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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP.

URGENTE!
Ref. Processo nº 1019382-29.2018.8.26.0002.

ANA CAROLINA DOMINGUES, brasileira, casada,


assistente de RH, portadora da ceé dula de identidade RG nº 47.812.455-4 SSP/SP,
inscrito no CPF/MF sob o nº 388.215.628-75, residente e domiciliada na Rua
Nestor Homem de Melo, 295, casa 1, Campo Limpo, Saã o Paulo, SP, CEP 05758-160,
sem e-mail, por seus advogados ao final assinados, nos autos nº 1019382-
29.2018.8.26.0002, da açaã o de Obrigaçaã o de Fazer com Pedido de Tutela de
Urgeê ncia, que move em face de BRADESCO SAÚDE S.A., pessoa juríédica de direito
privado, inscrita sob o CNPJ nué mero 92.693.118/0001-60, com endereço comercial
sito aà Rua Baraã o de Itapagipe, 255, Rio Comprido, RJ, CEP 20261-901, vem,
respeitosamente perante a elevada presença de Vossa Exceleê ncia, naã o se
conformando com a respeitaé vel decisaã o interlocutoé ria de fls. 21, com fundamento
nos artigos 1.015 e seguintes do Coé digo de Processo Civil de 2015, interpor o
presente AGRAVO DE INSTRUMENTO, pelos motivos adiante aduzidos.

Assim, requer seja recebido o presente recurso,


atribuindo-lhe efeito suspensivo, seja processado e, ao final, lhe seja concedido
provimento.

DO PREPARO RECURSAL

A agravante deixa de efetuar o preparo, uma vez que


foi concedido o benefíécio da Justiça Gratuita pelo MM. Juíézo de 1º grau.

DA TEMPESTIVIDADE

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O presente Agravo de Instrumento eé tempestivo, visto
que a agravante apresentou manifestação nos autos de ciência da decisão
interlocutória, mesmo antes da veiculaçaã o da decisaã o no Diaé rio Oficial.
Haé de observar que a Agravante naã o pode esperar a
publicaçaã o da decisaã o no Diaé rio Oficial para interpor o presente Agravo de
Instrumento, jaé que o objeto da açaã o eé sua vida, a qual necessita de urgente
atendimento meé dico, negado pela reé /agravada.

Assim, o presente Agravo de Instrumento eé totalmente


tempestivo.

DO NOME E ENDEREÇO COMPLETO DOS


ADVOGADOS

Os advogados que funcionam no processo saã o apenas


os advogados da Agravante, jaé que o Agravado naã o possui advogados constituíédos
nos autos ateé o presente momento, eis que naã o citado.

Advogados do Agravante: JORGE LUIS CONFORTO, OAB/SP 259.559 e


JULIANE FUSCO CONFORTO, OAB/SP 367.217;
ambos com escritoé rio na Rua Inaé cio, 826, sala 4 / 8, Vila Prudente, Saã o Paulo, SP,
CEP 03142-001.

Advogado da Agravada: Naã o haé . (naã o citada).

DA JUNTADA DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E


FACULTATIVAS

A Agravante junta coé pia integral dos autos digitais,


declarada auteê ntica pelos advogados, nos termos do artigo 425, IV do Coé digo de
Processo Civil, e, entre elas, encontram-se as seguintes peças obrigatoé rias e
facultativas:

a) Coé pia da r. Decisaã o Agravada (fls. 21 e 22);

b) Petiçaã o de Cieê ncia da r. Decisaã o Agravada, bem como do RECIBO do


Protocolo e do E-mail enviado pelo TJSP, comprovando a tempestividade do
recurso, eis que a decisão recorrida ainda não foi publicada no Diário Oficial;

c) Coé pia da procuraçaã o outorgada aos advogados (fl. 9);

d) Coé pia da Petiçaã o Inicial (fls. 1/8);

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e) Coé pia dos Documentos Pessoais da Agravante (fl. 10);

f) Documentos Meé dicos e Exames (fls. 12/19);


g) Negativa de Cobertura pela Agravada (fl. 20).

