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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

PROREITORIA DEEXTENSÃO

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL CONEXÕES DE SABERES

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BAIRRO


VILA EMBRATEL

OFICINA: EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS EIXO EM EDUCAÇÃO


ETNICORRACIAL

TUTORIA: MARIA CRISTINA BUNN

BOLSISTAS: ADINALVA SANTOS NASCIMENTO, ELIZANIA CANTANHEDE


RIBEIRO, ERALDO FRANCISCO BARBOSA COSTA E MEIRYELE COELHO
CANTANHEDE.

TEMA: PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Decorrente das mais variadas lutas do movimento negro em diversos


momentos da recente história da sociedade brasileira a Lei 10639/2003
sancionada em 2003, pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva,
estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afrobrasileira e
Africana na Educação Básica. Desta forma, busca cumprir o estabelecido na
Constituição Federal nos seus Art. 5º, I, Art. 210, Art. 206, I, § 1º do Art. 242,
Art. 215 e Art. 216, bem como nos Art. 26, 26 A e 79 B na Lei nº 9.394/96 de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que asseguram o direito à igualdade
de condições de vida e de cidadania, assim como garantem igual direito às
histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso
às diferentes fontes da cultura nacional a todos brasileiros.

Juntam-se a preceitos analógicos os Art. 2 e 26 A da LDB, como os das


Constituições Estaduais da Bahia (Art. 175, IV e 288), do Rio de Janeiro (Art.
303), de Alagoas (Art. 253), assim como de Leis Orgânicas, tais como a de
Recife (Art. 138), de Belo Horizonte (Art. 182, VI), a do Rio de Janeiro (Art. 321,
VIII), além de leis ordinárias, como lei Municipal nº 7.685, de 17 de janeiro de
1994, de Belém, a Lei Municipal nº 2.251, de 30 de novembro de 1994, de
Aracaju e a Lei Municipal nº 11.973, de 04 de janeiro de 1996, de São Paulo (1)
Junta-se, também, ao disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069, de 13 de junho de 1990), bem como no Plano Nacional de Educação
(Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001).

Todos estes dispositivos legais, bem como reivindicações e propostas


do Movimento Negro ao longo do século XX, apontam para a necessidade de
diretrizes que orientem a formulação de projetos empenhados na valorização
da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos, assim como
comprometidos com a de educação de relações étnicorraciais positivas, a que
tais conteúdos devem conduzir.1

A Lei 10639/2003 representa um marco importantíssimo na conquista de


direitos se a entendermos como um instrumento de transformação de uma
realidade que veio se cristalizando ao longo dos séculos através de uma cruel
engenharia cientifica e política e que justificou por muito tempo as atrocidades
cometidas contra vários povos ditos inferiores ao pregar a ideia de uma raça
superior. Importadas de países europeus essas concepções chegaram com
muita força ao Brasil no inicio do século XVI vitimando em primeiro lugar a
nossa brava gente2.

Para complementar a Lei 10639/2003 foi sancionada pelo presidente da


República Luis Inácio da Lula da Silva, a Lei 11.645/2008, alterando a LDB –
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
‘História e Cultura Afrobrasileira e Indígena. O ensino da História do Brasil
levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e
europeia.

1
PARECER CNE/CP Nº 3/2004 – CP – Aprovado em 10.3.2004
2 Segundo a Fundação Carlos Ubiale, antes da chegada dos portugueses havia no Brasil cerca
de 5 milhões de índios de diversas etnias, hoje esse numero foi reduzido para cerca de 400 mil
índios que continuam a lutar pela sobrevivência embora os inimigos e as formas de violências
sejam outros.
Uma demonstração do esforço recente do governo brasileiro em
desenvolver políticas de reparação ao tratamento de exclusão oferecido
historicamente, a determinados grupos populacionais que são minorias sociais
em nossa sociedade. É uma questão importante sobre a realidade dos povos
do Brasil e traz para o debate o perfil indígena em suas diversidades sendo um
esforço concentrado para que as escolas tenham a visão do ponto de vista do
índio.

O processo de construção da sociedade brasileira sempre foi


apresentado aos brasileiros de um ponto de vista que negava a participação
ativa das camadas populares camadas estas constituídas em sua maioria de
índios, negros e seus descendentes, nesse processo eles foram as principais
vitimas dessas falsas doutrinas. Teóricos como Gilberto Freire e Raimundo
Nina Rodrigues, sem negar as suas contribuições em termos descritivos,
cunharam falsas ideias sobre os negros principalmente e a forma “passiva”
como eles se comportaram durante o longo período de escravidão,

Raça e Racismo

Desde a década de 1960 a problematização do racismo no Brasil


fomentada pelo movimento negro, vem cada vez mais conscientizando a
Nação sobre a origem de sua existência. (Moore; 2003, pag. 24). Na mesma
esteira os estudos sobre as desigualdades sociorraciais feitos por organizações
internacionais, como (ONU) assim como os estudos do (IBGE) e o (IPEIA)
vieram reafirmar o que os intelectuais negros dos anos de 1930 formularam.

