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FOCUSRITE
CLARETT 8PREX
Interface briga de igual para igual com
equipamentos bem mais caros
MIXAGEM S
E M S E G REDO
S 1)
(PARTE 1 A
I A J A N D O PEL
V
HISTÓRIA
SOM AO VIVO
Cinco coisas que você precisa saber
quando trabalha com uma banda
Iluminando: Análise de cena e técnicas de iluminação na sétima arte áudio música e tecnologia | 1
2 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 1
issn 1414-2821
editoRial
Áudio Música & tecnologia
ano xxviii – nº 295/abril de 2016
Fundador: sólon do valle
Por dentro da
Direção geral: lucinda diniz -
lucinda@musitec.com.br
Edição jornalística: Marcio teixeira
magia do produto
Consultoria de PA: Carlos Pedruzzi
44 Desafiando a Lógica
Joias escondidas no logic (Parte 2)
14 Em Tempo Real
Kadu Melo
Compressor – Convertendo múltiplos
arquivos numa tacada só
Marcio teixeira andré Paixão
18 Notícias do Front
Cinco coisas que você precisa saber quando 64 Lugar da Verdade
afinal, de quantos efeitos uma mix
trabalha com uma banda realmente precisa?
Renato Muñoz enrico de Paoli
22 Plug-ins
nx – virtual Mix Room over Headphones
Proposta da Waves para mixagem com fones seções
Cristiano Moura
editorial 2 notícias de mercado 6
novos produtos 10 índice de anunciantes 63
52
capa
luz, Hermanos! – Maná cai na 58
estrada com rider Clay Paky
por Rodrigo sabatinelli
iluminando
análise da cena e das técnicas
de iluminação na sétima arte
por Rodrigo Horse
PRodutos .................................. 48
eM FoCo .................................... 50
NOTÍCIAS de MeRCado
divulgação
PRÊMio de teCnologia e inovaÇÃo
A Polycom reconheceu seus principais parceiros com seu Prêmio Círculo de
Excelência 2015 durante o TEAM Polycom 2016, conferência da empresa rea-
lizada em janeiro em Nashville, Tennessee. Os homenageados se destacaram
na incorporação de soluções e serviços de valor agregado que criam valor
duradouro aos clientes. E a Shure Incorporated, fabricante de microfones e
aparelhos de áudio, foi nomeada ganhadora do Prêmio Anual Polycom Parceiro
de Tecnologia de Inovação.
“Nós valorizamos muito nossa parceria com a Polycom, e estamos muito or-
gulhosos por termos conquistado este prêmio”, disse Chad Wiggins, diretor de
categoria da Shure, empresa que é parte da Rede de Parceria da Polycom, que
conta com 7 mil membros. “O prêmio reforça ainda mais esta parceria e sina-
liza aos nossos clientes que a experiência de áudio de alto nível fornecida pela
Microflex Wireless pode se integrar totalmente com a infraestrutura Polycom
UC&C.” Já Chris Jones, parceiro mundial da Polycom Américas, Vendas e Orga- Tim O’Neil (à esquerda), diretor da
nização, destacou que é fundamental para a Polycom ter um parceiro como a Polycom, entrega o prêmio a Michael
Shure, “capaz de atender todas as necessidades de nossos clientes empresa- Moore, especialista de desenvolvimento de
riais com soluções inovadoras”, afirmou. mercado da Shure Incorporated
divulgação
Anaheim, CA, EUA, que Charles Bradley, um importan-
te engenheiro de som ao vivo que mixou monitores
para artistas como Annie Lennox, Shakira, Snow Pa-
trol, Robbie Williams, entre outros, utilizou recente-
mente um sistema Avid Venue S6L na recente turnê
Paper Gods, do Duran Duran. Com alta capacidade de
processamento, operação touchscreen moderna e flu-
xos de trabalho Venue já conhecidos pelos usuários, o
S6L, de acordo com Bradley, ofereceu a ele o poder e a
flexibilidade que buscava para as mixagens da banda.
Segundo o técnico, o S6L possibilitou que ele realizasse mixagens de monitores intra-auriculares, mixagens de backline e
muito mais com maior facilidade, além de ter acesso imediato a qualquer mixagem nos faders. “É realmente revigorante não
precisar pensar sobre ter saídas suficientes”, afirmou Bradley. “Sempre que alguém precisou de algo, a resposta foi sempre
sim. Poder entrar e sair diretamente do Pro Tools para o S6L e poder desmarcar alguns canais no modo ao vivo enquanto você
ainda está no modo de reprodução é algo incrível”, concluiu o técnico.
divulgação
a sua potência em 2Ω, mas disponibilizou a sua potência
nominal também em 4Ω, tornando o acerto de impedâncias
coisa do passado. Tudo isso sem afetar a sua qualidade de
áudio. Com potência Flex máxima de 3600 W em apenas 6
O design da linha JBL JS-BT é, de acordo com a fabricante, exclusivo no segmento caixas plásticas
e oferece versatilidade em quatro modelos: JS 8 BT, JS 10 BT, JS 12 BT e JS 15 BT, sendo indica-
divulgação
dos também para usuários que necessitem de um equipamento que una bom desempenho com
potência e recursos técnicos.
www.jbl.com
www.jblaudio.com.br
O nanaKey Studio conta com 25 teclas iluminadas sensíveis à velocidade. A iluminação nas teclas é útil principalmente para o modo Scale
Guide, no qual as notas recomendadas acendem para facilitar
a performance. Outra função em destaque é a Easy Scale, que
permite ao músico criar frases utilizando qualquer tecla.
www.korg.com.br
www.pridemusic.com.br
divulgação
Os elementos de potência, precisão e valor, de acordo com a Samson, foram inspira-
dores para a caixa ativa de duas vias Auro X15D. Leve e resistente, esta caixa acústica
possui 1.000 watts de potência e tecnologia R.A.M.P. própria da Samson através de um
DSP processando o áudio “full-range” em alta definição para todos os níveis de volume.
