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Renato Nunes
Prof. Everton de Borba
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Gestão da Tecnologia da Informação (GTI0145) – Seminário Interdisciplinar V
24/04/2018
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
O bom planejamento é decisivo para a obtenção do sucesso. Aplicar métodos que auxiliam e
imprimam rapidez na formulação de ideias e contribuam no envolvimento dos interessados é
primordial para que se alcancem os objetivos.
O mesmo ocorre com o plano de negócios, em que o empreendedor pode ter levado meses
para concluir uma estrutura que contribui para o esboço e entendimento detalhado do modelo de
negócios da empresa e, segundo Dornelas et al. (2015, p.12) “[...] quando concluído, o resultado
nem sempre é considerado uma fotografia real do que é ou será o negócio”, os quais ressaltam que
“[...] mesmo o plano de negócios tradicional mais bem desenvolvido e substanciado não garante que
a empresa será um sucesso e que tudo que foi definido no plano de negócios tradicional será
executado.” (DORNELAS et al., 2015, p.5). Vale lembrar que fatores externos como concorrência,
mudanças no mercado, legislação, cenário macroeconômico e outros podem ter interferência direta
no negócio da empresa e não estão previstos plenamente no plano de negócios.
Finocchio Júnior (2013, p. 27) conceitua um plano de projeto como sendo “[...] uma
construção de hipóteses sobre um cenário futuro e desconhecido. Ele se torna consistente
justamente pela integração entre os diversos conceitos que o compõem.” e induz à reflexão ao
indagar “Como construir um plano de projeto de uma nova forma, que se afaste da linearidade
textual, que deixe evidentes as conexões entre as partes, que seja mais fácil de elaborar e
efetivamente aplicável no cotidiano?” (2013, p. 18).
Para que o plano de projeto seja plenamente concebido é necessário que metas sejam
estabelecidas, que problemas a serem resolvidos sejam expostos, que sejam vislumbradas situações
não experimentadas e, essencialmente, que esteja presente o pensamento criativo.
Com base no entendimento de que “[...] quando não dispomos de informação suficiente para
classificar algo como ‘ameaça’ ou ‘recompensa’, inconscientemente, também consideramos
‘ameaça’” (DAVID ROCK, 2009, citado por FINOCCHIO JÚNIOR, 2013, p. 30) há de se exigir
que uma metodologia forneça ferramentas que facilitem o seu uso com objetividade e praticidade.
3 MODELOS MENTAIS
Os modelos doravante propostos aplicam lições ligadas aos avanços da neurociência, o que
faz sentido se considerarmos que o planejamento depende de pessoas e “quanto melhor
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Todo projeto surge a partir de uma necessidade e, portanto, o que as pessoas têm em mente
são apenas modelos mentais formados por conceitos e pelas relações entre esses conceitos. Estes
envolvem premissas, partes interessadas, recursos, entregas, riscos, etc.
A partir do modelo mental, ao tentar explicar como o negócio funcionará no mundo real,
surgem algumas indagações importantes sobre a real possibilidade de realização e a melhor forma
de se colocar em prática, ou seja, incertezas acerca de algo obscuro.
De uma maneira geral Finocchio Júnior (2013, p. 31) informa dicas preciosas para facilitar o
funcionamento cerebral durante a prática de uma metodologia envolvendo grupos de pessoas.
Quanto ao preparo, deve-se estimular um ambiente positivo, onde todos os envolvidos se
apresentam e seja exposto de maneira bem clara como será o decorrer do processo. Para manter o
foco, devem ser conduzidas sessões curtas de planejamento. A integração dos itens deve ser feita de
dois em dois com o objetivo de reduzir o esforço de processamento do cérebro. A visualização é
muito importante e deve ser explorada. Para facilitar o relacionamento, manter todos os conceitos
necessários ao plano no mesmo desenho. Os questionamentos do projeto devem ser respondidos
sequencialmente e na ordem correta. Para evitar a postura defensiva das partes interessadas, dar
autonomia para que participem ativamente. Agrupar conceitos de modo a diminuir o número de
itens processados por vez. Procurar manter o nível máximo de atenção das partes interessadas.
4 MAPA DE EMPATIA
O mapa de empatia é uma ferramenta visual que visa aplicar métodos e processos que
ajudam a conhecer melhor o problema e transformá-lo em soluções, de forma ágil, lúdica e criativa.
A ideia é ser empático, colocar-se no lugar do cliente para entender como as coisas acontecem
quando se está do outro lado e ajudá-lo a definir estratégias. Entendendo melhor o cliente é mais
fácil identificar onde ele enxerga valor e entregar valor para ele.
