Sie sind auf Seite 1von 34

Direito das Sucessões :

Aceitação da herança

Aceitação da herança é o ato pelo qual o herdeiro adiciona ao seu acervo


pessoal o patrimônio sucessível. É ato pessoal e só se transmite pelo direito de
representação. Sua eficácia é ex tunc porque seus efeitos retroagem à data da
abertura da sucessão, ainda que a manifestação ocorra em momento posterior.
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro,
desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro
renuncia à herança.
A aceitação, em regra, é feita pessoalmente pelo herdeiro, mas poderá ser:

Espécies de aceitação

Quanto à forma a aceitação da herança pode ser:

 Expressa
 Tácita
 Presumida
 Expressa

Definida como aquela feita por declaração escrita.

Quanto ao titular a aceitação pode ser:


 Direta
 Indireta
 Direta

Feita pelo próprio herdeiro.

Características da aceitação

A aceitação é ato unilateral que, via de regra, se aperfeiçoa com a


manifestação de vontade de seu titular. Assim, são características da
aceitação:

Renúncia ou repúdio da herança


Augusto, um jovem de 25 anos, nunca teve um relacionamento muito fácil com
o Senhor Pedro, seu pai. Com o falecimento de Pedro, que era viúvo, Augusto
torna-se herdeiro de metade dos bens do seu pai, cabendo a outra metade à
Daniele, sua irmã mais velha.
Augusto renuncia sua parte, ou seja, repudia a quota a que teria direito no
acervo hereditário, sem indicar quem receberá a parte renunciada.
É ato tão solene que exige redução a termo nos autos do inventário ou
apresentação de escritura pública, na forma do art. 1.806/CC.

Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento


público ou termo judicial.
Não se admite Renúncia Prévia no direito brasileiro.

Espécies de renúncia

É uma divisão meramente doutrinária, pois, no Direito brasileiro, será sempre a


renúncia abdicativa.PRÓPRIA)

 RENÚNCIA TRANSLATIVA (IMPRÓPRIA)


A ordem de vocação hereditária. A capacidade sucessória passiva, na
sucessão legitima e testamentária.
Vocação hereditária

Já vimos, anteriormente, que pelo que determina o princípio da saisine, os


herdeiros passam a ocupar o lugar do morto logo após a abertura da sucessão,
mas antes de tudo, precisamos saber que são esses sucessores e para tal será
estabelecida uma ordem de vocação hereditária, isto é, a ordem de
chamamento dos herdeiros a suceder o patrimônio do morto.

Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos


herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento
caducar, ou for julgado nulo.

É facultado ao autor da herança dispor de seu patrimônio em testamento?


Sim, mas para tanto, deve respeitar o limite imposto por lei de 50% caso
possua herdeiros necessários (como já vimos na aula anterior, são
descendentes, os ascendentes e o cônjuge, conforme artigos 1.845 e 1.846 do
Código Civil)
Assim, para definirmos a herança deixada por alguém é importante lembrar que
deve ser separada a meação do cônjuge, se for casado em algum tipo de
regime de bens que comunique patrimônio.

Ordem de vocação hereditária

O artigo 1.829, do Código Civil, traz um rol de herdeiros legítimos que serão
chamados a suceder. Cada inciso do artigo 1.829 é considerado uma classe de
sucessores e a classe mais próxima exclui a mais remota. Assim, enquanto
existirem herdeiros elencados no inciso I (descendentes) os do inciso II
(ascendentes) não serão chamados.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

Supa-se que o autor da herança tenha deixado um patrimônio no valor de R$


1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e nenhum bem particular. A
divisão do patrimônio deixado seria:
Legitimação para suceder

Em primeiro lugar, devemos verificar a legitimação, tanto na sucessão legítima


como na testamentária, que é a constatação da personalidade de quem
reclama a vocação hereditária, representada pela existência da pessoa, física
ou jurídica, no momento da abertura da sucessão.

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no


momento da abertura da sucessão.

Responda:

Ana e Luiz estavam casados há oito anos e não haviam filhos. Tentaram
diversos métodos e optaram pela inseminação artificial. Com todo o
procedimento pronto, Luiz sofreu um acidente de carro e veio a falecer. Ana
resolveu que continuaria o procedimento de inseminação artificial utilizando
os embriões excedentários.

