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Ao considerar o fator resultado, dentro de campo esta monitoração tem nos sido extremamente
útil em nosso dia a dia.
ASPECTOS FISIOLÓGICOS
No decorrer do jogo, o atleta realiza entre 100 a 150 ações de curta duração e alta intensidade,
com um período indeterminado para recuperação entre elas, o que nem sempre proporciona a
recuperação completa.
Dessa forma, o atleta acumula uma dívida de oxigênio que deve ser paga pelo aumento do
consumo de oxigênio após a ação realizada (EPOC).
O “EPOC” apresenta uma fase rápida (débito alático), que serve para restaurar a creatina no
músculo e os estoques de oxigênio no sangue e tecido, o que leva aproximadamente 2 a 3
minutos, após exercício de curta duração.
Os exercícios de curta duração e alta intensidade, tais como o jogo, estimulam a secreção de
cortisol, glucagon, adrenalina e noradrenalina, aumentando o nível de glicose no sangue (via A
e B).
Valores de referência
Fonte
Grande parte da dívida do débito de oxigênio pode ter sido paga pela fase lenta (láctico),
indicando que ocorreu uma maior solicitação das reservas de glicogênio (a estratégia a ser
utilizada é o aumento dos estoques via suplementação e aporte nutricional).
Grande parte da dívida de oxigênio pode ter sido paga pela fase lenta (láctica), porém as
reservas de glicogênio foram compatíveis com as necessidades.
Pode indicar que grande parte da dívida de oxigênio tenha sido paga
pela fase rápida (aláctica). Pode ocorrer, mas não temos observado
esta situação com muita freqüência, é raro na prática do futebol.
A Escala Subjetiva de Borg possibilita ao atleta, indicar a intensidade do esforço realizado através da tabela
abaixo:
Nestes últimos cinco anos, por meio da monitoração realizada por nossos profissionais nas
diversas divisões do futebol brasileiro, tornou-se possível estabelecer um padrão de
comportamento das duas variáveis após jogos, como vemos abaixo:
Zona de normalidade: glicemia entre 90 a 135 mg/dl e Borg pesado, um pouco pesado.
Valores acima da zona de normalidade: glicemia superior a 140 mg/dl, o quê indicaria
que o jogo apresentou uma alta intensidade e o atleta não conseguiu manter um ritmo
intenso por muito tempo, tendendo diminuir para níveis mais estáveis. Devido os valores
de percepção de esforço elevados, este atleta poderia, em poucos minutos, apresentar uma
queda considerável dos níveis de glicemia, inclusive abaixo dos valores de repouso, com
uma diminuição da performance. Nestes casos, a Escala de Borg estaria indicando o valor
correspondente a muito, muito pesado.
Análise do lactato
Análise da glicemia
Até então, esta abordagem tem trazido resultados positivos, mas acredito não ser esta a única
estratégia ou a definitiva. Quem sabe por meio dela, juntos, possamos gerar uma discussão
que nos leve a criar muitas outras ferramentas de controles da performance, melhorando em
curto prazo, a qualidade dos serviços que prestamos aos nossos atletas e clubes nesta longa
batalha que é à busca do resultado no Futebol.
Outro fator a ser considerado, é que a Ciência só cumpre seu papel quando sai do laboratório
e vai para o campo tentar dar resposta aos nossos problemas. Muitas vezes isto nos leva a
inúmeras tentativas que incluem muitos erros e também acertos.