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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


Wi
FACULDADE INTEGRADA AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO...


...Siga o mapa da mina.

Prof. Msc. Marco Antonio Larosa


Prof. Dr. Fernando Arduini Ayres

Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


FACULDADE INTEGRADA AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO...


...Siga o mapa da mina.

Esta publicação atende a complementação didático-


pedagógica da disciplina de metodologia da pesquisa e
a produção e desenvolvimento de monografia para os
cursos de pós-graduação lato e stricto sensu.

Rio de Janeiro
2010
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AGRADECIMENTOS

A todos os autores, corpo docente do Instituto A


Vez do Mestre, à professora Márcia Chaves de
Souza pela revisão dos textos. Aos alunos e
pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram
para a confecção desse trabalho acadêmico e sua
constante atualização.
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DEDICATÓRIA

À minha mulher Lílian, que tanto colaborou para a


confecção e o aperfeiçoamento desse trabalho.
Também a Maria Clara e João Lucca meus filhos,
pela alegria que trouxeram ao nosso lar.
Marco Antonio Larosa

À Laura Arduini, minha mãe e primeira professora


na universidade da vida.
Fernando Arduini
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RESUMO

Diagramado como uma monografia o objetivo desta obra não é outro


senão o de colaborar didaticamente para o enfrentamento do desafio da
elaboração de um trabalho monográfico. Usando uma linguagem clara e
objetiva são apresentados os passos mais importantes para a construção de
uma monografia a partir de uma análise de cada uma de suas partes. Repleto
de exemplos e comparações que facilitam o aprendizado dos leitores este livro
avalia detalhadamente todas as partes essenciais que compõem uma
monografia, desde a elaboração do plano de pesquisa até sua estruturação
propriamente dita. Espera-se assim que a obra possa ajudar a dirimir as
principais dúvidas nessa área e servir como um livro de consulta útil, um mapa
da mina como o título sugere, para todos aqueles que pretendem elaborar sem
receios um trabalho monográfico de qualidade.
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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a apoiar as aulas e palestras de


conteúdo programático teórico, bem como as vivências adquiridas no decorrer
de outros cursos ou no próprio mercado de trabalho, tornando o assunto mais
atraente e compreensível para os educandos.

O aluno terá um livro bem didático, acompanhará passo a passo,


como trilhar os caminhos que levam à excelência de uma monografia.
Utilizamos como referência, bibliografias (oferecidas ao aluno para consulta),
pesquisa de campo (coleta de dados nas salas de aula, nos cursos de
graduação e pós-graduação), além da experiência dos autores no Mestrado e
Doutorado.

A proposta deste livro é adequar e valorizar o trabalho acadêmico


que, muitas das vezes, é recolhido à biblioteca, tornando-se esquecido entre
tantos outros, até que algum interessado venha consultá-lo. Neste sentido,
objetiva-se buscar uma dissertação acadêmica adequada à realidade do
mercado, criando-se assim uma “monografia proposta” ou simplesmente um
projeto, pronto a ser implantado ou ainda, o início do estudo científico de um
tema, que o aluno poderá aprofundar em sua vida acadêmica, num posterior
mestrado ou doutorado, ou em sua vida profissional.

No livro são fornecidos exemplos de como configurar o processo de


diagramação e o preenchimento correto de cada uma das páginas que
constituem o trabalho monográfico.

Torna-se importante ressaltar que, em paralelo à utilização deste


livro, o autor da monografia deverá utilizar o apoio da orientação de
monografia, ou seja, o professor de orientação metodológica e, se for o caso,
de orientadores de conteúdo (professores ou profissionais da área em estudo).

Cabe ao orientador a responsabilidade de manter o orientando no


caminho correto, no foco, no objetivo traçado no projeto de pesquisa. Cabe,
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ainda, reconhecer seus erros de avaliação, sabedor de suas limitações. O


amadurecimento do orientador é a conseqüência natural de quem busca o
aperfeiçoamento.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

METODOLOGIA DA PESQUISA 12

CAPÍTULO II

O PLANO DE PESQUISA 19

CAPÍTULO III

A PESQUISA 36

CAPÍTULO IV

A CONFIGURAÇÃO 52

CONCLUSÃO 59

BIBLIOGRAFIA 61

ÍNDICE 64

ÍNDICE DE FIGURAS 66

ANEXOS 67

OS AUTORES 80
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INTRODUÇÃO

As aulas iniciais da disciplina de metodologia da pesquisa fazem


com que esta seja considerada por muitos alunos como uma disciplina difícil,
complexa e de pouca aplicabilidade, porém, por se tratar de trabalho
acadêmico, isso não é verdade. O fato é que a linguagem utilizada em um
trabalho acadêmico deve ser culta e específica, o que dificulta a compreensão
do leitor leigo no assunto.

Entretanto, esse não é o maior dos problemas. Nesses muitos anos


de carreira docente, observamos que, em cada dez alunos, nove estão
preocupados com o formato e estrutura da monografia. As perguntas ecoam
pelos corredores das instituições de ensino e fazem coro na sala de aula: “–
Professor, como é uma monografia? Como nós fazemos uma? O senhor tem
uma cópia à mão para que a gente possa ver? Estou preocupado com a
monografia, professor! E não sei como fazer uma.

Perguntas, perguntas e mais perguntas. Mas, uma pergunta, talvez a


mais importante, normalmente não é formulada – Como produzir uma
monografia? O educando ainda não se preocupou em perguntar: - Que passos
necessito seguir para formular um tema e desenvolver a monografia? Os
alunos, normalmente, estão preocupados com o “visual”, ou seja, ver
fisicamente uma monografia pronta e diagramada, no formato padronizado pela
instituição e dentro das regras da ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas.

O trabalho de formatação é o mais fácil, difícil é escolher o tema


principal e iniciar o aprofundamento nos conteúdos. Depois, mais um processo
de aprofundamento e a busca do tema particular, devidamente delimitado, e aí
sim, coletar os dados necessários para a confecção da monografia.

Se você ainda sente dificuldade, muita calma nessa hora. Siga os


passos a seguir: feche esse livro e leia com atenção o título. Após a
interiorização da mensagem verbal, visualize a capa desse livro..., depois a
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página de rosto..., o agradecimento..., a dedicatória..., o resumo..., até chegar à


introdução e, conseqüentemente, aos capítulos que ensinam passo a passo
como produzir um eficiente trabalho acadêmico. Interiorizou a mensagem?
Vamos lá, feche o livro e faça o teste, aguardamos você....

Então, visualizou bem o livro? Pois é, você acaba de ver como é


uma monografia, o livro já está no formato de um trabalho acadêmico, com
toda a formatação, a paginação e o desenvolvimento de capítulos. Afinal este
livro foi diagramado como uma monografia. É só olhar, estudar e deixar de se
preocupar com um mal que costuma a acometer muitos de nossos alunos: a
TPM – Tensão Pré-Monográfica.

Que tal finalizarmos nossa conversa a partir da definição de termos-


chave da disciplina de Metodologia da Pesquisa. Assim vejamos:

Ciência: trata-se de conhecimento público através de textos de


pesquisa, o preparo de livros para o ensino e a organização de documentos
com informações para públicos diferenciados. Estas são algumas das faces
importantes do vasto processo de comunicação que sustenta
permanentemente as atividades acadêmicas.

Metodologia Científica: trata-se do conjunto de etapas,


ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação de um objeto ou
fenômeno. Preocupa-se em descrever o problema e sempre que possível,
explicá-lo ponto a ponto.

Monografia: trata-se de trabalho acadêmico que, incentivando o


hábito da pesquisa, procura apresentar contribuições pessoais à ciência,
através do estudo de um assunto único e das reflexões obtidas neste processo.

Comunicação: Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber


mensagens através de diferentes meios através de uma linguagem falada ou
escrita.

A comunicação direta viabiliza o intercâmbio de idéias e


experiências entre as pessoas e os meios sociais, previamente definidos; já a
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comunicação indireta, feita por meio de documentos, assume importância cada


vez maior em nossa sociedade. A produção acadêmica, a armazenagem de
informações e o uso de documentos constituem etapas essenciais para as
variadas alternativas de acesso à informação, preocupação maior da sociedade
na busca permanente para resolver problemas emergentes e prever o futuro
próximo.

Pesquisa: Busca ou estudo metódico com a finalidade de responder


uma dúvida ou uma questão. Mais tarde teremos a oportunidade de conversar
mais sobre as características e os diferentes tipos de pesquisa.

A pesquisa é muito importante para a educação e o desenvolvimento


empresarial, pois através da busca de conhecimento e do aprofundamento de
conteúdos o pesquisador descobre parâmetros que estão relacionados à sua
realidade sócio-econômica. Uma vez que a história se repete muitas vezes e,
com os erros do passado, aprendemos a viver o presente e a prevenir o futuro.
Esta definição de educação, ou desenvolvimento, como processo de formação
da competência humana, busca a qualidade que é encontrada no
conhecimento inovador, o ponto de partida para a formação ética do indivíduo.

A pesquisa proporciona um questionamento crítico e criativo dos


problemas sociais, ou seja, deixa-se o discurso de lado e buscam-se as razões,
discute-se dialeticamente o problema, até encontrarem-se soluções possíveis.
Assim, viabiliza-se o trabalho monográfico em busca de um ganho social.

Nesta obra, o aluno vai encontrar na pesquisa, não só um


instrumento de ensino, mas também uma poderosa ferramenta, que pode ser
muito útil na vida cotidiana e no seu desenvolvimento profissional e pessoal,
pois no momento em que o educando se aprofunda em determinado tema, ele
amplia seus conhecimentos, tornando-se capaz de formar uma opinião sólida
sobre esse mesmo fato.
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CAPÍTULO I
METODOLOGIA DA PESQUISA

“Ciência é a arte de bem argumentar, preferindo sempre a


autoridade do argumento ao argumento da autoridade” (Demo, 2005, p. 10).

Planejar e cumprir metas só será possível através da utilização de


ferramentas que encaminhem o educando às respostas concretas do problema
proposto - que precisa ser conhecido profundamente para, só então, ser
discutido dialeticamente. Através da ciência, é possível resolver problemas em
benefício do homem. A busca pela sobrevivência financeira e biológica do ser
humano é o maior desafio da ciência nos dias de hoje.

Vale ressaltar que a ciência se divide em dois níveis: o de produção


do conhecimento científico (interiorizar os conteúdos, a partir de pressupostos
ou do conhecimento cotidiano) e o da produção da ciência propriamente dita
(ciência como instituição e prática social do saber).

1.1. O Papel da Metodologia

A metodologia pode ser vista de várias formas como, por exemplo:


um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo a questões e
testando hipóteses formuladas. Em outras palavras a metodologia é o ato que
guia o aluno na investigação da verdade, cientificamente. É também uma
disciplina acadêmica construída a partir do princípio aceito de que não há
produção de conhecimento científico, ou melhor, da ciência, a não ser através
da pesquisa. Portanto, objetiva que o educando adquira a teoria e os
instrumentos metodológicos básicos para a formação de um pesquisador,
através de métodos e técnicas de pesquisa que serão aplicados em cada fase
do processo de desenvolvimento da monografia.
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Processo esse, com etapas bem definidas, como: problematização,


coleta de dados, mensuração, formação do tema e das hipóteses, levantamento
de variáveis hipotéticas, reavaliação dos dados e produção do projeto inicial, as
quais serão amplamente abordadas nesse livro.

1.2. Pesquisa Científica

O conhecimento descoberto através da pesquisa pode ser aplicado


a muitas atividades cotidianas e profissionais, seja na solução de problemas,
na convivência interpessoal, na formação de opinião através da retórica, no
cotidiano profissional, e muitas outras. A palavra “pesquisa” se origina no latim,
no verbo perquiro, que significa “procurar; buscar com cuidado; procurar por
toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca”.
O particípio passado desse verbo latino é perquisitum. O primeiro R se
transformou em S na passagem do latim para o espanhol, daí, seguindo o
caminho histórico, surgiu o verbo “pesquisar”, que conhecemos hoje. Percebe-
se que os significados desse verbo em latim insistem na idéia de uma busca
feita com cuidado e profundidade (Bagno, 2000).

A pesquisa faz parte do cotidiano de qualquer cidadão, é só


observar como se comportam as pessoas diante de algum fato. Por exemplo,
quando um cantor famoso de MPB se envolve com o crime organizado, por se
tratar de uma pessoa pública, você busca informações em diferentes veículos
de comunicação de massa, como: jornais, revistas telejornais, programas de
rádio, ou seja, você pesquisa.

O homem é um ser curioso, um simples fato, como encontrar as ruas


escuras, provoca uma série de perguntas: – O que está acontecendo aqui?
Será que o corte de energia é geral? Essas indagações no consciente humano
logo se tornarão ações lógicas, na tentativa de descobrir o que está
acontecendo - início da coleta de dados. Tentar responder às perguntas e ter
uma opinião sobre o ocorrido nada mais é do que o exercício de pesquisa com
base no conhecimento disponível.
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Vejamos alguns tipos de conhecimento:

1.2.1. Conhecimento Intuitivo

A intuição é um conhecimento que, pela característica de alcançar o


objeto sem “meio” ou intermediários, assemelha-se ao fenômeno do
conhecimento sensorial. Na intuição sensorial, os sentidos não analisam, não
comparam e não julgam. O conhecimento surge no instante em que se
percebe, ou seja, é um dado de experiência interna apreendida imediatamente.
O ser humano passa a conhecer o que está a sua volta, desde o nascimento,
através dos órgãos dos sentidos, que têm a função de transmitir ao cérebro a
existência dos objetos por intermédio de algumas de suas características, da
sensação que elas provocam. A reflexão, que também faz parte desse
processo, pode ser entendida como a ação de examinar o conteúdo por meio
do entendimento, da razão.

