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‫בס''ד‬

Com a ajuda dos Céus.

Centro Noahide de Estudos

Classe #1: Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.


Explicações, e comentários elucidativos aparecem em azul.

LIÇÃO #1 de 8

Conhecendo a D’us

1 – O Princípio elementar de todos os fundamentos, e a base de todas as doutrinas e


pesquisas filosóficas, é saber que existe o SER Primeiro, o qual é eterno; e compreender
que este SER trouxe tudo à existência, da não-existência. Assim, tudo o que é encontrado
nos céus ou na terra, existe apenas por causa da verdade de Sua existência. D’us então é a
Realidade Suprema, o Princípio Elementar sem o qual nada poderia “vir a existir”.

2 – E caso se imagine, o que seria se todos os seres da Criação deixassem de existir, a


resposta é que ELE apenas continuaria existindo, e não há como ELE ser anulado por causa
da anulação das demais coisas. Pois toda a Criação necessita DELE, mas ELE - Bendito
Seja - não precisa de nenhum deles {para existir}. Assim, desde que ELE Originou a
existência, e estendeu-a para além de Si Mesmo; esta existência continua vinculada a ELE
que é a Realidade Suprema; de modo que, caso quaisquer das Suas Criações deixem de
existir – o que apenas pode ocorrer por Sua vontade – ELE continua Sua Existência
Absoluta sem ser afetado por isso.
Assim, a verdade da Sua Existência supera a existência de todos. Disso concluímos que a
existência dos seres em geral é relativa; enquanto que a existência do SER Primeiro, o
ETERNO é absoluta. Pois todos precisam DELE para vir a existir e continuar existindo;
enquanto que ELE já existia antes de qualquer coisa.

3 – A respeito DELE o profeta disse, “O ETERNO, nosso D’us é a Verdade” (Irmiáhu


[Jeremias] 10:10).
Isso quer dizer que ELE apenas é verdadeiramente existente, e nenhum ser “existe” de
forma ininterrupta e independente como ELE.
E sobre ELE, a Torá diz, “Não há nada além DELE” (Devarim/ Deut 4:35). Ou seja, foi
parte da Revelação de D’us e não da investigação Filosófica, a declaração de que D’us é
UNO e Absoluto em sua Existência. Não se trata de reconhecer a revelação pela
conclusão filosófica, mas justamente o contrário. Baseia-se a conclusão filosófica na
Revelação recebida.

4 – Este SER Primeiro, a Existência Absoluta, é [o que chamamos] D’us do universo,


Mestre de toda a Terra. O chamamos de D’us, por ser este o termo comum relacionado ao
Ser Criador. Porém Seu SER é, na verdade, Indescritível e, portanto, Incognoscível.
Ele direciona todos os planetas, com um poder sem limite ou fim, com uma força
ininterrupta, de modo que os planetas giram constantemente. Não poderia existir
“movimento” na “vastidão” do universo sem uma intervenção alheia ao próprio
Universo. E é impossível que algo gire, sem que exista uma força que cause seu
movimento - é ELE, Bendito Seja, causa o movimento de todas as coisas. Pois o
“movimento” que vemos no Universo é aquele que o faz perdurar. Sem ele, os planetas
todos seriam destruídos. A organização das galáxias é tão perfeita que aqui estamos em
meio ao espaço; cercados por outros planetas vazios e perante um Poderoso sol; e mesmo
assim, tudo foi organizado de forma tal, que estamos vivos e conscientes. Estes fenômenos
que obram a nosso favor, neste planeta; pela organização universal, é o testemunho da
ação de D’us e da aplicação de sua vontade pelas Leis de ELE criou e estabeleceu, ao
conceder a Existência.

5 – E caso ocorra a alguém, que exista alguma outra entidade, considerada deidade, além do
SER Primeiro, esta pessoa rejeita a fonte da sua própria existência. Porque estará
declarando que “existem forças paralelas” à Fonte Única de todas as coisas e assim
estará apenas confundindo sua própria noção; e adentrando num sistema de pensamento
repleto de confusões e disparates que o levarão ao um irracional modo de vida.

6 – Este SER, o D’us de Israel, cujo conhecimento acerca de Sua realidade e Suas
revelações, vem sendo transmitido através das gerações pela Sagrada Tradição, é UNO.
ELE não é dois, nem mais que dois, mas UNO. ELE não é uma forma de existência que
seja composta de outras formas de existência. Nem é uma unidade, composta de muitas
partes, como um corpo com seus muitos membros. Sua Unicidade é absoluta, e não possui
paralelo no universo. Não é possível compará-Lo literalmente a nenhum dos elementos da
Criação, pois tudo o que existe no universo é “composto” e ELE, bendito seja, foi Quem
compôs a todos eles. Portanto não sabemos o que D’us é, pois não podemos reconhecer
aquilo que não seja composto. Tudo no universo é composto e resultado de alguma coisa,
mas D’us pelo contrario é a fonte de todos os acontecimentos, e a Causa primária de
todas as coisas.

7 – Se houvessem outros seres a quem poderíamos também atribuir o título de D’us, então
estes seres necessariamente deveriam ser corpos físicos, pois não existem meios de
distinguirmos entre tais seres, exceto por diferenças materiais e físicas. Não pode existir
distinção sem que exista “o objeto desta comparação”. Se D’us fosse feito de alguma
substância comparável a outra qualquer; não seria Imaterial, mesmo que
desconhecêssemos sua composição ou substância. Mas pelo contrário, não há nada em
D’us que possa ser comparado a outro SER para distingui-LO. O que O mantêm realmente
distinto de tudo, é o fato de ELE ser absolutamente Uno. E não existe paralelo com ELE
na criação.

E caso um “ser” que seja considerado Criador, tenha corpo, ou qualquer forma material,
necessariamente terá limite e até mesmo fim, pois não é possível que um corpo seja
ilimitado e sem fim, porque tudo o que seja corpóreo, tem dimensões e medidas, porque é
composto, terá por isso limite e conseqüentemente, fim. Não é possível dar asas à
imaginação crendo um “corpo” divino, pois aquilo que é divino deve ser Eterno –fora do
tempo – e um corpo, para ser tal coisa, precisaria antes, vir à existência, noção esta,
impossível em relação à D’us. Além disso, para ser reconhecido e identificado como
“corpo” (que é um conceito humano) deve ser perceptível; e sendo assim, aquilo que é
perceptível pelos sentidos humanos, é assim por ser composto e não pode representar a
divindade.

Mas o nosso D’us, Bendito Seja ELE - cujo poder é ininterrupto e sem fim, verdade
comprovada pelo próprio movimento incessante do universo - possui um poder
incorpóreo, e justamente devido ao fato d’ELE não ser corpóreo, os fenômenos e leis que
se aplicam aos seres corpóreos, não se aplicam a ELE de forma alguma.

Assim, declarar que um “ser” a quem se atribui o título de D’us, é divisível, de modo que
suas divisões sejam perceptíveis e reconhecíveis pelos seres humanos, é o mesmo que
declarar que este “ser” possui corpos físicos, que possibilitam esta distinção. Porém, ao
mesmo tempo em que se declara que este “ser” é corpóreo, concluí-se que não é D’us.
Portanto, é impossível que o Criador seja outra coisa, senão UNO.
Este é o princípio fundamental do Monoteísmo de Avraham.

8 – Caso uma pessoa pense que existam duas deidades, igualmente não-criadas,
perguntamos o quê proporcionaria a distinção entre estes supostos seres, para que tal
afirmação seja feita, exceto por ocuparem diferentes lugares num espaço? Pois o fato de se
alegar uma coisa não prova sua verdade; mesmo que milhões de pessoas façam o mesmo.
Assim, se a Revelação de D’us declara Sua unicidade, qualquer alegação contrária a esta
deverá se explicar. Como então explicar, que é possível distinguir em D’us várias pessoas,
se o próprio D’us é incognoscível; e tal informação contradiz a única revelação Pública
outorgada por ELE? E caso a pessoa queira argumentar que “eles” ocupam diferentes
lugares “ao mesmo tempo” num espaço, como reconheceríamos que estes são “dois seres” e
não um? Para que possam alegar tal coisa, deve haver algo que possam apresentar de
forma consistente para justificar sua posição. O que seria apresentado como “prova” de
que existem múltiplas pessoas em D’us, uma vez que a Revelação pública de D’us nos
ensina a rejeitar esta noção, e declara que não existe nada no Universo que possa ser
comparado a ELE? Ou se disserem que estes supostos seres ocupariam o mesmo lugar em
tempos diferentes, seguramente isso implicará que tais seres não são ilimitados. Pois onde
um está o outro não poderá estar. E isto vai levando à pessoa aos erros grotescos de
interpretação que prejudicam a compreensão das Escrituras.

Além disso, com a alegação da existência de duas ou mais deidades numa mesma, o
conceito de duas infinidades surge, cuja definição é impossível. Pois se fosse possível
existir dois infinitos, seria possível pelas mesmas razões existir um número “infinito de
seres infinitos” cuja percepção seria impossível. Se estes “seres” compartilham a mesma
eternidade, não podem ser identificados como “pluralidade” porque estariam além do
tempo e do espaço; e por definição, além das especulações humanas.
Se estes dois "seres" vivem em eternidades diferentes; apenas podem ser distintos por
seus corpos; pois de outro modo não poderiam ser dois, a menos que cada um tenha o seu
corpo. Assim, suas eternidades particulares não seriam absolutas; porque não se
estenderiam para além dos limites do outro “ser”. Ao contrário disso, a Infinidade é UNA
e completamente indivisível, sem extremidades, medidas ou formas; e é exatamente por
este motivo que é chamada de infinita. Um Ser infinito é um ser além do tempo e das
definições humanas. E a Revelação do Sinai deixou claro sobre a Unicidade de D’us, e
como tal; sua completa Imaterialidade. Devido a isso concluímos que ELE não é divisível,
nem mensurável; nem fraccionável. Se existissem dois ou mais seres eternos, existiriam
“duas” ou mais eternidades; uma para cada um deles. E não se poderia explicar sua
dualidade, posto que se ambos não tiveram começo; como são identificados? Portanto,
qualquer suposta alegação isolada que contradiga a revelação pública da Torá deve ser
descartada. E se disserem que se trata da mesma eternidade, não são dois seres, mas um, e
será impossível afirmar o contrário. E assim a pessoa que insiste nisso, se perde em
sofismas, recusando-se a compreender a verdade. Porque se não são duas eternidades,
então os supostos dois seres não existem, senão apenas um. E seria impossível imaginar
uma dualidade ali, senão pelo fruto de uma imaginação sem limites. Porém as Escrituras
ensinam o contrário a isso.
E se insistirem em alegar que mesmo sendo um, são dois ou mais, tal definição é
impossível, pois será impossível distingui-los, exceto se houverem singularidades entre
eles, para que possamos reconhecer sua individualidade. Portanto a tese de dois ou mais
seres na Divindade é absurda, além de contradizer a Revelação do Sinai. E quaisquer
singularidades que desejarem argumentar, para demonstrarem a distinção dos “seres”, farão
dos supostos seres, “duas entidades separadas” e não unidas completamente, negando que
os dois seriam um, e tornando impossível sua existência; pois a absoluta eternidade de um
anularia a absoluta eternidade do outro. Portanto, não é baseado na criatividade de alguém
que se deve basear a crença em D’us; mas especificamente, naquilo que a Sabedoria de
D’us revela, através da Torá. E se os supostos seres não se anularem pelas suas distinções,
não serão nem um nem o outro, “absolutos”.
E se um deles for absoluto e outro não for não são dois, mas apenas um absoluto.
Portanto é impossível existir “duas ou mais deidades” na mesma deidade.

9 – É explicado na Torá e pelos profetas, discípulos de Moshe, que o SAGRADO, Bendito


Seja ELE, não tem corpo, pois está dito, “Pois o ETERNO, ELE é D’us nos céus acima,
e na terra abaixo” (Devarim/ Deut 4:39), e um corpo não pode ocupar dois lugares ao
mesmo tempo. E esta declaração veio propositalmente indicar isto: D’us não possui
corpo. E também está dito, “Pois eles não viram forma alguma” (Devarim/ Deut 15).
Portanto não possuíram na memória, nada que pudessem usar como exemplificação para
descrever D’us. Apenas puderam falar dos fenômenos que a Torá registra. E também foi
declarado, “E a quem Me comparareis, ou a quem me tornareis igual?” (Ieshaiáhu/ Isa
40:25). Impossibilitando esta atividade. Caso ELE tivesse um corpo, este corpo seria
comparável a outros corpos e as declarações das Escrituras que impossibilitam a crença na
existência de um corpo para D’us, seriam desnecessárias. Portanto a Revelação insiste
conosco na compreensão de que D’us é a Realidade Absoluta e sua Unicidade é única no
Universo, que não existem outras “pessoas” em D’us, nem existem outros “deuses”.

10 – Sendo assim, porque a Torá contém versículos tais como, “E sobre os seus pés...”
(Shemot/ Ex 24:10), e “...escritas pelo dedo de D’us” (Shemot/ Ex 31:18), e “..a mão do
ETERNO” (Shemot/ Ex 9:3), e “Os olhos do ETERNO” (Bereshit/ Ex 38:7), e “Os
ouvidos do ETERNO” (Bamidbar/ Num 11:1) e muitos outros exemplos como este?

Todos estes exemplos existem, porque o intelecto humano foi formado para reconhecer
elementos deste mundo, e por isso, é incapaz de perceber por si mesmo, além da
materialidade evidente. Apenas alcançamos o espiritual pela nossa mente e não pelo nosso
corpo (sentidos). Isto deixa claro, que D’us elaborou Sua didática de acordo com nossa
capacidade de compreensão.
É por isso que, foi declarado no Talmud: a Torá se expressa na língua dos homens.
Assim, todos estes exemplos são frases antropomórficas (usando como simbolismo, partes
do corpo humano e da realidade material para explicar conceitos espirituais), tais como
“...que afiarei o fio da Minha espada, e a minha mão segurará o juízo para pagar com
vingança aos Meus adversários, e retribuirei aos que Me odeiam...” (Devarim/ Deut
32:41). Acaso D’us tem uma espada? Acaso possui sentimentos humanos, como amor,
raiva, ódio, rancor, compaixão? Acaso D’us é como um ser humano? Não, obviamente! E
não acreditamos num D’us antropomórfico. Acreditamos que usar uma linguagem
antropomórfica ajuda a compreender certos conceitos puramente espirituais. Porém
sempre com consciência de que D’us não é material nem humano.

Todas estas terminologias são parte da metodologia de ensino da Agadá (parábolas). A


verdade, no entanto, é que ELE não possui semelhança corpórea ou forma, mas sim, que
todas as visões dos profetas eram apresentadas por meio de símbolos. Um ser humano
sozinho, não poderia oferecer nenhuma definição de D’us, como está Escrito, “Podes tu
encontrar à D’us procurando-O, ou poderias sondar fundo as profundezas do
Altíssimo?” (Ióv 11:7). Assim, o homem sabe de D’us aquilo que ELE revelou desde o
princípio. Suas imaginações sobre D’us são irrelevantes.

11 – E qual era então, a intenção de Moshe nosso Mestre, quando ele pediu à D’us, “por
favor, mostra-me a Tua glória?” (Shemot/ Ex 33:18). Moshe desejou conhecer a verdade
da existência do SAGRADO UNO, Bendito Seja ELE, que forma que ele pudesse
distinguir em seu coração, a existência absoluta de D’us da existência de todos os outros
seres no universo, tal qual um homem é distinguido do outro, mesmo quando o vê pelas
costas. E mesmo assim, D’us respondeu-lhe que, a Neshamá (espírito) do homem não
possui capacidade que conhecer a existência do SER Criador tal qual ELE é. Moshe
gostaria de compreender a ação de D’us no Universo; de modo a poder imaginar com
exatidão, o que ocorre quando cada coisa acontece, e qual o exato mecanismo da Ação
divina em criar e sustentar o universo. Mas D’us Lhe declara que a mente humana não
possui tal capacidade, não foi elaborada para “compreender” à D’us em Sua Essência;
mas foi elaborada, para receber de D’us Sua revelação naquilo que é útil ao seu
progresso e bem estar.
12 – Desde que, tal como foi explicado, D’us não tem corpo ou forma física, ELE não é
sujeito pelas Leis que atingem os corpos físicos. NELE não há nem fixação, nem
separação, nem lugar nem medida, nem ascender nem descer, nem direita nem esquerda,
nem frente nem costas, nem começo nem fim, nem vida, como a vida biológica, nem morte,
nem intelecto, como o intelecto humano, nem raciocínio, como o raciocínio humano, nem
sabedoria, como a de um humano por acúmulo de conhecimento, nem aprendizado, nem
conclusão, como as conclusões humanas, nem sono, nem despertar, nem alegria, nem
tristeza, nem silêncio, nem fala, e nenhum dos atributos humanos, sejam corpóreos,
psíquicos ou emocionais, nada pode ser literalmente atribuído a ELE, Bendito Seja.
Tudo o que podemos dizer sobre ELE, é aquilo que nos foi revelado, de que ELE é a
Existência Absoluta, o ETERNO UNO. Este é o D’us de Israel.

13 – Nas passagens em que as Escrituras estabelecem declarações tais como, “...aquele que
está assentado nos céus, se rirá...” (Tehilim/ Sl 2:4) temos expressões fundamentadas na
filosofia da Agadá (ou seja, por meio de comparações, parábolas), tal como dizem os
Sábios de Israel, a Torá se expressa na Língua dos homens, e como D’us expressou, “EU
SOU o ETERNO, EU não Mudo” (Malahiah/ Mal 3:6); portanto, caso ELE num
momento estivesse literalmente feliz, e em outro estivesse zangado, estaria mudando.
Portanto ELE Mesmo declara que tais expressões não devem ser compreendidas
literalmente, porque ELE é D’us, é nós somos homens, então a Torá se expressa em nossa
forma de pensamento.
E assim, todas as noções físicas ou abstratas, qualitativas ou quantitativas, certamente
constituem mudança, mas o SAGRADO, Bendito Seja ELE, sendo Imutável, não possui
tais atributos literalmente. Estas elaborações antropomórficas, no entanto, têm o objetivo
de nos ensinar sobre as forças divinas que emanam pelo universo e nos orientam para
compreensão do poder de D’us, para que possamos adquirir sabedoria e assim nossa
felicidade ser completa. Apenas as formas físicas, cujo fundamento é o pó, possuem
atributos materiais realmente, mas ELE, que é o Criador, Bendito Seja, é elevado acima de
tudo, e está acima de todas as coisas. Portanto, D’us, sendo a Realidade Suprema, não
pode ser diminuído pelo pensamento humano e considerado humano sob nenhum aspecto.

AMOR E TEMOR À D’US


1. Toda pessoa deve se esforçar para amar e temer ao ETERNO, que é Elevado e
Exaltado acima de tudo, como está Escrito, “Amarás ao ETERNO, Teu D’us ...”
(Devarim/ Deut 6:5), e “Temerás ao ETERNO, Teu D’us...” (Devarim/ Deut 6:13)

2. E qual é o caminho para amar e temer ao ETERNO?


Quando uma pessoa estuda profundamente sobre Seus Maravilhosos feitos, e Suas
Maravilhosas criações, esta pessoa compreenderá que D’us é a expressão de uma Sabedoria
Infinita, sem igual, sem paralelo, e imediatamente aprenderá a amar louvar e admirar o
Criador, tendo forte desejo de conhecer seu Grande Nome. A capacidade da alma humana
em dar valor àquilo que considera importante, torna-a capaz de valorizar à D’us com
amor e temor; assim que compreender pelo estudo, o valor e benefícios concedidos por
D’us pela criação do mundo. Portanto, apenas aquele que se ocupa com a aquisição da
sabedoria será capaz de amar e temer à D’us. Quando esta pessoa pensa, e medida sobre
estas coisas, compreendendo quão pequeno é o seu ser, em face da Magnitude do universo,
compreenderá que todos os seus esforços científicos em compreender a tudo, são apenas
uma ínfima noção, pobre e incompleta, em face da perfeição absoluta da Criação, de seu
funcionamento perfeito, do qual depende nossa própria existência. É preciso compreender
que apesar de nossos esforços; apenas podemos nos divertir com nossas teorias limitadas;
mas de modo nenhum, podemos assemelhar nossas conclusões limitadas ao Pensamento
Absoluto do SER que deu Origem ao Universo. Assim, as pessoas que se dedicam ao estudo
da criação aprenderão quão perfeitas são as obras de D’us, e quão insignificantes as
“descobertas” humanas, seus artefatos e invenções. [1] E isso concede a devida noção de
humildade, para que possam progredir em seus estudos sem fazer confusões imaginando
que suas descobertas são como as obras de seu Criador; e não tratarão o efeito como mais
importante que Sua Causa. D’us criou o universo, por “expressar” sua vontade, e esta
vontade é a força que continuamente mantém o universo existindo, segundo a segundo.
E isso não pode ser comparável à obra humana, pois nossa “vontade” é apenas um
pensamento abstrato sem participação fora de nossa própria mente.

3. “Saiba, neste dia, e toma no teu coração, que o ETERNO é D’us, nos céus acima,
e na Terra abaixo, nenhum outro há” (Devarim/ Deut 4:39). Esta declaração define a
Unicidade Absoluta de D’us, conforme explicamos. E também ressalta o dever se “se
tomar no coração” isto é; de se procurar compreender por intermédio do estudo
apaixonado, a Sabedoria; sempre motivado pelo amor à D’us.

4. No princípio, quando D’us criou os Céus e a Terra, quando ELE disse, “haja um
firmamento no meio das águas” (Bereshit 1:6) [2], as palavras e letras registradas na
Torá para formar esta mesma frase, são os símbolos das forças divinas eternas, que
sustentam a criação. As letras Hebraicas, pois, são as próprias representações físicas das
forças pelas quais tais fenômenos vieram a existir, de modo que se qualquer delas (das
forças divinas) fosse removida, o resultado seria a anulação de seu fenômeno, isto é, o
próprio universo desapareceria como se nunca houvesse sido criado. [3] Assim a
codificação da Torá na revelação, vai além da sua terminologia, texto e contexto. Ela é
organizada de forma tal, a permitir um estudo sobre as formas de manifestação das forças
Divinas elaboradas na construção de cada coisa no Universo. Esta é a ocupação e
pesquisa dos verdadeiros Cabalistas.

5. Aquele que se ocupa com tais contemplações, começará a entender como D’us, cuja
Unicidade é Absoluta e única, antes de criar o mundo, retém a mesmíssima característica
única e absoluta, após ter criado o mundo. Assim, as formas físicas criadas nada adicionam
à Sua Perfeição Absoluta. [4] Pois são reflexos da Sua vontade, e desta vontade precisam
para continuar a existir segundo a segundo. Desde modo a existência de todas as coisas é
relativa, enquanto que a existência DELE é absoluta, como dissemos.

6. Isto aparenta ser um paradoxo: Como pode ser que antes da Criação do mundo, nada
tenha sido adicionado ou que mudança alguma tenha ocorrido em D’us? Este aparente
paradoxo é resolvido quando compreendemos que em comparação com D’us, cuja
“palavra” é a própria força pela qual as coisas são criadas e continuam existindo; o mundo
é absolutamente e literalmente considerado como não-existente. Assim D’us é para o
mundo, o próprio fluxo – por assim dizer – da sua existência, de onde este recebe a
capacidade, para que cada partícula-subatômica, que é a matéria-energia que compõe
todas as coisas; continue mantendo suas características sem as quais, deixaria de existir.
Isto é assim, porque na Sua Presença, todas as coisas são anuladas. Ou seja, em
comparação a ELE, todas as derivações são como Inexistentes, porque por si mesmas não
perduram. [5] Como está Escrito, “Acaso não encho EU os céus e a Terra? Diz o
ETERNO...” (Irmiáhu 23:24). Este “preenchimento” é a expressão da noção de que a
Presença de D’us é a única razão de o universo existir, e esta “presença” é a expressão da
Sua vontade. Assim, D’us preenche o Universo no sentido de que cada partícula de energia
é mantida “na existência” individualmente, pelo SER Supremo e, portanto, ELE é
considerado como se estivesse “preenchendo” a tudo; por estar “sustentando” tudo.

7. Quando o ser humano se comunica, as palavras e articulações do ar de seus pulmões


são expressas em forma de som, como se deixassem o orador e se tornassem “coisas
existentes por si mesmas” viajando pelo ar, indo e penetrando nos ouvidos e na mente/ alma
dos ouvintes. Esta é uma definição para o ser humano. Mas ao contrário disso, as
“palavras” de D’us, não são separadas do próprio D’us, pois não há lugar “vazio” DELE, e
não há nada além DELE, por ELE ser ETERNO e Infinito. [6] Assim também, D’us
sustenta na existência a cada partícula-subatômica, mantendo-a na sua característica;
para que tudo o que dela deriva, continue existindo. A força que mantém as coisas como
são, é o que chamamos “palavra”, isto é, a “determinação” ou “decreto” de D’us para
aquilo. Portanto, não há nada no Universo que não seja “sustentado” diretamente por
determinação de D’us.

8. Mesmo o exemplo da fala humana, quando aplicado à D’us; não deve ser
compreendido literalmente, mas metaforicamente. Pois, assim como a fala da pessoa,
revela o que havia em seu pensamento, o abstrato de seu ser, dizemos que do mesmo
modo a “Fala” de D’us, revela as forças íntimas com as quais ELE criou e concedeu a
existência a tudo, desde o estado de ocultamento (não existência) prosseguindo ao estado
de revelação, pelos Dez Pronunciamentos registrados em Bereshit {Gênesis}. Por isto,
D’us revelou Sua Torá dizendo que “falou” e o mundo veio a existir. Assim, expressou
Seu decreto que não somente trouxe à existência todas as coisas, mas que sustenta o
Universo segundo a segundo. Foi procurando expressar isto, que a fala foi usada em
referência à D’us para descrever antropomorficamente, Sua ação sobre o universo. [7] Para
dizer que é uma determinação Divina em relação à criação.

9. Estes dez pronunciamentos pelos quais o mundo foi criado são chamados de
“pronunciamentos” justamente porque através deles, a vontade de D’us “partiu” por assim
dizer, do oculto de Sua Existência, para a materialidade, para o estado de revelação.
Mas, esta “assim chamada” “fala” é unificada NELE de forma completamente absoluta. A
determinação de D’us é Sua própria “ação” para proporcionar que a “energia” que ELE
criou, seja e faça exatamente aquilo que Ele determinou. A diferença existe apenas na
perspectiva dos seres criados, os quais recebem sua força existencial desta “fala” de D’us,
que descende nível após nível, tornando possível receber o fluído da vida de D’us, sem que
percamos a própria identidade e individualidade, pois todas as coisas são completamente
anuladas em contato direto com ELE. [8]

10. Este fluxo divino é ocultado e “filtrado” – por assim dizer - para evitar que por meio
da Revelação de D’us, o universo seja absorvido e anulado. E é por este motivo que esta
Emanação da Vontade de D’us, deve ser oculta; pelo mesmo motivo que uma partícula-
subatômica que “constrói” nossa realidade material; sendo a forma básica da energia, é
em si mesma oculta aos nossos olhos. Portanto, D’us Se manifesta aos seres pela força da
vida, que transformou o inexistente em existente, o inanimado em ser vivo, desde os micros
aos macro-seres; de modo que as criaturas possam ser revestidas da própria emanação do
SER Primeiro para usufruir a existência, força esta, que lhes penetra o mais íntimo do ser,
como a fala penetra as profundezas do pensamento do ouvinte. Mas não existe ocultamento
algum, do ponto de vista do SAGRADO, Bendito Seja ELE. Porque Sua vontade é o que
continuamente sustenta cada partícula e, portanto, a existência desta é relativa a isto.

Nada é obscuro DELE, de quaisquer formas. Pois para ELE, as trevas são completamente
luz; luz e trevas são exatamente a mesma coisa, e a noite e o dia para ELE são o mesmo.
(Tehilim/ Sl 139:12). Nada se torna mais ou menos complexo para ELE, porque Sua
Vontade toca a essência de cada coisa.

11. O “descer de nível em nível” da Força Divina, não interfere em sua Sagrada
emanação, sua natureza absolutamente UNA com ELE, mas é metaforicamente, “como os
raios do sol que são parte íntima dele mesmo”. [9] Esta Força de sustentação da realidade
material; desde os componentes das partículas subatômicas, até as aglomerações de
moléculas e aos corpos físicos de grande porte; são como formas de “ocultamento” da
força Divina evidente para sua existência. Em um corpo material, não vemos a “sua
realidade energética” e então dizemos que esta “verdade” está oculta, e apresentada
“num nível inferior” embora seja em si mesma a própria expressão da Emanação da
divindade.

12. É, portanto; um erro dos filósofos que meditam na herança desvirtuada que receberam
a conclusão de que D’us teria criado o mundo, e o abandonado ao próprio funcionamento,
comparando para tentar provar isso, as obras e realizações de um homem, com as obras do
Criador. Pois desconsideram que mesmo uma porção de uma partícula, não pode “ser o
que é” a menos que a determinação de D’us continuem a sustentar sua posição; momento
a momento. Caso isso não ocorra, esta partícula desaparecerá, como se nunca houvesse
existido, e tudo o que dela deriva será anulado. Assim D’us sustenta o Universo, pela
expressão constante da Sua vontade. A verdade sobre as Obras de D’us, no entanto, é o
exato oposto, como está Escrito, “...pois Meus pensamentos, não são como vossos
pensamentos;” e “...assim, Meus caminhos não são como vossos caminhos...”
(Ieshaiáhu/ Isa 55:8-9). Esta declaração proíbe, portanto, a elaboração de uma teoria para
explicar como D’us sustenta a realidade que seja baseada literalmente na noção
“humana” sobre a formação de objetos materiais. Assim não podemos comparar as
Obras de D’us para trazer tudo à existência com as obras do homem, literalmente. O
homem é meramente capaz de transformar a matéria já existente. E toda sua ciência estuda
e trabalha as transformações já instituídas da matéria, e todas as suas “descobertas” nada
mais são do que percepções de leis divinas já instituídas, e todas as suas conclusões
catalogadas, se baseiam no que já é existente e funcional no mundo. Assim, um homem
toma um metal e trabalhando-o transforma-o em utensílio. E ao terminar seu trabalho, sua
obra permanece essencialmente a mesma, exceto sem sua forma original, porque já existia.
Por outro lado, quando D’us criou os Céus e a Terra, fez isto da absoluta não existência,
criando suas ínfimas partículas e compondo-as e criando as leis que as sustentam como
devem ser, e assim as mantém existindo. E se ELE removesse sua força criativa, por um
momento de seja, tudo voltaria a não-existência, exatamente como antes da Criação. [10]
Por isso em relação à D’us o Universo é inexistente.

13. Por estas palavras de verdade, fica demonstrado, como toda a existência além de D’us
é completamente anulada. E com relação à força existencial de D’us, que expressamos
antropomorficamente como “o hálito da sua boca”, não queremos dizer com isso que a
Criação seja uma ilusão. Mas sim que, enquanto os pensamentos do homem são meras
imagens abstratas, não reais a menos que sejam materializados; o “pensamento” – por
assim dizer - de D’us constitui a realidade; e que esta realidade criada por D’us foi
concedida a todos individualmente, o que possibilitou a existência do mundo material,
aparentemente auto-funcional, que vivemos. Este pensamento é a determinação Divina
sobre a matéria e sobre cada porção de suas partículas.

NOTA: Devemos lembrar sempre de que, a possibilidade de D’us remover Seus Dez
Pronunciamentos, com os quais ELE criou o Mundo é uma mera hipótese, que usamos
para explicar estes conceitos. De acordo com a Torá, D’us não tem tal intenção, e nem
poderia ser de outra forma. O universo, pois, é real e, entretanto completamente nulo,
quando comparado com Seu Criador. Mas como nós podemos ter certeza de que o
Universo é real? Pois, nossos sentidos são parte deste universo criado, e apenas analisam
uma ínfima parte de sua realidade e, portanto, não teríamos meios de demonstrar a nós
mesmos esta realidade de forma inequívoca. Sendo que nós mesmos somos parte deste
sistema complexo de existência sustentado segundo a segundo por D’us, como podemos ter
certeza da nossa própria existência? Nós somos parte de algo que nós denominamos
existência, mas que pode nem mesmo existir! Porém, existe uma prova de que o universo
existe: A Torá revelada de D’us declara que este é real, como está Escrito, “No princípio,
ao criar D’us os Céus e a Terra” (Bereshit/ Gen 1:1). Este é o sentido profundo do texto:
O Universo é sustentado segundo a segundo por D’us, e isto concede ao Universo o que ele
não poderia ter por si mesmo: a existência.

14. A razão de que todas as coisas criadas aparentam ter existência completamente
independente, e auto-existente, é que nós não somos capazes de observar a ação da força
Divina, chamada antropomorficamente de “fôlego de D’us” no íntimo de cada criação. Em
cada composição de cada partícula-subatômica. Caso nos fosse permitido observar estas
forças divinas como observamos todas as coisas materiais, veríamos a essência da vida, a
força e a espiritualidade fluindo de D’us em toda coisa criada, e então não veríamos mais a
existência física e material em si; mas ao invés disso, contemplaríamos diretamente as
coisas como elas realmente são. Contemplaríamos a realidade energética de todas as
coisas; como resultado direto da determinação de D’us. Pois, desde que o mundo físico é
completa e verdadeiramente anulado em sua Fonte, caso nós víssemos a fonte em cada
coisa criada, como poderíamos dizer que nosso mundo é físico? Porque estas noções
“físicas” perderiam completamente seu sentido. Contemplaríamos que em toda coisa
composta, há uma determinação divina que constantemente a mantém existindo; e
portanto, o que estaríamos contemplando seria a própria Vontade de D’us em ação sobre
tudo. Poderíamos dizer que é uma forma “condensada” destas forças espirituais e assim
teríamos dificuldade de compreender algo como “material”. [11] Porque são o resultado
da determinação de D’us, que torna possível a existência que chamamos: material. Sendo
a matéria tão sublime a aparentemente rústica, não mais poderíamos imaginar algo por si
mesmo, mas sempre ligado à sua fonte; apresentada em forma “oculta” ou condensada.

15. Por analogia, um raio de sol que possa ser visto na terra, tendo atravessado centenas de
anos luz desde o próprio sol, é incompleto, porque sua fonte - o sol - não está aqui em
nossos céus e nem na terra; e por isso, mesmo a sua luz aparenta ter auto-existência. Suas
partículas de luz, os fótons; não mais estão no sol quando chegam até nós, dando a
impressão de que são formas de existência distintas do próprio sol de onde vieram. Então
são como se fossem entidades separadas do sol, embora dele derivem. Em contraste com
isso, os seres criados sempre estão ligados em sua Fonte, mesmo que a Fonte não lhes seja
revelada aos olhos. Nós estamos continuamente sendo mantidos na Existência por D’us, e
não há um único momento no qual tenhamos “existência” independente. Assim é distinta a
comparação de algo material com outra coisa material; e impossível comparar algo
material-composto, com a Unicidade de D’us. Deste modo, da perspectiva da Terra, o sol e
seus raios podem ser distinguidos. Porém da perspectiva do sol, eles não completamente
inexistentes. Pois de lá emanam. Porém o próprio sol e suas partículas em relação à D’us,
são inexistentes; como todas as coisas.

16. Não é suficiente dizer - para demonstrar que se compreende que o universo tem
origem em D’us - que D’us criou o mundo no passado distante, durante os seis dias da
Criação - pois suas forças Criativas estão em atividade constantemente - como uma
infinita emanação de vida. Por isso, as Escrituras ensinam que, “ELE cria as trevas e
forma a luz”, expressando esta frase no presente. A Determinação Divina que mantém
tudo existindo jamais cessa. Isto também se aplica ao homem. Concluímos que a pessoa
que se acredita auto-existente e auto-suficiente, por não reconhecer Seu Criador, que
constantemente sustenta a existência de todos os micro-seres que tornam possível a
existência do seu próprio ser; profana sua própria existência. Porque cega a si mesma
deixando de compreender esta realidade sublime, considerando sua vida; num acidente
existencial sem propósito. Enquanto que aquele que reconhece Seu Criador, sabendo que
sua própria existência, segundo a segundo é resultado da direta e constante intervenção
Divina, é aquele que é intitulado “formado por D’us” [12], unificado com ELE pelo
conhecimento do seu Criador. Este é o que vive pela Sabedoria de D’us. [13] Pois esta
pessoa acorda para sua realidade verdadeira; e procura viver intensamente, a cada
momento concedido vividamente por D’us, de acordo com sua determinação expressa na
Torá. E o fluir de D’us, que o sustenta, reagirá à suas próprias concepções, fruto da sua
sabedoria, e lhe garantirão uma vida mais intensa e anexa à D’us.

FONTES:
[1] Mishnê Torá, Livro da Sabedoria, Leis Fundamentais da Torá, Cap 1, Lei 3 à 12.
[2] TANYA, Likutei Amarim, Portal da Unicidade e Fé, Cap 1, página 76b
[3] Mesmo, Cap 7, página 82b, 83ª
[4] Mesmo, Cap 3, página 78ª
[5] Mesmo.
[6] Mesmo.
[7] Midrásh, Bereshit Rabah
[8]TANYA, Portal da Unicidade e Fé, Cap 2 páginas 72ª 72b
[9]Mesmo, Cap 3, 78ª
[10]Mesmo
[11] Mesmo, Cap 3, página 78b
[12] Sidur, Oração do serviço matinal
[13] Livro Kedushat Levi, sobre Bereshit, página 10

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Classe #1: Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.

LIÇÃO # 4 de 8 – LEIS SOBRE ASSASSINATO.

1. O Mandamento que proíbe o assassinato é explicitamente declarado à Noah:


“Aquele que derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue
derramado, pois à imagem de D’us fez o homem” (Bereshit 9:6). Quando um
determinado Mandamento é expresso na Torá, isso enfatiza sua gravidade. A Torá
possui quatro níveis de interpretação: P’shat = literal, Remez = Alusivo, Drush=
Exegético e Sod=Oculto, ou Espiritualista. Sendo assim, este Mandamento, expresso
em nível P’shat, denota sua urgência, e sua enorme gravidade.
2. Um Noahide que matar um ser humano, mesmo um bebê no ventre, recebe a pena
capital. Isto significa que, mesmo aquele que ferir uma mulher grávida, e
conseqüentemente causar a morte do feto, é passível de pena capital. Mesmo que, aquele
que causou a morte do feto, não tivesse tal intenção expressamente definida, embora
seja óbvio de ferir uma mulher grávida, possa causar dano ao feto. [1] (O ato deve ser
realizado, ao menos quarenta dias após a fecundação. [2] Antes de quarenta dias, o ato
é contado na categoria de “destruição da semente”, e o culpado é passível de punição
pelo Tribunal Celeste, e não por um Tribunal Terreno). Antes dos 40 dias, a semente
está em fase de auto-fixação, e multiplicação celular dentro do óvulo. Neste meio
tempo, a Neshamá da pessoa que irá nascer, é preparada para sua descida. Somente
após o 40º dia, a Neshamá é enviada ao feto, pois apenas aí este atinge a maturidade
necessária para começar a receber o elemento racional Divino. Portanto, somente após
o 40º um criminoso é passível de pena capital por crime de assassinato, se causar a
morte de um feto. Caso o erro seja cometido antes deste período, a Neshamá ainda não
concretizou sua descida, e assim sendo, ele causou “desperdício da semente” que ali se
multiplicava, recebendo uma pena alternativa; e claro, sendo responsabilizado
completamente pela agressão.
3. Um homem ou uma mulher tem responsabilidades iguais para observar o
Mandamento contra assassinato, e qualquer ato realizado para violar este preceito, torna
um homem ou uma mulher igualmente culpáveis. [3] Portanto, uma mulher que
realizar um aborto, após o 40º dia da fecundação, também é passível de pena capital.
4. Caso uma pessoa matar alguém que seja doente terminal, ou que esteja caindo do alto
de um penhasco e ao cair, fique agonizando, ou que esteja prestes a morrer por
quaisquer razões, mesmo que a própria pessoa desconheça; ele transgride a proibição
contra o assassinato e é passível de punição pelo Tribunal. Não é permitido interferir no
desligamento da vida deste mundo, O processo deve ocorrer por si mesmo. [4] Este
julgamento institui a idéia de assassinato misericordioso, ou eutanásia, na mesma
categoria de assassinato criminoso. Ou seja, a eutanásia é um assassinato em escala de
maior crueldade, porque decidem pela vida de outra pessoa, quanto ela está
completamente incapaz de decidir por si mesma, seja pela dor, seja pela incapacidade
de se comunicar. Mesmo que a pessoa peça para ser morta, ela não deve ser ouvida.
5. Caso alguém empurre uma pessoa num trilho de trem, e o trem passe e
subseqüentemente mate a pessoa, ou se ele deixar uma pessoa numa situação que
certamente resultará em sua morte, apesar do ato que causou a morte da pessoa ter sido
apenas indireto, isto é assassinato e passível de punição pelo Tribunal. Portanto, se
alguém contratar outra pessoa para matar alguém, ambos recebem a pena capital.
6. Caso uma pessoa veja alguém perseguindo a outra, pela razão óbvia ou suspeita de
cometer assassinato, ou para causar que o perseguido cometa um pecado, e o observador
for capaz de parar o perseguidor, ferindo-o; mas ao invés disso, matá-lo, ele transgrediu
o Mandamento e recebe pena capital. Porque “todo aquele” que derramar o sangue do
homem, pelo homem terá seu sangue derramado. Isso nos impede de fazer justiça com
as próprias mãos, e mesmo que o justiceiro tenha assassinado um criminoso, como agiu
fora da jurisprudência da Lei Divina, cometeu assassinato, e tornou-se tal como aquele
que matou, e recebe a pena capital. Caso, entretanto, a pessoa mesma esteja sendo
perseguida, ela é livre para tomar quaisquer medidas necessárias para salvar a própria
vida. [5] Pois para salvar a própria vida, a pessoa pode usar de quaisquer meios, e
caso esta pessoa mate aquele que queria lhe tirar a vida, não comete assassinato,
porque não intentou contra seu próximo, apenas defendeu a própria vida.
7. As autoridades debatem sobre, se é permitido para um Noahide matar um feto para
salvar a mãe. O debate gira em torno de um feto posterior ao 40º dia de vida, quando a
vida de um e de outro deve ser escolhida. Mas todos concordam que deixar a mãe
morrer para salvar o feto é passível de punição pelo Tribunal. Ou seja, a decisão dos
mestres é que, nestes casos, se salva a mãe. [6]
8. Caso um Noahide mate alguém por intermédio de um mensageiro, ambos, o
mensageiro e aquele que o enviou, são passível de punição por assassinato. [7]
Portanto, um médico de der uma ordem para matar a mãe, e salvar o feto, comete um
crime capital, mesmo que não tenha sido ele o responsável direto.
9. Uma pessoa é ordenada a permitir-se morrer, do que matar uma pessoa. Isto significa
que, caso a pessoa for forçada sob ameaça de morte a matar outra, ele não deve cometer
o assassinato, não importa o que aconteça. [8] A violação de um Mandamento de D’us
não implica apenas em dano físico. Isto compromete o status da Neshamá da pessoa,
mesmo após sua morte física (este é o significado do termo das Escrituras: “seu sangue
será sobre sua cabeça”... e frases similares). Caso uma pessoa mate outra, com medo de
perder a própria vida, esta pessoa na verdade, colocou a própria vida, como se valesse
mais do que a do seu próximo, e assim cometeu o mesmo erro do assassino, que é capaz
de cometer assassinato porque não considera o valor da vida do seu semelhante. Ao
invés disso, devemos saber que nossas vidas todas têm o mesmo valor, portanto uma
pessoa não deve cometer assassinato, nem sob o risco de perder a própria vida
biológica.
10. O suicídio é proibido sob o regimento das Sete Leis de Noah. [9] Aquele que comete
suicídio, compromete sua Neshamá, por violar um Mandamento básico da Torá. Esta
pessoa cometeu assassinato como qualquer outro criminoso, e desprezou a vida e,
portanto, seu crime é hediondo. Como tal, é punido na dimensão espiritual, sendo
atormentado pelo remorso oriundo da compreensão exata da enorme gravidade do seu
erro, e sua incapacidade de corrigi-lo. Esta pessoa poderá ainda ser enviada,
novamente ao mundo biológico, para suportar grandes sofrimentos, a fim de aprender
a valorizar a vida biológica, e não mais cometer tal ato.
11. Não há refúgio legal para um assassino. Isto é, não existem saídas legais ou brechas
na Lei, que possam livrar o assassino culposo da pena capital. Qualquer relativo (do
lado paterno) de uma vítima de assassinato, aquele que legalmente herda suas posses,
pode designar a si mesmo como “vingador do sangue”. Aquele que toma providências
de acionar o Tribunal para que o criminoso seja capturado e condenado. Caso o
assassinato cometeu o crime intencionalmente, e de caso pensado; o vingador do sangue
é obrigado a agir para que o assassino seja levado à Tribunal. Isto é, o vingador do
Sangue ganha o status de um promotor de Justiça, no que concerne a trabalhar para
reunir as provas de condenarão o acusado.
12. Caso o assassino for um homicida casual, isto é, se ele agiu sem intenção, mas com
negligência, e este for um guer toshav (estrangeiro que habita em Israel, um Noahide
que viva de acordo com as 7 Leis) que matar outro guer toshav, o assassino é designado
a uma cidade refúgio até que seu julgamento ocorra. A mesma cidade refúgio que
abriga judeus que porventura tenham cometido crime de assassinato, sem intenção.
Caso o tribunal julgar que ele matou, mas sem intenção, ele deve retornar à cidade
refúgio até que Sumo Sacerdote do Templo de Jerusalém morra então ele será permitido
de voltar para sua casa. Caso ele saia da cidade refúgio, antes da morte do Sumo
Sacerdote, o vingador do sangue poderá encontrá-lo e matá-lo. Isto é, capturá-lo e levá-
lo ao Tribunal. Neste caso, ele é condenado à pena capital imediatamente. O vingador
do sangue é mantido sem culpa, por matar o homicida casual. Ou seja, como possui
status de promotor de justiça, ele não é considerado “assassino” do culpado, porque
este se expôs ao mal, quando saiu do único local designado pela Lei divina para que ele
pudesse viver, após ter matado um ser humano, mesmo que sem intenção. Se ele
desprezar esta benevolência Divina, mostrará que foi falso em suas declarações e,
portanto, é condenado de acordo.
Caso um guer toshav matar um Israelita, sem intenção, mas por negligência, ou se ele
matar outro guer toshav porque pensou que isso fosse permitido (o que é considerado,
tanto quanto matar intencionalmente), ele é passível de pena capital. Aquele que matar
um membro do Pacto do Sinai (exceto em legítima defesa) está profanando o Nome de
D’us, além do crime de assassinato, e é condenado de acordo.
Se um Noahide que não vive de acordo com as Sete Leis Universais, matar um Noahide
observante, numa circunstância de Homicida Casual, ele é passível de pena capital e da
Cidade Refúgio não lhe oferece proteção. Pois não sendo ele observante, a Lei Judaica
da cidade refúgio, não se lhe aplica; porque sua legislação, que é voltada para o judeu
primeiramente, estende-se apenas ao gentio “justo” isto é, aquele que vive de acordo
com a Torá.
Em qualquer caso, quando o vingador do sangue matar o homicida casual, caso um
parente do homicida casual procure vingança contra o vingador do sangue, e o mate,
aquele parente é culpado de assassinato e julgado como tal. [10] Assim, não se pode
procurar lamentar a morte de um criminoso. Mesmo os familiares deles, não podem
imaginar que sua morte significou alguma “injustiça”, pois ele cometeu crimes
passíveis de pena capital. Assim, se um parente deturpar a noção de “vingador do
sangue” e matar aquele que levou seu parente criminoso à julgamento, esta pessoa
apenas mostrou que também é assassina, e assim torna-se passível de pena capital
como seu parente executado.
13. Existe um debate sobre se as Sete Leis Universais incluem o Mandamento que
proíbe a destruição da semente masculina por meio da masturbação ou qualquer outro
ato que provoque o desperdício de sêmen. Porque é pelo sêmen que os fenômenos
ocorrem dentro do óvulo, e pela sua ação dentro dele, que a Neshamá passa a ser
enviada. [11] Todos concordam, entretanto, que ter relações sexuais com uma mulher
que é incapaz de ter filhos, não é considerado desperdício da semente. Portanto, a morte
do sêmen não é o fato principal do debate; e sim, a profanação da sexualidade e a
profanação da força divina presente nos fluidos do corpo humano que proporcionam a
vinda de um novo ser ao mundo. Uma opinião mantém que o Mandamento sobre ser
frutífero e se multiplicar, tendo sido ordenado à Noah, mas não repetido no Sinai, teve
vigor apenas durantes as gerações anteriores a esta revelação. Teve vigor, no sentido de
Mandamento passível de punição pelo Tribunal. Naquele tempo, o desperdício do
sêmen era considerado como um dos mais hediondos pecados, e razão principal do fato
de D’us ter enviado do Dilúvio para destruir o mundo. Ou seja, que a profanação da
sexualidade da civilização anterior ao Dilúvio, começou com a propagação da prática
masturbatória. Além disso, a Torá claramente ensina que os dois filhos de Iehudá, Er e
Onan, foram mortos por D’us, porque “a coisa que ele (Onan) fez, foi má aos olhos do
ETERNO” (Bereshit 38:10) Er e Onan desperdiçavam seu sêmen, e foram julgados
pelo Tribunal Celeste, e condenado à pena Capital. Desde então, não restou mais
dúvidas de que esta prática é passível de punição pelo Tribunal Celeste. Mas este
evento também ocorreu antes da entrega da Torá, no Monte Sinai. O que indica que
mesmo sob a Legislação de Noah, tal ato é condenado. Esta opinião conclui que, desde
que o Mandamento contra o desperdício de sêmen não foi repetido no Sinai, não possui
efeito de Mandamento no Pacto das 7 Leis de Noah. Para levar um Noahide a ser
julgado num tribunal humano. Mesmo assim, o ato é condenado, e sabemos pelo
exemplo das Escrituras que pode incorrer em punição pelas mãos dos Céus. [12]
A outra opinião mantém que, apesar desta ordem não ter sido repetida no Monte Sinai,
desde que ela foi originalmente, parte do Pacto Universal, um homem não deve
voluntariamente destruir sua semente, apesar do seu ato não ser passível de punição pelo
Tribunal. No caso, tribunal humano. Após um homem ter cumprido a obrigação mínima
que trazer um menino e uma menina ao mundo, caso ele desejar usar contraceptivos, ele
deverá escolher aqueles que não agem diretamente no sêmen. Para evitar violar esta
regra, mesmo se involuntariamente, e mesmo já havendo cumprido seu dever. [13]
Também, de acordo com este ponto de vista, a masturbação é completamente proibida.
Em termos espiritualistas, a razão da grande preocupação e rigor com relação ao
desperdício do sêmen, é que isto é considerado destruição voluntária da sua própria
força vital, que equivale à vida de um ser. Portanto, a destruição da semente é muito
próxima do assassinato, e mais, do assassinato dos próprios descendentes!