O Auro X15D é uma solução de caixa acústica versátil para músicos da estrada, DJs e
profissionais de som ao vivo. Conta com alto-falante de 15” (faixa estendida nos graves),
driver de titanium 1.34” (34mm), tecnologia DSP Samson R.A.M.P.(Reactive Alignment/
Maximum Protection), duas entradas para conectores combo XLR-1/4” com controle inde-
pendente de volume, chave seletora Mic/Line (Canal 1), volume master com indicador de pico,
EQ de três posições e presets de HFP (filtro passa-alta) e saída XLR para link com outras caixas. Compacta, é feita em material de alta re-
sistência, com grade de metal para proteção do falante e driver, duas alças grandes e ergonômicas e encaixe para suporte integrado 1 3/8”.
www.samsontech.com
www.equipo.com.br
A ideia é levar novas possibilidades para o músico que toca em bandas ou estúdio,
divulgação
colocando todo o controle do som em seus dedos. Para isso, o modelo conta com
o sistema Areos-D, que integra vários elementos essenciais, incluindo captadores
magnéticos para sons clássicos e os captadores piezo para acústicos. O modelo con-
ta ainda com formato confortável, com braço que garante acesso às casas e corpo
que oferece um tom quente e ressonante. Para quem gosta de variedade em cores,
a Vox oferece cinco opções: preto, vermelho, frame black, frame white e frame red.
www.voxamps.com
www.voxamps.com.br
12 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 13
divulgação
eM teMPo Real | Marcio teixeira
K
adu Melo já nem atende mais
quando o chamam de Carlos
Eduardo. O nome pelo qual o
pessoal do áudio conhece o técnico
Kadu
já merece parênteses em sua
identidade. “Kadu é tão forte”, diz
ele, “que a diretora da escola não
sabia o meu nome. Até na chamada
meu nome era Kadu”, recorda ele,
que, apesar dos 38 anos e muito
tempo de trabalho, afirma ter o
Melo
vigor de um iniciante. “Atualmente
tenho 38, mas há controvérsias... O
‘hardware’ parece bem mais antigo,
a estrada acaba com a gente, mas
o ‘software’ faz eu me sentir muito
mais novo, graças a Deus”, observa
ele, bem humorado.
Marcus Vinicius, tio do técnico, além de audiófilo, tinha Mafalda Minnozzi e Grupo Sensação, tendo trabalhado no
seu lado “Professor Pardal”. Construía amplificadores e PA deste último por quase um ano, além de também ter
caixas acústicas, e o jovem Kadu amava ouvir Pink Floyd feito monitor. “Com o reencontro do grupo em sua for-
na casa do parente. “Eu queria muito viver mais momen- mação original, o desafio era constante nos quatro shows
tos ouvindo aquele áudio cheio e envolvente, além de de- por noite, sem passagem de som”, recorda. Kadu também
sejar entender o porquê disso tudo soar tão mágico na trabalhou com a dupla Pedro & Thiago, para depois cuidar
casa dele, mas não em outros lugares”, recorda. Seu pai, do monitor de Fiuk (“todos com fone, backline próprio e
que sempre o incentivou quando o assunto era música,
bateria afinada – cheguei ao paraíso!”, diz ele, sorriden-
era comerciante, não sendo difícil haver rodas de samba
te) e de John Kip. De repente, surgiu a oportunidade de
ou a presença de um sistema caseiro para tocar samba
mixar o monitor de Jorge Ben Jor. “Esse, sim, era o de-
rock em seu estabelecimento.
safio dos palcos que eu esperei a vida toda. Cresci muito
com esse artista consagrado da música mundial”, pontua
“Eu prestava atenção em como o humor das pessoas mudava
quando ouviam música, especialmente em um bom sistema”, Kadu, que há três anos realiza outro sonho: fazer o PA de
destaca Kadu, que ali já se conectava ao que seria sua carrei- Fabio Jr. “Tive que estudar muito. Imagem sonora, plano
ra. “Na colação de grau da minha irmã Debora Cristina vi um de mixagens, alinhamento de sistemas... Tudo para estar
sistema simples, com duas colunas de caixas acústicas e um a altura desse cantor incrível!”
rack com crossover e amplificadores. Disse ao meu cunhado
Pithy, que é músico: ‘Está vendo isso? Eu quero fazer isso Perguntado sobre o que é necessário para ser um bom
e entender o porquê das coisas funcionarem assim. Quero profissional e fazer seu trabalho com excelência, Kadu
saber tudo o que puder sobre sistemas de som.’ Essa frase é destaca o valor do estudo e revela uma de suas fontes de
sempre lembrada por ele.” conhecimento. “Sempre soube que deveria estudar mui-
to, que a leitura deveria se tornar uma paixão. Quando,
Na área, Kadu começou mixando ensaios de bandas de ainda garoto, descobri a revista AM&T em uma livraria.
garagem, e quando foi fazer um pequeno festival para uma
Abri um sorriso como se estivesse ganhando um auto-
delas, se deparou com a empresa Tukasom. “No sistema
rama. Eu deixava de gastar dinheiro com passagens de
deles tinha um console DDA de monitor, e eu nem sabia
ônibus para juntar o valor da revista, e comprar mais uma
que existia uma mesa de monitor e outra para PA. Graças
edição era como ir ao shopping.”
à minha vontade de aprender, o Claudinho Rodrigues, res-
ponsável pelo sistema na época, me convidou para traba-
Sobre o futuro, Kadu, que hoje também atua como enge-
lhar com ele. Então, tive a oportunidade de entrar nessa
empresa enorme, na qual atuei por dez anos. Sem dúvida, nheiro de negócios na América Latina para a Allen & Heath,
foi a minha melhor faculdade de áudio, com direito a pós- afirma que deseja compreender a tecnologia de forma mais
-graduação”, afirma o técnico, que também trabalhou na profunda, bem como o mundo dos negócios, além de ampliar
Waves Control, Piu Som e Muzik Produções. conhecimentos em idiomas como inglês e espanhol. “São
motivos de sobra para entender que os meus horários livres
Entre os artistas com os quais atuou estão a Bamdamel, estão cada vez mais escassos”, concluiu.
