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ESCOLA BÁSICA DE MAFRA

LÍNGUA PORTUGUESA
FICHA INFORMATIVA E DE TRABALHO – 8.º ANO
2010/2011 Prof.ª Margarida Santos

A crítica é uma actividade


jornalística, em estreita relação com uma notícia, dentro de
determinado sector (arte, cinema, teatro, livros, música,
pintura, televisão,…), devendo o grande público reconhecer
o seu autor (crítico) como sendo um verdadeiro especialista
no assunto.
Constitui uma análise sobre a produção e os
acontecimentos culturais da actualidade.
Alguns críticos, como os de cinema por exemplo, costumam encerrar suas matérias
atribuindo notas ou conceitos (como estrelas, pontos ou bonequinhos) à obra
criticada.

Como elaborar uma crítica:


o antes de tudo, a crítica deve informar;
o deve começar por enunciar os elementos positivos e depois passar aos
negativos;
o deve exercer-se com imparcialidade e absoluto respeito pelas pessoas;
o deve usar um estilo preciso e uma linguagem cuidada, ainda que clara;
o deve ser breve.

O papel do crítico:
O que se lhe exige é que esteja ao corrente das novidades do sector sobre o qual
escreve.
Muitas vezes, as suas opiniões são tão respeitadas que se lhes atribui o sucesso ou o
fracasso de um filme, de um livro, de uma exposição.
O crítico tem a função de ver e escolher pelo público as obras mais importantes e às
quais o público não tem acesso por falta de tempo ou por qualquer outra razão.

Estrutura da Crítica:
Introdução: identificação do que vai ser criticado;
Desenvolvimento: aspectos considerados mais importantes (positivos e negativos) e
exemplos;
Conclusão: opinião favorável ou desfavorável, de acordo com o que foi referido no
desenvolvimento.
EXEMPLOS DE CRÍTICA CINEMATOGÁFICA

EXEMPLO 1: “Elephant” - crítica ao filme

Mais um dia como outro qualquer num qualquer liceu americano. É esta a proposta de que
Gus van Sant (“O Bom Rebelde” , “Descobrir Forrester”) nos apresenta. Um retrato do dia-
a-dia. Só que o dia de hoje é diferente. Aliás não é o dia que é diferente, ele é que vai
terminar de forma diversa: com dois alunos a entrar na sua escola e a matar
indiscriminadamente quem lhes aparece à frente qual videojogo “shoot ‘em up”.
“Elephant” foi Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano derrotando adversários como
o excelente “Dogville” e “Mystic River” (que estreia agora em Portugal) e a sua valia
cinematográfica é inegável apesar dos parcos meios com que foi rodado. Sem dúvida que o
que mais impressiona é o clima criado por Van Sant. Aliada à calma quase exasperante em
que se vai passando o dia naquela escola, pressentimos ao mesmo tempo que algo de terrível
vai acontecer. Que a trovoada vai começar. E a metragem vai correndo paulatinamente,
deixando o espectador com uma espera angustiante do mal que sabe que vai acontecer (até
pela técnica narrativa de cruzar as histórias contemporâneas até que todas atinjam o
momento do desenlace). Van Sant não pretende aqui formular “porquês” ou “comos”,
pretende apenas mostrar o quotidiano no liceu. Um liceu cujas paredes e corredores nos
transmitem uma enorme frieza como se de uma mera fábrica se tratasse. As relações
pessoais tão banais como em todas as escolas: desde a pequena briga, aos namoros, às
actividades pedagógicas, os mais e os menos integrados.
O duo que prepara o massacre choca, além do óbvio da carnificina, pela sua relação
mecânica, feita de gestos e actos que não transparecem a mínima emoção e a mínima
preocupação valorativa parecendo, não que não conhecem a diferença entre o bem e o mal
mas mais: que nunca ouviram falar deles, ou pelo menos já o esqueceram.
“Elephant” faz-nos entrar e ser participante passivo do acontecimento que retrata fazendo-
nos pensar que aquilo pode acontecer a qualquer hora em qualquer lugar: parados no
trânsito, no emprego, numa praia. Devido ao mal que um ser humano pode gerar dentro
dele? Perante a exclusão social? Seguramente por qualquer um deles.

