Os vasos sanguíneos podem ser cortados ou rompem com impactos, laceração por objeto perfuro
cortante, ou até mesmo por pressões intensas em uma área (aneurisma).

CLASSIFICAÇÃO

A hemorragia pode ser classificada quando a sua origem e quanto a sua localização. Quanto maior
o calibre do vaso e proximidade do coração maior será a vazão sanguínea.

Quando a Origem
 Vaso de menor calibre que as artérias;
Arterial  Sangramento contínuo, não obedecendo ao
ritmo dos batimentos cardíacos;
A artéria é o vaso sanguíneo que conduz o
sangue, rico em oxigênio, do coração para as  Sangue com coloração vermelha escura em
demais estruturas do corpo. Por isso, o sem brilho
sangramento de origem arterial tem as seguintes
 Perda sanguínea com menor intensidade
características:
que o sangramento arterial
 Vaso de grosso calibre;
Capilar
 Sangramento em jatos intermitente, seguindo
o ritmo dos batimentos cardíacos;
O capilar sanguíneo é o menor dos vasos, são
 Sangue com coloração vermelha clara e ramificações de artérias e veias. O capilar arterial
brilhante; conduz o sangue vindo das artérias e o capilar
venoso conduz o sangue de volta às veias. Por
 Perda sanguínea normalmente mais rápida, isso, o sangramento de origem capilar tem as
levando a uma maior gravidade. seguintes características:

 Vaso de pequeno calibre;


Venosa
 Sangramento lento e com pouco volume;
A veia é o vaso sanguíneo que conduz o sangue,
rico em gás carbônico, do corpo todo para o  Coloração vermelha clara;
coração e possui uma intensidade menor que a
do sangue arterial (devido ao gradiente  Encontrado, também, na extremidade interna
gravitacional). Por isso, o sangramento de origem da pele;
venosa tem as seguintes características:
 Característica de arranhões, raladura.

55

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 10

Quanto a Localização acidentes violentos, nos quais o corpo suporta
pressões muito fortes (colisões, soterramentos,
etc.).
Hemorragia Interna
Hemorragia Externa
As hemorragias internas são mais difíceis
de serem reconhecidas porque o sangue se
É o tipo de sangramento exterior ao
acumula nas cavidades do corpo, tais como:
corpo, ou seja, que é facilmente visível. Pode
estômago, pulmões, bexiga, cavidades craniana,
ocorrer em camadas superficiais da pele por corte
torácica, abdominal e etc.
ou perfurações, ou mesmo atingindo áreas mais
profundas através de aberturas ou orifícios
Sinais e Sintomas gerados por traumas. Pode ser contida,
utilizando-se de técnicas de primeiros socorros.
 Fraqueza;
No capítulo origem da hemorragia, você poderá
 Sede; ver as características da hemorragia externa.

 Frio;
 Ansiedade ou indiferença. Atendimento
 Alteração do nível de consciência ou
inconsciência;  Mantenha a região que sangra em posição
 Agressividade ou passividade; mais elevada que o resto do corpo;

 Tremores e arrepios do corpo;  Use uma compressa ou um pano limpo sobre


o ferimento, pressionando-o com firmeza, a
 Pulso rápido e fraco; fim de estancar o sangramento;
 Respiração rápida e artificial;  Comprima com os dedos ou com a mão os
 Pele pálida, fria e úmida; pontos de pressão (figura), onde os vasos
são mais superficiais, caso continue o
 Sudorese; sangramento;
 Pupilas dilatadas.  Dobre o joelho - se o ferimento for na perna;
o cotovelo - se no antebraço, tendo o
cuidado de colocar por dentro da parte
Se houver perda de sangue pela boca, dobrada, bem junto da articulação, um
nariz e ouvido, existe suspeita de uma chumaço de pano, algodão ou papel;
hemorragia no cérebro.  Evite o estado de choque;

Se a vítima apresentar escarros  Remova imediatamente a vítima para o


sanguinolentos, provavelmente a hemorragia será hospital mais próximo.
no pulmão; se vomitar sangue será no estômago;
se evacuar sangue, será nos intestinos (úlceras
profundas); e se houver perda de sangue pela
vagina, poderá estar ocorrendo um processo
abortivo.

Normalmente, estas hemorragias se dão


(se não forem por doenças especiais) logo após

56

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 10

Figura 24. Pontos de compressão

Figura 25. Tipos de Hemorragia

57

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 10

ANOTAÇÕES

58

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 10

CHOQUE

O choque é uma síndrome caracterizada por sistêmica está tipicamente aumentada na