Bate-Bola
Console: Mesmo se hoje eu não trabalhasse mais na Al- SPL alto ou baixo? Por que? Mixo em lugares fechados
len & Heath, continuaria a escolher o DLive como meu em torno de 103 dB SPL-C e em locais aberto em torno de
console número um. 112 dB SPL-C. Se formos estudar a tabela de exposição,
esse nível de SPL é alto, mas para o padrão e modo de
Microfones: Há pouco trabalhei com o dFactor, da DPA, vida dos brasileiros isso é baixo. Quando realizo a minha
e foi amor a primeira vista. Sonho em adicionar ao set da mixagem “baixa”, deixo um bom headroom para a dinâ-
tour o MD 421, o MD 441 e um casal de AKG C 414. O mica da banda e consigo ter mais espaço para os timbres.
KSM 9 da Shure pra voz também é um guerreiro. Ainda É inevitável que em algum momento da mix você tenha
terei a experiência de trabalhar com um SM7 somado a que escolher entre SPL e qualidade, pois tudo tem limite.
um C 414 em um amplificador de guitarra. Com o artista que trabalho hoje a minha escolha sempre
será pela qualidade.
Periféricos: Tenho duas máquinas de reverb da Lexicon
montadas em um rack aguardando a hora de ir para es- Melhor posicionamento da house mix: Assunto tris-
trada. Hoje, com o dLive ou um iLive, eu não sinto falta te esse (risos). Com sistemas cada vez mais compactos,
delas, mas ter esse backup, para mim, é um luxo! custa deixar dois metros quadrados para a house mix?
Arrastar uma mesa um metro para a esquerda e outra
Melhor equipamento que já usou: Posso escrever um metro para a direita, mas garantir a qualidade do
um livro sobre isso... (risos) Mixar em um V-Dosc (L-
espetáculo, é tão difícil assim? Nossa cultura não enxerga
-Acoustics) é algo para você nunca mais esquecer, assim
qualidade como parte do lucro dos negócios.
como foi com o Milo (Meyer Sound), no Credicard Hall.
Recentemente fui apresentado ao sistema VUE Audiote-
Unidades móveis: mix2Go e ENG Audio
chnik e usei o al4, estupidamente compacto. Fiquei de
boca aberta.
Técnicos inspiração: Ernani Napolitano, padrinho e
eterno professor, e Clement Zular, “Deus” de todas as
Última grande novidade do mercado: O dLive. O pro-
informações. O Bruno Campregher e Luizinho Clement,
tocolo Dante me fascina também.
do Jota Quest; Marcelo Salvador, Antonio Minami, Mauri-
cio Pinto, Jaksandro, Beto Neves, Rabaço, Flavio Senna,
Melhores casas de shows do Brasil: Gosto do Tom
Rodrigo Pimentel, Marcio Torres e o incrível Ronaldo Lima
Brasil e do Credicard Hall, mas tenho um carinho enorme
Valentim são, sem dúvida nenhuma, fonte de inspiração.
pelo Crevrolet Hall, em Minas Gerais, fora o respeito pelo
Além do respeito que tenho por eles, vejo uma busca por
sistema da Loudness, administrado pelo o Jair e alinhado
uma mix melhor a cada dia, com seriedade e respeito.
pelo Berruga.
Isso é lindo e prazeroso de se ver – e ouvir (risos).
Wiki images
E
sta será uma pergunta eterna na cabeça de quem
mixa ao vivo – quando está bom e quando não
está? Se para o técnico está bom, estará bom para
todo mundo? O que o empresário ou produtor da banda
acham é importante? O que a plateia acha da mixagem
deve ser levado em consideração pelo técnico? E o que os
amigos dos músicos acham da mixagem deve ser levado
em consideração?
Estas são apenas algumas das perguntas que eu me faço A melhor maneira de fazermos isto é conversando com
toda vez que estou indo para a house mix começar a cada um dos músicos e pedindo informações sobre os
trabalhar. Acho que ter uma boa resposta para cada uma respectivos instrumentos, assim como pedir para que
destas perguntas pode ajudar no trabalho de mixagem. eles toquem um poucos de cada um de seus instru-
A má notícia é que este trabalho nunca será uma ciência mentos. Só desta forma nós poderemos entender como
exata, ou seja, nunca conseguiremos saber o que é uma funcionam e como soam os instrumentos musicais que
boa mixagem ou uma mixagem que todos gostem. serão utilizados.
4. esColHeNdo o CoNsole
de MiXaGeM (diGital)
Supondo que isto seja uma realidade e você possa
escolher exatamente qual o console digital usará
para este trabalho, quais são os pontos que devem
ser levados em consideração?
5. esColHeNdo o pa e
suas suBdiVisÕes
São poucos os artistas brasileiros que têm o privilé-
gio de poder fazer os seus shows levando todo o seu
equipamento de áudio, luz e vídeo, como acontece
A automação livra o técnico de funções com bandas de médio e grande portes nos Estados
secundárias dentro da mixagem, deixando-o Unidos e em alguns países da Europa. Na verdade, aqui
focado no aspecto mais importante no nosso país estas bandas não passam de cinco ou seis.
Isto acontece principalmente por conta dos custos e das
lhar? (44.1, 48 ou 96 kHz?) nossas dimensões.
- Quanto de processamento interno será necessário?
O fato não impede, porém, que os técnicos das bandas
Estas serão as perguntas básicas e técnicas que levarão escolham com quais sistemas eles gostariam de trabalhar.
à escolha do console, mas ainda existem outros pontos Dependendo do tamanho e importância (mercadológica)
importantes, como confiabilidade no equipamento, ta- desta banda ou artista, este técnico terá uma maior ou
manho e mobilidade, suporte técnico adequado, facilida- menor capacidade de escolha, e também, é claro, de ser
de de encontrar o equipamentos nas locadoras de áudio, atendido. Desta forma, os shows dos artistas de médio e
qualidade dos periféricos de efeitos e pro-
cessadores de sinal de áudio (equalizadores,
divulgação
compressores, gates, expanders etc.).
