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RESUMO
Introdução
A competitividade das empresas nos anos 90 e para o ano 2000 está associada à
habilidade de gerar valor ao cliente através de uma relação custo-qualidade-tempo eficaz. O
macro-processo empresarial de produção é, nas empresas manufatureiras, vital para a
conquista de vantagens competitivas sustentáveis uma vez que, nestas organizações, cerca
de 60 a 70% dos custos são incorridos neste processo. Sabedores disto, o empresariado
têm procurado promover avanços significativos nas tecnologias de produção, cujos
“Business Imperatives” (BI) são: (i) aumento da produtividade do produto; (ii) aumento da
produtividade da planta; (iii) redução dos estoques intermediários e de produtos acabados;
(iv) integração com os sistemas de vendas; (v) integração com os sistemas de planejamento
de estoques de matérias-primas; (vi) melhoria na qualidade dos produtos, processos e
insumos; e, (vii) automação para a qualidade e produtividade.
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Estes projetos vêm suportando, de forma adequada em muitas empresas, as
iniciativas de redução dos tempos de produção e melhoria da qualidade dos produtos, no
entanto, a questão do controle dos custos se tornou hoje uma das variáveis mais
importantes a se administrar dentro do processo de produção. Esta questão ganhou
relevância uma vez que as vantagens competitivas estabelecidas no passado sobre o
binômio qualidade-tempo foram em grande parte copiadas pelos competidores e se
tornaram um padrão de mercado. Pressionados pela Alta Administração os responsáveis
pela produção buscaram as informações necessárias para o processo de mudança e
redução dos custos nos sistemas de custo tradicional. Neste momento, começaram os
primeiros choques conceituais entre as áreas financeiras e de produção, onde os
profissionais de produção questionaram as áreas de suporte à informação tanto pela
tempestividade quanto pela qualidade das informações geradas. Em muitas fábricas iniciou-
se um processo de geração de informações paralelas para suportar as decisões de
produção, dentro de uma linguagem mais adequada a este usuário, com critério diferentes e
até mesmo divergentes dos adotados pelas áreas financeiras, o que ocasionou, e ainda
ocasiona, grande perda de tempo em discussões sobre a qualidade da informação,
deixando de se focalizar na solução dos problemas. Quantas reuniões de diretoria não são
perdidas na discussão de qual o critério utilizado ou mais adequado para a elaboração de
um relatório e não na busca das soluções para problemas reais de qualidade, custos ou
atendimento aos clientes.
A complexidade fabril pode ser classificada em: (i) fluxo vertical de produção; (ii)
fluxo horizontal de produção; e, (iii) fluxo de montagem de produção. Os objetivos da
aplicação do sistema de custo se classificam em: (i) Análise de Competitividade; (ii) análise
estratégica; (iii) análise de desempenho operacional; e, (iv) análise financeira. A tabela
abaixo demonstra um sumário dos métodos de custeio que poderiam ser aplicáveis a cada
caso:
O fluxo vertical de produção é definido como aquele fluxo que gera um produto
final homogêneo ou para o qual a característica do produto é obtida pelas matérias-primas
utilizadas e não pelos processos fabris pelos quais os mesmos passam. Isto é característico
dos processos de produção de gusa e aço na siderurgia, de óleos na indústria de
lubrificantes, extrusão na indústria de plásticos, forjados na metalurgia, na indústria
cimenteira, etc.. O fluxo horizontal é aquele no qual a característica do produto depende
substancialmente do processo pelo qual ele passa, uma vez que os processos e as
máquinas mudam as propriedades físicas do produto, como é o caso das linhas de
usinagem na metalurgia, trefilados e barras na indústria siderúrgica, etc.. O fluxo de
montagem é aquele em que a elaboração do produto final não muda as características dos
insumos utilizados, o processo consiste na montagem de uma série de partes e
componentes para se obter um produto, cujas características e funcionalidades são
diferentes das partes em si, como é o caso dos conjuntos montados na indústria
metalúrgica, na indústria de eletrodoméstico, e na indústria automobilística.
É verdade que estes três tipos de fluxos podem conviver dentro de uma mesma
empresa, mas estarão separados, ou em fábricas diferentes, ou em centros de custos
individualizados. A existência de mais de um tipo de fluxo dentro da mesma empresa
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implica na compatibilização de vários métodos de custeio, sob pena de se imputar controles
complexos a áreas simples ou de se simplificar em excesso o sistema de áreas complexas
com perdas sobre a qualidade das informações. Apesar desta sugestão sofrer críticas
relevantes de muitas áreas de custo, pelo aumento da complexidade no gerenciamento dos
métodos, entendemos que um modelo de gestão de custo, focalizado nos resultados
esperados pelos usuários e que busque “visões” dos custos diferentes, certamente passará
por ela.
Estas diferentes visões implicam em diferentes formas de gestão que deverão ser
combinadas pelos executivos. A redução do custo do processo de suprimentos depende de
um trabalho de revisão deste processo (reengenharia) onde podemos aceitar maiores
custos em uma área, ou seja, devemos nos focalizar na redução do custo do processo
como um todo. Por outro lado, podemos nos focalizar na atividade em si, ou seja, buscar a
redução dos recursos consumidos pela atividade, ou melhorar o treinamento dos
empregados para reduzir os índices de retrabalho, etc..
O ABM na Manufatura
ABM foi inicialmente utilizado para se fazer o controle dos gastos de “overhead”, aí
incluídos os gastos indiretos de produção e as despesas administrativas e comerciais. No
entanto, a ampliação da utilização do ABM para dentro das fábricas e a sua
compatibilização com algumas das técnicas de gestão fabril como administração por
células, linhas de produção e teoria das restrições revelou-se extremamente válida, do
ponto de vista da qualidade de informações para o suporte das operações industriais. Como
veremos a seguir, uma das maiores inovações do ABM em relação a manufatura está no
tratamento das atividades máquina.
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Graficamente uma máquina poderia ser representada por:
Atividade de
Atividade de Atividade de Atividade de Setup Ociosidade
Operação Manutenção
Estados
Atividades Recursos
Mão de Obra Demais Gastos Gastos Variáveis Gastos Variáveis
Fixos de Máquina de Mão de Obra
Máquina Alocação Direta Alocação Direta NA NA
Operação Normal Não Aplicável NA Alocação por Alocação por
e com Reprocesso (NA) hora-máquina hora-homem
trabalhada trabalhada
Manutenção NA NA Alocação direta NA
dos materiais de
manutenção
Setup NA NA NA NA
Ociosidade NA NA NA NA
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O Custeio do Gargalo
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Bibliografia
01 - Shim, Jae k., Siegel, Joel G.. Modern Cost Management & Analysis. 1ª Ed. Italy:
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03 - Harmon, Roy L.. Reinventing The Factory II: Managing the World Class Factory. 1ª Ed.
United States of America: The Free Press, 1992.
04 - Shank, John K., Govindarajan, Vijay. Strategic Cost Management: The New Tool for
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06 - Berliner, Callie, Brimson, James A.. Cost Management for Today´s Advanced
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08 - Moreira, Daniel A.. Administração da Produção e Operações. 1ª Ed.. São Paulo:
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São Paulo: Makron Books, 1993.
10 - Goldrat, Elyahu. A Meta. São Paulo: Educator, 1993.