Este conjunto de constatações sobre a realidade sociorracial


predominante no Brasil converge no sentido do crescente movimento de cisão
do Estado brasileiro, formando dois países radicalmente opostos. (Moore;
2003: 25) Segundo alguns estudos mostraram que na América Latina o
racismo contra os indígenas e as pessoas de descendência africana é um
problema social maior. Nesse aspecto, a América Latina, infelizmente, segue
os passos da Europa e da América do Norte, além de outras regiões do mundo
onde os europeus brancos são o grupo étnico-racial dominante. O autor diz que
ambiguidade do “racismo europeu” no mundo é certamente a consequência
histórica de séculos de colonialismo europeu, mas isso não implica que as
pessoas “brancas” sejam essencialmente racistas, pois o fato é que há muitas
pessoas brancas lutando contra o racismo.

Nesse sistema de dominação, os não europeus, (outros) foram


sistematicamente segregados e tratados como inferiores, uma ideologia que
serviu como legitimação da escravidão, da exploração e da marginalização.
Essa violência no Brasil provocou e ainda vem provocando em negros e índios
uma representação social negativa sobre si mesmo.
Por representações sociais entendemos um conjunto de conceitos, proposições
e explicações originadas na vida cotidiana no curso de comunicações
interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, dos mitos e
sistemas de crenças das sociedades tradicionais, podem também ser vistas
como a versão contemporânea do senso comum (Moscovici, 1981, apud Sá,
1996, p. 181).
A escola, os materiais pedagógicos, as representações que
professores/as, funcionários, colegas, têm do seu outro não assemelhado,
podem contribuir, em grande parte, para a internalização de estigmas,
preconceitos, juízos, que vão formar no indivíduo uma percepção negativa de
si, do seu grupo e dos seus valores, bem como o preconceito, a discriminação
e a exclusão no grupo dele diferenciado.
Cabe esclarecer que o termo raça é utilizado com frequência nas
relações sociais brasileiras, para informar como determinadas características
físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, interferem e
até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da
sociedade brasileira. Contudo, o termo foi ressignificado pelo Movimento Negro
que, em várias situações, o utiliza com um sentido político e de valorização do
legado deixado pelos africanos.
É importante, que o parecer que justifica a aprovação da Lei também,
explicar que o emprego do termo étnico na expressão étnico racial, serve para
marcar que essas relações tensas devidas a diferenças na cor da pele e traços
fisionômicos o são também devido à raiz cultural plantada na ancestralidade
africana, que difere em visão de mundo, valores e princípios das de origem
indígena, europeia e asiática.
A legislação precisa ser bem implementada e interagir com o currículo e
conteúdos e em perfeita harmonia com a Lei, criando uma esfera de
compreensão para as futuras gerações fomentando uma mobilização de
interesse e de conscientização da sociedade. A carência de diálogos sobre a
formação da sociedade brasileira em nova roupagem se edifica de forma a
romper com o modelo de sala de aula pragmática que verificamos nas escolas
brasileiras. É precisamente nessa perspectiva que trabalharemos o nosso
minicurso.

Entendemos que a simples implementação das duas leis que iremos


trabalhar não representa em si uma solução para as diversas oposições
existentes em nossa sociedade. Nesse sentido é bastante pertinente trabalhar
com os alunos não só os conteúdos das leis como também situá-las dentro de
um campo de forças para o qual concorre uma longa herança sociorracial que
determinou e ainda determina o lugar desses grupos sociais, a saber, negros e
seus descendentes, índios e seus descendentes, na sociedade brasileira.
Dá-se no contexto aberto pela sanção da Lei no 10.639/2003, que
alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e tornou obrigatório o
ensino de história e cultura afrobrasileiras nos estabelecimentos de ensinos
fundamental e médio, oficiais e particulares. A reflexão sobre o lugar das
tradições africanas no redesenho cultural da escola brasileira incentiva
professores e professoras a relacionarem-se com o mundo de possibilidades
que a sociabilidade negra criou, para além das referências e práticas
eurocêntricas, cuja reiteração e reprodução na escola brasileira ainda fazem
desta mais um problema do que uma solução para os desafios de nossa
sociedade.