Diante disso, pleiteia-se o processamento do presente


recurso, sendo o mesmo distribuíédo a uma das Caê maras Cíéveis deste Egreé gio
Tribunal de Justiça (art. 1.016, caput CPC), para que seja, inicialmente, e com
urgeê ncia, submetido para anaé lise do pedido de efeito suspensivo ao recurso
conforme preceitua o art. 1.019, inc. I do Coé digo de Processo Civil.

Termos em que,
Pede Deferimento.
Saã o Paulo, 27 de abril de 2018.

JORGE LUIS CONFORTO JULIANE FUSCO CONFORTO


OAB/SP 259.559 OAB/SP 367.217

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RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: ANA CAROLINA DOMINGUES


Agravada: BRADESCO SAÚDE S.A.
Processo nº 1019382-29.2018.8.26.0002
Origem: 2ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro – Comarca de São
Paulo – SP.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COLENDA CÂMARA CÍVEL
PRECLAROS DESEMBARGADORES

A agravante propoê s açaã o de obrigaçaã o de fazer com


pedido de tutela de urgeê ncia em face da agravada, a qual tramita perante a 2ª Vara
Cíével do Foro Regional de Santo Amaro, Comarca de Saã o Paulo, SP, autos nº
1019382-29.2018.8.26.0002.

Na referida açaã o a Agravante busca a prestaçaã o


jurisdicional para que a agravada seja compelida a cumprir o contrato de
assisteê ncia saué de, autorizando e procedendo ao tratamento meé dico que necessita,
eis que acometida por grave doença.

O Autora, ora Agravante, eé cliente da requerida


Bradesco Saué de, ora Agravada.

A Peticionante se encontra acometida pela doença


denominada: “Púrpura Trombocitopênica Imunológica”, que é uma doença
autoimune que se caracteriza pela destruição das plaquetas, células produzidas na
medula óssea e ligadas ao processo de coagulação inicial do sangue.

Frisa-se que o principal risco associado aà baixa


contagem de plaquetas eé a hemorragia interna e o ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL - AVC que, se ocorrida, pode causar a morte.

Ocorre que o MM. Juíézo a quo, diferentemente dos


acertos costumeiros, neste caso naã o concedeu a tutela de urgeê ncia pleiteada,
motivando a interposiçaã o do presente recurso em face da decisaã o interlocutoé ria
que a agravante naã o pode concordar.

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DA DECISÃO RECORRIDA

De bom alvitre que evidenciemos, em síéntese, a decisaã o


interlocutoé ria hostilizada, in verbis:

Vistos. Defiro os benefícios da justiça gratuita. Anote-se.


Trata-se de ação de obrigação de fazer e indenização por
danos morais, com pedido de tutela de urgência. Como
sabido, a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo
(art.300, "caput", do Código de Processo Civil).No presente
caso, nem todos estão presentes.Com efeito, não se tem, ao
menos neste momento de análise superficial dos fatos, o
requisito da urgência.A autora é beneficiária do plano de
saúde administrado pela empresa-requerida, Bradesco
Saúde S.A. (carteira nº 773 774 003409 014), conforme
fls.10.Segundo informam as receitas médicas de fls.12 e 13,
a requerente está em tratamento por patologia "Púrpura
Trombocitopênica Imunológica" desde março de 2017, e
necessita dos medicamentos ali descritos. Contudo, não há
indicação de situação de urgência, o que afasta o requisito
do perigo de dano: "AGRAVO DE INSTRUMENTO PLANO
DE SAÚDE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUSTEIO DO
MEDICAMENTO MABTHERA (RITUXIMABE) TUTELA DE
URGÊNCIA INDEFERIMENTO. Perigo de dano irreparável
ou de difícil reparação à saúde ou vida do autor não
evidenciado. Relatórios médicos que, apesar de
prescreverem o tratamento com a medicação e relatarem a
longa evolução da doença, não indicam a necessidade
imediata ou urgência no tratamento medicamentoso.
Necessidade do contraditório - Decisão mantida. NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO" (TJSP - Agravo de
Instrumento nº 2227917-83.2017.8.26.0000, da Comarca de
São Paulo, 8ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des.
ALEXANDRE COELHO, julg.26/02/2018).A recusa da
requerida foi motivada na falta de urgência ou emergência
(fls.20).Mais prudente, pois, se aguardar a citação da ré
para cabal análise dos fatos. Assim, por ora INDEFIRO o
requerimento de antecipação de tutela. Em face das
especificidades da causa e de modo a adequar o rito
processual às necessidades do conflito, deixo para momento