[1] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 4


[2] Shul-han Aruh, Ioreh Deá, capítulo 305, lei 23
[3] Talmud Babilônico, Sanhedrin 57b.
[4] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 4
[5] Ibid., Leis de Danos e Prejuízos, capítulo 8, lei 10
[6] Talmud Babilônico, Sanhedrin 59a, Tossafot, "Não há nada conhecido..."
[7] Bereshit Raba, capítulo 34; Mishne Torá, Leis de Danos e Prejuízos e Guarda da
Vida, capítulo 2, lei 2
[8] Ibid., Leis dos Reis, capítulo 10, lei 2
[9] Bereshit. 9:5, comentário de Rashi
[10] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 1; Leis sobre Assassinato e Guarda da
Vida, capítulo 5, leis 3 e 4
[11] Shul-han Aruh, Even HaEzer, capítulo 23, lei 5, o RaMoh (Rabino Moshe Isserles)
[12] Talmud Babilônico, Sanhedrin 59b, Tossafot, "Eis, seja frutíferos e multipliquem."
.
[13] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 7, Mishne l'Méleh. "Nós nos voltamos
para as palavras de Rashbah..."

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Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
Continuação da Introdução, parte 2:

Visão Histórica

Como dissemos o código da Lei Divina que nós conhecemos como as Sete Leis de Noah
estão com a humanidade desde a criação do primeiro homem, Adam. Mesmo após os povos
abandonarem sua ligação com a Sagrada Tradição, eles conservaram muitos aspectos da
herança das Leis de Noah. Estes foram os aspectos que incluem certa noção de bondade e
justiça, além de costumes desenvolvidos pela inspiração da Lei. Assim, mesmo que
descontextualizados, a Tradição destas Leis ainda podem ser identificadas em muitas
culturas antigas; o que indica sua preservação parcial, e facilita sua restauração
completa.

O papel do homem na Criação e a lição da sua existência

1 Os sábios reconhecem que o homem é a coroa da criação de D’us. No entanto,


notam que o livro de Bereshit (gênesis) registra sua criação por último. Isto não foi
ocasional, antes... A razão de D’us haver registrado em sua Torá que criou o homem por
último dentre todas as suas criações, foi fazer isto servir de lição perpétua, simbolizando a
escolha do homem no mundo - Quando ele cumpre a vontade de D’us, o homem se senta
no topo de tudo o que foi criado antes dele – e ele é verdadeiramente considerado a
coroa da criação - mas quando ele cai em desobediência contra D’us, ele passa a ser
considerado o último e menos importante de todas as criaturas. Os sábios acrescentam
que sua importância diminui a tal ponto, que sua existência se torna menos
importante que a de um verme, um ser que consome durante toda sua existência, mas
nunca elimina o que consumiu; sendo em relação ao ser humano, o símbolo do cúmulo
da arrogância – Este rigor é demonstração de que, mesmo este verme, apenas segue a
vontade de D’us registrada em seu ser – e como apenas o homem tem a opção de
transgredi-la, se decide fazer isso por livre e espontânea vontade, desviando-se dos
propósitos de D’us, acaba sendo superado por um verme que existe pela vontade de
D’us, de acordo com seu propósito. [1] Esta autonomia humana pode tanto elevar como
também, arruinar o homem. Ele deve ter consciência de sua situação e de sua
responsabilidade como “ser consciente”; e deve procurar de adequar à Justiça e bondade
inspirada pelos Mandamentos, para que possa fazer valer sua existência.
2 No momento em que D’us responsabilizou o homem como está escrito: “E o
ETERNO D’us ordenou ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer.
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, pois no dia em que
dela comeres morrerás!” (Bereshit/ Gen 2:16, 17) – aprendemos que neste único
Mandamento estão contidas as fontes dos Sete Mandamentos de Noah. [2] Isto é, neste
único Mandamento, à luz da sua exegese; temos a indicação dos sete Mandamentos que
foram outorgados Oralmente a Adam, quando ele foi exilado do Éden. [Para mais
informações, veja www.asknoah.org/LocateSources.aspx ou em Português no
www.bneinoahdobrasil.com.br ver na seção Estudos, As sete Leis de Noah nas
Escrituras].

3 E mais, Adam foi responsabilizado por ensinar estas leis às futuras gerações. O
versículo estabelece que D’us ordenou à Adam, “dizendo”. Apesar desta palavra “dizendo”
parecer supérflua no texto hebreu, é um princípio da Torá que não existem nela, palavras
supérfluas; porque tudo o que foi revelado por D’us, tem algo a nos ensinar. O fato é que a
Torá é reflexo da Sabedoria Divina não da criatividade humana. Neste caso, a palavra
“dizendo” indica que D’us não somente pronunciou o Mandamento para Adam, mas que
ELE teve a intenção de que Adam fizesse o mesmo para seus descendentes. É um princípio
de análise das Escrituras; que quando um versículo declara, “E o ETERNO falou à...
(alguém) dizendo” isto quer dizer que D’us ensinou algo a... (alguém), esperando dele que
ensinasse o que aprendeu aos demais. [3] Como no caso dos Sete Mandamentos, D’us
ordenou que seu conhecimento fosse transmitido a toda humanidade.

4 Adam ensinou seus filhos sobre as Sete Leis: Não adorar ídolos - Não amaldiçoar
à D’us Não matar - Não roubar - Não se envolver em imoralidade sexual - Não comer
o membro de um animal vivo e estabelecer tribunais de justiça. A proibição contra
“idolatria” (Hebraico Avodá Zará/ Culto Estranho) trata da proibição de atribuir “poder de
fazer bem ou mal” a qualquer ser ou coisa que não D’us. E sobre não amaldiçoar à D’us; é
óbvio, e intenções benéficas da parte de D’us são registradas nas Escrituras para que
possamos compreender isso, como no caso do relato da criação da mulher, quando foi
declarado, “não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma companheira” e etc.
Portanto, dizer ou pensar o contrário (que D’us age de modo a prejudicar o homem) seria
uma blasfêmia. Sobre não matar, é interessante notar que D’us proibiu Adam até mesmo de
caçar animais, mesmo que para consumo; para que ele exercitasse para si mesmo este
preceito. Porém ele poderia se alimentar da carne de um animal que houvesse sido morto
sem sua participação. Ao lhe revelar sobre a proibição contra roubo, D’us lhe ensinou sobre
o direito à propriedade; com relação ao consumo das frutas, e a proibição do consumo de
uma das árvores do Jardim. Sobre a imoralidade sexual; D’us lhe revelou sobre a proibição
de relacionar-se com animais de outras espécies que não a sua; quando então D’us lhe fez
uma companheira. E assim, o conhecimento de Adam foi desenvolvido e elaborado, e
representava a justiça que deveria ser mantida entre seus descendentes.

5 E assim a humanidade se desenvolveu. Herdando de Adam os valores sobre D’us e


sobre sua missão neste mundo. A humanidade recebeu estes valores como Tradição
familiar, que a principio os analisavam e procuravam observar.

6 A prova clara de que os descendentes de Adam conheciam estas leis e eram


responsáveis por observá-las perante o Pai e Juiz Divino; foi que 1656 anos depois ELE
trouxe o grande Dilúvio como uma punição sobre a falha da humanidade em observar estes
Mandamentos. Portanto o Dilúvio não foi um Juízo arbitrário de D’us sobre os homens;
mas uma cobrança após lhes dar bastante tempo para que voltassem a si e se
arrependessem dos maus atos que praticavam, quando decidiram desviar da justiça e
propagar a corrupção e o caos - “E D’us viu a terra, e eis que estava corrompida, pois
toda criatura havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Bereshit/ Gen 6:12).

7 O comentário clássico das Escrituras por Rashi - (Rabi Shelomo filho de Rabi Itzhak
(4800-4865 da Criação - 1040-1105 E.C.); um dos maiores comentaristas da Torá e do
Talmud. Viveu na França.) [4] - ensina que o termo hebraico usado no texto para referir-se à
corrupção refere-se a imoralidade sexual e idolatria. Imoralidade Sexual e Idolatria; são
2 pecados considerados “individuais” isto é, a pessoa que erra e os pratica, acha que com
isso não está prejudicando a ninguém além de si mesma; e em nome do prazer que deriva
da violação assume por sua conta e risco as conseqüências do pecado. O Dilúvio mostrou
que tais pecados afetam não só a pessoa, mas tudo ao seu redor; e espalham a corrupção
e a maldade sobre a Terra, incentivando também a violação das outras Leis básicas pelas
quais existe a humanidade. Sendo assim, pela Idolatria e Perversão sexual, aquela
geração atentou contra a própria existência, e foi passível de pena capital pelas mãos dos
Céus – pois que - D’us exerceu juízo, quando não mais haviam tribunais de justiça para
punir criminosos.

8 E o versículo imediatamente posterior a este declara:

“Então D’us disse a Noé: ‘O fim de toda criatura se apresentou perante Mim,
porque se encheu a terra de roubo por causa deles, e por isso os farei
perecer juntamente com a terra’” (Bereshit/ Gen 6:13).

9 Rashi comenta que a frase “a terra se encheu de perversidade” neste verso,


refere-se diretamente ao roubo {Daí a tradução da Bíblia Hebraica, já apresentar a
interpretação de Rashi}. Vimos então que da perversão sexual e da idolatria nasceu – por
assim dizer - o roubo. Portanto, por causa da imoralidade sexual, idolatria e roubo (três
dos Sete Mandamentos que Adam era responsável por ensinar aos seus filhos, e estes de
observar), o Criador de tudo destruiu a todos; exceto um remanescente, que incluía Noah,
sua esposa, seus três filhos e as esposas deles. Vimos que o juízo de D’us sobre todos prova
sua imparcialidade entre os homens - “todos” os homens são membros da Sua Aliança,
independente de reconhecerem isto ou não. Por isso as Leis de Noah, em certo sentido,
são como as leis da natureza; isto é, estão instituídas e cumprem-se; não importando se a
pessoa ‘crê’ nelas ou não. Outro fator digno de nota, é que o Talmud declara que outras
pessoas sobreviveram ao Dilúvio; ao se arrependerem no último instante; e também pelo
mérito da bondade de Noah. Assim, quando dizemos que Noah era um remanescente,
estamos falando da sua característica que detentor da Sabedoria de vinha desde Adam,
sobre D’us e Sua Aliança. Assim, Noah era mesmo o único da geração pós Dilúvio que
detinha tais conhecimentos, e por isso a Escrituras ignoram os demais sobreviventes,
irrelevantes neste objetivo.
10 Quando as águas do dilúvio baixaram, e a terra fora purificada da sua mancha; a
humanidade não mais teria Adam, como seu Patriarca. Agora, a humanidade tinha um novo
Patriarca, Noah {Noé}. Devido a isso as Leis Universais passaram a ser chamadas “Leis
de Noah”. E diferente de Adam que falhou em obedecer a vontade de D’us, Noah foi “um
homem justo, íntegro em sua geração, e Noah andava com D’us” (Bereshit/ Gen 6:9).
Noah era diferenciado tanto pelo seu conhecimento da tradição de Adam, como pela sua
prática da Lei Divina sob quaisquer circunstâncias. Por isso ele detinha grande poder
espiritual, podendo não apenas se comunicar com D’us, mas conhecer os decretos divinos,
como no caso de quando revelou a Canaan sobre qual era o decreto de D’us pelo pecado
que ele cometeu em parceria com seu pai Ham.

11 E, portanto, com um novo mundo, um novo começo constituído em santidade, D’us


reafirmou os sete mandamentos originais que ELE havia ensinado à Adam. Portanto os
Mandamentos não são “de Noah” no sentido de que ele foi o legislador, mas no sentido de
que ele ficou responsável pela sua transmissão e continuidade.

12 D’us abençoou Noah e seus filhos, e as esposas; e prometeu que ELE não mais
destruiria o mundo como havia feito; selando a promessa para sempre, instituindo uma
Aliança com Noah como Patriarca da humanidade, como expresso nestes versículos:

“E D’us disse a Noé e a seus filhos com ele, dizendo, “E EU, eis que
estabeleço a Minha aliança convosco e com vossa descendência, depois de
vós. E com toda alma viva que está convosco, com a ave, com o animal e com
todo animal selvagem da terra convosco, todos os que saíram da arca, todo
animal da terra. “E estabelecerei a Minha aliança convosco, e não mais será
destruída nenhuma criatura nas águas do dilúvio, e não mais haverá dilúvio
para destruir a terra”
(Bereshit/ Gen 9: 8,11)

“E D’us disse, Este é o sinal da aliança que EU faço entre Mim e vós, e entre
toda alma viúva que esteja convosco, para perpétuas gerações: o Meu arco-
íris pus na nuvem e será por sinal de aliança entre Mim e a terra.”
(Bereshit/ Gen 9:12, 13)
13 O sinal deste Pacto Universal é o Arco-Íris, o qual serviria como símbolo
permanente da divina benevolência. Esta foi a primeira vez que um arco-íris fora visto no
mundo, embora tenha sido criado e preparado para este momento no crepúsculo do sexto
dia da criação; entre o tempo em que Adam transgrediu o Mandamento de D’us, e o
Shabat; quando D’us cessou de tudo o que ELE havia feito. [5] O arco-íris com suas Sete
cores refletem a beleza e santidade dos Sete Mandamentos dos filhos de Noah. Como o
Arco íris jamais havia sido visto antes deste evento, aprendemos que a própria atmosfera
que proporciona o fenômeno foi renovada. Então o mundo pré-dilúvio e pós-dilúvio são
muito diferentes entre si; tanto em sua característica espiritual como física.
[Para mais, no sentido literal e profundo do Pacto do Arco, veja
www.asknoah.org/HTML/raibow_covenant.html e www.asknoah.org/HTML/Noah.html]

***

14 Quando D’us criou Adam e o colocou no jardim do Éden, este foi o primeiro local
no qual a Divina Presença habitou. Quando D’us manifesta sua presença num local, para
este local flui sua Kedushá (santidade). Este fenômeno é reconhecível por certos
fenômenos físicos específicos, e deve pode ocorrer apenas num local consagrado; sem
risco de contato com uma força espiritual intitulada Tuma (força espiritual mórbida). Para
que isto aconteça em nosso mundo, é preciso preparar um local na Terra para tal
fenômeno. D’us então escolheu os locais onde os Patriarcas O buscaram para ali
manifestar Sua presença desta forma, para sempre. Este é o local onde esteve o Templo de
Jerusalém. Quando ocorre uma Manifestação da Presença de D’us temos nisso a prova
empírica da sua Existência Absoluta.

15 Mas quando Adam transgrediu os Mandamentos de D’us, a Divina Presença


recuou sua influência manifesta e deixou a Terra, rumo ao que chamaremos
metaforicamente de Primeiro Céu. [6] Esta alegoria dos céus refere-se às Sefirot que são
os filtros espirituais da Emanação Direta de D’us sobre o mundo. Então, com o pecado de
Cain contra Hevel (Abel), a Divina Presença recuou do primeiro para o Segundo Céu.
Pois ambos eram os detentores do conhecimento de Adam, sobre a Aliança Universal, e
como representantes; o acontecimento foi gravíssimo. Então, Enosh (Enoque) um dos
grandes sábios de sua geração, evocou ídolos, e a Divina Presença recuou do segundo ao
Terceiro Céu. Pois apesar de ser justo e sábio, não foi firme em seus pensamentos e
deixou-se enganar pela idolatria e assim acabou recebendo a punição pelas Mãos dos
Céus; sendo tirado deste mundo na metade de seus dias. E a Divina Presença afastou-se do
terceiro ao Quarto Céu, por causa da geração do dilúvio. Para os quais D’us havia
outorgado ciência e conhecimento diversos, para que vivessem uma vida confortável e
feliz, possibilitando maior dedicação ao estudo da Lei de D’us, e eles usaram estes dons
para propagar a corrupção e a maldade. Compreendemos por intermédio deles, que o dom
que D’us deseja dar a humanidade é o do conhecimento, da ciência; mas isto será
limitado até que o homem aprenda a observar seus deveres para com D’us. Apesar de
Noah ter sido justo o bastante para ser poupado da destruição, e até instituído segundo
Patriarca da humanidade - apesar de seus esforços - ele falhou em tentar conseguir a
verdadeira retificação do pecado de Adam, algo que seria necessário para trazer a Divina
Presença de volta à Terra.
[para mais explicações sobre este conceito, veja http://asknoah.org/HTML/Noah_2.html]

16 Um dos primeiros atos de Noah realizados após a saída da Arca foi o plantio de um
vinhedo. (Bereshit/ Gen 9:20, 21). A maioria dos comentaristas faz muitas críticas a este
ato. Além do mais, a humanidade tinha acabado de ser destruída. Plantar um vinhedo, para
que com suas crescidas uvas se fizesse vinho, parece completamente inapropriado sob tais
circunstâncias. Mas existem aqueles que dizem que Noah estava na verdade, tentando
retificar o pecado de Adam. Este seria o sentido do texto ao declarar que Noah se tornou
“um homem da Terra” isto é, à semelhança de Adam o primeiro, ele passou a cultivar a
Terra, procurando retificar o pecado de Adam através disto.

17 O Talmud declara que, numa opinião; o fruto da árvore do conhecimento do bem e


do mal era o fruto da videira. [7]
Neste sentido, o que Adam teria feito foi beber vinho de forma profana. Seria a intenção
de D’us que Adam esperasse até o Shabat, o qual estava pra vir em algumas horas, e então
o fruto daquela árvore, a uva, poderia ser usado para santificar o Shabat e servir de
testemunho para o fato de que D’us criou o mundo em seis dias e cessou no sétimo. [8] É
argumentado que Noah conhecia o profundo significado da transgressão de Adam, e por
plantar uma vinha e usar o vinho para propósitos sagrados, ele poderia conseguir a
completa retificação do pecado de Adam. Pois a profanação foi cometida utilizando
recursos divinos para auto-satisfação, quando então ele distorceu o propósito da criação.
Todos os recursos que D’us disponibilizou neste mundo, os quais nos mantêm vivos, tem o
objetivo de nos proporcionar capacidade para beneficiar ao mundo, e guiá-lo rumo ao
progresso, e não para satisfazer nossos devaneios. Assim, Adam; na qualidade de
Patriarca da Humanidade, não pensou em seus descendentes quando resolveu violar a
Lei de D’us, e esta atitude desumana selou seu julgamento.

18 Mas Noah falhou. Apesar de compreender que seria por meio da mesma fruta, que
ele poderia retificar o mal de Adam; ele não conhecia o poder embriagante da uva
fermentada; e imaginava que Adam teria pecado apenas por “tomar” do fruto da árvore
sem abençoar à D’us, sem necessariamente se embriagar. Embriagado, completamente
fora de sua sã consciência, ele se despiu, imaginando em seu delírio que seria “o novo
Adam” sobre a Terra. Ao embriagar-se, foi descoberto nu por seu filho mais novo, Ham.
Ham tinha tendências morais pervertidas, pois que conservara memórias dos atos perversos
da geração do dilúvio que conheceu. Ele alimentou idéias de perversidade naquele
momento, e chamou seu filho Canaan, e juntos profanaram Noah abusando dele. E como
se não bastasse, depois tentou ocultar o caso chamando a seus irmãos, Shem e Iafet; para
ver situação de seu pai, e usar a desculpa da sua embriagues e nudez para encobrir o erro
que cometeu. Rashi esclarece neste verso (Bereshit/ Gen 9:22) que Ham e Canaan, ou
castraram Noah numa briga, ou Canaan teve relações homossexuais com ele, ou ambos.
A Incerteza neste caso diz respeito ao fato de que a maldição de Noah se estendia por
várias gerações sobre os que imitassem as práticas de Canaan filho de Ham; embora o
próprio Ham tenha sido punido por D’us pouco tempo depois. Então o que não se sabe é
se D’us o sentenciou à morte pela relação homossexual ou por haver castrado seu pai, ou
por ambos. Embora, no Pacto do Sinai tenha sido revelado que a relação homossexual
é um crime capital, tanto quanto ferir os pais. Mas se sabe que ambos aconteceram, e
este é o motivo de Noah não ter tido mais filhos depois do Dilúvio.
Do mesmo modo, este terrível acontecimento foi o motivo dos Filhos de Noah que viviam
em Canaan na época dos Patriarcas terem adotado severas penalidades sobre crimes de
profanação da sexualidade, como vemos no Relato de Judá e Tamar.

19 Shem e Iafet respeitosamente cobriram seu pai com uma vestimenta, mas o dano já
havia sido feito. Noah despertou (ele havia desmaiado de dor), amaldiçoou Canaan e sua
descendência. Isto é, Canaan havia desprezado o dever da moralidade, inspirado pelo seu
pai Ham que já havia violado a ordem de Noah sobre não ter relações sexuais dentro da
Arca em respeito aos que estavam sendo punidos por D’us durante o dilúvio. E havendo
“herdado” e conservado este mau exemplo, cometeu tamanha violação da Lei de D’us por
livre e espontânea vontade. Sendo assim, Noah viu que caso tal forma de pensamento fosse
passada adiante, provocaria nova destruição sobre o mundo. Então ele amaldiçoou todos
os descendentes de Canaan que imitassem tais práticas; isto é, ele revelou à Canaan qual
seria o Decreto do Tribunal Celeste, enviado sobre quaisquer de seus descendentes de
praticassem seus crimes. E a punição divina para perversão sexual e a violência, seria a
mais horrenda escravidão. (Bereshit/ Gen 9:23, 27)

20 Os Sete Mandamentos dos Filhos de Noah permaneceram, como antes do dilúvio,


mas foram conservados por poucos, como os notáveis Shem e seu neto Éver, os quais
estabeleceram Centros de Estudo no propósito de promover maior entendimento e
incentivar a observância das Leis Noahides. [9] E foi nestes Centros de Estudo que a
Tradição foi preservada apesar da maioria não o freqüentar. E foi nele que Avraham,
Itzhak e Iáacov posteriormente estudaram.

21 Veio a geração da Torre de Babel. Que foi elaborada como um sinal de rebelião
contra D’us, liderada por Nimrod. Esta foi uma geração de brilhantes cientistas. Por
intermédio de Noah D’us havia revelado grande soma de conhecimentos que foram usados
para construir a civilização da época.

22 Eles não apenas aprenderam a dominar quaisquer das forças naturais, mas eles
concluíram por suas teorias científicas que a Terra não tinha Mestre, ou; se houvesse um
Mestre, Ele lhes seria co-igual, e eles construiriam uma torre até os céus para desafiar a
autoridade de D’us. Os homens da torre de Bavel adquiriram muitos conhecimentos que
foram posteriormente destruídos, isto é; seus registros foram destruídos; quando D’us
interferiu na sua compreensão mútua. Eles conseguiram adaptar suas cidades e
construções de forma tal que nenhuma de suas cidades era afetada, seja pelo frio pelo
calor, pelas chuvas ou por quaisquer outros fenômenos naturais. Suas plantações eram
muito proveitosas e eles faziam muitos experimentos botânicos.

23 Eles concluíram por intermédio de suas pesquisas, que desde que o dilúvio
aconteceu no ano de 1656 após a criação, isto ensinaria sobre a existência de um ciclo 1656
anos. Assim quando o ciclo fosse concluído, os céus se abalariam, os abismos seriam
abertos novamente e as chuvas viriam destruir a Terra. [10]
24 E as Escrituras Sagradas ensinam, “E desceu o ETERNO” para ver a cidade e a
torre que edificaram os filhos dos homens...” [Bereshit 11:5]. Isto aconteceu já do
Quinto Céu. Devido a este ocultamento da Divina Presença, os homens da Torre não
perceberam a intervenção de D’us ao confundir a compreensão uns dos outros; e assim
eles não atribuíram à D’us o fenômeno, embora não pudessem explicá-lo. Dos povos que
dali derivaram, muitos apagaram a história deste acontecimento por este mesmo motivo.

25 D’us tomou medidas para deter seus filhos desviados e por confundir suas línguas
os espalhou por toda a Terra. [Bereshit 11:4] O afastamento das nações visava também
diminuir a influência de Nimrod sobre elas, uma vez que pensando por si mesmos; sem a
forte influência de Nimrod os povos poderiam exteriorizar sua verdadeira natureza, como
aconteceu no decorrer da história humana.

26 Originalmente toda a humanidade falava uma única língua, a Língua das Escrituras
Sagradas, o Hebraico, as vinte e duas letras do alfabeto hebreu (Álef-Beit) que são os
próprios instrumentos da criação do mundo. [11] As letras hebraicas são representações
de forças divinas, que agiram na criação e na preservação do Mundo; conforme estuda a
ciência da Cabalá. Porém sua sonoridade é exclusiva, e dela foram derivadas todas as
expressões das demais línguas. Assim, todos os idiomas possuem em si mesmos,
ramificações de outras línguas; exceto o idioma Hebraico que é o mais antigo idioma.
Tanto que Avraham foi distinguido de seus contemporâneos por ainda falar o Ivrit, o
idioma de Éver filho de Shem, neto de Noah, que falavam o hebraico recebido de Adam.
Assim, as nações que se afastaram da Tradição, após a Torre; criaram seu próprio
dialeto, de acordo com sua própria compreensão; e se afastaram ainda mais do antigo, o
hebraico.

27 Mas agora, a humanidade havia perdido o mérito, e passaram a se comunicar em


setenta diferentes tipos de variações sonoras, que são as Setenta Línguas das Nações
Primordiais. A humanidade perdeu o mérito de conhecer os mistérios da Criação. Assim
foi importante tirar-lhes o conhecimento do idioma hebreu, para que não explorassem seu
sentido de acordo com a Tradição. Depois que abandonaram a Sagrada Tradição os
homens tentaram compreender o significado das letras hebraicas, mas não mais puderam
resgatar o conhecimento sem os judeus e assim este conhecimento ficou apenas com Israel.
A este conhecimento intitula-se “Máasse Bereshit”.

28 Durante este tempo, o rei Nimrod levantou-se manifestando uma perversidade


virtualmente, sem precedentes. Ele proclamou-se “deus” de toda a Terra e ordenou que
todos o adorassem como deidade. Aqueles que se rebelaram contra isso, foram mortos. [12]
Nimrod foi o primeiro a se valer da noção de “homem-divino” perante os povos. Mais
tarde seu comportamento inspirou a outros.
29 Nimrod foi chamado de “um poderoso caçador diante do ETERNO” (Bereshit
10:9). RASHI comenta que a frase, “poderoso caçador” refere-se à habilidade que Nimrod
tinha em convencer as mentes das pessoas, por sua palavra; e desviá-las à seus propósitos
insanos contra D’us e a Tradição. Nimrod procurava se aproximar das pessoas simples, e
repartir com elas seus preconceitos, revestindo suas perversas idéias com tons de justiça e
verdade. Houve muitos que usaram dos mesmos artifícios durante a história da
humanidade.

30 E a frase do versículo - “diante do ETERNO” - revela que ele intencionalmente


provocava à D’us, mesmo havendo recebido a tradição sobre a verdade da Sua Existência.
Ele via a Sagrada Tradição como uma ameaça a seu domínio. Nimrod, diferente de
qualquer homem que tenha vivido antes dele, agiu perversamente para justamente desafiar
ao que ele chamava de o D’us da Tradição. Ele conhecia Seu Senhor, e se rebelou contra
ele mesmo assim. Inspirado em Nimrod, surge a fábula do “deus mau (ou numa
linguagem atual, a força maligna/ o demônio/ o diabo) que luta contra D’us bom (que é a
compreensão de D’us de acordo com os ensinamentos da Tradição)” esta foi a forma
“figurativa” que os oprimidos por ele o descreviam.

O conhecimento de Nimrod sobre D’us veio da tradição de sua família. Porém ele não
acreditava em D’us como um Ser cuja vontade se cumpre na Terra. Acreditava sim, que
cada pessoa agia como queria e D’us nada poderia fazer a respeito, nem para abençoar
nem para punir. Assim insistindo em sua teoria ele colocou-se como exemplo dela;
propagando o terror e desafiando a Justiça de D’us.

31 D’us afastou Sua Presença para o Sexto Céu, em resposta aos pecados de Sodom e
Amorah (Gomorra), primariamente, estes eram o roubo e a perversão da sexualidade. D’us
fez isso para evitar que a proximidade com Sua santidade provocasse o desencadear de
uma série de conseqüências “naturais” (de acordo com as Leis estabelecidas) que
provocassem um Pesado Decreto Divino sobre várias nações. E mesmo concedendo esta
benção aos Sodomitas; a maldade deles subiu – por assim dizer - até D’us; isto é,
alcançou tamanha magnitude que exigiu a Justiça de D’us sobre o mundo provocando Seu
decreto. Nestas sociedades, a crueldade era admirada e a bondade humana considerada
crime capital. [13] E esta foi a gota d’água para decretar seu Juízo.

32 Os antigos Egípcios completaram o “trabalho” de afastar a Divina Presença,


devotando-se aos seus muitos ídolos, e a uma perversão sexual ainda maior que a dos
Sodomitas. Os egípcios praticavam toda sorte de Magias e experimentos com forças
espirituais. Misturavam conceitos da Sagrada Tradição, com idéias desenvolvidas em seu
próprio meio e por outros povos. Assim eles se enfraqueciam espiritualmente e procuravam
na luxúria seu prazer maior. Eram infiéis e temos exemplo disso pela própria esposa de
Faraó procurando traí-lo deliberadamente. Não conseguiam observar os Mandamentos
básicos de D’us, apesar de muito inteligentes e refinados. Assim D’us decretou que os
Egípcios seriam o exemplo para a humanidade, sobre o Juízo literal de D’us. Mas eles
foram exclusivos em desenvolver um novo tipo de mal – a magia. [14] Aprenderam como
manipular certas forças espirituais em benefício próprio, bem como sobre o charlatanismo
para enganar as massas. Com a Presença de D’us afastada ao Sétimo Céu, a humanidade
se viu num mundo completamente dominado pela violência, pelo caos social, pelo culto ao
absurdo, por doenças, por guerras e por morte. As trevas espirituais reinaram nesta época
sobre o mundo dos homens. O afastamento da Divina Presença visa impedir que o homem
seja sumariamente executado pelos seus crimes a fim de dar-lhe tempo para que se
arrependa. Porém a Lei de Midá Kneg’d Midá – Medida por Medida é muito clara; e
estabelecida neste mundo; para que ao plantar o caos social o homem sofra suas
conseqüências de forma completa. Assim o homem é o responsável pela própria
desgraça, e não pode dizer que está sendo alvo da punição divina, senão da sua própria
ignorância. Um Juízo divino realmente decretado provocaria destruições sem precedentes
sobre a civilização humana; exatamente de acordo com seus crimes. Para preservar a
sociedade humana D’us “afasta” por assim dizer, sua divina Presença de nós; o que nos
protege contra o Juízo rigoroso.

33 Finalmente surgiu um justo, cujos atos começaram a remediar a situação caótica da


civilização, trazendo a Divina Presença mais próxima da terra. Seu nome é Avraham. Ele
esteve sozinho, contra todo um mundo devotado às trevas das culturas desenvolvidas
pelo homem afastado da Tradição, e procurou ele mesmo, investigar sobre a realidade do
Criador mencionado na Tradição, conhecê-LO e Serví-LO. Esta é, portanto, a base do
relacionamento Noahide com D’us, sua busca deve ser como a de Avraham; voluntária e
consciente. E se for assim, tal como ele [Avraham] conheceu Seu criador, qualquer pessoa
também O conhecerá, de acordo com seu esforço, de acordo com seu mérito. Ele, com isso,
desafiou a autoridade de Nimrod, recusando-se a cultuá-lo, e declarando sua fé num D’us
transcendental, UNO e único, atribuindo-LHE a Criação do universo. Pelo mérito de
Avraham, a Divina Presença desceu do sétimo para o Sexto Céu. Não apenas pelo
pensamento ou opinião de Avraham, que no caso também eram compartilhadas por Shem
e Éver, dos quais era discípulo. Estamos falando da atitude de Avraham, o resultado de
suas ações após ter assimilado os conhecimentos. Isso provocou uma mudança radical na
espiritualidade do mundo.

34 Por causa do filho de Avraham, Itzhak, a Divina Presença desceu do sexto para o
Quinto Céu. E do quinto para o Quarto Céu, por causa do filho de Itzhak, Iáacov. Os
filhos de Avraham continuaram a obra do pai, praticando a bondade, incentivando-a entre
seus vizinhos e procurando propagar o conhecimento de D’us entre os homens que lhes
vinham ao encontro.

35 A força espiritual de Iáacov era excepcional. Iáacov foi o Patriarca que mais sofreu.
Ele foi testado duramente em suas convicções e deve que encarar duros paradoxos que lhe
ensinaram a transmitir a força espiritual necessária aos seus filhos. Para nos mostrar um
pouco disto, as Escrituras relatam sua “luta” com um Maláh (Lit. “enviado” – trata-se de
uma entidade espiritual não humana, divididos de acordo com suas funções; e que são os
mecanismos funcionais dos fenômenos universais) - (Bereshit 32:25-30). É evidente que, se
um Maláh é uma entidade espiritual logo, esta “luta” não aconteceu literalmente; mas
numa visão profética, conforme explica o Rambam sobre isso, na sua obra O guia dos
Perplexos. Anjos não “se materializam” como alegam alguns. Anjos são seres puramente
espirituais e que não podem mudar seu status. Assim, esta luta foi “no campo espiritual” e
não no plano físico. Foi uma luta de idealismo e convicção, um teste de personalidade
extremamente rigoroso, e não um conflito num ringue.

36 Por meio de Iáacov e seus descendentes, doze filhos e uma filha; um novo e distinto
povo surge na Terra. O surgimento do povo de Iáacov/ Israel estava nos planos de D’us,
desde que ELE sabia que a humanidade escolheria usar sua liberdade para abandonar a
Sagrada Tradição. D’us então decreta a preservação desta tradição por meio dos filhos
de Iáacov/ Israel.

37 Os filhos de Israel foram assim nomeados após seu pai Iáacov ter sido abençoado
por D’us, com um novo nome, conforme está escrito:

Teu nome não mais será Iáacov, mas Israel será o teu nome; e
ELE chamou seu nome, Israel
(Bereshit 35:10).
RASHI comenta que o nome Iáacov implica alguém que age secretamente, ou
clandestinamente; na informalidade. Mas o nome Israel denota um príncipe, e um líder
[conecto com D’us] que age, portanto, abertamente. Isso não quer dizer que Iáacov era um
desonesto enganador antes, e depois se tornou justo. Isto quer dizer que antes, Iáacov era
interpretado como alguém que age apenas com malícia e engano; embora não o tenha
feito. Porém, dali em diante, as pessoas reconheceriam sua sede de sucesso espiritual; pois
D’us Mesmo estabeleceu uma comunicação com ele para lhe garantir o bem estar da sua
descendência conforme as promessas feitas a seu avô Avraham.

38 Avraham, Itzhak e Iáacov foram poderosos profetas e souberam que seus


descendentes - por estarem preservando a Tradição rigorosamente - seriam enviados ao
Egito em exílio, que significaria uma provação que serviria para refinar-lhes o caráter
espiritual e moldar-lhes o sentimento nacional necessário para formarem uma pátria; e que
seriam redimidos dali por D’us diretamente para receber o Pacto Sacerdotal da Torá no
Monte Sinai, que os estabeleceriam como Guardiões da Revelação Divina, para sempre,
assegurando a perpetuação do Pacto de Noah e seu acesso a todos os povos em todas as
gerações. Os patriarcas foram os instrumentos de D’us na criação deste Reino de
Sacerdotes e Nação Sagrada; a fim de que o conhecimento abandonado pelos povos fosse
preservado, ao mesmo tempo em que D’us instituía sua “escola maior” de sabedoria; por
meio da Sabedoria que revelaria aos Mestres de Israel, que são observantes do Pacto do
Sinai. Assim, por meio de Israel D’us revela os conhecimentos que beneficiam a
humanidade, de forma segura e inviolável.

39 Os Patriarcas observaram fielmente os Sete Mandamentos Universais, e por meio


da Profecia, viram que o Pacto do Sinai traria ainda mais obrigações sobre seus
descendentes, e observaram também alguns daqueles preceitos, para irem moldando o
caráter de seus filhos. Esta verdade, porém, não pode ser confundida, com as falsas
ideologias de pretensos gentios que desejam imitar o modo de vida dos judeus, sem que
façam parte do Pacto do Sinai, acreditando-se baseados na atitude dos Patriarcas.
Enquanto que os Patriarcas eram observantes das 7 Leis de Noah, haviam recebido de
D’us a promessa de que, da sua descendência surgiria o povo de Israel cuja aliança no
Sinai somaria 613 Mandamentos que os tornaria um reino de sacerdotes. Os gentios
devem observar as 7 Leis de Noah, e não tentar usurpar o decreto Divino dado sobre os
Filhos de Israel num determinado tempo e necessidade histórica. Isto quer dizer que, se é
verdade que os gentios de hoje, podem observar certos Mandamentos dentre as Leis do
Sinai, também é verdade que sua Missão neste mundo não é como a missão dos Patriarcas
de Israel, nem como a missão do povo de Israel. Embora os objetivos sejam os mesmos o
modo de vida é diferenciado.

40 Quando D’us abençoou Itzhak, o motivo foi, “porque Avraham ouviu a Minha
voz, e guardou minha Observância, Meus Mandamentos, Meus Estatutos e minhas
Leis” (Bereshit 26:5).
RASHI comenta que a “Observância” refere-se às admoestações da Torá, que não haviam
sido ordenadas à Avraham, incluindo as proibições rabínicas sobre o Shabat, enquanto
que a expressão, “Mandamentos” refere-se aos assuntos relacionados a roubo, e
assassinato (dois Mandamentos também Noahides). [15] Assim especialmente para
Avraham foi autorizado na sua condição de Patriarca do povo judeu, a observância do
Shabat que seria um “sinal” entre D’us e os filhos de Israel; bem como a observância de
certas Leis de Noah de acordo com a legislação que seria estabelecida no Sinai. Mas isso
não foi ordenado a Avraham sob pena de nenhuma punição; e por isso não eram
“mandamentos” para ele, senão práticas espirituais permitidas no seu caso sob o
específico propósito educacional.

41 De fato, devido a estas revelações, entre os Filhos de Israel, houve conflito entre a
interpretação do que seria o Pacto Universal, e o futuro Pacto do Sinai para o qual eles
caminhavam. O conflito inicial registrado nas Escrituras é entre Iosséf (José), e seus
irmãos, sobre as diferenças entre as Leis Noahides sobre alimentação e as Leis que seriam
reveladas no Sinai sobre isso.
A Lei revelada no Sinai permite a todos comer a carne de um animal contanto que tenha
sido ritualmente abatida de acordo com a Legislação; mas a Lei Noahide que proíbe o
consumo do membro de um animal vivo, proíbe o consumo da carne a menos que todo e
qualquer sinal de movimento tenha cessado no animal; não importando de este animal foi
ou não ritualmente abatido.

42 Os irmãos de Iosséf argumentaram calorosamente, que de acordo com a revelação


de que seus descendentes receberiam os preceitos do Sinai, a Lei de Noah estava isenta
desde já.
E para provar sua certeza disso, eles abateram um animal, de acordo com a Lei do Sinai, e
assando sua carne no fogo diretamente, comeram-na antes mesmo de cessar o
movimento na carne do animal (isto é, comeram a carne com sua Néfesh).
43 Iosséf concluiu que eles erraram muito com isso, e contou o que aconteceu a seu
pai. [16] Os irmãos de Iosséf sentiram-se afrontados pelo irmão mais novo, e procuraram
puni-lo primeiramente com a pena capital; e ao desistirem disso propuseram o “exílio”
porque estavam considerando que Iosséf cometeu o crime de “não estabelecer a Justiça”,
por desafiar a autoridade deles na Lei. Este decreto dos irmãos de Iosséf sobre ele, teve
como resultado o decreto de D’us sobre Israel - Midá Keneg’d Midá – Medida por
Medida - Isto aconteceu quando os líderes de Israel realizaram julgamentos apressados no
tribunal a exemplo dos irmãos de Iosséf. A pena foi a destruição do Templo, e todos os
males que se seguiram.

44 Mas D’us mostrou-Se com ele, e o transformou num dominante no Egito, lado a
lado com o Faraó. Isto é, D’us mostrou-lhe que de acordo com seu Juízo da Lei divina, esta
seria sua merecida posição. Na ocasião ele perdoou seus irmãos pelo erro que cometeram,
tanto sobre seu julgamento errôneo da Lei, como na sua atitude contra ele.

45 A Divina Presença desceu do quarto para o Terceiro Céu; pelos méritos do terceiro
filho de Iáacov, Levi. Levi cresceu em meio à sabedoria propagada por Iossef e aprendeu
o profundo sentido de temer à D’us ainda pequeno. Como o dever de cada membro da
Aliança Universal era mesmo o de transmitir com perfeição o conhecimento à futura
geração; Levi era o primeiro daquela nova geração que estava recebendo na íntegra o
conhecimento de D’us que havia penetrado tão profundamente em seu ser, que a tribo dele
derivada foi a que mais se destacou em Israel; tanto quanto eram observantes das Leis de
Noah como após a Aliança do Sinai.

46 Antes dos Filhos de Israel se instalarem no Egito, seu irmão Iehudá os havia
precedido, e instituído Escolas e Centros de Estudo na Terra de Goshen, tanto para o
estudo das Leis de Noah como para a análise das revelações sobre o Pacto do Sinai; que
eles receberam como Tradição de Avraham, Itzhak e Israel. [17] Por isso a pausa em
Bereshit, para contar sobre a história de Iehudá e Tamar.

47 Mesmo durante o longo e amargo período de escravidão no Egito, a tribo de Levi


permaneceu fiel ao que havia recebido, continuando as atividades da Casa de Estudos,
apesar da dura escravidão, procurando fazer com que a Divina Lei revelada à Noah, não
fosse esquecida, e que a promessa da redenção para o Pacto do Sinai, não fosse totalmente
desprezada. [18] Os levitas temiam que as promessas benéficas de Israel fossem anuladas
pelo mau comportamento do povo; então assumiram a grande responsabilidade de estudar
profundamente a Torá em nome do povo. Sua dedicação foi tão grande, que a escravidão
acabou mais cedo para eles, do que para os demais membros das outras tribos.

48 E por causa da justiça do Filho de Levi, Kehot, cujos filhos foram instituídos como
responsáveis por carregar a Arca Sagrada de D’us pelo deserto, a Divina Presença desceu
do terceiro para o Segundo Céu. Levi aprendeu que para retificar por completo o mundo,
além do esforço próprio é preciso zelar pela sua descendência para que eles recebam o
conhecimento integral de D’us da forma correta. Kehot era reflexo deste esforço de Levi, e
por isto seus descendentes foram eleitos para carregar a Arca Sagrada de D’us.

49 Quando Faraó decretou a morte dos bebês meninos que nascessem aos Filhos de
Israel, Amram, o Líder espiritual daquela geração e um descendente de Levi,
imediatamente se divorciou de sua esposa, Iohebed. Sua conclusão foi a de que, eles
deveriam parar de trazer filhos ao mundo, apenas para que Faraó os matasse no rio Nilo.
Amram, como líder, sabia que uma ação sua serviria de exemplo a todos os Filhos de
Israel, que imediatamente se separaram de suas esposas. Mas sua filha, Miriam, mencionou
que apesar do decreto do Faraó ser contra todos os bebês meninos, o decreto de seu pai era
pior, porque seria contra todas as crianças, meninos e meninas dos Filhos de Israel,
impedindo que elas sejam trazidas ao mundo.
Refletindo nas palavras da filha, Amram e Iohebed novamente se casaram e clamaram à
D’us para que interviesse a favor dos Filhos de Israel. Eles tiveram um filho. Iohebed o
escondeu o quanto pode, e tentou salvá-lo do decreto do Faraó, quando então a Divina
Providência o fez ser achado pela filha do Faraó que o nomeou Moshe. [19] Moshe,
portanto, foi a resposta de D’us para Amram e Iohebed sobre aquela difícil situação. D’us
respondeu enviando aquele que libertaria o povo de Israel da escravidão.

50 Pelo mérito de Amram, a Divina Presença desceu do segundo para o Primeiro


Céu. Por ele ter ouvido o conselho de sua filha, Mirian a profetiza, que lhe declarou na
verdade, um decreto Divino que ela havia visto. Ela mesma, por sua humildade; temia que
houvesse se enganado quanto a isso e por isso acompanhou o cesto onde estava Moshe no
seu percurso pelo rio. Mas a atitude de Amram mostrou que ele reconheceu na visão
profética dela, realmente uma ação divina e foi humilde para “receber instrução”.

51 Moshê foi o mais humilde dos homens que viveram. (Bamidbar / Num 12:3) Sua
humildade era tão completa que ele não se considerava absolutamente nada que significasse
mais do que qualquer outro semelhante. Apesar de ser criado com todo luxo da corte do
Faraó, e com muitos privilégios, Moshe se considerada igual a todos, e o conceito egípcio
de castas, não lhe penetrava na mente e no coração. Ainda vivendo na corte do Faraó,
Moshe sabia da sua origem, e aprendeu a Sagrada Tradição de seus pais. Tudo o que era
por ele alcançado, era visto como vindo de D’us somente. Ele sentia realmente que caso
D’us houvesse abençoado outra pessoa com seus muitos talentos, esta outra pessoa teria
alcançado ainda mais realizações que ele. Sua virtude era nutrir estes sentimentos de forma
absolutamente sincera. [20] Esta auto-anulação positiva, serviu de forte contraste com a
arrogância de Faraó, que se dizia divindade, tal qual Nimrod antes dele. [21]

52 Quando D’us redimiu os Filhos de Israel, e neutralizou a idolatria dos egípcios, Seu
propósito foi conduzi-los à Revelação do Sinai para que recebessem a Torá. Isto deixa
claro que os Filhos de Israel apenas existem hoje, por causa e para a Torá. Daí
compreendermos que o único propósito da própria existência dos judeus, é a observância
do Pacto do Sinai.
53 Cinqüenta dias após os Filhos de Israel terem deixado o Egito, Moshe os leva
perante o Monte Sinai, onde o público de 600,000 homens, e pelo menos 1,400,000
mulheres e crianças [22] testemunhou o ETERNO, dizer: “EU SOU O ETERNO, Vosso
D’us, Quem vos tirou da Terra do Egito; da casa dos Escravos.”
Esta é a base e o sustentáculo do Judaísmo; a experiência real dos Filhos de Israel com
D’us perante o Monte Sinai. Isto comprova a origem divina da Torá ao mesmo tempo
em que demonstra o caráter profético superior de Moshe.

54 D’us havia partido do jardim do Éden, e agora havia voltado ao Monte Sinai na
entrega da Torá. Portanto, na entrega da Torá; o pecado de Adam havia sido retificado.
O homem que havia perdido a noção de “certo e errado” em troca da noção “de bem e
mal”. Esta última, porém, foi recupera pela entrega da Torá quando a noção de “certo de
errado” pode agora penetrar na mente humana, e a pessoa poderá ter certeza a respeito
de suas próprias noções de Justiça, sabendo que elas devem estar afinadas com a
sabedoria de D’us, registrada na Torá.

55 Esta foi a Divina Revelação, cuja proporção, a mente humana não pode sequer
começar a compreender. Todos os cegos, surdos, doentes foram instantaneamente curados
pela exposição direta à Divina Presença. [24] Todas as Neshamot (espíritos) dos justos,
mesmo daqueles que apenas viriam a nascer no futuro, foram trazidas para testemunhar o
fenômeno da Revelação da Divina Presença. [25] Todos aqueles que ainda deveriam
nascer neste mundo, estiveram no Sinai para testemunhar a verdade de D’us e assim
reconhecê-la quando procurarem por ela.

56 Este foi o selo de D’us, sua Verdade. Isto é, a revelação Nacional é o selo da
Verdade de D’us revelada ao povo de Israel.

57 Com a entrega da Torá, o D’us da Tradição dos Filhos de Israel, provou Sua
Existência absoluta e a verdade de que escolheu os descendentes dos Patriarcas que
colaboraram com o retorno da Divina Presença, Avraham, Itzhak e Iáacov; e os Filhos de
Israel, para que preservassem para sempre o testemunho sobre a Revelação e Realidade do
SER Primeiro, o Senhor do Universo, Criador e Sustentador do mundo.