1.2.2. Conhecimento Antecipado

Antecipa um fenômeno natural ou social, uma ação e uma realidade


pessoal ou de um grupo, ou seja, a experiência externa utiliza os órgãos dos
sentidos para a apreensão do objeto e a experiência interna limita-se a
comparar os diferentes dados da experiência externa. Exemplificando, através
da visão e da audição podemos distinguir os fatos ao redor, como cores,
tamanhos, formas etc.

1.2.3. Conhecimento Cotidiano

Informações recebidas do macromeio social (onde se habita) que


estimulam o aprofundamento na matéria ou tema abordado. A apuração da
informação oferece um conhecimento sobre ela, que podemos classificar como
diferença pessoal, ou seja, de interesse de uma ou duas pessoas.
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1.2.4. Conhecimento Científico

Adquire-se através da comprovação de sua veracidade, por leis e


causas, por instrumentos reconhecidos pela sociedade científica. Seu resultado
será de domínio público e de grande benefício no campo social.

1.2.5. Conhecimento Teológico ou Mítico

Detém-se na pesquisa dos fatos ou na análise dos conteúdos dos


dogmas à procura de evidência, como cita São Tomás de Aquino: “Na verdade,
o filósofo tira seu argumento das próprias causas das coisas, enquanto que o
fiel o toma da causa primeira, a saber, porque assim foi divinamente revelado”.
Esse fundamento do conhecimento teológico leva o fiel a aceitar como verdade
incontestável o dogma da fé. O conhecimento teológico exige a fé que brota do
desejo e da submissão, a partir da autoridade de terceiros. O conhecimento
revelado – relativo a Deus – aceito pela fé teológica constitui o conhecimento
teológico. É aquele conjunto de verdades a que os homens chegaram com o
auxílio de sua inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação
divina.

Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e


descobertas científicas não teriam acontecido. E é bastante lógico que, nas
Universidades, a pesquisa também se torne muito importante. Cabe aos
professores vencer a resistência à pesquisa ainda presente nos alunos, de
modo geral.

O Professor Universitário que se limita a dar suas aulas sem estar


engajado em algum projeto de pesquisa não é visto com bons olhos pelos seus
colegas. Afinal, a Universidade não pode ser apenas um “depósito” do
conhecimento acumulado ao longo dos séculos. Ela deve ser, também, uma
“fábrica” de conhecimento novo. E esse conhecimento novo só se consegue,
pesquisando.
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No Brasil, por exemplo, em nível nacional, existem entidades como a


CAPES e o CNPq e, no estadual, a FAPERJ, a FGV, a FIOCRUZ, o IUPERJ, o
Databrasil, entre outras, que financiam ou produzem projetos de pesquisa.
Existem também fundações privadas que apóiam pesquisadores, dando-lhes
condições de levar adiante seus projetos.

1.3. Leitura Preliminar

Ao definir o assunto que pretenda estudar, é necessário uma leitura


preliminar para que se possa identificar, com mais conhecimento de causa, o
tema que se pretende pesquisar na monografia. É a etapa em que se forma a
idéia sobre o conteúdo geral a ser estudado.

No momento em que se escolhe um tema generalizado, busca-se


contato com autores (bibliografias) que permitam um maior conhecimento
sobre o assunto. Nesta fase, não se deve buscar autores preferenciais, leia
todos que puder sobre o tema. Afinal, cada autor tem a sua visão ou versão
sobre o assunto e, na busca pela verdade científica, não se pode deixar ser
influenciado ou ter uma opinião formada sobre o fato.

As leituras sucessivas permitem uma entrada segura no


conhecimento procurado, que lhe dará base, em direção à pesquisa por um
tema mais específico. Neste momento, as leituras lhe darão uma idéia concreta
sobre as dificuldades, questionamentos, discordâncias e opiniões assumidas
que vão esclarecer o assunto e possibilitar ao pesquisador algumas pistas
sobre o tema principal a ser pesquisado na monografia.

O pesquisador deve ter paciência, pois a meta é adquirir


conhecimento sobre o tema para, só então, produzir ações interiorizadas
(conscientização do fato) em direção a novas ações exteriorizadas (opinião que
possibilite discussão dialética sobre o tema). O importante é saber se situar
sobre o problema em questão, como exemplifica o pesquisador Augusto
Thompson:
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(...) importa situar-se na geografia do problema, divisar


estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída,
passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os
picos e grotões assustadores. Aja como contemplador,
interessado, arguto, atento, mas despido da intenção de intervir
(THOMPSON, 1991, p. 20).

Numa linguagem mais simples: É hora de conhecer a floresta. Veja-


a de cima, atente para sua extensão e seus acidentes geográficos. Mais tarde,
dispondo do conhecimento já adquirido sobre esta, você escolherá qual árvore
ou riacho estudará de perto.

É importante lembrar que o pesquisador deve ter consciência de que


o tema não pode ultrapassar as fronteiras do curso que estuda, sob pena de
proporcionar um aprofundamento em várias direções e o distanciamento cada
vez maior em relação à situação problemática prevista. Isto ocorrendo, a
monografia pode não levar a lugar algum. Mantenha-se fiel ao tema e direcione
sua pesquisa bibliográfica neste sentido. As dificuldades surgirão no momento
em que você se aprofundar mais e mais no assunto. Então não é tarefa fácil
nem simples e demanda tempo e dedicação.

Metodologia então é o método para se conseguir o conhecimento


verdadeiro, analisando o objeto real, viabilizando sua comprovação e
benefícios sociais, ou seja, o conhecimento é provado por qualquer pessoa em
qualquer parte do universo. A ciência cria novos objetos de estudo que não
existem no cotidiano.

O que existe no cotidiano é o conhecimento superficial ou por


vivências e não o conhecimento profundo do fato. Como exemplo, a famosa
medicina popular, que é o conhecimento de ervas e poções milenares com
características curativas. Após a comprovação científica, este conhecimento
cotidiano transformou-se, chegando ao que se convenciona chamar de
Homeopatia.
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1.4. Metodologia na Investigação Científica

É um estudo com dois enfoques definidos, Empírico e Teórico.


Assim, o autor poderá definir que linha de trabalho adotar. Sempre de acordo
com o seu cotidiano, afinal, se ele possuir pouco tempo para a pesquisa, em
razão de sua atividade econômica ocupar grande parte do tempo disponível, a
opção racional será pela pesquisa bibliográfica.

1. Empírico: estudo que trabalha diretamente com o objeto real. Ex:


O antropólogo observa o ciclo de vida de uma espécie em
extinção, do nascimento ao ataque de predadores, mas sem
poder interferir em seu curso natural.

2. Teórico: Este estudo envolve idéias e conceitos, científicos ou


não, que serão fundamentados a partir de documentos, livros ou
de outras pesquisas. Ex: Monografias realizadas com base em
uma “idéia” ou problema a ser resolvido, em que o pesquisador
busca comprovar o fato através de publicações que reforçam sua
“idéia”.

A investigação deve ser iniciada a partir de um planejamento que


parte da concepção teórica (o problema, os objetivos e hipóteses) e da escolha
do método que será utilizado na investigação (instrumentos de avaliação e
captação de conteúdos). Obs.: Toda investigação é empírica ou teórica, sendo
que ambas partem de um planejamento fundamentado na teoria ou na
aplicação prática.
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CAPÍTULO II
O PLANO DE PESQUISA

A construção do plano de pesquisa diz respeito a etapa inicial de sua


pesquisa, com ele você se organiza e estrutura suas idéias para começar a
pesquisa em si. Para a apresentação de um plano de pesquisa é necessário ter
os objetivos bem determinados, assim como o plano de coleta e análise de
dados. Sua redação exige que se disponha de informações seguras acerca de
todos esses tópicos. Pode ocorrer que em algumas situações se faça
necessário apresentar, por escrito, as intenções de pesquisa. Neste caso,
redige-se um plano provisório, mais adequadamente denominado anteprojeto.

Existem vários tipos de planos de pesquisa, logo, não existe uma


padronização. Afinal, cada instituição de ensino procura uniformizar seus
trabalhos acadêmicos, ou seja, identificar de forma particular sua produção
acadêmica. Isso explica as diferentes formas encontradas também na
formatação de trabalhos acadêmicos. Contudo, é possível definir um esquema
capaz de abranger a maioria dos tipos que habitualmente aparecem nos
projetos de pesquisa. Este esquema inclui os itens que formam um conjunto
ordenado de ações lógicas que compõem o plano de pesquisa:

• Tema – fato, fenômeno ou assunto a ser estudado;


• Título – nome do estudo de acordo com o conteúdo;
• Problema – questão central a ser enfocada escrita em forma de
pergunta;
• Justificativas – o porquê do estudo, que razões o levaram a
pesquisar o assunto;
• Objetivos – gerais e específicos, indicando o que se pretende
atingir;
• Hipótese – possível solução antecipada do problema;
• Delimitação – apresenta a área real que será coberta pelo
estudo;
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• Procedimento Metodológico – meios, estratégias e


procedimentos utilizados para desenvolver o trabalho;

Vamos ver os itens passo a passo?

Mas antes não se esqueça de apresentar dados essenciais à


identificação do plano de pesquisa: entidade a que se destina o plano de
pesquisa, o curso, a matrícula, nome do aluno etc.

2.1. Tema

A escolha do tema é uma das principais dificuldades encontrada


pelo aluno quando é chegada a hora de fazer sua monografia. Parece residir aí
a grande dificuldade dos alunos em dar a partida em seu trabalho. É claro que
uma monografia não é só o tema, pois existe muito a desenvolver até a
conclusão do trabalho, mas, acredite, com a temática de estudo definida, o
resto da tarefa torna-se bem mais fácil.

A escolha da área de estudo (é dela que virá nosso tema) é o ponto


de partida da investigação a ser feita e, portanto, da monografia. É preciso,
primeiro, reconhecer as áreas ou assuntos cobertos pelo seu curso em que
você tenha maior interesse ou para os quais tenha aptidão. Trabalhar em algo
que seja do seu interesse pessoal trará maior motivação e, em conseqüência,
as chances de acerto e da confecção de uma boa monografia aumentarão
consideravelmente.

No momento em que o educando se prepara para escolher o tema a


ser pesquisado na monografia, deve levar em conta a necessidade de procurar
um tema que faça parte da sua área de estudo, mereça ser investigado e que
possa ser formulado e delimitado. A dica para facilitar este processo preliminar
é que o educando busque um tema em que ele já possua algum conhecimento,
mesmo que superficial, seja através de leitura (autodidata) ou por força da
prática do trabalho no meio (vivência). A afinidade intelectual do estudante com
21

o assunto escolhido colabora para o bom desenvolvimento do trabalho. Assim,


é possível ao educando:

• Ter uma visão geral sobre o tema escolhido;


• Localizar o problema no meio social;
• Diagnosticar ligações e estado de dependência com relação a
outros temas;
• Identificar possibilidades para o esclarecimento de um fato.

Outro fator que poderá ajudar bastante para obtermos um bom


trabalho, é a escolha de um tema que já esteja sendo trabalhado pelo aluno em
outras atividades. Além da imediata familiarização com o conteúdo, haverá um
grande ganho, também, na coleta de informações sobre o assunto, já que boa
parte das fontes estará fazendo parte do cotidiano do discente. Lembre-se de
que a participação em estágios também pode servir como uma boa base de
pesquisa para a monografia.

Para os alunos dos cursos empresariais, a opção de escolher um


tema na área em que atua é particularmente interessante, pois, além de dispor
da própria empresa como cenário para estudo, poderá contar com o auxílio de
profissionais com maior experiência na área para ajudá-lo na qualidade de co-
orientador.

Outra boa dica é lembrar que, por mais interessante e desafiante


que seja um tema desconhecido, é preciso, antes da sua escolha, que se tenha
certeza da existência de fontes de consulta disponíveis. De nada adianta um
excelente tema, se não tivermos como coletar informações ou aprofundar o
estudo sobre ele. Uma bibliografia mínima é necessária. É claro que a Internet
é uma boa fonte de consulta, mas seus dados não bastam para elaborar uma
monografia. Arquivos, depoimentos, livros e periódicos serão importantes no
aprofundamento da questão. Portanto, verifique a validade do seu tema. Por
vezes, identificamos temas que, à primeira vista, parecem excelentes, mas,
após uma análise mais criteriosa, não justificam um longo trabalho de análise.
22

Converse com seu orientador sobre o tema que pretende


desenvolver. Discuta com ele suas propostas e aceite as sugestões de um
profissional que tem profunda experiência no desenvolvimento desta atividade.
Às vezes, ele vai parecer chato (refazer? De novo?), mas na verdade, estará
procurando melhorar seu trabalho.