O Mapa da Empatia é uma ferramenta, criada pela consultoria de Design Thinking
Xplane, que ajuda a nos colocarmos no lugar dos clientes de um negócio. A ferramenta
exercita reflexões sobre o que o cliente diz, faz, vê, pensa, sente e ouve para ajudar no
desenho do modelo de negócio de uma empresa. (Pereira, 2017, grifo do autor).
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Para por em prática o Mapa de Empatia (Figua 1) de modo a alcançar contribuição para a
proposição de valor deve-se aplicar sete perguntas. Duas para definir o objetivo: Com quem
estamos sendo empáticos? O que ele precisa fazer? Quatro para entender o que o cliente observa e
colocar-se no seu lugar: O que ele vê? O que ele fala? O que ele faz? O que ele escuta? Uma para
tentar entender o que passa na cabeça do cliente, suas dores e desejos: O que ele pensa e sente?
FONTE: https://analistamodelosdenegocios.com.br/mapa-de-empatia-o-que-e/
5 MODELO CANVAS
O modelo Canvas é uma das maneiras mais conhecidas atualmente para conceber planos de
negócios ou projetos. Este modelo permite avaliar as oportunidades de negócios ou pode ser usado
como o documento que dará forma à lógica de um projeto. Em ambos os casos servirá de base para
a redação de um plano formal, já que o objetivo é validar a ideia ou oportunidade antes iniciar a
execução.
perguntas pode ser utilizada uma folha no formato A1. As respostas, por sua vez, devem ser curtas e
bem escritas. Podem ser utilizados post-its para colar as respostas.
Finocchio Júnior (2013, p. 39, grifo do autor) informa que não existem papéis definidos na
aplicação do Canvas e destaca a importância de ser feito em equipe, mesclando pessoas com forte
conhecimento do negócio e pessoas que não o conhecem, e de haver um profissional qualificado ao
afirmar que “Pelo menos uma das pessoas presentes deve ter conhecimento sobre os conceitos
básicos envolvidos no gerenciamento de projetos e sobre como eles se relacionam entre si.”.
Recursos-chave Canais
Quais recursos-chave Através de quais canais
nossa proposta de nossos segmentos de
valor requer? Canais, clientes querem ser
relacionamentos, alcançados?
modelo de receita? Como outras empresas
chegam até eles hoje?
Quais canais funcionam
melhor?
Quais canais são mais
eficientes em custo?
Como promovemos a
integração dos canais com
a rotina dos clientes?
Estrutura de custos Fontes de receita
Quais são os custos mais importantes de nosso Para qual proposta de valor nossos clientes estão
modelo de negócio? dispostos a pagar?
Quais recursos-chave são os mais caros? O que eles estão comprando/pagando hoje?
Quais atividades-chave são mais caras? Qual é o nosso modelo de receita?
Quais são as nossas políticas de preço?
FONTE: Extraído de Dornelas et al. (2015, p. 17)
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A cartilha do Sebrae (2013) explica que o quadro de modelo de negócios deve ser usado
para pensar no negócio que se pretender criar, analisar ou atualizar. Que a utilização de adesivos
autocolantes facilita alterar, corrigir e incluir ideias, uma vez que não se deve escrever diretamente
no quadro, pois o uso dos adesivos possibilita utilizar cores, facilita escrever, desenhar, reescrever,
trocar de lugar, agrupar, etc. Quanto ao preenchimento apresenta dicas para cada quadro onde, o
quadro Proposta de Valor representa a razão pela qual os clientes querem adquirir o que está sendo
oferecido, ou seja, o pacote de produtos e serviços; o quadro Segmentos de Clientes refere-se ao
grupo especial de pessoas que irão adquirir o produto ou serviço, os clientes que serão atendidos; o
quadro Canais definirá os caminhos pelos quais o cliente será atendido, como o negócio alcançará
os clientes para entregar a Proposta de Valor; o quadro Relacionamento com Clientes é a forma pela
qual os clientes desejam ser atendidos, de forma a conquistá-los e fidelizá-los; o quadro Fontes de
Receitas é o alinhamento das formas de cobrança com a preferência de pagamento do cliente,
definem quanto e como se receberá do cliente; o quadro Recursos Principais define os recursos
necessários para entregar a proposta de valor; o quadro Atividades Principais apresenta as tarefas
mais importantes para fazer o negócio funcionar; o quadro Parcerias Principais relaciona a rede de
fornecedores e parceiros que podem ajudar a entregar o que está sendo prometido e; o quadro
Estrutura de Custos mostra todos os custos envolvidos na operação do negócio, ressaltando que a
diferenciação de valor associada à redução de custos ajuda a abrir espaços de mercado.
