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A PESQUISA CERÂMICA

no Instituto de Artes da Unesp

Wagner Penedo Priante

A cerâmica tapajó: estrutura em transFORMAção




Agosto de 2017

Importante é entender que jamais se parte de um vazio, um nada.
Fayga Ostrower, 1995.

Universidade Estadual Paulista


“Júlio de Mesquita Filho”
Instituto de Artes

A CERÂMICA DOS TAPAJÓ E O DESEJO DE FORMAS


ESTUDO DE PEÇAS CERÂMICAS ARQUEOLÓGICAS MIRANDO POTÊNCIAS CRIATIVAS

WAGNER PENEDO PRIANTE

São Paulo – SP
m aio, 2016
Quando fazemos coisas com as palavras, do que se trata é de como damos sentido ao que somos e ao
que nos acontece, de como correlacionamos as palavras e as coisas, de como nomeamos o que vemos
ou o que sentimos e de como vemos ou sentimos o que nomeamos.
Jorge Larrosa Bondía, 2002.

Fonte: IBGE, 2015.


A memória cultural é um tipo de memória que sobrevive ao tempo, que transcende o tempo de
vida do indivíduo. Existiu antes de mim e existirá depois de mim. Como essa memória existe por um
longo tempo, os mortos podem se comunicar com os vivos e os vivos podem se comunicar com as
próximas gerações.

Aleida Assmann, 2013.

•  A cerâmica é invenção autóctone em terras amazônicas, comprovada por achados


na região de Santarém (Caverna Pedra Pintada, em Monte Alegre).

•  A nação Tapajó:
•  era populosa e temida pelo veneno de suas flechas,
•  organizava-se em grupos, com líderes, incluindo ao menos uma mulher
(Moacara),
•  mantinha escravos,
•  cultivava milho,
•  realizava trocas com os povos vizinhos, incluindo parte
de sua produção lítica, como as muiraquitãs
•  produzia ídolos (estatuetas de madeira, cerâmica e pedra).
•  realizavam ritos de adoração (Aura) e de culto ao mortos
(Monhangarypy), nos quais consumiam bebida sagrada
em utensílios cerâmicos, tocavam instrumentos, dançavam.

•  Os portugueses os relatam como amistosos.


•  Estavam dizimados na primeira metade do século XVIII.
•  A redescoberta dos Tapajó se deu por meio de sua cerâmica – início das escavações.

Cópia de negativos de fotos das peças coletadas por Hartt em sua viagem a Santarém (1865-1866) e enviadas ao
Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia (Universidade de Harvard).
Fonte: Peabody Museum of Archaeology and Ethnology, número de tombo 2004.24.17114.
Cópia de negativos de fotos das peças coletadas por Hartt em sua viagem a Santarém (1865-1866) e enviadas
ao Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia (Universidade de Harvard).
Fonte: Peabody Museum of Archaeology and Ethnology, número de tombo 2004.24.17113.
•  Décadas depois, nos Estados Unidos e na Europa, a cerâmica descoberta impulsiona
novas buscas.
•  Formam-se coleções.

Curt Nimuendajú, entre os Canela-Rankokameka,


na Aldeia do Ponto (MA), em 1930.

Robert e Rose Brown, casal norte-americano que viajou pela


América do Sul coletando material arqueológico, em notícia de
1944.
Só na foz do rio é que se ouvem os murmúrios de todas as fontes.
Guimarães Rosa, 2009.

CERÂMICA DOS TAPAJÓ

Pratos, tigelas e
Vasos de Vasos de Recipientes com Recipientes vasilhas com
cariátides gargalo gargalo efígie Estatuetas Apitos Cachimbos
base e/ou alças
VASO DE CARIÁTIDES

Dimensões: 15,2 cm (altura) x 13 cm (diâm. maior). Dimensões: 15 cm (altura) x 15 cm (diâm. maior).


Acervo MAE-USP. Acervo MAE-USP.
VASO DE CARIÁTIDES – as figuras femininas na parte intermediária

Variações na figuração das cariátides: com as mãos à boca, sobre os olhos, repousadas sobre os joelhos, e
combinações desses “movimentos” das mãos.