De acordo com o Art. 1.798, o filho decorrente dessa inseminação artificial post
mortem será herdeiro legítimo dos bens do Luiz

Há um conflito em relação à inseminação artificial post mortem. De acordo com


o artigo 1.597, IV do Código Civil, seria permitida a inseminação artificial,
utilizando embriões excedentários, a inseminação artificial, mesmo após a
morte do marido.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
(...)
IV \u2014 havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
Porém, em conformidade com o artigo 1.798 do Código Civil, como este filho
não estava concebido no momento da abertura da sucessão não estaria
legitimado a suceder legitimamente seu pai. Assim, o principio constitucional da
igualdade entre os filhos estaria ferido.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
(...)
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
A III Jornada de Direito Civil aprovou o enunciado 267
267 \u2013 Art. 1.798: A regra do art. 1.798 do Código Civil deve ser estendida
aos embriões formados mediante o uso de técnicas de reprodução assistida,
abrangendo, assim, a vocação hereditária da pessoa humana a nascer cujos
efeitos patrimoniais se submetem às regras previstas para a petição da
herança.
Assim, concluímos que a inseminação artificial post mortem é permitida no
Brasil e para o filho concebido post mortem requerer a herança deve fazê-lo
mediante ação de petição de herança que prescreve, em 10 anos contados da
abertura da sucessão, como veremos posteriormente.
Legitimação testamentária
Na sucessão testamentária estão legitimados a suceder os indicados nos
artigos 1798 e 1799 do Código Civil:
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:

Na hipótese do beneficiário seja prole eventual, este terá o prazo de 2 anos a


contar da abertura da sucessão para que seja concebido, como pode ser
observado no Art. 1.800.
Falta de Legitimação para Ser Herdeiro Testamentário e/ou Legatário
Fonte: Graphixmania / Shutterstock
As hipóteses e o procedimento de exclusão da sucessão. \u200bDistinção
entre falta de legitimação para suceder, indignidade e deserdação. Os
requisitos da indignidade e deserdação e seus efeitos jurídicos.

Exclusão do herdeiro/legatário
Existem duas formas de exclusão: indignidade e deserdação. Ambos os
institutos têm natureza punitiva, restritiva de direitos e por isso os efeitos da
exclusão são pessoais, não atingindo os herdeiros do excluído que herdam
como se este fosse pré-morto, ou seja, por representação. Diferente da
Renúncia, os herdeiros do excluídos, poderão herdar por representação. Não
abrange a linha sucessória. Não cabe interpretação analógica, seja na hipótese
de indignidade ou de deserdação.

Indignidade
Clique nos números abaixo para ler o conteúdo sobre Indignidade, disponível
nos artigos 1.814 a 1.818 do CC.

Deserdação. Art. 1.961 a 1.965 do CC.


Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou
deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.


As causas de deserdação são as hipóteses do art. 1.814, bem como as do art.
1.962 e 1.963 do CC.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou
com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.


É de iniciativa do próprio do autor da herança. Deve ser expressamente
manifestada através de Testamento.
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser
ordenada em testamento.


O prazo para a propositura da Ação de Exclusão por Deserdação é de 4 anos a
contar da Abertura do Testamento. Caso os agentes que deveriam ter
promovido a ação, perdendo o prazo, não o fazem dentro do prazo correto
previsto em lei, a vontade do autor da herança não será aceita.
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação,
incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no
prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.

Legitimação testamentária

Na sucessão testamentária estão legitimados a suceder os indicados nos


artigos 1798 e 1799 do Código Civil:

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:

Na hipótese do beneficiário seja prole eventual, este terá o prazo de 2 anos a


contar da abertura da sucessão para que seja concebido, como pode ser
observado no Art. 1.800.

Falta de Legitimação para Ser Herdeiro Testamentário e/ou Legatário


Sim, mas para tanto, deve respeitar o limite imposto por lei de 50% caso
possua herdeiros necessários (como já vimos na aula anterior, são
descendentes, os ascendentes e o cônjuge, conforme artigos 1.845 e 1.846 do
Código Civil)

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da


metade da herança.
As hipóteses e o procedimento de exclusão da sucessão. Distinção entre falta
de legitimação para suceder, indignidade e deserdação. Os requisitos da
indignidade e deserdação e seus efeitos jurídicos.
São sujeitos passivos da Indignidade os herdeiros (de qualquer espécie) e os
legatários. Art. 1.814.

