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(CRP/SP:
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/161/frames/fr_etica_e_tecnica.a
spx)
A Comissão de Ética do CRP SP tem se deparado com processos nos quais o psicólogo
assume ter cometido um erro técnico, mas rejeita que esse erro seja passível de
penalização ética.
Para a Conselheira e Coordenadora da Comissão de Ética do CRP SP, Patrícia Garcia de
Souza, essa separação entre ética e técnica é compreensível, mas equivocada.
"É natural, quando se fala em ética, que as pessoas associem esse aspecto a questões
como a postura profissional do psicólogo, seu compromisso com a pessoa atendida ou,
de forma mais ampla, com a sociedade", diz. Segundo ela, o próprio Código de Ética
enfatiza a importância desses aspectos. "Isso não significa, contudo, que um erro técnico
não possa ser igualmente avaliado de uma perspectiva ética e seu autor sujeito a
penalizações."
O Código de Ética, no capítulo que trata das responsabilidades do Psicólogo define, na
linha C do artigo 10, que é dever fundamental do psicólogo "prestar serviços
psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriada à natureza
desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente
fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional."
Para a Conselheira Cristina Pellini, um psicólogo que desconhece ou negligencia sua
prática, isto é, que não se atualiza de forma a estar capacitado a prestar um serviço de
qualidade, também estará ferindo a ética ao cometer um erro técnico. "O psicólogo
precisa saber que com base na aplicação de um teste inapropriado, um juiz pode, num
exemplo hipotético, determinar que uma criança fi que dois anos sem ver o pai. Por
melhor que possa ter sido sua intenção ao atuar no caso, por mais que em outros
aspectos o psicólogo tenha tido uma postura e uma conduta rigorosamente dentro da
ética, ainda assim ele estará ferindo a ética".
De acordo com Patrícia Garcia, além dos direcionamentos éticos que devem guiar todo
o exercício profissional do psicólogo, explicitados principalmente nos Princípios
Fundamentais do Código de Ética do Psicólogo, o profissional deve preocupar-se
também com os meios utilizados para alcançar esses objetivos e o conhecimento
teórico-técnico se coloca neste lugar. "A preocupação principal do CRP SP em torno
deste tema é, sobretudo, a de gerar uma reflexão por parte dos psicólogos. Reconhecer
que ética e técnica caminham lado a lado é um aspecto fundamental para a atuação do
profissional", afirma Patrícia Garcia.
Patrícia Garcia
Daniel Luiz Magalhães Souza
20/07/2009