58 E para esta Sagrada missão, ordenou-lhes os 613 Mandamentos da Torá. E,


portanto, o gentio não deve adotar a prática destes mandamentos, fora do Pacto do Sinai,
uma vez que não corrobora desta missão específica, sendo membro do Pacto de Noah. Ele
re-afirmou o dever de todos os povos, em continuar a observar o Pacto Universal, os Sete
Mandamentos de Noah, perpetuados pelo evento no Sinai, e ordenou a Israel que assim
ensinasse aos povos. [26] Moshe enfatizou aos filhos de Israel, aos lhes explicar sobre
Bereshit, que as nações têm mesmo o dever perante D’us de Observar a Aliança
Universal, do mesmo modo em que os Filhos de Israel têm o dever de observar a Aliança
do Sinai.
59 Nesta ocasião, ocorreu tanto o estabelecimento do Pacto do Sinai, como a
perpetuação do Pacto de Noah, pois Israel se tornou “Guardião da Revelação Divina
em todos os tempos”. Por isso, aquele que imita o Judeu está profanando a missão Divina
que recebeu de D’us pela forma como D’us o criou neste mundo; além de profanar a
Aliança do Sinai imposta por D’us aos Filhos de Israel. Para evitar este erro tão grave,
D’us instituiu ser possível a conversão, caso um Noahide deseje insistentemente se tornar
judeu. Isto prova que por quaisquer outras vias, é impossível se tornar judeu. Todo
gentio tem sua missão e Aliança com D’us refletida nas Sete Leis de Noah, e deve estudá-
la para compreender o poder que tem nas mãos, e que certamente contará como apoio de
D’us para propagação da justiça na Terra.
60 A Lei Divina - tanto a que foi ratificada por meio de Noah como por meio de
Moshê – é uma, embora possua legislações específicas para cada caso. Apenas o regimento
espiritual muda, entre o judeu e o gentio, de acordo com a função de cada um “dentro
desta empreitada” de D’us. Assim, os descendentes de Noah, que optam pela justiça e pela
recepção da responsabilidade que tem perante D’us, observam o Pacto de Noah, por ter
sido ele perpetuado no Monte Sinai, e não apenas porque foram dados à Noah. Pois se não
houvesse a Revelação Nacional não haveria comprovação definitiva sobre a Sagrada
Tradição.

61 E os Filhos de Israel, os “Guardiões da Torá” (Torá também no sentido de


“Instrução Divina”) foram ordenados a ensinar sobre a “Tradição Sagrada”, os Sete
Mandamentos Universais aos gentios que optam pelo caminho da Justiça, os gentios
justos. Assim a justiça de uma pessoa está intimamente ligada à observância dela à
Aliança Universal.

62 Quando Moshe subiu ao Monte Sinai, para encontrar-se com D’us, a terra e os céus
tornaram-se unificados de forma especial. Isto é, foi aberta a possibilidade de contato
espiritual e material para que as pessoas possam elevar a si mesmas por intermédio da Lei
Divina. D’us irradiou sua Santidade sobre a Terra. Por isso os fenômenos ocorriam com
tamanha freqüência, conforme os registros das Escrituras. Então, pela primeira vez desde a
Criação do mundo, objetos tornaram-se saturados pela Santidade [ou seja, através dos 613
mandamentos]. Uma das características da Aliança do Sinai é revelar o “divino” em
todas as coisas; isto é, a revelação para os filhos de Israel de que o universo é um
laboratório divino e que eles seriam os responsáveis de trabalhar com estas forças divinas
para beneficiar a humanidade. O pergaminho da Torá, e outros [escritos dos escribas], os
animais ofertados, os utensílios usados no Tabernáculo, e depois no Serviço do Templo, e
os próprios Filhos de Israel tornaram-se sagrados junto ao ETERNO, significando que eles
foram separados especialmente para atender aos propósitos do Pacto do Sinai, para o
Serviço Divino (Shemot 19:6) [27] Assim compreendemos que a energia de Santidade
divina é uma força real e que afeta pelo contato, aqueles que com ela se envolvem mais
diretamente. Esta força provocava diversos fenômenos no Templo e garantem a
prosperidade e bem estar dos povos.

63 Este foi o início da religião verdadeiramente universal, na qual Israel, e os gentios


justos são os fieis representantes. [28] Este foi o ano de 2448 da Criação. [29]
64 Durante os períodos, nos quais o povo Judeu viveu na Terra Santa, a
responsabilidade deles foi a de ensinar a todos os gentios que haviam abandonado a
Tradição, e trocado seus valores pela cultura pagã gerada na época sombria do
afastamento da Divina Presença; a observância dos Sete Mandamentos, e os gentios que
entravam em contato com Israel cumpriam seu legado. Durante os 410 anos do Primeiro
Templo, e os 420 anos do Segundo Templo, os gentios que desejaram habitar na Terra de
Israel, tinham que concordar em observar os Sete Mandamentos; e por meio de sua
fidelidade e devoção, eram permitidos de entrar no Sagrado Templo, e Oferecer ali Ofertas
ao ETERNO. (Zehariah 14:17-18) [30]

Mas com relação às nações do mundo em geral, é exposto um problema:


A influência de Israel sobre as Nações aconteceu, no seu auge, na época de Shelomo,
quando a Terra de Israel era um lugar muito visitado por pessoas de todo o mundo, que
buscavam a sabedoria que dali se ouvia emanar.

65 Mas, a observância dos Mandamentos Universais fora de Israel era rara.


Então, no ano de 4800 da Criação, aproximadamente dois mil anos atrás, D’us tomou uma
decisão drástica para resolver este problema, ao mesmo tempo em que corrigiria Israel de
seus erros. ELE provocou a destruição de Seu Sagrado Templo, o centro religioso da vida
judaica da época, e exilou seu Povo Israel “aos quatro cantos da terra” – por assim dizer -
onde eles permanecem em sua maioria, até os dias de hoje. Como está estabelecido no
Talmud, “o Povo Judeu foi enviado ao exílio, para que se multipliquem os convertidos”,
significando que Israel deve ensinar as Nações à abandonar suas heranças idólatras e
assumir o Pacto original, que é o Pacto de Noah. Convertido aqui não se refere à
conversão ao Judaísmo conforme as normas do Pacto do Sinai, mas ao abandono da
Herança Idólatra e aceitação da Aliança Universal que “converte” os maus caminhos dos
povos num caminho de Justiça, conforme proposto pela Torá. [31]

66 A intenção foi a de que o povo Judeu proclamasse a fé no D’us de seus


antepassados, e trouxessem todos os povos do mundo em unificação com D’us;
transmitindo-lhes os Sete Mandamentos Universais de Noah. Mas o que os judeus
encontraram na sua chegada ao exílio, foi um mundo tenebroso. Misturados em diversas
culturas que derivam das noções idólatras do passado, os judeus tiveram que se esforçar
para manter a própria Tradição, ou seriam absorvidos pelos modos, costumes e crenças dos
seus vizinhos. Falhando assim se em sua própria missão conforme o Pacto do Sinai.
Tiveram que se proteger com o Mandamento, “guarda-te de não te unires a elas,
seguindo-as, depois de serem destruídas de diante de ti, e não indagues acerca dos seus
deuses, dizendo, ‘De que modo serviam estas nações a seus deuses, do mesmo modo
também farei eu’.” (Devarim 12:30) Pois o poder deste Mandamento capacitou os judeus
a não se deixarem consumir pela Assimilação.

67 Além disso, os judeus encontraram pessoas que os odiavam mesmo antes de


conhecê-los, que foram hostis e violentas; e procuravam apenas tentar convertê-los à
herança idólatra que herdaram de seus antepassados, recusando-se a ouvir o que os judeus
tinham a dizer sobre servir à D’us. Estes foram os cristãos católicos e protestantes; que
muito mal causaram aos Filhos de Israel.

68 Mas existem também, males hodiernos específicos que precisam de nossa atenção:
Primeiro, o desprezo à espiritualidade pela humanidade, atingiu um estado desesperador.
Metade do mundo adotou [ou pratica em sua vida] o conceito filosófico do Ateísmo (que é
considerado pelos judeus como o pior tipo de Idolatria), e grande parte do resto do mundo,
mesmo com suas religiões idólatras tradicionais, procura a profanação da sexualidade, a
imoralidade e a exclusiva ocupação com a materialidade ao invés de trabalharem pela paz
mundial.
Suas sociedades não podem impedir o crime, a violência, a miséria e a opressão em seu
meio, e na verdade eles mesmos alimentam tais males. Assim as nações estão sentindo as
dores de suas escolhas errôneas.

69 Em segundo lugar, existe uma inspiração ao ecumenismo, largamente propagado


pelos sistemas de comunicação, que promove uma maneira “auto-baseada” de “servir” à
D’us, sem parâmetros ou compromisso com a Tradição oriunda do primeiro homem,
transmitida por Noah e perpetuada pela Revelação do Sinai.
Esta visão “ilegal” (quero dizer, não de acordo com a Lei Divina) de um serviço Divino de
acordo com a visão humana e não de acordo com o instituído pelo próprio D’us, não mais
reflete as verdades da Torá, preservadas pelo Judaísmo. Estes problemas têm causado
desuso das faculdades espirituais humanas e inquietação de alma no homem moderno.
Ainda que muitas pessoas queiram viver uma vida espiritualizada, mais e mais suas
religiões as decepcionaram ou não as completam.

70 Porém, D’us finalmente trouxe o tempo apropriado no qual os próprios gentios


tomem consciência de se aproximar de D’us e de Sua Torá, como está Escrito:

Assim disse o ETERNO dos Exércitos: Naqueles dias, 10 homens de


diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes de
um judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está
contigo!
(Zehariah 8:23)
Isso significa que D’us Mesmo está motivando as pessoas para que por sua livre e
espontânea vontade; aproximem-se de Sua Lei.

NOTAS
[1] Talmud de Babilônia.
[2] ...mesma citação.
[3] Comentário de RASHI, sobre Va-Icrá {Levítico} 1:1, “dizendo....”
[4] RASHI é o acrônimo de “Rabino Shelomo filho de Itzhak”, autor da maioria dos
comentários das Escrituras e do Talmud. Rashi viveu na França Medieval, nascido no ano
de 1040 da Era Comum (4800 da Criação). Mesmo que ele explique na maioria das vezes o
significado literal dos textos, de modo que até uma criança pequena seja capaz de entender
seu comentário, estes também atingem níveis espirituais extremamente elevados, e difíceis
até para os mais avançados sábios.
[5] Do livro, {Capítulos} “Ética” dos Pais, ou Pirkei Avot, 5:6
[6] Do Livro, Midrásh Rabáh, Bati L’Gani, Maamar {discurso} do Sexto Rebe de
Lubavicht, Rabi Iosséf Itzhak Shneerson, de abençoada memória.
[7] Talmud de Babilônia.
[8] Do Livro Ta’amei HaMinhaguim {A Lógica dos Costumes}
[9] Comentário de RASHI, sobre Bereshit 25:22, “E eles lutaram”; e sobre o comentário de
Bereshit 28:11, “E ele pousou no local”
[10] ...do mesmo... Bereshit 11:1 “uma outra explicação...”
[11] Talmud de Jerusalém, comentário de RASHI sobre Bereshit 11:1
[12] Do Livro, Zohar (Esplendor), Ialkut Me’Am LoEz
[13] O comentário de RASHI, sobre Bereshit 18:21, onde é mencionado que os naturais de
Sodom mataram cruelmente, um estrangeiro e uma garota, por darem alimento a um
pedinte.
[14] O comentário de RASHI sobre Shemot 7:22, que estabelece que quando a primeira das
dez pragas, que transformou o rio em sangue, estava cumprida, o Faraó disse para Moshê e
Aharon, “Você traz magia ao Egito, que já é cheio de Magia?”
[15] Comentário de RASHI em Bereshit 26:5
[16] Comentário de RASHI em Bereshit 37:2, “E Iosséf trouxe más notícias ao seu pai...”
[17] Comentário de RASHI em Bereshit 46:28, “Na frente dele...”
[18] Comentário de RASHI em Shemot 5:4, “Ide as vossas cargas...”
[19] Comentário de RASHI sobre Shemot 2:1, “E ele tomou a filha de Levi...”
[20] Livro Likutei Sihot, do Rabino Menahem Mendel Schneerson, volume 13, página 30
[21] Comentário de RASHI sobre Shemot 7:15, “Ele foi às águas...”
[22] Livro Beit Elokim, de Moshê de Trani, citado na obra Shaar HaIessodot
[23] Mas permanecendo aproximadamente, quarenta polegadas acima da Terra
[24] Comentário de RASHI sobre Shemot 20:15, “E todo o povo viu...”
[25] Do Livro da Nossa Herança, volume 3,página 86
[26] Livro Mishnê Torá, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 11
[27] Do Livro Torá Or {Luz da Torá}, de Shneur Zalman da cidade de Liadi, página 68ª
[28] Do Livro, o Santuário desconhecido, Uma peregrinação de Roma à Israel, páginas
147-149
[29] Do Livro Seder HaDorot
[30] Talmud de Babilônia
[31] Talmud de Babilônia
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CURSO DAS 7 LEIS DE NOAH

Classe #1
Os Mandamentos Noahides:
História, significado e modo de vida.
NOTAS:
• As páginas na WEB de conteúdo Noahide em Inglês, www.asknoah.org; e em
Português www.bneinoahdobrasil.com.br; são para enriquecimento do
conhecimento e não são necessárias para responder as questões.
• As provas para a lição 1 serão enviadas em alguns dias.
• Todas as provas da tua classe “# 1” deverão ser enviadas para o assistente
Alberto para avaliação, no bneinoahdobrasil@yahoo.com.br.

AS 7 LEIS DE NOAH – A HERANÇA DAS NAÇÕES


Fonte textual: Do livro The Path of the Righteous Gentile / “O caminho do gentio justo”,
por C. Clorfene e Y. Rogalsky.

Introdução do capítulo 1
Texto original on-line, para estudo particular no:
http://moshiach.com/action/morality/in-depth.php

Nota: Embora estas lições contenham algumas citações à fonte textual (do livro
anteriormente mencionado), os alunos do Bnei Noah do Brasil devem estudar “este” texto
enviado como propósito do curso, e não necessariamente precisarão da Obra que utilizamos
para responder as perguntas. Os textos em “azul” são comentários auxiliares, para ajudar na
compreensão da Filosofia Judaica presente no texto, elaborados pela equipe do Bnei Noah
do Brasil.
1 A doutrina dos Sete Mandamentos de Noah traz ao mundo a idéia judaica da
unicidade. Na verdade, a própria idéia de unicidade religiosa surgiu no Judaísmo. Pois
dentre as religiões do mundo, o pensamento corrente é que a pessoa apenas é justa se se
converter àquela religião; enquanto que no Judaísmo a doutrina base, é que todas as
pessoas têm sua Aliança com D’us; sem necessidade de tornar-se judeu por intermédio
da conversão.

2 Aonde quer que este conceito esteja para além do pensamento judaico, ele foi
tomado dos judeus. [1] E quando nós falamos em unicidade, queremos dizer tanto a
unicidade de D’us como a unicidade da humanidade. A unicidade de D’us; é a
compreensão de que existe um Uno e Único D’us para todos os seres humanos do mundo;
em contraste com a crença de que haveria um deus para cada nação, que favoreceria
apenas seu próprio povo. Depois a unicidade da humanidade, pela crença na Criação de
D’us de um único homem, e não de várias raças de homens em separado, como nas
crenças politeístas. Assim, para o Judaísmo, os seres humanos são todos de uma mesma
fonte, apenas separados pelo seu comportamento.

3 A unicidade de D’us refere-se ao Monoteísmo de Avraham, e a unicidade da


humanidade refere-se a uma visão de mundo em que todas as pessoas venham servir à D’us
em paz e harmonia. Não é a visão de que todos devam ser convertidos, um dia, ao
Judaísmo conforme o Pacto do Sinai. E sim que as pessoas observem o Judaísmo de
acordo com o Pacto de Noah e suas 7 Leis.

4 No entanto, o Judaísmo entende a unidade sob uma perspectiva completamente


diferente: ensina que existem dois caminhos, e não apenas um. [2] Um caminho é o do
gentio. O outro caminho é o do judeu. Isto é, D’us escolheu o modo de vida ideal da
maioria da humanidade; ao mesmo tempo em que escolheu o comportamento necessário
para que Israel cumpra sua missão. Ao viverem de acordo com as normas estabelecidas
por D’us, ambos estarão apenas fazendo aquilo que D’us lhes ordenou; sem privilégios ou
comparação hierárquica. Quando D’us estabeleceu a observância da Torá com seus 613
Mandamentos, fez isto apenas para Israel. D’us não obrigou as nações a aceitarem as
observâncias rituais da Torá, nem vinculou seu status de justiça a elas. As nações
continuam com o dever de observar as 7 Leis de Noah e sua moral, com as quais
estabelecem sua justiça perante D’us.

5 O judeu trilha seu caminho, e o gentio trilha o seu, e assim teremos a verdadeira
unicidade: o único D’us é encontrado em ambos os caminhos, porque o único D’us foi
quem nos deu a ambos. Não é por desejar ser o que não é que uma pessoa demonstra ter
fé na Torá ou no Judaísmo. Ou seja, embora devamos dar importância ao que significa
“ser judeu”; isto de modo algum deve nos servir de incentivo para “tornar-se judeu”;
uma vez que “toda” a criação de D’us tem seu propósito sublime e, portanto, o gentio é
tão importante para D’us como o próprio judeu. Servindo a D’us por meio da
propagação e incentivo a pratica do bem, é que a maioria dos membros da humanidade, os
gentios; provam sua fé na Torá de D’us. Não é preciso “ser judeu” para ser justo e,
portanto, a pessoa deve compreender que também é fruto da Vontade de D’us, sendo
gentio, tanto quanto o Judeu.

6 As Leis Noahides definem o caminho que D’us deu para todos os povos não-
judaicos do mundo. [3] São o reflexo da Vontade de D’us para cada ser humano vivo. A
vida religiosa - mais repleta de regras - tal como a vida judaica, não aconteceu por acaso.
Se no caso de Israel, a responsabilidade foi aumentada, o motivo que levou a isto deve ser
investigado e levado em consideração para tornar possível a compreensão deste
acontecimento; e sua utilidade para o mundo. Não existe, pois, a noção de preferência
de D’us por Israel. A existência de Israel foi necessária para o mundo tanto no passado,
como hoje em dia.

7 As Sete Leis de Noah representam a mais antiga das filosofias éticas, e são
preceitos tão antigos quanto qualquer religião, pois elas foram dadas à Adam, o primeiro
homem, no dia da sua criação. [4] Surpreendentemente, as Sete Leis de Noah continuam a
ser novidade e a menos popular de todas as doutrinas religiosas. A surpresa no caso, diz
respeito ao fato de que todos os povos guardaram consigo algo desta tradição; uns de uma
maneira e outros de outra, em maior ou menor grau; e mesmo assim, muitos estranham o
fato de saberem que possuem uma Aliança com D’us independente das religiões existentes
no mundo; uma Aliança estabelecida deste o princípio da história.

8 A humanidade tem tentado mantê-las como novidade, ignorando-as continuamente,


[por um longo período] na história. Esta tem sido a estratégia de religiões tais como o
Cristianismo, que durante muito tempo fomentou preconceito no coração das pessoas,
contra os judeus; para que os gentios não se aproximassem destes para conhecer sua
cultura, práticas e conhecimentos religiosos. A propaganda anti-semita tornou as pessoas
preconceituosas contra aquilo que sequer conheciam; e assim as nações não receberam o
conhecimento das 7 Leis de Noah apesar do conhecimento da existência de Israel.

9 Mas agora, nestes últimos dias, quando os passos de Mashiach (Messias) podem ser
ouvidos por todos aqueles que estão atentos, os Sete Mandamentos de Noah devem
finalmente ser estudados e observados por todas as pessoas de todas as nações. Um dos
fenômenos considerado “passos” de Mashiah, é o despertar do interesse das pessoas para
com o Judaísmo apesar de séculos de propagação do Anti-Semitismo. Além disso, o anti-
semitismo ainda vive no coração de milhões de pessoas; incluindo pessoas influentes no
meio social de todos os povos do mundo e, portanto, boa parte da população manipulada
pela mídia continua sob esta influencia. Porém o fato de que os milhares de pessoas ao
redor do mundo que estão dando ouvidos aos ensinamentos da Torá através do Judaísmo
indicam uma “ação Divina” entre as nações, que está levando os povos ao reconhecimento
da sua verdadeira herança e, finalmente, ao retorno das nações que provocará a Vinda do
Mashiah.

10 A palavra “mandamento” é a tradução da palavra hebraica ‫ מצווה‬Mitzvá, a qual


também significa “conexão”. Isto é assim, por que ao observar os Mandamentos de D’us,
a pessoa torna-se conecta com a vontade e infinita sabedoria de D’us, e conseqüentemente
permitindo que uma luz divina brilhe sobre sua alma. E esta conexão é possível à todos os
seres humanos do mundo; pois todos receberam de D’us, Mandamentos a cumprir.

11 Esta luz divina é eterna, e nela sua alma recebe recompensa eterna. [5] A
recompensa pela observância dos 7 Mandamentos; beneficia tanto o mundo físico como
garante ao observante sua “porção” do Mundo Vindouro; que é o futuro abençoado no
qual este planeta será purgado de seus malfeitores; e habitado apenas por Justos. Fala-se
de “porção”; porque este benefício será dividido com muitos outros também observantes
das Leis de D’us. Mas de qualquer forma, o prazer, a sabedoria e a compreensão da
grandeza do Mundo Vindouro serão proporcionais ao merecimento do Justo, mediante
sua dedicação em conhecer e praticar as Leis de D’us neste mundo.

12 Por observar os Sete Mandamentos de Noah, o gentio cumpre o propósito da sua


criação e recebe uma porção no Mundo Vindouro, o abençoado mundo dos justos. O
propósito da criação das nações é para que reconheçam Seu Criador e busquem Sua
Sabedoria. Foi para sua própria felicidade que o homem foi criado, e recebeu de D’us
seu direito de existir. Os Mandamentos que D’us outorgou a todos os povos, resumem a
força Divina que paira sobre todas as pessoas, possibilitando que elas progridam
espiritualmente; melhorando a si mesmas e ao mundo.

13 A barreira que deve ser eliminada como preparação para a observância das Sete
Leis de Noah é a aceitação da idéia de que o caminho da humanidade rumo ao Pai é
preservado através dos ensinamentos dos rabinos [observantes]. Vivemos num mundo, no
qual autoridades não são mais consideradas dignas de respeito [nem mesmo a autoridade
de D’us]. Assim, as pessoas não mais levam a sério a noção de organização hierárquica
humana; no que toca ao “conhecimento”. Porque, em quaisquer outras áreas, a Torá
iguala todos os seres humanos numa mesma categoria. Porém, quando o assunto é
conhecimento, a Torá exige de cada homem que respeite seu próximo, aquele que é mais
sábio do que ele. E a sabedoria é o conhecimento e prática dos Mandamentos de D’us.
Assim o gentio pode ter dificuldades, quando compara a estrutura rabínica de eruditos; à
estrutura eclesiástica dos templos; nos quais o sacerdote ou líder religioso nem sempre é
alfabetizado, e muito menos conhecedor do que deveria; para se pronunciar em nome de
D’us. Mesmo assim, as pessoas obedecem a suas determinações, sem considerar que ele é
ignorante no tema. Então as pessoas em geral não estão acostumadas a reconhecer e
respeitar um Erudito. Esta barreira é um dos primeiros obstáculos que Noahides precisam
superar para que possam desfrutar do conhecimento de D’us.

14 A rebelião contra a santidade da autoridade rabínica [transmitida] e contra a


tradição existe em nosso meio desde aqueles primeiros dias no deserto do Sinai, quando
os seguidores de Korah lideraram uma revolta contra a absoluta autoridade rabínica, como
nós aprendemos na Torá, “E a congregaram-se contra Moisés e contra Aarão, e
disseram-lhes: Bastai-vos! Pois toda a congregação, todos eles são santos, e entre eles
se acha o ETERNO; e porque vos elevais sobre a congregação do ETERNO?”
(Bamidbar/ Num 16:3). Por meio desta declaração, Korah desejou persuadir o povo, para
que imaginassem que; pelo fato de Moshe estar junto com o povo, na ocasião da
revelação do Sinai; D’us estaria igualando Moshe e o povo num mesmo nível e, portanto,
removendo sua autoridade legislativa sobre o povo. Assim cada membro do povo, que se
devotasse ao “sacerdócio” tal como Moshe, teria a autoridade plena em suas mãos, e faria
o que achar melhor; tal como imaginavam que Moshe fazia o que bem entendia, e que D’us
era com ele. Este erro grotesco, de imaginar D’us atendendo aos caprichos humanos e
favorecendo o comportamento hipócrita; tornou Korah e seu bando, violadores da Lei
contra Blasfêmia; e eles não foram tidos por inocentes neste crime e receberam a pena
capital pelas mãos dos Céus.

15 No final, D’us realizou um grande milagre para demonstrar Sua referência à


autoridade de Moisés, “e a terra abriu sua boca e tragou a eles e as suas casas – a todos
os homens de Korah e a todos os seus bens. E eles, junto com tudo que era deles,
desceram vivos ao abismo, e a terra cobriu-os e desapareceram do meio da
congregação” (Bamidbar/ Num 16: 32,33). As lições da Torá são eternas como vemos por
todos os que, através das eras, imitaram as ações de Korah e seu bando. Isto é, este assunto
apenas ficou registrado pela lição que transmite: Embora Moshe (Moisés) mesmo, nada
houvesse dito para que respeitassem sua autoridade; D’us Mesmo manifestou Seu poder de
modo a favorecer Moshe perante seus rivais e assim deixar claro ao povo que a
autoridade da interpretação da Torá estava sendo dada à Moshe, que representava ali
todos os eruditos da Torá, que segundo seu exemplo; dedicam suas vidas inteiras ao
estudo e conhecimento profundo da Torá. Então um rabino é um especialista em Torá; tal
como um médico é sobre o corpo humano; e ambos representam a palavra final naquilo
em que se especializaram. Além disso, D’us estabeleceu neste verso que, desafiar a
autoridade dos Mestres Eruditos é um crime passível de pena capital, pelas mãos dos
Céus.

16 Quando D’us deu a Torá ao povo judeu no Monte Sinai, o povo aceitou toda a Torá
Escrita de boa vontade, mas D’us teve que erguer a montanha sob suas cabeças, e
ameaçar lançá-la sobre eles, para persuadi-los a aceitar a Torá Oral, [6] que é, a
interpretação rabínica [transmitida] das Escrituras Hebraicas. O fenômeno do
erguimento da Montanha sobre os Filhos de Israel é baseado no versículo da Torá em
Shemot 19:17 que declara:‫ ְבּ ַת ְחתִּית ָההָר‬,‫ וַיִּ ְתיַצְּבוּ‬e estiveram ao pé do monte. Esta
declaração pode também ser lida - de acordo com a terminologia que usa = “E estiveram
embaixo do Monte”. Assim aprendemos que se de acordo com seu sentido simples o texto
indica que o povo estava ao sopé do Sinai; de acordo com seu sentido exegético, o texto
indica que a Montanha foi arrancada do seu lugar na ocasião do fenômeno, e foi
sustentada por sobre todas as pessoas ali presentes. O Talmud corrobora neste verso a
informação da Tradição de que os Filhos de Israel foram pressionados à aceitarem a Torá
Oral, caso contrário seriam sepultados embaixo daquela montanha.

17 Se os judeus tiveram dificuldades em aceitar a Torá Oral como não menos divina
que a Torá Escrita; tanto mais difícil deve ser para um não-judeu. Porque o não judeu não
teve a educação judaica e, portanto, pode não compreender como o líder religioso do
Judaísmo se diferencia de um Padre ou Pastor; cuja autoridade é considerada espiritual.
O rabino tem autoridade legal, ou Legislativa; sobre a Torá e seu significado. Sendo
assim, a pessoa terá que compreender que a interpretação da Torá não é realizada apenas
pela criatividade do estudioso (sob a desculpa de inspiração sobrenatural...) antes, é
avaliada de acordo com os 4 regras de interpretação: P’shat (Literal) – Remez (Alusivo)
– Drush (Hermenêutico) – Sod (Oculto); mais as 13 regras de hermenêuticas; aprendidas
de Moshe e preservadas pela Sagrada Tradição.

18 Os gentios, portanto devem aceitar as instruções dos rabinos [7], pois a fonte de
compreensão dos Sete Mandamentos encontra-se no Talmud e escritos rabínicos
posteriores a este, e em nenhum outro lugar. Devem compreender que são os eruditos no
tema que tem plena autoridade para indicar-lhes o real significado das coisas. Assim
como não se questiona a decisão de um médico, não se questiona a decisão de um rabino.
Isto é, do mesmo modo que um médico não fará declarações absurdas sobre uma pessoa
por ser conhecedor do tema sobre o qual expressa seu parecer; do mesmo modo, um
rabino não fará declarações absurdas sobre a Lei e, portanto, seu veredicto é confiável.
No entanto, os próprios sábios salientam que um rabino que não seja completamente
erudito; é pior para o mundo do que os homens da geração do dilúvio foram. O mesmo se
poderia dizer em relação a um médico incompetente. Isto porque o Judaísmo também
legisla sobre conhecimentos “não exatos” ou “não Haláhicos”, como temas de caráter
filosófico, que apresentam circunstâncias específicas e, portanto, suscetíveis a erros,
exigindo maior experiência e amplitude de conhecimentos. Porém no que toca à Halahá
(lei normativa judaica) o Judaísmo possui uma legislação exata e definida. E mesmo com a
crise espiritual que Israel vem sofrendo, na qual judeus não eruditos são nomeados
“rabinos” por comunidades não observantes; as pessoas devem ter sempre o bom senso
de compreender que um verdadeiro erudito da Torá, antes de qualquer coisa, será um
real observante de Seus Mandamentos; exatamente de acordo com os antigos mestres do
Judaísmo, desde a época talmúdica.

19 O gentio, assim como o judeu, deve se referir aos membros das nações não-judaicas
do mundo como Noahides. Isto é, compreender que eles são os descendentes de Noah. As
pessoas devem compreender que são de uma mesma origem; e que suas culturas adaptadas
ao pensamento e preconceito individual de alguns; deve por fim ceder espaço ao
universalismo das Leis de Noah que constituem a herança original das nações.

20 Vendo que os descendentes de Noah, ou Noahides têm um único e específico


regimento espiritual no mundo, é preciso saber que esta espiritualidade é de tal forma
estabelecida na Torá, que proporciona conhecimentos [com o potencial para ser]
extremamente elevados. Tudo dependerá da postura dos povos e seus representantes na
busca sincera pela Sabedoria de D’us e pela prática da Justiça.

21 Os Bnei Noah são [e devem ser] correligionários dos Bnei Israel. Israel não pode
retificar o mundo sozinho; e precisa tanto das nações como as nações precisam de Israel.

22 Juntos, eles são parceiros pacíficos no esforço para aperfeiçoar o mundo e assim
satisfazer à D’us. O objetivo Divino que deve ser “satisfeito” é o estabelecimento da paz
entre os homens e sua completa dedicação à busca pela Sabedoria.

23 “O Caminho do Gentio Justo” é o chamado para ação; tanto para judeus como
para não-judeus, tanto ao Israelita como ao Noahide. Como o grande sábio, o rabino
Tarfon disse: “O dia é curto, o trabalho é longo, os trabalhadores são preguiçosos, a
recompensa é grande e o Patrão é exigente”. [8]
Tudo isto depende de nós, o que inclui você.
24 E, portanto, este curso-introdutório das Sete Leis de Noah foi preparado para
proporcionar conscientização desta verdade.

25 Isto quer dizer que, este não é um documento de autoridade final – até porque esta
missão compete aos especialistas, os rabinos - mas é um meio pelo qual uma pessoa pode
se familiarizar profundamente com o tema. Assim, tratamos daquilo que as Leis de Noah
evidenciam de acordo com a Torá Escrita e Oral. Não são todos os Rabinos que são
versados em todos os aspectos do Judaísmo, assim como os médicos são divididos em suas
funções e especializações; do mesmo modo são os rabinos. Portanto, não colocamos este
documento como se houvesse sido escrito por um grande Rabino, e sim como um meio pelo
qual, conscientizamos os Noahides à sua real missão espiritual; e compreensão, a fim de
que se libertem das dúvidas gerais e prossigam rumo ao conhecimento de D’us pelo estudo
da Sabedoria de Israel.
26 Nós esperamos e oramos para que o D’us de Avraham, de Itzhak e de Israel perdoe
qualquer erro que este trabalho possa ter, e que este se torne um instrumento para trazer a
humanidade mais perto do seu Pai dos Céus.
Possa Sua Presença ser Revelada neste mundo, prontamente e em nossos
dias; e habitar entre nós para sempre.
‫אמן‬
Notas:
[1] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 1, Lei 2.
[2] no mesmo, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 10
[3] no mesmo; capítulo 8, Lei 10
[4] no mesmo, capítulo 9, Lei 1
[5] Likutei Torá, Rav Shneur Zalman de Liadi, comentando Behukotai, página 45, coluna 3.
[6] Talmud Babilônico, Tratado de Shabat 88a. A Tradição Oral da Torá, que é sua
explicação minuciosa e que abrange não só a Lei de Moisés, mas todas as Escrituras
Sagradas Hebraicas; é passada geração após geração pela Tradição Rabínica. Esta Tradição
contém a interpretação primordial das Escrituras de acordo com seus editores e redatores
originais e os discípulos deles; e o conjunto destas informações é intitulado: Massorah. As
Escrituras que temos hoje, possuem seu texto completamente preservado e livre de
equívocos, graças ao trabalho daqueles que preservaram a Massorah e, portanto é tão
confiável quanto as próprias Escrituras; pois sem ela as Escrituras não existiriam.
[7] Os rabinos refere-se a aceitação voluntária da absoluta autoridade da Torá Escrita e
Oral.
[8] Pirkei Avot (ética dos pais) 1:15.

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‫בס''ד‬
Com a ajuda dos Céus.

Centro Noahide de Estudos

Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO # 2 de 8

O REGIMENTO ESPIRITUAL DOS BNEI NOAH

1 Com relação aos Mandamentos Divinos, toda a humanidade é dividida em duas


classificações gerais: Os Filhos de Israel e os Filhos de Noah. Esta “divisão” ou
“distinção” não é hierárquica, isto é, não se refere a quem é mais ou menos “elevado”
espiritualmente. Para compreender adequadamente a distinção, é necessário lembrar que
o Pacto Universal é a Aliança Original de D’us com “todos” os homens, o que incluía os
hebreus. No entanto, quando os povos abandonaram a Tradição e esta ficou ameaçada de
desaparecer, a Providência divina outorgou aos descendentes de Avraham, isto é, aos
Filhos de Israel a Aliança do Sinai, com o propósito de preservar estas verdades. Mas é
preciso lembrar também, que os Patriarcas foram Noahides; cujo exemplo acatado e
praticado por seus descendentes garantiu a estes últimos, o merecimento para tal missão
dentro do Pacto do Sinai. A partir daí, compreendemos que, enquanto as nações
continuam sua missão Original, os Filhos de Israel receberam a missão específica de
Guardiões da Torá pelo Pacto do Sinai. É neste sentido que a humanidade foi dividida em
duas classificações.

2 Os Filhos de Israel são os judeus; os descendentes por linhagem matrilinear, das 4


esposas do Patriarca Iáacov, juntamente com os convertidos de acordo com a Lei Judaica.
Os convertidos são aqueles que nasceram gentios – e, portanto Bnei Noah - mas que
adotaram por intermédio do rito de conversão, a obrigação da observância da missão e
Aliança do Sinai. Eles, portanto, foram “transferidos” pela Legislação Judaica, do Pacto
de Noah para o Pacto do Sinai. Sua condição espiritual é por isso re-adaptada, para que
possam executar os deveres espirituais que estão admitindo; enquanto adentram na Missão
de Israel de “preservar o conhecimento da Sagrada Tradição” para todos os povos – à
semelhança dos nascidos judeus. Eles também passam a admitir o dever de “trabalhar as
forças espirituais” concedidas à Israel, cujas propriedades são, em resumo, proporcionar
que a Luz Divina flua para todo o Planeta, por intermédio dos 613 Mandamentos. Vale
salientar, portanto, que a Aliança do Sinai não possui um “fim em si mesma” senão o de
oferecer equilíbrio espiritual à todo o mundo. Daí ser grande e pesada a “missão de
Israel” e por isso também, a violação dos Mandamentos do Pacto do Sinai ser tratada com
todo rigor.
3 Eles são ordenados a observar o Pacto do Sinai, que possui 613 Mandamentos
(conexões) conforme registrados na Torá, subdivididos em observâncias tanto individuais
como coletivas. As observâncias do Pacto do Sinai funcionam como suporte espiritual
tanto ao observante, como aos que com ele se relacionam (toda a Comunidade); para que a
Emanação da Divindade siga o seu curso de acordo com os méritos comuns dos homens.
Assim, aquele que cumpre as Leis da Aliança do Sinai deve sempre ter em mente, que o faz
não para si mesmo, mas também para todo o povo de Israel; e conseqüentemente para o
mundo. Este é o motivo dos rabinos declararem – por exemplo – que o judeu que não
observa o Mandamento de Tefilin (Filactérios) é considerado um “pecador de Israel, no
seu corpo”, isto é; ele está prejudicando por sua ignorância, toda a missão da Nação
Judaica em beneficiar os povos por intermédio da sua missão (ou seja, ele prejudica o
“corpo” da nação judaica). Sendo assim, é passível de Karet (sentença de morte por
intervenção divina). Por esta mesma razão e importância, o não judeu; membro da
Aliança Universal, não deve utilizar os aparatos espirituais judaicos, a fim de que não
“profane-os” por intermédio do seu regimento espiritual, cujas forças divinas são
“distintas” daquelas, e direcionadas à outro objetivo (o que inutilizaria o aparato
espiritual, profanando-o conseqüentemente). Quando o gentio não teme à D’us, e se veste
com os adornos judaicos (Tefilin, Tzitzit, Talit) desvia as próprias forças espirituais dos
propósitos estabelecidos por D’us, ao mesmo tempo em que bloqueia o fluir da força
espiritual deste Mandamento sobre o judeu que deveria estar cumprindo esta obrigação.
Sendo assim, prejudica a todos no mundo (incluindo a si mesmo), impedindo que a Luz
divina flua por seu intermédio sobre os membros da Aliança de Noah. Devido a esta
violação, muitas pessoas são espiritualmente prejudicadas, pelo desvio desta energia
divina concedida à cada pessoa na Aliança de Noah. Este erro, em grande escala, provoca
o enfraquecimento da espiritualidade mundial que desviada de seus reais propósitos,
provoca de maus decretos sejam promulgados sobre o mundo, para expurgar estas falhas.
E se este desvio é realizado “em massa” isto é, se milhares de gentios violarem este
regimento, os danos vão ganhando proporções maiores, até que a própria Missão de Israel
é comprometida. Assim, o gentio que “imita” um judeu, profana o Nome de D’us,
tornando-se passível de “pena capital” pelas mãos dos Céus, como explicaram os sábios –
O gentio que “estuda a Torá” (a fim de que imite as práticas judaicas) é passível de pena
de morte. (Talmud, Sanhedrin 59ª).

4 Os Filhos de Noah são os descendentes das setenta nações originais, pelas


quais o mundo foi povoado, isto é, todos os gentios do mundo. A divisão das Setenta
Nações, no seu sentido espiritual, decorre da divisão das Forças Espirituais concedidas
por intermédio de Noah aos seus descendentes. Os povos que receberam estas emanações
da Energia Divina foram abençoados em vários aspectos de sua espiritualidade, e estas
bênçãos refletiram em seus corpos. Eles então foram poupados de muitas doenças e assim,
prolongaram seus dias e adiantaram seu progresso. Suas mulheres eram fortes e não
perdiam os filhos durante a gravidez, que era facilitada em todos os aspectos. A Sagrada
tradição registra que mesmo a fecundação dos óvulos nas mulheres era afetada pelo fluir
da Força divina expressa pelo mandamento de D’us que os descendentes de Noah
herdaram na Aliança, e muitas mulheres tinham mais de um filho por gravidez, todos
saudáveis. Além disto, o desenvolvimento das crianças era favorecido, física e
intelectualmente, o que fortalecia ainda mais o povo que se formava. Assim, os povos
puderam rapidamente se fortalecer e formar impérios poderosos e prósperos. Mas à
medida que foram abandonando a observância da justiça, e na medida em que se esqueceu
de preservar o Pacto Universal, também o fluir da Luz divina sobre eles foi diminuindo,
até cessar por completo; quando então, os povos mergulharam na idolatria.

5 Eles foram ordenados a observar as 7 Leis Universais, as mesmas que foram


observadas pelos hebreus antes do Sinai, e que atualmente vem sendo conhecidas como 7
Leis de Noah, ou 7 Leis Noahídicas. [1] O regimento espiritual das 7 Leis de Noah, foi
outorgado às 70 Nações responsáveis por “re-estabelecer” a espiritualidade do mundo, e
edificá-lo na Justiça de D’us. Assim, os povos têm relação espiritual íntima com o próprio
planeta (que foi destruído uma vez, por causa da não observância do homem ao Pacto
Universal), e a prática da justiça por seu intermédio, garante que toda a energia criativa
de D’us presente em cada partícula material; seja “direcionada” à favor do seu
progresso. Quando as forças espirituais das 7 Leis de Noah seguem seu fluxo normal
através das pessoas (pelo estudo e observância das pessoas), toda partícula de Néfesh
(vida biológica) reage de acordo; proporcionando melhorias em cada indivíduo, desde
saúde física como mental. Quando praticadas em grande escala, promovem que a Energia
Divina flua com mais intensidade, e interfira na própria natureza, acelerando o processo
de “restauração” dos estragos causados pelo homem; e melhorando a qualidade de vida
das pessoas.

6 Estas 7 Leis Universais proíbem a Idolatria, a Blasfêmia, o Assassinato, o Roubo, a


Profanação da Sexualidade, a Tortura de animais mesmo para consumo e ordena o
estabelecimento de Cortes de Justiça. Cada uma destas proibições determina o “limite”
máximo de tolerância da Justiça divina, para com o erro humano. Sabemos que todo ser
humano comete erros. Porém, a preservação destes 7 Mandamentos constitui a
preservação das próprias Forças Divinas que sustentam o Mundo. A manutenção e
preservação da continuidade do fluir desta Força divina foi outorgada à cada membro da
Aliança Universal; a fim de tornar todos os seres humanos “responsáveis uns pelos
outros” à exemplo de Israel. Assim, todo homem e mulher têm em si mesmo, o potencial
para permitir emanar ou bloquear a energia divina expressa pelo Mandamento, com a
qual pode “trabalhar” pela melhoria de si mesmo e do mundo. O potencial desta força não
é mensurável. Assim, quando D’us proíbe a Idolatria; que desvirtua a capacidade humana
de compreender a espiritualidade; proporciona com isso a força espiritual para que o
Noahide internalize a plenitude da Sabedoria de D’us ao estudar sobre Sua palavra. Isso
faz da pessoa, um prisma; no qual a luz divina – por assim dizer - transpassa de forma
uniforme; mas que resulta em várias inspirações e atos positivos, que se observados (seja
individualmente ou coletivamente) proporcionam o Tikun HaOlam, isto é, a plena
restauração da condição espiritual do planeta. Do mesmo modo, quando D’us outorgou o
Mandamento que proíbe a blasfêmia, deu à alma do homem a capacidade de servir de
prisma, para que a Força Divina que reveste o ser humano de temor e lhe inspira à cautela
na observância da justiça, possa se manifestar nele; em suas palavras e atos; a fim de que
não blasfeme contra D’us, isto é; que não julgue mal Suas Ações no mundo. Da mesma
maneira, a proibição contra o assassinato, é uma força Divina que é direcionada à alma
de cada pessoa, para que esta força divida-se em energia e inspiração à prática da
empatia, da caridade; do apoio desinteressado de uns para com os outros, da paciência, da
compreensão. Estas forças neutralizam os efeitos do mau instinto humano, afastando-o da
possibilidade de violar o Mandamento. Do mesmo modo, a energia divina que flui do
Mandamento que proíbe o roubo, penetra da alma que passa a resultar em inspiração à
conscientização do dever de respeitar e conservar o direito à propriedade e desfrute do
próximo; ao mesmo tempo em que diminui o “anseio” à conquista humana; diminuindo a
influência da cobiça pelo seu mau instinto, e capacitando cada pessoa a viver “satisfeita”
com o que tem; ao mesmo tempo em que fica mais ligada à sua realidade espiritual do que
à sua vida material; facilitando sua missão neste mundo. A energia divina expressa pela
proibição contra a profanação da sexualidade; faz da alma o prisma para que a energia
divina do amor verdadeiro e guiado pela razão, que resulta do conhecimento da Lei; flua
de forma ininterrupta, estabelecendo e solidificando a consciência e importância do
relacionamento conjugal, e ao mesmo tempo proporcionando a sensação de felicidade e de
“plenitude”; a fim de fortalecer o exercício da amizade, da confiança e da certeza, perante
D’us e os homens. A Energia divina que flui do preceito contra o consumo do membro de
um animal vivo; resulta num fluir de bondade consciente; que preenche a pessoa de
sentimento de misericórdia e respeito com as criaturas e reconhecimento do elevado valor
dos recursos do mundo; harmonizando desta forma, sua Néfesh com a Néfesh do mundo.
Deste modo, todos os recursos aproveitados no mundo, trabalharão à favor da manutenção
desta mesma espiritualidade, diminuindo a influência do mau instinto que induz ao descaso
e ao desprezo pelas coisas; e proporcionará mais desfrute da vida e apreço pelo ambiente
em que se vive. A Força divina que flui da ordem para estabelecer tribunais de Justiça,
penetrando na alma; permitirá que esta emanação reflita em pensamentos e atitudes que
estejam completamente focadas na busca da Justiça plena, de modo que faz de cada
pessoa, um policial de si mesmo; proporcionando plena consciência do poder que tem nas
mãos, e o incentivo necessário para exercer uma vida comprometida com D’us; mesmo nos
momentos em que não somos observados. Esta força Divina proporciona que tenhamos
coragem e atitude para enfrentar o que é contrário aos princípios divinos, à combater o
mal, deter malfeitores; além de restringir atributos emocionais exacerbados, que possam
interferir num juízo adequado e honesto. Por fim leva à erradicação do mal em potencial e
permite o estabelecimento da paz mundial.
7 Todas as Leis universais são proibitivas, [o que na linguagem judaica, diz-se:
Mandamentos “negativos”]. Mandamentos negativos são aqueles expressos por
declarações do tipo “não faça”... Isso não deve surpreender. É regra da Torá que, os
Mandamentos negativos são de um grau espiritual mais elevado, que os Mandamentos
positivos, e sua observância - a qual necessita de um maior esforço na sua prática, que os
Mandamentos positivos - faz a pessoa merecer maior recompensa da parte de D’us. Quando
uma pessoa recebe uma proibição de D’us, imediatamente percebe a reação de seu
instinto, questionando a ordem. Assim, por mais óbvio que seja o caráter positivo do
Mandamento, o instinto inspira à questionar se “nesta” ou “naquela” situação ele se
aplicaria. Esta motivação, geralmente procura uma brecha oportuna para que a pessoa
desenvolva uma falsa segurança de que um determinado mau ato; não seria considerado
violação do Mandamento sob este ou aquele aspecto. Assim, observar um Mandamento
Negativo é tanto um esforço à favor da Justiça, como uma maneira que subjugar o próprio
instinto. Este duplo esforço proporciona maior recompensa, isto é; reconhecimento de que
a pessoa realmente está trabalhando em busca da Justiça de D’us.
8 Homens e mulheres são exatamente iguais em sua responsabilidade por observar as
7 Leis Universais. [2]
O caráter universal dos Mandamentos toca à Neshamá de cada pessoa. Assim, tanto
homens como mulheres são iguais; tanto na responsabilidade frente à observância; como
no potencial espiritual derivado do Mandamento. É tema de debate, entre os sábios, sobre
a partir de que idade a pessoa se torna totalmente responsável por seus atos em relação aos
7 Mandamentos. Isto é, a partir de quando o Mandamento pode ser perfeitamente
assimilado pela Neshamá; a fim de que esta sirva de prisma para emanação da Luz divina.
9 Uma opinião é a de que isso dependerá da capacidade intelectual de cada indivíduo.
E, portanto a idade pode variar; geralmente favorecendo as meninas que desenvolvem seu
intelecto de forma mais acelerada que os meninos.
10 De acordo com esta visão, assim que a criança possui capacidade de compreender o
significado, é responsabilizada por observar os 7 Mandamentos. Isto é, assim que a criança
é capaz de receber instrução e ser convencida por meio do diálogo a exercer a orientação
de seus pais para agir de acordo com a inspiração dos Mandamentos; ela passa a ser
considerada “instrumento de D’us” para recepção e propagação da luz Divina; de acordo
com sua capacidade. Assim, ela começa seu “relacionamento” próprio com D’us.
11 Outra opinião é a de que a responsabilidade começa apenas após a maturidade
“biológica”, ou seja, após os 13 anos e um dia, para meninos e 12 anos e um dia, para
meninas. [4] Assim, no caso de uma família numerosa, evita-se que os filhos tornem-se
“rivais” uns dos outros, no exercício e demonstração para os pais, da compreensão dos
Mandamentos; ao mesmo tempo em que os “menos desenvolvidos” intelectualmente, não
se sintam desanimados pelo progresso dos demais e corram os riscos de se “entristecer” e
“desistir” da busca pela Sabedoria (D’us nos livre!), por um sentimento de inferioridade.
É dever dos pais, portanto, acatar estas duas observações dos sábios, e aplicar à sua
família da forma que melhor lhes servir, sempre preocupados com a forma em que os filhos
estão compreendendo os Mandamentos; para que exerçam a prática da Justiça de forma
prazerosa.
12 Os Filhos de Noah são permanentemente advertidos com relação às Leis Universais.
Como dissemos todas as nações do Mundo, desde as 70 Nações Primordiais herdaram de
Noah o legado da Justiça e o potencial divino para plena retificação deste mundo; sendo
perfeitamente capazes que estabelecer o Reino de D’us no mundo. Estas forças divinas
estão anexadas à Neshamá de cada pessoa e, portanto; todos os homens possuem em si
mesmos, a inspiração aos Mandamentos. Quando, em está em sua sã consciência, e
afastada das práticas que incitam seu mau instinto; qualquer pessoa pode derivar de seus
próprios pensamentos os aspectos gerais das Leis e reconhecer sua importância. Assim os
Mandamentos Universais estão ligados à consciência de cada pessoa; pelo que, qualquer
um é capaz de compreender sua elevada missão se assim desejar.
13 Isso significa que a “ignorância” não é uma desculpa válida. Pois qualquer pessoa
reconhece nos Mandamentos Universais; que eles representam o caráter básico da
existência humana. Quando uma pessoa viola um Mandamento, primeiro cedeu à seus
instintos animalescos, e depois suprimiu sua razão; por simples determinação pessoal.
Isto é assim, porque a própria Neshamá manifesta seu repúdio à violação do Mandamento
assim que a idéia surge na mente, colocando a pessoa então, num status de plena
responsabilidade por seus atos.
14 Quer dizer, a pessoa não poderá argumentar que não sabia, por exemplo, que
Idolatria era a violação de um dos Mandamentos de D’us. E muito menos poderá dizer que
não sabia ser errado matar ou roubar. Agora, ainda no caso da idolatria, se a pessoa
declarar que não sabia que tal e tal entidade era legalmente um ídolo, isto não é, em si;
ignorância da Lei, mas sim de uma jurisprudência da Lei, o que no caso, é um argumento
válido como defesa, se a pessoa declarar estar arrependida. O caso então é o da pessoa
que viola o Mandamento da idolatria, tendo recebido pela Providência divina,
conhecimentos que lhe capacitem reconhecer que sua prática é errônea; mas tenha
insistido em seu erro. Este conhecimento, sendo ignorado pela pessoa – não pela devoção à
sua idéia de D’us, mas especificamente por seu orgulho e repudio à disciplina – a torna
completamente responsável pela sua decisão.
15 Portanto, o dever de todos é estudar o conteúdo do Pacto Universal, junto à
sabedoria de Israel, para que tenham uma melhor habilidade em observar e transmitir os
ensinamentos a seus filhos. O caminho que leva o homem à D’us é o estudo. Por
intermédio do estudo, a pessoa adquire consciência de seu papel no universo; aprende a
reconhecer a Realidade Absoluta e grandeza de D’us; e torna-se capaz de compreender o
poder de Seus Mandamentos. O exercício do estudo sustenta a vida humana; pois para
“estudar” e buscar sabedoria é que o homem foi criado. Também é propósito da Aliança
Universal a transmissão de seu conhecimento às futuras gerações. Todo Noahide então,
deve explorar a plenitude do significado das Leis Universais, para que possa satisfazer a
sede de saber de seus filhos; a fim de que eles tenham em sua própria casa, as fontes das
quais construirão seu próprio edifício espiritual.

