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a trabalhar.
único olho. C om entei, então, que o olho chSrlSS^ pela a u ^ ^ ^ H
da terapeuta a quem ele não
barbante, lápis,
jogos e q u e b ra - c s H H Só lhe interessavam
desenhos coloridos de personagens de histórias infantis, recortados
em pü^ãápequenas, que pa ra que as cenas
desenhadas aparecessem.
Ricãfidòí pegava um qiB B H e f iB la, logo a f R a ingestão do
H f t i t o , e flp|sava um lofflo p e ríc ® m ontando-o. De tempos
em tempos, ele parava sua atividade para em itir alguns sons, que
repetia inúm eras v e z e m então, ria da sontiwdade produzida.
K ^ fc fP p d a d e parecia-m e, inicialmente, circular e autoerótica.
O tem po passava, e eu procurava basear minhas intervenções
'SÔbrè as fluftSw R Ejim ocR iais c{R pareciam acontecer ao lo n
go da sessão e do processo Algumas vezes, elas
toareciam produzir algum m j B B B B sig n a ^ K iv o na sessão,
na m aior parte das v£94fc contudo, minha Fala entrava na circu-
laridade da ecolalia.
O enquadre que utÜjfettâ com ele e r a j ^ ^ ^ ^ Q f l j ^ & a s pri-
meiras sessões, Ricardo, em sua agitação, espalhava-se por toda a
casa onde eu tinha o consultório. Percebí fljrfgSRM Bw l e. a cada
n S ã o , levá-lo diretamente para a sala que
chegasse para porta d f l a ls B a trancada
final da hora. procedimentos I r o S ^ R o n f l efeito auxiliá-
-lo a se organizar melhor p i c a r a m o aparecimento d H iten sas
angústias de aniquilação.
Os anos se passaram e, algumas \ ^ 9 frente à ecolalia e à
gefjétição dasaüvidades, s R ia - m e desanimado e perguntava-me
se chegaríamos a araHB lugar. Havia progressos b B u dia a dia,
mas me pareciam bastante limitados»
Em um a sessão em que o desânimo nK acom panfl^H disse-
-lhe alguma coisa tentando nHts uma fazer uma intervenção.
36 I A face £^í|fi<^do self
consegui o maior de
d istin ta m e n te, de um modo,
palavra “lait”, q u e repetiu quase
so m articulado escapava
O ^ ^ n b i o s e, ao ouvi-lo, é claro, senti a m ais viva satisfação. Efetuei
mais tarde um a observação, que d im in u ía m u ito d a vantagem que
êxito. N ão foi antes do
SMjjtMÍBw fiãfc€WfcjÉ W B ^SW Í^fe u m resultado $&liz, de fato vertí
a palavra “lait”lhe escapou
>a novamente, com evidentes dem onstrações de alegria; e i ^ 8 | antes
que eu despejasse u i^ ^ ^ H é f r V e z , à guisa de recom pensa, que ele
repetiu a expressão. Desde então, ficou evidente que o resultado da
e x p e r i ê n c i ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ B p g a r m in h as intenções; a palavra pro-
nunciada, em vez de ser o signo de M ia necessidade, parecia, desde
constituí* tn e ra exclamação de
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ■ f â p r o n u n c i a d a antes que a por
estaria
o verdadeiro sentido da fala: um
pbtltô Estabelecido en tre ele e eu e o mais
necessariam ente seguir-se. Em vez disso
obtivera a p e n a M t^ ^ ^ ^ ^ ^ w £ > prazer que ele sentia, insignificante
no q u e l t t t f i ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ f l p a r a nós dois. Em geral era apenas
d u ra n te o desfru te da coisa que a p a la v ra “la it” era pronunciada.
À s vefib, p ó r acaso, ele a pronunciava antes, êifi outras ocasiões, um
pouco depois, m s sem pre sem qualquer vista ao seu uso. Não mais
£ atribuo qualquer sua re p p içào espontânea da
palavra, quando p o r acKA ele acorda no m eio da noite (tradução
daEçfjfj^S) brasileira).
padre
semiótica, da arte e da estética.
onde faleceu.
481 A face estética do self
como verdade e pelo ângulo da r4S|Ro com o amor. É por esse pris
m a que vejo o estabelecimento do objeto subjetivo. Só adicionaria a
esses três aspectos, f f i g S g È S p o r Florensky, u m quarto elemen
to: do ponto de ^ ftH d c fc r no m undo, esse fenôm eno podería ser
visto como encarnação. C o m ^ H estou querendo assinalar que o
objeto t a m b S entrada ao processo denominado por
Winnicott de que o psiquismo, pela elaboração
im a g in a tlv R ^ ^ ^ S ^ ^ ^ H p o ra is, passa a residir no corpo.
O encontro estético possibilita que as form as sensoriais, que se
o K n n m ^ ^ r a r a p r i y i l e g i a d a n a relação mãe-bebê, constitu
am K o S ^ ^ n o desenvolvimento da vida imaginativa. Nele, a
experiência da beleza, do conhecimento, do am or e da encarnação
^ ^ B r r e m ao mesmo interm édio desse fenômeno, há o
estabelecimento de uma ética do ser. o indivíduo passa a
conhecer o queH boH paraB u vir-a-ser e para seu alojamento no
acha-o belo e o ama. T r a te n d a experiência de conhecer
^^^ffi)ensar a respeito de si e dos objetos do m undo, que lhe abrem
de seu devir e do própH ) mundo.
configurações do corpo da
criança mãe. Este se organiza segundo o
que a mãereliffl^Mm seu bebê. Esse processo permite que a criança
habite um presença afetiva do outro.
Dessa forma, tocar u fflB ar^ ffij^ R o rp o é reencontrar a experiência
afetivo-existencial v iv id a ^ ^ H ^ H o u seu substituto, é ter acesso a
um repertório imaginatif l ^ ^ B I do qual o psíquico vive no corpo.
Simone Weil (1989, p. ‘imagens’ s |^ os ves
tígios das c« B a sobre o corpo, vestígios qu fflia realidade, são os
das reações do corpo em relação^BDisas”.
E ssflu m fenôrgjggg bastante im portante do ponto de vista cfl
nico. Algumas vezes, encontramos pacientê%ftõs quais áreas de seu
A face estética do ser 45|
|Í ||£ v A o assinalar que a experiência esí^P n en tre mãe e bebê é isenta de conflito,
quero dizer que n ão tm falha excessiva. No entanto, nesse i n te r jo g o ^ ^ ^ ^ H
ocorrem dissonâncias que não ultrapassam a possibilidade do bebê d&Hp3 ^ £ .
54 1 A face estética do self