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:


I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou
incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da
herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
As causas de indignidade são apenas as hipóteses do art. 1.814/CC. É de
iniciativa de qualquer herdeiro ou legatário interessado na exclusão.

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de


indignidade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário
extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
Prazo para a propositura da Ação de Exclusão por Indignidade é de 04 anos a
contar da abertura da sucessão e independe da sentença penal condenatória.
O reflexo da coisa julgada material da sentença penal na sucessão:
À semelhança da lei anterior, o artigo 935 prevê que a responsabilidade civil
independe da criminal, impedindo questionamentos sobre a existência do fato
delituoso ou sua autoria, não podendo mais serem rediscutidos no juízo
orfanológico. Acolhidas as teses de defesa deduzidas na ação penal de
negativa de autoria ou de atipicidade do fato, não pode o sucessor ser excluído
da sucessão. Contrariamente, se o pedido da condenação na ação penal foi
julgado procedente, ou reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, o
sucessor poderá ser excluído da sucessão por indignidade, se movida a ação
cabível, distribuída por dependência ao inventário.
A pena de indignidade não ultrapassa a pessoa do apenado, os seus herdeiros
não serão prejudicados. Mas o indigno, de forma alguma pode se aproveitar
dessa herança.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro


excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à
administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à
sucessão eventual desses bens.
O terceiro de boa-fé que adquiriu a propriedade daquele que é posteriormente
declarado indigno, não fica prejudicado.

Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros


de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro,
antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando
prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos.
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e
rendimentos que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser
indenizado das despesas com a conservação deles.
É facultado ao autor da herança, quando possível reabilitar o indigno.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da


herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente
reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado
em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa
da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.

Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou


deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.
As causas de deserdação são as hipóteses do art. 1.814, bem como as do art.
1.962 e 1.963 do CC.

Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a


deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou
com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

É de iniciativa do próprio do autor da herança. Deve ser expressamente


manifestada através de Testamento.

Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser
ordenada em testamento.

O prazo para a propositura da Ação de Exclusão por Deserdação é de 4 anos a


contar da Abertura do Testamento. Caso os agentes que deveriam ter
promovido a ação, perdendo o prazo, não o fazem dentro do prazo correto
previsto em lei, a vontade do autor da herança não será aceita.

Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação,


incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no
prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.

Resumindo

Indignidade Deserdação
Instituto típico da parte
geral do Direito das
Sucessões Instituto característico da Sucessão Testamentária
Causas Art. 1814 do CC Causas Art. 1962 e 1963 do CC
Atinge herdeiros legítimos,
testamentários ou Atinge herdeiros necessários, privando-os de suas
legatários legitimas
É indispensável testamento válido, feito pelo
Não é necessário ofendido, deserdando seu herdeiro necessário,
testamento mencionando a causa da deserdação
O prazo decadencial é de 4 O prazo decadencial é de 4 anos a contar da
anos a contar do óbito abertura do testamento (art. 1965 p. único do CC)
O quinhão hereditário do herdeiro testamentário, excluído da sucessão por
indignidade, será repassado aos substitutos indicados na cédula testamentária.
Joaquim faleceu deixando os filhos Ana e Marcelo. Ana vive em união com
Sílvio, com quem tem três filhos. Ana renunciou à herança. A quem será
deferido o quinhão que lhe corresponderia? Por quê?
Justifique e fundamente juridicamente as respostas.
GABARITO

O destino do quinhão do renunciante é abordado na parte final dos arts. 1.810


e 1.811 do CC e aponta para não incidência do direito de representação na
renúncia da herança. O quinhão renunciado será entregue aos demais
herdeiros da mesma classe (no caso Marcelo). Se não houver herdeiros da
mesma classe, convocar-se-á o herdeiro da classe mais próxima (netos do de
cujus) que herdaria por direito próprio e não por representação.
Enquanto Renato ainda era herdeiro aparente, vendeu a Alexandre uma casa
de praia que era, originalmente, de seu tio Agnaldo. Roberta, agora que é a
herdeira real pode reaver esse bem?
GABARITO
O terceiro, que de boa-fé, adquira a título oneroso, bens ou direitos do herdeiro
aparente não será prejudicado. A boa-fé do herdeiro aparente não pode
justificar o prejuízo de terceiros que não violaram a boa-fé. O herdeiro aparente
é responsável em ressarcir o herdeiro real.