Usar recursos visuais (como o Quadro, adesivos autocolantes e cores) é também uma
maneira divertida de trabalhar de forma colaborativa. Sempre é bom quando se está criando
poder ouvir a opinião de possíveis sócios, parceiros, potenciais clientes, familiares, amigos,
enfim, quem estiver disposto a ajudar. Afinal, qualquer pessoa ao ver o Quadro completo,
deve ser capaz de visualizar o modelo e sugerir inovações que poderão depois ser validadas.
Lembre-se: ao criar o modelo, o papel aceita tudo. Você pode imaginar diferentes situações
e depois testar e escolher aquelas que vão realmente ser implementadas. (Sebrae, 2013, p.
12).
Pereira (2016) informa que "O Business Model Canvas é uma ferramenta que rapidamente
conquistou o mundo empresarial pela sua simplicidade e praticidade. Qualquer um consegue
rapidamente compreendê-lo e utilizá-lo na prototipação de suas idéias, projetos e/ou negócios.".
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Logística
Atendimento em
Experiência inglês
Famílias
Atendimento aos cultural
clientes
Recursos-chave Canais
Hotéis
Marca Brazil Suveniers
Experience
Feiras e eventos
Parcerias com
Estabelecimento
grandes
em São Paulo
empresas
Comidas típicas
Agências de
turismo
Cenário
Site / Adwords
Para o preenchimento dos nove blocos que compõem o modelo Canvas apresentado no
Quadro 2 foram respondidas, por uma equipe de quatro a seis pessoas, as seguintes questões: Como
conquistamos os clientes? (Proposta de Valor), Qual é o tipo de relacionamento que você quer ter
com o cliente e como administrá-lo? (Relacionamento com os Clientes) Quem serão os clientes?
(Segmentos de Clientes) Quais serão os canais de entrega? (Canais) Como será cobrado o seu
produto/serviço? Existe alguma outra forma de receita? (Fontes de Receita) Quais são os recursos-
chave para executar o que está sendo proposto? (Recursos-chave) Quem são seus parceiros?
(Parceiros-chave) Quais são as atividades-chave para entregar o que está sendo proposto?
(Atividades-chave) e Quais serão os custos fixos e variáveis? (Estrutura de Custos).
Proporcionará
aumento de receita?
Haverá uso mais CUSTOS
eficiente dos ativos RESTRIÇÕES
existentes? Quais os
Haverá diminuição de Quais as limitações impostas quanto ao elementos de
custos? prazo? custos nos quais
Melhorará a imagem Quais as limitações impostas quanto aos as entregas serão
da empresa? recursos? decompostas?
Quais as limitações impostas quanto aos
padrões tecnológicos?
FONTE: Extraído e adaptado de Finocchio Junior (2013, p. 49)
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Para o preenchimento dos treze blocos que compõem o modelo Canvas para projetos
apresentado no Quadro 4 foram respondidas, da esquerda para a direita, as seguintes questões: Por
que fazer o projeto? (Justificativas, OBJ SMART e Benefícios) O que o projeto produz? (Produto e
Requisitos) Quem trabalha no projeto? (Stakeholders Externos e Equipe) Como vamos entregar o
projeto? (Premissas, Grupo de Entregas e Restrições) Quando o projeto será concluído e quanto
custará? (Riscos, Linha do Tempo e Custos).
Finocchio Junior (2013, p. 48) salienta que ““Por que” é a pergunta mais importante a ser
respondida; ela definirá os valores que identificarão todos os envolvidos no projeto.”.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar ao longo deste trabalho de pesquisa que o desenvolvimento do modelo
de negócios possui valor relevante para o sucesso do projeto. Porém, é necessário que este mesmo
modelo seja de fácil interpretação para todos os envolvidos, propiciando a interação até mesmo de
pessoas com pouco conhecimento do negócio proposto.
A partir desta necessidade, é possível afirmar que deve ser feito bom uso das ferramentas
disponíveis. Uma destas ferramentas é o modelo Canvas, que torna o modelo de negócios visual,
desburocratizado e fácil de entender através da associação dos componentes distribuídos em seus
quadros. O Mapa de Empatia também é ferramenta importante para a resolução de problemas e
pode auxiliar no preenchimento do Canvas.
Uma vez preenchido o modelo Canvas, seja para o planejamento de um novo negócio seja
para o planejamento de um novo projeto, é possível homologá-lo para posteriormente redigir o
documento necessário para o seu desenvolvimento, ou seja, o plano de negócios ou o modelo de
projeto, e contribuirá na obtenção de recursos financeiros e patrocinadores.
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REFERÊNCIAS
DORNELAS, José; BIM, Adriana; FREITAS, Gustavo de Castro; USHIKUBO, Rafaela. Plano de
negócios com o modelo Canvas: guia prático de avaliação de ideias de negócios a partir de
exemplos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015
FINOCCHIO JÚNIOR, JOSÉ. Project model Canvas: gerenciamento de projetos sem burocracia.
1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.