NX - Virtual
Mix Room over
Headphones
Proposta da Waves para mixagem com fones
F
one de ouvido é um recurso que divide opi- muitos casos, a mix foi feita em um estúdio apropria-
niões quando o assunto é mixagem. Muitos do, mas em cima da hora o cliente pediu mais uma
consideram inadequado por diversos mo- modificação... É o tipo de situação que pede que você
tivos, e entre os principais estão o fato de não envie os ajustes de onde estiver.
levarem em consideração a acústica da sala e a
separação “perfeita demais” do L e R no ouvi- Pensando nisso, a Waves lançou o plug-in Nx, que
do esquerdo e direito, respectivamente. Mais que promete trazer para os fones os mesmos “efeitos co-
isso, também é comum ouvir frases como “os fo- laterais” de uma mix sendo executada em um par de
nes mentem muito”, mencionando as tecnologias caixas de som. Vamos entender mais um pouco sobre
e recursos utilizados para que pequenos fones de que efeitos colaterais são estes e como o plug-in pre-
ouvido sejam capazes de reproduzir graves pro- tende virtualizar estes efeitos.
fundos, por exemplo.
aberta e você poderá ver a detecção acontecendo tre seus ouvidos é usada para calcular o atraso. Isso
em tempo real (fig. 4). é feito na área inferior esquerda do plug-in, chamada
de “Head Modeling”.
Repare que no plug-in seus movimentos também
serão percebidos. E se você quiser a qualquer mo- Com uma fita métrica você vai tirar duas medi-
mento “zerar” sua posição, simulando estar senta- das: a primeira é a circunferência da sua cabeça
do exatamente entre as duas caixas, basta pressio- na altura da sua testa (fig. 5A). Feito isso, bas-
nar o botão “sweet spot”. ta digitar no campo “circumference”. A segunda
medida é entre um ouvido e outro, passando por
Também é essencial informá-lo sobre as dimensões da trás da sua cabeça (fig. 5B). Faça a medida e
sua cabeça. É fator determinante, pois a distância en- digite o valor no campo “inter-aural arc”.
CONFIGURANDO
REFLEXÕES
E POSIÇÃO DAS
CAIXAS
No campo Room Ambien-
ce podemos emular quão
reflexiva é a sala virtual
e qual é a nossa distân-
cia em relação às caixas
de som. Quanto maior o
valor, mais ambiência da
sala será percebida na in-
teração da sua mixes.
FiNaliZaNdo
para eNtreGa
Importantíssimo! Lembre-se de que este plug-in está
alterando a sua mix, e não é isso o que você quer,
a princípio. Sua utilidade é emular através de fones,
como sua mix soaria em uma ambiente com caixas.
Então, não se esqueça de, antes de fazer a exportação/
bounce da sessão, colocar o plug-in em bypass.
Fig. 5 – Como fazer as
E, com isso, vamos ficando por aqui! Abraços e medidas da sua cabeça
até a próxima! •
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da avid. atualmente leciona cursos oficiais em Pro tools, Waves,
sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. também é professor da uFRJ, onde ministra as disciplinas edição de trilha
sonora, gravação e Mixagem de Áudio e elementos da linguagem Musical. email: cmoura@proclass.com.br
MiXaGeM
seM seGredos (parte 11)
Como chegamos até aqui
astrolabiomusic
D
ez anos atrás eu decidi, depois de muita in- Bom, estendendo um pouco o raciocínio, podemos
sistência de meus editores, falar sobre mi- dizer que mixar é o ato de combinar diversos ge-
xagem. Reconheço que havia um certo tabu radores sonoros simultâneos de forma que apre-
a respeito do assunto, inclusive de minha parte. sentem um resultado técnica e artisticamente agra-
Afinal, mixar sempre foi um processo bem miste- dável e enriquecedor. Se pensarmos dessa forma,
rioso, pois é, ao mesmo tempo, fundamentalmente o maestro de uma orquestra é o mixador, pois ele
técnico e altamente artístico. Houve uma época, in- equilibra diretamente o volume da execução de cada
clusive, em que o mixador precisava ser realmente instrumentista ou naipe para que a soma resulte.
hábil com a operação de equipamentos, exercitan- Afinal, um dos fatores mais interessantes da audição
do fisicamente sua criatividade. Mas pensemos um humana é o jeito como ela funciona.
pouco no que é, efetivamente, mixar.
Imaginemos que estamos ouvindo uma orquestra
Quem nasceu de uns vinte e poucos anos pra cá e um coral executando a nona de Beethoven ao ar
sempre conviveu com a etapa de mixagem sendo livre próximo a uma rua movimentada e bem embai-
algo natural do processo. Mas a gente poderia per- xo da rota de pouso de um aeroporto. Em dado mo-
guntar: por que existe a mixagem? Não é só todo mento a orquestra está executando a Ode à Alegria,
mundo tocar e pronto? Por que se valoriza tanto a com o coro cantando, enquanto na rua em frente os
etapa de mixagem, já que normalmente os músicos carros vão passando e, ao mesmo tempo, um avião
nem participam? está pousando. Quantas ondas sonoras estão sendo
MULTIPISTAS E OS
CONSOLES
EM EXPANSÃO
O início dos anos 1960 marca a che-
gada dos gravadores multipistas e
das técnicas “som sobre som”, ou
overdubs. Agora começa a ser pos-
sível que os músicos não gravem
todos juntos, e também se permite
Em 1907, Enrico Caruso se tornou o primeiro artista a vender a redução de pistas (grava-se em
um milhão de cópias de uma mesma performance. Quanto três, reduzindo-se – pré mixando –
Vesti La Giubba, foi gravada, ainda não existiam microfones. para uma e liberando as três para
Reprodução
novas gravações). Mesmo com isso o foco do que
se poderia chamar de mixagem ainda está do lado
da gravação, pela limitação de canais e recursos.
Um belo e clássico exemplo dessa época é certa-
mente A Day in the Life, dos Beatles, de janeiro de
1967 (http://tinyurl.com/beatles-a-day).
Catavento e Girassol, de
Leila Pinheiro, lançado em
1996 (http://tinyurl.com/
leila-catavento).