2. OBJETIVO GERAL

O objetivo da oficina no que se refere à temática da História da África e dos


Africanos, a luta dos negros no Brasil, é educar para a igualdade étnico-racial,
rompendo com estigmas, com linguagens explicitadas ou não de inferioridade
de negras (os) e indígenas.

Resgatar a contribuição do negro nas áreas social, econômica e política


pertinente à história do Brasil.

 1º Encontro:
Dinâmica de interação: DESCOBRINDO A QUEM PERTENCE

Assunto: ÁFRICA O BERÇO DA HUMANIDADE E DAS CIVILIZAÇÕES

Dinâmica para introdução do conteúdo: COLCHA DE RETALHOS

Apresentação do slide “A ÁFRICA EM TRÊS DIMENSÕES”.

Debate sobre o texto “DIÁSPORAS AFRICANAS”

 2º Encontro:

Assunto: RESISTENCIA NEGRA

Dinâmica para introdução do conteúdo: CANTANDO E PENSANDO

Apresentação do vídeo “LUÍS GAMA”

Debate sobre AS LEIS ABOLICIONISTAS E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

 3ºEncontro
Dinâmica para introdução do conteúdo: MEU PRESENTE / MEU FUTURO

Assunto: A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA DO NEGRO NA ESCOLA-

Apresentação do slide: LEIS 10.639/03 E 11645/08

-DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DAS


RELAÇÕES ÉTNICORACIAIS; DIVERSIDADE CULTURAL E CURRÍCULO.

- O PENSAMENTO NEGRO EM EDUCAÇÃO NO BRASIL - AS ESCOLAS


PEDAGÓGICAS E O LUGAR DO NEGRO NA SOCIEDADE BRASILEIRA; O
LIVRO DIDÁTICO: INSTRUMENTO POLÍTICO.

http://cienciassociaisnarede.blogspot.com.br/2011/10/herois-negros-na-
historia-do-brasil.html

3. METODOLOGIA

- A diversidade étnicorracial, a pluralidade cultural, a cidadania, os direitos


humanos são os elementos centrais do processo de educação, de formação e
de capacitação proposto nesta formação.
A metodologia do curso implica: exposição do assunto relacionado ao cotidiano
das populações afrobrasileiras; interpretação e discussão de textos relativos ao
tema; elaboração coletiva; utilização de recursos audiovisuais; realização de
oficinas de sensibilização e de atividades de formação lúdico-didático-
pedagógica.

INDICAÇÕES DE LEITURAS, FILMES E SITIOS.

LEITURAS

AZEVEDO, Eliane. Raça. Ática.

BENTO, Maria Aparecida. Cidadania em preto e branco: Ática

CANTAU, Vera Maria. Somos todos iguais. DP & Editora.

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar. Contexto.

FANON, Frantz. Pele negra, mascaras brancas. Fator.

GONÇALVES, Petronilha S. O jogo das diferenças. Autêntica.

GORENDER, Jacob. Brasil em preto & branco. SENAC

SILVA, Ana Célia ET. AL. Educação, racismo e ati-racismo. Novos tempos.

SOUZA, Neusa. Tornar-se negro. Rio de Janeiro.

LITERATURA INFANTO-JUVENIL E ROMANCES

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma.

CARRASCO, Walcyr. Irmão negro.

JESUS, Carolina M. Quarto de despejo.

FILMES

A COR PÚRPURA;

VISTA MINHA PELE;


QUANDO O CRIOULO DANÇA;

DURO APRENDIZADO;

FEBRE DA SELVA;

SARAFINA, O SOM DA LIBERDADE;

MADAME SATÃ;

CIDADE DE DEUS;

UMA ONDA NO MAR, ETC

Referencias:

MOORE, Carlos; Racismo e Sociedade: novas bases epistemológicas para se


entender o racismo. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007./ parte introdutória,
Parindo uma Nação, e capitulo 09

AMÂNCIO, Íris África para crianças: histórias e culturas africanas na educação


infantil/ Belo Horizonte: Nandyala, 2007 (Coleção Afrocult, Vol1).

Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnicorraciais Brasília:


SECAD, 2006.

Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para


Educação das Relações Ètnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura
Afrobrasileira e Africana, 2008.

_____. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a


educação das relações Ètnicorraciais e para o ensino de história e cultura afro-
brasileira e africana. Brasília: MEC, [s.d.].Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/cne/>. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da
República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/>.

_____. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases


da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm>. (Conhecida como Lei
de Diretrizes e Bases da Educação – LDB).

_____. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 9 jan. 2003. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/2003/L10.639.htm.

Revista Construir Notícias, ano 07, nº 42, setembro e outubro de 2008.

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