insuficiência circulatória aguda com má tentativa de compensar a diminuição do DC e
distribuição generalizada do fluxo sanguíneo, que manter a perfusão nos órgãos-vitais. Pode ser
implica falência de oferta e/ou utilização do dividido em quatro classes com base na
oxigênio nos tecidos, o que leva à hipóxia tissular. gravidade da perda volêmica. Exemplos:
Nem todos os danos teciduais advêm da hipóxia, desidratação, hemorragia, sequestro de
mas podem decorrer da baixa oferta de líquidos.
nutrientes, reduzida depuração de substâncias
tóxicas, maior afluxo de substâncias nocivas aos  Obstrutivo: ocorre em consequência de uma
tecidos, ativação de mecanismos agressores e obstrução mecânica ao débito cardíaco, o que
redução de defesas do hospedeiro. ocasiona hipoperfusão tecidual. Causas
comuns são: tamponamento cardíaco,
Faz parte da via final, comum em inúmeras tromboembolismo pulmonar e pneumotórax
doenças fatais, contribuindo, portanto, para hipertensivo.
milhões de mortes em todo o mundo. É
fundamental o seu reconhecimento precoce para  Cardiogênico: é consequência da falência
correção das disfunções por ele provocadas e primária da bomba cardíaca, que resulta na
sua causa de base, pois quanto mais precoce o diminuição do débito cardíaco. Decorre de
tratamento, melhor o prognóstico para o doente. interferências sobre o inotropismo e/ou
cronotropismo cardíacos. Causas: infarto do
Os estados de choque podem ser miocárdio, arritmias, miocardite, entre outras.
classificados em: hipovolêmico, obstrutivo,
cardiogênico e distributivo.  Distributivo: caracterizado por inadequação
entre a demanda tecidual e a oferta de
 Hipovolêmico: caracterizado por baixo oxigênio por uma alteração no fluxo
volume intravascular ou baixo volume relativo sanguíneo. Dessa forma, temos tecidos com
à sua capacitância, o que determina fluxo sanguíneo elevado em relação à
hipovolemia absoluta ou relativa. O volume necessidade e outros com fluxo sanguíneo
contido no compartimento intravascular é elevado em termos numéricos, mas
inadequado para perfusão tecidual. Há insuficiente para atender às necessidades
diminuição na pré-carga e diminuição do metabólicas2, como ocorre no choque séptico,
débito cardíaco (DC). A resistência vascular anafilaxia e choque neurogênico.

ANOTAÇÕES

Tabela 10. Classificação do Choque

60

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 11

HIPOVOLEMICO

Desidratação (diarréia, vômitos, poliúria, queimaduras extensas, febre)

Hemorragia (politraumatizados, ferimentos com arma de fogo ou arma branca)

Sequestro de líquidos (pancreatite, peritonite, colite, pleurite)

Drenagem de grandes volumes de transudatos (ascite, hidrotórax)

OBSTRUTIVO

Coarctação da aorta

Embolia pulmonar

Pneumotórax hipertensivo

Tamponamento cardíaco

CARDIOGÊNICO

Aneurisma ventricular

Arritmias

Defeitos mecânicos

Disfunção miocárdica da sepse

Disfunção de condução

Falência ventricular esquerda

Infarto agudo do miocárdio

Lesões valvares

Miocardite e cardiomiopatias

DISTRIBUTIVO

ANAFILAXIA

CHOQUE SÉPTICO

CHOQUE NEUROGÊNICO (trauma raquimedular, traumatismo craniano)

60

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 11

ANOTAÇÕES

61

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 11

QUEIMADURAS

As queimaduras são feridas traumáticas As queimaduras de 1º grau (queimadura


causadas, na maioria das vezes, por agentes solar) são dolorosas, duram de 48 a 72 horas
térmicos, químicos, elétricos ou radioativos sem comprometimento hemodinâmico. Não
(Tabela 3). Atuam nos tecidos de revestimento do justificam internamentos. As queimaduras de 2º
corpo humano, determinando destruição parcial grau podem ser superficiais ou profundas
ou total da pele e seus anexos, podendo atingir conforme atinjam apenas a epiderme e o terço
camadas mais profundas como tecido celular superior da derme, evoluindo geralmente de
subcutâneo, músculos, tendões e ossos. forma benigna, com formação de bolhas
(flictenas) dolorosas e resolução em torno de 14
As queimaduras são classificadas de dias. Quando acomete a parte profunda derme,
acordo com a extensão da superfície corpórea embora haja preservação dos folículos pilosos e
queimada, calculada em porcentagem da área glândulas sudoríparas, gera uma expectativa de
total queimada (ATSQ). reepitelização que é prolongada tornando
precário o resultado estético.
Além da área queimada, deve-se
observar a profundidade das queimaduras, que
podem ser de primeiro, segundo ou terceiro grau.

Figura 7. Queimadura Solar

Na queimadura de 3º grau, a pele é cirúrgica para aproximação das bordas das


geralmente destruída (epiderme e derme), com feridas ou de enxertia cutânea. Casos ocorrem
danos profundos, levando a alteração em que a queimadura, além da derme e
hemodinâmica na dependência da Área Total de epiderme, atinge o fáscia, músculos, tendões,
Superfície Corporal Queimada (ATSQ), articulações, ossos, cavidades, são gravíssimas e
necessitando tratamento com intervenção podem receber denominação de 4º grau.

64

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

Tabela 3 - Classificação das Queimaduras

Profundidade Primeiro Grau Segundo Grau Terceiro Grau Quarto Grau

Espessura Superficial e profunda Profunda Profunda


superficial

Afeta epiderme e Indolor Carbonização


Queimadura Solar derme, com bolhas ou
Características flictenas

Base da bolha rósea, Placa Característica de


Afeta somente a úmida e dolorosa esbranquiçada ou queimadura elétrica
epiderme sem (superficial) enegrecida
causar bolhas

Base da bolha branca,


Vermelhidão, dor,
seca e indolor Necessitam de
edema (profunda) enxerto de pele

Descamam 4-6
dias Não reepiteliza

65

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

Figura 8. Classificação das queimaduras

66

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

Várias classificações existem para o calculo da Área Total de Superfície Corporal Queimada (ATSQ),
entretanto, a Regra dos Nove de Wallace (Figura 9), a soma aritmética das áreas queima- das é a que tem
mais aceitação e é a mais empregada:

Figura 9. Calculo da área queimada

67

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

PRIMEIROS SOCORROS E CUIDADOS

Primeiro socorro:
Não passe nenhuma pomada no local
Em caso de acidente envolvendo atingido. A pele fica extremamente sensível após
queimaduras, o primeiro cuidado é extinguir a uma queimadura e as pomadas, ainda que
fonte de calor, ou seja, impedir que permaneça o adquiridas em farmácias, machucam ainda mais
contato do corpo com o fogo, líquidos e as células cutâneas e podem irritar a pele e gerar
superfícies aquecidas, entre outras causas do infecções.
acidente.
Não tente estourar as bolhas (flictenas)
Em seguida, procure lavar o local atingido provocadas pela queimadura. Elas se manifestam
com água corrente em temperatura ambiente, de nas queimaduras de segundo grau e devem ser
preferência por tempo suficiente até que a área manuseadas apenas por um profissional
queimada seja resfriada. especializado. Ou seja, não devem ser rompidas,
estouradas ou mesmo esvaziadas com uma
Também é importante buscar o auxílio de agulha.
um profissional de saúde no posto de
atendimento mais próximo do local do acidente, Ao retirar esse curativo natural em casa,
para que sejam tomadas as providências o ferimento estará exposto a instrumentos
necessárias para o sucesso da recuperação e possivelmente contaminados e pode
também para evitar o agravamento da lesão. infeccionar.Se houver necessidade de cobrir o
ferimento a caminho do serviço de Saúde, o
Se não houver Posto de Saúde nas indicado é envolvê-lo num pedaço de pano limpo.
proximidades, deve-se acionar os serviços de
socorro do SAMU e do Corpo de Bombeiros ou Tecidos ou materiais que grudam no
procurar uma Emergência hospitalar. ferimento, como o algodão, devem ser evitados.

Os contatos pra ligação gratuita são: O paciente queimado não deve retirar a
SAMU 192 e BOMBEIROS 193. roupa que estiver usando, ainda que houver sido
atingida pelo fogo.

O ideal é molhar a vestimenta e


Cuidados: permanecer assim até a chegada ao pronto-
socorro, para evitar que as bolhas estourem e
Não passe no local atingido nenhum que a pele seja arrancada.
produto ou receita caseira. Qualquer substância
que seja passada sobre a pele queimada vai Outro cuidado é retirar acessórios, como
irritá-la. Há também o alto risco de infecção por pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente
bactérias, fungos e vírus presentes nesses após uma queimadura e esses objetos podem
produtos, já que a barreira natural do organismo – ficar presos.
a pele – está danificada.
.

ANOTAÇÕES

68

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

ANOTAÇÕES

69

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 12

EPILEPSIA

Epilepsia é uma doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e caracterizada pela
recorrência de crises epilépticas não provocadas. Esta condição tem consequências neurobiológicas,
cognitivas, psicológicas e sociais e prejudica diretamente a qualidade de vida do indivíduo afetado.

De forma prática, as epilepsias podem ser classificadas segundo dois grandes eixos: topográfico e
etiológico. No eixo topográfico, as epilepsias são separadas em generalizadas e focais. As generalizadas
manifestam-se por crises epilépticas cujo início envolve ambos os hemisférios simultaneamente. Em geral,
são geneticamente determinadas e acompanhadas de alteração da consciência; quando presentes, as
manifestações motoras são sempre bilaterais. Crises de ausência, crises mioclônicas e crises tônico-
clônicas generalizadas (TCG) são seus principais exemplos.

Casos Especiais adesão ao tratamento). A EMJ requer tratamento


por toda a vida, pois o índice de recorrência de
crises após a retirada de fármacos é superior a
Recomenda-se individualizar o tratamento
90% (9).
de acordo com as necessidades específicas dos
grupos, conforme o que segue.

Doentes Psiquiátricos

Crianças e Adolescentes Depressão e ansiedade são


frequentemente subdiagnosticados em pacientes
epilépticos, especialmente nos refratários. Nestes
Crianças e adolescentes frequentemente
pacientes, é seguro utilizar tanto medicamentos
sofrem o estresse não apenas das crises, mas
inibidores da recaptação sináptica da serotonina
também das limitações impostas pela doença às
como ansiolíticos. Deve se evitar o tratamento da
suas atividades de lazer e pelos efeitos adversos
epilepsia com fenitoína e fenobarbital, que podem
de fármacos antiepilépticos. A epilepsia
induzir transtornos afetivos, e preferir a
mioclônica juvenil (EMJ) inicia na adolescência e
lamotrigina, que pode ter efeito estabilizador do
é relativamente fácil de controlar desde que
humor.
sejam evitados fatores precipitantes de crises
(como privação de sono, ingestão álcool e má

ANOTAÇÕES:

71

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP.13

QUADRO CONVULSIVO

Convulsão é a contratura involuntária da musculatura, que provoca movimentos desordenados.


Geralmente é acompanhada pela perda da consciência. As convulsões acontecem quando há uma
excitação da camada externa do cérebro.

As convulsões podem ocorrer como eventos isolados, como quando são induzidas por febre alta,
abstinência de álcool ou drogas.