16 Quando um Filho (a) de Noah decide observar os 7 Mandamentos, renunciando sua


herança idólatra e recebendo a herança original das Escrituras, sua Neshamá é elevada em
sabedoria, conhecimento e entendimento perante D’us. Porque são restauradas as
“conexões” de Sua Neshamá com as forças Divinas oriundas dos Mandamentos. Assim a
pessoa recobra seu potencial espiritual e através da busca da sabedoria, e aumenta seu
potencial no ofício de retificar o mundo.

17 E esta é a única forma “real” de comunhão com D’us; isto é, pelo intelecto,
exercitando o estudo da Sua Lei. D’us, o SER Primeiro; criou no homem o mecanismo
perfeito de interação: A Consciência. O ser racional é o único capaz de usufruir o pleno
livre-arbítrio; e é o único capaz de estreitar suas relações (ou romper com) a emanação da
Força Divina nos Mandamentos; tendo a capacidade de restaurar (e destruir) o mundo. A
“comunhão” com D’us ocorre, quando harmonizamos nossos pensamentos com Sua Lei
eterna. Assim refinamos nossa percepção espiritual, a ponto de nos conscientizar da ação
constante de D’us na sustentação do Universo, e na plena contemplação do exercício da
Sua bondade.

18 Isso também determina que os alegados “contatos” com D’us com base nas
emoções, tal como sustentado pela maioria das religiões, não merece crédito, porque são
fantasiosos. Os fenômenos químicos produzidos pelo nosso cérebro, não são sinais da
“presença Divina”. Antes, à compreensão e internalização dos Mandamentos de D’us,
comprovam nossa “comunhão” com Seus propósitos. E o refinamento de nosso caráter, é
o sinal externo da Divina Presença em nós. Não obstante, nossas emoções são importantes,
e devem ser controladas e “utilizadas” pelo nosso intelecto, a fim de exteriorizar nossa
gratidão e confiança em D’us; para facilitar nossa própria absorção de Seus ensinamentos
e bênçãos. Por isso, os profetas se preocupavam muito em “estarem alegres”; sendo esta
uma condição necessária para o exercício da profecia. Porém, “estar alegre” não era o
sinal da profecia; nem uma de suas manifestações, e sim um preparo para proporcionar o
que viria depois. Do mesmo modo, as emoções devem servir de preparo, para que
possamos receber a instrução de D’us e adaptar a ela o nosso pensamento e
comportamento da melhor forma possível. É muito importante servir à D’us com alegria,
mas é mais importante distinguir o fato, de que a alegria é um sentimento humano, não
uma manifestação de D’us.

19 Sensações são produções químicas do cérebro, mediante específicas situações


emocionais que podem ser “provocadas” artificialmente, quando então ativará certas áreas
do cérebro para dar a pessoa a sensação de êxtase. E o êxtase não comprova nenhuma
manifestação Divina, senão que houve excitação emocional. As forças Divinas manifestas
pelos Mandamentos são forças relacionadas à Neshamá. Sua observância proporciona
que a pessoa harmonize seu ser com a Vontade de D’us, e isto acaba resultando numa
completa retificação física, quando então a Néfesh da pessoa recebe o fluir da Luz Divina;
cuja resposta é saúde para o corpo e para a mente. Porém, este é um processo em cadeia,
que dependerá de muitos outros fatores. Além disso, a pessoa que viveu fora da Aliança
pode ter cometido violações, que tenham causado tamanho dano na sua estrutura
espiritual; que precise de anos para plena restauração; talvez até mais do que o tempo de
vida previsto para a pessoa pelo Tribunal Celeste. Como não sabemos a exatidão destas
informações, devemos exercer o estudo e procurar descobrir e explorar o potencial da
força dos Mandamentos, a fim de proporcionar que estejamos plenamente restaurados
perante D’us, para que o fluir de Sua Luz possa atingir completamente nossa Estrutura
espiritual. A Neshamá de cada e toda pessoa no mundo possui ligação com as 7 Sefirot ou
esferas espirituais da emanação Divina universal; relacionadas aos 7 Mandamentos de
Noah, que estão conectos a atributos emocionais e intelectuais da Neshamá. A plena
retificação de nossa estrutura permite que a Luz Divina que “atravessa” as Sefirot
preencha nossa Neshamá, o que afetará positivamente nossa Néfesh e conseqüentemente,
nossos corpos. Portanto, o contato com D’us sempre resulta primeiramente, na mudança e
melhoria de caráter, no real exercício da espiritualidade; e somente depois em melhoria
física.

20 Mas a pessoa que admite sobre si o Pacto Universal, por ter D’us outorgado a Torá
no Monte Sinai, perpetua a tradição universal, por meio da Tradição de Israel; e torna-se
parte dos ‫( חסדי\צדיקים מאומות העולם‬Lê-se “Hassidei/ Tzadikim M’Umot HaOlam”) -
PIEDOSOS/ JUSTOS, DENTRE AS NAÇÕES DO MUNDO, e recebe o direito de
vivenciar o Mundo Vindouro, que é o futuro reservado aos justos. [5] Esta ligação imediata
com D’us, por intermédio da Sua Aliança exercida com plena consciência, é a
comprovação de que a pessoa está em comunhão com os princípios Divinos. Por isso a Lei
Judaica determina que tal pessoa é um Justo, dentre as nações do mundo; isto é, alguém
capaz de transformar o mundo, pelo poder de D’us no exercer dos Seus Mandamentos; já
que o mundo é apenas sustentado pelos justos que nele habitam. Este status espiritual
proporciona que as orações da pessoa sejam realmente eficazes e influentes perante o
Tribunal Celeste. Mas o “justo” não pode ser “ignorante” para apresentar sua “causa”
perante o Tribunal. Assim, o estudo proporciona plena consciência da sua
responsabilidade perante o Tribunal Celeste; para que Sua intervenção por si mesmo ou
pelos outros; seja eficaz. Porém uma condição básica para comparecer perante o Tribunal
Celeste, isto é, para que uma oração seja influente num julgamento Divino; é o exercício
dos mandamentos por parte do seu representante. O Justo, no entanto, não é
necessariamente o sábio. O justo é aquele que observa os Mandamentos, conforme tem
aprendido. Porém, para que suas alegações, petições e declarações sejam consideradas
perante o Tribunal Celeste de forma efetiva, a pessoa deve argumentar perante D’us com
sabedoria, sendo tanto justo como sábio. Esta é a base da oração intercessora.

21 As Sagradas Escrituras convidam todos os povos à aceitar a responsabilidade de


cumprir os 7 Mandamentos Universais, tanto quanto ordena aos Filhos de Israel observar
os 613 Mandamentos do Pacto do Sinai; e legisla que, quando as 12 tribos forem re-
estabelecidas em Israel pelo Mashiah verdadeiro, o gentio que desejar habitar em Israel -
intitulado pela Lei Judaica de “Guer Toshav” [Estrangeiro não israelita que reside em
Israel] - será permitidos de ir ao Sagrado Templo de Jerusalém (que este seja re-
construído prontamente e em nossos dias!) onde judeus e gentios justos poderão trazer
Ofertas ao ETERNO, [além de outros benefícios]. [6] Assim os Bnei Noah poderão usufruir
a plenitude do poder de D’us, na restauração do Sagrado Templo; quando então a
espiritualidade do mundo será completamente restaurada e a Presença de D’us será
Manifesta por vários fenômenos benéficos em todas as nações do mundo. Todos os povos
terão plena consciência da realidade de D’us; e unir-se-ão num único e permanente
exercício do Serviço divino. Esta será a instituição da Era de Mashiah, a nova fase da
história da humanidade.

Sobre a possibilidade de contrair mais obrigações religiosas além da


Jurisprudência das Leis de Noah

01 Existem pessoas que desprezam a Tradição Sagrada, por acreditarem que os Filhos
de Noah foram comandados a observar “apenas” estes 7 Mandamentos; desprezando assim
a Vontade de D’us desde a Criação do Mundo. Este pensamento errôneo (de que os 7
Mandamentos do Pacto Universal seriam normas “menos importantes” espiritualmente em
relação às observâncias do Pacto do Sinai) deriva de um erro de interpretação da
mensagem das Escrituras e da missão de Israel, quando a pessoa passa a considerar os
judeus “superiores” aos demais povos e a tratar a eleição de Israel, como uma outorga de
privilégios da parte de D’us. Nada pode estar mais longe da verdade!
Primeiro, é preciso entender que não existe parcialidade em D’us. Ele não outorga aos
homens nada que estes não mereçam realmente, nem concede como benção aquilo que não
lhes é necessário.
Segundo, não existe noção hierárquica no que toca ao relacionamento do homem com
D’us. Isso estabelece que D’us ouve o Sumo Sacerdote de Jerusalém com a mesma atenção
que ouve o mais perverso dos homens que lhe dirija o pensamento, em seu momento de
arrependimento. (No entanto, D’us não considera as orações dos perversos. As recebe...
mas não as considera...) Porém D’us pune os que violam Seus Mandamentos e abençoa os
que dele se ocupam.
Terceiro, Bereshit nos ensina que quando D’us criou o primeiro homem; expressou todos
os deveres que este tem a obrigação de vivenciar, por meio de um único Mandamento.
Isso determina que não é a “quantidade de Mandamentos” que eleva uma pessoa perante
D’us, pois entre o “receber” e o “cumprir” um Mandamento, há uma ponte enorme; pela
qual a maioria não consegue atravessar. D’us outorgou aos homens, mandamentos de
acordo com seu potencial espiritual; e quanto mais elevado for um homem, menos
mandamentos precisará. Por isso, Adam o primeiro, por apenas um Mandamento;
conheceu e compreendeu todas as 7 forças espirituais pelas quais existe o mundo, para
executar suas obrigações perante D’us (pois no seu relacionamento com D’us no Éden, ele
recebeu instruções orais de D’us a respeito das 7 Leis e da tradição à transmitir aos seus
descendentes). Porém após Noah, foi preciso explicar passo a passo, os 7 Mandamentos; a
fim de colaborar na compreensão do homem. (isto é, apesar de Noah e seus filhos serem
plenos conhecedores das 7 Leis de Noah, foi preciso re-interar com ele, a validade da
Aliança, para que Noah soubesse que estava sob sua responsabilidade a continuação da
tradição que chegou até ele) E na geração dos Filhos de Israel, D’us outorga os 613
Mandamentos; demonstrando o quanto, os seres humanos haviam declinado de sua
compreensão do Criador; ao mesmo tempo em que ensinava sobre como deveria ser
elaborada a justiça perante os homens. Os Filhos de Israel receberam instruções
minuciosas, intimamente relacionadas com a sua missão no Mundo, como Guardiões da
Torá. Já os Noahides, que não tem obrigação quanto à guarda da Torá, e sim quanto à
observância e desenvolvimento prático das Leis Primordiais de D’us no mundo; para além
dos limites impostos sobre os judeus continuam obrigados à observar as mesmas 7 Leis
Universais; podendo, no entanto, contrair outras observâncias, contato que estejam de
acordo com seu regimento espiritual e colaborem para melhorá-lo e aperfeiçoá-lo. Por
isso sua liberdade é maior – pois uma exigência mínima lhes é imposta sob forma de
Mandamento, e o crescimento espiritual a partir dela, é opcional – ou seja – deve partir de
uma motivação interna, e sincero desejo pela justiça. E assim, quando a completa
restauração do mundo acontecer; até mesmo entre os judeus, a liberdade será maior; pois
o mundo estará mais preparado para receber a emanação da Divindade, e Israel não
precisará mais “guardar” a Torá no sentido dela estar ameaçada pelo risco de
profanação ou desaparecimento. Daí Israel deverá apenas desenvolver a Torá e revelar ao
mundo seus mistérios. Todos os povos serão reunidos por D’us num status espiritual
elevado, de acordo com o mérito de cada pessoa. E o menos “instruído” dos homens desta
época futura, será comparado ao maior sábio desta geração. Portanto, se D’us não
ordenou todas as práticas judaicas aos demais povos, é porque elas não lhes são
necessárias e em nada lhes beneficiariam; senão naquilo que poderiam lhes inspirar pelo
estudo. Já os filhos de Israel precisam tanto do sentido, como da prática de todos os
mandamentos, para conseguirem cumprir sua missão. Mesmo que existam mandamentos
que podem ser observados por Noahides, estes não são os Mandamentos que são “sinais”
entre D’us e Israel; para lhes reafirmar o Pacto do Sinai. E os Mandamentos permitidos
aos Noahides devem ser realizados com, motivação e compreensão corretas; caso
contrário, serão completamente inúteis e não oferecerão o benefício que deles poderia ser
extraído. Assim, qualquer observância em nome de D’us, deve acompanhar o pleno
conhecimento e compreensão do que se está fazendo, para não correr o risco de que seja
considerado Avodá Zará – Culto Estranho e assim consistir numa violação do
Mandamento Noahide contra Idolatria.

02 Tais pessoas erram, desprezando a Legislação que D’us criou desde o princípio; e
não conhecem o motivo da existência do Pacto do Sinai, e da separação de Israel dentre
todas as Nações. Sem tais conhecimentos, as pessoas não são capazes de compreender
porque os Mandamentos de Israel lhe são exclusivos, nem podem assimilar a verdade da
Aliança Universal de D’us.
03 São aqueles que declaram erroneamente que também os gentios deveriam cumprir
os 613 Mandamentos ordenados apenas à Israel, e declaram tal absurdo, sem sequer
conhecer devidamente o conteúdo destes 613 Mandamentos.
Como se não bastasse, que profanem o Nome de D’us por sua observância dos
Mandamentos de Israel, ainda se imaginam “conhecedores” destes Mandamentos; se
passando por judeus, como se D’us lhes aprovasse tal mentira. Fingir ser o que não é, e
agir como um ator representando seu papel é estar vivendo uma ilusão, e estas pessoas
estão assim imaginando estar servindo a D’us, algo que lhes é prejudicial, tanto espiritual
como moralmente. Esta forma de viver por ilusões é indigna de um homem racional e
acaba por levá-lo ao confronto com a Lei Divina; o que anula a validade de todas as suas
“intenções” perante D’us, colocando-o na qualidade de Idólatra, como quaisquer dos
adoradores e estátuas, ídolos e etc. E estas pessoas que ainda defendem seu erro,
escondendo-se atrás do seu orgulho, recusando-se a compreender que sua “realidade” é
na verdade uma “ilusão”, não terão parte no Mundo Vindouro. Estes são os que se dizem
judeus sem ser, e profanam o Nome de D’us por insistirem no cultivo da ignorância, como
disse Shelomo na sua Sabedoria, “o tolo não sabe que faz o mal”.

04 Certamente o que alegam é um absurdo tão grande que nem se dão conta, de que
não estão vivendo de acordo com os Mandamentos que alegam dever cumprir, e nem
estão cumprindo seu “real dever” para com D’us perante o Pacto Universal. Os
Mandamentos do Sinai são específicos e exatos. Se não forem realizados de acordo com as
corretas intenções e de acordo com todos os detalhes práticos da Lei; não surtem qualquer
efeito – mesmo - sobre os judeus. De fato (citando como exemplo de um Mandamento
Judaico extremamente detalhista), sobre o Mandamento de Tefilin (Filactérios), por
exemplo, os rabinos declararam “Aquele que coloca o Tefilin de forma errônea, é como
se não o tivesse colocado”; isto é, basta um único pensamento impróprio, ou uma
imprecisão ou inabilidade prática; para invalidar todo o preceito. O mesmo se diz em
relação ao Shabat. Basta uma única atitude errônea, uma única violação de quaisquer das
melahot (obras) proibidas, e todo o Shabat é profanado. O mesmo para a Oração, e para
assim com os 613 Mandamentos em geral. Assim, os tolos que se vestem de judeus; se
realmente o fossem, seriam péssimos judeus, e profanariam o Nome de D’us tanto quanto o
fazem agora. Pois toda e qualquer pessoa que imagine que D’us ordenou a gentios sobre
quaisquer das práticas do Sinai, demonstra apenas sua completa ignorância dos
Mandamentos de D’us e das Escrituras Hebraicas.

05 Quem não é capaz de observar nem mesmo os Mandamentos Universais,


seguramente não observará apropriadamente o Pacto do Sinai. Pois não se trata de “servir
ao Pacto” e sim de “servir a D’us” de acordo com Suas Determinações. D’us na sua
Fidelidade e Bondade, concedeu a oportunidade de que todos os homens possam estar em
íntima ligação com Seus propósitos. Por isso o Talmud declara de forma inequívoca, que o
gentio que estuda a Torá para cumprir as 7 Leis de Noah, é semelhante ao Sumo
Sacerdote do Templo de Jerusalém. Pois perante D’us não há acepção de pessoas, e D’us
outorgou a todos os homens a mesma oportunidade de desfrutarem da Sabedoria com que
ELE criou o Universo, a Sabedoria da Torá.

06 O Ben/ Bat Noah pode observar muitos dos 613 Mandamentos do Pacto do Sinai, e
por isso receber recompensas adicionais [7]. Isso apenas, se observados com propósitos
voltados para a própria Aliança de Noah; a fim de que sejam fortalecidos em seu serviço
Divino por este recurso extra. No entanto, se a pessoa imagina estar “elevando-se” acima
dos outros Noahides, comete um erro grotesco. As Leis do Sinai permitidas aos Noahides
são forças espirituais pelas quais ele pode fazer uso, para poder concluir missões
espirituais mais difíceis dentro da sua Missão e alcançar elevação espiritual elevada.
Como não são obrigatórias, aquele que optar por não observá-las, contato que seja
observante das 7 Leis e de sua Jurisprudência; não deve ser discriminado por isso.
Portanto, apenas o estudo profundo da Legislação pode proporcionar o conhecimento
adequado sobre como usar a força espiritual de um Mandamento, além das 7 Leis de
Noah.

07 No entanto, o Ben/ Bat Noah deve saber com clareza, “quais” destes Mandamentos
Não Deve Observar; sob o risco de profanar o NOME de D’us, e sua Aliança com as
Nações. É com isso que mais deve se preocupar enquanto estuda sobre o Pacto do Sinai.
Deve compreender que este teve um propósito muito específico; voltado à uma situação
especial, e apenas existe para um específico fim; cuja missão está sob responsabilidade
dos Filhos de Israel. O risco de profanação por parte de um gentio assemelha-se ao risco
de um policial se passar por médico numa mesa cirúrgica. Ele pode ser bom naquilo que
faz, mas certamente matará o paciente se usurpar o lugar do médico em sua função. E
vice-versa!

08 Estes são os Mandamentos (que não devem ser observados pelos gentios) [8]:
a) - Observar o Shabat, da mesma forma pela qual os judeus são obrigados a fazer, ou
seja, observando as restrições das 39 Melahot (obras) proibidas, relativas ao Shabat, que
tem relação com a construção do Mishkán (o Tabernáculo do deserto).
b) - Observar os Iamim Tovim (Feriados Sagrados), como Pessah (Páscoa Judaica), por
exemplo, da mesma forma pela qual os judeus são obrigados a fazer; ou seja, evitando
realizar as proibições semelhantes às do Shabat nestes dias.
c) - Estudar as minúcias da Torá que não se aplicam a gentios de forma alguma, nem
adicionam nada diretamente ao Serviço Religioso Noahide, como por exemplo, os detalhes
práticos das Leis sobre Korbanot (Ofertas) específico dos Sacerdotes, ou Leis de Tefilin
(Filactérios) - tais como fazer, escrever pergaminhos ou mesmo sobre como os colocar; ou
estudar sobre as minúcias do Tzitzit (Franjas), seja sobre como manufaturá-los ou prepará-
los.
e) - Escrever, ou fixar Mezuzá, o pergaminho que contém textos da Torá sobre a ordem de
escrevê-los e colocá-los no batente da entrada de casa.
E até mesmo estudar qualquer trecho da Torá sem propósito prático. A Torá não deve
ser considerada um livro de “leitura devocional”. Antes é um Manual de Estudo profundo.
Portanto, não é correto ler a Torá simplesmente porque não se tem nada pra fazer. Se
precisar de uma leitura ociosa, o Noahide deve se ocupar de outros livros ou revistas, mas
não da Torá. Ele deve reservar do seu tempo, seu momento de concentração, para que
possa se ocupar da Torá de D’us adequadamente.

(NOTA IMPORTANTE: O propósito principal de D’us por meio dos Mandamentos


Universais é ensinar aos Filhos de Noah sobre a Unicidade absoluta de D’us e, portanto,
as ciências da Torá que tratam deste conhecimento, como por exemplo, a Hassidut
(Breslov, Satmar, Chabad, e etc), são permissíveis para o estudo sob orientação de um
professor competente para tal.
A Hassidut (ou Chassidut - “pietismo”) é uma forma “explicada” da Cabalá, sob a ótica
dos grandes mestres hassídicos (Piedosos).
Mas atenção: O estudo da Cabalá por intermédio de ‘auto-intitulados”cabalistas, mesmo
que sejam judeus, é proibido, pois não se trata de Cabalá e sim de opiniões pessoais sobre
ela, as quais; podem e são muitas vezes danosas ao Serviço Divino, especialmente por
violarem (ou induzirem a violação) das proibições sobre Idolatria.
O Ben/ Bat Noah pode sim estudar profundamente a totalidade dos Livros das Escrituras
Sagradas Judaicas, e todos os estudos que possam esclarecer seu conteúdo (comentaristas
e etc). E os estudos da Torá escrita e Oral no propósito que adquirir sabedoria para
prática dos Mandamentos Universais e compreensão adequadas das Escrituras Hebriacas,
são plenamente permitidos. Mas estudos da Torá Escrita e Oral, que tratam
exclusivamente das Leis que regem o Pacto do Sinai, e que não poderão ser executados no
Pacto de Noah, são proibidos exatamente por isso.
O Noahide que estudar porções da Torá (leia, da Sabedoria de Israel) que não lhe digam
respeito – ou seja, sem propósito de real aprendizado e execução – comete uma infração
muito grave). Por estar desprezando a Sabedoria de D’us e removendo de seu exercício
sua essência real, que é conduzir à sua prática. Não se deve buscar erudição estática, mas
sim a real erudição; que é o conhecimento pleno e prática consciente dos Mandamentos de
D’us. Apenas por meio da prática dos Mandamentos, é que a Plena Retificação do mundo
poderá ocorrer.
09 Caso um Noahide insista em estudar temas da Torá que ele não poderá praticar,
ou se observar o Shabat da mesma forma pela qual os judeus fazem em suas casas – e
vamos supor, não contar isso a ninguém - ou se ele se envolver em outros aspectos não
Noahides da Torá; agindo ocultamente como se fosse judeu, ou se acreditando convertido
ao Judaísmo sem real conversão, esta pessoa viola a Vontade de D’us, e profana o Pacto
Universal pelo qual nasceu, e poderá ser punido por isso, até mesmo por Karet. (Morte
pela ação divina). Desta forma esta pessoa viola a proibição contra Avodá Zará – Culto
Estranho por estar se colocando na posição de “D’us” projetando sua própria opinião
sobre os Mandamentos; isto é, está prestando culto religioso aos próprios pensamentos e
ilusões. Esta pessoa torna-se idólatra e, portanto, passível de pena capital pelas mãos dos
Céus.

(NOTA: A ação divina pode iniciar, punindo-o de maneira geral, para convencê-lo
de parar com tais práticas, pois o conteúdo do Pacto de Israel, não é mera
questão de escolha de caráter religioso ou pessoal, mas é uma Instituição divina,
assim como o próprio Pacto de Noah, e a pessoa deve aprender a submissão à
D’us, e a tratar com seriedade sua sagrada Aliança com a humanidade tanto
quanto Sua Aliança com os judeus).

10 O Ben/ Bat Noah que transgride um dos Mandamentos Universais é passível de


punição por um Tribunal, e caso cometa um crime capital e for punido com a morte, terá
sua porção no mundo vindouro, caso se arrependa. [10] As determinações da Aliança
objetivam o estabelecimento da Justiça na Terra. E a Lei revela o conhecimento de que a
vida humana não começa com o nascimento nem termina com a morte. A pena de morte,
portanto é a remoção da pessoa desta geração, a fim que seus crimes não continuem, nem
inspirem outros ao mesmo ato. Isto apenas ocorre de acordo com as minúcias da Aliança,
à semelhança da legislação do Sinai, cujos requerimentos para execução da pena, são
difíceis de seres plenamente satisfeitos; a menos que se viva numa sociedade ideal. Por
isso, em nossa geração a pena de morte não pode ser instituída, uma vez que a maior parte
da população por sua ignorância da Lei seria passível de pena capital. Sendo assim,
apenas na Era de Mashiah, quando os povos estiverem elevados em sua espiritualidade, e
a Divina Presença de D’us estiver manifesta em Israel, quando então o Supremo Tribunal
da Torá, o Sanhedrin estiver re-estabelecido, a pena capital de acordo com a Torá será
re-instituída. Porém acreditamos que a elevação moral do mundo proporcionará que ela
não precise ser aplicada. Mesmo assim, caso ocorra um crime, é preciso compreender que
a pena se aplica apenas, se todas as determinações minuciosas da Lei forem satisfeitas:
Algumas delas são: o criminoso deve ser conhecedor da Lei em seus pormenores. Deve
executar seu crime perante testemunhas, mesmo que seja apenas uma. (no caso da Aliança
Universal). Esta testemunha deve ser uma pessoa justa e sábia por reconhecimento
público. Seu testemunho deve ser minuciosamente averiguado e confirmado como fato. A
testemunha deve advertir o criminoso sobre o crime e suas conseqüências, antes dele agir.
O criminoso deve responder que apesar disto, cometerá o crime. Se quando for levado a
julgamento, todas estas exigências forem averiguadas e comprovadas, o criminoso recebe
a pena capital. Caso alguma delas não estiver em pleno acordo com a Lei ou não puder ser
comprovada, o criminoso recebe outra penalidade, de acordo com as determinações
rigorosas do pacto, de acordo com o crime cometido.
11 Além disso, um criminoso executado também pode experimentar a re-encarnação
(Guilgul Neshamot) para expiar suas faltas. Também no caso de pessoas que recebam
punições pelas mãos dos Céus, também podem re-encarnar para expiar suas faltas e serem
expostos à situações que possam forçar a melhoria do seu caráter e lhes aumentar os
méritos. E todo criminoso que cometa seu crime de forma tal, que possa receber a pena de
morte; expia pela pena recebida, a sua falta.
Intenções apropriadas para a prática dos Mandamentos

01 A responsabilidade das Sete Leis Universais é um jugo da fé em D’us. Isto é,


somente aqueles que são Teístas (que acreditam em D’us) de acordo com a sabedoria de
Israel, terão sucesso na execução dos Mandamentos de D’us. Tal como no Pacto do Sinai,
o Mandamento realizado de forma errônea não resulta em qualquer benefício proposto
pelo Doador dos Mandamentos, do mesmo modo em que na Aliança de Noah, o
Mandamento praticado sem a devida conscientização em nada resulta. Pois não é mera
questão social e sim, no que toca a espiritualidade humana. Isso significa que as Leis
devem ser observadas somente porque D’us as ordenou. O objetivo dos Mandamentos é a
plena restauração da espiritualidade do mundo, a fim de que as nações restaurem seu
contato com D’us, e melhorem com isso o mundo em todos os seus aspectos. A ordem
divina é ao mesmo tempo a força Divina, e Seu apoio para que o mundo seja um lugar no
qual a Divina Presença possa se manifestar de forma revelada. Então, a motivação dos
Mandamentos deve estar afinada apenas com o propósito de D’us para Seu mundo.

02 Caso o Ben/ Bat Noah observe qualquer destes Mandamentos por outra razão...
nenhuma recompensa espiritual será derivada disto, e a pessoa não estará cumprindo a
vontade de D’us, mas apenas a própria vontade. Este é o erro das religiões criadas pelos
homens. Elas apenas refletem o exercício da vontade humana. Porém o homem carece de
compreensão dos mecanismos das Leis Espirituais que regem o universo. E apenas D’us
pode orientar sobre como tais forças podem e devem ser utilizadas para nosso benefício e
ELE fez isto, ordenando Seus mandamentos. Assim, quando uma pessoa faz um bem, por
motivação própria, a Lei de Midá Knegd Midá (medida por medida) se lhe aplica, e a
pessoa recebe medida por medida de seu ato positivo. Porém, sua Neshamá não será
plenamente beneficiada disto, senão o material ao seu redor. As forças Divinas que devem
fluir pela execução do Mandamento continuarão bloqueadas pela pessoa, até que ela
reconheça o caráter elevado do Mandamento e propósito de D’us na sua promulgação.
Assim, a prática dos mandamentos deve estar associada à fé em D’us. No sentido de
que deve estar em sintonia com os propósitos de D’us para o homem e seu mundo.

03 Caso um Ben/ Bat Noah disser, “estas Leis me parecem corretas ou sensíveis e
benéficas, e, portanto eu vou observá-las” suas ações em relação a isso não conseguirão
nada no mundo espiritual, embora seja uma atitude benéfica de qualquer forma, nenhuma
recompensa espiritual é alcançada. [11] E disto compreende-se que os benefícios
realizados pelas religiões são legislados pela regra de Midá Kenegd Midá. Mas não
colaboram com a plena retificação espiritual do mundo, nem proporcionam que a divina
Presença seja manifesta no mundo; porque apenas estão adequadas aos interesses dos
homens, que geralmente tem raízes egoístas. Mesmo quando faz o bem, o homem procura
por isso a honra, o respeito e enfim, o massagear do seu ego.

04 Quando um Ben/ Bat Noah se envolve, estuda e torna-se bastante conhecedor do


Pacto Universal, ele merece o respeito tal qual o que é devotado ao Kohen Gadol (Sumo
Sacerdote), o qual é o maior grau do sacerdócio de Israel. Isso porque sua função no
mundo, de receptáculo da Luz Divina; é semelhante a função do Sumo Sacerdote na sua
manipulação das Forças Espirituais emanadas pelo Templo para benefício de Israel em
sua missão e de todos os povos. Mesmo o ofício do Templo não atinge seu objetivo se os
povos não se submetem à D’us. Assim tanto o Kohen Gadol quando o Noahide observante
são cruciais para plena retificação do mundo e devem trabalhar em conjunto.

05 Caso um dos Filhos de Noah desejar aceitar sobre si a completa responsabilidade do


Pacto do Sinai (uma aceitação “parcial” não é válida), e aceitar os 613 Mandamentos, ele
ou ela poderá se converter e assim se tornar judeu (ou judia) de forma plena. Esta pessoa
estará modificando, portanto, seu regimento espiritual. Esta conversão deve ser de forma
tal, que preencha todos os requisitos da Lei Judaica; dentre os quais são “pleno
conhecimento das Leis de Noah” que demonstrarão sua sinceridade no exercício da
Vontade de D’us de acordo com a Torá, “pleno conhecimento da missão de Israel no
mundo”, “pleno conhecimento do Plano divino que coloca Israel e os povos como
parceiros na retificação espiritual do mundo”; “pleno conhecimento sobre a prática e
conseqüências espirituais da violação dos Mandamentos do Pacto do Sinai”, “pleno
conhecimento da responsabilidade de Israel e o duro jugo que levam por amor (de D’us) a
todos os povos”, “pleno conhecimento da história de Israel e do resultado de suas
violações destes Mandamentos”; (se for um homem) deve ser circuncidado sob supervisão
de uma Autoridade especialista no assunto. Deve ser testado por um tribunal rigoroso em
todos os pormenores necessários para iniciar sua vida judaica (deve ser conhecedor das
Leis práticas judaicas, que legislam o dia a dia de todo judeu tais como Shabat, Kashrut e
outras). Deve contar com o testemunho de judeus observantes, quanto a sua prática e
compreensão da Lei. Deve passar pelo Mikve (banho ritual) quando então mudará seu
regimento espiritual perante a Lei, e passará – como o judeu – a contrair “tumá”
(impureza ritual) adentrando então efetivamente no Pacto do Sinai e passando a ser
obrigado a cumprir todas as suas determinações. E nunca mais poderá voltar a ser
Noahide.

06 Aquele que escolhe fazer isso é intitulado pela Lei de Guer Tzedek (Convertido
Justo). [13] Isto é, apenas é um convertido autêntico, aquele que é justo; o que neste
contexto refere-se àquele que está determinado a ser observante de todas as
determinações da aliança do Sinai. Os “convertidos” que adotam o modo de vida dos
judeus liberais, ou de quaisquer entidades judaicas não observantes dos Mandamentos;
anulam sua pretensão à “conversão” perante o Tribunal Celeste, e caso não procurem
autoridades observantes para realizar de fato sua conversão, continuam a ser Noahides
em todos os aspectos da Lei sendo, portanto, culpados por sua observância de quaisquer
preceitos da Aliança do Sinai que não se aplicam a Noahides, além de acrescentar a culpa
dos judeus que realizam atos que profanem o Nome de D’us no mundo.

07 É um princípio do Judaísmo, portanto, não procurar converter as pessoas, e quando


uma pessoa procura converter-se, geralmente ela é desencorajada. (Geralmente os motivos
que levaram a pessoa a querer se converter surgiram da errônea interpretação do
significado dos valores judaicos, sejam interpretações positivas ou negativas). E o noahide
que deseja apenas ‘servir à D’us’ não pode ignorar o fato de que pode atingir seu objetivo
pela Aliança Universal. Quando a pessoa não se satisfaz em “servir à D’us”; geralmente
está com pensamentos Judeólatras, isto é, está imaginando que ser judeu “é melhor” que
ser gentio. Mas, quando as motivações para a conversão realmente são as de que a pessoa
simplesmente se apaixonou pelos mandamentos e decidiu colaborar com a Missão de
Israel sem outra motivação que não trabalhar “nesta área” por amor a este modo de vida
proposto por D’us; então a pessoa deverá se converter, e terá aprovação terrena e
celestial.

08 Se a pessoa insiste, e deseja realmente se converter, um conselho de Rabinos


Observantes dos Mandamentos de forma plena e não apenas aparentemente, deve estar
acompanhando a pessoa, e dando um curso sobre Judaísmo, e por isso, eles (os rabinos
responsáveis) devem ser sábios, para realizarem todos os procedimentos exigidos pela Lei
não apenas ritualmente, mas com a intenção correta. Também não basta que sejam apenas
judeus; pois sem todos os requerimentos, a conversão não será válida. Não são os
“judeus” que tem a autoridade sobre a Lei, mas os “eruditos do povo judeu”. Portanto, é
preciso que um rabino observante esteja se responsabilizando pela conversão.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Um judeu que não observe as Leis da Torá precisa ele mesmo fazer
Teshuvá (retorno à prática religiosa) e, portanto, não pode
converter ninguém, mesmo que tenha grandes conhecimentos sobre
Judaísmo!
09 É incorreto pensar que, desde que os Filhos de Israel têm 613 Mandamentos, e os
Filhos de Noah tem 7 Mandamentos, o “nível” espiritual seja proporcional a quantidade de
Mandamentos. Novamente, a falta de compreensão deste assunto leva muitas pessoas a
procurarem conversão. E esta motivação invalida a conversão perante o Tribunal celeste,
mesmo que o Tribunal terreno não consiga detectar o mal. A verdade é que os
Mandamentos Universais são a “fonte” de todos os Mandamentos, e são na verdade, fontes
jurídicas da quais, muitos outros Mandamentos são derivados. Pois é a primeira legislação
de D’us sob o propósito de atender à toda humanidade. Além disso, o mérito de Israel foi
ser eleito para “preservar o importantíssimo conhecimento do Pacto Universal” e não para
pregar ao mundo convidando-o à aderência ao Pacto do Sinai. D’us não ordenou que os
judeus apregoassem que todos deveriam ser judeus para serem servos de D’us. D’us
ordenou a Israel que observasse as normas do Pacto do Sinai a fim de que “seu tesouro”,
a Torá; não fosse profanado pelo desvio das nações, por meio da assimilação. Assim,
Israel declara ao mundo que eles devem servir à D’us de acordo com a Aliança primeira
de D’us com o mundo, o único e perpétuo Pacto de D’us com os povos, as 7 Leis de Noah.

10 Veja só que o propósito do Pacto do Sinai é separar um povo de toda a terra, para
que este povo preserve a herança de todos os demais, de modo que mesmo que todas as
nações tenham abandonado o Conhecimento do ETERNO, poderão voltar à ELE; voltando-
se à tradição preservada por Israel. Portanto, o gentio deve receber de Israel a mensagem
divina, e voltar seu caminho “rumo ao Pacto de Noah” do qual faz parte.
Por isso, todo Ben/ Bat Noah deve ter em mente, que não é o número de Mandamentos que
faz alguém mais importante diante de D’us, até porque, de que adiantaria ter ‘mais
Mandamentos’ e não praticá-los? É preciso entender que o motivo do Pacto do Sinai é
diferente do motivo do Pacto Universal. O Pacto de Noah estabelece o Reino de D’us no
mundo. O Pacto do Sinai estabelece a Preservação das Revelações de D’us entre os
homens.

11 O Pacto Universal visa abençoar a humanidade, dando-lhes um modelo de


civilização que mereça contemplar a Divina Presença, como o modelo do Éden; enquanto
que o Pacto do Sinai visa “preservar a Tradição das Revelações de D’us, desde o Pacto
universal até o próprio Pacto do Sinai” por meio de um povo eleito para isso, a fim de que,
os outros povos tenham sempre ali, a fonte original da Sabedoria Divina, de onde extrairão
suas bênçãos de D’us. Deste modo Israel é o Templo de D’us no mundo, e as nações são
Reino de D’us na Terra. E esta decisão divina foi tomada, devido ao abandono das nações
em relação a Tradição que lhes foi entregue. Israel foi eleito por ter assegurado a
existência da Sagrada Tradição em seu meio; sob quaisquer dificuldades, de modo que
Israel foi instituído Guardião da Torá.

12 Logo, o Pacto do Sinai de fato, separa Israel; mas “à serviço das Nações”, para que
eles transmitam a sabedoria de D’us que ficou ali preservada e que as nações haviam
abandonado em troca da idolatria que somente agora estão se libertando. Os Noahides então
devem aprimorar o mundo e aperfeiçoá-lo, enquanto Israel deve aperfeiçoar a
espiritualidade do mundo; e proporcionar que a Sabedoria de D’us seja mais conhecida e
melhor utilizada. Assim todos servem à D’us usufruindo Suas Bênçãos de acordo com a
Aliança entre D’us e os homens.

13 É estabelecido que a punição pela violação das Leis Universais de Noah, segundo
sua importância, é a pena capital. [15] A violação do requerimento mínimo para que a
justiça divina seja estabelecida no mundo, é um atentado contra a vida humana e
preservação do mundo. Portanto, passível de pena capital.

14 Quem viola as Leis de Noah, tal como os homens antes do dilúvio, atenta contra
toda a humanidade e promove o caos, tal como eles fizeram. De acordo com alguns
sábios, a punição é a mesma se a pessoa transgrediu sabendo ou sendo ignorante da Lei,
pois as Leis de Noah estão na consciência do homem. [16] Devido ao fato de que as Leis
Noahides podem ser deduzidas da própria consciência das pessoas, mesmo que elas não
saibam a respeito da sua importância, como Mandamento de D’us; não obstante suas
almas reagem quando o pensamento do crime surge em suas mentes, de modo que, se sua
atitude for ignorar a noção de certo e errado que todo tem; a pessoa é considerada
plenamente responsável por seus atos.
15 De acordo com outros sábios, um transgressor Noahide que seja ignorante, recebe a
pena de morte, apenas do caso de assassinato. [17] Devido ao fato de que ele pode ter
sido exposto a uma situação inusitada que resultou num crime que, portanto, fora cometido
sem a devida relevância do ato como violação da Lei de D’us. Mas no caso de assassinato,
ele é punido; pois já faz parte da cultura de todos os povos, que matar uma pessoa é um
crime; mesmo que a pessoa não o veja como “mandamento de D’us”. Deste modo, ambas
as opiniões dos sábios são aplicáveis em situações diferentes.
16 Caso os Tribunais Noahides não punam o indivíduo por violar os Mandamentos
Universais, seja por falta de testemunhas ou outro motivo legal, o transgressor será punido
pelo Tribunal Celestial. O exercício das penalidades de acordo com a Lei deve seguir
rigorosamente todas as existências que garantem ao tribunal a autoridade para executar
um criminoso. Dentre estas exigências, está a necessidade de uma testemunha fiel, da
admoestação da testemunha sobre o criminoso antes do seu crime; da recusa verbal do
criminoso em refrear sua conduta mediante o conhecimento de que seu ato é crime e a
pena é a morte; e por fim do ato do crime comprovadamente realizado pelo acusado. Se
alguma destas exigências não estiver plenamente satisfeita, o criminoso não pode ser
executado, mas deve responder por seus crimes com uma pena alternativa e rigorosa de
acordo com a gravidade do seu ato. Caso um criminoso que não tiver comprovado por
completo seu crime (e, portanto não puder ser executado pelo Tribunal humano), não se
arrependa de seus atos, recebe a pena de morte pelas mãos dos Céus; isto é, D’us Mesmo
proporcionará uma situação que levará o criminoso à morte, sem a menor chance de que
este acontecimento seja impedido por parte das autoridades humanas.
17 Caso o Decreto Divino ocorra, e a pessoa morra prematuramente (ainda jovem ou
jovial) o caso é referido como “morte pelas mãos dos Céus”. [18] Se o criminoso morrer,
por um comprovado acidente; ou por outras causas que não tenham interferência humana
intencional, é considerado como a execução da pena de morte pelas mãos dos céus.

O dever de honrar os pais e o dever da Caridade

01 Além das Leis universais, os Filhos de Noah devem assumir a Tradição perpetuada
no Pacto do Sinai, sobre honrar pai e mãe. [19] Esta obrigação não foi imposta sobre os
Noahides “sob alguma pena por intermédio do Tribunal humano” caso não sejam
cumpridas. Porém, os Noahides dos tempos das Escrituras, assumiram mediante o estudo,
a obrigação de honrar pai e mãe, e a fizeram parte de seus próprios costumes. Mesmo
quando o Noahismo foi apagado da cultura dos povos, sua escolha e influência
permaneceram misturadas à sua cultura particular, e ao redor do mundo; as pessoas são
inclinadas à honrar seus pais, embora imaginem que esta teria sido uma obrigação dada
pelo mandamento que na verdade é voltado aos judeus. Não obstante a isso, o Noahide
deve honrar seus pais, de acordo com a inspiração da Lei.

02 Algumas autoridades são de opinião que o Ben/ Bat Noah são obrigados a honrar
pai e mãe e a doar caridade, mas caso violem tais obrigações não recebem pena capital,
embora possam ser punidos pelo tribunal de outra forma. [20] Isto é, existe a possibilidade
do Tribunal Noahide estabelecer determinadas penas sob os Noahides que não honrarem
ou que maltratam seus pais. Estas penas devem ser avaliadas por eruditos da Lei, que
instituirão sobre os infratores, penas corretoras que promovam o apreço e a valorização
do bom relacionamento entre pais e filhos.

03 Algumas autoridades são de opinião, que embora não seja uma obrigação, os filhos
de Noah que observarem a prática da caridade receberão recompensas proporcionais. [21]
Porque estão agindo inspirados pelos Mandamentos. Muitos dos Mandamentos da Torá
podem ser estudados e explorados em seu conhecimento se o objetivo do Noahide for
inspirar-se para melhor realizar suas obrigações dentro da Aliança Universal. Todos os
Noahides devem, portanto dedicar suas vidas ao Estudo da Lei de D’us, no objetivo de
aprender sobre a inspiração da Lei, e adequar seu comportamento à esta inspiração. Esta
busca por elevação espiritual, porém, não é imposta sobre os Noahides sob nenhuma
penalidade, mas deve ser realizada por amor à Lei. O Noahide que agir desta forma
receberá recompensas pelo seu esforço perante o Tribunal Celeste.

04 Caso um Noahide que conheça as Leis e doe caridade, essa contribuição pode ser
aceita por um membro do Pacto do Sinai, pois será aplicada em instituições que promovem
o estudo da Torá. O dinheiro do Noahide, ganho com honestidade e devotado à prática da
Lei; é considerado sagrado e digno de ser investido em obras de Torá dentro do Pacto do
Sinai. Através do mérito em salvar a vida das pessoas menos favorecidas, doando-lhes
contribuições, a pessoa é salva até mesmo da morte. Este é o significado do que está
Escrito: A Riqueza não salva no dia da ira, mas a Tzedaká livra da morte. (Mishlei 11:4)
Mas um Noahide que não observe os 7 Mandamentos não pode doar contribuições à Israel
e Israel não pode aceitar de suas mãos. Porque o fruto do seu trabalho é profano e
dedicado apenas a si mesmo (Egolatria). Além disso, ele pode ser idólatra ou de si mesmo
ou de outro ídolo; pelo que o fruto do seu trabalho é indigno de ser investido em projetos
de Torá. Ele apenas pode contribuir com outros necessitados Noahides. Porque o fruto do
seu trabalho será usado para questões que ele mesmo deveria estar cumprindo, que é a
observância das 7 Leis de Noah. Já no caso de doar algo à um membro do povo de Israel,
como sua vida não está de acordo com a Lei de D’us, ele já não colabora na missão de
Israel, portanto sua contribuição é rejeitada. Se contribuir para um Noahide, este usará
seu próprio regimento espiritual para lhe garantir méritos a fim de que mereça
compreender a Lei Universal e voltar para sua aliança.

05 Caso um Filho de Noah realize um fenômeno sobrenatural e diga que D’us lhe
enviou, e aí adicione ou subtraia qualquer dos 7 Mandamentos, ou explique-os de forma a
distorcer sua real essência e significado, ou se alegar que os 613 Mandamentos não são
eternos, ou declarações similares, é um falso profeta e está cometendo um crime passível
de pena de morte, se não por um Tribunal humano, pelas mãos dos Céus. [22] Porque os
Bnei Noah não devem supor que a Legislação das 7 Leis de Noah seja de “livre
interpretação”; pelo contrário, devem acatar a autoridade dos Guardiões da Torá, que são
os Filhos de Israel, e, portanto não podem se auto-intitular líderes; mesmo que tenham
grande soma de conhecimentos da Lei. Não há profetas fora de Israel, de modo que o
Noahide que declarar ser profeta estará mentindo por definição e profanando
automaticamente o Nome de D’us por sua declaração. Aquele que profana o Nome de D’us
é passível de pena de morte. Um Noahide observante certamente recebe a inspiração
Divina em seus pensamentos, para que seus atos sempre estejam de acordo com a mais
elevada sabedoria. Porém o nível dos profetas é tão elevado, que apenas a prática plena
da aliança do Sinai, somada a uma completa erudição, pode tornar possível o exercício da
profecia. Por isso, apenas podem existir profetas em Israel, e que sejam observantes do
Pacto do Sinai.
06 Na Torá Oral é registrado que os Filhos de Noah não podem misturar as espécies
diferentes entre os animais, ou diferentes espécies de grãos. [23] Pois este foi um dos
crimes cometidos pelos homens pré-diluvianos, em seus experimentos científicos. Por meio
destes experimentos, eles produziram novas frutas e verduras; mas usaram isto para
demonstrar que não havia D’us nem autoridade sobre eles, e para enganar as pessoas
dizendo que eles haviam “criado” um novo ser tal qual D’us seria capaz. Agindo assim,
profanaram a Terra e suas produções. Esta é a lição de que não devemos usar nosso
acúmulo de conhecimento para fomentar a arrogância e a rebelião contra a moral
universal.

07 Algumas autoridades mantêm que se caso isso ocorra não é necessária a punição
por Tribunal terrestre. [24] Pois para ter autoridade de punir, o Tribunal precisaria de
alguma referência a isto na Lei Escrita ou Oral. Entretanto, Noahides podem vestir
Shaatnez (roupas com lã e linho misturados no tecido) que é proibido aos membros do
Pacto do Sinai. Pois a mistura de tecidos é uma proibição específica aos membros do
Pacto do Sinai, e é intimamente relacionada às forças espirituais que são manipuladas no
Templo Sagrado. Os Noahides não possuem o dever de exercer este ministério e, portanto
não precisam separar lã de linho em suas roupas.