ARTE E
TECNOLOGIA
A década de 2000 assistiu a
um progressivo aumento na
importância artística tan-
to do técnico de gravação
quanto do mixador, até que
temos hoje em dia o papel
dos profissionais de áudio
extremamente importan-
tes não apenas em operar
o equipamento (o que cada
Os Beatles durante as gravações de Sgt. Pepper’s: A Day in the dia fica mais fácil), mas sig-
Life é um marco do início da utilização dos overdubs nificativamente no lado ar-
tístico da produção.
Ao mesmo tempo, do lado da mixagem aparecem
os primeiros reverbs digitais, como a EMT 250, Os softwares de gravação e seus plug-ins proces-
que começaram a permitir que salas com sons sadores começaram a inundar o mercado com um
naturais mais secos fossem usadas para grava- sem-número de possibilidades. E se analisarmos a
ção. Agora os mixadores podiam recriar ambien- questão do perfil do trabalho do mixador, veremos
tes novos para cada música, independentemente que no início os recursos disponíveis eram extrema-
de seu realismo. mente escassos e a habilidade consistia em saber
usá-los com maestria e de forma criativa. Hoje, o
TUDO IN-THE-BOX que se encontra é uma abundância de recursos, e a
verdadeira habilidade está em saber o que usar, já
Na década de 1990 a posição de mixador já estava que cada vez mais as ferramentas estão assumindo
consolidada, e o aparecimento das DAW começaram o papel de “deixa que eu resolvo pra você”.
a permitir performances antes inimagináveis, em-
bora os grandes consoles analógicos ainda fossem a Daí o profissional e o aprendiz, que conviviam inicial-
ferramenta básica de trabalho. mente com uma escassez quase absoluta de infor-
mação, hoje precisam aprender a discernir a partir
Com a evolução dos sistemas digitais aparecem de quase infinitas possibilidades aquilo que preten-
os consoles digitais, e ao final da década já era dem usar. Fico imaginando a dificuldade de alguém
possível se pensar em discos inteiros gravados que hoje decide aprender a mixar e conta apenas
e mixados totalmente no conceito que hoje se com o YouTube. Em 15 minutos ele será capaz de
conhece como “in-the-box”. No Brasil, provavel- assistir a pelo menos três pessoas falando coisas to-
mente o primeiro CD comercial totalmente gra- talmente opostas a respeito do mesmo assunto.
vado em computador foi The Stonewall Celebra-
tion Concert, do Renato Russo, lançado em 1994 É claro que esse fenômeno não se restringe ao áudio,
(http://tinyurl.com/russo-stonewall). Isso foi mas neste o “achismo” tem papel fundamental.
possível pelo fato do disco contar com arranjos Como digo sempre, a veracidade de uma afirmação
com pequeno número de pistas. Em termos de é diretamente proporcional à sua estranheza. Existe
MPB, provavelmente o primeiro álbum totalmen- essa crença generalizada de que se obter um som
Reprodução
artístico e essencialmente técnico, mas
não é por isso que não possa ter método.
E, infelizmente, a gente acaba desenvol-
vendo o próprio som.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música &
tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor
musical. visite www.facebook.com/guiadeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e
Focusrite
Clarett 8PreX
Principal modelo da linha de interfaces Clarett briga de
igual para igual com equipamentos bem mais caros
A
linha Clarett, da Focusrite, é composta por sua construção parece bastante sólida. Com aca-
quatro interfaces de áudio com conectivida- bamento metálico vermelho, o único plástico en-
de Thunderbolt: 2Pre, 4Pre, 8Pre e 8PreX. E contrado fica nos botões e no visor. Os controles
a 8PreX é o topo de linha, com maior número de e conectores são firmes e passam uma impressão
entradas digitais e mais opções que a 8Pre. A Focus- de durabilidade.
rite diz que essa interface foi desenvolvida para ser
utilizada em uma instalação de estúdio permanen- A segunda coisa é que ela é grande! A 8PreX ocupa
te, até pelo seu tamanho físico, e para isso incluiu duas unidades de rack, o que torna o seu transpor-
uma série de opções extras que são essenciais para te mais difícil. Porém, cria espaço para múltiplos
um estúdio profissional, como botões de inversão de conectores na parte de trás, e controles indepen-
fase e filtro passa-alta independentes para cada en- dentes para os canais na parte da frente da in-
trada. Então vamos conhecer melhor essa interface! terface, assim como medidores de nível para as
entradas e a saída de monitor.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
ENTRADAS
A primeira coisa que me veio à cabeça quando
tirei a 8PreX da caixa foi que ela é bem bonita, e A 8PreX dispõe de oito canais de entradas analógi-
AM&T
uma gravação.
As especificações técnicas
dos pré-amplificadores são
bastante impressionantes
para uma interface nessa
faixa de preço, e rivalizam
com interfaces bem mais
caras. Vamos dar uma con-
ferida:
Resposta de frequência: 20
Hz - 20 kHz +/-0.1 dB
Faixa dinâmica:
118/116/111 dB (mic/line/
inst)
THD+N: 0.001%
Ganho: até 57 dB
Além das oito entradas A 8PreX é bem bonita, com construção sólida e acabamento
analógicas, a 8PreX dispõe metálico vermelho. Ocupa duas unidades de racks, seus
de 18 entradas digitais – 16 controles e conectores são firmes e duráveis.
tHuNderBolt e
latÊNCia
O fato de ser uma interface Thun-
derbolt tem suas vantagens e des-
vantagens. A desvantagem princi-
pal é o fato de que nem todos os
computadores são equipados com
conexões Thunderbolt. A grande
vantagem é a baixíssima latência
na gravação devido à alta taxa de
A 8PreX dispõe de oito canais de entradas analógicas, transferência de dados que o Thunderbolt
18 entradas digitais, dez saídas analógicas e 18 saídas permite (até 20 Gb/s). A 8PreX não é diferente,
digitais, totalizando 26 entradas e 28 saídas. Além gerando tempos bastante baixos de latência na
disso, há entradas e saídas MIDI e Word Clock.
seM JaNelas
pluG-iNs Uma possível limitação da 8PreX, assim como
de toda a linha Clarett, é o fato de não ser
A Focusrite incluiu no pacote a suíte de plug-ins compatível com Windows, sendo somente pos-
Red 2 e Red 3, que simulam a famosa linha de sível a sua utilização com um Mac. A Focusrite
equalizadores de compressores da marca. Es- anunciou que está trabalhando para que seja
ses plug-ins são bem interessantes e têm uma possível utilizar as interfaces Clarett com Win-
sonoridade de altíssima qualidade. Todos que dows, mas não divulgou um prazo específico.
comprarem uma interface da linha Clarett ga- Então, se você não tem um Mac, essa interface
nham uma licença para utilizar esses plug-ins, o ainda não é pra você... Mas poderá ser num
que, por si só, já vale uma grana! futuro próximo!