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oportuno a análise da conveniência da audiência de
conciliação (art. 139, inciso VI, do Código de Processo Civil,
e Enunciado nº 35 do ENFAM).Cite-se a ré, pelo correio,
para que apresente contestação no prazo de 15 (quinze)
dias úteis.Int.

Eis, pois, a decisaã o interlocutoé ria guerreada, a qual,


sem sombra de dué vidas, concessa venia, no tocante ao indeferimento da
antecipaçaã o da tutela, deve ser reformada.

DOS FATOS

Em virtude da patologia, a Agravante tem o sistema


imunoloé gico fraé gil, bem como tem sua recuperaçaã o de ferimentos prejudicada, o
que lhe exige viver de forma restritiva e distante de um convíévio social normal.

A agravante juntou nos autos, bem como apresenta


neste agravo de instrumento, diversos exames laboratoriais, os quais comprovam
que a quantidade de plaquetas em seu sangue eé consideravelmente baixa, o que
demonstra e comprova a urgeê ncia do tratamento necessaé rio.

Conforme consta no Relatoé rio Meé dico acostado, a


Autora jaé apresentou 4 (quatro) recaíédas e os medicamentos anteriormente
ministrados naã o foram suficientemente eficazes.

Sendo assim, foi lhe receitado o uso do


medicamento MabThera, em dose de 700 mg, uma vez por semana, durante
quatro semanas, REMÉDIO ESTE QUE DEVE SER MINISTRADO EM HOSPITAL,
JÁ QUE É DE USO INTRAVENOSO.

Apenas para tíétulo ilustrativo, referido medicamento eé


de alto custo e a recorrente naã o possui condiçoã es para arcar com o seu custeio.

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Como citado alhures, para ser medicada, deve a autora
submeter-se a procedimentos hospitalares.

Ocorre que a agravada se nega ao fornecimento e


aplicaçaã o de referida medicaçaã o, sob a ‘justificativa’ de que este naã o consta no “Rol
da ANS”.

Apoé s diversas negativas, a Requerente recorreu aà


Ouvidoria da Requerida.
Na resposta, apresentada em 13/04/2018 (e-mail de
negativa anexo), contudo, a Reé negou o fornecimento do medicamento mencionado.

Ora, o que seriam ‘situaçoã es de emergeê ncia e urgeê ncia’


para a agravada?

Conforme encaminhamento médico e todos os


exames carreados pela agravante aos autos e ao recurso, sua situação é
GRAVE, necessitando do tratamento URGENTE.

Para elucidar, no exame feito em 02.12.2017, fl. 17 dos


autos, a agravante estava com 33.000/m3 de total de plaquetas, quando os valores
de refereê ncia saã o de 150.000 a 450.000. OU SEJA, A RECORRENTE ESTAVA COM
1/5 (UM QUINTO) DO MÍNIMO ACEITÁVEL DE PLAQUETAS.

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Jaé em 01.03.2018, fl. 16 dos autos, a agravante estava
com 19.000/m3 de total de plaquetas, quando os valores de refereê ncia saã o de
150.000 a 450.000. OU SEJA, A RECORRENTE ESTAVA COM 1/6 (UM SEXTO) DO
MÍNIMO ACEITÁVEL DE PLAQUETAS.

Ora, nobres Julgadores, a simples anaé lise dos exames


da agravante comprovam que o tratamento eé Urgente, diferentemente do
entendimento do MM. Juíézo a quo, que motivou o presente recurso.