A convulsão febril é o distúrbio convulsivo mais comum na infância. Isso acontece devido à rápida
elevação da febre. Acomete de 2 a 5% das crianças até cinco anos de idade. Normalmente não deixa
sequelas, raramente ocorre mais de três vezes e desaparecem após os cinco anos de idade.

A crise convulsiva é generalizada quando há movimentos de braços e pernas, desvio dos olhos e
liberação dos esfíncteres associada à perda da consciência.

É denominada focal simples, quando as contrações acontecem em um membro do corpo (braço ou


perna) e não fazem com que a pessoa perca a consciência. Se houver perda da consciência associada à
contração de apenas um membro, dá-se o nome de "focal complexa".

As convulsões generalizadas podem ser O que fazer em uma convulsão?


subdivididas em:
 Vire o indivíduo de lado para evitar que ele se
 De ausência: geralmente ocorrem em engasgue, porque durante uma convulsão a
crianças. Como o nome implica, a pessoa fica pessoa saliva muito;
ausente do mundo consciente por um breve
período.  Não tentar colocar nada e nem abrir a boca do
indivíduo;
 Clônicas: causam convulsões ou movimentos
involuntários em ambos os lados do corpo.  Colocar uma almofada sob a cabeça;

 Mioclônicas: envolvem o movimento  Afrouxar as roupas apertadas;


involuntário parte superior do corpo e dos
membros.  Afastar objetos que possam machucar a
pessoas que está tendo convulsão;
 Tônicas: resultam na contração súbita dos
músculos. Essas convulsões são mais comuns  Não tentar segurar a pessoa durante o
durante o sono. episódio de convulsão, deixar que a convulsão
termine;
 Atônicas: envolvem a perda do controle
muscular, fazendo a pessoa desmaiar ou cair.  Fique com a pessoa até que a convulsão
termine e tenha paciência enquanto ela se
 Tônico-clônicas: envolvem uma combinação recupera;
dos sintomas das convulsões tônicas e
clônicas.  Após o fim da crise convulsiva colocar a vítima
na posição de sims (Evita que a mesma possa
aspirar secreções ou vômitos) ver Figura 27.

72

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP.13

Figura 26. Conduta na crise convulsiva

73

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP.13

Figura 27. Posição de Sims

ANOTAÇÕES

74

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP.13

INTOXICAÇÃO

É um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por


desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo. Processo é evidenciado
por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais.

Intoxicação exógena ou envenenamento: 4. Agentes:

Grupos de Classificação utilizada pelo


Cientificamente os dois termos significam
Sistema Nacional de Informações Tóxico-
a mesma coisa: é o resultado da contaminação
farmacológicas (SINITOX):
de um ser vivo por uma substância química,
excluindo as reações imunológicas, como
Medicamentos, agrotóxicos
alergias, e infecções. Para que ocorra um
(Agrícola/Doméstico), produtos veterinários,
envenenamento são necessários três fatores:
raticidas, domissanitários, cosméticos, produtos
substância, vítima em potencial e situação
químicos industriais, metais, drogas de abuso,
desfavorável.
plantas, alimentos, serpentes, aranhas,
escorpiões, outros animais peçonhentos, animais
não peçonhentos e outros agentes. Apesar da
1. Veneno:
grande variedade de agentes tóxicos, alguns
grupos são responsáveis pela maioria dos casos.
É toda substância que incorporada ao
organismo vivo, por sua natureza, sem atuar
Historicamente, em todo o mundo, os
mecanicamente e em determinadas
medicamentos são as substâncias mais
concentrações, produz alterações transitórias ou
envolvidas em intoxicações(25%). No Brasil,
definitivas da físico-química Celular incompatíveis
segundo o SINITOX, os acidentes por animais
com a saúde ou com a vida.
peçonhentos ocupam o 2º lugar em número de
casos (20%), seguidos dos raticidas, agrotóxicos
e produtos químicos em geral. Menos frequentes
2. Toxicidade: são os registros de intoxicações por plantas,
drogas de abuso, cosméticos e produtos
Capacidade que uma substância tem de veterinários.
produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
Fatores que interferem na toxicidade: dose, via de Apesar desta distribuição, alguns agentes
contato, distribuição no tempo, fatores relativos às tóxicos merecem destaque, seja por suas
substâncias (composição química, quantidade e características toxicológicas ou principalmente
concentração, duração de exposição, pelo potencial de causar lesões graves,
solubilidade, estado de dispersão, etc) e fatores irreversíveis ou mesmo o óbito. São exemplos: os
relativos ao organismo (idade, sexo, gravidez, raticidas clandestinos, os gases tóxicos, as
idiossincrasia, hábito, tolerância, etc.). substâncias cáusticas, os derivados de petróleo,
as múltiplas picadas por abelhas e vespas, dentre
outras. O maior número de óbitos tem sido
3. Grupos de alto risco: causado pelos agrotóxicos, raticidas,
medicamentos e animais peçonhentos.
Crianças menores de 05 anos, idosos,
alguns trabalhadores, deficientes e doentes
mentais, analfabetos, portadores de doenças
agudas ou crônicas e os animais.

