Sie sind auf Seite 1von 4

LERNER, Z. D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.

Porto Alegre:
Artmed, 2002. 128p.

1
Joscineide Pereira de Hungria

RESUMO DA OBRA

Delia Lerner é educadora e pesquisadora em educação, principalmente no aspecto que se volta para o intenso
desafio da formação prática e social de sujeitos leitores. Em seu livro, Ler e escrever na escola: o real, o possível
e o necessário, ela busca trazer discussões teórico práticas do ensino de leitura e escritas nas escolas públicas,
enfatizando questões que se voltam aos desafios encontrados pelo decente neste contexto, aos aspectos
curriculares, e o trabalho escolar com práticas e projetos que se redirecionam para tal problemática. A obra em
questão mostra-se como um guia de reflexão sobre os processos que envolvem o ensino de leitura e escrita no
processo de alfabetização dos alunos, com linguagem simples e embasamento teórico-prático, o mesmo divide-se
em cinco capítulos que se completam no decorrer da leitura. O primeiro e segundo capítulo destacam a
importância da formação de uma comunidade leitora e escritora, dentro e fora do espaço de ensino, bem como a
inserção de práticas de ensino que fomentem a real função social da leitura e escrita no desenvolvimento crítico
do aluno ao resolver problemáticas voltadas a sua realidade. Os demais capítulos apresentam a reflexão sobre a
ressignificação da prática docente, discussões voltadas aos propósitos didáticos e comunicativos do ato de ler e
escrever, e as mudanças que são necessárias ao processo de democratização do conhecimento de leitura e escrita.
A autora encerra suas brilhantes considerações sobre o contexto, enfatizando a necessidade de implementação
de projetos curriculares que possam articular objetivos didáticos com os comunicativos, voltados à noção de
interpretação e produção de textos, bem como o processo avaliativos dos métodos direcionados a tal processo.

1. LER E ESCREVER NA ESCOLA: o real o possível e o necessário

“(...) para concretizar o propósito de formar os alunos como praticantes da cultura escrita, é
necessário reconceitualizar o objeto de ensino e construí-lo tomando como referência
fundamental as práticas sociais de leitura e escrita.” (p.17)

“O necessário é fazer da escola uma comunidade de leitores que recorram aos textos buscando
resposta para os problemas que necessitam resolver em sua realidade (...)” (p.17)

“O possível é fazer o esforço de conciliar as necessidades inerentes à instituição escolar com


propósito educativo de formar leitores e escritores, (...) a partir de condições didáticas que
permitam por em cena, (...) uma versão escolar mais próxima do social” (p.21)

2. PARA TRANSFORMAR O ENSINO DA LEIURA E DA ESCRITA

“O desafio é formar sujeitos praticantes da leitura e escrita e não apenas sujeitos que possam
decifrar estes sistemas.” (p.27)

1
Acadêmica do 7º período do curso de Licenciatura em Pedagogia pela UniAGES, do calendário alternativo.
“A versão escolar da leitura e escrita não deve afastar-se demasiado da versão social não-
escolar.” (p.35)

“(...) é preciso criar na escola âmbitos de apoio para possíveis transformações.” (p.38)

3. APONTAMENTOS A PARTIR DA PERSPECTIVA CURRICULAR

“A responsabilidade envolvida na elaboração de documentos curriculares faz sentir


fortemente a necessidade de pesquisa didática.” (p.39)

“O domínio da escrita é uma condição social” (p.61)

“Aprende-se a ler, lendo” e “aprende-se a escrever, escrevendo” (p.62)

4. É POSSÍVEL LER NA ESCOLA?

“Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor,
é se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao que se quer
dizer, é tirar carta da cidadania no mundo da cultura e da escrita...” (p.73)

“Na escola, a leitura é para além de um objeto de ensino, um objeto de aprendizagem, e


necessita que tenha sentido para o aluno.” (p.79)

“A avaliação a aprendizagem é imprescindível, porque proporciona informação sobre o


funcionamento das situações didáticas que permite então reorientar o ensino, fazer os ajustes
necessários para avançar o cumprimento dos propósitos propostos.” (p.92)

5. O PAPEL DO CONHECIMENTO DIDÁTICO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

“Afirmar que o conhecimento didático deve ocupar um lugar central na capacitação dos
professores é correr o risco de explicitar, o que não requer ser explicitado, é, talvez, incorrer
numa redundância injustificada.” (p.103)

