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66  Zanelli, Borges-Andrade & Bastos (Orgs.

Caso 1 Concepções do trabalho em letras de música


Composições musicais são obras de arte que podem revelar o pensamento de seu autor, mas também o
contexto sócio-histórico em que ele vive. Muitas vezes conseguem representam o que pensam segmen-
tos da sociedade. Por isso, sugerimos que leiam e reflitam sobre os trechos de músicas a seguir, conside-
rando, entre outros aspectos, a época da criação da composição, e respondam às questões subsequentes.

Pro homem pra quem o trabalho é festa


Todo dia é de festa é mais mió
Porque a sua festa é a sua vida
O trabalho é um dever, todos devem respeitar E o fruto do trabalho é mais maior
O Izaura me desculpe, no domingo eu vou voltar É toda recompensa de esforço
Seu carinho é muito bom, ninguém pode contestar É a alegria no derrame do suor.
....
Se você quiser eu fico É meu direito à preguiça
Mas vai me prejudicar É meu direito ao fazer
Eu vou trabalhar Ser dono do meu trabalho
É meu direito ao prazer.
(Izaura, Herivelto Martins e Roberto  Roberti, 1945)
(Trabalho e festa, Gonzaguinha, 1981)

A vida de um trabalhador
Sem trabalho eu não sou nada Trabalhar por tão pouco dinheiro
Não tenho dignidade Não é mole, não senhor
Não sinto o meu valor Pra viver dessa maneira
Não tenho identidade Eu prefiro ficar como estou
Mas o que eu tenho Todo dia tudo aumenta
É só um emprego Ninguém pode viver de ilusão
E um salário miserável Assim eu não posso ficar, meu compadre
Eu tenho o meu ofício Esperando meu patrão
Que me cansa de verdade E a família lá casa sem arroz e sem feijão
(Música de trabalho, Legião Urbana,1996) Como é que fica!
(Que trabalho é esse,
Zorba Devagar e Mical, 1982)

O tal que inventou o trabalho


Só pode ter uma cabeça oca
... Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
O trabalho dá trabalho demais Tijolo com tijolo num desenho lógico
E sem ele não se pode viver Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Mas há tanta gente no mundo Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Que trabalha sem nada obter ...
Somente pra comer Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
... A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Com referência ao inventor Por me deixar respirar, por me deixar existir
A ele cabe menos culpa Deus lhe pague.
Por seu invento causar pavor
(Construção, Chico Buarque)
Dona Necessidade é senhora absoluta da
minha situação
(Inventor do trabalho, Batatinha, 1969)

Questões para reflexão


1. As formas de se conceber o trabalho se revelam nos trechos musicais? Que significados se atribuem
ao trabalho? Que contradições são representadas?
2. Esses significados se vinculam a que concepções historicamente concebidas sobre o trabalho? Por
quê? Quais suas opiniões?

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