76

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Etiologia das intoxicações: Atendimento

Em primeiro lugar, a preocupação deve


 Acidental: medicamentos em crianças.
ser com a Manutenção das Funções Vitais,
Animais peçonhentos em adultos; proceder as técnicas do Suporte Básico de Vida,
tendo em vista a estabilização do paciente:
 Iatrogênica: alergias, superdosagem -AAS,
xaropes;
 A desobstrução de vias aéreas, aspiração de
 Ocupacional: animais peçonhentos, secreções, retirada de corpos estranhos,
agrotóxicos, produtos industriais; traqueostomia e outras medidas se
necessárias.
 Suicida: medicamentos, agrotóxicos, raticidas;
 Manutenção da respiração
 Violência: homicídios e maus tratos;
 Manutenção da circulação sanguínea
 Endêmica: água, ar e alimentos: metais,
poeiras, resíduos;  Tratamento sintomático e específico

 Social: Toxicomanias: tabaco, álcool,


maconha, cocaína, crack; Intoxicação por Gases
 Genética: falhas genéticas, déficits
Tais intoxicações são comuns em
enzimáticos;
acidentes com crianças menores de cinco anos e
 Esportivas: doping; em tentativas de suicídio (hipocloritos, água de
lavadeira, soda cáustica, removedores),
 Ambiental: gases e vapores industriais, produzem lesões na boca, língua, esôfago e
transporte de cargas químicas, contaminações estômago.

Atendimento
A utilização crescente e abusiva de
substâncias químicas não acompanhadas de  Não provoque vômito se ingerido;
precauções e cuidados necessários vem
 Se o produto atingiu regiões de mucosa mais
causando sérios problemas de saúde às pessoas
expostas, usuários desses produtos, na zona sensível, lave cuidadosamente com água
rural, rodovias, no ambiente doméstico, nas corrente;
escolas, nos locais de trabalho, configurando um
 Se a criança ou outra pessoa manipulou o
alto risco para a saúde.
produto, deve-se lavar as mãos e dedos para
A Toxicologia é a "ciência dos efeitos prevenir contato com outras regiões (olhos,
adversos de substâncias químicas sobre os por exemplo);
organismos vivos" (Godmam & Gilman) ou ainda
"a ciência que define os limites de segurança dos  Requerem ação rápida para evitar as
agentes químicos, entendendo-se como complicações agudas;
segurança a probabilidade de uma substância
não produzir danos em condições específicas"  A endoscopia precoce é de crucial importância
(Casarett). Paracelsus (1493-1541) já dizia "todas para avaliar a extensão da lesão, sendo um
as substâncias são venenos, não há nenhuma método seguro para definição de condutas e
que não o seja. A dose correta determina o prognóstico (procedimento especializado).
remédio e o veneno". Doses gradativas de uma
droga dada a um indivíduo geralmente provocam
magnitude de resposta aumentada à medida que
as doses são elevadas.

76

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Intoxicação por Metais  Intoxicação crônica: distúrbios
comportamentais como irritabilidade,
As intoxicações agudas por metais ansiedade, alteração do sono e da atenção,
(chumbo, por exemplo) apresentam sintomas depressão, cefaleia (dor de cabeça), fadiga
gastrointestinais mais significativos, além de (cansaço), parestesia (formigamentos), etc
mialgia generalizada, encefalopatia. São
geralmente acidentes de trabalho pela utilização
de pigmentos em cerâmicas, tinturas de cabelo
(não utilizadas mais), compostos adicionados à Atendimento
gasolina, baterias, certos tipos de solda. São
encontradas também intoxicações por arsênico, Intoxicação cutânea (pele):
mercúrio e fósforo.
 Retirar as roupas sujas e colocá-las em
saco plástico;
Atendimento
 Lavar bem a pele contaminada com água
 Avaliação rigorosa dos sinais e sintomas; corrente e sabão por, no mínimo, 10
minutos;
 Hidratação adequada;
 Não esquecer de lavar cabelos, axilas,
 Podem ser realizados exames virilhas, barba e dobras do corpo;
complementares de dosagem do metal
sérico ou urina (procedimento  No caso de contaminação nos olhos lavar
especializado). bem com água corrente por 15 minutos.

Intoxicação por Plantas Intoxicação inalatória (pela respiração):

 Remover a vítima para local fresco e


A intoxicação aguda por plantas, embora ventilado;
de incidência universal, sua distribuição e
intensidade assumem aspectos regionais, quase  Afrouxar as roupas;
sempre por ingestão acidental de uma planta ou
de alguma de suas partes que é tóxica. Muitas  Fazer respiração boca a boca se houver
vezes, a criança ingere ou manuseia uma planta dificuldade respiratória.
tóxica levada por sua natural curiosidade e pelas
suas características psicológicas de explorar o
ambiente, também pelo desconhecimento do
perigo de certas espécies. Intoxicação Oral:

 Ler o rótulo do produto para ver se é


Intoxicação por Agrotóxicos recomendado provocar vômito;
 Não provocar vômito em pessoas
Agrotóxicos são produtos químicos utilizados para desmaiadas, durante convulsões ou em
combater pragas. Também são chamados de crianças menores de 3 anos;
praguicidas, pesticidas, defensivos agrícolas,
agroquímicos ou biocidas.  Quando recomendado, provocar vômito
baixando bem a cabeça do intoxicado e
pressionando a base da língua com o
Sinais e Sintomas cabo de uma colher ou objeto similar;
 Intoxicação aguda: náuseas, tonturas,  Não fazer com que o intoxicado beba leite
vômitos, desorientação, dificuldade ou álcool.
respiratória, sudorese e salivação excessiva,
diarreia, chegando até coma e morte.