Outra dica importante é a que a se refere ao fator tempo. Leve-o em


consideração antes de escolher o tema. Pois a opção por determinados
assuntos implicará na exigência de mais tempo do que outros no que se refere
a sua pesquisa e desenvolvimento.

2.1.1. Delimitando o Tema

Ao fim da busca do conhecimento sobre o tema generalizado, inicia-


se outro processo em busca da excelência, que é o tema específico. O tema
deve ser muito bem escolhido, pois dele dependerá o sucesso ou o fracasso da
monografia. Para facilitar o processo de escolha, o educando deve seguir os
mesmos padrões que utilizou na escolha do tema generalizado. É claro que o
aluno já terá um conhecimento razoavelmente profundo sobre o tema e não
será difícil delimitar o objeto de estudo, ou seja, o tema segmentado.

Com o tema definido, exclua itens que, por serem irrelevantes, não
se inserem no contexto atual. Acrescente os dados necessários para aprimorar
ou desenvolver o planejamento do novo tema. O educando poderá traçar um
roteiro de estudo para então definir, inicialmente, os pontos de estudo e
aprofundamento.

O primeiro passo seria buscar a bibliografia sobre o tema


selecionado e, depois, consultar as bibliografias sugeridas por cada autor em
suas obras. O segundo, pedir a intervenção do orientador para ajudá-lo.
Jornais, revistas, Internet, entrevistas com personalidades do meio em questão
também são ótimas fontes de informação. Atente também para o tempo que
você dispõe para escolher um tema a partir de seu nível de complexidade e
esforço que irá exigir.
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Obs.: Estamos começando a falar da delimitação aqui na hora de


descrever o tema, mas você deverá escrever essa delimitação, mas ao final.
Aguarde!

2.2. Montando o Título

O título de ser breve, pois títulos muito longos mostram que sua
capacidade de ser sucinto e objetivo não é muito boa. Lembre-se de que a
monografia tem a sua cara. O título longo tende a desmotivar o leitor a se
interessar pela sua obra. Veja um mau exemplo de título:

A influência dos meios de comunicação de massa, em particular a


televisão, na aquisição de opinião, pois povo sem conhecimento é suscetível a
manipulação.

O título deve antecipar ao leitor o escopo da monografia. Evite


excesso de adjetivos, termos técnicos ou palavras que dificultem o acesso do
leitor à informação contida na monografia. Lembre-se, nem todos os leitores
são do mesmo ramo de atividade que você. Veja, agora, um exemplo de como
poderíamos “refinar” o título anteriormente citado:

“A influência da mídia televisiva em sociedades menos


esclarecidas.”

2.3. O Problema

Em busca do que pesquisar, o educando normalmente parte de um


tema definido e complexo. Ele possui conhecimento pré-concebido do tema ou
percebido durante o dia-a-dia, mas sem o devido aprofundamento. Este
processo é considerado normal, afinal, é comum partir do geral para o
particular, atingindo a delimitação em um assunto.
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O tema amplo permite que o educando busque cada vez mais


informações, conceitos e teorias que lhe permitam conhecimento profundo
sobre o tema particular. Somente a partir deste conhecimento, o aluno poderá
buscar particularidades (na linguagem acadêmica isso chama-se “variáveis”)
sobre o tema, que lhe indiquem uma questão a ser resolvida. A segmentação
do tema permite maior facilidade na busca de dados e um aprofundamento
direcionado.

O problema se resume a uma questão que deve ser resolvida


através da pesquisa que se inicia a partir de algum tipo de indagação. A
utilização da palavra problema, não significa que algo está errado, podemos
também evoluir de algo que está funcionando bem ou até antever uma situação
que poderá acontecer em um futuro bem próximo.

Pode-se dizer que um problema é considerado como de ordem


científica, quando permite que variáveis por ele identificadas possam ser
observadas, manipuladas e, é claro, testadas. Testar significa apurar se o fato
ocorre no cotidiano que o educando escolheu para estudo, com uma resposta
presumida, positiva ou negativa. Testar uma variável não significa que ela já
exista. O educando pode colher informações que identifiquem indícios de que
um fato percebido pode vir a ser um problema em um futuro próximo. Abaixo
são apresentados alguns exemplos de problemas, antigos ou futuros que
dispõem de variáveis passíveis de teste:

§ Estudantes oriundos de escolas particulares obtêm melhor


aproveitamento nos exames vestibulares?

§ Estudantes admitidos nas universidades pelo sistema de cotas


apresentam um desempenho inferior aos demais colegas?

§ O aumento da participação feminina no mercado de trabalho


aumenta o número de divórcios nas grandes capitais brasileiras?

§ A obrigatoriedade de ter produzido uma monografia durante a


graduação melhora as condições de empregabilidade de um recém formado?
25

Um questionamento muito comum dos alunos é até que ponto um


tema já escolhido por outros colegas mereça ser estudado por eles. Não duvide
mesmo um assunto que já tenha sido alvo de estudos por outros
pesquisadores pode motivar um outro pesquisador a efetuar nova exploração,
visando o aprofundamento de algumas relações e condições já identificadas
anteriormente ou o encontro de novas possíveis variações.

2.3.1. Formulando o Problema

A formulação do problema se inicia através do estudo da literatura


disponível sobre o assunto; é preciso aprofundar-se no conteúdo para
conhecer um objeto, assim como discutir o assunto com pessoas experientes
neste campo de estudo.

2.3.2. Regras para a Formulação do Problema

Na busca de soluções científicas para os problemas,


desenvolveram-se regras básicas que facilitam o encontro da situação
problema, fato gerador do interesse pela pesquisa que se desenvolverá.
Segundo Gil (2002), devem ser observadas as seguintes regras:

Ø O problema deve ser formulado como uma pergunta (inclusive


trazendo o sinal de interrogação ao final).

ü A formulação da pergunta remete o leitor do plano de pesquisa a uma


apresentação clara e rápida do assunto estudado. Além disso, a
utilização da pergunta identifica imediatamente o problema que se
pretende pesquisar. Porém, deve-se registrar que a pergunta formulada
não deve ter o formato de uma pergunta de questionário, ou de opinião,
que pode ser respondida de imediato. Ao contrário, deverá ser capaz de
gerar as dúvidas que serão respondidas com o desenvolvimento e o
resultado do trabalho.
26

Ex: Pretende-se pesquisar sobre o problema das altas mensalidades


cobradas pelas escolas. Ou, reformulando a questão: que fatores levam as
escolas a aumentarem as mensalidades?

Ø O problema deve ser claro e preciso.

ü Os problemas não podem ser formulados de maneira vaga, fazendo com


que o consultor tenha dificuldade em saber do que se trata e por onde
começar a resolver a questão.

Ex: O que determina a natureza humana? Pode ser a criação


familiar; pode ser o meio social, ou podem ser diversas outras causas. Afinal,
qual é o problema do proponente? Não está claro, logo, não é possível
identificá-lo.

Ø O problema deve ser empírico (baseado em experiências).

ü Os problemas científicos que se referem a valores regionais, étnicos,


raça, religião, entre outros, devem ser tratados de forma completamente
isenta e imparcial pelo profissional. Estes problemas, tratados sem a
isenção necessária, conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e
considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação
científica, que devem possuir a objetividade como uma das suas mais
importantes características.

Ex: A Mulher deve ocupar o lugar do homem no mercado de


trabalho?

Ø O problema deve ser suscetível de solução.

ü Um problema só deve ser utilizado, ou escolhido, quando existirem


formas de apresentar sua solução. De nada adianta escolher um tema
27

claro e interessante se o educando não dispuser de meios de pesquisa


para o desenvolvimento e a avaliação do assunto.

Ex: “A partir de uma base no planeta Marte, será possível desvendar


o mistério relacionado à última fronteira da galáxia”. Sem tecnologia adequada
para montar a base e depois investigar a fronteira final, só na “Enterprise” com
Dr. Spock e tudo.

Ø O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, ou


seja, possível de executar, mensurar.

ü Normalmente logo após os primeiros passos de uma pesquisa, as


leituras e pesquisas fazem com que o tema tendam à amplitude, sendo
necessário um certo tipo de delimitação por parte do orientador. A
delimitação faz-se necessária para um maior aprofundamento no tema
específico e, também, por conta da disponibilidade de recursos e meios
para a pesquisa.

Ex: A educação no Brasil é falha? Seria necessário delimitar que


área da educação se pretende pesquisar. O que vai ser estudado, a educação
infantil, a educação básica, o ensino médio ou o ensino superior? O ensino
público ou o privado? Num País como o nosso, de dimensão continental e
distintas realidades regionais, parece bem provável que uma delimitação
geográfica seja obrigatória.

2.4. Justificativa

Consiste na apresentação, de forma clara, objetiva e rica em


detalhes, das razões de ordem teórica ou prática que justificam a realização da
pesquisa ou o tema proposto para avaliação inicial. No caso de pesquisa de
natureza científica ou acadêmica, a justificativa deve indicar:
28

a) O estágio de desenvolvimento dos conhecimentos referentes ao


tema;
b) As contribuições que a pesquisa pode trazer, no sentido de
proporcionar respostas aos problemas propostos ou de ampliar as
formulações teóricas a esse respeito;
c) A relevância social do problema a ser investigado;
d) A possibilidade do estudo sugerir contribuições no âmbito da
realidade proposta pelo tema.

2.5. Objetivos

A apresentação dos objetivos varia em função da natureza do


projeto. Nos objetivos de pesquisa, cabe identificar claramente o problema,
apresentar sua delimitação, bem como apresentar as hipóteses a serem
testadas. Apresentam-se os objetivos de forma geral e específica.

2.5.1. Objetivo Geral

Refere-se ao escopo central, o objetivo maior do estudo. Uma boa


dica a ser seguida é a repetição do problema na forma afirmativa com um
verbo associado a pesquisa como “analisar”, “investigar”, “entender melhor”,
“compreender” etc.

2.5.2. Objetivos Específicos

Como o plural sugere tem de ser pelo menos dois. Estes objetivos
dão base ao geral. Sem responder os mesmos não temos condições de
atender o objetivo geral.

Ex: Se o objetivo geral for: “Analisar a importância do brincar para o


aprendizado de matemática”.

Os objetivos específicos serão algo em torno de:


29

Ex: “Pesquisar sobre diferentes tipos de brincadeira e a importância


do brincar para a educação”

Ex: “Investigar os principais desafios no aprendizado de


matemática”.

2.6. A Hipótese

Podemos dizer que a Hipótese é uma suposta solução antecipada


para o problema proposto. Ou, o reconhecimento antecipado de sua causa
geradora. Após a formulação do problema (que deve ter sido feita em forma de
pergunta) e da pesquisa bibliográfica preliminar, é possível ao pesquisador
construir hipóteses que orientarão seu trabalho investigativo. As hipóteses
poderão ser testadas ao longo do trabalho, comprovando ou não a suposta
solução antecipada.

Tomemos como exemplo a suposição do seguinte problema: Por


que o número de alunos que cursam pós-graduação no Brasil é incompatível
com o número de graduados que se formam anualmente?

Após uma pesquisa preliminar, o pesquisador poderia ter sugerido


as seguintes hipóteses:

- Ex: O aumento da concorrência na oferta de cursos de graduação


gerou uma queda nos preços das mensalidades, possibilitando um grande
crescimento do número de matrículas em tal setor.

- Ex: Na pós-graduação é encontrada uma situação de exclusão


social, pois os graduados de baixa renda não dispõem de recursos financeiros
para arcar com os altos custos deste nível de ensino.

O pesquisador dará continuidade a seu trabalho investigativo,


direcionando-o para testar as hipóteses sugeridas. Não se pode, contudo,
considerar que as hipóteses propostas estarão sempre certas. Possivelmente,
algumas poderão ser negadas ao longo do trabalho, o que não significa em
30

absoluto que a pesquisa esteja errada, mas sim que novos conhecimentos
estão sendo adquiridos na resolução do problema.

2.6.1. Classificando as Hipóteses

A hipótese é, portanto, um acontecimento incerto, uma orientação


para a investigação de um fato do cotidiano, uma suposição sobre uma
possível resposta para um problema, da qual não se tem certeza. Podemos
classificar as hipóteses em duas grandes áreas: hipóteses casuísticas e
hipóteses cotidianas.

§ Hipótese Casuística: Baseada em fato ocorrido, porém sem


comprovação. Muito utilizada em pesquisas de caráter
histórico onde são apresentadas a versão do pesquisador
sobre um fato já conhecido, mas sobre o qual não existem
registros completamente confiáveis. Como, por exemplo, a
versão que propõe que Tiradentes não foi mártir da
Inconfidência e, sim, que foi enforcado para encobrir os
verdadeiros líderes do movimento e acabou servindo de
exemplo na prevenção de futuros golpes.

§ Hipótese Cotidiana: Antecipa que determinada característica


ocorre com maior ou menor freqüência em determinado
grupo, sociedade ou cultura. Ex: “É elevado o número de
pessoas que buscam cursos de pós-graduação para
qualificar-se no mercado de trabalho”; ou, “A procura pelo
esoterismo é muito comum na classe média”.