Em linguagem informal, um simples corte que a


agravante venha a sofrer, por sua baixa imunidade, pode causar sua morte.
É importante salientar que a negativa de cobertura
do referido medicamento pode ser fatal para a Autora, PELOS PRÓPRIOS
RISCOS DA DOENÇA.

Assim, a Agravante se vê forçada a batalhar pelo


seu direito perante o Poder Judiciário, a fim de obter uma oportunidade de
sobrevivência e cura contra sua patologia, cujo o potencial letal é gigante.

Nesse sentido, a recusa da BRADESCO SAUÚ DE em


cumprir com seu dever contratual causa-lhe indignaçaã o e afliçaã o emocional, o que
lhe atinge em sua dignidade humana, bem como em seus familiares.

A agravada, descaradamente, daé de ombros ao


fornecimento do medicamento incontestavelmente necessaé rio e essencial,
conforme explanado e indicado pelo meé dico responsaé vel.

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DO DIREITO

A agravada como titular do direito de prestar e


fornecer o melhor atendimento meé dico-hospitalar aà agravante, durante o exercíécio
desse direito excedeu os limites da boa-feé objetiva e do fim social do contrato.

Inicialmente, ressalta-se que o contrato em testilha se


trata de relaçaã o de consumo, sendo aplicaé vel ao caso concreto o Coé digo de Defesa
do Consumidor, assim como os princíépios que o norteiam, tendo em vista se tratar
de verdadeiro contrato de adesaã o, celebrado entre o autor e a seguradora
requerida.

Assim, a agravante deveraé tomar seu posto de


consumidora hipossuficiente, na esfera processual, bem como o oê nus probatoé rio
deveraé ser invertido.

Nesta linha de raciocíénio, bem como tendo em mente


os princíépios informadores do Coé digo de Defesa do Consumidor eé que o contrato
celebrado entre as partes deve ser interpretado e naã o de forma gramatical, pura e
simplesmente, aplica-se ao caso o disposto no artigo 51 do Coé digo de Defesa do
Consumidor:

“Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as


cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que:
(...) IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagera- da, ou seja, incompatíveis com
a boa-fé ou a equidade;.” (grifou-se)
Cumpre destacar que diante da Constituiçaã o Federal,
norma superior que incide sobre todas as leis e outras normas infraconstitucionais,
o Paíés vive num Estado de Direito Democraé tico e Social, sendo que os negoé cios
juríédicos devem ser interpretados afastando-se questoã es egoíésticas, e conforme a
boa-feé e os usos e costumes do local de celebraçaã o (CC, art. 113), buscando-se,
igualmente, a preservaçaã o, aplicabilidade e predominaê ncia dos princíépios da
eticidade, probidade, lealdade entre os contratantes, assegurando-se a funçaã o
social do contrato (CC, arts. 421 e 422).

Ora, conforme confessado no e-mail juntado, a doença


eé abrangida pela cobertura contratual, contudo, afigura-se abusiva eventual
restriçaã o quanto a especíéfico procedimento necessaé rio a seu tratamento ou aà
minoraçaã o do sofrimento do paciente durante seu tratamento, porquanto impoã e ao

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consumidor obrigaçaã o injusta que o coloca em desvantagem exagerada, posto
restringir indevidamente os direitos emergentes do contrato, havendo afronta ao
quanto disposto no art. 51, IV e §1º, II do Coé digo de Defesa do Consumidor.

“Art. 51. (...)

§1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem


que: (...)

II restringe direitos ou obrigações fundamentais


inerentes à natureza e conteúdo do contrato, o
interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao
caso” (grifou-se)

Sendo, portanto, caracteríéstica fundamental do


contrato de plano de saué de a cobertura e o custeio de tratamento meé dico para
doenças previamente estipuladas, a exclusaã o da hipoé tese de fornecimento de um
medicamento, necessaé rio para a realizaçaã o de determinado procedimento, implica
na subtraçaã o indevida do fornecedor de sua obrigaçaã o que, diga-se, eé a principal,
qual seja, fornecer a segurança ao consumidor que necessita de assisteê ncia
medicamentosa e se vale da rede de saué de suplementar.