08 Os Sábios de Israel instruem que os Filhos de Ketura (filhos da concubina de


Avraham, também chamada Hagar) que nasceram após Ishmael e Itzhak devem ser
circuncisos. Porque são semitas. Atualmente os descendentes de Ishmael estão misturados
com os outros descendentes de Hagar e, portanto todos os que são semitas, são obrigados a
circuncidarem-se. Devido sua herança semita. Porém, esta obrigação é relacionada à
pessoa de Avraham, e não ao Pacto do Sinai. A circuncisão é o sinal da descendência de
Avraham, e não o sinal do pacto do Sinai. Porém, quando uma pessoa se converte, ao
mesmo tempo em que entra no Pacto do Sinai; muda seu status genealógico, quando então
é completamente desconsiderada sua genealogia gentia; e ele é considerado como um
Filho de Avraham nosso patriarca; por isso os convertidos ao Judaísmo são intitulados
“ben / Bat Avraham Avinu” – filho / Filha de Avraham nosso Patriarca.
09 Se não observarem tal dever, não são passíveis de punição por tribunal terrestre.
[26] Porque esta regra não foi repetida no Sinai em forma de mandamento.
10 Esta Lei aplica-se apenas a Semitas, mas membros de outras nações podem fazer
circuncisão se desejarem. Porém não estarão realizando nada de espiritual, exceto no nível
de tomar atitudes inspirados pelo estudo da Lei. Porém não se trata de uma obrigação de
forma alguma.
11 Outros sábios mantêm que apenas os seis filhos de Hagar deviam circuncidar-se,
mas não precisariam passar isso aos descendentes. [27] O que significa que nem mesmo os
semitas precisariam se circuncidar. Isto serve para demonstrar que não se deve fazer
confusões com o tema de Circuncisão entre Noahides; antes, o tema deve ser deixado à
critério de cada um, contanto que seus motivos não firam os princípios do Pacto
Universal; por exemplo, se a pessoa decide circuncidar-se imaginando que assim fará
parte do Pacto do Sinai mesmo sem realmente ser; esta pessoa está usando uma desculpa
fundamentada no Mandamento que não lhe foi ordenado, para criar sua própria versão
dele; praticando assim o Avodá Zará, o Culto Estranho. Isso também se aplica, no caso de
pessoas que não são judeus pela Halahá, mas possuem ligação histórica com judeus.
A proibição contra a criação de Religiões e Feriados
Religiosos

01 De acordo com o Pacto Universal, o homem deve ser contra a criação de quaisquer
religiões, baseadas na opinião pessoal de seu fundador. Pois o único que pode ditar regras
de conduta ao homem é D’us. E ELE Mesmo manifestou sua Vontade à Noah e à Moshe no
Sinai. Qualquer pessoa que contradiga esta mensagem (a da revelação do Sinai) estará
faltando com a verdade e não deve ser ouvido. A pessoa deve se dedicar apenas à
observância da Herança Sagrada registrada nas Escrituras, ou se desejar, converter-se ao
Pacto do Sinai. [28] Mas jamais deve criar sua própria versão da verdade, sua própria
forma de praticar o Judaísmo seja no Pacto do Sinai ou na Aliança Universal.

(NOTA: Com relação a criar feriados por si mesmo, ou celebrações, o Noahide


pode participar de muitas celebrações judaicas, tal como Shavuot, Sin-Há
Torá (que celebram a entrega da Torá), pois também os Filhos de Noah
receberam a confirmação e perpetuação dos Mandamentos de D’us no
Sinai, e até mesmo Rosh HaShana ou Iom Kipur; pois toda a humanidade é
julgada por D’us nestes dias, tal como sabemos que em Rosh HaShana a
humanidade foi criada em Adam. [29] Mas deve sempre se lembrar de não
observar os Mandamentos relacionados a estes dias festivos, como os de
evitar realizar as obras proibidas. Todo Noahide é estritamente proibido
que criar novos feriados religiosos e chamá-los de “sagrados”, ou mesmo
criar uma religião própria, adequada à sua própria imaginação. Assim o
Noahide é proibido de celebrar – por exemplo - o fim do dilúvio, ou quaisquer
celebrações não ordenadas por D’us como sagradas. Festividades sem caráter
sacro podem ser realizadas normalmente.)

02 As nações do mundo que atingirem a compreensão do Pacto Universal, e da


existência de D’us e decidirem não mais transgredirem Sua vontade, poderão contemplar a
manifestação da Sua realidade de forma muito íntima. Porque estabelecerão o Reino de
D’us em suas Terras.

03 Mas atualmente, elas se acreditam essencialmente separadas de D’us, desprezando


Sua realidade, e a verdade a Herança das Escrituras, que apenas conhecem de forma
deturpada como aprenderam pela tradição falsa e idólatra. As nações são vítimas da falta
interpretação das Escrituras, fora do seu contexto histórico, religioso e filosófico judaicos;
realizada pelo sistema de pensamento idolátrico desenvolvido para reunir os povos
politeístas num único sistema de idolatria universal.
04 Fazem vista grossa aos Mandamentos Universais, pois não se exercitam no estudo
da verdade de D’us. [30] Pois apenas pelo estudo é possível compreender adequadamente
as verdades de D’us expressas pelas Escrituras Hebraico-Judaicas.

05 Mas o ser essencial de cada pessoa do mundo, não é afetado por seus erros e,
portanto; elas ainda podem reconhecer a veracidade dos Mandamentos por meio do estudo,
embora estejam sob efeito do costume idólatra. Pois a Neshamá, que é a consciência e
racionalidade humana; é outorgada diretamente por D’us e permite ao homem o
reconhecimento da verdade através do estudo.

06 Até mesmo o falso profeta, Bilam (Balaão) que transgredia os Mandamentos


Universais alegava dizendo, “não sou capaz de violar a Palavra de D’us” (Bamidbar/
num 22:18). Apesar de viver uma vida idólatra. Ele na verdade declarou por meio da sua
“profecia” que sua Neshamá por si mesma, não violaria os Mandamentos de D’us; senão
quando é suprimida pelo seu instinto animal. O instinto animalesco pode incitar uma
pessoa à uma prática aparentemente espiritual quando a oferta for prazeres, riquezas e
dons sobrenaturais (cobiça por poder), quando então a pessoa é motivada pela sua
ganância. Portanto, quando uma pessoa alega algo, não significa que seja verdade. As
sensações alegadas pelos praticantes da idolatria são fruto de seu instinto animalesco,
procurando satisfazer-se com as ilusões propagadas pelos idólatras. Assim desistem da
busca pela sabedoria e criam religiões que oferecem todos os prazeres e poderes físicos.
Estas alegações não são verdadeiras, e, portanto devem ser desprezadas.

07 A benção de ser frutífero e multiplicar-se também se refere aos Noahides. Pois foi
uma benção outorgada à todos os homens. Mas não sendo repetida no Monte Sinai, não é
parte do Pacto Universal, à caráter de Mandamento. [31] Portanto se um Noahide não
tem filhos não pode ser punido pelo Tribunal humano. Mas se sua determinação for
motivada pelo seu desprezo à missão de Transmitir o conhecimento da Aliança à futuras
gerações, esta pessoa pode ser punida pelas mãos dos céus.

08 A obrigação dos Noahides é tornar a Terra um mundo pacífico, civilizado e temente


à D’us. Se um casal traz um filho ao mundo, para educá-lo nestas metas, aperfeiçoa o
mundo e colabora com sua melhoria. Esta deve ser a motivação para ter filhos. Quando
uma pessoa pode ter filhos e recusa esta missão, está impedindo o progresso do mundo.
Mas quando uma pessoa não pode ter filhos, pode adquirir sabedoria e formar discípulos
que serão considerados como seus filhos neste sentido. O mesmo se aplica aos filhos
adotivos.

09 Um Noahide que prejudique ou fira um judeu, embora seja errado, não é julgado
como crime capital simplesmente por isso, pois o status legal do judeu e do noahide é o
mesmo. [34] Isto implica, ao contrário do que muitos dizem, que os seres humanos não são
julgados de forma arbitrária pela Lei Judaica, mas de acordo com a devida legislação
divina que obra à favor da Justiça plena. Um Noahide que fira um judeu por motivos
quaisquer pode estar sendo motivado por uma situação justa ou injusta, que apenas a
averiguação do caso determinará. Ele não é sentenciado para além do seu crime, isto é,
não é julgado por simplesmente “ter ferido um judeu”; mas o caso completo deve ser
avaliado pelo Tribunal. Porém, é certo que um noahide que fere um judeu está ferindo um
sacerdote de D’us, um Guardião do Pacto de D’us e pode ser punido pelas mãos dos Céus.
Mas se matar um judeu, o Noahide será passível de pena de morte, tal como se matar um
Noahide; assim como um judeu que matar um gentio é passível de pena de morte.

10 Quando um Noahide morre, é preferível que seja enterrado diretamente na terra,


baseado em Bereshit 3:19. Esta deve ser a escolha da pessoa ou de sua família. Isso não
significa que ele não possa utilizar qualquer outro processo funerário, mas caso ele não seja
enterrado desta forma a expiação que o enterrar na Terra proporciona, não é alcançada.
[35] Isto é, a pessoa pode ser submetida a uma re-encarnação relativamente difícil para
poder expiar o restante de seus erros; e isto pode ser evitado se a pessoa for enterrada
diretamente na Terra, que é considerada a última expiação.

11 Por observar o Pacto Universal, a humanidade conseguirá não apenas aperfeiçoar a


si mesma, mas o mundo. Isto é, mudará a própria natureza do mundo para melhor. Os
Mandamentos de D’us são a própria essência da Criação. E quando observados
proporcionam que o mundo seja completamente restaurado. O ser humano essencial é
aperfeiçoado nisso, e cada pessoa vai subindo seu refinamento espiritual conforme suas
obras, de modo a ser digno de receber um dia, a Inspiração Divina sobre si. A Neshamá é
aperfeiçoada e pode elevar-se até que consiga vislumbrar (com sua sabedoria,
entendimento e compreensão) de forma mais nítida a Presença de D’us no mundo. Sobre
isso profetizaram muitos profetas israelitas, e explicaram que isso depende “dos atos da
pessoa”, pois atos de justiça constroem a verdadeira justiça. Pois a Terra se encherá do
conhecimento do ETERNO como as águas cobrem o mar. Isso quer dizer que uns serão
como a praia cujas águas são rasas, e outros como oceanos cujas águas são profundas.
[36]
12 E está Escrito, “e tendo tudo sido devidamente estudado, eis a conclusão final;
Teme a D’us e guarde Seus Mandamentos, pois nisso consiste todo o dever do
homem”. (Kohelet/ Ecl 12:13) Isto é, o dever do homem é cumprir os Mandamentos que
D’us lhes ordenou; não criar novos mandamentos, não imitar ordenanças que não lhes
foram concedidas; não procurar viver de acordo com seus devaneios e ilusões; mas viver
de acordo com os Mandamentos que D’us lhe outorgou. Aos Gentios, D’us ordenou sobre
as 7 Leis de Noah e sua jurisprudência e aos Judeus os 613 Mandamentos do Pacto do
Sinai.

NOTAS
[1] Talmud Bavli (Babilônico)
[2] Enciclopédia Talmúdica, os Filhos de Noah, volume 3 página 348.
[3] O Rosh, Rabêinu (nosso rabino) Asher.
[4]Talmud Bavli, Likutei Sihot do Lubavichter Rebe, volume 5, página 421.
[5] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 8, Lei 11.
[6] Mishne Torá, Leis dos relacionamentos proibidos, capítulo 14, Lei 7.
[7] ‘’ ‘’, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 10
[8] ‘’ ‘’, ‘’ ‘’, Capítulo 10, lei 9
[9] Comentários de Radvaz no capitulo 10, lei 10.
[10] TANIA
[11] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 11
[12] Talmud Bavli
[13] Shul-Hán Aruh, Ioreh Deah, Leis de Conversão
[14] As Sete Leis de Noah, Lichteinstein, Capítulo 9 página 89
[15] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10, lei 14
[16] Talmud Bavli
[17] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10 lei 1
[18] Comentário de Rashi sobre Shemot 23:7 e 21:13, Talmud Bavli
[19] Nahal Eshkol, Leis da circuncisão
[20] Talmud Bavli
[21] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 10
[22] ‘’, Leis Fundamentais da Torá, capítulo 9, lei 1
[23] ‘’, Leis dos Reis, capítulo 10 lei 6
[24] Shul-Hán Aruh, Ioreh Deah
[25] Talmud Bavli
[26] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulos 10, lei 7, 8
[27] Talmud Bavli
[28] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 9
[29] MeAm LoEz, Bereshit
[30] Sêfer HaArchim, Chabad, volume 2, As Nações do mundo, capítulo 1, seção 3, página
269
[31] Talmud Bavli
[32] Sêfer HaHinuh, Primeiro Mandamento
[33] Shul-Hán Aruh, Éven haEzer
[34] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10 lei 6
[35] Talmud Bavli
[36] Tana Dbei Eliáhu, começo do capítulo 9

Bnei Noah do Brasil - Centro Noahide de Estudos ® 2007


Todos os direitos reservados
‫בס''ד‬
Com a ajuda dos Céus.

Centro Noahide de Estudos

Classe #1:
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO #3 de 8:

PARTE UM
DEFINIÇÕES DE ‫ עבודה זרה‬AVODÁ ZARÁ
1 A essência da mensagem do Pacto Universal, isto é; das 7 Leis de Noah, é a
proibição contra a prática do ‫ עבודה זרה‬- Avodá Zará, que literalmente significa “Culto
Estranho”. A essência do Avodá Zará é a prática religiosa, que contradiz a Sagrada
Tradição. O principal objetivo do conhecimento proporcionado pela Sagrada Tradição, é
levar o homem à reconhecer Seu Criador, e a partir daí, progredir em conhecimento e
aperfeiçoamento do seu caráter. Caso esta primeira noção esteja corrompida, e ele admita
como divindade, aquilo que não existe; ele acaba por desviar-se de todo o propósito da
criação. E suas conseqüentes ações em nome da virtude, perdem todo seu propósito, porque
o fundamento no qual elas se baseiam é falso. Toda e qualquer forma de prestar culto
religioso ao SER Primeiro - D’us - que não seja estritamente baseada nas diretrizes e
inspirações da Sabedoria da Torá, é classificada como “Culto Estranho”, e não é aceita.
Não é aceito por D’us, como exercício da espiritualidade, mas sim, é considerado um ritual
de “culto a si mesmo”, ou “culto às próprias idéias”. Isto significa que tais práticas não
atingem os propósitos espirituais esperados e garantidos pela Torá para os que se ocupam
do Serviço Divino. Pois para os que cultuam à D’us de acordo com as diretrizes da Torá –
isto é, por intermédio de uma vida de justiça e bondade – D’us outorga-lhes Sabedoria, para
melhor adquirirem conhecimento, e garante muitas bênçãos em sua vida, para que possa se
dedicar mais e melhor, para o estudo da Torá. Todas as bênçãos materiais registradas na
Torá aos filhos de Israel constituem a noção de que D’us reage para com aqueles que
observam Seus Mandamentos, proporcionando meios pelos quais estas pessoas cresçam
ainda mais no estudo e observância deles. Certamente, se uma pessoa prestar culto religioso
ao que não é D’us, estará do mesmo modo cometendo “Avodá Zará” (Culto Estranho)
mesmo que acredite estar cultuando a D’us e, portanto, sua forma de culto é proibida. Ou
seja, aquele pratica uma forma de culto à D’us, de forma distinta ao que ELE determinou
transgride a Lei de D’us. Portanto aprendemos disso que, a característica principal da
idolatria é uma concepção errônea sobre D’us, e não necessariamente a crença em “outro”
D’us. Uma idéia errônea a respeito de D’us tem origem na negligência de cumprir o dever
de adquirir conhecimentos a respeito. Para tudo aquilo que damos importância na vida,
queremos informações a respeito que nos assegurem de que esta é idônea. Fazemos isso
em relação a nossos amigos, a nosso alimento, roupas, e todos os outros detalhes de nossa
vida. Do mesmo modo, temos que ser cuidadosos para cultivar noções exatas e corretas à
respeito de D’us, para que possamos viver nossa vida projetando-nos à propósitos de
acordo com Sua Lei. Se uma negligência relacionada à informação, pode nos fazer
comprar um remédio errado e nos prejudicar seriamente; muito mais danos podem ser
causados pela negligência em conhecer à D’us e à sua Lei.
Portanto, todo aquele que prestar culto a qualquer outro ser, existente ou imaginado,
desprezará por isso a essência da Torá e renegará ao Pacto Universal. Este é o idólatra. Isto
é, tal pessoa passa a ser definido legalmente como “idólatra”.
Por outro lado, aquele que se guarda do Avodá Zará, e todas as suas práticas, exterioriza
“pela prática” sua fidelidade à D’us e sua aderência ao Pacto Universal – tal como foi
ordenado por D’us na Torá Escrita e Oral; este é o Justo dentre as Nações. Isto é, tal pessoa
passa a ser definido legalmente como “Justo dentre as Nações”. [1]

A palavra “idolatria” (Lit. adoração de ídolo, amor cego, paixão exagerada) não encontra
sua plena conotação popular – a de adoração de outros deuses - no pensamento hebreu,
pois não reconhecemos como existente a nenhuma das entidades que as nações prestaram
ou ainda prestam culto religioso. Logo, literalmente falando, “não é possível cultuar à
outro D’us”, pois tal ser “não existe”.
Portanto o sentido da Idolatria, como adoração de outro ‘deus’ é na verdade impossível.

Assim, a essência da “idolatria” – de acordo com o pensamento hebreu – é cultuar “toda e


qualquer produção da mente humana”, seja esta expressa num objeto, ou mesmo numa
idéia, não necessariamente religiosa; e sendo assim a noção Judaica de Idolatria está mais
de acordo com a etimologia do termo.
Um ídolo não é necessariamente um boneco.
Pode ser algo imaginado na mente da pessoa. Que exista apenas na sua imaginação. Ou um
mito do passado que a pessoa acredita existir, ao qual a pessoa preste culto ou meramente
lhe atribua o poder de fazer bem ou mal.
A essência da Idolatria também pode ser definida, como uma noção errada do próprio D’us
de Israel! Ou seja, não apenas uma noção errada de D’us, formulada por qualquer
indivíduo; mas também uma noção errada de D’us formulada por um judeu. Uma imagem
distorcida que a pessoa tem de D’us e que se recusa a modificar. Seja ele judeu ou gentio.
Este é o ególatra, isto é, aquele que presta culto aos próprios pensamentos ou às próprias
idéias a respeito de D’us. E renuncia à Sagrada Tradição.

Assim, ídolo, é tudo aquilo que o homem produz para se devotar, ao invés de se submeter
às instruções da Torá - isto é - quando suas conclusões confrontam-se com os princípios da
Torá, e a pessoa se recusa a mudar seus pensamentos errôneos, para devotar-se a si mesmo
apenas. Ela então comete Avodá Zará.
Isto inclui todo e qualquer culto religioso que age de forma independente ao que foi
transmitido pela Tradição. Isto é, todas as religiões formadas pelos homens.
2 O Mandamento que proíbe a prática da idolatria (sempre a palavra
“idolatria” for usada neste estudo, será no sentido “judaico” acima exposto) ensina que a
pessoa jamais deve atribuir autoridade, ou poder de fazer bem ou mal, à qualquer coisa
criada – isso inclui o que a pessoa acredita ser anjos – plantas – astros – água, terra, fogo, ar
– e proíbe de cultuar absolutamente tudo que seja material, espiritual ou imaginário.
Não apenas ao que é material, mas também ao que é considerado espiritual. E não apenas
ao que é espiritual, mas também a uma forma de existência alternativa que se tenha
imaginado. É necessário ter atenção ao fato de que, mesmo que o adorador de quaisquer
formas materiais tiver fé ou saber sobre a soberania do ETERNO, e reconhecer isso
verbalmente; de qualquer forma esta pessoa é um idólatra e viola o Mandamento. Mesmo
possuindo conhecimento, a ponto de confessar a existência absoluta do ETERNO, a pessoa
que nutre uma idéia errônea a Seu respeito, como imaginando que exista pluralidade em
Sua Essência; apenas possui uma interpretação pessoal do ETERNO e, portanto, não vive
de acordo com o propósito de D’us para o homem, que é revelar-lhe o conhecimento
verdadeiro. Isso por causa da “essência” do significado “judaico” da idolatria, que é o
Avodá Zará. [2] Assim, todo idólatra é aquele que presta culto estranho ao ETERNO.

PARTE DOIS – O COMEÇO DA IDOLATRIA

3 Os povos do passado, quando ponderaram sobre o universo, e observaram que


os astros não são participantes do curto período de vida biológica que temos neste mundo,
antes, permanecem séculos e séculos até que desapareçam e surjam outros, basearam-se
nisso para crer que estas formas “sublimes” de “existência” merecem culto religioso, e
passaram a lhes atribuir poderes de fazer bem ou mal. Muitos consideraram estes astros,
como “representantes de D’us”, que embora fossem menores do que ELE, não obstante,
deveriam ser “venerados”.
Fazer isso é colocar um obstáculo entre a própria pessoa e o Criador.
De fato, D’us, ao criar o Universo, criou nele os mecanismos de seu funcionamento, e o
conhecimento desta sabedoria essencial, pode maravilhar o novato, e pode o levar a
“temer” espantosa entidade, como por exemplo, os Malahim (anjos), e este espanto pode se
transformar na crença, de que se não devem ser adorados, pelo menos venerados estes seres
devem ser, pois tais seres são os que agem na manutenção de todo o Universo.
Este erro de conclusão veio da errônea concepção de que os Malahim teriam “consciência”
tais como os seres humanos.

Na verdade os Malahim são mecanismos do universo, sem consciência tal como a


humana, porém com uma complexidade própria, necessária para execução da sua função.

Tais pessoas erram em deixar de pensar que, tais seres são “mecanismos” do universo e,
portanto, são programados em toda sua complexidade, pelo ETERNO, sendo; em última
análise, completamente autômatos, reflexos da Sabedoria Suprema.
E não seres que sejam capazes de fazer algo, por si mesmos; de forma independente. Ainda
que sejam entidades – até certo ponto, cônscias de si mesmas - são apenas “funcionários”
de um sistema perfeito, cujo Autor e Sustentador é D’us, Único a quem devemos temer e
admirar os feitos.
Pois toda ação e reação de um Maláh é mero reflexo do sistema de D’us, anexado na sua
elaboração, de acordo com sua função.
De fato, foi exatamente por errar em compreender este ponto, que a idolatria veio a existir
no mundo.

Os homens então começaram a se maravilhar com as criações de D’us e confundir o seu


papel no mundo. Ou seja, a intenção inicial de seus idealizadores, era a de que deveriam
reconhecer a Majestade de D’us, por honrar seus “súditos” – prestando-lhes homenagens.
Desta idéia completamente errônea, surgiu as posteriores teorias, e “teologias” dos povos,
que procuraram elaborar obras para ganhar a obediência do seu específico povo, formando
sistemas de crenças, e dando-lhes a sensação de ser este o único caminho a ser seguido.
Procuraram meios de justificar seus erros, em contraste com os protestos por parte dos
sábios da geração.
Daí, com o passar dos anos, cada povo desenvolveu sua própria “teologia”, e formaram
suas sociedades, baseando-se em seu próprio sistema de crenças. Os povos afastaram-se uns
dos outros, para formar civilizações de acordo com suas novas teorias sobre D’us e o
mundo.
Uma nação inteira, baseada num sistema de crenças deste tipo, é uma nação Idólatra, no
sentido exposto pela Torá; não importa se “também” – por assim dizer – acreditem no
ETERNO - isto é, na Tradição Judaica, ou em parte dela.

Todas as nações herdaram de Noah o sistema de pensamento que possibilitou seu


reconhecimento do Monoteísmo. Porém, cada nação desenvolveu sua própria realidade a
este respeito; desprezando a verdade de que a Sagrada Tradição, se devidamente estudada,
proporciona a compreensão de todas as verdades da revelação de D’us para o mundo; a fim
de que os povos sirvam à D’us em unidade.
Mas com a popularização da idéia de que cada povo poderia desenvolver sua própria forma
de culto e crença, desprezando a Tradição original, as nações passaram a honrar o sol, a lua
e astros, assim concluíram que tais componentes da criação influenciam também a vida na
terra.
E deste modo cada nação criou e escolheu seu próprio deus, moldando-o à sua imagem e
semelhança.
Não demorou muito, até os seres meramente “venerados” se tornarem “deuses plenos” na
imaginação das pessoas, a ponto de ganharem a atribuição de “poder absoluto”, quando
então, todo o conteúdo da Tradição de Adam, foi abandonado e esquecido. [3]

E assim, os povos afastaram-se por completo da Sagrada Tradição, embora tenham


conservado alguns pontos; desprezando, no entanto o principal, que é a noção de que D’us
é o Criador; atribuindo a criação a outras entidades por eles mesmos criadas; e dividindo os
fenômenos da natureza entre deuses menores.

4 A prática da idolatria, portanto, além de ser o ato de simplesmente fazer um


ídolo, inclui a noção de “temer” qualquer ídolo; isto é, lhe atribuir o poder de fazer bem ou
mal. Quando a pessoa permite-se temer a qualquer ídolo ou noção Idólatra, ela despreza ao
ETERNO, Criador do Universo, o único a quem realmente deve respeitar como Divindade.
Se tal pensamento, brotar no coração da pessoa, esta pessoa violou o Mandamento
Universal contra a idolatria. Isto é, se a pessoa passar a acreditar na teoria idólatra,
permitindo que esta idéia penetre na sua mente, e influencie suas emoções; a pessoa já
passa ao status legal de Idólatra. Legalmente falando, uma pessoa apenas pode ser punida,
pelas mãos de um Tribunal Bnei Noah, se ela praticar os rituais do culto idólatra. Se ela
apenas mantém sua idolatria internamente, não pode ser punida por Tribunal humano.
Apenas o Tribunal Celestial pode punir a pessoa pelos seus pensamentos [4] para
discipliná-la e guiá-la ao caminho de volta.

5 Noahides são advertidos também contra o “Shituf” que significa a noção de


que existam “parceiros” em D’us, tal como a doutrina da Trindade. Existem autoridades,
entretanto, que dizem que, admitir tal conceito em mente não torna a pessoa passível de
pena capital, por intermédio do tribunal humano, por ser isto, apenas uma idéia [5] para a
qual, apenas D’us pode julgar.
O erro desta idéia, entretanto, é a mistura da Tradição do D’us de Israel, UNO e Único,
com a crença em “deidades”, que supostamente teriam “vontade própria”, mas seriam parte
de D’us, tais como na religião Hindu e Cristã. A pessoa, que cometer este erro, não será
passível da pena capital por crime de Idolatria, enquanto não cultuar a outra entidade, em
separado de D’us, e não poderá ser punida como é um idólatra, de acordo com a maioria
das autoridades. Embora, como explicamos anteriormente, seu status legal seja o de
“Idólatra”; a pessoa que era em relação ao Shituf, não pode ser julgada pelo Tribunal. [6]
Mas “cultuar” ou mesmo “homenagear” tais seres imaginários, é sim parte da violação que
nos adverte sobre Idolatria; pois é Avodá Zará, um culto “estranho” da mesma forma. O
perigo, desta errônea idéia, é levar a pessoa a cultuar a própria imaginação, posto que os
“seres que ele imagina existir” na verdade não existem, e a porta que leva a “prática” da
Idolatria - que tornaria a pessoa passível de pena capital - fica sempre aberta. Também, se
um Ben/ Bat Noah, iniciante na sabedoria, acidentalmente - devido à sua criação idólatra -
jurar algo, ou exclamar algo, em nome de um Shituf, tal pessoa não é passível de pena
capital, apesar do erro, uma porque não usou o NOME, do ETERNO, ou qualquer
referência à ELE, o que faria da pessoa um blasfemo. Além disso, tal atitude (exclamar
acidentalmente o nome de um Shituf) não é definida como uma prática idolátrica em si.

6 Os Bnei Noah, não foram ordenados a Santificar o NOME de D’us dando sua
vida, por exemplo – ao serem forçados por uma nação idólatra, a se prostrar a um ídolo sob
ameaça de morte. [7] E existe uma disputa entre os sábios, sobre se os Bnei Noah devem ou
não dar a vida mesmo assim, recusando-se violar o mandamento sob ameaça. A decisão é
que os Bnei Noah não precisam dar suas vidas sob tais circunstâncias. [8]

7 Muitos livros foram escritos pelos idólatras, concernente a “metafísica” de


suas concepções idólatras, sobre o culto, sobre sua teologia, e sobre suas regras. O Ben/ Bat
Noah não devem ler ou possuir tais obras, nem devem discutir sobre seus temas. A leitura,
mesmo que à nível de informação (exceto de caráter profissional) pode conduzir uma
pessoa à idolatria, pois esta começa não na prática, mas no pensamento. [9]

8 Todo aquele que admite uma forma de crença idolátrica como verdadeira,
mesmo que admita que apenas uma parte desta crença idolátrica seja verdadeira, ou se
admitir que um determinado ensinamento seja verdadeiro; mesmo que não siga tal crença,
profana o NOME de D’us, e a verdade da sua Palavra e Tradição. [10] Sua profanação
consiste na sua atitude de gloriar à idolatria, pelas suas manifestações. Assim sendo, nosso
repúdio à Idolatria, não é meramente religioso, mas principalmente ideológico; de modo
que repudiamos suas manifestações em todas as áreas do conhecimento humano, seja nas
artes ou em outras ciências.

PARTE TRÊS - SERVINDO E FAZENDO UM ÍDOLO

1. Muitos tipos distintos de práticas idolátricas existem e existiram no mundo, e


geralmente cada ídolo tem sua forma de culto específica; e sempre quando um grupo
idolátrico se separa do outro, muda sua forma de cultuar, para denotar sua “diferença” do
anterior. [11] Por exemplo, o ídolo mencionado nas Escrituras como “Peor”, era servido –
pasme – por meio da “defecação” em sua presença. Porém, originalmente, o êxtase
emocional provocado pelo culto a este ídolo, fazia com que as pessoas que o cultuavam
perdessem o controle sobre si mesmas e acidentalmente defecassem. Este fenômeno era
então o “sinal” que o tal idólatra alcançou o êxtase prometido pelo culto. As futuras
gerações observaram o culto – na prática – e pensaram que o culto seria o ato de defecar em
si. A lição aprendida deste fato histórico continua relevante em nossos dias. O fato de uma
pessoa “ter um êxtase” ou simplesmente alegar, “se sentir bem” por determinada prática
idólatra, não é prova da validade de tal credo religioso. Um exemplo são aqueles que
servem “o amor” na mesma conotação idolátrica anteriormente apresentada. Embora “o
amor” em si não seja um ídolo, a “imagem que tais pessoas têm disto” constitui o ídolo. O
mesmo, para “paz” ou outros “motivos” que são transformados em ídolos pelas pessoas,
cujo culto, traz “muito bem estar” dizem elas. (Estas seitas são muito comuns nos Estados
Unidos.)

2. Uma transgressão somente pode ser considerada ofensa capital, quando – no caso
da idolatria - é realizada da sua maneira normal, sob suas circunstâncias normais,
relacionadas ao respectivo ídolo, no caso. Conseqüentemente, os Juízes de um tribunal
Noahide devem saber qual é o serviço apropriado do ídolo, de qualquer forma. Este é o
caso mencionado anteriormente, da pessoa que lê uma obra de conteúdo idolátrico de forma
“profissional”.

3. Estas Leis aplicam-se a formas especificas de culto. Caso, entretanto, a pessoa


prostre-se - traga ofertas – traga incenso ou traga libações (Estas são as quatro formas do
Serviço Religioso no Templo de Jerusalém) a qualquer ídolo, tal pessoa é passível de pena
capital, mesmo que este não seja o modo oficial de culto de tal ídolo. [12]

4. Comidas colocadas sob um altar idolátrico, ou oferecidas à um ídolo, são


proibidas de serem ingeridas. [13] Mas existem diferentes opiniões dos Mestres, com
relação aos alimentos exóticos (consumidos por certas nações) que geralmente não são
oferecidos a ídolos, como gafanhotos, ou determinadas espécies de baratas. [14] As
diferenças de opiniões tratam na ‘motivação’ para a ingestão de tais alimentos. Alguns
declaram que tais alimentos são consumidos, não meramente por serem exóticos, para
como uma forma de reviver estórias mitológicas, o que constitui idolatria. Outros declaram
que alguns destes alimentos exóticos apenas fazem parte de uma tradição cultural, sem
necessariamente estarem envolvidos com ideologias religiosas, o que os tornaria
permitidos. Seja como for, o Noahide deve ser cuidado a este respeito.
5. Sal ou água, que geralmente não constam entre as categorias de substâncias
oferecidas à ídolos, são proibidas apenas no caso de estarem em frente à representação
artística do ídolo, ou nas proximidades do local onde o culto de tal ídolo é realizado.

6. É proibido honrar um ídolo, mesmo oferecendo coisas que geralmente não são
aceitam como válidas. Tal atitude é considerada legalmente “decoração de um ídolo”.
Assim, fazer bandeirinhas de festa junina, balões, ou jogar moedas num lago, ou pequeno
reservatório de água qualquer, mesmo que atualmente o local nem tenham a seriedade
idolátrica original, é parte da categoria que proibições sobre “enfeitar um ídolo”, mesmo
que lhes atribuam apenas simbolismos. De qualquer forma, uma atitude destas certamente
revela que as pessoas guardam dentro de si, alguma crença a respeito das supostas “forças”
destes ídolos e, portanto o Noahide deve evitar colaborar com estas errôneas ideologias.

7. Caso alguma coisa tenha sido preparada para ser oferecida a um ídolo, mas ainda
não foi oferecida; é permitido fazer uso pessoal dela. Mas, mesmo sob esta regra, a pessoa
não poderá usar absolutamente nada que esteja dentro de uma casa de idolatria (templo,
igreja, etc). Portanto, nunca devemos fazer uso de velas de locais onde o culto idólatra é
realizado.

(NOTA: A pessoa não deve comprar os pavis, velas ou incenso fabricado por qualquer
religião idólatra (isto é, por seus representantes) ou grupos pseudo-religiosos. Por exemplo,
a maioria das seitas Hindus é politeísta e, portanto, idólatras, e o incenso assim como os
alimentos naturais por eles produzidos são questionáveis, pois o alimento em si, é como
uma oferta ao ídolo. Na verdade, até a forma pela qual eles preparam o alimento, assim
como cada um dos ingredientes, revelam motivos idolátricos, que tornam tal alimento
proibido ao consumo dos Bnei Noah. Assim, não é porque determinado alimento é “bom
para saúde” que a pessoa deva desconsiderar a proibição contra idolatria e ingeri-los, pois
está Escrito: (Devarim 8:3) - “E te afligiu, te fez padecer fome e fez-te comer o Mán
(Maná), que não conhecias e que teus pais jamais conheceram; para fazer-te saber que
nem só de pão vive o homem, senão que da palavra o que sai da boca do ETERNO, disso
vive o homem”. Sobre este Passuk (versículo) somos instruídos que não é o alimento
material por si mesmo, que sustenta o corpo, mas o alimento é apenas o revestimento
material da força divina espiritual, através da qual podemos nós existir. [16] As letras que
formam a frase “da palavra que sai da boca do ETERNO”, não somente dão ao alimento
material sua existência, mas também proporcionam que quando ingerido pelo homem, ele
possa viver neste mundo. Obviamente, o mesmo é verdade, em relação a todas as pessoas e
a todos os alimentos. São meros “revestimentos” do poder de D’us, que proporciona ao
corpo físico sua saúde e ao homem, sua vida biológica.)

8. Caso uma pessoa ofereça a um ídolo, algo que nós considerarmos nojento (como
se derramar excremento ou urina) tal pessoa transgride a proibição, e sua falta pertence à
categoria de “aspersão” ao ídolo, que é proibida. Nenhum dos rituais do templo pode ser
reproduzido por uma pessoa, mesmo que não utilize os mesmos materiais ou substâncias.

9. Caso uma pessoa abata um animal defeituoso, não será culpada até que
efetivamente o Ofereça à um ídolo. (porque tal animal não poderia ser oferecido no
Templo e, portanto, pode ser que não haja motivo religioso no abate em si, e sendo assim,
tal atitude não está caracterizada como idolatria ainda).

10. Caso um homem levante uma pedra, um tijolo ou bloco, e diga, “tu és meu D’us”,
ou qualquer frase similar, com dinheiro e etc; é culpado pelo crime de idolatria. Mesmo que
a pessoa se retrate imediatamente depois, e diga, “não, não é meu D’us não”; suas palavras
não ajudam. Certamente a pessoa pode se arrepender e voltar à D’us, que certamente o
perdoará por sua idolatria. Mas se esta declaração for feita na frente de testemunhas, ele
poderá ser levado a um tribunal e condenado de acordo com a decisão do tribunal, mesmo
que tenha se arrependido.
Assim o arrependimento verbal, é apenas efetivo entre o homem e D’us.
O Juiz do tribunal não pode se basear no que ele acha que uma pessoa pensa, para
sentenciá-la, por mais sincera que a pessoa pareça, mas somente D’us pode fazer isso.
Então a pessoa é julgada pelos seus atos. [17]

NOTA: Mesmo que a pessoa preste culta a um único tijolo, e não a três; isso não quer dizer
que a pessoa é monoteísta, e o mesmo se aplica a qualquer ídolo. Não é porque a pessoa
alega que seu ídolo é o “D’us único” que tal culto deixe de ser considerado Idolatria.

11. Aquele que adora um ídolo de acordo com seu ritual prescrito, mesmo se faz isso
de forma desprezível, é culpada. Por exemplo, caso a pessoa defecar na frente do Peor, com
a intenção de afrontá-lo, desde que ele fez o ritual idólatra, é culpada. [18]

12. Assim que a pessoa aceita em seu pensamento um ídolo, como deidade, ou com a
capacidade de fazer bem ou mal, seja porque achou o culto bonito, ou porque tem medo de
que algum mal lhe aconteça, tal pessoa é culpada. [19]

13. Caso uma pessoa dê um abraço, ou beije um ídolo, ou cubra sua imagem, ou
coloque água para limpá-lo, ou óleo para ungi-lo, ou o vista, ou faça qualquer outra coisa
em benefício do ídolo mesmo que não preste culto a este ídolo oficialmente, estas atitudes
são proibidas pela categoria legal de “se prostrar” ao ídolo. Por exemplo, Hindus e
Budistas fazem uma festa pública, onde eles convidam as pessoas a lavam seus ídolos com
leite. Tais atitudes são proibidas à Noahides.

14. Caso um espinho entre nos pés de uma pessoa, bem na ocasião em que ela está
passando em frente a um ídolo, a pessoa não deve se curvar para tirá-lo ali; antes, ela deve
se afastar do lugar como puder, e ficar de costas para o local. Isto também é verdade, no
caso de cair da sua mão, a sua carteira, ou alguma moeda ou dinheiro. A pessoa não deve
jamais se abaixar na frente do ídolo. [20] Sempre deve lembrar-se de dar as costas ao ídolo
antes de fazer o que se precisa. [20] Se puder não abaixar é melhor, mas a regra é estar de
costas para o ídolo. A pessoa não deve apenas não se curvar a um ídolo voluntariamente,
mas nem deve parecer que esteja se prostrando perante o ídolo aos passantes.

(NOTA: Existe um grupo de idólatras em Jerusalém que traz turistas para visitar seu centro
de idolatria. A porta de entrada deste centro de idolatria é extremamente baixa de modo que
qualquer um que entre sob quaisquer motivos se vê obrigado a curvar-se para isso, e isso
fará parecer que o turista esteja se curvando em respeito ao ídolo ali cultuado. Portanto
visitar tal local é proibido à judeus e Noahides).

15. Caso haja uma estátua, como aquelas que são colocadas em praças públicas, de
cuja “boca” – por assim dizer – sai água, a pessoa não deve beber desta água, colocando
sua boca no local de onde a água está saindo, pois parecerá que está beijando a estátua. Mas
poderá encher uma garrafinha d’água, se precisar beber desta água. [21]
16. Toda pessoa é proibida de contratar um artesão, para fazer um ídolo para si,
mesmo que não tenha a intenção de cultuá-lo. Assim como é proibido fazer um ídolo com
as próprias mãos, é proibido fazer um ídolo por intermédio de outros, ou para outras
pessoas, mesmo que aquela pessoa também não vá idolatrá-lo. Fica claro então, que fazer
um ídolo com as próprias mãos, e para si mesmo, é proibido. [22]

(NOTA: Caso tal atitude ocorra dentro de nossa casa, temos a permissão, até mesmo, de
usar a força, para impedir tal ação, caso necessário).

17. É proibido fazer figuras ou imagens que lembrem ídolos, para propósitos
ornamentais, mesmo que não sejam exatamente dos ídolos, isto é, mesmo se a pessoa não
fizer imagens com algo valioso como ouro ou prata, e especificar que elas são meramente
para propósitos artísticos – mesmo assim é proibido - pois outras pessoas podem errar e
imaginar que são ídolos. Esta proibição refere-se a formas humanas, de característica tri-
dimensional. Apesar de proibidas, tais atitudes não incorrem em penalidade capital. [23]

18. Uma imagem côncava ao invés de, em relevo, ou pintura tri-dimensional, como
pinturas ou bordados em tapetes, são permitidos.

19. É proibido colocar um anel, que tenha no seu selo, uma imagem idolátrica, ou a
imagem de uma pessoa; caso a imagem esteja em relevo. Caso a imagem esteja côncava,
seu uso é permitido, se for uma imagem humana – que não for cultuado como ídolo. Mas é
proibido utilizá-lo com selo, já que a pressão produzirá a imagem. [24]

20. É proibido fazer formas do que a pessoa imaginar ser um “anjo”, ou de quaisquer
das descrições Agáticas (parábolas) dos profetas, sobre os seres espirituais, de forma tri-
dimensional. Desenhá-los, ou pintar o que a pessoa acha sobre sua forma é permitido, desde
que não é desta forma que se faria um culto idolátrico. [25]

21. Com relação a escultura (voltada à formas humanas), e si mesma, alguns sábios
dizem ser esta uma arte proibida, pois que foi especificamente desenvolvida para atender à
fins idolátricos. Outros dizem que a estátua apenas se torna proibida, quando procura
imitar exatamente a forma do corpo humano, isto é, quando é feita para parecer uma pessoa
inteira de pé. De acordo com esta segunda posição, fazer esculturas de partes do corpo
humano, tal como o busto, seria permitido. Em caso de dúvida, sempre é melhor observar a
opinião mais rigorosa. [27] Isto se aplica, mesmo no caso da estátua ser apenas
ornamentaria.

22. Não é proibido segurar ou sustentar a imagem de uma pessoa, a menos que seja
claro que esta é uma imagem idolátrica. Outras imagens humanas podem até ser da pessoa
(como posse, para ficar em casa) contanto que alguma parte desta imagem ornamentaria,
seja quebrada, tal como quebrar o pedacinho no nariz (se for uma imagem humana), para
deixar claro que o propósito não é prestar culto. Este ato, que quebrar um pedaço da
estátua, é parte do ritual de anulação de ídolo. [28]

23. É permitido então, fazer ou ter estátuas de árvores, de animais domésticos, ou


similares, como brinquedos, bonecos, tanto de pessoas (como os super heróis) ou animais
de qualquer tipo. Mas devemos evitar certos brinquedos que são inspirados em símbolos
astrológicos. [29]

24. Não se deve fitar os olhos (olhar atentamente) para uma imagem de tamanho que
imita o real, de uma pessoa. Tal ato é espiritualmente danoso e deve ser evitado. Agora,
imagens de tamanho menor, podem ser observadas atentamente sem risco de dano
espiritual. [31]

25. Existem três Imagens Idolátricas que são as mais populares do mundo:
a) O Dragão, que é derivado da figuração da Serpente de Bereshit.
b) A figura completa de um homem, oferecendo ao espectador alguma coisa da palma
de sua mão. [33] Esta imagem é muito comum atualmente em várias igrejas.
c) Uma mulher amamentando seu filho. Esta imagem foi inspirada originalmente, na
perversão idolátrica de Havá (Eva), mãe da humanidade. Tornou-se depois, o símbolo da
“mãe dos céus” e foi adaptada e espalhada por diversas culturas.

PARTE CINCO – CONVENCENDO OUTRAS PESSOAS A SERVIR UM ÍDOLO –


FALSOS PROFETAS

1. Existem diferentes opiniões entre os sábios, sobre se os Mandamentos de Noah


incluem a proibição de um Ben/ Bat Noah (que seja idólatra) convencer outra pessoa a
adorar um ídolo. Uma opinião declara que tal pessoa não transgride o Mandamento contra
idolatria para ser passível de pena capital, quando leva outros à idolatria, mas apenas
quando a própria pessoa comete idolatria. A outra opinião mantém, que o Noahide que
convencer uma pessoa a idolatrar, mesmo que não seja passível de pena de morte (que só
se aplica se a pessoa mesma idolatrou) não obstante deve receber punição alternativa, ou
ser impedido. Seja como for, certamente tal pessoa é punida pelas mãos dos céus. Mas se
um Ben ou Bat Noah levar um Ben Israel à idolatria, é passível de pena capital. [36] Neste
caso, seu crime ultrapassou os limites; porque o próprio Monoteísmo existe, devido à
preservação da Sagrada Tradição pelos Filhos de Israel em sua observância do Pacto do
Sinai. Neste caso, o Noahide que leva um israelita à Idolatria, profanou o NOME de D’us
tanto no Pacto de Noah como no Pacto do Sinai, e é julgado de acordo com a Aliança do
Sinai; por haver cometido um atentado direto contra a Torá.

2. Caso uma pessoa diga, o “tal e tal ídolo” me disse, adore-me” ou se a pessoa disser
que “D’us me disse, adore este “tal e tal ídolo”, esta pessoa é legalmente um falso profeta.
Se ele influenciar várias pessoas a isso, é passível de pena capital pelo tribunal. [37]
3. Um propagador da idolatria é culpado, não importa se ele usa expressões no singular
ou no plural - por exemplo - se disser: “vamos adorar tal ídolo” ou disser “eu vou adorar
tal ídolo”.

4. Aquele que convencer aos outros de prestar culto a ele, dizendo, “sirvam-me” tal
pessoa é passível de pena capital. Caso ele seja aceito como “elokim” (isto é, se lhe for
atribuído pelas pessoas, o poder de fazer bem ou mal) tal pessoa do mesmo modo, passível
de pena capital. [38] Mesmo que ele não tenha se declarado um “deus”; mas simplesmente
induzido às pessoas a acreditarem que ele é fonte de bons ou maus acontecimentos; tal
pessoa é passível de pena capital.

5. Caso um falso profeta, diga em nome de seu ídolo, uma determinada “revelação”, ou
diga a uma pessoa para fazer ou deixar de fazer alguma coisa, mesmo que ele esteja
ensinando algo errado em relação ao culto do ídolo, tal pessoa é passível de pena capital
por crime de idolatria [39].

6. É proibido estabelecer ou refutar uma determinada Lei pela autoridade da profecia de


quem quer se seja em nome de D’us ou ídolo, e não importa se a pessoa sabe como realizar
fenômenos sobrenaturais ou não. Qualquer pessoa que observe um destes “milagres” dos
idólatras e imagine ser possível que tal falso profeta esteja dizendo a verdade, transgride o
Mandamento. [40] Mesmo que este idólatra ressuscite um morto, ou caminhe sobre a água,
não devemos dar ouvidos ao que diz, porque fala contra a ETERNA Lei de D’us, que é
perfeita e por meio da qual nós conhecemos a Vontade de D’us. Como estabelecido na
própria Torá (Devarim 13), tais fenômenos apenas testam nossas convicções e por isso
podem ocorrer, mas o homem deve ser fiel aos seus propósitos, e jamais se deixar
impressionar pelo sobrenatural.

7. Similarmente, aquele que legalmente for designado como falso profeta recebe pena
capital... mesmo se ele profetizar dizendo-se “servo do D’us de Israel”, ou até se ele
alegava ensinar as 7 Leis Universais aos Bnei Noah.

8. Todo aquele que alegar ter tido uma visão, ou sonho profético sem isso ter realmente
acontecido ou sem saber o que significam estas coisas, e procurar ensinar outros a respeito
para fazê-los acreditar que possui dons ou poderes, é um falso profeta. [41] Todos os falsos
profetas, ameaçam seus discípulos e outros praticantes de idolatria, para que tais pessoas
continuem a temê-los em seus corações. Geralmente eles prometem uma “condenação
eterna” aos que se recusarem a acreditar neles ou seguí-los. Toda pessoa que crê na
Sagrada Torá, deve se fortalecer na noção de que tais homens não podem alterar a
misericórdia infinita de D’us, como expressa na Torá que até ao condenado por um crime
capital, provê esperança de redenção, se houver arrependimento. Além disso, não existem
“penas eternas” segundo a Torá, mas apenas penas proporcionais ao crime cometido. Um
erro “temporal” não pode ser punido “eternamente”, pois isso fere a Justiça Absoluta de
D’us, além de distorcer Sua Infinita Misericórdia. Por isso, quando descreve as Leis contra
os Falsos profetas, a Torá nos adverte para que “não tenhamos temor dele”, já nos
advertindo contra tais técnicas para convencer seus seguidores a permanecer com eles. [42]
9. A pessoa não deve mencionar o nome de um ídolo, estando num local público
dizendo, “me encontre em frente ao fulano de tal”. [43] Ou seja, não devemos mencionar o
nome do ídolo, mesmo que acidentalmente ou sem intenção, perante outras pessoas; para
que elas são imaginem que tal ídolo tenha valor por nosso intermédio.