O herdeiro aparente, que esteja na posse dos bens, de boa-fé, se pagou o


legado estabelecido em testamento fica isento de qualquer responsabilidade,
pois cumpriu o que estabelecia o testador. E posteriormente entregou ao
herdeiro verdadeiro o que ficou em sua posse.

Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não
está obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a
este o direito de proceder contra quem o recebeu.
Sucessão legítima — vocação hereditária

O herdeiro, como já vimos, é aquele contemplado com a totalidade ou fração


do patrimônio do de cujus.

Os herdeiros dividem-se em:

• Herdeiro legítimo – determinado como tal pela lei, e

• Herdeiro testamentário – contemplado por testamento.


Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos
herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento
caducar, ou for julgado nulo.
Herdeiros necessários/reservatórios

Descendentes, ascendentes e cônjuge, conforme artigo 1.845 do Código Civil.


Estas classes possuem direito à metade dos bens deixados pelo falecido,
exceto em casos de indignidade ou deserdação. Essa parte é dominada de
legítima ou reservada dos herdeiros necessários.

Outra regra de ouro em relação à vocação hereditária é que o grau mais


próximo exclui o mais remoto. Tornando-se fundamental recordar alguns
conceitos relacionados a parentesco estudados na disciplina de Direito
de família.

Sucessão dos Descendentes

Os descendentes, parentes na linha reta, são considerados os sucessores de


primeira classe, conforme a ordem de vocação hereditária, estabelecida no
artigo 1.829, do Código Civil, como verificamos nas aulas anteriores. Isso
significa dizer que se alguém morre, deixando descendentes, estes serão os
primeiros a serem chamados a suceder.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


Modo de Suceder e Modo de Partilhar dos Filhos

Os filhos sempre herdam por direito próprio, pois não existe nenhum outro
parente de permeio entre eles e o autor da herança. Filhos são parentes na
linha reta de primeiro grau, o grau mais próximo existente.

Na sucessão de descendentes, a partilha pode ser por cabeça ou por estirpe.


Caso só existam filhos a receber herança a partilha será por cabeça, pois todos
estão no mesmo grau. Divide-se o patrimônio pelo número de filhos,
igualmente.

Portanto se o pai morrer e deixar cinco filhos com capacidade sucessória,


a herança será dividida em 1/5 para cada um dos sucessores.
Modo de suceder

O herdeiro sucederá o falecido por três modos:

01 - Sucessão por direito próprio

Quando, no momento da abertura da sucessão, não há nenhum outro herdeiro


sucessível de permeio entre ele e o falecido. O lugar é dele herdeiro, como por
exemplo, quando os filhos sucedem.

Assim acontece sempre que não exista nenhum parente, com capacidade
sucessória, de grau distinto do herdeiro chamado a suceder. Se todos os filhos
não possuem capacidade sucessórias os netos serão chamados a herdar por
direito próprio e assim sucessivamente.

02 - Direito de representação

Essa é uma exceção à regra de que o parente de grau mais próximo exclui o
de grau mais remoto, pois há diversidade de graus, na mesma classe de
sucessores.

Os mais próximos herdam por direito próprio e os mais afastados por direito de
representação do herdeiro pré-morto (morto antes do autor da herança),
indigno ou deserdado.

O representante recebe quinhão que caberia ao herdeiro representado, se


houver mais de um representante, essa parte será dividida entre eles.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais


remotos, salvo o direito de representação.

Observação: O filho do herdeiro renunciante não representa o pai na


sucessão, mas se não houver herdeiro com capacidade sucessória de grau
mais próximo, ele pode herdar por direito próprio.
03 - Sucessão por Direito de Transmissão

Ocorre na hipótese de herdeiro pós-morto (morto após a abertura da


sucessão). Assim, o herdeiro que falece antes de aceitar a herança transmite o
seu direito a seus sucessores que poderão ocupar o seu lugar naquela
sucessão. Morrendo o pai e posteriormente o filho, antes de aceitar a herança,
o direito sucessório será transmitido ao neto que poderá aceitar no lugar do
herdeiro pós-morto.