77

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

EXPOSIÇÃO A ANIMAIS PEÇONHENTOS

Chamamos de peçonhentos todos os animais que possuem veneno e que podem inoculá-lo,
prejudicando a saúde do homem.

Entre os animais peçonhentos mais perigosos estão às serpentes. Veja na ilustração ao lado onde
as picadas de atingem as partes do corpo localizadas abaixo dos joelhos e 19% atingem mãos e
antebraços.

ACIDENTES COM SERPENTES

As serpentes peçonhentas são responsáveis por muitos acidentes em nosso pais. Podem, de
acordo com a quantidade de veneno introduzido, matar ou incapacitar o acidentado, quando não socorrido
em tempo hábil e tratado de forma correta com a aplicação dos soros apropriados. As vítimas mais comuns
são trabalhadores rurais. Veja a seguir os tipos de serpentes e como vivem. Assim você poderá evitar
acidentes.

Jararacas (gênero Bothrops)  Pode haver sangramento no local, e outras


partes do corpo, como nas gengivas,
São as serpentes responsáveis por cerca ferimentos recentes e na gengiva;
de 90% dos acidentes ofídicos registrados no
 Complicações como infecção e necrose (morte
país. 'Também conhecidas por "jararacuçu",
"urutu", "jararaca do rabo branco", "cotiara", do tecido) no local picado;
"caicaca", surucucurana", "patrona", "jararaca-  Nos casos mais graves os rins podem para de
pintada", "prcguicosa" e outros.
funcionar.

Características:
Tipo de Soro:
Coloração cariada com padrão de desenhos em
um “V” invertido. Corpo fino e medindo Antibotrópico ou antibotrópico-laquético
aproximadamente um metro de cumprimento.
Possui fosseta lateral (orifício localizado entre o
olho e a narina). A cauda é lisa e afilada.
ANOTAÇÕES:

Habitat:

É Encontrada principalmente nas zonas rurais e


periferia de grandes cidades, em lugares úmidos
e em que haja roedores (paióis, celeiros, deposito
de lenhas, etc.).

Sintomas após picada:

 Dor;
 Edema;
 Manchas rosadas na região da picada;

78

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Sucurucucu (gênero Lachesis)  A vítima apresenta visão borrada ou
dupla, pálpebras caídas e aspecto
sonolento;
Responsável por cerca de 1,5% dos
acidentes ofídicos registrados no país.Também e  Pode haver dor muscular;
conhecida por "surucucu pico de jaca",
"surucutinga", "malha de fogo" e outros.  A urina torna-se escura depois do
acidente;
 O risco de afetar os rins nos acidentes
Características: com jararaca.

É a maior das serpentes peçonhentas das


Américas, medindo ate 3,5 m. Possui fosseta Tipo de soro:
lateral. As escamas da parte final da cauda são
arrepiadas, com ponta lisa. Anticrotálico.

Habitat: Coral (Gênero Micrurus)

Florestas densas. É responsável por cerca de 0,5% dos


acidentes ofídicos registrados no país. Também
Sintomas após a picada: conhecida por “coral verdadeira”, “ibicorá”,
Dor e inchaço no local; semelhante à picada da “boicorá”, e outros.
jararaca.
Pode haver sangramentos, vômitos, diarreia e
queda da pressão arterial. Características:
Tipo de soro: São serpentes de pequeno e médio porte, com
tamanho em torno de um metro. Não possuem
Antilaquético ou antibotrópico-laquético. fosseta lateral. Seu corpo é coberto por anéis
vermelhos, pretos, brancos ou amarelos. Na
região Amazônica existem espécies com padrão
diferente, como, por exemplo, branco e preto. É
Cascavel (gênero Crotalus) importante prestar bastante atenção nas cores da
coral. Em todo o pais existem serpentes não
Características: venosas com coloração semelhante a das corais
verdadeiras: são as falsas-corais.
Coloração: marrom-amarelada e corpo robusto,
medindo aproximadamente um metro. Possui
fosseta lateral e apresenta caracteristicamente Habitat:
chocalho ou guizo na cauda. Não tem por hábito
atacar e, quando ameaçada, começa a balançar a Vivem no solo sob folhagens, buracos, entre
cauda, emitindo o ruído do chocalho ou guizo. raízes de árvores, ambientes florestais e próximo
de água.

Habitat:
Sintomas após a picada:
Campos abertos, áreas secas, arenosas ou
pedregosas. Encontrada em algumas plantações,  Sem alterações importantes no local da
como café e cana. picada;
 Visão borrada ou dupla;
Sintomas após a picada:  Pálpebras caídas e aspecto sonolento;
 No local quase não ha alterações;  Pode haver aumento na salivação;
 Insuficiência respiratória.