Faixa dinâmica:
119/118/112 dB (line/
monitor/phones)
THD+N: 0.0007%
Nível máximo na saída:
+118 dBu
FoCusrite CoNtrol
test driVe
Eu testei a interface gravando voz, violão e percussão, tudo ao
mesmo tempo. Não tive nenhuma dificuldade em configurar o
equipamento para uso com o software (Logic Pro X), indicam com precisão o nível (em dB) de ganho apli-
e rapidamente já estava rodando tudo. A sonoridade cado ao sinal. Isso não é o fim do mundo, mas difi-
dos pré-amplificadores me pareceu bastante neutra culta um pouco quando você quiser maior precisão
no modo “normal”, o que pode ser útil quando quiser ou garantir que os ganhos em mais de um canal
uma gravação limpa e fiel. estão exatamente no mesmo nível, especialmente
em gravações em estéreo.
Já no modo “Air” os pré-amplificadores apresen-
tam uma coloração mais brilhante, puxando os A segunda coisa é um problema até recorrente
agudos de forma bastante agradável. Os botões com os fabricantes de interfaces de áudio Thun-
de inversão de fase e filtro passa-alta se mostram derbolt... Por alguma razão, eles decidem não in-
muito úteis na hora de verificar a fase na grava- cluir um cabo Thunderbolt na caixa. Mais uma vez,
ção e eliminar graves indesejáveis. Os medido- não é um problema enorme, mas é um pouco cha-
res de níveis para as entradas também se provou to ter que comprar um cabo quando já se gastou
bastante útil, facilitando o ajuste dos controles de uma grana na interface.
ganho nos canais.
A terceira questão é a ausência de um controle de
No geral, foi bem fácil e prático trabalhar com a Pad nas entradas para reduzir o nível do sinal na
8PreX, e a qualidade sonora impressiona pelo preço. entrada dos pré-amplificadores em casos em que o
Não é qualquer interface que consegue proporcionar sinal está chegando com um nível muito alto. Isso
uma sonoridade desse ní-
vel. Tá aprovada!
OUTRAS
OBSERVAÇÕES
A verdade é que não há
muito do que se recla-
mar da 8PreX (além do
fato de eu não ter uma!),
mas se for pra ser chato
e não deixar barato, pos-
so citar quatro pequenas
questões. A primeira é o
controle de ganho nos pré-
-amplificadores, que não A 8PreX, assim como toda a linha Clarett, ainda
são “dentados” e não dis- não é compatível com Windows, sendo somente
põem de marcações que possível a sua utilização em Macs
botão para alternar entre dois pares de monito- Com bons pré-amplificadores, sinal limpo e de
res. Nada disso é muito grave, pois pode ser so- alta qualidade, além de uma construção sólida
lucionado dentro do próprio software de gravação e robusta, ela bate com facilidade os seus rivais
(DAW, como Pro Tools ou Logic) ou através do nessa faixa de preço e briga de igual pra igual
uso de um controlador de monitoração externo. com interfaces bem mais caras de fabricantes
Mais uma vez, não é um problema muito grande, como Apogee e Universal Audio. •
Folia
Poderosa
Anitta estreia
seu bloco na
“ressaca” do
carnaval carioca
S
ucesso nos palcos Brasil afora, Anitta não
Acervo Marcio Misk
Joias
esCoNdidas
No loGiC (parte 2)
Compressor – Convertendo
múltiplos arquivos numa tacada só
O
lá! Na coluna deste mês vamos seguir ex-
plorando e descobrindo mais sobre os utili-
tários incluídos no pacote atual do Logic Pro
X, oferecido pela Apple.
andré Paixão é compositor e produtor de trilhas sonoras para teatro, tv, publicidade e cinema. o super studio é sua casa e
também de artistas que já passaram por lá. toca nas bandas lafayette e os tremendões, astromash, nervoso e os Calmantes.
Contato: andre@suprasonica.com.br
sites: www.superstudio.com.br/www.facebook.com/desafiandologic
LUZ NO CINEMA
Analisando cenas e técnicas
de iluminação na sétima arte
áudio música e tecnologia | 47
à produtos
iled Fox sPot 50 Plus
O iLed Fox Spot 50 Plus é um equipamento leve, O equipamento também oferece 13 canais DMX; aber-
Divulgação
bonito, forte e de alto desempenho, que brilha como tura de 12°; disco de cores (sete + branco) e efeitos
um moving com lâmpada de descarga de 575W gra- rainbow; disco de gobos (seis + aberto intercambiáveis)
ças à nova lâmpada de LED Plus 50W CW. Aceita go- e efeito shake; rotação do gobo bidirecional vari-
bos personalizados fabricados em metal ou cristal. O ável; shutter/pulse/random; dimmer linear;
reduzido peso da cabeça (o equipamento completo prisma de três faces/rotação bidirecional;
pesa 6,5 kg), aliado ao mecanismo de reposiciona- reset; sete programas em memória e som
mento automático de pan e tilt, permite movimentos ativo. Suas dimensões são 270 x 155 x 366
rápidos e precisos. Um único flight case (fornecido) mm (largura x altura x profundidade).
transporta com segurança quatro movings, mais to-
dos os cabos e acessórios. www.gobos.com.br
-DZ21K2UO (foto), que será empregado nas ceri- Outra série que merece atenção especial é a PT-
mônias oficiais dos jogos. -RZ970BU, cujos projetores são recomendados para
Ele utiliza 3 Chips DLP, ambientes de grandes dimensões, possuem resolu-
oferece 20.000 lumens de ção WUXGA, WXGA ou XGA, tecnologia Digital Link,
brilho e resolução WUXGA. 10.000 lumens no centro e 1 Chip DLP.