Modo de partilhar

Partilha por Cabeça

Quando todos os herdeiros são da mesma classe de herdeiros, do mesmo grau


de parentesco e sucedem por direito próprio. Daí o monte hereditário será
partilhado pelo número de herdeiros, basta contá-los e dividir em partes iguais
para cada um. É própria da sucessão dos descendentes e dos colaterais.

Partilha por Estirpe

É adotado na sucessão por direito de representação, na qual existem herdeiros


de mesma classe, mas de graus distintos. Nessa hipótese, conta-se o número
de herdeiros que recebem por direito próprio e aqueles que estão sendo
representados.

Se um pai morre, tem um filho vivo e uma filha pré-morta, que era mãe de dois
filhos (netos do autor da herança), o filho vivo ficará com metade da herança e
a outra metade será dividida entre os netos que recebem por direito de
representação, sendo assim, a partilha por estirpe.

Divisão por Linhas

É própria da sucessão da classe dos ascendentes. Nesta espécie, a metade da


herança vai para a linha materna e a outra metade para a linha paterna, mas
não existe direito de representação.

Se o filho morre tem pai e mães vivos, metade vai para mãe e a outra metade
vai para o pai.
Se ao morrer, não tem pai, nem mãe com capacidade sucessória e tem avô e
avó maternos vivos e apenas avó paterna, dividindo-se por linha os avós
maternos recebem 25% da herança cada um, e a avó paterna ficará com 50%
do patrimônio deixado pelo falecido, em consequência da divisão por linhas.
Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os
outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou
não no mesmo grau.

Obs. Os pais do falecido, apesar de também serem parentes de primeiro grau,


na linha reta, pertencem à segunda classe sucessória, sendo chamados a
herdar apenas na hipótese do extinto não ter deixado descendentes.
Modo de Suceder e de Partilhar dos Netos

A sucessão que tenha como beneficiários apenas netos, pois nenhum filho ter
capacidade sucessória (por estar morto, ser deserdado ou declarado indigno
ou renuncie a herança).

Será idêntica à sucessão dos filhos, pois, nessa hipótese, também não existe
nenhum herdeiro de permeio entre o neto e o avô autor da herança. Assim, os
netos serão chamados por direito próprio e a partilha será feita por cabeça.

Na sucessão dos descentes, é possível a herança por direito de representação.


Assim, é bastante comum que um neto herde, representando seu pai na
sucessão do seu avô, quando existirem filhos do autor da herança com
capacidade sucessória. Nestes casos, a partilha se dará por estirpe, pois os
sucessores pertencem a mesma classe, mas têm graus distintos.

O cálculo para partilha por estirpe conta-se o número de sucessores por direito
próprio e soma-se ao número de representados. Divide-se a herança por esse
número. Os representantes recebem o quinhão correspondente ao direito do
representado. Se um filho pré-morto é pai de dois netos, a parte que caberia a
ele será dividida entre os netos representantes.

Vale lembrar que o filho de herdeiro renunciante não tem direito de


representação, mas é possível que herde por direito próprio. Se o filho renuncia
à herança, os netos não podem representá-lo na sucessão do avô, mas se não
existir outro filho com capacidade sucessória, os netos serão chamados a
herdar por direito próprio, sem nenhum impedimento legal.

Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros


herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da
subsequente.
Responda:

O pai de Danilo não herdará os bens de seu pai, pois é considerado um


herdeiro indigno. Danilo poderá representá-lo na sucessão do avô? Nem a
indignidade, nem a deserdação impedem o direito de representação. O neto,
filho do herdeiro indigno poderá representá-lo na sucessão do avô, como já
vimos anteriormente.

Sucessão dos Descendentes e Concorrência do Cônjuge Supérstite

O artigo 1.829, inciso I, permite que, em alguns casos, o cônjuge concorra com
descendentes na sucessão, dependendo do regime de bens.

O Código Civil, de 2002, inovou permitindo que o cônjuge herdasse em


concorrência com descendente, porém, fez algumas ressalvas de acordo com
o regime de bens adotado para o casamento. Assim, vejamos: CIONAL

Quota Mínima Reservada ao Cônjuge

O cônjuge sobrevivente, ao concorrer com descendentes comuns, tem direito à


quota mínima reservada de ¼ da herança, conforme artigo 1.832 do Código
Civil.

Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá


ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a
sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos
herdeiros com que concorrer.

Sucessão dos Descendentes e Concorrência do Cônjuge Supérstite

O artigo 1.829, inciso I, permite que, em alguns casos, o cônjuge concorra com
descendentes na sucessão, dependendo do regime de bens.

O Código Civil, de 2002, inovou permitindo que o cônjuge herdasse em


concorrência com descendente, porém, fez algumas ressalvas de acordo com
o regime de bens adotado para o casamento. Assim, vejamos:

 COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS

Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes quando


o regime for o da comunhão universal, porque se entende que a confusão
patrimonial já ocorreu quando da celebração do casamento. Assim, a
meação já lhe garante proteção suficiente. Nesse tipo de regime, o
cônjuge é meeiro da totalidade dos bens, mas apenas os filhos herdam a
parte correspondente ao patrimônio do falecido.
Não esqueça que não se pode dizer, neste caso, que o cônjuge herda
50% do patrimônio, porque meação é patrimônio dele, não se confunde
com herança. Ao afirmar que o cônjuge está herdando algo que já lhe
pertencia, estamos afirmando que deverá pagar imposto sobre isso, o
que seria uma inverdade prejudicial.

 SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA OU LEGAL DE BENS

Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes quando


o regime era o da separação obrigatória de bens (art.1.641, CC), pois
entende-se que a separação de bens é permanente e a possibilidade de
concorrência com os descendentes poderia deixar a lei sem sentido.
Nessa hipótese, o cônjuge não herda e será meeiro apenas se houver
aquestos. Se nenhum patrimônio foi adquirido onerosamente durante a
constância do casamento o cônjuge não é meeiro nem herdeiro.
Obs.: STF Súmula nº 377 — No regime de separação legal de bens,
comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.

 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS

Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes se


adotado o regime legal de bens, o autor da herança não deixou bens
particulares. Nessa situação, o cônjuge será meeiro dos aquestos, mas
não será herdeiro.

Entretanto, se o casado sob o regime da comunhão parcial de bens


deixou bens particulares o cônjuge será meeiro dos aquestos, bens
adquiridos onerosamente durante a constância do casamento, e será
herdeiro dos bens particulares concorrendo com os descendentes.
 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os descendentes se
adotado o regime da participação final nos aquestos, o autor da herança
não deixou bens particulares. Se o casado sob o regime da participação
final nos aquestos deixou bens particulares, o cônjuge concorre com os
descendentes. Solução idêntica aos casados sob o regime da comunhão
parcial de bens.

Assim, em havendo bens particulares, o cônjuge herda em concorrência


com os descendentes apenas sobre essa quota que não faz parte da
meação. Sob os aquestos será apenas meeiro e a herança será
exclusivamente partilhada entre os descendentes.

Enunciado 270 da III Jornada de Direito Civil:


270 – Art. 1.829: O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente
o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança
quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se
casados nos regimes da comunhão parcial ou participação final nos
aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a
concorrência se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação)
ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.EGIME DA
SEPARAÇÃO ABSOLUTA OU CONVENCIONAL

Sendo o regime de separação convencional de bens o cônjuge


concorrerá com os descendentes, por não haver ressalva nenhuma na lei.
Nesse regime, não se fala em meação, todos os bens são particulares, e
o cônjuge herda, em concorrência com os descendentes, sob a totalidade
dos bens deixados pelo morto.
Quota Mínima Reservada ao Cônjuge

O cônjuge sobrevivente, ao concorrer com descendentes comuns, tem direito à


quota mínima reservada de ¼ da herança, conforme artigo 1.832 do Código
Civil.

Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá


ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a
sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos
herdeiros com que concorrer.

Não sendo o cônjuge parente dos descendentes com quem concorre não se
fala em quota mínima reservada. Da mesma forma, nas hipóteses de filiação
híbrida, isto é, filhos comuns concorrendo com filhos apenas do autor da
herança.

Embora exista entendimento divergente na doutrina a esse respeito.