Sequência “evolutiva” na
modelagem, segundo Palmatary
(1960).
VASO DE CARIÁTIDES – os adornos na parte superior

Os adornos – de 6 a 8, alternando-se as figuras.


Todas com duplas figuração, identificadas de acordo
com o ponto de visão.
VASO DE CARIÁTIDES – os adornos
VASO DE CARIÁTIDES – os adornos

Há adornos do tipo composto, com figuração bicéfala antropozoomorfa.


VASOS DE GARGALO
com forma votiva

Dimensões: 17,5 cm (altura) x 10,2 cm (diâmetro maior). Dimensões: 16 cm (altura) x 11,5 cm (diâmetro maior).
Acervo MAE-USP. Acervo MAE-USP.
VASOS DE GARGALO
(antropo)zoomorfo

Dimensões: 18,5 cm (alt.) x 15 cm (diâm.).


Dimensões: 11 (alt.) x 17 (comp.) x 13 cm (larg.).
Coleção da Fundação Brasil Central, Rio
Acervo Museu Paraense Emilio Goeldi
de Janeiro.
VASOS DE “TRANSIÇÃO”

Dimensões: 15 (alt.)
Acervo Museu de Arqueologia e Antropologia da Filadélfia.

Dimensões: 20 (alt.)
Acervo Museu de Arqueologia e Antropologia da Filadélfia.
RECIPIENTES COM GARGALO

Dimensões: 23,7 cm (alt.) x 16,4 cm


Dimensões: 29,5 (altura) x 26 cm (diâm. maior).
(diâm. maior).
Acervo MAE-USP.
Acervo MAE-USP.
RECIPIENTES COM GARGALO

Dimensões: 21 cm (alt.). Dimensões: 16,1 cm (alt.) x 13,4 cm (diâm. maior).


Coleção Sr. e Sra. Liebold Acervo MAE-USP.
RECIPIENTE COM GARGALO

Dimensões: 22,5 cm (alt.) x 21,6 cm (diâm. do bojo).


Acervo MAE-USP.

Reprodução de peça tapajó feita por Mestre Cardoso.


Acervo Coleção Lalada Dalglish.
RECIPIENTES EFÍGIES

Dimensões: 34 cm (alt.) x 34 cm (diâm. maior). Dimensões: 28,5 x 23 x 31,8 cm.


Acervo MAE-USP. Acervo Museu Paraense Emílio Goeldi.
ESTATUETAS

Dimensões: 20,5 cm (alt.) x 4,3 cm. Dimensões aproximadas: 12 cm (alt.) x 23 cm (comp.).


Acervo Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Banco Santos – sob guarda do MAE-USP.
PRATOS, TIGELAS E VASILHAS COM BASE E/OU ALÇAS

Dimensões: 11 cm (altura) x 27,5 cm (diâmetro).


Acervo MAE-USP.

Dimensões: 11,4 cm (altura) x 28 cm (diâmetro).


Acervo MAE-USP.
00
v-t

vi

PLATE 79
a. XVI-D-2. c. XVI-D-3. e. XVI-D-5. g, h. XVI-D-7.
b. XIV-B-2. d. XVI-D-4. f. XVI-D-6. i. XVI-D-8.
d
201

PLATE 75
a, b, d. XVI-E-12.
c. XVI-E-13.
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e. XVI-E-14.
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Aquele ideal de subjetividade que penso ser constitutivo do xamanismo como epistemologia indígena encontra-
se em nossa civilização confinado àquilo que Lévi-Strauss chamava de parque natural ou reserva ecológica do
pensamento domesticado: a arte.

Eduardo Viveiros de Castro, 2014.


Aquele ideal de subjetividade que penso ser constitutivo do xamanismo como epistemologia
indígena encontra-se em nossa civilização confinado àquilo que Lévi-Strauss chamava de parque
natural ou reserva ecológica do pensamento domesticado: a arte.

Eduardo Viveiros de Castro, 2014.

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