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AD
S
A Cartilha do
Seguro da Agricultura
Familiar - SEAF
Organização
Beatriz Stamato
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Secretaria da Agricultura Familiar
Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural
Texto
Rodrigo Machado Moreira
José Carlos Zukowski
Revisão Técnica
Eros Marion Mussoi Cadernos de ATER
Revisão
Metalinguagem Comunicação
Programação eletrônica
Sérgio F. N. Garcia
Apresentação 05
1. Introdução 07
6. Considerações finais 32
Apresentação
05
1
Informações sobre a
legislação da
Agricultura Familiar e
do SEAF podem ser
encontradas,
respectivamente, nas
páginas de internet.
www.mda.gov.br/saf
www.bcb.gov.br
07
A agricultura sempre foi uma atividade de risco, sensível a variações
climáticas como seca, granizo, chuva excessiva, ventos fortes, chuvas fora de época
e ocorrência de um número crescente de pragas e doenças.
O SEAF surgiu para:
1 minimizar os riscos a que está sujeito(a) o(a) agricultor(a) familiar;
2 oferecer mais segurança para a atividade produtiva;
3 garantia de renda para a família agricultora.
•o funcionamento do Seguro;
•suas relações com o zoneamento agrícola de risco climático;
•o papel do/a agricultor/a na gestão de risco na lavoura;
•as relações existentes entre a ATER, a pesquisa científica e a
melhoria continuada do SEAF.
Espera-se, por fim, que este material aumente a capacidade técnica do
sistema de ATER brasileiro para melhor orientar os(as) agricultores(as)
familiares sobre o Seguro da Agricultura Familiar.
08 Seguro da Agricultura Familiar
2
Enquadramento
a Quem pode acessar e Culturas asseguradas
Público-alvo: agricultores familiares que tomam
financiamento de custeio agrícola no PRONAF nos grupos
C, D e E.
Culturas: as culturas contempladas são aquelas do
Zoneamento Agrícola publicado anualmente pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Entre
elas estão o arroz, cevada, feijão, feijão-caiupi, maçã, milho, soja, sorgo e trigo. São
contempladas, ainda, as culturas de banana, caju, mandioca, mamona e uva.
Consórcios: são contemplados, ainda, consórcios nos quais a cultura
principal está entre as relacionadas acima.
Culturas não-zoneadas: por exemplo, mamão, batata, tomate, cebola,
girassol, laranja etc, não poderão
O PROAGRO é uma modalidade de seguro agrícola que
acessar o SEAF, ficando opcional ao(à) não confere garantia de renda, incidindo a cobertura
agricultor(a) a adesão ao PROAGRO . sobre apenas 70% do valor financiado.
Adesão, Adicional,
b Valor Segurado, Cobertura e Gatilho
Adesão O adicional é a contribuição do(a)
Obrigatória para os grupos C e D agricultor(a) para acessar o seguro. O
Opcional para o grupo E adicional, somado a uma contrapartida
do Governo por contrato de seguro
estabelecido, corresponde ao prêmio
Adicional – sobre o valor segurado: pago à seguradora.
Grupos C e D = 2%
Grupo E = 4%
Valor Segurado
Igual ao valor financiado, mais o equivalente a 65% da Receita Líquida
Esperada, esta limitada a R$ 1.800,00 por agricultor/ano.
Cobertura
O valor da cobertura é igual a:
100% do Valor Segurado;
mais juros do financiamento;
menos a receita obtida com a colheita, as parcelas do financiamento não-
aplicadas e as perdas por causas não-amparadas.
10 Seguro da Agricultura Familiar
Condições gerais do funcionamento do SEAF
Gatilho
O gatilho corresponde à porcentagem de perda, a partir da qual o seguro
pode ser acionado. No caso do SEAF, podem ser
Receita Líquida Esperada = Receita
amparadas perdas iguais ou superiores a 30%. bruta – valor financiado.
Isto é verificado quando as perdas amparadas Receita Bruta é estimada para o
resultam em Receita Obtida menor que 70% da financiamento no momento de
fechamento do contrato de crédito.
Receita Líquida Esperada.
•Incêndio de lavoura.
•Enchente.
•Evento fora da vigência.
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e Exemplos de fatores de perda da cobertura
EM LAVOURA TEMPORÁRIA
Inicia-se a partir da emergência das
plantas ou transplantio no local definitivo.
EM LAVOURA PERMANENTE
Inicia-se com o débito do Adicional.
l PERDA TOTAL
Um agricultor do Grupo C ou A/C do Pronaf financiou R$ 2.000,00 para
custeio de uma das culturas zoneadas.
•Receita Líquida Esperada = R$ 1.200,00
•65% da Receita Líquida Esperada = R$ 780,00
•Valor Segurado = R$ 2.780,00
•Adicional pago (2% sobre valor total segurado) = R$ 55,60
Havendo perda total, 100% do valor segurado é coberto pelo SEAF. O(a)
agricultor(a) liquida integralmente o financiamento e recebe R$ 780,00.
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ll PERDA TOTAL
Um agricultor do Grupo D do Pronaf financiou R$ 4.000,00, aplicou todo
o valor do financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da
colheita.