Filiação Comum: filhos do cônjuge sobrevivente que sejam também filhos
do autor da herança
Filiação Híbrida: filhos comuns concorrendo com filhos apenas do autor
da herança

Atividades

1- (DPE-ES – FCC – Defensor Público – 2016/ adaptada) Torquato tem quatro


filhos, sendo Joaquim, do seu primeiro casamento com Mariana; José, Romeu
e Pedro de seu casamento com Benedita. Mariana e Benedita são falecidas e
não possuíam ascendentes nem outros descendentes. Vítimas de um acidente
de veículo, em que Torquato e todos os seus filhos se encontravam, morreram
Torquato, instantaneamente, e José, algumas horas depois. Pedro, Romeu e
Joaquim sobreviveram. Torquato tinha um patrimônio avaliado em
R$3.600.000,00 e era casado com Amélia sob o regime da separação
obrigatória de bens e nada havia adquirido durante esse casamento. Como
serão as sucessões de Torquato?

2 - Jorge é casado com Lúcia pelo regime de comunhão parcial e com ela teve
um filho Roberto. De um casamento anterior Jorge teve outro filho, Carlos, que
lhe deu dois netos Júlio e Juliana. Carlos morreu em 15 de dezembro de 2007.
Jorge faleceu em maio de 2011 deixando uma casa, em Curitiba, que lhe fora
doada por seu pai e uma casa na praia adquirida na constância do casamento
com Lúcia. Responda:

a. Quem são os sucessores de Jorge?


b. A que título esses herdeiros sucedem?
c. Lúcia concorrerá com os herdeiros?

GABARITO
a. Lúcia, Roberto e os netos Júlio e Juliana, por direito de representação.

b. São herdeiros a título universal.

c. Lúcia concorrerá com os descendentes apenas pela herança do bem


particular, ou seja, a casa de Curitiba; da casa de praia ela é apenas meeira.

Sucessão dos Ascendentes

A sucessão dos ascendentes, sem concorrência com o cônjuge ou


companheiro, se dá da mesma forma que estabelecia o Código Civil de 1996,
não sofreu nenhuma alteração com a lei civil de 2002.

Artigo 1.829, Os ascendentes ocupam a segunda classe de herdeiros


do Código legítimos, conforme a ordem de vocação hereditária
Civil de 2002

Artigo 1.836, Se o falecido não deixou descendentes, serão chamados os


do Código ascendentes a suceder. Os ascendentes, assim como os
Civil de 2002 descendentes, são parentes na linha reta e, portanto, não
sofrem limitação de grau, como ocorre na linha colateral.
Modo de Suceder e de Partilhar dos Ascendentes

De acordo com o artigo 1.852 do CC, a sucessão dos ascendentes, o modo de


suceder é sempre por direito próprio, não é admitido o direito de representação.
Não existe nenhuma exceção a essa regra; nessa modalidade, o grau mais
próximo sempre exclui o mais remoto.

Na classe dos ascendentes, o modo de partilhar ocorre através da divisão por


linhas. A partilha do acervo hereditário é divida entre as linhas materna e
paterna, dividindo-se o patrimônio ao meio.
Ao morrer alguém e deixando apenas ascendentes vivos, aquele que tiver grau
mais próximo, exclui o de grau mais remoto.

Por exemplo, se a mãe e a avó paterna estão vivas, ao tempo da abertura da


sucessão, a mãe herda a totalidade da herança, pois é parente de primeiro
grau, enquanto a avó é de segundo. A sucessão pelos pais, portanto, por
pertencerem ao grau mais próximo do morto, afastam os demais ascendentes.

Responda:

Se por alguma razão os pais não possuírem capacidade sucessória, qual será
o procedimento adotado?

GABARITO

Serão chamados os avós a suceder, por direito próprio, e a partilha será feita
por linha. Portanto, se os herdeiros forem todos de mesmo grau, deve-se
respeitar a divisão por linha. Assim, se ao morrer apenas a avó paterna estiver
viva e avô e avó maternos também, dividindo-se por linha a herança, a avó
paterna ficará com 50% dos bens, a avó materna com 25% e o avô materno
com os outros 25%.