79

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Tipo de soro:  Evite que o acidentado beba querosene, álcool
e outras substancias tóxicas que, além de não
Antilapídico. neutralizarem a ação do veneno, podem
causar intoxicação;
Atendimento em caso de exposição  Mantenha o acidentado deitado, em repouso,
com a parte atingida em posição mais
 Não amarre o braço ou perna acidentada. O
elevada,evitando que ele ande ou corra;
torniquete, ou garrote dificulta a circulação do
sangue, podendo produzir necrose  Reire anéis, pulseiras ou qualquer outro objeto
(escurecimento do tecido morto) ou gangrena que possa impedir a circulação do sangue;
(ausência de circulação) e não impede que o
veneno seja absorvido;  Leve imediatamente o acidentado ao serviço
de saúde , para que ele receba soro e
 Não se deve cortar o local da picada. Alguns atendimento adequados;
venenos podem provocar hemorragia e o corte
aumentará a perda de sangue;  Soro, quando indicado, deve Sr aplicado o
mais breve possível e em quantidade
 Não adianta chupar o local da picada. É suficiente, por profissional habilitado. Deve ser
impossível reirar o veneno do corpo, pois ele especifico para a serpente que o picou: Ex.: o
entra imediatamente na corrente sanguínea. A soro antibotrópico para picadas de jararaca
sucção pode piorar as condições do local não é eficaz para picadas de cascavel (deve
atingido; ser o soro anticrotálico) ou de coral (soro
antielapídico).
 Não coloque folhas, querosene, pó de café,
terra, fezes e outras substâncias no local da
picada, pois elas não impedem que o veneno
vá para o sangue. Ao contrário, podem
provocar uma infecção, assim como os cortes;

1. Jararaca 2. Surucucu 3.Cascavel

ANOTAÇÕES:

80

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

ACIDENTES COM ARANHAS

Além das serpentes, é muito importante prestar atenção a outros animais peçonhentos como
aranhas, escorpião, taturanas, abelhas, vespas e formigas.

Aranha Armadeira (gênero Phoeutria) Não são aranhas agressivas, picando apenas
quando comprimidas contra o corpo.
Características:

Tem o corpo coberto por pelos curtos de Habitat:


coloração marrom-acinzentada, com manchas
claras formando pares no dorso do abdômen. Constroem teias irregulares em fendas de
Podem atingir de 3 a 4 cm de corpo e até 15 cm barrancos, sob cascas de árvores, telhas, tijolos
de envergadura de pernas. Não constroem teia.
empilhados, atrás de quadros e móveis, cantos
de parede, sempre ao abrigo da luz direta. No
Habitat: interior de domicílios se refugiam em vestimentas,
causando acidentes.
Terrenos baldios. Escondem-se durante o dia em
fendas, arvores bananeiras, onde há materiais de
construção, lenha acumulada ou empilhada e,
Sintomas após a picada:
dentro de residências, principalmente em roupas
e calçados.
 Muitas vezes a picada não PE dolorosa;
 Horas após o acidente aparece
Sintomas após a picada:
vermelhidão, endurecimento e dor no
 Forte dor imediata e intensa; local;
 Pode aparecer bolhas (flictenas) e
 Edema (inchaço) discreto no local;
necrose (escurecimento);
 Sudorese profusa (suor intenso);
 Pode ocorrer febre, mal estar, cefaleia
 Náuseas e vômitos; (dor de cabeça), vermelhidão por todo o
corpo e urina escurecida.
 Agitação;
 Arritmia cardíaca e choque. Tipo de soro:

Tipo de soro: Antiaracnídico ou antiloxoscélico.

Antiaracnídico, somente utilizado se houver


manifestações graves. Viúva – Negra (gênero Latrodectus)

Características:
Aranha Marrom (gênero Loxosceles)
Geralmente são aranhas de cor preta, sem pelos
Características: evidentes, de aspecto liso, sem pelos evidentes,
Têm como revestidos os pêlos curtos e sedosos de aspecto liso, com ou sem manchas vermelhas
de cor marrom-esverdeada, com desenho claro no abdômen, que é bastante redondo. Algumas
em forma de violino ou estrela. Podem atingir 1 espécies tem coloração marrom. No ventre há
cm de corpo e 3 cm de envergadura de pernas. uma mancha avermelhada em forma de
ampulheta.

81

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Habitat:

Vivem em teias irregulares, que constroem em


vegetação rasteira, arbustos e barracos.

Sintomas após picada:

 Dor de média intensidade no local da picada;


 Complicações musculares;
 Agitação;
 Sudorese;
 Alterações circulatórias.
2. Marrom

Medidas a serem tomadas em caso de


acidente:

Compressas quentes e anestesia local para alivio


da dor são suficientes na grande maioria dos
casos. No caso de acidentes com viúva-negra,
não há soro disponível no Brasil – o acidentado
deve ser hospitalizado para controle das
alterações.

3. Viúva-Negra

1. Armadeira

ANOTAÇÕES:

82

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

ACIDENTES COM ESCORPIÕES

Escorpião (gênero Tityus) Escorpião Preto ou Marrom (espécie Tityus


bahiensis)

Características:
Características:
Apresentam tronco e cauda. Possuem “mãos” em Possuem cor marrom-avermelhada escura. Os
forma de pinas (pedipalpos), quatro pares de palpos e as pernas têm manchas escuras
pernas, e a cauda é formada por cinco contrastantes. No quarto segmento da cauda não
segmentos, sendo que no final deles se encontra existe serrilha.
o telson, contendo bolsas de veneno e o ferrão
(agulhão).
Escorpião Amarelo (espécie Tityus
stigmurus)
Habitat:

Características:
Escondem-se durante o dia sob pedras, troncos,
entulho, pilhas de telhas ou tijolos, sepulturas,
É semelhante ao Tityus serrulatus, com relação
etc.
ao tamanho, colorido em geral e hábitos.
Distingue-se por apresentar um triângulo negro
na cabeça, seguido de uma faixa de manchas
Sintomas após picada:
escuras sob os segmentos do tronco. O quarto
segmento da cauda apresenta apenas 1 ou 2
 Dor imediata e, muitas vezes intensa;
dentinhos.
 Sensação de ardor;
 Nos casos graves pode haver sudorese
Atendimento em caso de acidente
intensa, enjoos, vômitos, agitação,
batimento cardíaco acelerado (arritmia) e
Mantenha a vítima calma
choque.