Pode funcionar em conjunto
com a lente de distância ul- www.panasonic.com
tracurta ET-D75LE90, com sua www.panasonic.com.br
A câmera 70D, da Canon, já tem uma sucessora: a DSLR da lente objetiva EF-S 18-135mm f/3.3-5.6 IS USM,
EOS 80D (foto), anunciada recentemente pela fabricante. dotada da tecnologia Nano USM, para maior dinâ-
A novidade conta com um sensor APS-CMOS de 24,3 me- mica e velocidade nos registros, e do Po-
gapixels e oferece a possibilidade de registrar vídeos em wer Zoom Adapter PZ-E1, adaptador que
Full HD (1080p) a 60 quadros por segundo. O equipamen- garante um melhor controle do zoom.
to, que possui uma tela touch de 3”, permite conexões Os novos produtos chegam às pratelei-
GPS, NFC e Wi-Fi e pode ser controlado remotamente. ras – físicas e virtuais – em abril.
Divulgação
Cultura a diversas cidades brasileiras ainda esse
ano. No dia 11 de abril a turma de Vila Velha/
ES começa suas atividades em formato intensi-
vo, com aulas com apenas três dias de duração.
Em maio, o curso chega a Fortaleza, para depois
seguir por Rio de Janeiro (junho e agosto), São
Paulo (agosto), voltando a Fortaleza e Rio (outu-
bro). O curso, ministrado por Fernanda Borriello,
apresenta o funcionamento da Lei Rouanet (fe-
deral) e Lei do ICMS (estadual) desde o processo
de inscrição do formulário, planilha orçamentária,
execução e preparação da prestação de contas.
Fernanda é pós-graduada em Gestão da Cultura e graduada como Estilista e Figurinista na Universidade Estácio de Sá. Criou
e é responsável pela coordenação do Núcleo de Elaboração, Acompanhamento e Gestão de Projetos da Cufa, ONG que de-
senvolve projetos culturais, sociais e esportivo. Trabalha como diretora, atriz, diretora de produção, figurinista, aderecista e
iluminadora de grandes espetáculos desde 1998. Matrículas para o curso podem ser feitas no site http://iatec.com.br/cursos/
evento/leis-de-incentivo-cultura e pelo telefone (27) 3229-9309. As vagas são limitadas.
De acordo com a companhia, reparos poderão ser feitos em São Paulo por téc-
nicos treinados pela ARRI, sem a necessidade de enviar o equipamento para
Nova filial da ARRI em fora do país. Esta maior comodidade mantém os custos baixos e agiliza na
São Paulo fica na Avenida
resolução de qualquer eventualidade não apenas para os clientes brasileiros,
Ibirapuera, 2907, em Moema
mas também a clientes de países vizinhos.
LUZ, HERMANOS!
Maná cai na estrada com rider Clay paky
H
á um ano, Menga Cruz, sócio da Image4U, Nela, que começou em 2012, fiz alguns subs para o
tem vivido uma rotina intensa de viagens. iluminador da banda e, no ano passado, acabei sendo
Iluminador do grupo Maná, um dos grandes convidado a seguir [com a equipe]. Topei na hora!”,
expoentes do pop rock latino, ele conta que os ae- diz ele, via WhatsApp, meio de comunicação mais
roportos mundo afora têm sido sua segunda casa. A prático para quem não tem mais residência fixa.
primeira, na capital paulista, onde vive, agora é, de
acordo com o próprio, “abrigo de férias”. Mas engana-se quem pensa que a correria do dia a
dia o tem incomodado. Realizado com o trabalho,
“A tour Drama Y Luz, desenhada pelo diretor de arte o iluminador conta com orgulho que participou in-
Luiz Pastor e programada pelo também designer Pau- tensamente da construção do novo show da banda,
linho Lebrão, foi o ponto de partida dessa história. Cama Incendiada, desenhado pelo belga Alain Cor-
thout, no qual o conceito “industrial” foi a inspiração ga, que, utilizando um restinho de bateria de seu
para um verdadeiro espetáculo luminotécnico. smartphone, avisa: “Quando desembarcar do pró-
ximo voo, continuamos a falar!”.
“Esse é, para mim, um dos mais completos [shows
do Maná]! Nele, contamos com muitas informa-
ClaY paKY No
ções visuais, que vão desde cenas – que, juntas,
totalizam mais de 1700 cues – a imagens pré-pro- NoVo rider
duzidas e exibidas durante as canções, passando
por pirotecnias e movimentos de estruturas, tudo Promessa é dívida! Horas depois, o alerta do apli-
dentro do clima de fábrica, de maquinário indus- cativo volta a sinalizar. O iluminador dá sinal de
trial, das bombas de petróleo etc.”, justifica Men- vida e diz: “Vamos nessa!”. De cara, ele conta
Divulgação
da banda, a exemplo de
seu espetáculo anterior,
o projeto se destaca por
motivos óbvios: ao todo,
à disposição para uso em
cenas para lá de comple-
xas, estão 107 aparelhos
Mythos, 54 A.Leda B-Eye
K10, 36 A.Leda B-Eye K20
e 38 Stormy, totalizando
mais de 230 unidades.
Divulgação
“Para qualquer emergência, mantenho
tudo em full track backup!”, justifica.
CONTEÚDO USADO
COM PARCIMÔNIA
Divulgação
meio” não minimiza a complexidade do
projeto, que – o próprio faz questão de
lembrar – tem cerca de 1.700 cues, dis-
tribuídos em pouco mais de 15 músicas,
fora o bis e o set acústico.