Sucessão dos Ascendentes em concorrência com o Cônjuge

O inciso II, do artigo 1, do Código Civil, prevê a possibilidade de concorrência


entre ascendentes e cônjuge na sucessão aberta. Diferentemente do que
acontece na sucessão do descente, ao concorrer com ascendente, o cônjuge
sempre herda independente do regime de bens do casamento.
O cônjuge, concorrendo com os pais do falecido, terá direito há 1/3 da herança,
conforme o artigo 1.837 do código Civil. Art. 1.837. Concorrendo com
ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-
lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele
grau.

O cônjuge que estiver concorrendo com ascendentes de grau maior que


primeiro, ou seja, com avós, bisavós etc., terá direito à metade da herança,
conforme o que disciplina o artigo 1.837 do Código Civil.
O cônjuge que concorrer com todos os avós do morto fica com 50% da herança
e cada um dos avós com 12,5%, pois 25% caberá à linha materna e os outros
25% à linha paterna.

Sucessão dos Colaterais

Seguindo a ordem de vocação hereditária, do artigo 1.829, do código Civil, na


falta de descendentes, ascendentes e cônjuge os colaterais serão chamados a
suceder legitimamente. Ocupam a quarta classe de herdeiros legítimos. Não
são herdeiros necessários, portanto podem ser afastados por testamento, não
possuem a garantia da legitima.
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas
no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.

Antes de dar continuidade, relembre que os colaterais, considerados parentes


são aqueles de até quarto grau e essa contagem se faz contando o número de
gerações que separa o falecido e o herdeiro, a partir do ancestral em comum,
conforme vimos em aulas anteriores.

Os colaterais de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto, conforme


a regra do artigo 1.840 do código civil.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais


remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.
Modo de suceder e Modo de Partilhar

O artigo 1.840, do Código Civil, estabelece que, em regra, na sucessão na


linha colateral/transversal, o modo de suceder será por direito próprio.
Excepcionalmente, os sobrinhos podem herdar por direito de representação.

Sucessão de irmãos

Sempre sucedem por direito próprio e a partilha será por cabeça, dividindo-se
em partes iguais se todos os irmãos forem unilaterais ou bilaterais. Porém, se
irmãos unilaterais estiverem concorrendo com bilaterais herdam de forma
distinta, conforme artigos:
 SUCESSÃO DO SOBRINHO POR DIREITO DE
REPRESENTAÇÃO
Concorrendo irmão com filhos de irmãos, os sobrinhos herdam por direito de representação e a partilha
será por estirpe. Cumpre ressaltar que o direito de representação na linha colateral está limitado ao
sobrinho, conforme artigo 1.840 do código Civil.

 SUCESSÃO DE IRMÃOS, SOBRINHOS E SOBRINHOS


NETOS
Como dito, o direito de representação se limita aos sobrinhos em concorrência com os irmãos do morto.
Os sobrinhos netos são parentes na colateral de 4º grau e, dessa forma, somente herdam por direito
próprio, na ausência de parentes de graus mais próximos.

 SUCESSÃO DOS COLATERAIS DE 4º GRAU


Esses herdeiros serão chamados a suceder por direito próprio e a partilha será por cabeça. Não há
nenhuma preferência quando concorrem tio-avô com sobrinho neto, nem tão pouco nenhuma exceção
em consequência da bilateralidade.

Atividades
1. Mariana é casada com Tiago pelo regime da comunhão universal de bens. Mariana morre sem filhos,
deixando sua mãe e seus avós maternos. Como dever ser realizada a partilha dos bens deixados por Mariana?

GABARITO

Além de meeiro, Tiago será herdeiro em concorrência com a mãe de Mariana, sendo dividida a herança
em partes iguais, na forma do art. 1837, CC. Os avós serão afastados em virtude de serem parentes de
segundo grau, enquanto a mãe é de primeiro grau.

2. Relativamente à ordem da vocação hereditária, assinale a alternativa correta:

Concorrendo à herança filhos do primeiro casamento e filhos do casamento atual do autor da herança, os
primeiros herdarão a metade do que os segundos herdarem.

Concorrendo à herança somente um avô materno e dois avós paternos, a cada um tocará um terço da herança.

Se concorrerem à herança somente um filho e três netos, filhos de filho pré-morto, aos netos conjuntamente
caberá cota equivalente à cota do filho vivo.

Incluem-se na sucessão legítima os colaterais em concorrência com o cônjuge.

Das könnte Ihnen auch gefallen