“(...) a capacidade poderá ser muito mais efetiva quanto melhor conheçamos os fatos
didáticos, quanto mais preciso seja nosso saber a cerca do ensino e da aprendizagem escolar
da leitura e escrita (...)” (p. 117)

APRECIAÇÃO GERAL DA OBRA


O espaço escolar deve oferecer ao educando uma formação crítica, consciente e
necessária a sua convivência em sociedade, visando desenvolver sujeitos pensantes de sua
atuação na realidade em que estão inseridos. Dentro deste contexto é importante que o ensino
volte-se para um vertente de ressignificação de inserção de práticas sociais necessárias ao
desenvolvimento do aluno como um todo – psico, físico, social, cultural, histórico. Assim, é-
se possível a constituição do processo de ensino-aprendizagem de forma significativa para
todos da comunidade escolar.
Dentro deste contexto, o ensino de leitura e escrita é importante, por fornecer ao aluno
para além de aspectos voltados ao acesso às informações e à ampliação do vocabulário, o
desenvolvimento da criticidade e o interesse na busca pelo conhecimento, instigando-os a
pensar criticamente sobre diversas questões, que os impulsiona suas relações sociais. Diante
disso, o livro em questão se mostra necessário à formação do profissional da educação uma
vez que serão formadores alfabetizadores em seu campo de atuação. Logo, este se apresenta
como leitura necessária a compreensão do processo de ensino de leitura e escrita no que tange
a uma reflexão teórica, prática, curricular e pedagógica neste contexto.
O livro de Delia Lerner se apresenta como uma obra relevante para os
conhecimentos a serem adquiridos pelo profissional da educação, uma vez que traz uma
análise clara, sobre os fatores que influenciam o ensino da leitura e escrita como aspectos de
desenvolvimento da criticidade do sujeito frente às problemáticas que os cercam, a fim de
buscar respostas conscientes a sua realidade. De leitura simples e objetiva, a autora pontua
suas discussões de forma brilhante levando em consideração todo contexto cultural que
envolve o processo linguístico.
O processo de aquisição de leitura e escrita não deve ser visto apenas como uma
decodificação dos símbolos, mas como um constructo de ampliação dos conhecimentos do
discente na formação de sua visão de mundo. Neste sentido, assim como bem discutido no
livro, a escola deve ter objetivos curriculares bem definidos no que tange ao “que e como?” o
aluno deve obter as aprendizagens direcionadas a tais aspectos. O ensino oferecido nas
escolas deve redirecionar sua atenção para esclarecer aos alunos que o enfrentamento dos
problemas sociais, não se dá, somente, a partir do saber ler e escrever, mas também que
saibam fazer uso delas, incorporando-as a seu viver, transformando assim, a sua vivência
cotidiana.
A educação escolar deve atentar-se a implantação de uma dinâmica pedagógica,
curricular e prática, inovadoras, a fim de formar leitores competentes. O ensino deve tornar o
aluno letrado, capaz de compreender e interpretar aquilo que se lê, e o que não está escrito,
capaz de identificar elementos implícitos; que possam estabelecer uma relação do texto em
que está lendo com outros textos lidos anteriormente; que saibam que em um texto se pode
atribuir vários sentidos.
Dentro dessa discussão vale ressaltar que é importante que a escola tenha em mente a
compreensão de se realizar ações inovadoras voltadas a tais questões. A leitura e escrita deve
ser apresentada ao aluno por meio de diversos usos que ela tem na vida social. Entendendo
que, assim como bem discutido no livro, a leitura e escrita devem ser vistas como objeto de
ensino e também de aprendizagem.
O educando deve ser instigado a desenvolver suas habilidades argumentativas, críticas
e conscientes por meio de projetos dinâmicos, problematizadores, contextualizados e
significativos. Assim, é imprescindível que os conteúdos curriculares, caminhem, também,
em direção ao acolhimento dos conhecimentos prévios dos alunos voltados a tal fator, visando
a definição de propostas voltadas a suas aprendizagens extraescolares e suas perspectivas
histórico-culturais de formação para a vida.
Portanto, faz-se necessário a ressignificação do ensino da leitura e escrita, nas escolas,
a fim de buscar novos resultados aos desafios que dele emergem. Uma leitura, profunda do
cotidiano deve ser levada em consideração, para que transcenda a decodificação de símbolos,
e fomente a visão crítica de reconhecer as discussões implícitas e explicitas dos
acontecimentos sociais, econômicos, políticos, e culturais.

Das könnte Ihnen auch gefallen