2.6.2. Buscando a Hipótese

O educando, durante o trabalho de construção da hipótese, deverá


contar principalmente com sua capacidade de observação dos fatos, a
avaliação de estudos anteriores e o conhecimento das teorias já existentes
31

sobre o tema. É claro que a criatividade é sempre bem vinda e uma boa
intuição poderá ajudar bastante.

Independente do número de hipóteses que o educando, ou


pesquisador, tenha alcançado neste primeiro momento, é necessário, a seguir,
depurar os resultados obtidos verificando se as componentes da lista obtida
são testáveis ou não. Eventualmente, algumas delas, após um maior
aprofundamento, poderão ser abandonadas.

Para obter um melhor resultado na hipótese proposta, eis algumas


dicas: procure a clareza na apresentação dos conceitos, escolha a simplicidade
na sua construção, seja específico na identificação do que vai ser testado e
evite utilizar julgamentos de valor.

É bom lembrar que, no processo inicial da pesquisa, o educando


aponta uma hipótese com base no seu conhecimento do fato, naquele
momento. Com o passar do tempo e o aprofundamento dos conceitos e teorias,
essa mesma hipótese poderá sofrer alterações. Isto é absolutamente normal.
Não se preocupe.

E as varáveis? Utiliza-se o termo Variável para nomear os diversos


objetos de estudo passíveis de assumir, ao longo de um trabalho científico,
valores, estados ou aspectos diferenciados, dependendo das circunstâncias
apresentadas. Por exemplo, o salário é uma variável, porque pode ser
representado por diversos valores. O mesmo ocorre com número de alunos,
valores de mensalidades, quantidade de ônibus numa cidade, idade etc.

Embora alguns objetos de estudo não assumam valores numéricos e


sim categorias, como, por exemplo, nível de escolaridade (básico, médio,
superior), também podem ser identificados e tratados como variáveis. Assim
podemos incluir os sem-teto, os descamisados, os sem-terra etc.

No primeiro exemplo de hipótese apresentado anteriormente,


podemos identificar as variáveis: oferta de cursos de graduação, preços de
mensalidades e número de matrículas, todas podendo ser valoradas, ou seja,
32

representadas de forma numérica. Já no segundo exemplo, a variável custo de


ensino, também valorada, aparece junto à variável baixa renda que não é,
necessariamente, representada por um valor numérico, podendo ser
identificada, também, por classes ou categorias.

De um modo geral as hipóteses identificam dois tipos básicos de


relações entre as variáveis do objeto de estudo: Associação, quando existe a
relação entre as variáveis, mas estas não sofrem influência uma da outra; ou
Dependência, quando uma ou mais variáveis sofrem interferências diretas de
outras.

2.7. Delimitação

O trabalho de pesquisa necessita de uma delimitação que depende


das características do objeto de estudo e do nível de conhecimento do
pesquisador.

A delimitação pode ser definida a partir de uma especificação mais


concreta do seu problema em relação à área de abrangência, local, tempo e
amostra que servirá ao estudo. Por mais que tenhamos tentado aclarar através
dos objetivos e hipóteses o que queremos com nosso estudo, algumas
perguntas ainda podem ficar sem respostas. E é aqui na delimitação que isso
deverá ser esclarecido.

2.8. Metodologia

A redação de um plano de pesquisa é constituída pela especificação


da metodologia a ser adotada. O educando ainda não possui profundidade
suficiente no tema que o habilite a definir, com conhecimento de causa, o
melhor método para buscar as informações pertinentes ao desenvolvimento do
tema proposto:
33

§ Tipo de delineamento (traçar o esboço da pesquisa);

§ Amostragem;

§ Técnica de coleta de dados;

§ Análise dos dados;

§ Forma de relatório.

Cabe ao professor ou orientador trilhar esses caminhos junto com o


educando, em uma conversa franca e esclarecedora sobre a justificativa e os
objetivos do aluno, ou seja, como buscar informações e até onde ele quer
chegar com a proposta. A orientação é importante e de muita responsabilidade.
O professor deve ser conhecedor do tema escolhido pelo aluno.

2.9. Como Apresentar o Plano de Pesquisa

Embora uma excessiva padronização, em muitas situações, possa


ser prejudicial, a utilização de fórmulas padronizadas para facilitar os trabalhos
de elaboração, discussão e aprovação do plano são bem vindas. A seguir, é
reproduzida uma padronização para a apresentação do plano de pesquisa. O
formato é adequado aos cursos de pós-graduação, pois possibilita uma visão
generalizada do que pensa o aluno para a sua monografia e é utilizado como
padrão nos cursos do Instituto A Vez do Mestre. Porém, isso não inviabiliza a
necessidade de uma conversa pessoal com o orientador, afinal, alguns
possuem dificuldades em dissertar sobre o que realmente pensam.

Obs: Não escreva aqui no livro. Baixe o modelo do plano de


pesquisa disponibilizado na primeira página do site do IAVM (www.avm.edu.br).
34

Nome do(a) Aluno(a):

Curso: Matrícula:

TEMA
(fato ou fenômeno a ser
estudado)

TÍTULO
(Nome do estudo de
acordo com o conteúdo)

PROBLEMA
(Questão central a ser
enfocada em seu estudo
escrita sob a forma de
pergunta)

JUSTIFICATIVA
(o porquê de seu estudo,
incluindo de forma
resumida a orientação
teórica)
35

OBJETIVO
GERAL
(Propósito central de seu
estudo)

OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
(outros objetivos que seu
trabalho pretenda)

HIPÓTESE
(Possível resposta ao
problema acima
formulado)

ou QUESTÕES
SECUNDÁRIAS
(Em caso de estudo
exploratório)

DELIMITAÇÃO
(Especificação do objeto
de estudo e onde o
mesmo será estudado)

PROCEDIMENTO
METODOLÓGICO
(Como pretende
desenvolver o trabalho?
Enfocar detalhes da
Amostra, metodologia
empregada e referências
bibliográficas)

Figura 1 – Plano de Pesquisa


36

CAPÍTULO III
A PESQUISA

O interesse em pesquisar é inerente ao ser humano. Foi através da


pesquisa, mesmo que efetuada sem base metodológica, que o ser humano
conseguiu desenvolver seus conhecimentos e sair da idade da pedra. Através
da pesquisa o homem dominou o fogo, construiu habitações e criou armas que
o ajudavam a caçar seus alimentos. De lá para cá, muita coisa mudou, mas a
mesma razão prática – buscar novos meios de fazer alguma coisa, o
aperfeiçoamento do que já existe, a eficácia, a cura para alguma doença –
continua a existir. Hoje, é claro, esta razão prática é estimulada pelos
interesses mercadológicos. É a pesquisa aplicada (conhecer para dominar). O
conhecimento sobre algo novo, melhor ou mais barato, poderá vir a ser um
sucesso de vendas e, por isso, muito tempo e dinheiro é investido em
pesquisa.

Mas não se pesquisa apenas pela ordem prática. O homem é


curioso, sempre foi. Pesquisa-se pelo simples, e soberbo, pelo prazer de
adquirir conhecimento, de crescer intelectualmente, de descobrir as causas dos
acontecimentos ou de visualizar novos horizontes científicos. É a chamada
pesquisa “pura” (conhecer para conhecer).

Obviamente, a ciência e o conhecimento crescem com base nos


dois grupos. Pesquisas inicialmente classificadas como “aplicadas”, em seu
decorrer, por vezes, seguem em direção à ciência “pura” e vice-versa.

A pesquisa vista de forma simples, como apresentado no item


anterior, pode então ser definida como a busca da solução de problemas.
Sejam eles pré-existentes, conhecidos e de ordem prática ou, até mesmo,
problemas que existam ainda apenas na curiosidade, nas dúvidas e nos
questionamentos interiores do pesquisador.
37

A pesquisa científica, partindo dos mesmos princípios acima


mencionados, utiliza métodos e técnicas para a correta identificação do
problema, a observação da realidade, a verificação e a mensuração dos
resultados, de forma sistemática e racional. As conclusões obtidas em
pesquisas feitas desta forma metodológica permitem que o conhecimento
científico adquirido tenha precisão e objetividade.

Ø O pesquisador: Os argumentos acima são importantes para


compreendermos os motivos que levam uma pessoa a pesquisar e sua
importância para a sociedade. Na verdade, esse conhecimento deve ser
associado a um lado interessado, ou seja, o sucesso da pesquisa e de suas
descobertas para o mundo, dependem das habilidades do pesquisador. O
trabalho dos pesquisadores deve ser pautado inicialmente pelo conhecimento
do assunto e, sobretudo, pela curiosidade, pela disciplina e pela persistência.
Dificuldades com certeza serão encontradas ao longo da tarefa, mas a
perseverança e a auto-disciplina encaminharão o pesquisador ao encontro da
solução dos problemas.

Ø A realidade do pesquisador: Ciência e romantismo são coisas


do passado, quando o descobridor era reconhecido como um gênio. Hoje, o
pesquisador depende, além de suas habilidades pessoais para desenvolver o
processo de criação científica, dos recursos disponíveis para o
desenvolvimento da pesquisa.

Ø O capital: Possui um papel fundamental no processo, afinal não


se pode duvidar da interferência do poder econômico no resultado, ou seja, o
trabalho com amplos recursos tem maior probabilidade de ser bem sucedido
em um empreendimento de pesquisa, do que outro em que os recursos sejam
deficientes.

Qualquer pesquisa deverá levar em consideração o problema dos


recursos disponíveis. Para isso, deve-se estar atento aos gastos decorrentes
da aquisição de material e equipamento necessário, gerando assim economia
de tempo em busca da agilidade necessária para a confecção do trabalho. O
pesquisador precisa elaborar um orçamento adequado, ou seja, administrar
38

seu trabalho de pesquisa. Alguns pesquisadores se sentem constrangidos com


esta imposição, mas é fundamental para que o trabalho não sofra interrupções.

Não é mais possível dissociar a pesquisa científica das práticas


sociais que as sustentam como interesses sócio-econômicos e políticos,
prioridades institucionais, estrutura de poder das agências financiadoras,
ideologia, entre outros. Só pelo desenvolvimento do ensino e da pesquisa será
possível compreender exatamente o significado do papel crítico que as
instituições de ensino devem desenvolver.

O planejamento, uma antecipação da investigação, é o passo mais


importante em direção à monografia. Neste momento, o educando busca um
assunto ou problema a ser investigado e através de ações internas, procura
antever em qual direção deve seguir para resolver o problema, se há
bibliografias sobre o assunto, se o fato que pretende dissertar é atual ou antigo,
se o tema pode ser investigado em seu habitat ou à distância, o custo
operacional para o desenvolvimento e se há tempo hábil para buscar a
solução.

É importante lembrar que o pesquisador deve ter noção do tempo a


ser utilizado na finalização da pesquisa, calcular o custo estimado para concluí-
la no prazo e definir se o tema é atual ou não. Tema atualizado requer tempo e
dedicação, afinal não existem muitas bibliografias disponíveis e não se
surpreenda se, ao término do trabalho, você concluir que deve publicá-lo, já
que não há quase nada no mercado sobre o assunto e o seu livro talvez seja
uma excelente fonte para futuras pesquisas.

3.1. Classificações da Pesquisa

As pesquisas são classificadas de várias formas. Cada autor, ou


pesquisador, prefere utilizar uma classificação mais próxima da sua visão e de
seus critérios particulares sobre o assunto. Neste trabalho optou-se por
apresentar uma classificação genérica, mas que abrangesse as formas de
pesquisa mais utilizadas nas monografias. São elas:
39

3.1.1. Pesquisas Bibliográficas

Permitem ao pesquisador obter conhecimento para a solução do


problema através da busca referências ao assunto estudado em documentos,
livros etc. publicados anteriormente. Pode atuar como parte de outras formas
de pesquisa ou de forma independente.

3.1.2. Pesquisas Exploratórias

Permitem ao pesquisador absorver mais conhecimento pela


aproximação ao assunto, de forma a melhor compreender o universo estudado
e “afinar” seu relacionamento com o problema proposto. Através delas, o
pesquisador obtém um aprofundamento no assunto, identificando os fatores
históricos que o envolvem. A pesquisa bibliográfica, citada acima bem como o
levantamento de informações no próprio campo são recursos usados pelo
pesquisador neste tipo de pesquisa.

3.1.3. Pesquisas Descritivas

Permitem ao pesquisador observar e registrar fatos do cotidiano,


perfis de grupos, opiniões, dogmas etc.. Após a análise dos registros obtidos é
possível ao pesquisador efetuar a correlação dos fatos observados, definir o
que aconteceu, como, quando e onde ocorreu. As conhecidas pesquisas de
opinião, eleitorais ou de motivação (procuram saber as razões ocultas de
alguma atitude) fazem parte desta categoria.

3.1.4. Pesquisa Experimental

O pesquisador produz “experimentos”, sobre um determinado


assunto estudado, manipulando as variáveis e observando os resultados da
manipulação num verdadeiro estudo de causa e efeito. Por exemplo, “O que
acontece com a variável X se alterarmos de uma certa forma a variável Y?”.
Identificando as relações entre as variáveis do estudo e a lógica das alterações
40

produzidas pela variável independente na variável dependente, o pesquisador


reconhecerá as causas do fenômeno em estudo. Embora o termo
“experimental” nos remeta a experiências executadas em laboratório, estas
pesquisas não se limitam ao ambiente laboratorial, podendo também ser
utilizadas em trabalhos de campo.