Tal abusividade, em casos semelhantes, eé reconhecida


pelos Tribunais, inclusive pela jurisprudeê ncia pacíéfica do TJSP. Vejamos:

TJ-SP - Agravo de Instrumento AI


22099469020148260000 SP 2209946-
90.2014.8.26.0000 (TJ-SP)
Data de publicação: 17/04/2015
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE
SAÚDE. TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA.
TRATAMENTO DE DOENÇA AUTOIMUNE COM
INFLUÊNCIA EM TRANSPLANTE RENAL.
MEDICAMENTO "Rituximab MABTHERA®"
PRESCRITO PELO MÉDICO QUE ACOMPANHA A
AUTORA. ÚNICA FORMA DE TRATAMENTO
POSSÍVEL. NEGATIVA DE COBERTURA. RISCO DE
DANO GRAVE OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO. MULTA
DIÁRIA. VALOR FIXADO COM RAZOABILIDADE ANTE
O CASO CONCRETO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO
NÃO PROVIDO. 1. Decisão agravada que que deferiu a
tutela antecipada para determinar que a ré/agravante
forneça o medicamento "Rituximab, MABTHERA® -
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Anticorpo monoclonal, anti CD20, 1000 mg", com
intervalo de 15 dias duas doses, em 48 horas, sob
pena de multa diária de R$ 1.000,00. 2.Razoabilidade
da medida, diante da existência de discussão acerca
da validade da negativa de cobertura. 3.Documentos
apresentados demonstraram a necessidade do
tratamento com o medicamento em questão,
indicando que o histórico clínico apresentado pela
autora e o atual estágio da enfermidade que a
acomete conduzem à prescrição do medicamento, não
sendo possível a sua substituição por nenhum outro
tratamento no momento. 4.Momento processual em
que, entre os bens jurídicos disputados direito à
saúde e à vida de um lado (ambas sujeitas a danos
irreversíveis) e a questão financeira da agravante de
outro (esta sim reversível) - deve prevalecer o
primeiro. 5. Multa diária. Necessidade de imposição.
Valor fixado com razoabilidade em R$ 1.000,00 (mil
reais). Integral manutenção da decisão agravada. 6.
Agravo de instrumento não provido.

TJ-SP - Apelação APL 00072757920128260066 SP


0007275-79.2012.8.26.0066 (TJ-SP)
Data de publicação: 06/06/2013
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. Medicamentos.
Autora portadora de "artrite reumatoide grave".
Pretensão ao fornecimento do medicamento
"Rituximabe Mabthera 500 mg". Sentença que
concede a segurança para determinar o fornecimento
do medicamento. Reexame necessário e recurso
interposto pela Fazenda do Estado não providos.

TJ-SP - Apelação APL 02029495820108260100 SP


0202949-58.2010.8.26.0100 (TJ-SP)
Data de publicação: 06/06/2013
Ementa: PLANO DE SAÚDE OBRIGAÇÃO DE FAZER
Negativa de cobertura ao tratamento médico de
anemia hemolítica autoimune com o medicamento
Mabthera (Rituximabe) Recusa indevida SENTENÇA
DE PROCEDÊNCIA, para condenar a Requerida ao
custeio do tratamento com o medicamento -
RECURSO DA REQUERIDA IMPROVIDO

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A Agravada como titular da obrigaçaã o de prestar e
fornecer o melhor atendimento meé dico-hospitalar aà autora, ora agravante, durante
o exercíécio desse direito excedeu os limites da boa-feé objetiva e do fim social do
contrato.
Requer-se, portanto, com o presente recurso, seja
reformada a decisão recorrida, sendo compelida a Agravada a fornecer o
medicamento MabThera, bem como todos os medicamentos assessórios ao
correto tratamento da patologia, em quantidade suficiente para que seu
tratamento seja devidamente concretizado, com a realização e custeio de
todo o tratamento necessário, prestigiando-se, assim, o seu direito à vida e à
saúde, além de indenização por dano moral.