PARTE SEIS – PILARES IDOLÁTRICOS – TER BENEFÍCIOS DE OBJETOS


IDOLÁTRICOS

1. Um pilar que sirva como ponto central de um culto, de modo que as pessoas ali se
reúnam ao redor, chama-se “Matzevá”, um Pilar Idolátrico. É proibido sequer se
aproximar de tal símbolo idolátrico, pois é justamente desta forma que a pessoa presta o
culto. Um exemplo vivo desta idolatria é a pedra Kaaba, em Meca, para a qual milhares de
peregrinos vão circular. Esta é a forma clássica de “Matzevá” cultuada da mesma forma
primitiva, em plena era moderna! Qualquer pessoa que faça um pilar como aquele, viola o
Mandamento, mas não é passível de pena capital. [44]

2. Uma pedra, afixada no piso, com figuras idolátricas cravadas nela, para chamar
atenção do observador aos detalhes, é proibida. Mesmo que uma pessoa esteja de pé neste
lugar, e esta pessoa se curve em honra a D’us neste lugar, ela na verdade profana o NOME
de D’us, cometendo um ato de idolatria, mas não é passível de pena capital por este erro.
Este tipo de idolatria era feita, deitando-se no chão, ao ídolo. Por isso não se usa os costume
idólatras de se ajoelhar, ou deitar, para cultuar ao ETERNO, mas à exemplo de Israel,
deve-se cultuar ao ETERNO, de pé ou sentado.

3. Estas normas contra ajoelhar-se se aplicam a todos os lugares, exceto o Templo de


Jerusalém, onde é permitido ajoelhar-se sob um chão de pedras. [45]

4. A pessoa que se ajoelhe perante um chão de pedras decorado (em qualquer lugar do
mundo) não comete a violação, a menos que se prostre totalmente, curvando suas mãos e
pés. Agora se a pessoa tem sua intenção voltada ao ídolo, mesmo que não tenha se curvado
completamente, é culpada, e passível de pena capital. [46]

5. Os Filhos de Israel foram ordenados a destruir todos os ídolos de todas as espécies,


na terra de Israel. Portanto é apenas da Terra de Israel, e apenas os Filhos de Israel, quem
devem proibir pela força a prática da Idolatria. [47] Mesmo que nós saibamos sobre
Avraham e seu zelo extremo contra ídolos, quebrando-os e desafiando o poderio idólatra da
época, tal atitude não é Lei.

6. É proibido derivar prazer ou qualquer benefício de um ídolo, ou de quaisquer itens


usados em seu culto, seja incenso, comida, ornamento, veste, ou qualquer outra coisa usada
em sua honra. Toda pessoa que transgredir essa derivação do preceito contra idolatria,
apesar do erro, não recebe a pena capital. [48]

7. Não se pode extrair benefício de seres vivos consagrados à idolatria, tais como
animais domésticos, nem de nenhuma parte ou derivação destes animais, por exemplo, usar
o esterco de uma vaca idolatrada para adubo, ou usar seus chifres, ou seu couro. Mesmo
que o animal não possua nenhuma marca de indique que ele foi usado para idolatria,
mesmo assim é proibido apenas pela suspeita. [49]

8. A diferença haláhica (com base na legislação divina) entre um ídolo de um Ben ou


Bat Noah, e o ídolo de um Ben ou Bat Israel, é que o ídolo do Noahide é proibido, no
momento de sua fabricação, e o do Israelita, somente passa a ser proibido, no momento em
que é cultuado como ídolo. [50] Pois o histórico das nações indica que seu comportamento
é propenso à Idolatria e à rejeição do Monoteísmo. Portanto a motivação que leva um
gentio à fabricar um ídolo, tem mais chances de ser Idólatra do que a do judeu; que pode
estar na verdade com uma noção errada de D’us, sem real motivação idólatra, que apenas
será confirmada se ele se prostrar perante o ídolo fabricado.

9. Um Noahide que herdar um ídolo de sua família deve atirá-lo no mar [51] Ou seja,
torná-lo inacessível e impossibilitar seu uso.

10. Figuras e Imagens feitas para propósitos artísticos são permitidas, conquanto não
possam ser confundidas com ídolos. Símbolos tais como uma estátua segurando um bastão
com um pássaro, ou um globo, ou uma espada, ou uma coroa, um com um anel em
destaque nas mãos, é suspeito de ser um ídolo – pois tais símbolos procuram refletir a idéia
de poder geralmente usada para ídolos – e são por isso, proibidos até que seja comprovado
seu propósito. Se forem confirmados como não projetados para idolatria, presume-se que
seja uma obra artística e, portanto, passam a ser permitidos. [52]

11. Cruzes são evidentemente clássicas imagens idolátricas, pois as pessoas lhe atribuem
respeito, e até se curvam diante delas ou rezam na sua frente. [53] Portanto são proibidas
sob quaisquer formas.

12. Sacerdotes que tenham cruzes em suas roupas, ou com parte de suas roupas, tais
cruzes são legalmente diferentes, daquela cruz pendurada em seu pescoço; pois estas cruzes
afixadas na roupagem apenas representam a autoridade religiosa, e não são representações
do ídolo em si. Não obstante, por causa do símbolo de idolatria em suas vestes ou
pendurado em seu pescoço, não devemos nos prostrar diante de tal pessoa, nem mesmo se
curvar levemente, nem tirar o chapéu por causa dela, nem beijar-lhe as mãos, nem dar
qualquer aparência de que você esteja temendo sua autoridade religiosa. No entanto é
permitido cumprimentá-lo respeitosamente, tal como você cumprimenta todas as demais
pessoas, com toda educação. Se você for honrar à D’us na presença de tais pessoas, por
exemplo, recitando uma benção antes de ingerir um alimento, deve fazer isso de forma
muito discreta, para que não pensem que você lhes presta homenagem. Se o local onde
você está, for um local onde o culto idólatra acontece e você veio descobrir isso depois de
estar dentro, então você não pode cultuar nem mesmo ao ETERNO em tal lugar isto é, não
pode recitar qualquer benção neste local, pois este local é proibido para qualquer
manifestação de caráter religioso.

13. Deve-se ter muito cuidado com medalhões, que geralmente são acompanhados de
símbolos idólatras. Não se deve colocar amuletos de nenhuma espécie. Qualquer tipo de
superstição é caracterizada como Idolatria e é proibida à judeus e noahides.
14. Caso uma pessoa tenha ou queira comprar objetos raros, belos que tenham imagens
neles; se a pessoa souber ou ficar sabendo, que foram feitas por fins idolátricos, tais objetos
são proibidos. Mesmo após a compra. Ou seja, a pessoa terá que se desfazer deles. Se não
houver certeza sobre o motivo das imagens, e esta for incomum, e o objeto (tipo, um vaso)
for usado para plantas ou outras utilidades que deixem claro o tratamento comum que se dá
aos mesmos, é permitido de tê-los em casa. [54]

15. Geralmente, os ídolos do passado foram modificados para atender às novas teologias
que se desenvolveram e modificaram seus elementos básicos. Isso poderia levar alguém a
pensar que a idolatria não mais existe. O que é um erro. Todo cuidado deve ser tomado,
para prevenção da relação com culturas de “fonte” de idolatria (Cultura Greco-Romana,
Cultura Hindu, etc), para que estas não sejam impressionáveis aos menos instruídos.

16. É também considerado idolatria, o consumo de alimentos ou bebidas, que refletem a


idéia de que tal “substância é de D’us,” e que a pessoa, ao consumir isso, terá um pouco
mais de D’us no seu próprio ser...note que os Filhos de Noah, historicamente caíram no
erro da idolatria, justamente quando erraram em discernir sobre “Elokah” e “Elokut” isto
é, sobre D’us e o Divino.
Uma pessoa pode dizer que toda a criação é Divina, no sentido de que é repleta da Força
Existencial de D’us; mas não pode dizer que qualquer coisa na Criação seja D’us...

17. É proibido usar utensílios sobre os quais se vejam imagens do sol, da lua, ou de um
dragão, mesmo se for de ouro ou prata. Quando então a pessoa alegaria que possuem
apenas valor financeiro. Similarmente, num vestido ou qualquer outra vestimenta em que
tais imagens estejam presentes sob quaisquer formas, são proibidas. [55]

18. Se a pessoa encontrar tais imagens em artigos de baixo valor, eles são permitidos para
o uso, porque se supõe que seu motivo tenha sido artístico e não idolátrico. Pois os idólatras
procuram honrar muito suas fabricações.

19. Ídolos e outros artigos relacionados provocam que tudo o que for misturado a eles
torne-se proibido, mesmo que o objeto misturado é pequeno e não for parte dos demais
objetos. Se um ídolo estiver misturado à figuras ornamentais que não são proibidas, tudo se
torna proibido, por causa do ídolo, e deve ser jogado no mar, onde será corroído e
condenado. [56]

20. Caso a pessoa encontre valores monetários dentro de um ídolo, e lhe parecer que
foram deixados ali por engano, tal pessoa poderá usá-los. Por exemplo, se alguém disser
que escondeu tal valor embaixo da estátua do ídolo tal, e a pessoa for lá, e pegar o ídolo, e
virá-lo de cabeça pra baixo e tirar o valor, tudo isso é permitido. Agora, se souber que estes
valores foram consagrados ao ídolo e apenas estavam perdidos; o valor é proibido, e esta
regra se aplica à tudo o que for similar a isso. [57]

21. Se houver um acessório, com um símbolo idolátrico não muito claro nele, como um
cachecol com uma estampa exótica, contanto que seu uso não beneficie – por exemplo - o
sacerdote idólatra, ou seja, contanto que não seja costume dos sacerdotes idólatras usarem
este mesmo tipo de cachecol– com a satisfação de achar que você também estaria
cultuando ao ídolo, tal uso é permitido, caso proporcione o engano, seu uso é proibido.
Caso pertença, ou tenha sido elaborado por um sacerdote idolatra, é proibido, mesmo que
não seja para a idolatria. [58]

22. Caso o ornamento referido for de uso popular, e você vir um sacerdote idólatra usando
um igual ao seu, mesmo assim seu uso é permitido, então não se trata de simplesmente ser
proibido porque o idólatra usa, mas especificamente se aquilo é uma característica da sua
indumentária.
23. É proibido negociar ou lucrar com qualquer coisa que pertença a idolatria. Agora se
você tiver herdado ou achar um ídolo, e daí um representante do governo, quiser lhe
comprar o ídolo para museu ou coisa semelhante, ou mesmo se não lhe explicar o
propósito, você é isento de culpa, caso ocorra idolatria com o objeto e, portanto, pode
negociá-lo. [59] Porque fazer negócio com imagens idolátricas profana a própria imagem.
Além disso, você estará se desfazendo da imagem e, portanto, se desligando dela. No
entanto não é permitido negociar imagens que você tenha adquirido de uma fábrica, pois o
ato da aquisição da imagem é proibido. Você apenas pode se desfazer de uma imagem, por
meio do comércio, mas não pode adquiri-la.

24. Caso os idólatras cobrem um imposto, ou peçam uma contribuição para homenagear
um ídolo, ou um templo idólatra é proibido dar-lhes qualquer quantia. Mas se o governo
usar o dinheiro público para idolatria, você não é responsabilizado.

25. O pão que for trazido a um sacerdote idólatra, pode ser comido por Bnei Noah, porque
tal alimento não é oferecido ao ídolo, antes, é o sustento da pessoa. [60]

26. Parafina usada na idolatria, ou pavios da mesma forma, são proibidos, mesmo se for
apenas o resto deles. Agora, caso os idólatras tenham usado e não mais desejem usar, então
o “motivo” idolátrico é removido e seu uso passa a ser permitido. Mas se as velas forem
apagadas na intenção se serem re-acesas depois, são proibidas.

PARTE SETE: Coisas que continuam permissíveis, apesar do seu envolvimento com
idolatria – árvores idolatradas – anulação de ídolos.

27. Qualquer coisa que não possa ser levantada por uma pessoa, mesmo que tenha sido
adorada, pode ser usada. Portanto, mesmo se idólatra adorarem montanhas, montes, árvores
que crescem naturalmente, ou que foram plantadas para dar frutos (com exceção daquelas
originalmente plantadas para idolatria), bem como rios públicos (não privados, pois
podem ter sido criados especialmente para atender propósitos idólatras), ou animais, todos
são permitidos ao uso. E é permitido comer o furto de uma árvore ou arbusto que foi
cultuado, contanto que este tenha permanecido em seu local original de crescimento, antes
de ter sido ofertado aos ídolos. Mas um animal usado para um ídolo, mesmo na forma mais
simplória, torna-se proibido. Por exemplo, caso o animal foi abatido para a idolatria, ou foi
negociado para um ídolo, ou trocado por um ídolo; mesmo que agora esteja representado
por um valor monetário, é equivalente ao próprio ídolo e, portanto, proibido. [62]
2. Na situação acima, falamos sobre a pessoa que possui um animal usado para a idolatria,
mas quando uma pessoa adquire um animal de outra, e sem o consentimento desta, o abate
para a idolatria, ou se o troca por ídolos, o seu valor permanece permitido. A pessoa não
pode tornar proibido aquilo que não lhe pertença.

3. Caso uma pessoa se curve com o rosto em terra à um ídolo, este chão não é proibido.
Caso ele cave um poço raso, e declare o local consagrado para idolatria, este local é
proibido.

4. Caso uma pessoa se curve às águas, em seus locais naturais, a água não é proibida. Caso
ele tome da água, e colocando-a num reservatório, se curve à ela, esta água torna-se
proibida. [63]

5. Rochas e montanhas que são adoradas pelas pessoas, são permitidas para qualquer uso,
contanto que estejam em seu local natural. Se forem removidas para outro local, tornam-se
proibidas.

6. Caso uma pessoa construa um pilar, ou mesmo finque uma estaca, na intenção de prestar
culto, mas não o faça por qualquer motivo, e daí venha outros idólatras e prestem culto
àquilo, este é considerado legalmente um Pilar Idólatra e passa a ser proibido. [64]

7. Uma árvore plantada para ser adorada, é proibida. Igualmente proibidos são seus ramos,
seus frutos, suas folhas e qualquer coisa que derive ou esteja nela; daquilo que poderíamos
ter algum benefício. Esta árvore é legalmente intitulada ASHERÁ, tal como especificada
pela Torá - (Devarim: 16:21).

8. Caso uma árvore idólatra seja derrubada, apesar do seu tronco ser permitido ao uso, todas
as folhas e frutos continua proibido porque estes são cultuados em separado.

9. Caso idólatras observem o fruto de uma árvore, e declarem que este fruto será usado para
fazer uma bebida para o Templo Idólatra, e então eles realmente façam a bebida, para sua
festa; aquela árvore torna-se proibida, mesmo que não tenha sido adorada. Seu fruto é
considerado como “plantado para idolatria” mesmo que não tenha este sido o seu
propósito original, passa a ser considerado consagrado à idolatria.

10. Caso um ídolo esteja abaixo de uma árvore, todo o tempo em que ali estiver a árvore é
proibida. É considerado acessório de idolatria, e qualquer benefício desta árvore, mesmo
sua sombra, é proibido. Caso o ídolo seja removido, a árvore torna-se permitida, se a
árvore em si, não foi usada como ídolo. [65]

11. Caso uma casa não foi construída para um ídolo, mas foi reformada, pintada ou
decorada com imagens, seja de cravações ou relevo, para um ídolo qualquer, a pessoa que
se apropriar desta casa, deve remover as invocações. Elas são proibidas porque são
dedicadas ao ídolo. O restante da casa é permitido para o uso.
12. Caso uma pessoa traga um ídolo dentro de uma casa, por todo o tempo em que o ídolo
ali estiver a casa é considerada Templo Idólatra. Uma vez que o ídolo for removido de lá,
de modo que indique sua anulação como ídolo local, a casa torna-se permitida. Caso um
ídolo foi trazido para dentro da casa por um Noahide idólatra, e venha um israelita e o
remova de lá, isso não é suficiente para a anulação da casa como Templo Idólatra; porque
se pode alegar que o Noahide deseja a permanência do ídolo e o israelita não; o que faz
permanecer o status de Templo Idólatra na casa. Portanto, tal como um Noahide trouxe o
ídolo para dentro da casa, é um Noahide que deve removê-lo, para que assim seja anulado o
efeito legal da idolatria sobre a casa, e esta deixará de ser considerada consagrada à um
ídolo. [66]

13. Não é permitido fazer uso de uma casa proibida. Não se pode entrar nesta casa, nem
sentar-se à sua sombra. Mas é permitido passar através de sua sombra, enquanto se caminha
na sua calçada. [67]

14. É também aconselhado que se mantenha uma distância, de pelo menos oito passos, de
um Templo idólatra, ao passar por ele; pois alguns Templos Idólatras são venerados pelos
passantes.

15. É proibido ouvir músicas, cheirar fragrâncias, ou observar ornamentos de idolatria.


Além disso, é proibido olhar atentamente, para um ídolo.

16. Caso uma pessoa precise caminhar próximo a um Templo de idolatria, deve desviar
dele seu olhos. Se tiver músicas, tapar seus ouvidos. E evitar que seu nariz perceba
qualquer cheiro ou fragrância que venha do local; para evitar que seus sentidos se
beneficiem de qualquer coisa da idolatria. Mesmo se a pessoa não tiver qualquer intenção
de ter prazer com tais sensações, ela deve conduzir a si mesma por um comportamento que
deixe claro à todos, que ela se recusa a derivar benefícios da idolatria. E uma pessoa
temente à D’us tem obrigação de ser cauteloso nisso e, portanto, deve evitar esta situação,
sempre tomando rotas alternativas para não ter que passar perto de um Centro de Culto
Idólatra.

17. Caso um ídolo esteja sobre uma pedra, a pedra torna-se proibida por todo o tempo em
que o ídolo estiver lá. Quando ele for removido, a pedra é permitida. E, portanto,
imediatamente após a remoção do ídolo é que podemos nos sentar sobre ela, ou apoiar
alguma coisa nossa sobre ela [68]

18. Caso uma pessoa esteja numa casa, que esteja ao lado de um Templo Idólatra, e sua
casa precise ser reconstruída ou reformada, ele não deve fazer isso da mesma forma que a
casa era anteriormente; mas deve modificá-la completamente, para que sua propriedade
seja completamente distinguida do Templo Idólatra. O espaço restante entre sua casa e o
Templo idólatra, deve ser demarcado, para que o Templo idólatra não aumente seu
território. Caso haja uma parede comum para você e o Templo idólatra, você deve medir a
espessura do muro, e fechar metade dele para delinear qual parte pertence a você e qual
parte pertence ao Centro Idólatra. Pode-se colocar uma linha, daquelas usada em
construções para alinhar tijolos, por cima ou num corte por dentro do mundo; e instituir que
esta linha é o limite entre o Templo Idólatra e sua residência. Deve-se fazer isso, na
presença de uma testemunha Noahide. Uma Pedra ou Madeira, ou prego daquela metade do
Muro é proibido para uso e, portanto, é importante demarcar seu limite.

19. A forma apropriada de destruir um ídolo e todos os artigos relacionados a ele é moê-lo e
espalhar seu pó ao vento, ou queimar seu restante, ou jogar seu restante no mar; para que
seja perdido para sempre, e jamais seja encontrada qualquer lembrança à respeito. [69]

20. Uma imagem artística humana, que seja idólatra é anulada, por quebrar-lhe o nariz, a
orelha, o dedo ou rachar o local do rosto. Caso o material seja de metal, deve ser derretido.
Todos estes procedimentos constituem o rito de anulação de ídolo [70]. Uma vez anulado,
a figura é permitido para qualquer uso. [71]

21. Um ídolo em qualquer tamanho ou forma, ou qualquer de seus acessórios, caso sejam
anulados, tornam-se completamente permitidos para o uso. Mas qualquer coisa que seja
oferecida a um ídolo, permanece proibida para sempre, e para estas, a anulação não é
eficaz. [72] (A anulação eficaz é aquela realizar pelo próprio ex-idólatra. Caso o rito de
anulação seja feito por outra pessoa, nada significa). [73]

22. Um ídolo adorado por um judeu jamais pode ser anulado, nem mesmo por outro judeu
e mesmo se um Noahide houver sido parceiro deste judeu na possessão e adoração do ídolo.
Similarmente, caso um ídolo de um Noahide vier para a possessão de um judeu idólatra; e
após isso o Noahide efetue o ato de anulação, de nada adiantará, o ídolo é permanentemente
proibido. Porque os judeus são membros da Aliança do Sinai, que é o testemunho do
Monoteísmo Absoluto. Portanto sua Idolatria é mais séria, e impossível de ser anulada.

23. Um Israelita não pode anular o ídolo de um Noahide, mesmo que o Noahide dê
permissões ao judeu para anulá-lo. Somente um Noahide pode anular seus próprios Ídolos.

24. Uma criança pequena, ou uma pessoa com uma deficiência que não lhe permita exercer
a compreensão, não pode anular um ídolo.

25. A anulação de um ídolo automaticamente anula seus acessórios, se estes acessórios


eram parte única do ídolo e necessário para o culto deste ídolo. Mas se apenas os acessórios
forem anulados, mesmo que sejam permitidos a partir de então, enquanto estiverem no
ídolo, são proibidos.

26. Utensílios que idólatras tenha usado, tais como canecos, vasos, porta-incenso, ou
instrumentos musicais, são considerados acessórios de Idolatria e precisam ser anulados
para serem usados, caso a pessoa desejar usá-los. [74]

27. Caso uma figura de idolatria foi dada como garantia, ou vendida para um Noahide ou
para um Israelita, que não a desfez, ou que tenha caído na lata do lixo e não tenha sido
levada, ou caso tenha sido roubada e não requerida, ou caso tenha se sujado com
excrementos humanos ou animais em quaisquer casos em que a figura de idolatria foi
degradada por maus tratos mesmo assim continua proibida, e estes acontecimentos não
constituem em anulação. [75]
28. Caso um idólatra, abandone um ídolo, e caso este seja um tempo de paz, é permitido até
fazer algum uso deste ídolo (como um quebra-nozes, por exemplo...) porque ele é
considerado anulado (desde que ele foi abandonado, é porque não tem valor nenhum para
o que o abandonou). Mas em tempos difíceis, como tempos de Guerra, é proibido, pois
pode ser que tenham sido abandonados apenas por causa da guerra. [76]

29. Caso um ídolo seja quebrado no meio, sozinho ou por acidente, as peças são proibidas
até que sejam anuladas. Portanto, caso uma pessoa encontre peças quebradas de um ídolo já
sabe que são proibidas, pois seus adoradores podem não ter anulado a estátua.

30. Caso um ídolo tenha sido remontado, de peças de outros ídolos, cada parte deve ser
anulada em separado, caso o ídolo pareça o anterior. Caso não pareça, pode-se anulá-lo
como um todo.

31. Um Altar de Idolatria que está em ruínas em que até se tornou perigoso e, portanto
certamente não será usado para Idolatria, continua proibido para qualquer tipo de uso, ou
para qualquer benefício mesmo que seja, se sentar sobre ele, até que a maior parte dele
tenha sido destruída por idólatras. [77]

PARTE OITO: Espíritos, Fantasmas, Magia, Adivinhação, Astrologia, Encantamento e


Necromancia.

1. Aquele que se consulta com supostos fantasmas, ou supostos espíritos para saber coisas
ocultas ou sobre o futuro, e que faz isso de livre e espontânea vontade, viola o Mandamento
contra idolatria, cuja essência é Avodá Zará. [78] (Um Noahide é permanentemente
advertido contra tais coisas, e assim ele não pode alegar que não sabe desta lei.)

2. Caso uma pessoa faça um ritual de queima de incenso e neste ritual, ela balance ramos de
mirta e/ ou pronuncie palavras específicas para invocar um suposto ser, e caso o suposto ser
responda, ou pareça responder à invocação, em termos perfeitamente inteligíveis, ou de
modo que não se possa ouvir com clareza, isto é, se o fenômeno der a impressão de
autenticidade ou se não der tal impressão; ou se os praticantes pegarem o crânio de uma
pessoa e oferecerem incenso nele, para dar a impressão de que seu ritual é muito sério, ou
se fazerem uso de outras técnicas de adivinhação conhecidas ou desconhecidas, e os
presentes escutem, ou acreditem que escutem a resposta vinda do interior do crânio como
um eco, todas estas práticas de evocação de espíritos clássicas, tais como eram feitas pelos
magos e bruxos e médiuns dos tempos das Escrituras, são passíveis de pena capital.

3. Caso uma pessoa coloque um osso de pássaro na boca como faziam os Midianitas, ou o
osso de qualquer outra criatura, e ofereça incenso e realize rituais, tais como se jogar na
terra de acordo com o costume dos antigos Midianitas, como quem está tendo um ataque
epilético, e caso ele fale em meio ao seu transe, sobre coisas futuras como fez Bilam
(Balaão), esta é uma forma de Idolatria, e o seu responsável é passível de pena capital. [79]

4. Inicialmente, foi tema de debate entre os sábios, se o Noahide seria proibido de praticar
magia. Isto é, se ele seria ou não proibido de manipular forças espiritual tais como Kedushá
(santidade) e Tumá (energia mórbida) à seu favor ou para si mesmo. [80] A decisão final
do tribunal que é a magia é proibida, também para os Noahides, tal como é proibida para o
judeu, ou seja, ele não deve tentar manipular forças espirituais, [81] e o mágico, ou bruxo é
culpado e passível de pena capital por Sekilá (ele é lançado de uma alta pilastra sobre um
solo de pedras).

(Nota: Ao mesmo tempo em que tais práticas atraem o seu executor à forças maléficas,
prejudicam muito sua vida em todos os aspectos. Porém, é preciso saber que a “magia” tal
qual sua propaganda sobre si mesma, na verdade não existe do mesmo modo como dizemos
que “idolatria” não existe – isto é, estamos expressando que tais coisas não são capazes de
trazer bem ou mal por si mesmas, tal como prometem.

Porém, a Magia, e o ocultismo existem como uma ocupação inútil e que atraem milhões de
adeptos anualmente; desviando seu comportamento do caminho da justiça e prejudicando
muito a sociedade. Ritos de Vodu, Satanismo, Magia e relacionados, crescem hoje no
mundo todo, tal como eram parte da Cultura dos Egípcios. Nós podemos testemunhar a
influência disso sobre o comportamento das pessoas pela música, como alguns grupos que
se encobrem em determinados estilos do Rock, e usam o estilo da música para proporcionar
aceitação de ideologias contrárias ao que todo Judeu/ Noahide deve cultivar. Muitos destes
grupos realmente se acreditam discípulos de forças imaginárias, tais como Satan, diabo e
outras. E por causa deles, jovens e adultos são induzidos aos milhões, para adotar estas
filosofias inúteis, e advogar toda sorte de desrespeito à lei, à ordem, à moral;
proporcionando que a promiscuidade cresça no meio adolescente, e estes abusos então, vão
assumindo proporções maiores e ganhando força, até resultarem em crimes hediondos.
Estes grupos, que apenas fazem uso do estilo musical do Rock, que não é em si proibido;
mas se imaginam discípulos de ilusões como Satan, Lúcifer e outras bobagens, apenas para
justificarem meus atos, e apesar de dedicarem-se ao que não existe, influenciam jovens ao
mal, porque lhes proporcionam viver por esta ilusão, tal como os Idólatras vivem por sua
ilusão. No entanto, devemos saber que tais alegações, ou forças, não podem fazer nem bem
nem mal a quem quer que seja (Irmiáhu 10:5), mas que, devido sua influência negativa,
deve ser evitada, ou no mínimo selecionada; para que aqueles que gostam de algum estilo
de Rock, saibam separar aquilo que ouvem, caso tenha opções. Se não tiverem opções
dentro do estilo que ouvem, devem renegá-lo. Um exemplo clássico disso são as bandas de
Death Metal e Black Metal. A proteção contra o mau instinto vem de D’us, quando nós
ouvimos Suas determinações e vivemos de acordo com Sua vontade. E apenas ELE
proporciona à todos, a recompensa e a punição por seus atos.)

5. Existe um debate sobre a permissão de certo tipo de prática legalmente considerada pela
Lei Judaica como um ramo da adivinhação, caracterizada pela interpretação de sonhos.
Algumas autoridades mantêm que tal prática é proibida, à judeus e Noahides, e outras
mantêm que seria permitida aos justos, isto é, aos que constantemente se ocupam com o
estudo da Sabedoria, pois estes são os que se dedicam intensamente ao estudo. Estas
pessoas estariam mais próximas da compreensão da inspiração divina, e assim poderiam
compreender mensagens divinas captadas por meio de sonhos específicos. Temos exemplos
que grandes sábios do povo de Israel que conheciam e sabiam decifrar símbolos de sonhos.
E assim a opinião que prevalece é a de que interpretação de sonhos não é uma prática
proibida; contato que praticada dentro das normas e com base no conhecimento judaico a
respeito. [82]
6. Como uma pessoa pratica adivinhação proibida? Por exemplo, ela pode dizer, “desde que
meu pão caiu da minha boca, ou meu cajado caiu de minha mão; não vou a tal lugar hoje,
porque se eu for o que preciso não acontecerá” ou “desde que uma raposa passou na
minha frente, eu não vou sair de casa, pois este é um sinal de algo ruim". [83]

7. Similarmente, aquele que ouve um pássaro cantando e diz, “isso significa que será assim
e não assado” ou “isso indica que será bom ou ruim” está praticando adivinhação.

8. Caso, uma pessoa proponha condições dizendo, “se tal e tal coisa acontecer comigo, eu
faço tal e tal coisa, e se não eu não faço” ele está praticando adivinhação.

9. Tudo o que for similar ao que tem sido mencionado até aqui, cai na categoria de
Adivinhação. Mesmo que de acordo com os Mestres a adivinhação é proibida, ela não é
passível de punição pelo Tribunal.

10. Algumas interpretações de sinais são consideradas permissíveis por todos, portanto, não
é errado dizer “esta casa que construí foi um sinal de sorte desde o momento que comecei a
construção” ou “minha esposa foi abençoada, desde o momento em que nos casamos, e foi
desde então que eu comecei a prosperar” ou “este animal que comprei me trouxe boa sorte,
porque desde então eu comecei a prosperar” – tais declarações são comparativas e
raramente expressam uma crença real naquilo que parece expressar. [84]

11. E similarmente, caso alguém pergunte a uma criança, “que verso você aprendeu?” e
caso a criança responder com um verso que indique uma benção, e daí a pessoa dizer “que
sorte!” ele não cometeu erro.

12. A mudança de opinião, passando a proibir declarações que pareçam adivinhação, ocorre
somente quando uma pessoa determina o futuro, na sua interpretação de sinais. Uma
pessoa que meramente reconheça como sinal, algo que aconteceu no passado, não está
praticando adivinhação. Existe ainda outra opinião dos sábios, que permitem interpretar
sinais em relação ao futuro, se o sinal se provar correto por pelo menos três vezes
consecutivas, e se a interpretação nestas três vezes houver sido absolutamente exata em
todos os seus detalhes. Tal evento indicará inspiração divina.

13. O que é mágica? É o ato de envolver-se em exercícios ou disciplina que provoca um


estado eufórico, ou que interrompa o processo natural do pensamento, e por meio disso se
proponha a proclamar eventos futuros. Uma pessoa pode dizer, “assim e assim acontecerá
no futuro, ou não acontecerá assim e assim”. Todo Noahide deve ser cuidadoso nestes
assuntos. [85]

14. Existem os que se envolvem com mágica, e que usam pedra ou madeira, ou areia, e
aqueles que se deitam na terra e se movem no chão e emitem grunhidos e outros sons
bizarros. Existem os que usam bolas de vidro ou cristal, dizendo-se capazes de prever o
futuro, ou interpretar sinais. Ou aqueles que usam utensílios em suas mãos, tais como
cajados ou espadas, e argumentam que podem ler pensamentos e falar sobre coisas futuras.
Seja como for, todas as modalidades de mágica são proibidas.
(Nota: Nos Centros das cidades existem muitos locais onde tais praticantes agem,
incluindo Quiromantes, Tarô, Fenologia, e muitas práticas similares. Muitos destes
praticantes fazer disto seu comércio, e outros oferecem seus serviços gratuitamente. Eles
alegam que receberam as habilidades que alegam ter, de D’us. Não se deve dar a mínima
chance para recepção de suas práticas e/ ou ideologias, porque o mínimo envolvimento
com estas coisas pode resultar num grande afastamento da sabedoria de D’us.)

15. Existem também os que fazem uso de ilusionismo, no objetivo de fazer seus
espectadores acreditarem que as coisas não ocorreram na ordem natural, e assim procuram
incentivá-los a pesquisas sobre forças ocultas; fazendo-as crer que elas também terão tais
“poderes” se ocuparem-se disso. Estas práticas são proibidas. [86]

16. É proibido praticar mágica, ou consultar um Mago, mas o tribunal não pode punir por
prática de mágica ou consulta de mago. [87] (a pessoa deve se lembrar de que, qualquer
transgressão que esteja fora da Jurisprudência da Lei, é punida pelo tribunal Celeste.)

17. É proibido se ocupar de astrologia. E o que é astrologia? Esta é a prática daquele que
observa astros por meio do conhecimento da astronomia, sendo que a astronomia é
completamente permitida como é óbvio, e com base neste conhecimento procura
determinar que coisas aconteçam assim e assim, e daí a pessoa teria que agir assim e assim
para conseguir se dar bem, ou evitar esta e esta atitude para evitar maus eventos. [88]

18. Existem dois tipos de Astrologia: Aquela que procura prever futuros eventos e
acontecimentos, mesmo que num futuro próximo, lhe ditando determinados
comportamentos para determinados dias, ou épocas. E a categoria que se ocupa em
compreender as características de personalidade de cada pessoa.

A primeira é proibida, e a segunda é permitida.

19. Observar os tempos, isto é, tentar prever o futuro é proibido, mesmo no caso da pessoa
não realizar quaisquer atos, mas meramente concordar com as mentiras e falsidades daquele
que levam os outros ao erro, como por exemplo, consultar obras que se proponham a
revelar o futuro; pois nas suas palavras não temos verdades nem sabedoria. Todos os que se
permitem guiar por previsões astrológicas, transgridem a Lei de D’us, mesmo no caso do
Tribunal humano não ser permitido de puni-lo por isso. [89]

20. O que é um feiticeiro? É aquele que fala palavras que podem fazer parte de algum
vocabulário novo ou antigo, ou mesmo, palavras que não fazem parte do vocabulário do
povo, ou que não possuem qualquer significado; alegando que tais palavras são
espiritualmente poderosas ou benéficas, ou que anunciariam um fenômeno espiritual
qualquer. Nenhuma palavra mágica, ou considerada sobrenatural ou de significado
espiritual tem poder para fazer bem ou mal. Mas os ignorantes, que são manipuláveis e
fracos de entendimento e raciocínio, são levados a acreditar em tais tolices, quando lhes
dizem: “se você disser isso e isso, sobre veneno de cobra, ele não te fará mal algum” ou
“se você fizer tal e tal declaração, será protegido contra o mal”. [90]
21. O feiticeiro pode apresentar um objeto, tal como uma chave ou outra coisa, enquanto
diz coisas sem sentido. Qualquer coisa similar a isso cai na categoria de Feitiço, e aquele
que pratica tais coisas transgride a Lei de D’us, mas não é punido pelo Tribunal.

22. Caso uma pessoa for mordida por uma cobra venenosa, ou picada por um escorpião
estando, portanto, emocionalmente abalada, ela é permitida de murmurar qualquer tipo de
murmúrio que desejar, como no caso de encantamentos, sobre o ferimento, se ela acredita
que isso vai ajudar em alguma coisa, pois isso poderá pelo menos acalmá-la em seu
momento de vulnerabilidade. Assim, isso apenas se aplica à pessoa que está sob perigo
mortal, quando sua mente está vulnerável e fraca. Mesmo se o que ela declarar, obviamente
não for ajudar em nada, poderá mantê-la calma e evitar pânico, condições especialmente
benéficas para estes casos. [91]

23. Aquele que pratica feitiços, sobre os ferimentos de alguém, usando versos da Torá ou
das Escrituras sagradas, como fazem os falsos cabalistas e charlatães, e similarmente,
aquele que lê versos da Torá de forma a colocar medo em crianças, fazendo-as acreditas em
absurdos e se dizendo baseado na Torá, por seus atos, é pior do que o Feiticeiro e seu crime
é ainda mais grave, porque está usando as Escrituras para outros propósitos, aos quais ela
não foi designada. Tais pessoas são charlatães, que procuram se passar também por
Cabalistas e conhecedores da Torá ou do Judaísmo, e pelas suas práticas desprezíveis, eles
profanam o Nome de D’us e a Sabedoria por ELE revelada.

Mas, aquele que está aflito, e que se dedica à estudar o conteúdo dos livros sagrados, para
se inspirar e fortalecer sua confiança, e inspirado nisso, orar à D’us para que o ajude, tal
atitude é permissível. [92] (Claro, o melhor a fazer é orar à D’us e pedir diretamente à
ELE pela cura e pela proteção.).

24. O que é um necromante? É aquele que se priva de sua casa, e passa a noite em
cemitérios, para atrair mortos para si, para que lhes informem sobre algo do presente,
passado ou futuro. [93]

25. Existem também os que vestem roupas específicas, como roupas brancas, e falam
termos estranhos em outro idioma ou desconhecidos, e oferecem incensos e/ ou dormem
sozinhos em locais especificados, locais considerados energizados, para atrair espíritos de
mortos, ou para que lhes falem em sonhos.

26. Em geral, todo aquele que faz quaisquer rituais para evocar mortos, ou para saber
quaisquer informações deles, faz parte da categoria dos Necromantes e transgridem a Lei
Divina.

27. É proibido consultar alguém sobre quem se diga que evoque espíritos ou fantasmas,
porque os praticantes disto são passíveis de pena capital. Aquele que consulta estas pessoas,
mas não fazem os rituais, não são passíveis de punição pelo tribunal embora o que façam
seja errado e prejudicial. [94]
28. Aquele que não pratica magia da forma tradicional, mas meramente usa ilusionismo
para se passar por mago, e assim enganar os tolos, transgride a Lei, mas não é passível de
punição pelo Tribunal. [95]

(Mas a Magia em si, não é uma ilusão, caso contrário, não seria passível de pena capital.
O Bruxo verdadeiro é aquele que se coloca como um receptáculo de forças negativas
(Tumá) que estão espalhadas pela natureza. E alegam poder manipular estas forças de
acordo com sua vontade. Porém não podem fazer bem ou mal à terceiros, exceto a si
mesmo e aos que lhe são sujeitos.)

29. Tudo o que foi proibido anteriormente pela Lei de D’us, são ações de mentira, engano,
fraude, e impureza moral e espiritual, e todos aqueles que se recusam a compreender a
tolice destas práticas, não tem parte do Mundo Vindouro.

Nota: Sem uma única exceção, os numerosos cultos, pseudo-religiões, falsos messias, e
semi-deuses que prevalecem no mundo moderno, movem a indústria da Idolatria, e atraem
novos adeptos. Tal como os falsos profetas do passado, eles se ocupam de vários
conhecimentos, para como puderem, usarem o que aprenderam para impressionar os tolos,
aqueles que não se ocupam do estudo e da sabedoria; com promessas de riqueza, bênçãos à
vontade, e salvação de danações eternas. É importante saber que o mal vende sua própria
mercadoria, com a embalagem do bem, e sempre pratica sua maldade “em nome de D’us”
para Lhe profanar o Nome. Todo aquele que é sábio, porque se ocupa do conhecimento,
deve compreender o perigo destas misturas de “verdade e mentira” feita – especialmente –
por aqueles que usam a Torá como se fossem conhecedores ou praticantes dela, para seus
próprios fins idolátricos e propósitos enganosos – tais como – distorcer seu conteúdo para
justificar nele seus Dogmas. É por meio do estudo dedicado, que somos resguardados
destas influências negativas, e protegidos contra o mal da ignorância. [96]

Por isso, a Torá instrui à todos concernente a estas tolices “Seja confiante Nele e então
estarás com o ETERNO Teu D’us” (Devarim 18:13), pois tudo vem DELE, tanto o bem
como o mal. [97]

[1] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 2, lei 4


[2] Ibid., capítulo 2, lei 1
[3] Ibid., capítulo 1, lei 1
[4] Talmud Babilônico, Sanhedrin 56b; Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 2
[5] Shul-han Aruh, Orah Haim, capítulo 156, lei 1
[6] Nodah B'Iehudá, volume 2, Yoreh Deah, número 148
[7] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 2
[8] Talmud Babilônico, Sanhedrin 74b e 75a; Tossefot sobre 75a
[9] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 2, lei 2
[10] Ibid., capítulo 2, lei 6
[11] Ibid., capítulo 3, lei 2
[12] Ibid., capítulo 3, lei 3
[13] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 84, lei 6
[14] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 3, lei 4
[15] Ibid.
16 Torah Or, Beshalah, 65b, coluna 4
[16] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 3, lei 4
[17] Talmud Babilônico, Makot 13b, comentário de Rashi, "Rabi Akiva diz que está
cortado..."
[18] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 3, lei 5
[19] Ibid., capítulo 3, lei 6
[20] Ibid., capítulo 3, lei 7
[21] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 87, lei 8
[22] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 23, lei 9
[23] Ibid., capítulo 3, lei 10
[24] Ibid., capítulo 3, lei 11
[25] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 85, lei 3
[26] Ibid., capítulo 85; lei 5
[27] Ibid., capítulo 85, lei 4
[28] Ibid., capítulo 85, lei 6
[29] Ibid., capítulo 85, lei 7
[30] Ibid., capítulo 85, lei 8
[31] Ibid., capítulo 85, lei 9
[32] Talmud Babilônico, Avodá Zará 42b
[33] Ibid., 41a
[34] Shul-han Aruh, Yore Dea, capítulo 141, lei 1, Shah - nota 4
[35] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 85, lei 2
[36] S'dei Hemed, Peat HaSadeh, As Categorias, Guimel, seção 6, nota 26
[37] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 5, lei 2
[38] Ibid., capítulo 5, lei 5
[39] Ibid., capítulo 5, lei 6
[40] Ibid., capítulo 5, lei 7
[41] Ibid., capítulo 5, lei 8
[42] Ibid., capítulo 5, lei 9
[43] Ibid., capítulo 5, lei 11
[44] Ibid., capítulo 6, lei 6
[45] Ibid., capítulo 6, lei 7
[46] Ibid., capítulo 6, lei 6
[47] Ibid., capítulo 7, lei 1
[48] Ibid., capítulo 7, lei 2
[49] Ibid., capítulo 7, lei 3
[50] Ibid., capítulo 7, lei 4
[51] Ibid., capítulo 7, lei 5
[52] Ibid., capítulo 7, lei 6
[53] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 85, lei 1
[54] Ibid., capítulo 85, lei 2
[55] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 7, lei 8
[56] Ibid., capítulo 7, lei 9
[57] Ibid., capítulo 7, lei 16
[58] Ibid., capítulo 7, lei 17
[59] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 86, lei 3
[60] Ibid., capítulo 84, lei 9
[61] Ibid., capítulo 84, lei 10
[62] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 8, lei 1
[63] Ibid., capítulo 8, lei. 2
[64] Ibid., capítulo 8, lei 3
[65] Ibid., capítulo 8, lei 4
[66] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 84, lei 15
[67] Ibid., capítulo 84, lei 16
[68] Mishneh Torah, Leis da Idolatria, capítulo 8, lei 5
[69] Ibid., capítulo 8, lei 6
[70] Ibid., capítulo 8, lei 10
[71] Ibid., capítulo 8, lei 8
[72] Hohmat Adam, Leis da Idolatria; capítulo 84, lei 5
[73] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 8, lei 9
[74] Hohmat Adam, Leis da Idolatria, capítulo 84, lei 12
[75] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 8, lei 10
[76] Ibid., Leis da Idolatria, capítulo 8, lei 11
[77] Ibid., capítulo 8, lei 12
[78] Ibid., capítulo 6, lei 1
[79] Ibid., capítulo 6, lei 2
[80] Talmud Babilônico, Sanhedrin 56b, comentário de Meiri; Mishne Torá, Leis da
Idolatria, capítulo 11, lei 4
[81] Ibid., veja o comentário de Raavad nesta Lei no Mishne Torá
[82] Kitzur Shul-han Aruh, capítulo 166, lei 2
[83] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 11, lei 4
[84] Ibid., capítulo 11, lei 5 (veja o comentário de Raavad sobre esta lei)
[85] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 11, lei 6
[86] Ibid., capítulo 11, lei 9
[87] Ibid., capítulo 11, lei 7
[88] Ibid., capítulo 11, lei 8
[89] Ibid., capítulo 11, lei 9
[90] Ibid., capítulo 11, lei 10
[91] Ibid., capítulo 11, lei 11
[92] Ibid., capítulo 11, lei 12
[93] Ibid., capítulo 11, lei 13
[94] Ibid.; capítulo 11, lei 14
[95] Ibid., capítulo 11, lei 15
[96] Ibid., capítulo 11, lei 16
[97] Devarim 18:13, comentário de Rashbam (Rabino Shmuel ben Meir)

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Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO # 5 de 8

Leis sobre Blasfêmia

PARTE UM

DEFINIÇÕES DA BLASFÊMIA

1. Blasfêmia é o ato de amaldiçoar/ maldizer ao Criador. Trata-se de um ato


tão hediondo, que o Talmud - todas as vezes que se refere à blasfêmia - faz uso do
termo eufemístico “abençoar à D’us”, para evitar expressar diretamente, a idéia de
se amaldiçoar ao Criador, Pai de todos nós. E isto mostra o cuidado que devemos ter no
momento de tratar a legislação da Lei Divina. Por meramente evitar expressar por escrito
qualquer referência direta à blasfêmia, os sábios do Talmud demonstram o princípio da
Mishná de que “o termo ao Eterno” é nosso tesouro (Ieshaiáhu 33:6), e deve sempre estar
acima de nosso conhecimento, como expresso no Pirkei Avot “se teu temor do pecado for
menor que teu conhecimento, você anula seu conhecimento. Se teu temor do pecado
for maior que seu conhecimento, você o estabelece”.
A Blasfêmia é cometida por quaisquer dos meios de expressão, seja pela palavra falada ou
escrita. Porém o tribunal apenas pode punir aquele que viola o Mandamento por meio da
palavra falada. Aquele que blasfema pela palavra escrita, deve ter sua obra destruída e deve
receber uma punição alternativa.

2. A blasfêmia é o único meio de se transgredir um dos Sete Mandamentos


Universais, apenas pelo uso da palavra. Ou seja, por este pecado, a pessoa è levada
a tribunal apenas pelo que disse, sem que necessariamente tenha violado outros
preceitos. Isso demonstra que, no Pacto Universal, os Noahides – assim como os
judeus – são responsabilizados legalmente pelo que dizem. Portanto, o Noahide
tem deveres para com as Leis de Shemirát HaLashon (guarda da língua); cuja obra
mais famosa e recomendável a respeito é o Sefer Shemirát HaLashon do grande
Rabino Chafetz Chaim (Rabi Israel Meir Kagan, da cidade de Radin - Lithuania).

3. A blasfêmia é uma subcategoria da vingança. Quando uma pessoa é ferida por


outra e procura vingança, ela poderá atingir a pessoa ou amaldiçoá-la. Ou seja,
procura causar qualquer dano possível. Caso o seu ódio seja intenso, aquele que
procura vingança pode não ficar satisfeito apenas com palavras, mas pode até
desejar atingir fisicamente aquele que o feriu. E em casos extremos, a pessoa
vingativa pode não ficar satisfeita até que mate seu semelhante - Isto é entre um
homem e o seu próximo. Entre o homem e D’us é um pouco diferente - O ser humano
não pode ferir à D’us fisicamente. Então um último ato de expressão da vingança
que a pessoa pode realizar contra D’us, seria amaldiçoá-Lo. Portanto, a blasfêmia é
vista legalmente, como um desejo de ferir à D’us, de destruir Sua Existência ou
Matá-Lo se isso fosse possível. Esta noção de desejar destruir à D’us, se traduz na ideologia
que leva a pessoa agir propositalmente contrária aos princípios divinos. Sendo assim, a
pessoa se torna “inimiga de D’us” porque age sempre de forma contrária à Sua Moral e
Legislação; violando as Leis de D’us, como que propondo-LHE um Desafio. Sendo assim,
esta pessoa se acredita “em confronto” com D’us ou com a idéia de D’us; e usa de todos os
meios para expressar sua antipatia à D’us. São os que procuram implantar ideologias
perigosas à sociedade, em nome da falsa liberdade, bem como os que procuram corromper o
comportamento das pessoas, com idéias inovadoras que proporcionam incentivo a
libertinagem e ao descaso para com a vida, decência e moral. Os irreverentes, os
preconceituosos, e os Niilistas cultivam este tipo de ideologia. Assim, caso blasfemem contra
D’us exteriorizando seus maus intentos, são passíveis de punição – caso o façam perante
testemunhas adequadas, pelo tribunal – caso o façam em secreto, são punidos “pelas mãos
dos Céus”.

4. A proibição contra a blasfêmia nos ensina a não falar contra D’us nem diminuir
da Sua glória de forma alguma, por intencionalmente usar palavras que diminuam
a reverência e a fé que devemos ter Nele. [1] Daí o pecado dos Ateus, não estar
intimamente relacionado a seu erro intelectual, mas especificamente ao que resulta deste
erro, que são as blasfêmias por eles proferidas. A Glória de D’us está expressa nas
Escrituras, de acordo com as explicações dos sábios de Israel. Logo, diminuir da glória de
D’us também é deturpar os registros da Sua Sabedoria, por meio de Seus servos;
modificando o sentido adequado através do qual o texto deve ser compreendido; para
propositalmente fazer da mensagem das Escrituras, motivo de zombaria.