3.1.5. Pesquisas Explicativas

Bem próxima da Pesquisa Experimental, a Pesquisa Explicativa,


como sugere seu nome, pretende “explicar” as causas de um fenômeno
utilizando a observação ou o experimento. Ao final o pesquisador espera
conhecer as razões que levam o fato a ocorrer, quem são os atores envolvidos,
e quais conseqüências do ocorrido.

Obs.: É interessante que na metodologia você esclareça que tipo de


pesquisa você irá utilizar.

3.2. O Planejamento Inicial da Pesquisa

Independente do tipo de pesquisa selecionado dentre a classificação


apresentada, o pesquisador deverá planejar de que forma ela será executada
para que os objetivos propostos sejam alcançados. O desenho da pesquisa
deverá prever que informações (dados) serão trabalhadas, onde serão
encontradas, como serão coletadas e de que forma serão analisadas.

3.3. Coletas de Dados

Para se coletar dados é necessário antes de mais nada saber o que


se busca. Para se acertar a flecha, é necessário conhecer o alvo. A partir do
tema escolhido, são procuradas informações em livros, documentos, artigos
científicos e periódicos direcionados, como revistas especializadas ou em
periódicos de grande tiragem (voltados para a massa) que penetram em
grandes núcleos sociais.
41

As pesquisas inicialmente são desenvolvidas quase que


exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Seguindo o que foi pesquisado,
busca-se mais informação em outros tipos de publicações válidas, tanto de
conteúdo científico quanto de domínio público. A Internet está na categoria de
domínio público, mas cuidado, já que nem sempre é possível confirmar a
veracidade de suas fontes.

Nas monografias voltadas para o ambiente empresarial, por vezes


será necessária a busca de informações sobre o mercado, a indústria – aí
compreendida como a área da atuação empresarial estudada – ou, até mesmo,
sobre os concorrentes. Tal tarefa, que poderíamos chamar de monitoração do
ambiente externo pode, a princípio, parecer difícil e complexa, mas, segundo
Henry Dou (1995), a maior parte das informações sobre o mercado ou sobre os
concorrentes está disponível sem custo, bastando ter capacidade de
organização para coletá-las.

FORMAL INFORMAL
40% 40%
ESPECIALISTAS EVENTOS
10% 10%

Figura 2 – Fontes de Informação segundo Henry Dou (1995).

3.3.1. Instrumentos de Coleta de Dados (em caso de pesquisa


de campo)

Os instrumentos necessários para a realização da pesquisa devem


ser indicados de maneira detalhada. Os equipamentos e suprimentos variam
consideravelmente de acordo com o tipo de pesquisa. Dentre os diversos itens
que podem ser considerados, formulamos os seguintes:

§ Questionários e formulários;

§ Impressos especiais para registro;


42

§ Manuais de instrução para os pesquisadores;

§ Equipamentos de registro (papel, caneta, computador,


gravador, vídeo);

§ Pessoal para o trabalho de campo

Devem ser anexados ao trabalho os modelos dos instrumentos a


serem utilizados para a coleta de dados, tais como: formulários, questionários e
escalas de atitudes. Anexe também os modelos de outros materiais impressos,
como: manuais de instrução, mapa das áreas de investigação etc. Caso o
educando utilize questionários em um primeiro momento da pesquisa, nos
quais o objeto de observação seja contemplado, é importante anexar tais
documentos.

3.3.2. Pesquisando Bibliografias

O início de qualquer pesquisa normalmente parte de um material já


existente como livros e artigos publicados. Na verdade, boa parte dos estudos
é desenvolvida com base em outras publicações sobre o assunto, seja como
fonte de consulta ou como ponto de partida para uma contestação. Não se
esqueça de que o que importa é conhecer a fundo o assunto escolhido, como
forma de agilizar a pesquisa e, por conseqüência, a monografia.

Uma monografia inicialmente se desenvolve a partir de consultas prévias


sobre o tema. Os livros e artigos, encontrados facilmente em bibliotecas ou nos
arquivos das redações de jornais e revistas, representam a base documental que
sustentará a sua tese, ou servirão de base para o desenvolvimento da dissertação.
É bom lembrar que na monografia devem constar referências bibliográficas dos
autores consultados que comprovem a veracidade da proposta do trabalho. As
fontes podem ser encontradas de acordo com a necessidade do pesquisador, em
diferentes meios de comunicação, como na seguinte orientação:
43

Ø Livros em geral: Podem ser de caráter técnico ou literário. Neste


item incluem-se, também, as monografias e teses que, por tratar do assunto
estudado, devem fazer parte da pesquisa bibliográfica.

Ø Manuais de consulta: São as fontes de referência. Através delas


obtêm-se rapidamente as informações procuradas; é o caso de enciclopédias,
anuários, dicionários, ou catálogos.

Ø Periódicos: São os jornais e as revistas publicados periodicamente,


que apresentam notícias, entrevistas, informações e artigos diversos, com a
participação de vários colaboradores ou autores. Em alguns casos são veículos
voltados para a cobertura de assuntos específicos (científicos ou não), que podem
se tornar uma fonte de consulta rica e atualizada.

Ø Impressos diversos: São os variados tipos de publicações que


possuem conteúdo específico de uma entidade de classe, informativos, trabalhos
acadêmicos e páginas científicas na Internet. Por exemplo, os informativos do
Conselho Regional de Medicina (CREMERJ), as jurisprudências fornecidas pela
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disponibilizadas na Internet, entre outros.

Ø Mídia magnética: As novas formas de armazenamento e


divulgação das informações têm trazido mais facilidade aos pesquisadores.
Além da Internet, uma ferramenta de pesquisa extremamente rápida, o
pesquisador dispõe cada vez mais de informações distribuídas em mídias,
magnética ou eletrônica, que suportam um grande volume de dados em um
mínimo de espaço, permitindo a utilização de índices e ferramentas de
localização rápida de assuntos ou palavras-chave.

Na figura a seguir, é reproduzido o Ciclo da Comunicação e


Informação, como apresentado por Leda Vânia (1998). Sob tal enfoque, os
canais de comunicação seriam alimentados pela própria ciência, pela indústria
e por unidades de desenvolvimento de tecnologia. Informações recuperadas
através da Internet (que não aparece na figura) podem ser classificadas como
informais, semiformais, formais ou mesmo superformais, dependendo da
origem e do tipo do site que as forneça.
44

Ciência Tecnologia Indústria

CANAIS

INFORMAIS SEMIFORMAIS FORMAIS SUPERFORMAIS

TELEFONE RELATÓRIOS PERIÓDICOS LIVROS


E-MAILS PATENTES

PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA

Autor Análise por • Bibliografia da


profissionais bibliografia
da informação • Bibliotecas
virtuais
• Livros

CATÁLOGO RESUMO BIBLIOGRAFIA

Figura 3 – Ciclo da Comunicação e Informação (Fonte: Vânia, 1998)

3.3.3. Pesquisa Documental

Importantes pesquisas são elaboradas exclusivamente a partir de


documentos que não são localizados em bibliotecas. Identificam-se pesquisas
elaboradas a partir de fontes documentais como: correspondência pessoal,
documentos cartoriais, registros de batismo, prontuários, entre outros.
45

A Pesquisa Documental leva o pesquisador a trabalhar com


documentos que ainda não receberam tratamento ou análise de profissionais
específicos da área de informação e que podem ser encontrados sob diversas
formas, nos mais variados locais. Cabe ao pesquisador, além de identificar as
informações procuradas nas fontes analisadas, ser criterioso ao avaliá-las, pois
podem ser subjetivas e oriundas de fontes não representativas.

Neste tipo de pesquisa serão encontrados documentos classificados


como primários, por não terem recebido nenhum tratamento, como registros
públicos, por exemplo, e também os documentos classificados como
secundários, por já terem sofrido algum tipo de análise.

• Tipos de documentos primários: correspondências individuais,


fotos, anotações pessoais, diários, comunicados internos,
memorandos, súmulas, atas de assembléias, entrevistas ao vivo
etc.

• Tipos de documentos secundários: relatórios diversos, divulgação


de pesquisas, catálogos de empresas, relatórios de empresas,
anuários estatísticos, entrevistas editadas etc.

3.4. Ficha Bibliográfica

Tudo que for interessante, anote. Resenhas de livros e de artigos,


resumos de posições, súmulas de pontos de vista, frases, trechos de obras
literárias etc. Sobretudo pensamentos que lhe ocorram constantemente ou não
em relação ao tema proposto pelo autor. O importante é registrar logo as idéias
que vão surgindo. Deixando para depois, elas simplesmente vão fugir de nossa
memória. De pouco adianta reunir farto material, se inscrito numa montanha de
folhas e rascunhos bem rabiscados, em retalhos de papel, em blocos comuns.
Os assuntos se misturam e depois nem você próprio conseguirá entender.
46

Por isso sugerimos: Organize-se. Construa um arquivo. Selecione


uma pequena pasta ou fichário, onde você possa depositar suas fichas
bibliográficas em vez de fazê-lo em folhas soltas ou cadernos. Veja, a seguir,
um exemplo de ficha simples que pode ser produzida por você.

FRENTE

Assunto: O Lúdico
Tema: Efeitos da Globalização na Educação e na formação do indivíduo

Citação 1:
“O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao
desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança” (LAPIERRE &
AUCOUTURIER, 1986, p. 34).

Citação 2:

VERSO

Nº da Ficha: 3
Bibliografia:
LAPIERRE & AUCOUTURIER. A Simbologia do Movimento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1986.
Comentário: o corpo e a imagem corporal são importantes para
uma vivência significativa, e sabendo que toda a aprendizagem deve
começar do conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato,
realmente encontramos nessa via um método de trabalho de fácil
assimilação e comunicação do arteterapeuta com as crianças e entre elas
mesmas.

3.4.1. A Ficha

Ø Conceito: é um conjunto de elementos que permite a


identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados
47

em diversos tipos de material. É indispensável à identificação de publicações


mencionadas em qualquer trabalho.

Ø Objetivos: o cuidado com as fichas depende um dos arremates


da obra, a lista bibliográfica, tanto quanto a correta apresentação das notas de
rodapé ou de final de capítulo.

Ø Elementos Complementares: são aqueles elementos opcionais


que, acrescentados aos essenciais, permitem caracterizar melhor as
publicações referenciadas em bibliografias ou resumos.

Observe-se que existem outras fontes de consulta e, para cada


elemento, há uma única regra ou ordem de descrição, embora tenham
características próprias quanto à forma de apresentação. As especificações a
seguir identificam os elementos das referências bibliográficas e estabelecem
uma ordem ou seqüência padronizada para a apresentação.

Ø Monografias (livros, folhetos, dissertações...): Os elementos


são: autor, título, indicadores de responsabilidade, edição (local, editor e ano
de publicação) descrição física (nº de páginas ou volumes, ilustração,
dimensão, série ou coleção, notas especiais). Ex: DIAS, Gonçalves: Gonçalves
Dias. poesia. Organizado por Manuel Bandeira; revisão crítica por Maximiano
Silva. 11º ed., Rio de Janeiro: Agir, 1983. 80 p. Nossos Clássicos.

Ø Coleções ou Revistas: REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA.


Rio de Janeiro; IBGE, 1990. Trimestral. Boletim Bibliográfico do IBGE. p. 34.

Ø Sem Autoria Própria: autor, título, edição (local, editor e ano de


publicação), localização da parte referenciada. Ex: SOARES, Fernandes,
BURLAMAQUI, Carlos Kopke. Pesquisas brasileiras, 1 e 2 graus. São Paulo:
Formar, 1972. Vol. 3: Dados estatísticos, micro-regiões.

Ø Com Autoria Própria: ORLANDO, José, LEME, Edson. Utilização


agrícola dos resíduos de agroindústria. In: SIMPÓSIO SOBRE
FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 1994. Brasília. Anais:
EMBRASA, Departamento de Estudos e Pesquisas, 1994. pp. 451-459.
48

Ø Fascículos, Suplementos e Números especiais: CONJUNTURA


ECONÔMICA. As 500 maiores micro empresas do Brasil. Rio de Janeiro:
SEBRAE, vol. 7, 1995. Suplemento.

Ø Artigos e Jornais: Biblioteca Climatiza seu Acervo. O Globo, Rio


de Janeiro, 4 mar.1991, p.11, caderno c.

Ø Texto retirado da Internet: Em caso de autor definido –


NISKIER, Arnaldo. Consciência Educativa. www.ABL.com.br . p. 1-1, acessado
em dia/mês/ano.

Ø Texto retirado da Internet: www.bradesco.com.br. Banco


Bradesco, Bradesco saúde, 1-4 p., acessado em dia/mês/ano.

É fundamental produzir cópias ou backup dos arquivos em pen


drives, emails ou CD-ROM, evitando assim a perda do material. Em caso de
danos no seu computador PC, a cópia pode salvar o seu trabalho e a sua nota.