Iluminando
o cinema
Análise da cena e das técnicas de iluminação na sétima arte
S
em luz não enxergamos, e isso é um fato. Ela, a dores que vão até a Lua e retornam com prisioneiros sel-
luz, está presente em todas as nossas atividades vagens que moram na luz. Aqui vemos a vontade humana
corriqueiras, seja no lazer ou no trabalho. Por falar de conhecer o que há no espaço e, claro, a luz sempre no
em lazer, hoje venho conversar com vocês sobre aprovei- imaginário científico e romântico de todos.
tar este tempo para também estudar. Não sei se já falei
aqui, mas coleciono filmes. Tenho de vários gêneros, mas Todos os seus filmes foram rodados durante o dia para
desde que trabalho com iluminação eu procuro analisar aproveitar a luz do sol, pois era a fonte de luz mais abun-
os filmes pelo ponto de vista da iluminação, e assim tirar dante na época. Vemos planos gerais, mais um motivo
proveito deles para meus estudos. Podemos estudar os para se fazer filmes em formato quase teatral, com gran-
conceitos da iluminação presentes no filme: como o dire- des cenários, muitas pessoas e mais de uma ação aconte-
tor de fotografia usou a contraluz para enfatizar um ator, cendo ao mesmo tempo.
como trabalhou com o escuro para fomentar o medo em
nós, como usa cores para enfatizar uma realidade, como CENOGRAFIA, ATOR E LUZ
constrói espaços com a iluminação... E alguns documen- EM CENA E FORA DELA
tários “clareiam” nosso entendimento sobre a origem e a
utilização das fontes de luz atuais. Assistam e vejam como ele trabalha unindo cenografia e
truques no cinema. Já que falamos em cenografia no te-
Não podemos deixar de falar do primeiro cineasta que atro, aproveito para deixar outro filme interessante para
utilizou o cinema como forma de entretenimento e sou- vocês assistirem. Ele se chama Impróprio Para Menores
be usar muito bem a luz para fazer seus filmes: Geor- – Noises Off, filme de 1992 dirigido por Peter Bogdano-
ges Méliès (1861-1938). Este grande ilusionista francês vich. Aqui vemos a história de uma companhia de teatro
descobriu que podia utilizar a sétima arte para encantar que está ensaiando um novo espetáculo que vai percor-
a plateia com truques e mágicas que utilizava em seus rer todo o país em uma nova temporada, mas os atores
números. Ele foi chamado pelo grande Charlie Chaplin têm diversos problemas de ego. Devido a isso, o diretor
(1889-1977) de “O Alquimista da Luz”. Méliès mesmo dis- resolve não acompanhar a temporada do espetáculo. O
se que gostava de explorar o “cinema espetáculo”, o “ci-
nema em sua visão teatral e espetacular”.
Wikipedia
Assim, para conseguir realizar seus feitos, ele construiu
o Montreuil-sous-Bois em Paris, no ano de 1897 – um
grande espaço que é a união de um ateliê fotográfico em
proporções gigantescas com um palco de teatro, com fos-
so, maquinário, cenários e bastidores. Este prédio tinha
17 metros de largura por 66 metros de comprimento, um
telhado de vidro a seis metros do solo, para a luz do sol
poder adentrá-lo. Com este espaço ele fez mais de 500
filmes e acredito que todos já tenham visto ao menos uma
imagem do filme mais famoso dele: Viagem à Lua (fig. 1),
de 1902. Nesta película ele relata um grupo de explora-
A UTILIZAÇÃO
Fig. 2 – Dogville DA COR NO CINEMA
que chama atenção neste filme é a forma como podemos Na nossa conversa anterior vimos que a cores podem nos
ver o ensaio dos atores e a ajuda dos contrarregras, pois ajudar e também podem destruir um projeto, mas gosta-
até a metade do filme vemos a companhia ensaiando em ria de falar também que ela nos ajuda a mostrar realida-
um teatro com cenário e tudo mais. Na segunda metade de, reforçar uma ideia que o diretor quer nos passar. Os
do filme assistimos ao mesmo espetáculo, só que agora filmes que podemos usar como exemplos são da trilogia
vendo por trás, pela coxia, assistindo à entrada e saída Matrix (1999, 2002, 2003). Aqui os diretores e irmãos
de cena, o contrarregra ajudando com troca de cenário, Wachowski utilizam a cor verde e azul para criar duas re-
os atores discutindo entre uma cena e outra... Com um alidades. Enquanto que no azul temos o plano real, no
detalhe: não podendo falar nada, pois o espetáculo está verde vemos o plano em que os personagens estão dentro
acontecendo com o teatro lotado. da Matrix, uma realidade virtual criada pelas máquinas.
62 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
gigplace 21 www.gigplace.com.br
Powerclick 25 www.powerclick.com.br
shure 07 www.shurebrasil.com
tsi 15 www.microfonetsi.com.br
para a caixa da bateria, se tivéssemos sorte! Não existe a fórmula exatamente certa, mas é certo
que cada caminho te leva a um destino final. Achei
Hoje, não temos do que reclamar. Temos tudo às este método dinâmico, mais rápido, e me prendia
mãos. Quantos compressores quisermos. Os mais por menos tempo ouvindo somente aquele track,
variados possíveis. Equalizadores que simulam mo- me liberando pra ouvir a música como um todo, que
delos vintage reais e outros plug-ins que fazem o é o que realmente importa.
que nenhum processador físico jamais fez. Reverbs
digitais virtuais e reverbs de impulse-response, que Às vezes, mudar o seu workflow, ou o jeito que você
são samples de espaços acústicos reais, gravados trabalha, pode te inspirar a chegar a novos tipos
em suas memórias. Qualquer bom computador atu- de sons. Estes constantes experimentos têm fun-
al consegue abrir mais plug-ins simultâneos do que cionado pra mim, além de me motivarem a alcançar
temos de criatividade. novos resultados.
Então, afinal... com todo esse leque de ferramentas Boas mixes e até mês que vem. •
Enrico De Paoli é engenheiro de música e mix producer. Seus créditos premiados com grammys vão de Djavan a Ray Char-
les. Atualmente em tour com o cantor Jorge Vercillo. Conheça também seus treinamentos particulares Mix Secrets no site
www.EnricoDePaoli.com.