•Receita Líquida Esperada = R$ 2.400,00
•65% da Receita Líquida Esperada = R$ 1.560,00
•Valor Segurado = R$ 5.560,00
•Adicional pago (2% sobre o valor segurado) = R$ 111,20
Havendo perda total, 100% do valor segurado é coberto pelo SEAF. O/a
agricultor(a) liquida integralmente o financiamento e recebe R$ 1.560,00.
acaí
mandioca
café
algodão
banana
soja
Diferentemente de outros zoneamentos existentes, que foram elaborados com base nos conceitos de
potencialidade e aptidão, para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, além das variáveis analisadas
(solo, clima e planta), aplicam-se funções matemáticas e estatísticas (de freqüência e probabilidade) com
o objetivo de quantificar o risco de perda das lavouras devido à ocorrência de eventos climáticos
adversos, principalmente a seca.
ministério da
agricultura
e mapa
universidade
embrapa
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O SEAF foi criado com base nos princípios Apesar do lento desenvolvimento do
dos seguros agrícolas. No entanto, não é regido mercado de seguros agrícolas no Brasil,
temos bons avanços relacionados à gestão
pela legislação de seguros privados. Apesar do de riscos na agricultura familiar com a
SEAF não ser um programa de renda mínima ou implantação do SEAF. Dentre as causas
desse lento desenvolvimento, destacamos a
um seguro de emergência, no caso de perda da carência de bases de informações e
lavoura, o valor segurado cobrirá os custos de tecnologias na área de gestão de riscos.
produção e garantirá uma renda até que a Portanto, o Seguro da Agricultura Familiar
precisa avançar em um trabalho
próxima safra chegue . Esta garantia de renda é sistematizado nessa área. Isso envolverá
que tornará a atividade agrícola familiar mais algumas linhas de ação que dependem,
fundamentalmente, do avanço dos
estável e capacitada para continuar a produzir conhecimentos da agronomia e
alimentos e outros produtos essenciais para o agroclimatologia para a agricultura familiar.
desenvolvimento do país.
O SEAF não é um programa de renda mínima, nem um Os números do SEAF na safra 2004-2005
seguro de emergência. O Brasil já tem outros apontam um valor segurado médio da ordem de
programas nessas áreas, como é o caso do Bolsa- R$ 4.600 por produtor. Isso corresponde a
Família (Renda Mínima) e do Garantia-Safra (Seguro de uma renda bruta mensal superior a um salário
Emergência). Estes programas são voltados para mínimo (4600/13 = R$ 353,85). Subtraindo-se
públicos na linha de pobreza e têm benefícios de os custos de produção (geralmente entre 40% e
menor valor, podendo atender grande número de 60%), tem-se uma renda líquida mensal inferior
pessoas com orçamento modesto e sem risco de a um salário mínimo. Contudo, no agregado
grandes impactos nas contas públicas. dos 543,8 mil produtores amparados, o valor
total segurado nessa safra foi de R$ 2,5 bilhões.
utilizar tecnologia
adequada para a
cultivar escolhida;
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guardar as notas fiscais dos insumos
adquiridos e manter registros de
insumos de base ecológica fabricados
na própria propriedade;
Insumos de base ecológica são aqueles utilizados em sistemas agroecológicos de produção, os quais
podem ser elaborados, com qualidade, na própria propriedade rural, a exemplo do biofertilizante e do
composto. Isto não descarta a aquisição de certos insumos de base ecológica, como o próprio esterco
(quando a propriedade não integra efetivamente a produção animal à vegetal) e os microelementos.
• identificar o tipo e a
profundidade de solo da
propriedade (mínimo de 50 cm
de profundidade);
• verificar se a declividade do
terreno é inferior a 45%;
• confirmar se a cultura é
indicada no Zoneamento para o
Município, correlacionando o
tipo de solo da propriedade e o
É fundamental que a cultivar esteja
ciclo da cultivar escolhida. habilitada no Zoneamento e que haja
disponibilidade da variedade em questão.
O PREPARO DO SOLO
•análise do pH e da fertilidade do solo;
•adotar práticas de conservação de solo (curvas de nível) e correção de
eventuais deficiências minerais;
O PLANTIO
• plantar nas datas indicadas no
zoneamento;
• usar sementes habilitadas no
zoneamento;
• confirmar se há umidade suficiente
no solo e conferir a previsão de
chuvas para os dias seguintes;
• revolver o solo o mínimo possível,
optando, sempre que possível, pelo
plantio direto.
O CULTIVO
• manejar e controlar ervas daninhas, doenças e pragas;
• efetuar adubação de cobertura;
A COLHEITA
• confirmar condições adequadas – maturação, umidade dos grãos e
previsão de chuvas;
• agilizar os procedimentos de colheita;
• não deixar o produto na lavoura.
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5
A Política Nacional de
Assistência Técnica e Extensão
Rural (PNATER) prevê o
acompanhamento dos
financiamentos de custeio do
Grupo C do Pronaf, por meio do
trabalho integrado com a rede
nacional de ATER conveniada
pelo MDA. O objetivo é
construir uma ampla rede de
unidades de referência que
cubra todas as regiões do país.
Para tanto, cada técnico(a) pode
assessorar um grupo de até 200
agricultores(as), garantindo a
metodologia que se segue.
ll – tecnologia empregada;
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A estruturação de uma base de dados possibilitará, ao longo do tempo,
acumular informações para a melhoria da gestão de riscos na agricultura
familiar. Os dados coletados serão estruturados em um sistema informatizado
que possibilite gerenciamento e acesso com eficiência.
• Técnicos(as) de periciamento.
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IV - INSTITUIÇÕES DE PESQUISA CONVENIADAS
V - GOVERNO FEDERAL
VI - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
• O desenvolvimento crescente de
Unidades de Referência e a articulação
efetiva entre SEAF, ATER e Pesquisa
Científica. Permanece como desafio,
neste sentido, implementar a ATER em
todo o público do SEAF;
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Informações
www.mda.gov.br
www.mutuando.org.br
www.peagade.com.br
PROGRAMA DE EXTENSÃO RURAL AGROECOLÓGICA DE BOTUCATU E REGIÃO
www.mutuando.org.br
Secretaria da
Agricultura Familiar