3.4.2. Citação

As citações também são armazenadas nas fichas, facilitando o


processo de arrumação no texto, de acordo com o conteúdo. A citação é um
importante aliado na confirmação do que o autor propõe, ou seja, funciona
como uma base de sustentação teórica que traz a “veracidade” ao conteúdo
proposto. Uma monografia não pode ser baseada somente em experiências
pessoais, necessita dividir com outros autores as mesmas experiências. Assim,
o autor diminui a contestação de um avaliador ou banca examinadora. Com
base em outros autores, o educando pode fazer comparações com a sua
realidade ou, até, com outros autores e, assim, formar uma opinião própria. As
citações podem ser diretas, indiretas ou citação de citação

A chamada citação indireta ou livre diz respeito à reprodução de


algumas idéias sem que haja transcrição literal das palavras do autor
consultado. Apesar de ser livre, deve ser fiel ao sentido do texto original. Não é
49

necessário usar aspas e citar ao final da mesma o número da página de onde a


pesquisa foi feita. Ex: De acordo com Machado (2001) o Estado no exercício de
sua soberania exige que os indivíduos lhe forneçam os recursos que necessita
(p. 44).

Na citação direta, temos uma reprodução fiel (ipsis litteris) da fonte


consultada. Caso a citação ocupe até três linhas de texto, deve-se mantê-la no
corpo do documento usando aspas. Ex: O rondel compõe-se de duas quadras
e de uma quintilha; como pode ser observado em Carmo (1919, p. 215),
“presta-se o rondel aos conceitos galantes, e madrigalescos, às gentilezas
amorosas, aos sentimentos delicados”. Na bibliografia teremos: CARMO,
Manoel do. Consolidação das Leis do Verso. São Paulo: Duprat, 1919.

Quando ocupar mais de três linhas começaremos a transcrição da


citação direta pulando uma linha, recuando à direita 4 cm na régua do word,
alinhando com a margem direita, a fonte terá tamanho 11 (menor do que o
corpo da monografia propriamente dito), espaço entre linhas simples e sem
aspas.Ex:

É assim que podemos acompanhar Henry Edmond ao longo de


toda a sua vida e que Hamlet poucas horas passará conosco.
Em um dia de leitura podemos viver anos e anos da existência
das personagens de uma ficção. (SIMÕES, 1944, p.14).
50

Figura 4 – Seleção e recuo da citação

A citação de citação é aquela em que o autor do texto não tem


acesso direto à obra citada, valendo-se de citação constante em outra obra. A
indicação dos autores separados pela expressão “apud” ou “citado por”. Ex:
Ponce (1982), citado por Silva (1994), declara que instrução, no sentido
moderno do termo, quase não existia entre os espartanos. Ou, ex.:

A indústria de informação, isoladamente, não produz


conhecimento. Produz estoques de informação organizada
para uso imediato ou futuro, ou, o que é pior, a criação
voluntária no Brasil de uma base importante para sustentar a
indústria transnacional de indústria da informação em ciência e
tecnologia, na qual o profissional é formado no país para
funcionar como um mero executor de normas e regulamentos,
sem, no entanto, tê- los criado. (BARRETO apud SOUZA,
1991, p. 183).
51

Nunca é demais lembrar que as citações diretas devem ser


reproduzidas com o mesmo texto que foi retirado do livro ou publicação, sem
que nenhuma palavra seja modificada. É importante que no mesmo texto
conste a fonte, ou seja, o nome do autor, o ano de publicação e a página de
onde você retirou o texto. A referência bibliográfica completa deve ser
reproduzida na "bibliografia”.

Quando o nome do autor é encontrado dentro do texto, este se


apresenta em caixa baixa, quando o autor está acompanhando uma citação o
nome ficará em caixa alta.

É possível que existam citações muito longas em consideração ao


assunto que o aluno quer escrever, então orienta-se cortar a citação
assinalando este corte com reticências entre parentes.

Ex.:

(...) importa situar-se na geografia do problema, divisar


estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída,
passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os
picos e grotões assustadores. Aja como contemplador,
interessado, arguto, atento, mas despido da intenção de
intervir. (THOMPSON, 1991, p. 20).
52

CAPÍTULO IV
A CONFIGURAÇÃO

Pronto, chegamos ao momento de formatar a monografia de acordo


com as configurações básicas previstas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e o modelo do Instituto A Vez Mestre. Atenção nas
explicações de seu professor, pois as configurações a seguir podem trazer
alguma dúvida e as regras da ABNT sofrem alterações anuais, podendo
apresentar algumas modificações nas configurações atuais.

4.1. Configuração de Página

A formatação é o momento em que se transforma em resultado


gráfico o resultado de tanta coleta de dados e dissertações. A monografia
ganha forma e estilo, motivando ainda mais seu autor a buscar o melhor de si.
Se você não domina o programa Word, poderá acompanhar passo a passo, ao
longo deste capítulo, todas as etapas necessárias à formatação do documento,
inclusive com ilustrações e/ou retirar o modelo no site do IAVM. A seguir, você
verá como efetuar as primeiras configurações do seu documento.

O primeiro passo deve ser a configuração da página, onde você irá


colocar todas as medidas necessárias para que seu documento fique uniforme,
os exemplos dados serão baseados no Word 2007. Clique na barra de
ferramentas do Word e na guia “Layout da página”, logo após clique em
“Configurar Página” e depois na guia “Margens”, preencha as medidas pedidas
conforme os padrões especificados abaixo:

• Margem Superior: 3 cm
• Margem Inferior: 2,5 cm
• Margem Esquerda: 3,5 cm
• Margem Direita: 2,5 cm.
53

Figura 5 – Configuração de página

4.2. Configuração do Texto

O segundo passo retrata a formatação do texto, onde deverá ser


usada a fonte (tipo de letra) Arial, tamanho de letra 12 (diferente da citação que
possui tamanho 11), alinhamento justificado para que fique ajustado nas
margens que já foi especificada (conforme item 4.1), 1,5 cm entre as linhas do
texto e parágrafo iniciando a 2 cm da régua existente acima do seu documento.

Para tamanho e fonte da letra dos documentos, basta clicar na guia


“Início” e marcar o que foi informado anteriormente. Veja a figura abaixo.
54

Figura 6 – Configuração de fonte e tamanho da letra

Para configurar o restante do texto, clique na barra de ferramentas a


guia “Parágrafo” e preencha o que está sendo solicitado conforme ensinado.
Veja a figura da próxima página
55

Figura 7 – Configuração do documento

Agora veremos como criar uma padronização para a utilização das


fontes no texto. O trabalho fica mais “limpo” e com um visual bonito. No
entanto, a padronização não diz respeito apenas à aparência do trabalho, trata-
se de um importante guia, para o leitor identificar as diferenças entre títulos de
conteúdo, tópicos e subtópicos.

• Para Títulos: 16 (caixa alta e negrito)

• Para Tópicos ou sub-títulos: 14 (caixa baixa e negrito)

• Para Nota de Rodapé: quando existir por ser opcional, será


automático do Word1.

1
Se você perceber, este instrumento de estudo está formatado tal qual você deverá fazer com o seu
trabalho de término de curso, sua monografia.
56

4.3. Numeração de Página

Na barra de ferramentas do word, clique na opção “Inserir”, procure


por “Número de Página”, configure o posicionamento de acordo com as regras
solicitadas: superior ao alto, margem direita. Lembre-se que da capa até o
sumário não recebe numeração de página, as folhas são contadas sem marca
de paginação. Dica: Para fazê-lo basta numerar todo o trabalho e
posteriormente criar uma caixa de texto sem linha colocando-a em cima da
página para cobri-la. A partir da introdução a página volta a “aparecer”.

Figura 8 – Numeração das páginas


57

4.4. Os Tópicos para a Formação da Monografia

É importante seguir, com atenção, os tópicos para a formação da


monografia, pois, no Instituto A Vez do Mestre, também são itens avaliados
pelos orientadores. Atenção para não perder pontos na sua monografia.

4.4.1. Os Tópicos Pré-textuais

• CAPA: nome da instituição de ensino, título da monografia, nome


do autor, do orientador, do co-orientador (se existir), local e o ano da entrega.

• FOLHA DE ROSTO: nome da instituição de ensino, título da


monografia e objetivos do trabalho acadêmico, nome do curso, autor, local e
ano da entrega.

• AGRADECIMENTOS: são os agradecimentos a parentes, amigos,


tutores e pessoas importantes para a realização do trabalho acadêmico.

• DEDICATÓRIA: o educando dedica seu trabalho de monografia a


alguma pessoa em especial, uma personalidade, a uma preocupação social
etc.

• RESUMO: em uma lauda, o educando deve resumir o trabalho de


forma clara, objetiva e sucinta. Apontar a situação problema e sua solução.

• METODOLOGIA: os métodos que levam à resposta do problema


proposto. Pesquisa de campo, bibliográfica, observação do objeto de estudo,
as entrevistas, os questionários etc.

• SUMÁRIO: um resumo do índice, em que entram os capítulos,


seus títulos, seguidos do número da página. Pagina-se a introdução, os
capítulos, a bibliografia, os anexos e o índice.
58

4.4.2. Os Tópicos Textuais (da Introdução à Conclusão)

Esta parte deverá ter 30 páginas no mínimo.

• INTRODUÇÃO: forma de posicionar o leitor sobre o que está por


vir na literatura desenvolvida. Neste momento, conta-se o problema proposto e
o que o autor pretende abordar no decorrer do trabalho acadêmico.

• CAPÍTULOS: desenvolvem-se os itens pesquisados, de acordo


com uma ordenação lógica, clara e rica em informações.

• CONCLUSÃO: momento de reflexão e opinião a respeito da


proposta que acaba de apresentar no capítulo final.

4.4.3. Os Tópicos Pós-textuais

• BIBLIOGRAFIA: refere-se aos materiais impressos (livros artigos,


revistas) citados no trabalho. Estes devem ser transcritos em ordem alfabética,
partindo do sobrenome (em caixa alta). O título das obras deve ser em negrito.
No caso de artigos retirados de revistas, o nome da revista deve ser negritado.

• WEBGRAFIA: Diz respeito aos materiais retirados da internet


(sites, blogs etc.) Devem ser acompanhados da data de acesso ao material e o
link transcrito na íntegra.

• ÍNDICE: como nos livros, um completo informe do conteúdo da


obra. O índice é paginado da seguinte forma: inicia-se na Folha de Rosto,
seguindo pela introdução, pelos capítulos, conclusão, anexos e bibliografia.
São paginados os tópicos e os sub-tópicos, ou seja, 1.1 e 1.1.1.

• ANEXOS: local onde se agrupam os recortes de jornais, revistas e


demais impressos como gráficos, entrevistas, balancetes, etc. É importante
citar a fonte de consulta, no formato de um clipping (nome do veículo, data, nº,
edição, caderno, página). Veja exemplos no final deste livro.
59

CONCLUSÃO

Ao tratar-se de monografia, o problema enfrentado nas salas de aula


dos cursos de graduação e pós-graduação é que grande parte do corpo
discente é constituído de pessoas que nunca produziram um trabalho
acadêmico de final de curso. O medo natural do desconhecido traz aos alunos
a ansiedade e um conjunto de preocupações meramente burocráticas sobre
como formatar uma monografia. Mesmo os alunos recém-formados
apresentam o mesmo sintoma, pois não tiveram uma base de orientação
metodológica na graduação, segundo seus próprios relatos.

Com a utilização deste livro, o educando receberá informação


suficiente para compreender e valorizar a importância do trabalho acadêmico
em seu futuro profissional. Além disso, contará com exemplificações claras do
que é uma monografia e como produzi-la, reduzindo a ansiedade e as
preocupações com questões relativas à formatação e à configuração do
trabalho. A afirmativa está baseada em três fatores muito importantes: as
vivências dos autores na coordenação, produção e orientação de trabalhos
acadêmicos; o formato da obra, pois sua estrutura é a mesma de uma
monografia, desde a capa até a folha de avaliação, permitindo uma
familiarização imediata com tal tipo de trabalho; e, por fim, a disponibilidade,
para os alunos, de um exemplo de monografia na forma digital. Assim surgiu a
proposta de produzir uma apostila nos moldes de uma monografia. As pessoas
envolvidas não percebiam que estavam diante de uma monografia. Foi
necessário estimulá-las a perceber, em demonstrações comparativas com
outras monografias.

No início da cada curso, percebia-se uma tensão pela


obrigatoriedade da produção de um trabalho acadêmico. A partir da terceira
aula, os alunos recebiam a apostila da disciplina e desenvolvia-se o trabalho de
comparação (de mão em mão, apostila e monografia). A tensão era reduzida
entre os educandos, proporcionalmente ao aprofundamento na leitura dos
conteúdos do material e à percepção de seu formato monográfico.
60

O mais gratificante foi ouvir dos alunos que a apostila foi muito
importante para a finalização das monografias. Essa reação positiva
manifestou-se, também, entre os educandos de outras classes do Instituto que,
a partir da indicação de seus professores e orientadores, utilizaram a apostila
na conclusão de seus cursos.

Esses momentos de satisfação pelo objetivo cumprido, levaram o


primeiro autor, com a colaboração do segundo, a aprimorar esse trabalho e a
transformá-lo nesse livro que, sem dúvida, trará grandes benefícios, no que se
refere à pesquisa científica, de uma maneira geral, e aos monografistas, em
particular.