 Não espremer nem sugue o local da


picada;
Escorpião Amarelo (espécie Tityus serrulatus)
 Lave o local com água e sabão;
Características:  Procurar o serviço de emergência;
 Se há condições de segurança, levar o
Apresenta colorido amarelo-claro. O tronco ,
escorpião (vivo ou morto) ao serviço de
dedos e parte final do ultimo seguimento da
atendimento de emergência (assim será
cauda são escuros. O nome da espécie refere-se
mais fácil descobrir o soro adequado para
a uma serrilha de 3 a 5 dentes que eles possuem
tratar a vítima).
no quarto segmento da cauda.

83

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

1. Tityus serrulatus

2. Tityus babiensis

3. Tityus stigmurus

84

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

ACIDENTES COM ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS

As abelhas, vespas, formigas e os marimbondos são bastante conhecidos e úteis na polinização, na


produção de mel e de outros produtos. São considerados também controladores biológicos, pois parasitam
outros insetos.

O maior problema ligado a esses insetos são as ferroadas, ou mordidas que acontecem quando
molestados. Os acidentes ocorrem devido à presença de um agulhão com glândula de veneno que,
introduzido na pele, libera a substância tóxica.

Abelhas e Mamangavas Vespas , Marimbondos (gênero Pepsis,


Polystes) ou Cabas (gênero Synoeca).
As abelhas Apsis são insetos sociais de
pequeno porte, com 1,5 cm em média , que vive Possuem coloração escura com manchas
em colmeias. Alguns grupos são solitários. amareladas ou vermelhas. Diferem das abelhas
Possuem colorido escuro às vezes listrado, com principalmente por apresentarem um
pelos ramificados ou plumosos, principalmente na estreitamento entre o tórax e o abdômen,
região da cabeça e do tórax. Seu ferrão localiza- formando uma cintura. Ao contrario das abelhas,
se na extremidade do corpo e pica na pele da não deixam o ferrão na pele da pessoa
pessoa acidentada. As abelhas africanas, acidentada. As vespas e marimbondos são
cruzadas com abelhas europeias, são as encontrados em todo o território na nacional.
responsáveis pela origem das chamadas abelhas
africanizadas, que hoje dominam toda a América
do Sul, a América Central e parte da América do
Norte. São encontradas em todo o território
nacional.

1. Apsis 2. Mamangava 3. Vespa


Figura 29. Abelhas e vespa

ANOTAÇÕES

85

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

Formigas-de-fogo (gênero Solenopsis) Saúva (gênero Atta)

São insetos agressivos que atacam em Acarretam grandes prejuízos á lavoura.


grande número se o formigueiro for perfurado Podem produzir cortes na pele humana com as
suas mandíbulas potentes. São encontradas em
todo o Brasil.
Formigas Tocandira (gênero Paraponera),
Cabo-Verde ou Vinte-e-Quatro-Horas

De cor negra, são capazes de atingir 3


cm de comprimento, sendo encontradas nas
regiões Norte e Centro Oeste.

1. Solenopsis 2. Praponera 3. Atta


Figura 28. Aranhas

Sintomas após as ferroadas intensa e, eventualmente, reações


generalizadas (sistêmicas), como calafrios,
 Na maioria das vítimas ocorre apenas dor; sudorese e taquicardia.

 Edema;

 Vermelhidão; Atendimento
 Prurido (coceira);
Após a picada, devem ser feitas
 Pode haver reações alérgicas graves, compressas frias no local. Pode ser necessária a
obstrução das vias aéreas e choque aplicação de outros medicamentos e, nos mais
anafilático, levando a pessoa à morte com graves, cuidados de terapia intensiva. Por isso é
apenas uma ferroada; necessário encaminhamento a um serviço
médico. Nas ferroadas das abelhas, a remoção
 Em acidente por múltiplas ferroadas, em geral, do ferrão deve ser feita com uma lamina
acima de cem, desenvolve-se um quadro esterilizada rente à pele, para evitar que haja
tóxico generalizado denominado de síndrome compressão da glândula de veneno contida no
de envenenamento com taquicardia, ferrão. Não utilizar pinças.
hipertensão, distúrbios de coagulação. A
formiga tocandira, podem ocasionar dor

86

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

ANOTAÇÕES

87

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

EXTRA

AMBÚ KED

COLAR CERVICAL PRANCHA RIGIDA

88

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros CAP. 14

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de primeiros socorros. Núcleo de biossegurança. Fundação Osvaldo Cruz. Ministério da Saúde.

Internet:

HTTPS://www.fiocruz.br/biossegurança/bis/manuais
HTTPS://www.saudegeia.com.br

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros REFER.
DIREÇÃO GERAL
Pollyanna Brasil

DIREÇÃO DE MARKETING
Daniel Adorno

DIREÇÃO FINANCEIRA
Juarez Júnior

COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO MÓDULO


Joseilton Grilo

SE7E EIXO
CURSOS PROFISSIONALIZANTES Prep. para o Merc. de Trab. - I Noções de Primeiros Socorros

Das könnte Ihnen auch gefallen