5. Tal como qualquer dos Sete Mandamentos Universais, antes que uma pessoa
seja levada ao Tribunal para julgamento por haver violado a Lei, deve haver
testemunhas do ocorrido, que voluntariamente desejam testificar contra o acusado.
Isto apresenta um problema, pois como podem as testemunhas testificar contra o
acusado, sem que repitam a expressão blasfema que foi usada por ele, o que seria
uma posterior transgressão deste mesmo Mandamento?
6. Nos Tribunais Judaicos da Lei, o tema é tratado da seguinte forma: As
testemunhas, durante toda a seção, são orientadas a usar um termo eufemístico para
a atual declaração blasfema que ouviram, eliminando qualquer referência à D’us
da frase. [2] Então, na conclusão dos procedimentos, todos devem sair do recinto,
com exceção daqueles que são essenciais para o caso, e as testemunhas devem
repetir a frase blasfema tal qual eles ouviram. Ao ouvirem a blasfêmia, os Juízes
rasgam suas vestimentas, tal como é feito ao se ouvir da morte de algum parente,
ou qualquer outra tragédia consideravelmente grave. Esta metodologia pode servir de
exemplo para Tribunais Noahides, sobre como proceder no caso, ao mesmo tempo em que
se conserva o Temor à D’us. Isso também propõe o princípio Noahide de “inspiração da
Lei” através do qual o Noahide pode estudar a Lei, para dela extrair lições práticas e assim
direcionar seus Tribunais de acordo com a Vontade de D’us expressa sob forma de
Mandamento aos Filhos de Israel. Podemos afirmar que um dos objetivos Noahides é o
crescimento no conhecimento da vontade de D’us, através do estudo sério da Lei Judaica e
sua aplicação sobre os judeus, que são o “exemplo” ou a “luz das nações” neste aspecto.

7. O Rabino Híah declarou que, após a destruição do Segundo Templo, aquele que
ouvisse uma blasfêmia não seria mais obrigado a rasgar suas vestimentas, pois de
outro modo, todos andariam com suas roupas em frangalhos. [3] É por isso que
judeus hoje, não mais rasgam suas vestes, mesmo mediante constantes blasfêmias contra o
Nome de D’us no mundo. Porém a lição moral continua válida.

8. O Código da Lei Judaica, que é a palavra final para determinar obrigações


religiosas aos judeus, estabelece que uma pessoa que ouve uma blasfêmia, é
ordenada a excomungar o blasfemo, por escrito; independentemente se o blasfemo
se declarou usando um Nome de D’us ou qualquer dos Atributos que se referem a
ELE; seja se se declarou em Hebraico ou em qualquer outro idioma, e não importa
se o blasfemo é um judeu ou um gentio. [4] E o Noahide deve inspirar-se pelo sistema
legal judaico, e saber que também deve excomungar o Blasfemo em seu meio do mesmo
modo que fazem os Filhos de Israel. Este edito de excomungação implica que esta
pessoa não terá direitos na Comunidade, e que todos nela são proibidos de lhe
dirigir a palavra. Ou seja, que a pessoa que blasfema contra D’us, não deve fazer parte do
convívio dos justos. Isso se refere ao que blasfema conscientemente, sendo conhecedor da
Lei; e já instruído sobre as normas legais relacionadas. Aquele que blasfema sem saber o que
está fazendo, ainda que por ignorância, renuncie o aprendizado, mesmo assim não é passível
de excomungação, até que receba instrução e por fim; torne-se responsável consciente de
seus atos. Aquele que é ignorante da Lei, recusando ainda a instrução da Lei e, por
conseguinte, comete violações da Lei por cultivar sua ignorância, é passível de punição
pelas mãos dos céus apenas.

9. A profanação do Nome do SENHOR dos Exércitos, com os lábios – D’us proíba!


– é uma transgressão similar ao ato de Idolatria, e chega a ser legalmente pior que a
própria Idolatria - Porque enquanto a idolatria é o ato de adorar qualquer elemento
da criação ao invés do Criador (ou pelo cultivo da idéia e Shituf/ parceria no Criador),
no entanto o idólatra não se volta diretamente contra o Criador, mas coloca sua
ilusão e imaginação acima das instruções de D’us. Um erro que pode ser corrigido com
arrependimento e estudo. O blasfemo, por outro lado, despreza o fato de que tudo
vem diretamente de D’us e apenas por Sua Causa, a existência perdura. Daí é uma
expressão de revolta contra o próprio conhecimento sobre D’us. E pelo fato do Bem que
Emana de D’us às vezes estar oculto, em dor e sofrimentos; o blasfemo se motiva
em seu pecado. Nestes momentos de insensatez, a pessoa pode verbalmente
expressar sua insatisfação resultante de sua ignorância, e assim ser levado a
blasfemar, e transgredir a Lei. [5] E nem por isso será menos responsável pelo que diz,
perante a Lei, sem, no entanto estarmos desprezando as regras anteriores.

10. Nós vemos este problema, no livro de Ióv, o noahide. Ióv era um Servo de D’us
fiel, e foi ferido pelo Maláh HaSatan, com feridas dolorosas por todo seu corpo. Ele
sentou-se em sua agonia, e sua esposa o ofendeu dizendo: “Ainda te aferras à tua
integridade? Maldiz ao Criador e morre! Ele, porém, respondeu: Falas como o fazem as
mulheres iníquas. Como poderíamos aceitar o bem que emana de D’us e recusar o mal que
ELE nos manda? – e a respeito de tudo, Ióv não pecou através de suas palavras”. (Ióv 2:9-
10) Este exemplo mostra que a agonia e o sofrimento não são justificativas imediatas para se
blasfemar contra D’us. Posteriormente, a esposa de Ióv contraiu lepra por haver incitado
seu esposo à blasfêmia, e como ele, sentou-se em agonia. Porém ao invés de suportar como
Ióv e reconhecer seu erro, ela blasfemou contra o ETERNO e morreu pelas mãos dos Céus.

11. Consistente com isso, a Tradição Judaica institui que devemos abençoar a D’us
pelas coisas desagradáveis, tal como fazemos pelas coisas agradáveis. [6] Mesmo
quando - D’us proíba - uma pessoa ouve sobre a morte de alguém, deve-se
responder a isso dizendo, Barúh Daian Emet (Bendito seja o Juiz da Verdade). [7]
Cuja prática se aplica a judeus e pode ser aplicada a Noahides.

12. A blasfêmia; apesar de ser uma expressão de puro pensamento Ateísta, é


também caracterizada pela noção de que existiriam duas forças, ou dois reinos no
universo: um seria o reino de D’us e o outro seria o reino de Lúcifer. Todas as
Teologias que propagam tais idéias desprezam à D’us, que é Senhor sobre Tudo, e
com tais pensamentos, blasfemam contra ELE. Porque estão admitindo que os
acontecimentos ruins sejam dignos de blasfêmia, porque não estão vindo de D’us, mas sim
do suposto demônio. Este erro de atribuir coisas desagradáveis ao que não é D’us, foi
repreendido por Ióv, quando ele disse: “receberemos o bem de D’us e não receberemos o
mal?” (Ióv 2:10), pois “tudo” vem do Eterno, tanto o bem como o mal, como está Escrito:
“Eu formo a luz e crio a escuridão; Eu faço a paz e sou Eu quem cria o mal; Eu sou
o Eterno que tudo faz” (Ieshaiáhu 45:7). Portanto todo aquele que atribui malefícios (que
são resultados de seus próprios pecados) a ilusões idólatras está blasfemando contra D’us.

13. O livro de Ióv mostra claramente que D’us apenas, é o Senhor de tudo, e Mestre
sobre o Satan, pois o relato expõe que o Maláh HaSatan deseja testar Ióv, e primeiro
pede autorização para D’us, quando então D’us decreta os limites da ação do
Maláh HaSatan, ordenando que ele não tocasse na vida de Ióv, como está Escrito:
“Disse-lhe então o ETERNO: Eis que ele está em tua mão, mas preserva-lhe sua alma (da
morte)”. (Ióv 2:6) Isso implica que o Maláh HaSatan é um instrumento autômato de D’us,
como todos os outros anjos. Algo que mais se assemelha a uma força da natureza do que
a um ser propriamente dito; porém, é expresso na linguagem das Escrituras, de forma
antropomórfica e simbólica, com fala e atuação para transmitir a mensagem de que todos os
acontecimentos vêm de D’us, e não existe bom ou mau evento que ocorra que não esteja
relacionado aos nossos próprios atos.

14. O ensinamento da teologia cristã de que haveria uma força do mal rebelada
contra D’us, e um reino separado; é uma blasfêmia comparável à daqueles que
desprezam ao Criador e Sua Infinita Majestade. Assim, as pessoas deixam de temer à
D’us, para temer ao tal demônio, e suas ameaças ilusórias, afastando-se do conhecimento e
da Sabedoria, e abrindo seus corações a muitas ilusões nocivas como esta; pois uma vez que
um absurdo destes é admitido, muitos outros se somam a este.

15. Algumas autoridades mantêm que votos falsos ou sem propósito ou significado
- nos quais se uso uma referência à D’us - são proibidos pela Jurisprudência da
proibição contra blasfêmia. [8] Um exemplo, de voto falso (Shavuah Lasheker) é
quando uma pessoa menciona em nome de D’us que uma árvore, é uma árvore.
Isto é, quando uma pessoa se exalta, achando que sua brincadeira não lhe tornará
responsável pelo que diz, e assim diz bobagens “em nome de D’us”. Existe uma
diferença de opiniões, sobre se aquele que demora em cumprir aquilo que
prometeu, está incluído nesta subcategoria. [9] Portanto a pessoa deve evitar estar
neste tipo de situação, caso se encontre nela e tenha dúvidas sobre o que fazer deve
consultar uma autoridade rabínica.

Transgredindo a proibição contra blasfêmia; piedade


1. A proibição contra a blasfêmia é transgredida mesmo se a pessoa usa outro
termo para referir-se à D’us, como o Misericordioso, o Pai, ou qualquer outro
termo descritivo usado em referência à D’us. Não importa como ele blasfemou
contra D’us, ou em que idioma - aquele que transgredir este Mandamento é
passível de pena capital pelo Tribunal. [10] Portanto não se deve brincar com esta
proibição, pela palavra, antes; deve-se evitar qualquer possibilidade de se cometer este erro.

2. Caso alguém reconheça que a idolatria é verdade (deixando-se, portanto enganar),


mesmo se ele não a pratique isto é como se ele houvesse se rebelado e blasfemado
contra o Sagrado e Exaltado Nome de D’us. Isto é, se esta pessoa reconhecer
verbalmente. Se uma pessoa é um idólatra ou um blasfemo, ambos são legalmente
um e o mesmo, pois desprezam à D’us num mesmo nível. [11] Sendo a Blasfêmia uma
atitude decorrente do Ateísmo, o Ateu é adorador de si mesmo (Ególatra) e, portanto,
exerce o pior tipo de Idolatria.

3. Aquele que blasfema e instantaneamente retrai suas palavras, e culpado da


mesma forma, caso ele o tenha feito perante testemunhas. E será responsabilizado
pelo que declarou. Caso ele blasfemou em oculto, e suas palavras não fora ouvidas
por ninguém além dele mesmo e do Seu Criador, que ele se arrependa e D’us
perdoará sua transgressão. [12] Caso não o faça, pode ser passível de pena capital pelas
mãos dos Céus.

4. Aquele que maldiz à D’us em nome da Idolatria é suscetível, caso esteja em Israel;
de ser atacado e até morto pelos Zelotes, os quais são, por sua vez, mantidos sem
culpa perante a Lei. Isto é, sem culpa por ter causado a morte do transgressor
deliberadamente; seja levando-o à tribunal, seja prestando testemunho direto contra ele.
Mas aquele que não for um Zelote, e procurar retaliação contra o transgressor pelo
seu desejo de justiça deve fazer isso movendo um processo legal contra o acusado.
Porém, procurando apenas reunir provas contra o acusado sem, no entanto, ter participação
direta no caso, como testemunha por exemplo.

(Nota: Um Zelote é aquele que Serve à D’us dentro do Pacto do Sinai, com total
abnegação, amor incondicional e zelo pela honra de D’us. Reagindo à profanação
do Nome de D’us, os Zelotes tomam medidas imediatas para parar a profanação.
Sua ação é apenas permitida na Terra de Israel. Caso uma pessoa {um judeu observante
deste nível} não tenha ponderado a situação ou perguntado a opinião de outros
sábios, mais sábios e experientes que ele nestes temas, esta pessoa {mesmo sendo
conhecido como um zelote} é proibida de agir. As Escrituras registram a ação de um
Zelote, quando relata o caso de Pin-hás, que bloqueou uma praga entre os Filhos
de Israel e executou um príncipe da Tribo de Shimon e a mulher Midianita com a
qual ele teve uma relação proibida, e seu crime estava causando desgraça para todo o
povo de Israel. {Bamidbar 25: 7-8}.)

5. É adequado a todo Noahide, procurar observar a vontade de D’us, para além


das 7 Leis de Noah, pois esta é a ideologia da piedade, e aquele que aceita a
responsabilidade de observar as 7 Leis de Noah e ainda faz mais do que é
requerido, dentro daquilo que é permitido, é chamado ‫ חסיד מעומות העולם‬- Hassid
MeUmot HaOlam - “Piedoso dentre as nações do Mundo”. Assim, é um Justo dentre as
nações, aquele que vive de acordo com as 7 Leis de Noah, sem violá-las; mas é um Piedoso
dentre as nações, aquele que eleva a si mesmo, voluntariamente, observando tudo o que lhe
for permitido, para além das 7 Leis e sua Jurisprudência.

Em relação ao pecado de blasfêmia, a pessoa deverá ter todo o cuidado de não


permitir que a maledicência saia de sua boca, tanto contra seu próximo como
contra seu Criador, pois o homem se comunica porque recebeu de D’us o Tzelem
Elokim, a “semelhança de D’us” que é seu intelecto e deve usar sua habilidade com
inteligência e responsabilidade. Deve usar sua habilidade para aquilo que é construtivo,
sempre refletindo conceitos que estejam de acordo com a Lei de D’us. Voltar-se contra seu
semelhante é voltar-se contra a alguém que também possui a imagem de D’us.
Caso, apenas pelas palavras, uma pessoa destrua a reputação de outra, este ato é
semelhante, na sua seriedade, ao assassinato. Não importará aqui, se o que disse é
verdade ou não. A isto se intitula “Lashon Hará”.

6. A busca para viver sob as normas de comportamento e inspiradas na Legislação


Judaica não possui, a princípio, limite; pois os Mandamentos de D’us têm
significado profundo como abismos nas profundezas dos oceanos; e são vastos
como o universo. Portanto, o Noahide deve se dedicar intensamente ao estudo da Lei de
D’us quando então se tornará apto a agir em todas as áreas da sua vida, em harmonia com a
Lei Divina e conseqüentemente com a Vontade de D’us nela refletida; vivendo verdadeira
comunhão com os princípios Divinos. [13] Desde que tudo na criação, reflete a Mão do
Criador, uma pessoa verdadeiramente piedosa será aquela que se guarda de falar
qualquer coisa negativa sobre o que quer que seja. Apenas para depreciar aquilo, ou
aquela pessoa.

Existem ocasiões, no entanto, quando é apropriado falar negativamente contra algo


ou alguém - pois às vezes, determinada pessoa está engajada em propagar o mal. E
quando muitos parecem estar seguindo seu erro, é um dever protestar contra suas
mentiras, e até mesmo contra o transgressor diretamente. Pois que, este uso da
palavra está totalmente voltado e de acordo com os princípios da Torá de D’us, conforme o
dever de “repreender o seu próximo” (Vaicrá 19:17). [14] Mas a fofoca, a calúnia, a
difamação; mesmo quando tudo o que se diz é verdade, formam bloqueios que
impedem o crescimento espiritual do indivíduo, e são práticas proibidas e
perigosas. [15]

[1] Sefer HaHinuh, Mandamento 70


[2] Mishná Sanhedrin, 7:5
[3] Talmud Babilônico, Sanhedrin 60ª
[4] Shul-han Aruh, Ioreh Deah, 340, lei 37
[5] O Livro dos Mandamentos, Rambam (Maimônides), Mandamento Negativo 317
[6] Mishná Berahot. 9:5
[7] ...no mesmo, 9:2; Shul-han Aruh, Orah Haim, capítulo 222, lei 2
[8] Mishne Torah, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 7, Mishneh l’Meleh, “eu vi...”
[9] Talmud de Jerusalém, Nazir, capítulo 9, lei 1, Pnei Moshe, “Israel não deve adiar...”
[10] Mishneh Torah, Lei dos Reis, capítulo 9, lei 3
[11] ...no mesmo, Leis da Idolatria, capítulo 2, lei 6
[12] ..no mesmo., lei 9
[13] Ióv 11:9
[14] Horev, Rabino S. R. Hirsch, capítulo 90, notas 582-584
[15] ...no mesmo, capítulo 53, notas 386-392

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‫בס''ד‬
Com a ajuda dos Céus.

Centro Noahide de Estudos

Classe #1

Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.


LIÇÃO # 5 de 8

Leis sobre Roubo

1. De todas as categorias dentre as Sete Leis de Noah, a proibição


contra o roubo pode ser a mais difícil de observar. Pois o Mandamento
contra o roubo implica a idéia de “direito a propriedade” que geralmente é
confundida pelas pessoas que facilmente se acreditam “no direito” de agir ou
possuir determinadas coisas que estão além de seus reais direitos. A história
humana e a psicologia então em claro acordo com a declaração
talmúdica, que “A alma do homem possui desejo e nostalgia por
incesto e roubo” Esta noção diz respeito ao desejo que “possuir coisas” em
geral, e não ao específico ato de roubar. Só que quando este desejo de “possuir
coisas” está descontrolado, pode ser usado como motivação para o roubo, o
que acontece com muito mais freqüência do que as pessoas imaginam. Logo
uma das características do Ietzer Hará é o desejo constante de ter e possuir.
[1] Mas ao cometer roubo, diferente do caso de um pecado como o
incesto, é apenas uma questão de ter oportunidade, e esta
oportunidade surge constantemente. Pois a pessoa está em constante
contato com pertences alheios, seja no trabalho, seja na escola, seja numa visita
à casa de alguém; ou a uma propriedade de terceiros. Portanto a oportunidade
de violar este mandamento está sempre disponível. Ademais o Mandamento
contra o roubo inclui aspectos que, sem o devido estudo, podem iludir a
pessoa a pensar que são tipos de comportamento admissíveis. Ou seja,
leva a pessoa a justificar atos errôneos, como se não o fossem. Portanto,
constantemente rever as Leis contra o roubo é muito importante.

2. O Roubo, no Pacto Universal, é uma categoria geral com várias


porções e é virtualmente identificada na Torá Oral, a qual apresenta
dezesseis mandamentos relacionados ao tema de tomar daquilo que
não nos pertence. Isto significa que a vontade de D’us é realmente
idêntica, seja a pessoa um Israelita ou um Noahide. A única diferença
legal detectável refere-se a um objeto roubado que tenha valor menor
que uma Peruta [2] (o menor valor monetário possível nos tempos
Talmúdicos). A diferença é a seguinte - se tal objeto for roubado de um
judeu, este não precisa ser devolvido; enquanto que o código Noahide
não prevê objetos com valores menores que uma Peruta e, portanto, um
objeto roubado com este valor deve ser devolvido. Dentro do Pacto de
Noah, não é o valor, mas o ato de roubar que está em foco. No Pacto do Sinai,
tanto o valor como o ato de roubar estão em foco e, portanto, a legislação do
Sinai pode isentar determinado ato legal se este for irrelevante para o caso. Na
legislação Noahide, por outro lado, o valor não é importante, senão que o objeto
seja devolvido. [3]

3. O Mandamento que proíbe o roubo é aplicável a homens e


mulheres igualmente, e ambos são culpados pela violação deste
Mandamento da mesma forma. [4] Portanto a natureza consumista de
ambos deve ser controlada, e não haverá distinção legal entre o roubo cometido
por um ou por outro.

4. Uma pessoa é passível de punição, seja se praticar um assalto ou


furto, numa determinada casa, à noite. Qualquer tipo de roubo, ainda que
aquele que roubou não tivesse qualquer intenção de matar ou causar dano
físico de qualquer forma; é considerado crime capital.

5. Uma pessoa é passível de punição se roubar dinheiro ou


qualquer objeto, ou mesmo se seqüestrar uma pessoa. E tal pessoa é
culpada, não importando de quem roubou. Ainda que roube de um
perverso, ou que seqüestre alguém que seja um criminoso; ainda assim a
pessoa é passível de punição.
6. Um Noahide que rouba (seqüestra) uma mulher em tempos de
guerra é passível de punição. As condições do conflito não o isentam da
Lei. É presumido legalmente, que a mulher seqüestrada (sob a desculpa de
ser prisioneira) é casada. Ou seja, pelas condições do conflito, ele deve
considerar que qualquer dos prisioneiros e prisioneiras foi separado de sua
família; e não deve aceitar o testemunho dos próprios prisioneiros para definir
seu status legal. Portanto uma mulher prisioneira é considerada com o mesmo
status legal da mulher casada, sendo proibida. Apenas ao final do conflito é
que se poderá julgar o caso e o status de uma mulher ou homem, feitos
prisioneiros. [6]

7. Os Bnei Noah são proibidos de incitar guerras por conquistas de


território. Mas caso a guerra ocorra no processo em que determinada
Terra é explorada; e em meio a isso determinada nação Noahide tenha
conquistado o local, esta Terra pertencerá a esta nação, pós-facto.

8. As autoridades mais recentes regem que um homem que estupre


ou mesmo seduza uma mulher que não lhe seja proibida (pela lei de
relações ilícitas) é passível de punição, porque ele está roubando a
“honra” da mulher para seu uso pessoal. Casos típicos daqueles que
engravidam moças e as abandonam em seguida. Tais pessoas são passíveis de
punição pelo tribunal caso não assumam suas famílias. Mas aquele que
estupra, é passível de pena capital, mesmo que ele seja solteiro e a sua
vítima igualmente solteira, e mesmo que ela não lhe seja legalmente proibida.
[7] Este julgamento, entretanto, se aplica apenas para um homem que
tenha seduzido uma mulher, e não para uma mulher que tenha
seduzido um homem. No caso de uma mulher convencer um jovem de ter
intimidades com ela, como prostitutas e etc. Uma mulher é considerada
incapaz de verdadeiramente seduzir, ou seja, persuadir ou “forçar” um
homem a ter intimidades com ela; porque o homem deve ter uma ereção
para que qualquer intercurso sexual ocorra e, portanto, seu
envolvimento no ato é admitido como voluntário. Portanto, aquele que
profanar a sexualidade com uma prostituta ou qualquer mulher que o tenha
seduzido a isso, será responsável pelo seu ato completamente.

9. Os sábios da Era talmúdica tiveram um debate sobre, se os Bnei


Noah tinham como parte de sua Tradição a advertência contra
aumento abusivo de preços, antes da entrega da Torá. [8] Em meio a
isto concluíram que estes Mandamentos afetam a judeus e Noahides
porque foram outorgados a Moshe no Sinai, e não simplesmente
porque D’us tenha explicitamente ordenado aos Noahides antes. (Um
princípio geral das Sete Leis de Noah é que sua obrigatoriedade foi
confirmada na Revelação do Sinai). O grande sábio, Nachmânides
(Rabino Moshe ben Nachman, conhecido como Ramban) declarou que um
dos princípios dos Mandamentos é a proibição contra o roubo.
Denotando sua importância. [9] Isto expressa que uma transação
comercial que seja ilegal deve se evitada, pois tal ato se assemelha a violar
toda a Torá. Usura, o ato de emprestar dinheiro com juros; faz parte da
mesma categoria e é proibida, por ser considerada uma transação
ilegal.

10. Na categoria de aumento abusivo de preços, existe o dever


contra usar falsos pesos de medidas. Isto se aplica a qualquer
vendedor ou comerciante, seja o vendedor de alimentos ou pedras
preciosas; ou mesmo aquele que não trabalha com produtos e sim com
valores, como está Escrito: “Não pervertereis o juízo, nem a medida de
comprimento, de peso e de volume”. (Vaicrá 19:35) Da mesma forma pela
qual, falsos pesos e medidas são proibidos, é similarmente proibido
possuir instrumentos de medição inadequados, como está Escrito:
“Não terás no teu bolso, pesos diversos, um grande e um pequeno”.
(Devarim 25:13)

11. A idéia aqui é a de que; desde que o sustento da pessoa vem da


Providência Divina, a pessoa deve merecê-lo por sua honestidade, e não
com trapaças. Nos tempos talmúdicos, a margem de lucro de um
comerciante era de um - sexto do valor do produto; mas desde que a
margem de lucro é considerada relativa e subjetiva à situação
econômica do país, deve ser determinada pelo sistema comercial de
cada país, em cada geração. [10]

12. Um Noahide que tenha violado o mandamento contra o roubo sendo,


portanto, passível de pena capital, não é obrigado a devolver um objeto
roubado, por intermédio de uma declaração sob forma de
Mandamento. Desde que ele o tenha tomado o objeto, deve ser levado
a tribunal - Esta visão esta de acordo com a opinião de Rashi, o qual
mantém que quando um único ato possui duas formas de punição; o
mais rigoroso é aplicado e o menos rigoroso é anulado.

Outras autoridades mantêm que este princípio expresso por Rashi,


aplica-se somente aos judeus e à legislação do Sinai; e que quando um
Noahide comete roubo, ainda que seja passível de pena de morte, deve
devolver o objeto ao dono. [11]

13. Uma pessoa pode questionar, porque o roubo - que é um ato


passível de pena capital - deve ainda conter o dever de devolver o objeto
roubado. Poder-se-ia argumentar que tal objeto seja deixado para que
outros se beneficiem dele indiretamente... A explicação do dever de
devolver o objeto, mesmo em face da execução, é a de que a intenção
da Lei de D’us, é expiar o erro da pessoa. Aquele que comete roubo
profana o Nome de Seu Criador e sua própria existência, torna-se uma
ameaça para a sociedade e para o mundo; e sendo punida de acordo,
ainda retém sua porção do Mundo Vindouro. Então o ato de devolver
o objeto roubado é a retificação contra o semelhante; e isso contribui
para a expiação do erro.

14. O que ocorre então, no caso da pessoa que comete um crime e


não é punida pelo Tribunal? Esta pessoa é punida pela Divina
Providência. Suponhamos que dois homens cometeram assassinato.
Um deles sem premeditação e o outro matou com malícia. Não existem
testemunhas para ambos os crimes. D’us trará os dois homens, por
meio da Divina Providência. E assim, num determinado local, aquele
que matou sem intenção, estará – por exemplo – dirigindo um carro, e o
assassino estará atravessando a rua. Sem a devida atenção, o motorista
não vê o sinal e atropela o pedestre. Assim o que D’us provocou? Que
o assassino recebesse sua pena, e o outro agora seja punido pela sua
negligencia. [12]

15. Um Noahide que fere outro Noahide transgride o Mandamento


contra o roubo, e é passível de punição pelo tribunal; pelo dano
causado, seja físico ou psicológico [13]. Um Noahide que fere um
israelita também viola o dever de Kedushat-Israel, violando a
santidade do judeu. [14]

16. Uma pessoa é proibida de desejar a propriedade ou o terreno de


outro, como expresso no texto, “E não cobiçarás a mulher do teu
próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, seu
servo, sua serva, seu boi, seu asno e tudo o que seja de teu próximo”
(Devarim 5:10) [15]
17. Desde que os Bnei Noah são ordenados a evitarem o roubo, são
igualmente responsáveis por deter o seu impulso, isto é a cobiça [16].
Cobiçar pertence à categoria roubo, precisando apenas da ação para se
tornar roubo. Mas enquanto o desejo é cultivado no coração, a pessoa
pode tentar outras vias; como pressionar para que a pessoa lhe venda o
imóvel, tenha problemas com a esposa, e etc; o que é considerado uma
derivação do roubo. [17]

18. Quando a humanidade é julgada em Rosh HaShaná (o primeiro


dia do calendário hebreu, mês de Tishrei), D’us leva em consideração os
atos da pessoa para determinar seu sustento e todas as formas de
oportunidades de aquisições materiais que virão pelo resto do ano.
Nada que a pessoa faça pode adicionar a estas oportunidades, e estes
pertences, não lhe serão tirados; com expressou Shelomo, “A Benção
do Eterno traz a riqueza, e nada é acrescido pelo afã de sua busca”
(Mishlei 10:22) Assim, o desejar o que pertence a outro e, portanto, o
ato de cobiçar; é como desprezar o julgamento de D’us, e desprezar a
fé/confiança Nele, pois está dito, “quem é rico? Aquele que está
satisfeito com o que tem!” [18]

19. É proibido entrar na propriedade alheia, sem aviso prévio,


mesmo que para pegar um objeto que lhe pertence; pois tal ato se
assemelha ao roubo. Ao invés disso, deve-se pedir ao proprietário
dizendo, ”por favor, este objeto me pertence, e eu gostaria que pegá-lo”. [19]

20. É proibido alterar a dimensão da própria propriedade, movendo


o marco do terreno para dentro da propriedade do seu vizinho;
diminuindo o terreno dele, como está Escrito, “Não removerás o limite a
herança de teu companheiro que fixaram os antecessores, para diminuí-la....”
(Devarim 19:14).

21. O ato de usurpar o terreno alheio, movendo o marco, envolve a


idéia de competição desonesta. Por exemplo, caso a pessoa tenha um
negócio numa área, e seja o único com este tipo de negócio; e alguém
venha e abra do outro lado da rua o mesmo negócio, isto é como remover
o marco do teu próximo. [20] Ou, atualmente, prevalece a idéia da
duplicação de trabalhos de áudio e vídeo sem permissão; mesmo que
para uso privado; o que também é como o ato de remover o marco do
teu próximo; pois quem age assim está sangrando a fonte de renda do
seu próximo.

22. É proibido reter o salário de um trabalhador. Caso uma pessoa


contrate outra para trabalho, deve pagar esta pessoa na conclusão do
seu trabalho; não importa que tipo de acordo tenha feito com relação
ao tempo de serviço nem se, por acaso, o costume do lugar for outro. [21]
Este crime é similar a se recusar a pagar um dinheiro que se tenha
tomado emprestado, ou a recusar a devolução de um objeto
emprestado [22] Todos estes atos são proibidos pelo verso, “Não
trapacearás o teu próximo, e não extorquirás” (Vaicrá 19:13).

23. Um empregado que trabalhe no campo ou num restaurante é


permitido de comer do fruto do campo ou da comida do restaurante,
contando com o conhecimento do proprietário. Portanto, caso uma
pessoa trabalhe como estocador dos produtos da lavoura, ele pode
comer das frutas que estoca. Similarmente, caso ele cozinha, pode
provar daquilo que prepara. No entanto, mesmo no caso em que haja
amizade entre o empregado e o empregador, o empregado apenas pode
usufruir daquilo com que está trabalhando, nada mais. Caso o
empregado tome do produto que trabalha, o coloque num cesto e leve
para casa, terá cometido roubo. [23]

24. Caso uma pessoa roube qualquer quantia (mesmo no menor valor
monetário corrente) e então venha outro e lhe roube aquilo; ambos
transgridem a proibição contra o roubo.
[1] Talmud Babilônico, Macot 23b
[2] Mishné Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[3] Talmud Babilônico, Sanhedrin 57a
[4] Enciclopédia Talmúdica, Os Filhos de Noah, volume 3, página 348
[5] Mishné Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[6] Talmud Babilônico, Sanhedrin 57b
[7] Min-hat Hinúh, Mandamento 35
[8] Talmud Babilônico, Bava Metzia 70b, Tossafot, "O que é usura?"
[9] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban (Nachmânides)
[10] Mishná Bava Metzia, 4:3
[11] Talmud Babilônico, Avodá Zará 71b, Tossafot, "Os filhos de Noah
são..."
[12] Shemot. 21:13, comentário de Rashi, "mas D’us causou que isto
acontecesse..."
[13] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban; Enciclopédia Talmúdica, Os
Filhos de Noah, volume 3, página 257
[14] Mishná Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 6
[15] As Sete Leis de Noah, Lichtenstein, página 22
[16] Sefer HaHinúh, Mandamento 424
[17] As Sete Leis de Noah, Liechtenstein, página 24
[18] Capítulos dos Pais, 4:1
[19] Talmud Babilônico, Bava Kama 27b
[20] Shul-han Aruh, Hoshen Mishpat, capítulo 156, leis 1-7
[21] Mishná Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[22] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban
[23] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9

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Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.

Lição 7 de 8 - Parte 1

Relações Sexuais proibidas


1 Está escrito, “e deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher e
serão uma só carne” {Bereshit 2:24}. De acordo com os sábios, este verso instrui a
humanidade com relação às relações proibidas. Rashi comenta que a frase, “e,
portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe”, proíbe o homem de ter relações
íntimas com uma mulher que seja esposa de seu pai, ainda que esta mulher não seja sua
mãe. Esta proibição continua em vigor, mesmo após a morte de seu pai, isto é, mesmo
numa situação na qual esta mulher não seja mais considerada casada. Obviamente, isto
também inclui sua mãe biológica. E a frase “unir-se-á a sua mulher” ensina que a
intimidade é apenas permitida com a própria esposa e não com a de outrem; e ainda, a
frase “... à sua mulher” denota apenas a relação com o sexo oposto e não com o
mesmo sexo. E a frase “e serão uma só carne” exclui todas as demais espécies animais
que não são “uma só carne” com o homem.
2 O Noahide é legalmente proibido de ter intimidades com alguns de seus
relativos, e também com algumas pessoas com as quais não tenha parentesco da
seguinte forma: Mãe (mesmo se a pessoa nasceu como resultado de um estupro ou
violação) Irmã (ão) paterna, irmã (ão) materna.
3 Sob as normas das 7 Leis de Noah, é permitido ter intimidades com indivíduos
que já realizaram um casamento, após a morte do conjugue deste (desta).

De acordo com a opinião de alguns eruditos que não constitui, no entanto a Halahá (Lei
normativa), isto incluiria aquela que foi esposa do pai (e que não seja sua mãe) após a
morte do pai.

Aqueles da categoria de proibidos também são: A esposa do pai (que não é mãe da
pessoa), o irmão da esposa, a irmã da esposa, a nora, filha adotiva ou enteada.
4 Na opinião da maioria das autoridades, a mulher que tenha sido esposa do pai é
proibida, mesmo após a morte do pai, e esta proibição incluiria também a mulher que
meramente conviveu com seu pai, mesmo se ela não tenha tido intimidades com ele.
Isto também inclui aquela que (D’us nos livre!) tenha sido vítima de violência da parte
dele, seja estupro ou sedução (que são “relações proibidas” e, portanto, se poderia
questionar a validade neste caso). As outras autoridades, que permitem relações com
aquela que foi esposa do pai após a morte deste, continuam proibindo relações com a
irmã paterna ou materna.
5 É argumentado, em nome de Rabi Akiva que todas as relações que são passíveis
de pena capital conforme as leis do Pacto do Sinai, também são passíveis de pena
capital nas normas das Leis de Noah. Isto inclui os relativos que passam a existir por
meio do casamento (a sogra e a nora, etc). A razão é que, desde que a esposa do pai é
proibida, isto se estende e inclui outros relativos a esta união matrimonial (a sogra que
passa a ser relativa devido ao casamento). Tais relações são proibidas e passíveis de
punição pelo Tribunal. Outras autoridades mantêm que somente a esposa do pai é
proibida nesta categoria, e excluem outros relativos devido ao casamento.
6 Relações proibidas, além dos relativos são: Um homem com a esposa de outro,
um homem com outro homem, um homem ou mulher com um animal.
7 É proibido ter relações com a esposa de outrem, seja ela esposa de um Noahide
ou esposa de um judeu. Apesar de o judeu ser proibido de casar-se com uma Noahide, a
tal ponto que, da perspectiva da Lei Judaica não houve casamento algum; não importa
quais rituais sejam realizados, não obstante, a ligação marital passa a existir para ela
(devido à intimidade marital), e ela se torna proibida para outro homem. Sob a Aliança
Universal, uma mulher é considerada “casada” se tiver intimidades com um homem,
neste intuito, que no caso, consumará o casamento.
8 Um homem não é passível de punição pelo tribunal por ter tido relações com
uma mulher, a menos que tenha tido uma relação legalmente normal (que é a
penetração vaginal), na medida em que este é considerado o modo normal ou legal de
relação íntima. Mas no caso das outras relações proibidas, a pessoa é passível de
punição pelo tribunal por ter praticado qualquer tipo de ato sexual, pois que, todo o ato
é considerado anormal perante a Lei.
9 Um homem é considerado passível de punição por uma relação ilícita, mesmo
que tenha feito uma pequena penetração no seu intercurso. Entretanto, alguns sábios são
de opinião que ele não seria passível de punição por uma tentativa frustrada de
penetração. O caso, portanto deve ser avaliado pelo Tribunal por autoridades
competentes para tal.
10 Um homem é passível de punição por um tribunal, por ter tido relações com uma
mulher casada, até que ela tenha consumado seu casamento, havendo tido relações com
seu esposo legal. Mas se a relação houver ocorrido antes da consumação do casamento,
ele não é passível de pena capital pelo tribunal. Por esta lei, estamos nos referindo a
uma relação entre Noahides. Com relação a um Noahide e uma mulher israelita, não
importará se ela consumou ou não o casamento; ele será passível de pena capital se
violar este mandamento. Porque a ligação marital no Pacto do Sinai não depende da
intimidade marital e sim, do decreto do Beit Din, quando o noivo assina a Ketubá –
Documento de Casamento, na realização do Kidushin – rito de consagração.
11 Nos tempos de escravidão, um Noahide que designasse uma específica escrava,
que fosse esposa de um específico escravo, e tivesse intimidades com ela; ainda que
fosse senhor dela, seria passível de pena capital. Apesar de ser escrava, os direitos
maritais permanecem e ela é considerada esposa do próximo. Porém ele não poderia ser
condenado, até que fosse comprovado que era do conhecimento público que tal escrava
era casada. E quando esta escrava se tornaria permitida novamente? Quando ela se
separasse daquele com quem estava casada, quando então seu senhor deveria descobrir
seus cabelos em público, demonstrando que ela estava solteira e, portanto, livre.
12 O conceito de divórcio com relação à Noahides é tema de debate... Não é
legalmente necessário um documento específico de divórcio, antes, o divórcio depende
apenas da vontade de qualquer dos conjugues, mesmo se o outro é contra sua decisão.
Eles podem se separar voluntariamente, ou quando um dos dois abandona o lar. No
entanto, recomenda-se de sejam considerados os valores e métodos judaicos, que
embora não seja obrigatório evitam problemas. Portanto é aconselhável a Noahides
desenvolverem tanto documentos de Casamento (Ketubá) como documentos de
Divórcio (Guet).
13 Aquele que acaricia uma pessoa do sexo oposto, ou abraça ou beija, provocando
excitação, ou tenha tido um contato pessoal que provoque prazer; transgride o
Mandamento contra relações proibidas, mas não é passível de punição pelo tribunal.
Em todos os casos de pena capital, em que os Tribunais não tenham permissão para
agir, a pessoa é passível de punição pelas mãos dos Céus.
14 É legalmente proibido sinalizar com as mãos ou com os pés, de forma obscena,
piscar ou disfarçar a qualquer pessoa que esteja na categoria de relação proibida. A
pessoa deve evitar comportamentos frívolos, ou inconseqüentes com qualquer pessoa
desta categoria, e certamente não deve permitir-se nem mesmo sentir o perfume da
pessoa, reparar sua beleza ou fixar os olhos sob uma pessoa que lhe é proibida.
15 Um homem é culpado por transgredir o Mandamento contra relações proibidas,
por ter tido relações com outro homem, não importa se fez isso adulto, ou antes, de
atingir a “maturidade legal”, seja com o consentimento mútuo ou se foi forçado, seja
isso em seu domicílio ou em outro local. Da perspectiva da Torá, a homossexualidade é
devastadora para a Neshamá da pessoa. E apesar de ser verdade, que existem
tendências congênitas para a homossexualidade, isso é semelhante ao caso de crianças
com tendência a arrancar seus cabelos ou bater a cabeça na parede. Caso a tendência
seja destrutiva, deve-se procurar correção/ tratamento. Quando uma pessoa é doente, o
objetivo deve sempre procurar a cura. Atualmente homossexuais não apenas o são, mas
procuram induzir outros a considerar suas práticas normais, e a encorajar pessoas a isso,
e isso incluir políticos que visam proporcionar espaço para propagação deste tipo de
comportamento. No final, é visto que este tipo de desvio leva a pessoa a um
comportamento desenfreado, anormal e perverso, além das terríveis doenças que a
ciência tem apenas começado a descobrir. Uma obra recomendável sobre isso foi
publicada em Inglês, sob o título de “Judaism and Homosexuality: An Authentic
Orthodox View”, pelo rabino Chaim Rapoport, 524 páginas, publicado em Março de
2004. Esta obra está disponível no Amazon.com em:
http://www.amazon.com/exec/obidos/tg/detail/-/0853034524/qid=1127217056/sr=1-
1/ref=sr_1_1/104-1967307-4777528?=glance&s=books
16 [O Lesbianismo é uma prática legalmente imoral e anormal, considerada uma
ameaça para estabilidade do mundo, e todo Noahide tem obrigação de se opor a sua
prática. A prostituição é considerada além no sentido de “mais complexa” da
jurisprudência da lei que rege a moralidade e deve ser avaliada por um Tribunal
competente para tal.]
17 [Em relação a relações proibidas,] os Bnei Noah são considerados relativos,
pelo lado materno apenas. Aqueles do lado paterno, não são considerados relativos
[neste aspecto]. Isto significa que a meia irmã de um homem (do mesmo pai, mas de
outra mãe) não é considerada sua relativa [neste aspecto] e é legalmente permitida.
18 Existe um debate no Talmud, sobre se um Noahide ser permitido de ter
intimidades com uma mulher que seja apenas legalmente sua filha (que não seja sua
filha biológica, mas que ele tenha tido participação na criação dela), se ela não for
considerada relativa. Apenas um tribunal competente pode dar o veredicto neste tipo de
caso. [Porém o episódio de Lot e suas filhas ensina que, desde a antiguidade, este ato é
considerado extremamente imoral e, portanto, deve ser tratado como proibido.]
19 Um ato homossexual ou bestial, é passível de punição, mesmo se houve apenas
uma penetração mal sucedida. É proibido sob a Aliança Universal, castrar qualquer
homem, exceto em casos nos quais a vida da pessoa corre alguma espécie de risco
(remoção de tumor, etc); e mesmo castrar um animal é proibido. Este aspecto da lei
corrobora as leis de relações proibidas com as leis de Even Min HaChai (membro de
animal vivo) que proíbe a tortura de animais; sendo um ato que profana as criaturas de
D’us. Não obstante, um ato de castração, mesmo sendo irreversível, pode ser perdoado
por D’us por meio do arrependimento, devido à grande misericórdia de D’us; como está
Escrito: “Pois assim disse o Eterno concernente aos eunucos, que, respeitam meu
Shabat e escolhem aquilo que me agrada, que mantêm minha Aliança. Darei-lhes um
lugar na Minha casa e dentro de Meus muros, e um nome melhor do que os dos filhos e
das filhas; e um nome perpétuo será dado a eles, que não será cortado” (Ieshaiáhu 56:
4-5).

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Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de
vida.

Lição 8 de 8 - Parte 1

‫ – עבר מין החי‬Ever Min HaChái – Membro de


um animal vivo

1 Existe um debate, sobre se a proibição contra membro de animal


vivo foi ou não revelada originalmente a Adam, o primeiro. Uma opinião
declara que, esta proibição foi originalmente ordenada na ordem sobre ser
proibido consumir o fruto da árvore do bem e do mal [1], como está
Escrito, “e D’us disse, eis que tenho dado toda semente que dá fruto sobre a
Terra, e toda árvore que dá fruto, como alimento” (Bereshit 1:29). Não era
proibido ao homem comer carne, mas era proibido a ele abater animais.
Caso o animal houvesse morrido por si mesmo, era permitido consumi-lo.
[2] O que foi dado a Noah, entretanto, foi a permissão para abater
animais para alimentar-se, e o que foi proibido, foi comer da carne de um
animal, enquanto este estivesse ainda vivo. [3] De acordo com outra
opinião, Adam recebeu seis dos Sete Mandamentos de Noah, e era proibido
de comer carne. Somente após o Dilúvio, teria sido autorizado ao homem,
comer carne. [4] Esta declaração, permitindo o consumo da carne é
explícita, como está Escrito, “Tudo o que se move, vos servirá de alimento,
assim como a erva do campo, que já vos dei. Mas a carne com sua vida, no
seu sangue, não comereis” (Bereshit 9:3- 9:4). Isto não significa que o
sangue do animal seja sua alma, e que D’us tenha proibido usar o sangue
do animal como alimento, quando o animal é abatido; desde que, quando
isto acontece, a Néfesh sai do corpo do animal. Mas por todo o tempo em
que a Néfesh permanece no animal, [enquanto o Néfesh estiver provocando
movimentos no corpo] esta carne é proibida para consumo humano. [5] À
primeira vista, este Mandamento parece peculiar e até “fora de lugar”
dentre as demais leis Universais. Como, comer a carne de um animal vivo
pode ser colocado no mesmo patamar dos demais monumentos morais, tais
como as leis que proíbem a Idolatria e o Assassinato? Além das questões de
perversão, no âmbito sociológico, tais como conhecidos na África e na
China, é difícil para alguns imaginar que existe uma pessoa que come a
carne de um animal vivo. Porém, este preciso Mandamento, representa a
epítome das Sete Leis Universais [6]. Apesar de muitos membros da
humanidade, estarem dispostos a observar estes Mandamentos tais como
foram outorgados, não obstante, a letra a Lei serve apenas como o sinal do
requerimento mínimo, para garantir que a justiça brilhe aos olhos de D’us,
para preservar a moralidade humana. Mas se a pessoa internalizar a
grandeza espiritual da Lei compreenderá o potencial infinito das Sete Leis,
e as usará para refinar a si mesmo, trabalhando seu potencial; e refinando
seu comportamento até mesmo na sua prática alimentar; e isto
proporcionará que sua espiritualidade atinja níveis muito elevados.
Reconhecendo que, por meio dos hábitos alimentares, podemos praticar a
bondade para com todas as criaturas de D’us. Pois o que o homem ingere, é
absorvido por todo o seu sistema biológico, e por cada célula de seu corpo,
tornando-se parte de seu ser. Os ensinamentos cabalísticos declaram que
Divina Presença, não repousa sobre aquele que mata qualquer criatura em
vão, ainda que seja um inseto. [7] [Note – é uma prerrogativa, que eliminar
criaturas que são consideradas pragas e danosas, não é proibido.]
2 Os sábios antigos tinham diferentes opiniões sobre a lei que se refere
ao consumo do sangue animal como alimento. [8] Os sábios declaram que,
para os Noahides, o sangue não é legalmente proibido como alimento. [Esta
visão dos mestres é a visão aceita como Halahá].
3 Um Noahide pode ingerir carne de um animal que tenha morrido por
si mesmo. [10] mas existe uma opinião que declara que apenas a carne de
um animal abatido pode ser consumida. [11]
4 Uma pessoa será culpada por transgredir o Mandamento contra o
membro de um animal vivo, seja se ingeriu um membro de uma criatura
viva, ou quaisquer de seus órgãos internos; mesmo que uma pequena
porção. [12] (A transgressão relaciona-se apenas a alimentar-se com
aquilo, mas aquele que usar o couro para confecção e outras coisas não
violará a proibição legalmente).
5 Uma pessoa é passível de punição por intermédio do Tribunal, por
comer a carne de um animal vivo; seja este domesticável (Hebr. Behema)
ou selvagem (Mamal). Porém legalmente, esta proibição não se estende
sobre aves domésticas, tais como galinhas. Para todas as outras aves, a
proibição vigora normalmente. [13] Apesar da corte não ter permissão para
punir a pessoa por ingerir o membro de uma ave doméstica legalmente
viva, este ato é proibido e passível de punição pelas mãos dos céus. [Nota:
pássaros e peixes, também devem ser abatidos para serem consumidos, da
forma mais humana possível. Os Noahides não têm sobre si a obrigação
legal de abater ritualmente animais ou aves, da mesma forma em que fazem
os judeus. Peixes são legalmente considerados “mortos” no momento em
que são tirados d’água, mas mesmo assim; é proibido consumi-los antes do
abate. Fazer isso é desprezar a Aliança Universal e seu propósito de refinar
o comportamento e a alma do homem.
6 Quando um Noahide abate um animal, mesmo se o esôfago e a
traquéia estiverem expostos, enquanto o animal estiver se movendo; seus
membros e sua carne, tomados naquele instante, são completamente
proibidos para consumo. [14] Entretanto, se uma pessoa se alimenta de um
animal após seu abate, e enquanto come, tenha notado que a carne ou o
membro do animal tenha apresentado algum movimento; a pessoa não é
passível de punição pelo tribunal, mas deve evitar continuar consumindo
este tipo de alimento. [15]
7 Se uma porção animal possui carne ou nervos, cartilagem ou osso; tal
como uma pata, o mesmo aquela que não contenha nenhum material ósseo,
como o rim, coração ou língua; todos são de uma mesma categoria, isto é,
são considerados legalmente o “membro” de um animal no que concerne
ao Mandamento. [16]
8 Um membro ou pedaço fresco de carne removido de um animal, não
estará proibido após o animal ter sido abatido. Se o animal estiver vivo, e o
pedaço arrancado puder ser recolocado no animal e este curado, este
pedaço é proibido.
9 O que será dito agora, refere-se apenas a um membro pendurado de
um animal, ou seja, recentemente removido de sua posição original, mas
ainda ligado ao local. Portanto, um osso quebrado de seu lugar que não
cause dano sério ao animal ou ave, se a carne cobre a maior parte do
membro quebrado, então o membro não será proibido quando o animal for
abatido. Caso a carne não estiver presente na maior parte do membro, então
o membro deve ser removido completamente após o animal ser abatido e
apenas o restante do animal pode ser usado com alimento.
10 Caso um animal tenha um membro extra que esteja localizado numa
determinada área, e sua presença não afete a vida do animal, este membro
extra é permitido e não é considerado um membro pendurado.
11 Tudo o que é proibido a um judeu, pela Lei de Ever Min Hachai, é
igualmente proibido ao Noahide, com exceção de que este último é
culpável por transgredir este Mandamento, tenha o animal sido legalmente
puro ou impuro. O judeu é culpável (por violar a lei contra Ever Min
Hachai) somente se o animal é Kasher (legalmente puro) [17] {Se o animal
não for Kasher o judeu será culpado por consumir um animal não Kasher}.
12 Animais, enquanto vivos, foram concedidos à humanidade para
usufruto. O nível espiritual do homem dita que ele não deve comer o
membro de um animal vivo. O ser humano possui tanto a essência
espiritual e animal. No seu aspecto animal, o homem se assemelha (porém
não se iguala) aos demais animais; e assim quando ingere produto animal
ele pode absorver parte de sua essência neste ato. Mas a Néfesh do animal
jamais pode ser anexada à Neshamá ou Néfesh humana. A Néfesh do
animal deve ser primeiro separada do seu ser antes do corpo do animal ser
absorvido e se tornar parte do corpo humano. O abate do animal e a
subseqüente derramação do seu sangue na terra proporciona este fenômeno.
[18]
13 Práticas vegetarianas, incluindo aquelas praticadas por muitas
religiões são geralmente falsas, e em resumo, reflexo de uma teologia
desorientada. Se a pessoa pensa que o vegetarianismo denota algum tipo de
elevação ou iluminação espiritual, deve lembrar que os antigos Egípcios
eram vegetarianos religiosos, porém idólatras e imorais e cruéis com seus
escravos e estranhos. [19]

Existem quatro razões gerais, sobre porque um homem poderia ser


vegetariano. Caso a carne não lhe agrade, ou se a pessoa sente que ao
comer carne perde ou diminui sua saúde, (como muitas carnes atuais,
repletas de hormônios e outras substâncias químicas); ou se a pessoa
desconfia ou discorda dos métodos pelos quais abatem os animais; a pessoa
pode exercer seu direito de ser vegetariano. Mas se esta pessoa alega que é
cruel comer carne, ou se fizer a alegação vã de que na época de Adam e
Havá, no Jardim do Éden não se comia carne (querendo viver neste mundo,
como imagina que se vivia no Éden), está na verdade desprezando a
verdade revelada de D’us, impondo seu próprio entendimento acima da
misericórdia de D’us. Desde que D’us concedeu à Noah e aos seus
descendentes o direito de ingerir carne, este direito é divino e reflete a
sabedoria de D’us.