EXEMPLO 2: “Twilight” – crítica ao filme

Vamos directos ao assunto, já que “Twilight” não vai: este filme é um bocadinho melhor
que os outros. Mas ser um bocadinho melhor que zero continua a não ser grande coisa. O
que é que “Eclipse” tem de melhor? Três coisas: vestígios de sentido de humor na forma de
auto-ironia (a dada altura, Taylor Lautner lá aparece em tronco nu, porque sim, e Robert
Pattinson faz a pergunta que vai na cabeça de todos: “Mas este tipo não tem uma T-shirt?”).
A protagonista, Kristen Stewart, já só passa 80 por cento do filme a olhar para o chão e às
vezes quase parece estar viva. E apresentam-se algumas personagens novas que obrigam a
mostrar o passado de cada uma em flashback, o que, sendo mau, contribui para um bem
maior: afastar-nos durante alguns minutos do imberbe triângulo amoroso no centro de toda a
– usemos a palavra por comodidade de linguagem – acção.

À parte isso, continuam lá todos os males. Uma história sem sabor nem emoção, que anda a
passo de caracol, suspense para acontecimentos sem qualquer importância, diálogos vazios e
uma intrigante falta de contacto com o universo que deveria servir de matriz ao filme: os
vampiros. Sabemos que os Cullen, a família de Edward (Pattinson), são vampiros porque de
vez em quando uma personagem o recorda, porque na verdade podiam ser góticos, albinos,
modelos no desemprego, mormons, técnicos oficiais de contas. No eixo da trama persiste o
mesmo problema: Bella (Stewart) ama muito Edward e ele ama-a muito também. Ela quer
ser vampira como ele e ele aceita, desde que casem. Mas nunca mais casam nem ele a
transforma em vampira, porque se arriscavam a ficar sem assunto e afinal ainda há dois
filmes e uns quantos milhões de dólares a fazer. Em todo o caso, Edward devia apressar-se:
é que ele é imortal; já Bella, qualquer dia, ou entra na menopausa ou bate a bota.

Em cima deste terrível drama que só importa aos dois meninos, há, de novo, Jacob
(Lautner). Para que serve ele, além de vender posters a moças de 12 anos? Para que Bella, a
tal que ama muito Edward, fuja para os braços de outro, assim que o jovem pálido lhe disser
uma palavra menos conveniente. Tudo muito maduro, portanto.

O terceiro volume tem uma moral óbvia: as escolhas. A juventude está a fazer a festa de
graduação e precisa de escolher o que quer ser na vida. Tal como Bella tem de escolher ser
vampira ou humana, fazer carícias nos caracóis de Edward ou nos bíceps de Jacob, continuar
a ser tontinha ou mudar de atitude. E é isto. No fim, é claro, não há qualquer resposta
consistente. Edward e Bella regressam ao campo florido onde, volta e meia, aparecem
deitados, fazendo a ponte com a castidade defendida pela saga e que surge, agora, mais
explícita que nunca: não há sexo antes do casório porque os vampiros são rapazes à antiga.
O princípio, de tão contracorrente, até poderia ser interessante, mas transborda para uma
bocejante assexualidade geral de toda a saga.

Por fim surge Victoria, uma vampira vingativa, agora interpretada por Bryce Dallas Howard.
Vem formar um exército de vampiros que destruam Edward, que lhe matou o apaixonado
algum tempo atrás. O filme alimenta-se da expectativa criada para esse confronto final,
alegadamente temível. Mas, quando vem, o exército é afinal uma dúzia de zombies
desastrados, a luta um exercício académico de finalistas do curso de efeitos digitais e tudo
acaba quando ainda mal tinha começado. A verdade é que também já ninguém esperava
mais.

Ah! Porque é que o filme (e o livro) se chama “Eclipse”? Não se sabe. Deve ser porque
ficava lindo na capa. Isso e uns rapazes giros.

In: http://www.ionline.pt/conteudo/67235-acordem-nos-quando-isto-acabar, a 01 de Junho


de 2010, em Jornal I.
EXERCÍCIO DE EXPRESSÃO ESCRITA

Vais agora experimentar o papel de crítico!


Escolhe um filme, disco, livro ou programa de televisão e elabora, sobre ele,
um texto crítico de acordo com as regras e a estrutura deste tipo de texto
jornalístico.

Bom trabalho e… mãos à obra!

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