Para complementar este livro, um arquivo em meio digital com uma


monografia exemplo está disponível na Internet. Para obter sua cópia acesse
www.avm.edu.br no link “Monografias”, preencha o questionário de avaliação
do livro, indique seu endereço eletrônico e o arquivo “Exemplo de Monografia"
será enviado automaticamente para você. O arquivo, criado em Word, já foi
formatado de acordo com os padrões exigidos para uma monografia. Substitua
o conteúdo do exemplo pelo conteúdo do seu trabalho, aproveitando a
formatação já existente.

Assim sendo, nossa parte está feita. Oferecemos a você os


conhecimentos e procedimentos necessários para produzir uma boa
monografia, adquirir familiaridade com o trabalho e pôr fim naquelas
preocupações iniciais: um arquivo já formatado como exemplo. Agora é a sua
vez. Tenha confiança em você mesmo, converse com seu orientador, escolha
seu tema, estude, pesquise e mãos à obra. É hora de trabalhar, boa sorte!
61

BIBLIOGRAFIA

ABNT. Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 2001.


ABNT. Referências Bibliográficas. Rio de Janeiro, 2001.
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Científico. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ARAÚJO, Vânia M. R. H. Ciência da Informação. Curso de especialização em
Inteligência Competitiva. Rio de Janeiro: MCT/INT, CNPq/IBICT, UFRJ/ECO,
1998
AZEVEDO, Israel Belo de. O Prazer da Produção Científica. São Paulo:
UNIMEP, 1995.
BAGNO, M. Pesquisa na Escola. São Paulo: Loyola, 2000.
BASTOS, Lília da Rocha e ou. Manual para a Elaboração de Projetos e
Relatórios de Teses, Dissertações e Monografias. Rio de Janeiro: Guanabara
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São Paulo: Nome da Rosa, 2000.
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Vez do Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo I, 2001.
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do Mestre – Metodologia da Pesquisa, Módulo IV, 2001.
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ESPIRITO SANTO, Alexandre. Delineamento de metodologia científica. São
Paulo: 1992.
62

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GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas
1991.
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São Paulo: Atlas, 1999.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 26ª ed.,
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SCHNEIDER, Elizabeth. (coord.). Manual de normalização de trabalhos
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63

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THIOLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1996.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São
Paulo: Atlas 1992.
WEBER, Max. Metodologia das ciências sociais. Vol I e II. São Paulo: Cortez,
1992.
64

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I
METODOLOGIA DA PESQUISA 12
1.1. O Papel da Metodologia 12
1.2. Pesquisa Científica 13
1.2.1. Conhecimento Intuitivo 14
1.2.2. Conhecimento Antecipado 14
1.2.3. Conhecimento Cotidiano 14
1.2.4. Conhecimento Científico 15
1.2.5. Conhecimento Teológico ou Mítico 15
1.3. Leitura Preliminar 16
1.4. Metodologia na Investigação Científica 18

CAPÍTULO II
O PLANO DE PESQUISA 19
2.1. Tema 20
2.1.1. Delimitando o Tema 22
2.2. Montando o Título 23
2.3. O Problema 23
2.3.1. Formulando o Problema 25
2.3.2. Regras para a Formulação do Problema 25
2.4. Justificativa 27
2.5. Objetivos 28
2.5.1. Objetivo Geral 28
2.5.2. Objetivos Específicos 28
2.6. A Hipótese 29
2.6.1. Classificando as Hipóteses 30
2.6.2. Buscando a Hipótese 30
2.7. Delimitação 32
2.8. Metodologia 32
2.9 Como Apresentar o Plano de Pesquisa 33
65

CAPÍTULO III
A PESQUISA 36
3.1. Classificações da Pesquisa 38
3.1.1. Pesquisas Bibliográficas 39
3.1.2. Pesquisas Exploratórias 39
3.1.3. Pesquisas Descritivas 39
3.1.4. Pesquisa Experimental 39
3.1.5. Pesquisas Explicativas 40
3.2. O Planejamento Inicial da Pesquisa 40
3.3. Coletas de Dados 40
3.3.1. Instrumentos de Coleta de Dados (em caso de pesquisa de campo) 41
3.3.2. Pesquisando Bibliografias 42
3.3.3. Pesquisa Documental 44
3.4. Ficha Bibliográfica 45
3.4.1. A Ficha 46
3.4.2. Citação 48

CAPÍTULO IV
A CONFIGURAÇÃO 52
4.1. Configuração de Página 52
4.2. Configuração do Texto 53
4.3. Numeração de Página 56
4.4. Os Tópicos para a Formação da Monografia 57
4.4.1. Os Tópicos Pré-textuais 57
4.4.2. Os Tópicos Textuais (da introdução à conclusão) 58
4.4.3. Os Tópicos Pós-textuais 58

CONCLUSÃO 59
BIBLIOGRAFIA 61
ÍNDICE DE FIGURAS 66
ANEXOS 67
OS AUTORES 80
66

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Plano de Pesquisa 34


Figura 2 – Fontes de Informação 41
Figura 3 – Ciclo de Comunicação e Informação 44
Figura 4 – Seleção e recuo da citação 50
Figura 5 – Configuração de página 53
Figura 6 – Configuração de fonte e tamanho da letra 54
Figura 7 – Configuração do documento 55
Figura 8 – Numeração das páginas 56
67

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 – Exemplo de revistas especializadas 68


Anexo 2 – Exemplo de entrevista 69
Anexo 2 – Exemplo de reportagem 70
Anexo 2 – Exemplo de texto da Internet 71
Anexo 2 – Exemplo de questionários 72
Anexo 2 – Exemplo de gráficos 73
Anexo 2 – Exemplo de fotos 74
Anexo 2 – Dicas de Professores Orientadores 75
68

ANEXO 1
PRODUZINDO O MATERIAL

Revista ISTOÉ – Nº 1710


Capa

Do outro lado da vida


Morte do médium Chico Xavier no dia da conquista
do penta leva 100 mil pessoas ao velório e comove
a maior comunidade espírita do mundo
Camilo Vannuchi – Uberaba (MG)

Manhã de segunda-feira em Yokohama, noite de domingo em Uberaba, no


triângulo mineiro. Enquanto a delegação brasileira voltava da farra e preparava as
malas para deixar o Japão, Chico Xavier iniciava também sua última viagem.
Vivo, o médium mais famoso do Brasil anunciou seu desejo de morrer em um dia
em que o País estivesse em festa. No dia 30 de junho, como se quisesse aproveitar
a oportunidade, Chico Xavier quis saber o resultado da Copa e manteve-se sereno
o resto do dia. Percorreu cada ambiente de sua casa, visitou todas as salas da Casa
da Prece – o centro onde promovia sessões de psicografia, a escrita de mensagens
ditadas por espíritos –, e se recolheu logo após o jantar. Em menos de dez minutos,
uma parada cardíaca selou sua trajetória neste planeta. Como dizem os espíritas,
Chico Xavier desencarnou, aos 92 anos, para permanecer em espírito entre os
compatriotas.
Enquanto a Seleção Brasileira percorria as ruas de Brasília ao lado de Ivete
Sangalo, 100 mil pessoas compareciam ao velório de Chico Xavier, na terça-feira
2. Algumas personalidades foram se despedir do médium. Entre elas, o ator Norton
Nascimento, o presidente da Câmara dos Deputados Aécio Neves e o casal Caio
Blat e Ana Ariel, os últimos a encontrá-lo vivo. “Fomos à Casa da Prece no sábado
e estávamos chegando em São Paulo quando recebemos a notícia de que ele havia
morrido. Voltamos na hora”, conta o ator. Caio Blat abraçou o espiritismo por
influência da esposa, a cantora Ana Ariel. Filha da espírita Eliana dos Santos, que
dirige um centro em Campinas, ela visitava Chico Xavier há uma década. “Fica
um sentimento de saudade muito grande. Mas também de fé. Acredito que ele
esteja feliz neste momento”, diz Ana. “Os espíritas não guardam luto. Por isso o
velório é feito com música e roupas coloridas”, resume.
69

ANEXO 2
ENTREVISTA

Revista Advertising – Propaganda e Publicidade JUN/2002 – p.5


Carlos Murilo Moreno é casado e tem três filhos. É formado em publicidade e
propaganda pela Universidade Federal de Minas Gerais. Começou sua carreira
trabalhando na área de publicidade do Sistema Globo de Rádio, em Belo Horizonte.
“Eu era contato, saía na rua para vender reclame”, lembra. Saiu para trabalhar na TV
Alterosa, uma afiliada do SBT, que pertence ao grupo Diários Associados. Da TV foi
para a Shell, onde ficou quase 10 anos. “A Shell tinha um cargo que era um cara local,
que fazia tudo quanto era ação para poder aumentar o fluxo de gente no posto.” Depois
foi para o Rio de Janeiro, onde fez de tudo: publicidade de diários industriais, marca,
revista, lançamento de produto. No final de 1995, foi para a Fiat, empresa na qual ocupa
o cargo de gerente de publicidade.
AD – Qual o segredo que vocês usaram para desbancar as outras gigantes e chegar à
liderança do mercado?
CMM – O segredo está em entender o que o consumidor quer. A principal arma da Fiat
foi não virar de costas para o consumidor. Foi sempre perguntar para ele do que é que
ele está gostando e do que é que ele não está gostando. E tentar entregar o produto que
ele quer da melhor forma, no melhor custo, com o melhor preço.
AD – E a partir de que momento vocês começaram a fazer isso?
CMM – Não existe um momento específico. O momento em que a Fiat começou a
aparecer no cenário brasileiro foi em 1990, quando chegou o motor de mil cilindradas.
O governo mudou a legislação de IPI, o imposto caiu de 34% para 10%. E aí as pessoas
começaram a comprar o carro 1.0, porque ficou mais acessível. Naquele momento só a
Fiat ousou lançar o motor 1.0. E as pessoas que só tinham dinheiro para comprar carro
usado passaram a ter pela primeira vez a possibilidade de ter um carro zero.
AD – É uma coisa que meio que morreu hoje, porque os carros populares não são mais
tão populares.
CMM – Mas os populares continuam tendo a mesma característica, que é a
acessibilidade. A diferença é que o imposto chegou, em 1993, a 0,1%, ou seja, não
existia imposto de IPI. E hoje o preço do carro em dólar é mais barato do que em 1993,
a diferença é que tem mais imposto. Então a empresa, a indústria automobilística ganha
menos do que naquele período. E hoje as pessoas estão com menos dinheiro do que no
começo do Plano Real. Então por isso as pessoas falam: “Ah, o carro está menos
acessível”.
AD – Quais são os pontos marcantes da trajetória da Fiat no Brasil?
CMM – A Fiat chegou em 1976, lançando o 147. Acho que a gente poderia marcar
cinco ou seis principais momentos da Fiat. 1976, com o lançamento do 147 e a chegada
da marca no Brasil. O Uno chega em 1983, mas o grande momento dele é no
lançamento do Mille. Temos também o lançamento do Tempra, que foi a primeira
entrada da Fiat no chamado segmento alto, em 1991 para 1992. A gente tem também o
Tipo, que foi o primeiro carro importado a preço popular. Naquela época um Tipo
custava R$ 15 mil.
70

ANEXO 3
REPORTAGENS

Jornal O Globo – Caderno País - Rio, 6 de Julho de 2002

Vestibulandas gaúchas são presas por fraude eletrônica

PORTO ALEGRE - Três estudantes foram presas neste sábado acusadas


de tentar fraudar o vestibular para o curso de Medicina da Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra), no Rio Grande do Sul. As candidatas
escondiam nas roupas um aparelho eletrônico que recebia as respostas
da prova. As candidatas pagariam R$ 17 mil pelo serviço, que a polícia
suspeita seja obra de uma quadrilha especializada neste tipo de fraude.

As estudantes foram indiciadas por estelionato e podem pegar de um a


quatro anos de prisão. A Ulbra cancelou as provas das três.
71

ANEXO 4
INTERNET

www.observatoriodaimprensa.com.br

HISTÓRIA & RIO+10


Futebol, ambiente e auto-estima
Ulisses Capozzoli (*)
Destaques ao noticiário esportivo e às turbulências político-econômicas dos últimos dias tiraram das
primeiras páginas o espaço que caberia ao comitê internacional que visitou o Brasil na semana passada
para debater a Rio+10, reunião marcada para ocorrer na África do Sul, entre agosto e setembro próximos.
Representantes dos países industrializados e o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki,
comprometerem-se a encaminhar uma pauta de sugestões colhidas no Brasil capazes de revitalizar o
Fundo Ambiental Global, mecanismo de financiamento de decisões adotadas durante a Eco-92, no Rio, e
que, na maior parte dos casos, não foram além das palavras.
É compreensível que a imprensa tenha dedicado maior espaço à possibilidade de o Brasil conquistar o
"penta", ruidosamente comemorado a partir do encerramento do jogo com a Alemanha, que a temas mais
herméticos e de soluções mais difíceis.
Mal posicionado no ranking internacional quanto aos riscos potenciais que ofereceria a
investidores/especuladores internacionais, o Brasil tem refletido, no cotidiano de sua população, um
indisfarçável sentimento de inferioridade por uma pretensa incapacidade de acertar o passo. Daí a
importância da conquista do pentacampeonato de futebol. As jogadas de genialidade que encantaram até
mesmo os adversários do Brasil são um bálsamo à nossa auto-estima em baixa.
Mas a criatividade não é uma habilidade isolada. Se podemos reverter as situações mais adversas entre as
quatro linhas do gramado, não há razão para pensar que sejamos incapazes de encontrar soluções para
dificuldades em outras áreas. Até porque, ao menos no Brasil, o futebol integra profundamente a cultura,
constelação de valores que dá identidade ao mundo.Em outros países a magia do futebol não encanta
tanto quanto aqui. No Brasil, o reino mágico do futebol é o único que leva cortadores de cana, colhedores
de laranja, mecânicos e borracheiros, especialmente negros, da vida dura e sem perspectiva de futuro, ao
estrelato planetário, com direito a uma corte de bajuladores e ganhos de fazer inveja a um sultão.
No ambiente de comemorações da conquista, certamente vale a pena retomar as questões envolvendo a
Rio+10, e isso por várias razões. Uma delas é que o Brasil pode fazer uma série de negociações em escala
global capazes de melhorar a sorte de sua população. A oferta de água potável, um dos itens da Agenda
21, o conjunto de medidas que deveriam ser implementadas a partir do encontro do Rio, é uma questão
estratégica, estreitamente ligada à saúde pública.
72

ANEXO 5
QUESTIONÁRIOS

Apenas o modelo do questionário original deve ser anexado no final do


trabalho monográfico, não sendo necessário incluir todos os questionários
preenchidos pelos alunos.

