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RESUMO: SMITH, RICARDO E MARX, Cláudio Napoleoni.

OS FISIOCRATAS, Cap. II

O objetivo da investigação dos fisiocratas é o sistema econômico em conjunto, tendo


como premissa a existência de uma “ordem natural” para a sociedade, como rege a natureza
física. A sociedade pode encontrar-se distanciada de sua própria ordem, no sentido que se os
homens criarem obstáculos ao livre desenvolvimento, a sociedade passará a funcionar
segundo as leis que se impõem automaticamente a todos, podendo assim a ordem da
sociedade existir ou não.

Esta possibilidade de afirmar a ordem natural para a sociedade era sugerida aos
fisiocratas pela difusão da economia mercantil, tendo como base que o conjunto dos homens
é uma unidade regida por leis necessárias apenas na medida que as atividades econômicas
sejam reduzidas e integradas à unidade através de um processo que somente a troca pode
realizar. Sendo assim, a troca é o ponto de partida dos fisiocratas.

Para entender melhor a fisiocracia, tem-se em mente a estrutura econômica francesa


da metade do século XVIII, cuja propriedade de terra era basicamente de caráter senhorial; a
atividade agrícola, predominantemente capitalista; atividades manufatureiras e comerciais
dominas pelas formas artesanais; superioridade produtiva da agricultura capitalista em
relação à agricultura camponesa, sugerindo aos fisiocratas a direção capitalista como a mais
avançada direção. Assim, formas não capitalistas eram consideradas resíduos de uma era
prestes a ter fim. Nos esquemas fisiocratas, o capitalismo transformou a totalidade do
processo de produção agrícola, diferentemente das atividades urbanas, cuja a estrutura
artesanal consiste na forma natural de gestão.

Os fisiocratas entendem que o capitalismo consiste numa ampliação do excedente,


assumindo uma real importância apenas no âmbito das atividades que se forma o excedente,
portanto, o capitalismo é uma ordem própria da agricultura. É importante frisar que não é
porque o capitalismo realiza-se apenas na agricultura que a agricultura é a única atividade
que produz excedente, mas porque o excedente só existe na agricultura que o capitalismo faz
sentido exclusivamente na agricultura.

O excedente é a parte da riqueza produzida que excede a riqueza consumida ao longo


do processo produtivo, sendo a base de um consumo superior e fonte de uma reutilização na
produção. A aceitação desse conceito implica em três problemas:

1. Avalição:

Avaliação da diferença entre duas grandezas físicas, a riqueza produzida e a riqueza


empregada na produção. O cálculo dessa diferença implicaria em sua prévia sua redução a
grandezas homogêneas mediante a atribuição de um valor a cada um dos bens
correspondentes. O valor é algo inexistente no pensamento fisiocrático, então
consideraremos apenas o aspecto físico da produção. Neste sentido, a atividade produtiva à

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margem da agricultura aparece apenas como uma transformação de bens em outros bens, se
apresentando como um processo que gera uma maior quantidade de objetos da mesma
espécie, sendo que toda excedente que a economia chega a alcançar pode ser imputado à
agricultura.

2. Origem:

Se o excedente surge precisamente naquela atividade em que a terra intervém como


elemento determinante do processo produtivo, então é a própria terra a que se se atribui o
“produto liquido”, e este poder não pode senão depender da fertilidade natural do solo, e o
produto que a terra proporciona supera o necessário para a sua reutilização e para suprir os
meios de subsistência dos trabalhadores. O trabalho produtivo é aquele que gera excedente,
então o único trabalho agrícola é o único trabalho produtivo, e este trabalho não depende de
qualquer característica particular que o diferencie do trabalho.

A fisiocracia individualizou o lugar de origem do “produto líquido” no processo


produtivo.

3. Atribuição:

Caracteriza-se pela tese de que o “produto líquido” se restringe inteiramente à renda


fundiária. A renda obtida pelo arrendatário da terra é considerada como uma parte da
produção e assimilada ao salário do trabalhador agrícola, sendo uma deficiência analítica
somente superada pelos sucessivos do capitalismo. O arrendatários capitalistas podem
temporariamente participar da percepção do “produto líquido”, porém os lucros serão
temporários , não podendo ser considerados lucros normais.

Esta teoria do excedente é a base do esquema de funcionamento econômico de


Quesnay em ​Tableau Économique, o ​ nde a sociedade é dividida em três classes: “produtiva”,
constituída pelos arrendatários capitalistas e assalariados que desenvolvem sua atividade na
agricultura e cujo trabalho é produtivo; “classe estéril”, constituído por todos que exercem
atividade à margem da agricultura, cujo trabalho não é produtivo, pois não produz
excedente; e a classe dos proprietários de terra, que não desenvolve qualquer atividade
econômica e possui direito à percepção dessa renda.

O ​Tableau consiste em determinar de que modo a riqueza global é redistribuída entre


as três classes: (1) seja paga a renda àqueles que têm direito; (2) sejam produzidas as
condições para que se possa recomeçar o processo produtivo em larga escala.
No ​Tableau,​ Quesnay mostra que toda moeda retorna definitivamente à classe
produtiva, o que assinala o término do processo de circulação da riqueza entre as classes,
constituindo a primeira análise do equilíbrio global do sistema econômico, além de servir
para descrever as relações recíprocas e a interdependência entre os fenômenos econômicos, e
demonstra como a interdependência constitui um fenômeno mais relevante que os demais. A

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totalidade do processo de circulação da riqueza entre as classes e a amplitude das trocas
entre as classes dependem da quantia da própria renda.

Para os fisiocratas existem pelo menos duas razões pelas quais é desejável uma ampla
formação da renda: 1. através da manutenção de uma importante atividade manufatureira,
uma renda ampla equivale à possibilidade de elevar o consumo por parte da sociedade acima
dos níveis de subsistência; 2. uma renda ampla permite a ampliação do processo econômico
através da inversão de parte da mesma renda.

Esta tese fisiocrática é a primeira descrição do problema central da economia clássica:


o desenvolvimento através da cumulação através da utilização do excedente para a formação
do capital. Este processo de transformação da renda em capital não constitui um processo
indefinido até chegar o momento no qual todo o território será levado ao grau máximo de
cultivo. O ​Tableau se refere ao estágio no qual todo o território foi submetido aos métodos
mais eficientes de cultivo e o valor do excedente é máximo.

Existem três condições para que a economia seja levada ao grau máximo:

1. É necessário que não haja políticas que tendam a baixar os preços dos cereais e criem
obstáculos no processo produtivo da agricultura, ou seja, é necessário abolir
restrições à exportação de cereais que gerem baixa de preço no mercado interno;
2. É necessários que os preços dos manufaturados sejam estabelecidos ao nível mais
baixo, compatível aos custos de produção, evitando toda postura monopolística da
atividade manufatureira.
3. É necessário também estabelecer um tipo de imposição fiscal que não incida na
produção agrícola, não impedindo a reintegração do capital circulante e a renovação
do capital fixo.

Assim, o ​Tableau corresponde a efetivação de todas as reformas propostas pela


fisiocracia: extensão do cultivo capitalista todo solo cultivável; a adoção dos meios mais
desenvolvidos de cultivo e a constituição de todos os capitais fundiários necessários; abolição
de todas as restrições à exportação de cereais; eliminação de tudo que se oponha a um
funcionamento concorrencial do mercado; instituição de um imposto único sobre a renda.

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