DA NECESSIDADE DE PROVER-SE EFEITO


SUSPENSIVO AO RECURSO PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS DE QUE TRATA O ART. 1.019, inc. I, do
CPC

As questoã es destacadas no presente recurso de Agravo


de Instrumento saã o de gravidade extrema e reclama, sem sombra de dué vidas, a
concessaã o da tutela recursal (CPC, art. 1.019, inc. I).

Demonstrado, pois, o preenchimento do requisito do


“risco de lesão grave e de difícil reparação” e da “fundamentação relevante”, haé de
ser concedido efeito ao recurso em liça.

Nesse compasso, a parte Agravante demonstrou o


requisito da “fundamentaçaã o relevante”. EÚ irrefutaé vel que ficou comprovado a
situaçaã o de urgeê ncia e emergeê ncia meé dica que passa e necessita do atendimento
meé dico, naã o podendo esperar a sentença judicial.

Ademais, aleé m da “fundamentaçaã o relevante”,


devidamente fixada anteriormente, a peça recursal preenche o requisito do “risco
de lesaã o grave e difíécil reparaçaã o”.

Desse modo, para a Agravante, como para qualquer


outro, eé medida draé stica que tem afetado significativamente na sua ordem social e
psicoloé gica.

De outro passo, naã o se pode admitir que a negativa de


atendimento seja mantida, posto que estaé prejudicando a saué de da agravante.

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EÚ permitir por demais, o afetar a sua dignidade e
estado psicoloé gico, no qual se veê impossibilitada de receber o tratamento meé dico
que precisa.

Como consequeê ncia, pede-se, tutela de maneira a


suspender os efeitos da decisaã o interlocutoé ria guerreada (CPC, art. 1.019, inc. I),
conferindo-se efeito suspensivo presente recurso, bem como para deferir
liminarmente a tutela de urgeê ncia pleiteada em primeiro grau, determinando-se:

a) Alicerçado no art. 8º, do Coé digo de Processo Civil, ena forma do artigo 294 e
seguintes, do novo CPC, concessão da Tutela Provisória Antecipada de
Urgência, inaudita altera parte, para que imediatamente após a intimação, a
Demandada forneça, por sua conta, o medicamento MabThera, em
quantidade suficiente para o tratamento, conforme a receita juntada, bem
como todo tratamento necessário, arcando integralmente com seus custos,
sob pena de cominaçaã o de pena de multa diaé ria a ser arbitrada por Vossa
Exceleê ncia, sem prejuíézo da responsabilizaçaã o por outros danos a serem causados
pela recusa injustificada da Reé .

RAZÕES DO PEDIDO DA REFORMA (CPC, art. 1.016,


inc. III)

Por tais fundamentos, eé inescusaé vel que a decisaã o deva


ser reformada, posto que, haé elementos probatoé rios suficientes a comprovar a
necessidade de tratamento meé dico de urgeê ncia pela agravante e a decisaã o
hostilizada fere os princíépios aà vida e aà dignidade humana.

DOS PEDIDOS

Em suma, tem-se que a decisaã o guerreada, na parte


citada em linhas anteriores, com o devido respeito, merece ser agravada.

Por todas as consideraçoã es relevadas, pede-se, como


questaã o de fundo, a nulidade do ato decisoé rio atacado, o qual atrelado ao processo
nº 1019382-29.2018.8.26.0002, por este combatido, objetivando em consequeê ncia,
seja confirmado o efeito suspensivo dado ao Agravo de Instrumento, e, mais,
acolhendo-se este recurso para:

a) Anular/Reformar o ato decisoé rio que indeferiu a antecipaçaã o da tutela de


urgeê ncia em favor da agravante;

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b) Com a Maé xima Veê nia, seja deferida a tutela antecipada de urgeê ncia para
compelir a requerida/agravada a proceder o tratamento meé dico de urgeê ncia
determinado pela equipe meé dica que atende a agravante, confirmando-se a
medida liminar no julgamento do meé rito do presente recurso.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Saã o Paulo, 24 de abril de 2018.

JORGE LUIS CONFORTO JULIANE FUSCO CONFORTO


OAB/SP 259.559 OAB/ SP 367.217

Página 14
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