Nas questões abaixo, circule a opção que melhor expressa sua avaliação, utilizando a escala de 1 a
5, onde 1 significa péssimo, 2 ruim, 3 regular, 4 bom e 5 ótimo.

I – AVALIAÇÃO DO CURSO
Coordenação Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo
− Atenção e disponibilidade da coordenação do curso aos alunos 1 2 3 4 5
− Interesse da coordenação na resolução de problemas dos alunos 1 2 3 4 5
− Acompanhamento didático da coordenação. ............................... 1 2 3 4 5

Curso Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


41 – Relação entre a mensalidade e o ensino oferecido
1 2 3 4 5
........................
42 − Avaliação geral do curso ............................................................ 1 2 3 4 5

Disciplinas Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


43 − Estrutura da grade curricular ....................................................... 1 2 3 4 5
44 − Conteúdo programático das disciplinas ...................................... 1 2 3 4 5
45 − Relevância das disciplinas para o exercício da profissão ............ 1 2 3 4 5
46 − Nível de exigência das disciplinas .............................................. 1 2 3 4 5

Ensino Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo


47 − Compatibilidade entre exames/provas e conteúdos dos curso 1 2 3 4 5
48 − Interação entre teoria e prática .................................................... 1 2 3 4 5
49 − Metodologia de ensino ................................................................. 1 2 3 4 5
50 − Formulação adequada dos objetivos das disciplinas ................... 1 2 3 4 5
51 − Adequação da carga horária ao curso ......................................... 1 2 3 4 5
52 − Utilização de recursos audiovisuais ............................................. 1 2 3 4 5
53 − Bibliografia utilizada .................................................................... 1 2 3 4 5
54 − Monitoria de curso ...................................................................... 1 2 3 4 5
73

ANEXO 6
GRÁFICOS – EX

Os resultados dos questionários são transformados em gráficos.


Normalmente, estes são muito grandes para povoar o corpo do texto da
monografia. Então, você deve fazer a referência no texto e remeter o leitor até
esse espaço. Não esqueça de legendar cada gráfico. Alguns alunos pesquisam
em empresas e seus balancetes, caso sejam utilizados, também devem ser
inseridos nesse espaço.

Total de inscritos - RJ

50000

40000
Direito
30000 Economia

20000 Administração
Contábeis
10000

0
91 92 93 94 95 96
Anos
74

ANEXO 7
FOTOS

A utilização de imagens como fotografias, comunicação não verbal,


ajudam o leitor a compreender melhor os resultados ou o desenvolvimento de
um trabalho. Veja os exemplos abaixo:

Foto X – Trabalho da turma de Psicomotricidade

Foto Y – Trabalho da turma de Arteterapia


75

ANEXO 8
DICAS DE PROFESSORES ORIENTADORES

1 – Capriche na Introdução e na Conclusão. É lá que a banca


examinadora vai tomar a primeira posição sobre a avaliação do trabalho e vai
ter seu interesse despertado ou não;

2 – Se seu trabalho tiver muitos capítulos ou capítulos extensos,


utilize uma conclusão ao final de cada um deles. Além de facilitar a
compreensão para quem avalia, ajuda você a montar a conclusão do trabalho;

3 – Atenção na formatação. Utilize os parâmetros da instituição em


que você vai apresentar o trabalho de forma correta. E, lembre-se, a
apresentação também conta. Apresente um trabalho organizado e limpo;

4 – Cuidado com o português. Faça uma boa revisão ortográfica e


gramatical. Um bom trabalho muitas vezes é mal visto por conta de erros de
escrita;

5 – Cada parágrafo deve conter início, meio e fim. O parágrafo iniciado


deve ser bem explorado, apresentando a idéia ou relato até chegar a um final do
raciocínio;

6 – Para produzir um trabalho monográfico é necessário que se


tenha uma boa leitura. Quer dizer, é necessário que a sua leitura permita obter
uma boa compreensão do texto lido e uma interpretação correta do
pensamento do autor. Faça anotações a medida que for lendo. A confecção de
resumos é uma prática recomendável;

7 – A hora de trabalhar na monografia deve ser dedicada somente a


ela. Preocupações e interrupções atrapalham a concentração na leitura ou na
76

escrita. Procure definir horários e locais apropriados (luz, ambiente, posição)


para o estudo ou desenvolvimento do seu trabalho;

8 – Na hora em que você estiver à frente da folha de papel em


branco e aparecer aquele desespero de que não vai conseguir escrever nada,
não se preocupe. É assim mesmo, acontece com todo mundo, não desista. É
preciso coragem, determinação, estudo e compromisso consigo mesmo antes
de tudo;

9 - Se você escreveu um texto hoje e o achou ruim, não o jogue fora.


Amanhã, você poderá melhorá-lo e não estará partindo do ponto inicial. Este
procedimento ajuda a vencer o medo do papel em branco;

10 – Começar é sempre o mais difícil, mas o importante é começar.


Veja, e utilize, a dica que nos oferece Goethe:

Até o momento que uma pessoa assume um compromisso,


há hesitação, há a possibilidade de voltar atrás, o que
sempre é ineficiente quando se trata de todos os atos de
iniciativa e criação.
Existe uma verdade elementar cuja a ignorância mata
incontáveis idéias e planos esplêndidos: a de que a pessoa
se compromete definitivamente, então a providência
funciona também. Toda espécie de coisa acontece para
ajudar aquilo que, de outro modo, nunca teria acontecido.
O que quer que seja que você for fazer ou sonhar, que
pode fazer, comece. A coragem tem gênio, poder e
mágica em si (Johann Wolfgang Goethe, escritor alemão,
[1749-1832]).

11 – A presença de gráficos sempre traz uma boa aparência ao


trabalho, mas devem ser utilizados quando realmente forem pertinentes. E,
lembre-se, cite a fonte, identifique o gráfico e comente com suas palavras o
que ele representa;

12 - Quando for justificável, faça a citação do autor pesquisado.


Fundamenta sua pesquisa além de enriquecer e complementar o texto. Mas,
77

lembre-se, nada exageros nas citações, a monografia deve apresentar,


principalmente, a exposição de idéias e o texto do próprio monografista;

13 – O resultado de um trabalho acadêmico pode ser objetivo de


comprovação futura. Ao ser redigida a monografia, o aluno deve estar
preocupado em comprovar suas afirmativas e conclusões, para isto terá que
dizer a fonte da informação ou o resultado de uma pesquisa ou entrevista;

14 - A monografia, quando bem fundamentada teoricamente e


relacionada à prática do seu autor, garante a qualidade do produto final. Não é
importante ousar no tema, pois a simplicidade deste é a chave do bom trabalho
e da facilidade da escrita pelo autor;

15 – A monografia depois de apresentada é um documento público e


estará disponível para consulta em bibliotecas tradicionais ou digitais, como
CD-ROMs ou Internet. Tenha certeza de que seu trabalho é original, respeita a
autoria intelectual de outrem e que cita todas as fontes utilizadas. A utilização
de material de terceiros de forma anti-ética pode se tornar uma fonte de
problemas futuros;

16 - Sabemos que muito do material bibliográfico clássico foi


publicado há mais de 20 anos, mas um trabalho acadêmico, além de apresentar
as idéias clássicas deve também apresentar o debate atual para
contextualização e contemporização. Observe sua bibliografia, lembre-se de
incluir os livros estudados nas disciplinas que você cursou e que contribuíram
para seu aporte teórico;

17 - É obrigatório que o problema seja sempre escrito sob a forma de


pergunta, afinal ele é, acima de tudo, um questionamento sobre um determinado
objeto, fato ou situação que você deseja conhecer, analisar ou demonstrar;

18 - O trabalho monográfico é uma das exigências para obtenção do


grau de especialista ou outro título acadêmico. Portanto, o texto para a folha de
78

rosto (no lugar do objetivo) deve ser algo parecido com: Monografia
apresentada ao Instituto A Vez do Mestre - Universidade Candido Mendes
como parte dos requisitos para a obtenção do Grau de Especialista em (Nome
do seu curso);

19 – Embora o resumo seja apresentado no início da monografia,


ele só deve ser redigido quando você atingir o final da produção de seu texto.
Quando tudo estiver pronto, releia tudo (de preferência em voz alta) para
identificar possíveis erros e os principais pontos e objetivos de seu trabalho
monográfico, só então, redija o resumo que será apresentado na monografia;

20 – Antes de começar seu trabalho estabeleça a sua estrutura numa


seqüência lógica, de modo a apresentar a solução apropriada ao problema
abordado;

21 – Ao iniciar um capítulo tenha clareza do que pretende dizer e


das fontes de consulta que serão utilizadas. Cada capítulo deve possuir um
mínimo de cinco citações;

22 – Lembre-se de que seu trabalho pode vir a ser lido por alguém,
ao contrário de você, leigo no assunto. Procure ser claro, didático e objetivo;

23 – Calma, você não está sozinho. Peça ajuda aos teóricos. Vá aos
livros e retire tudo que precisar para basear seu trabalho. Neste momento você
é um pesquisador;

24 – Fazer um bom projeto facilita muito a produção da monografia.


Delimitando seu tema, e justificativa, objetivos e metodologia de
desenvolvimento você pode escrever sua introdução, descrever seus objetivos
e uma breve descrição dos capítulos;
79

25 – Antes de se decidir sobre um tema, busque referências sobre


ele. Proponha um tema que você já tenha segurança sobre fontes acessíveis
de pesquisa;

26 – Faça resenhas dos livros, artigos ou outros materiais que tenha


lido. Mesmo que não os utilize de imediato, poderão ser úteis no desenrolar do
trabalho;

27 – Assim como o pintor que projeta na tela suas idéias e visões,


quem escreve uma monografia deve deixar fluir sua intuição com
conhecimento, seriedade e competência;

28 – Quando a monografia contiver muitas tabelas, quadros, ou fizer


referências a artigos de outros autores, leis etc.. tal material deve ser colocado
em “Anexos” no final do trabalho, para que o desenvolvimento dos capítulos
não seja atrapalhado;

29 – Não considere sua monografia como apenas mais um trabalho,


uma obrigação ou uma exigência a ser cumprida. Entenda a monografia como
uma chance de você conhecer melhor um tema dentro da formação pretendida.
Se seu trabalho for feito com seriedade, competência, dedicação, sede de
conhecimento e, principalmente, amor, mais que um trabalho, sua monografia
poderá se transformar em um objetivo de vida. Aproveite.
80

OS AUTORES

Fernando Arduini Ayres

ü Graduado em Administração de Empresas – FRNL-RJ.


ü Pós-Graduado em Sistemas de Informação – PUC-RJ.
ü Pós-Graduado em Inteligência Competitiva – INT-UFRJ-RJ.
ü Diplôme de Études Approfondies em Information Scientifique et
Technique – Université D’AIX-Marseille III.
ü Doutor em Sciences de l’Information et de la Communication -
Université D’AIX-Marseille III.
ü Professor – FRNL, UCAM.
ü Diretor Geral do Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido
Mendes.

Marco Antonio Larosa

ü Graduado em Comunicação Social – UGF-RJ.


ü Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior – UGF-RJ.
ü Mestre em Psicopedagogia – U de La Habana – Cuba.
ü Doutorando em Educação - U de La Habana – Cuba.
ü Professor – UGF, UNICARIOCA, UCAM, UNESA e F. Pinheiro
Guimarães.
ü 20 anos como jornalista e comunicador – Rádios Tupi, Nacional, Globo,
Manchete e outras.
ü Coordenador do Curso de Comunicação Social – UCAM.
ü Editor dos Jornais de bairro e universitários – Comunitário de
Jacarepaguá, Nosso Tempo, Informe Rodoviário, Folha da Pinheiro.
Tempo Carioca e Comunicando.
ü Televisão – Expertise Comunicação – produtora e núcleo de
comunicação.

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