Existe uma história sobre Rabi Sh’lomon ber Schneershon, conhecido


como Rebe Rashab, que estava passeando com seu filho mais jovem, Iossef
Itzhak, que se tornaria o Sexto Rebe de Lubavitch. Eles caminhavam, e o
jovem estendeu seu braço e arrancou uma folha de uma planta próxima a
ele. Seu pai o repreendeu pelo seu ato, lembrando-o que tudo na criação
possui uma Néfesh concedida pelo Criador e, portanto deve ser tratada com
respeito. Caso um homem tiver necessidade de um determinado elemento
da criação, vegetal ou animal; ele deve fazer uso disso de acordo com a Lei
de D’us, quando então ele terá direito de usar o elemento porque foi ao
homem que D’us deu o domínio sobre todas as coisas. Mas o homem não
tem direito de destruir as coisas criadas, e esta proibição se estende até
mesmo a arrancar uma folha de uma planta ou árvore, sem propósito.

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Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de
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Lição 8 de 8 - Parte 2

Leis sobre Instituição de um Tribunal de Justiça

OBS: A Avaliação desta lição está após o final da mesma.

Extraído do livro "The Path of the Righteous Gentile," “O Caminho do


Gentio Justo”.

Parte 1: Raízes do Sistema Judicial; jurisdições das cortes, critérios para


decisões judiciais; requerimentos num sistema judicial, exigência e
objetivos dos Juízes.

1. Os Bnei Noah foram ordenados a estabelecer cortes de Justiça que


estabeleçam e mantenham a estabilidade da justice e moralidade de acordo
com as Sete Leis de Noah. [1] Um sistema judicial que perverte a justice
por sustentar normas que conflitem com as Sete Leis de Noah é um
instrumento de desvio das bênçãos de D’us sobre o mundo. Todo gentio
que deixa de estabelecer um sistema judicial, mesmo que passivamente; ou
seja, se viver numa cidade sem tribunais justos, e nada faz para corrigir a
situação, é passível de pena capital. E aquele que estabelece ou apóia um
sistema judicial que opera de forma contrária às Sete Leis de Noah é
similarmente culpado.

No Sefer Bereshit (34:25), aprendemos que dois dos filhos de Iáacov,


Shimon e Levi, executaram todos os homens da cidade de Shehem. O
príncipe da comunidade, Shehem filho de Hamor, havia estuprado a irmã
deles, Diná, e a cidade passou a ter o dever e executar a justiça, trazendo o
criminoso ao tribunal para julgamento. A cidade, portanto, foi culpada por
transgredir esta Lei de Noah, e todo cidadão foi passível de punição por dar
apoio à violação do Mandamento.

2. O Mandamento sobre estabelecer tribunais de justiça, embora pareça ser


um mandamento positivo, ordenando uma ação positiva, na verdade é
considerado uma proibição. De fato, o Mandamento de estabelecer
Tribunais de Justiça é uma proibição contra deixar de estabelecer tribunais
de justice, porque é por falhar em estabelecer tribunais apropriados de
justiça que a pessoa inibe que a justiça seja estabelecida dentre as nações.
[2]

3. A única punição efetiva pela violação de qualquer das Sete Leis de


Noah, por intermédio do Tribunal é a pena capital. [3]

[Nota: Na lição contra a idolatria, foi declarado que os Bnei Noah não
foram ordenados a santificar o Nome de D’us em sacrifício da própria vida.
(baseado no Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10 Lei 2) O texto do
Mishne Torá deixa claro que esta regra se aplica a todos os Mandamentos
de Noah."]

4. Um acusado de violar qualquer das 7 Leis de Noah, que foi trazido a um


Tribunal Noahide para julgamento pode ser julgado, apenas se estiver na
sua completa faculdade mental. [4]

5. Todo indivíduo deve aceitar as decisões legais que tenha recebido. É


proibido fazer um julgamento pessoal (justiça com as próprias mãos) sem a
participação do tribunal. [5]

6. Em questões civis, isto é, em disputas entre indivíduos, as recentes


autoridades questionam se um Noahide é ordenado a seguir os mesmos
princípios da Lei Judaica e dos Tribunais Judaicos, ou se ele deve seguir
regras estabelecidas pela sua própria corte Noahide e leis.

Apesar das Cortes Noahides serem responsáveis pelas Sete Leis de Noah
apenas, e não pelos 613 Mandamentos do Pacto do Sinai, há uma opinião
de declara que cada decisão do Tribunal Noahide deve ser realizado em
parceria com o Tribunal Judaico. A opinião aceita como válida, é a de que
os Tribunais Noahides devem fazer suas decisões de acordo com princípios
próprios.
7. Arbitrariedade e Mediação ou qualquer outro meio de tratamento
amigável ou consideração entre as partes, que evite que determinado caso
seja levado a Tribunal será sempre desejável e aconselhável.

8. Evidências circunstanciais são admissíveis em Tribunais Noahides.

9. Os Bnei Noah são responsáveis pelo conhecimento das Sete Leis de


Noah e, portanto, não precisa legalmente ser advertido das conseqüências e
da proibição que viola, para que seja condenável pelo Tribunal. [6]

10. É proibido a um tribunal ter compaixão de um assassino, dizendo que


uma pessoa já foi morta, e porque matariam mais uma? E um tribunal não
pode adiar uma execução por compaixão. [7]

11. Similarmente, em questões financeiras, um tribunal não pode ter


misericórdia de uma pessoa pobre, sendo mais rigoroso com o rico para
favorecê-lo; nem pode considerar o rico para lhe dar qualquer vantagem
sobre alguém mais pobre.

12. É igualmente proibido respeitar alguém de forma prejudicial. Como


assim? Caso dois litigantes apareçam num tribunal, um mais sábio que o
outro, o Juiz não poderá tratar o homem mais sábio conforme as Leis que
nos ordenam honrar o Sábio. Ele não pode perguntar sobre seu bem-estar,
nem dizer que é uma satisfação tê-lo em sua presença, nem poderá lhe
demonstrar qualquer honra.

13. Caso dois litigantes estejam num tribunal, e um seja justo e outro
perverso; o Juiz não pode presumir que o perverso não dirá a verdade, nem
que ele jamais mudará seus caminhos, fazendo o julgamento ir contra ele.
[8]

14. Não é permitido julgar de forma injusta, absolvendo um culpado e


condenando um inocente. Se um juiz que adiar um julgamento, e isso
acabar dificultando o exercício do testemunho para qualquer parte, seja
prejudicando ou favorecendo qualquer das partes, isso será considerado
julgar injustamente. [9]

15. Aquele que exerce o juízo de forma precipitada, sem o temor sobre sua
responsabilidade e sem o exercício da prevenção e cautela, tomando uma
decisão rapidamente, antes de poder considerar melhor o caso, é
considerado Juiz tolo, perverso e egoísta e deve ser destituído do cargo e
punido. [10]
16. O Tribunal não deve estabelecer um julgamento base para nele basear
todos os outros casos. Antes, deve considerar cada caso individualmente,
por suas características e detalhes próprios. [11] (Nota: entretanto, casos
precedentes podem ser usados como exemplos analíticos.)

17. Um caso relacionado a uma grande quantidade de dinheiro, e um caso


relacionado a uma pequena quantidade, devem ser considerados igualmente
e individualmente. [12]

18. É um mandamento positive decretar julgamentos justos, tratando as


partes igualmente, e com igual respeito. O Juiz não pode permitir que um
das partes explique um caso longamente e a outra explique brevemente.
Nem deverá ser agradável e sorridente com um e sério com outro. [13]

19. Um juiz é proibido de aceitar suborno. O suborno é o sinal de


corrupção de qualquer julgamento. O Juiz que aceitar suborno é obrigado a
devolver o que recebeu. [14]

20. É também proibido oferecer suborno. [15] Ta categoria legal que proíbe
o suborno não se limita a dinheiro, mas inclui qualquer tipo de presente ou
favorecimento. [16]

21. Qualquer Juiz que se senta para julgar e procura aumentar sua própria
glória, aumentando seu próprio salário ou da sua categoria, estará
corrompendo a justiça e espalhando maus atos. Se um Juiz estiver num
barco ou bote, e um dos litigantes que estiverem sendo julgados por ele ali
estiver, e o ajudar estendendo a mão para que ele saia do barco ou do bote;
o Juiz deve lhe dizer: “Eis! Estou desqualificado para ser Juiz no seu
caso”. Pois um Juiz não pode receber quaisquer benefícios de quaisquer
litigantes.

***

(Nota: O objetivo da Justiça é funcionar imparcialmente e o mais justo


quanto possível ao ser humano. Portanto todo e qualquer comportamento
que meramente ofereça uma sugestão de corrupção deve ser proibido e
desqualifica um Juiz para um caso.)

22. Se dois litigantes que se apresentarem perante um Juiz, e um estiver


vestido de forma elegante enquanto que o outro estiver vestindo roupas
velhas e rasgadas; O Juiz deve declarar ao que está bem vestido: Ou você
oferece ao seu litigante, roupas finas como as suas para este julgamento, ou
você coloque roupas simples como as dele, e somente então apareça aqui
para ter seu caso analisado com ele. [17]

23. Os litigantes devem estar ambos sentados ou ambos em pé. Não é


adequado que um esteja sentado e o outro de pé. Caso os Juízes desejarem
que todos estejam sentados, assim deve ser. Caso estejam sentados, seus
bancos não podem ser mais elevados que o do outro, nem mais
confortáveis. Quando o Juiz estiver prestes a fazer sua declaração, todos
devem ficar de pé. As testemunhas também devem ficar de pé quando a
sentença for declarada. [18]

24. Caso houver muitos casos perante um Juiz, o caso de um órfão deve
precede o caso de uma viúva, que deve precede o caso de um sábio, que
deve precede o caso de um ignorante, que deve precede o caso de uma
mulher, que deve precede o caso de um homem. [19]

25. É proibido ao Juiz ouvir um dos litigantes sem que o outro esteja
presente. Ouvir apenas uma palavra que seja, sobre o caso, é proibido, E os
litigantes são proibidos de falar antes que o outro chegue. [20]

26. O Juiz não pode ouvir o testemunho por meio de um intérprete ou


tradutor, pois a verdade apenas pode ser avaliada pela boca do próprio
litigante. Ele, portanto, deve compreender perfeitamente o idioma dos
litigantes e ouvir por si mesmo seus testemunhos e provas. Caso o Juiz não
fale o idioma de um dos litigantes fluentemente, ele pode se explicar aos
litigantes sobre o que ele acha do caso, por meio de um interprete ou
tradutor, mas não pode julgar o caso. [21]

27. O Juiz deve ouvir os argumentos dos litigantes, e revisá-los na presença


deles para assegurar que todos compreenderam adequadamente. Então ele
deve justamente decidir e efetuar sua declaração final. [22]

28. O Juiz não deve defender as palavras de litigantes, antes, ele deve ficar
em silêncio enquanto os litigantes falam aquilo que acreditam que devem
falar. E um juiz não pode instruir nenhum dos litigantes sobre suas palavras
ou argumentos. [23]

29. Se um Juiz vê um ponto favorável no caso de qualquer dos litigantes, e


o litigante não saiba sobre este ponto, ou tenha se irritado e confundido a si
mesmo; o Juiz poderá colocá-lo de volta no caso. Mas o Juiz deverá ser
cuidadoso nisso, para não violar a regra contra instruir favorecendo uma
das partes, o que faria ele parecer um profanador da Justiça. [24]
30. Se antes de ouvir totalmente um caso, o Juiz sentir pessoalmente algo
negativo em relação ao caso, ele pode se recusar a julgar o caso. Mas se ele
já ouviu as palavras dos litigantes, da forma necessária para executar o
julgamento, ele não deve se recusar a julgar o caso. [25]

31. Se houver mais de um Juiz num caso, é proibido que um diga para
outro “Eu julguei à favor da sua opinião, mas meus colegas ficaram
contra você, e eles era maioria. O que eu poderia fazer?” [26]

32. Um Juiz é proibido sentar em julgamento com um colega que ele


conheça ser um ladrão ou perverso. Ele não deve assinar um contrato até
que ele conheça com quem está assinando. [27]

33. Um Juiz é proibido de julgar alguém que ame. Nem pode julgar alguém
contra quem tenha antipatia ou inimizade. Os litigantes devem sempre ser
iguais aos olhos do Juiz. O Juiz não pode os conhecer, nem sobre suas
obras; e assim ele deve julgar da forma mais justa possível de acordo com o
código da Lei. [28]

34. Um homem instruído que favoreça qualquer das partes, não deve julgar
um caso junto. O julgamento assim seria distorcido, e o instruído poderia
ter habilidade de usar o debate contra qualquer dos litigantes. [29]

35. Um Juiz deve imaginar-se como se estivesse com uma espada afiada
sobre o seu pescoço. Ele deve saber que está à Serviço do Juiz Universal,
que certamente retribuirá um julgamento perverso, maldoso e errôneo
severamente. [30]

36. Se um Juiz sentir-se profundamente em seu coração que um dos


litigantes está correto, mas não houver prova sobre isso; ou se o Juiz sentir
que há maldade, mentira ou fraude de uma das partes, mas igualmente não
houver prova disso; ou se ele sentir que as testemunhas estão mentindo, ele
deverá pedir para ser substituído por outro Juiz que possa julgar este caso
mais apropriadamente. Mas se ele julgar saber com certeza sobre uma
mentira de uma das testemunhas, ele não deve se retirar do caso, antes,
deve julgar de acordo com sua compreensão da verdade. Todos estes temas
são temas do coração. [31]

37. Se um Juiz errar em suas decisões, num tema financeiro, ele deverá
retrair sua decisão; e restaurar tudo ao seu status original e levar o caso
novamente a julgamento. Se não for mais possível restaurar tudo, ou se um
dos litigantes não mais estiver presente, se houver viajado ao exterior e
levado o dinheiro com ele; o Juiz é desobrigado de retificar o dano
financeiro. Pois será claro que ele não teve a intenção de causar o dano.
[32]

38. Todo Juiz deve possuir estes sete atributos:


- Sabedoria
- Humildade
- Temor dos Céus
- Temor do Pecado
- Contenção com relação à dinheiro
- Amor pela verdade
- Amor pelo seu semelhante
- Uma boa Reputação [33]

39. Quando alguém é amado pelo seu semelhante? Quando ele vê as coisas
sob um ponto de vista favorável e humilde, e quando ele fala e se comporta
em todas as suas atividades de forma benéfica. Ele deve ser meticuloso em
cumprir os Mandamentos de D’us, e deve conquistar sua má inclinação por
completo. Seu nome deve ser sinônimo de justiça e ele deve ser um modelo
para sua geração. Ele deve ser corajoso e capaz de declarar a justiça contra
todos os que obram pelo mal. Nenhuma quantia monetária poderá ser
preciosa aos seus olhos, de modo que ele isente seu coração de qualquer
desejo que possa ser comprado com suborno. Ele deve ter um
comportamento exemplar, e desejar viver e estar na verdade. Ele deve amar
a verdade e afastar-se da falsidade. Ele deve evitar toda e qualquer situação
que possa permitir uma transgressão.

40. Se um Juiz que possua todas estas qualificações não puder ser
encontrado, deve buscar por um que procure ao máximo possuir estas
qualificações.

PARTE DOIS: Lei concernente às testemunhas.

1. Uma pessoa pode ser convencida num Tribunal Noahide pelo


testemunho de uma testemunha, que seja conhecida pela sua justiça. [34]
Caso o caráter da testemunha não é conhecido, duas testemunhas podem
convencer sobre um caso. É permitido para as testemunhas também, serem
relativas dos acusados. [35]

2. Uma pessoa pode testificar contra si mesma num tribunal, [36] mas
desde que ele é acusado, seu caráter está definitivamente em questão, e
uma segunda testemunha é necessária para estabelecer o caso.
3. As testemunhas devem ser submetidas a uma análise altamente
detalhadas, que possam revelar quaisquer inconsistências ou falsidades em
seu testemunho. [37]

4. Toda pessoa tem a obrigação de declarar um testemunho justo num


tribunal, mesmo que ele saiba que seu testemunho causará dano a um
amigo, ou se seu testemunho favorecerá um inimigo seu. Isto se refere às
disputas civis ou criminais. Num caso criminal, todos têm a obrigação de
testemunhar, mesmo que o Tribunal não o chamar. [38]

5. Existem dez classificações que são desqualificadas como testemunhas


num Tribunal:
- Mulher*
- Escravo
- Menor
- [Mentalmente incapaz] ou doente mental
- Uma pessoa surda ou muda
- Um cego, ainda que escute
- Um conhecido malfeitor
- Pessoas que não tenham bom comportamento em público [veja #9
abaixo.]
- Os esposos de mulheres envolvidas num caso.
- Pessoas que serão beneficiadas pelo caso [39]

*[Devido ao que aconteceu no incidente da Árvore do Conhecimento do


Bem e do Mal, D’us colocou 10 punições sobre o homem, e 10 punições
sobre a mulher, e 10 punições sobre a “serpente” (‫ נחש – לנחש‬condenação
divina sobre conceitos supersticiosos). Uma das 10 punições da mulher é a
de que todas as mulheres (judias ou gentias) são proibidas de cumprir o
Mandamento sobre dar testemunho num tribunal, ou exercitar o cargo de
Juiz num Tribunal.]

6. Um perverso é desqualificado como testemunha. Isso quer dizer que o


testemunho de qualquer pessoa que se saiba que viole as 7 Leis de Noah, é
inadmissível. [40]

7. Os tribunais não podem admitir o testemunho de ninguém a menos que


tenham certeza de que a pessoa cumpre as Sete Leis de Noah, e tenham um
comportamento bondoso, honesto e elevado. [41]

8. O Juiz que admitir um testemunho de uma testemunha antes de ter


certeza de que esta testemunha é qualificada para testemunhar é
responsabilizado por isso. O Juiz é considerado como aquele que perverte a
Justiça. [42]

9. Todo aquele que humilhe uma pessoa em público, está desqualificada


para ser testemunha. Uma pessoa que se comporte indecentemente em
público, ou mostre sua nudez, ou se envolva em qualquer ato desonroso, ou
que não tenha vergonha na cara... não merece confiança e não deve se
levado a um Tribunal para testemunhar sobre um caso. [43]

10. Mesmo se uma multidão de pessoas sábias, tementes à D’us,


declararem que alguém cometeu tal ato, e mesmo se o Juiz acreditar que
isso é verdade, ele não pode aceitar o que dizer, a menos que as pessoas
tenham visto com os próprios olhos o ocorrido. Todo aquele que testifica
baseado no que ouviu de outros, presta falso testemunho e está conspirando
contra seu próximo, e esta é uma gravíssima transgressão. [44]

(Nota: Aquele que dá falso testemunho, e convence com isso um tribunal


de executar alguém; deve receber a pena capital.)

Bnei Noah do Brasil - Centro Noahide de Estudos ® 2007


Todos os direitos reservados
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*****************Prova da Lição 8**************

Bnei Noah do Brasil CLASSE #1 – Os Mandamentos Noahides: Prova da


lição 8 parte 2: Leis sobre Instituição de um Tribunal de Justiça; (Copyright
'06 Ask Noah International)

1. Tribunais Noahides são permitidos de considerar evidências


circunstanciais para decidir a culpabilidade de um caso?

2. Um gentio pode ser julgado por um tribunal Noahide se ele transgride


qualquer das Leis de Noah, caso ele não tenha sido advertido sobre seu erro
pela testemunha?

3. Caso um gentio estiver sendo julgado por transgredir qualquer das Sete
Leis de Noah, o tribunal é permitido de manter o transgressor na prisão por
um longo tempo, adiando a punição decretada por dó ou piedade?

4. Para determinar a justiça, os tribunais Noahides devem considerar os


casos individualmente?

5. (a) Responda brevemente, o que a Lei Noahide rege sobre o suborno de


um Juiz Noahide?

(b) Se tal suborno ocorrer, quem transgride?

6. Se alguém forçar um Noahide de violar uma das 7 Leis de Noah, ele


deve ser julgado pela sua violação da Lei num Tribunal?

7. Qual o número mínimo de testemunhas admitidas para definir um caso?

8. Num caso de um Tribunal Noahide estar julgando um caso de adultério,


qual argumento seria válido perante a Lei para inocentar a pessoa?

(a) A pessoa declara que não sabia que adultério é proibido.


(b) A pessoa declara que ele não sabia que a mulher era casada.
(c) Qualquer uma das duas.
(d) Nenhuma das duas.
‫בס''ד‬
Com a ajuda dos Céus.

Centro Noahide de Estudos

Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
Lição 5 de 8 - parte 2

Leis sobre Teshuvá

Se um conceito puder, da melhor forma possível, servir de exemplo sobre o verdadeiro


conhecimento de D’us dentro do Judaísmo, este é o conhecimento sobre o Arrependimento.
Porém o Judaísmo sequer reconhece a palavra “arrependimento” no sentido Ocidental do
termo, e a considera insuficiente para definir o próprio arrependimento, porque pressupõe
que o arrependimento é necessário devido a um estado natural de pecado no homem, o que
não é Verdade. Para o Judaísmo, o homem precisa de Teshuvá, literalmente de Retorno ao
seu estado normal, que é o sem pecado.

No Cristianismo, por exemplo, a visão de que o homem é um ser perdido, vítima


do pecado original, é muito comum. Se considerarmos isto, o arrependimento é
algo humanamente impossível. Como é que uma pessoa poderia voltar à sua
pureza, se esta mesma pureza é essencialmente manchada? Neste caso, o
Cristianismo propõe que o homem precisa ser “salvo” de sua irremediável
condição e, portanto, não pode arrepender-se por si mesmo.

Segundo a Torá, por outro lado, o arrependimento é bloqueado apenas, pelo


pecador, por sua própria vontade, pela sua mente e coração desviados. E não por
uma condição imutável ou essencial. Caso ele sinceramente desejar se aproximar de
D’us, o portal do Arrependimento é aberto para ele e não haverá nada que possa
impedi-lo que atingir seu objetivo. Portanto, segundo a Torá, a natureza não é
pecaminosa. O pecado é uma condição externa ao seu ser essencial. Segundo os
ensinamentos da Torá, D’us abre os portais da justiça para todos, e pela Sua
Misericórdia e bondade, instrui o homem no caminho que este deve andar como
está escrito, “Misericordioso e justo é o ETERNO e, por isto, aos pecadores re-ensina Seu
caminho” (Tehilim 25:8) A instrução está disponível a todos os que buscam por ela,
dedicando-se ao estudo da Torá.

Além disso, como a idéia cristã de pecado original poderia ser aceitável, se temos
nove almas que receberam sua recompensa eterna sem experimentar a morte? [1]
A mais notável delas, claro, é o profeta Eliáhu, o qual ascendeu ao mundo
espiritual numa carruagem de fogo (II Melahim 2:11) sem que houvesse morrido ou
sido sepultado. Outra foi Sérah, a filha de Asher, a qual informou ao seu avô Iáacov
que seu filho Iossef estava vivo e bem no Egito. [2] O grande rabino, o Baál Shem
Tov, teve também a oportunidade de deixar este mundo sem experimentar a
morte, mas ele escolheu experiência-la [3]. Segundo ele, assim como tudo emana
de D’us e, portanto, tem um fim positivo e benéfico, a morte também se
enquadraria neste perfil. Portanto, nem mesmo a morte é um resultado do pecado
original, senão que é um processo biológico natural, para melhoria da pessoa e expiação de
seus erros temporais e, portanto, resulta no aperfeiçoamento do homem. Para nossa missão
ser realizada neste mundo na plenitude, a morte foi feita parte da vida, e isso determina
que existe um prazo para que nosso desafio seja superado. Com isso em mente, vemos que o
“certamente morrerás” imposto sobre Adam, não se referia apenas à morte biológica
natural, mas ao completo aniquilamento do ser, e foi por isso que Adam não morreu
imediatamente ao violar o Mandamento. Adam, no entanto, fez Teshuvá/ retorno; após ter
cometido seu pecado, e isso lhe proporcionou que sua existência fosse preservada. Logo,
todo aquele que buscar o arrependimento será preservado na existência, enquanto que
aquele que se recusa a arrepender-se perderá sua existência, sendo aniquilado.

Assim o Judaísmo rejeita a noção de que o ser humano está amaldiçoado pelo
pecado original. Nós aprendemos que Avraham e Sara cumpriram aquilo que
Adam e Havá falharam [4] e Iáacov, através do seu exaltado serviço à D’us, atingiu
a verdadeira retificação do pecado da árvore do conhecimento do bem e do mal.
[5] - Pois dos Patriarcas, ele (Iáacov) foi o que mais se dedicou ao estudo da Tradição, e dos
conhecimentos divinos, a ponto tal, que foi capaz de discernir em sua mente a plenitude do
que é bom e mau juntamente com as noções de certo e errado; retificando assim o pecado de
Adam e Havá, que desvirtuaram a noção de certo e errado pela noção de bem e mal.
Isto quer dizer que o homem pode retornar à D’us, não importa o quanto tenha
caído. E os Patriarcas são exemplo de que este retorno é possível aos Noahides tanto quanto
é possível aos judeus. O retorno do homem para seu verdadeiro e impecável status
que jamais pode ser manchado, conforme ensina o Judaísmo, inclui a todos os
homens, judeus ou Noahides. Portanto ninguém precisa ser salvo por outro, além de
si mesmo. Toda pessoa precisa “retornar” para D’us e para seu status original.
E porque a pessoa deveria buscar voltar-se para D’us? A razão mais simplista,
claro, é para evitar a punição como conseqüência de seus atos errôneos. Em casos
extremos, a perca da porção no mundo vindouro, isto é, o aniquilamento da
existência.
Se supuséssemos que uma pessoa tem uma grande obra de arte, por exemplo, sem
saber o quão valioso é o objeto; e assim o tenha guardado em um porão na sua
casa, sem qualquer cuidado, ela deverá ser informada a respeito disso. E uma vez
que ele tenha aprendido sobre o imenso valor da obra, e a riqueza que tem nas
mãos, esta pessoa vai até o porão e toma de lá a obra de arte, e a coloca em lugar de
honra na sua casa, retornando-a ao seu status original. A pessoa não deveria
render honra similar à sua alma? Pois é dito que, de todos os tesouros confiados ao
homem pelo Criador, dentre todos os dons, o mais valioso é a alma do homem, a
sua noção da existência, o seu “eu”. [6] Portanto a valorização da existência verdadeira,
o grande presente de D’us, é a motivação para que a pessoa volte-se à D’us.

A bondade de D’us para com o homem


1. Uma pessoa deve reconhecer que D’us – Bendito Seja ELE – é mais misericordioso
para o ser humano, do que qualquer outra coisa poderia ser. Deve-se meditar sobre o
valor da “existência” e o prazer de viver e participar no mundo. E deve-se desenvolver
gratidão por isso, reconhecendo que o “existir” não é algo conquistado por quem quer que
seja, mas sim “doado” pelo Criador que é a Existência Absoluta. O Criador – Bendito
seja ELE - não priva a pessoa de nada que possa levá-la ao crescimento pessoal e
progresso no seu bem-estar. Portanto, cada e toda experiência neste mundo, carrega em
seu interior uma instrução de D’us essencial para nosso desenvolvimento. Pois o homem
é uma criação de D’us, e ninguém pode compreender mais o homem do que
Aquele que o projetou e elaborou. Tanto no que concerne ao seu corpo, pelos recursos
naturais disponíveis, como no que concerne à sua Neshamá, pela Sabedoria da Torá que a
“alimenta”. Se este princípio, de plena compreensão da obra por parte de seu criador; se
aplica ao artifício que bem conhece sua obra, embora não a tenha criado, senão
transformado de algo já existente; certamente e muito mais se aplicará à D’us, que
conhece a essência de cada criação, projeto Seu, e da qual trouxe o homem à
existência dando-lhe consciência desta existência, e assim o sustenta a cada
segundo. Portanto, diferente do que muitos pensam D’us conhece mais da vida humana,
do que o ser humano supõe. Existem conceitos sem nexo, que alegam que D’us precisaria
“ser humano” para compreender a vida humana. Porém, nada pode estar mais longe da
verdade e do bom senso. Sendo ELE a “fonte” da existência humana, e o responsável pelo
seu desenvolvimento, desde o mais íntimo do ser, até seu aspecto externo, fica obviamente
estabelecido que ELE é o Pleno conhecedor da vida humana, infinitamente além do próprio
ser humano; de modo que ELE – que é conhecedor de todas as coisas – não precisa de
quaisquer informações, ou experiências externas para saber sobre o homem, porque ELE
moldou o homem e toda sua estrutura. D’us conhece a tudo e sabe o que é melhor ao
ser humano, conhece também aquilo que lhe faz mal, bem como àquilo que será
benéfico para ele, realmente. [7] Daí os Mandamentos, as ordenanças de D’us,
relacionadas ao comportamento do homem sob a perspectiva de D’us.
2. A pessoa deve reconhecer o quanto D’us a conhece, e quão grande e abundante é
sua Misericórdia. Desde o começo da existência humana, D’us cuidou para que o
homem continuasse existindo de forma digna, mesmo sem qualquer merecimento.
E preservou a raça humana de catástrofes que esta não superaria sozinha. E isso não se dá
porque D’us precise do homem, mas porque D’us é Aquele que concede bondade e
Misericórdia como parte de Seu Ser Essencial. [8] A Criação existe para receber de
D’us Sua bondade, e por isso é finita e débil, precisando sempre da Sua Misericórdia para
que possa receber esta misericórdia. O ser humano também não foi criado pleno, para
que na senda do progresso possa ser um receptáculo para a Bondade e Bênçãos de D’us,
percebendo e sendo grato por isso. A Criação existe para receber de D’us a existência.

3. A pessoa deve reconhecer abertamente, que D’us a observa o tempo todo, e que
nada é Oculto Dele. Tudo está revelado ante Sua Presença. Portanto não existe um
lugar “ausente de D’us”; e daí nosso compromisso com ELE não ficar restrito a qualquer
Templo. D’us conhece se a pessoa confia Nele ou não. Daí o porquê são essencialmente
desnecessárias as declarações formais/ verbais de fé. Não será o que você afirma que
constituirá sua fidelidade à D’us, mas sim sua “reação” ao conhecimento, cumprindo ou
negligenciando os Mandamentos de D’us e o dever de buscar Sabedoria. Nossas atitudes
determinam o “tamanho” da nossa fé em D’us e não nossas palavras vazias. Porém uma
declaração realizada perante um Tribunal para fins burocráticos tais como registros de
membros de Comunidades Noahides em tribunais rabínicos, são permitidas. Deve-se saber;
porém, que não é “esta declaração” que torna uma pessoa “tzadik/ justo” senão seu serviço
à D’us. Portanto, cada um deve se voltar a buscar sempre a confiança em D’us,
abandonando caminhos contrários à Sua Legislação. O ato de mudar o próprio
comportamento, à favor da Lei de D’us é o exercício do Serviço Divino. Observando as 7
Leis de Noah, e sua Jurisprudência, a pessoa demonstra que confia no Criador,
porque vive de acordo com Suas diretrizes, e isso provocará uma reação recíproca
de D’us, que guiará a pessoa ao sucesso em todas as áreas de sua vida. Pois que as
bênçãos da Torá, aos Filhos de Israel, aplicam-se a todos os que buscam ao Eterno, e
NELE confiam; pois são bênçãos concedidas sobre os que Servem à D’us, vivendo de
acordo com Sua vontade. Assim como D’us abençoa a Terra de Israel se nela os preceitos
forem observados, do mesmo modo abençoa todos os povos, se estes se submetem a seus
Mandamentos. Isso se individualiza, para cidades, bairros e lares. Todo aquele que se voltar
ao Eterno, para viver de acordo com Sua Lei, testemunhará Suas bênçãos e confirmará a
veracidade da Torá. [9]

4. Não existe milagre maior na criação, do que o da alma de muda seus caminhos e
renunciando a eles, retorna para D’us. Pois este ato sublime depende inteira e
completamente da pessoa. O Arrependimento é maior, no seu valor, que a própria
Sabedoria. Pois uma pessoa arrependida desiste de “defender” seu erro; desejando voltar
atrás em seus caminhos e seguir pela senda da justiça. Pois pela sabedoria, a pessoa
pode muito bem discernir entre o bem e o mal e entre o certo e o errado. Sendo
capaz de entender as minúcias de suas ações, e a gravidade exata do seu erro ou acerto. Mas
o mal permanece se cultivado dentro da pessoa. Enquanto esta pessoa não tomar uma
posição a respeito, rejeitando a noção maléfica ou o pensamento negativo; posicionando-se à
favor da Justiça ela continuará cultivando o mal; e ainda que o conheça não poderá resistir-
lhe se não mudar seu comportamento a respeito de acordo com a sabedoria adquirida. Mas
através do arrependimento, o mal que a pessoa havia feito, a força negativa gerada
pelo seu mau ato e que existe dentro do seu ser, é transformada em uma força
positiva e benéfica pela sua mudança de atitude; e ao invés de afastarem a pessoa da
compreensão de D’us, agora o trazem mais perto do Criador, para que tema e ame
ao Criador. Portanto o arrependimento pode elevar a natureza de uma pessoa,
retificando os efeitos de seu mau instinto, e até sujeitando-o ao Serviço Divino; como
ensinaram os Sábios: Qual o significado do texto “amarás ao Eterno com todo seu
coração? Significa que você deve servir à D’us com ambos os seus instintos, o bom e o
mal! Você deve devotar à D’us tanto suas inclinações espirituais, orando e estudando a
sabedoria, como suas inclinações animalescas; ao comer, beber, e usufruir quaisquer dos
prazeres da vida” [10]

5. Um Rabino Hassídico certa vez, esteve como uma pessoa extremamente


pecadora. Este Rebe caminhou com ele um tempo, e confessou que tinha inveja de
seu elevado status. O pecador ficou maravilhado e disse: Rebe?! Você é um homem
santo, dedicado à D’us, e eu sou um pecador. Como é que o senhor pode ter inveja da minha
condição? O Rebe respondeu: Você pode trazer mais luz para o mundo, do que eu
seria capaz. Eu apenas posso trazer a bondade ao mundo, por resistir ao mal, e é o
que venho fazendo. Mas você pode transformar milhões, e talvez bilhões de maus
atos, em maravilhosos méritos por meio do seu arrependimento e retorno à D’us.
[11]

Vantagens do Arrependimento e como atingir o verdadeiro


arrependimento.

1. Caso uma pessoa que tenha transgredido um ou qualquer dos 7 Mandamentos do


Pacto Universal, seja intencionalmente ou sem intenção; quando se arrepende, a
pessoa é obrigada a confessar verbalmente seu erro, e especificar seu pecado
diante de D’us, para que mereça Sua Misericórdia. Como ela deve confessar? Ele
deve se pronunciar dizendo: Eu Te busco D’us, porque tenho pecado voluntariamente.
Eu tenho transgredido e cometido “este e este pecado” ante a Tua presença….Eu
renuncio aos seus atos, e tenho vergonha deles, e não mais agirei assim novamente.

Esta é a essência da confissão. É louvável que a pessoa que se confessa perante


D’us, possa acrescentar a estas palavras, daquilo que sua alma refletir. [12] Ou seja,
não deve ser vergonhoso para qualquer pessoa o ato de confessar seus erros. Deve-se sim ter
vergonha de seus pecados. O ato de confissão é meritório e exterioriza o real desejo
pela justiça. Aquele que oculta suas transgressões, é digno de punição porque é
hipócrita, e como tal; suas orações e até mesmo seu Serviço Divino é desconsiderado pelo
Tribunal Celeste. A sinceridade perante D’us e os homens, é um fator primordial ao Serviço
Divino. Como não existe uma pessoa que não cometa erros, não pode haver surpresa
perante qualquer tipo de confissão, pois todos os seres humanos cometem os mais variados
erros; e todos têm chance de se arrepender e prosseguir no caminho.

2. Uma punição imposta sobre uma pessoa, por um Tribunal Noahide, serve de
expiação para a transgressão, caso a pessoa confesse seu erro à D’us, conforme a
inspiração anterior. Aquele que é punido por seu crime, apenas expia seu erro pela
punição, se confessar seu erro. Similarmente, caso uma pessoa cause dano a um
amigo – dano físico ou financeiro - esta pessoa não terá expiado seu erro, até que
tenha confessado seu erro perante a pessoa e retificado seu mal (pagando seu dano
ou recompensando-o), e confessado perante D’us sua culpa, e assim resolva não mais
repetir tal ato. Pois o mal deve ser reparado, sempre que possível. Aquele que pede
perdão, sem retificar seu erro, anula seu próprio pedido de perdão; e invalida seu
arrependimento e sua culpa permanece sobre si até que retifique seu mal; mesmo que a
pessoa contra quem pecou não esteja mais se importando com isso.

3. O arrependimento sincero expia todos os pecados. Mesmo caso uma pessoa seja
perversa por todos os seus dias, e volte para D’us no último de seus dias, sua
perversidade não será mencionada no Tribunal se o seu arrependimento for
sincero. [13] E isto apenas se aplica ao arrependimento sincero e, portanto, não se trata
de aparência de arrependimento. Apenas D’us poderá saber se uma pessoa no seu leito de
morte arrependeu-se sinceramente ou não. A nós, cabe julgar favoravelmente a todos,
e assim considerar que tenha se arrependido sinceramente, mesmo que não possamos
averiguar isso.

4. Qual é o arrependimento pleno? Caso, após ter confessado, ocorra que a pessoa
tenha novamente a oportunidade de pecar como antes, e nesta ocasião ela desista e
não faça o mau ato, ela mostrou que realmente se arrependeu perante D’us, e não
porque teme qualquer pessoa; e assim esta pessoa atinge o arrependimento
completo/ Teshuvá Shelemá. Ou seja, o verdadeiro arrependimento pode ser
“averiguado” pela própria pessoa, que deve procurar internalizar as noções do
arrependimento de forma tal; que ganhe completa convicção de sua decisão, e sendo colocada
inadvertidamente na mesma situação que a conduziu ao pecado; decida voluntariamente
tomar outro rumo e ter outra postura mediante aquela situação. Se esta condição
comportamental não puder ser atingida o arrependimento não terá sido completo.
Por exemplo, caso um homem tenha pecado, por ter tido uma relação proibida
com uma mulher, e caso ele tenha se arrependido e confessado seu erro; após isto
ter acontecido, ele se veja novamente numa situação que torne possível cair
novamente no mesmo erro, mas desta vez ele afaste-se desta possibilidade, ele
atingiu o arrependimento completo. [14] E, portanto, terá seu pecado perdoado por
D’us. Porém este é apenas um exemplo hipotético. A pessoa jamais deve se colocar
numa situação na qual ela “possa” pecar. Pelo contrário, deve procurar sempre impedir
que tais situações sejam possíveis. Assim, o homem do nosso exemplo, apenas esteve
na situação do pecado, de forma inadvertida, não intencional. Porém todas as
características que o induziram ao pecado devem ser eliminadas de modo a impossibilitar
a recaída e a perca de indulgência perante do Tribunal de D’us.

5. Caso uma pessoa retorne para D’us (arrependendo-se de seus erros) na idade
avançada, num período da vida onde não mais ele poderia repetir a transgressão
do passado, apesar de ser meritório o arrependimento em si, isso não ajuda a
pessoa a ser considerado um verdadeiro penitente perante D’us. Isso é uma análise
entre D’us e a pessoa. Nós, porém, como dito anteriormente devemos julgar a pessoa
favoravelmente, e considerar como se seu arrependimento fosse completo, mesmo sem
provas, exceto no caso da pessoa mostrar pelos seus atos que não se arrependeu de fato.

6. Mesmo aquele que tenha vivido como perverso por toda sua vida, e em seu leito
de morte realmente se arrependa do seu erro tem seu pecado perdoado por D’us.
Ou seja, não devemos imaginar um limite para a misericórdia divina, embora isso caiba à
D’us. Pois apenas D’us pode avaliar se o arrependimento foi sincero ou não. Nós, porém,
aceitamos, nesta situação, qualquer declaração de arrependimento, sempre julgando a
pessoa favoravelmente, não importa qual tipo de personalidade esta pessoa tenha tido.
Assim, caso uma pessoa lembre-se de Seu Criador e volte para ele em seu coração
arrependendo-se e confessando seu erro, esta pessoa é perdoada por D’us. Isso se
aplica, mesmo que a pessoa não fez, ou não conseguiu expressar verbalmente seu
arrependimento. Ou seja, após o falecimento de uma pessoa, sempre devemos considerar que
esta pessoa se arrependeu, e jamais determinar que ela recusasse o arrependimento no seu
último instante; também procurando julgar a pessoa favoravelmente.

7. E o que é o arrependimento? É quando o pecador abandona seu pecado,


removendo-o de seus pensamentos, entrando num estado mental de certeza de que
não mais deseja agir assim novamente. Ou seja, a pessoa deixa de considerar aquela
atitude pecaminosa, aceitável ou normal; e passa a considerá-la realmente um pecado.
Conseqüentemente, ele renuncia ao passado a admite à D’us como seu D’us, que é
o Conhecedor de tudo o que é Oculto, que é sua Testemunha de que ele não mais
voltará ao pecado. Ele deve confessar verbalmente seu erro, e admitir suas
declarações em seu coração. Aquilo que declara verbalmente deve refletir as intenções de
seu coração. [15]

8. Os sábios de Israel ensinaram, que aquele que confessa com palavras e não é
sincero em seu coração, é como aquele que mergulha num Mikve (piscina para
purificação ritual), como um rato morto nas mãos – Ou seja, a imersão não trará
nenhuma purificação enquanto ele tiver o objeto impuro em suas mãos. [16] Ou
seja, como o arrependimento só tem efetividade perante D’us, a pessoa que engana os
outros, mentido sobre seu arrependimento, na verdade não muda em absolutamente
nada o seu status de violador da Lei de D’us.
9. O caminho ao arrependimento é aquele no qual o penitente busca à D’us, e
clama a ELE com súplicas e doa Tzedaká (caridade), de acordo com suas posses;
sendo no mínimo 10 por cento de seu ganho, e no máximo 20 por cento de seu
ganho. A pessoa deve se distanciar da tudo aquilo que esteve envolvido em seu
pecado. Deve fortalecer seus caminhos, mudar seu comportamento, e se preciso
exilar a si mesmo, de tudo aquilo que poderia levá-lo ao pecado, a fim de que
consiga atingir seu objetivo. Isso trará para a pessoa a verdadeira humildade, e a
essência do arrependimento brotará no seu coração quebrantado e no seu espírito
humilhado. [17] Ou seja, antes de qualquer coisa, o arrependimento é um ato
voluntário e não o resultado de uma persuasão insistente sobre isso.

10. É louvável, ao Penitente, confessar publicamente seus maus atos, e até informar
àqueles contra quem pecou de seu arrependimento, dizendo: “Eu tenho pecado
contra você assim e assim... mas eu mudei meus caminhos e estou renovando minhas
veredas e não mais praticarei tal ato que agora considero indigno de mim”. [18]

11. Aquele que é orgulhoso, cujo orgulho o impede de confessar suas transgressões
preferindo ocultá-las, não atinge o arrependimento pleno.

12. Uma declaração pública refere-se a um pecado entre um homem e seu semelhante.
Os pecados entre um homem e D’us, não precisam ser do conhecimento público, e
na verdade, é considerado um erro grave torná-los públicos; pois assim tem-se a
impressão de que a pessoa se orgulha destes erros e ela mostra que não se
envergonha deles. A pessoa que peca contra D’us, deve simplesmente se voltar a
ELE, especificando seus erros perante ELE apenas. Se fizer uma menção deles em
publico, deve ser uma menção geral, sem detalhes, breve, para que a totalidade da
iniqüidade não seja revelada.

13. O arrependimento pessoal ajuda apenas, no que toca aos pecados entre uma
pessoa e D’us. Para os pecados cometidos contra o próximo, a pessoa tem que
pacificar seu semelhante, e pedir perdão a ele com sinceridade de espírito. Ou seja,
se pecamos contra o próximo e nos arrependemos realmente, temos que exteriorizar isto,
informando a pessoa contra quem pecamos que reconhecemos realmente o erro cometido, e
pedir-lhe perdão e propor uma retificação do mal causado. [19]

14. Caso uma pessoa receba um pedido de desculpas, esta pessoa jamais deve se
recusar a ser pacificada por isto, mas deve perdoar; pois o justo é difícil de irar e
fácil de acalmar. A pessoa deve então conceder o perdão ao que pedir, com
coração sincero. Ou seja, não se deve cultivar rancor no coração contra quem quer
que seja, pois todas as pessoas cometem erros e nós estamos inclusos neste grupo. [20]

15. Toda pessoa deve considerar que existe um balanço perfeito entre a punição e
a recompensa dos atos. Ou seja, deve compreender que não existe impunidade perante o
Tribunal de D’us. Caso a pessoa cometa um erro, ela traz sobre si julgamento, e
como o seu mal colabora com a propagação do mal no mundo, seu pecado
particular é considerado como um atentado contra todo o mundo. Portanto,
ninguém deve considerar que “seu pecado” não é grave o bastante para requerer
arrependimento; antes deve reconhecer sua importância e saber que cada ato seu, reflete
sobre o mundo que vive. Caso a pessoa faça um ato meritório, traz o bem sobre o
mundo inteiro, e é considerado como se ela estivesse trabalhando para salvar o
mundo todo. E assim, a pessoa deve compreender o potencial da justiça, e nossa
capacidade de mudar nosso mundo pela mudança de nossa postura. [21]

O conceito de Livre-Arbítrio
1. O poder da determinação é dado a todas as pessoas. Caso a pessoa direcione-se
ao bem e à justiça, o poder disto está em suas mãos; caso ela queira o mal e a
perversidade, poderá fazê-lo livremente. [22] Ninguém nasce predestinado. A cada dia
a pessoa escreve sua história, e D’us concedeu ao homem o direito de decidir sobre todas as
suas ações; embora ELE saiba exatamente o que acontecerá, caso qualquer decisão seja
tomada. ELE apena não interferirá em nossas ações, dando-nos assim completa liberdade.

2. O homem é o único ser no mundo, com tal habilidade, e não existe qualquer
outra criatura que lhe seja comparável com relação a isto: O homem tem noção
intelectual do bem e do mal. Assim, ele faz o que deseja fazer, e ninguém o pode
impedir de escolher o bem ou o mal. Tal como expressa a máxima talmúdica: Tudo está
nas mãos dos Céus; exceto o Temor aos Céus. Ou seja, tudo está controlado por D’us,
porém o exercício do agir humano, D’us concedeu-nos por completo e, portanto, fazemos o
que desejamos fazer e não haverá força que nos impeça disso.

3. A pessoa deve banir de seu pensamento a idéia, de que D’us é quem decreta o
destino do homem, sobre ele ser justo ou injusto; bom ou mau. Tal coisa não
existe. Toda pessoa tem potencial para ser completamente justo ou completamente
perverso, completamente compassivo ou completamente cruel, totalmente
generoso ou absolutamente egoísta. Isso inclui todas as pessoas, sem exceção. Por isso,
muitos criminosos, tiveram aparência de “bondade” e surpreenderam parentes e amigos;
assim como pessoas discriminadas, mostraram-se completamente justas e aptas ao bem.
Todo criminoso pode tornar-se um justo perfeito e todo justo pode tornar-se um criminoso
(D’us nos livre!) por uma mudança de atitudes que decida fazer. Toda pessoa molda o
próprio caráter, de acordo com suas escolhas, e somente uma decisão pessoal pode
levá-la a seguir os mandamentos de D’us. Portanto, as Leis de Noah apenas têm
validade e mérito sobre aqueles que a observam conscientemente. Daí a importância do
estudo para atingir esta conscientização. [23] É verdade, que um indivíduo possa ter
tendências específicas ou comportamento problemático, mas em todo o tempo, está
em seu poder vencer suas tendências e fazer a diferença. Ninguém nasce ladrão ou
sexualmente pervertido. [24] E o próprio fato de que, para as doenças do espírito,
existem tratamentos, isso mostra que mesmo as pessoas doentes de espírito têm escolha,
e podem procurar ajuda e tratamento e superarem seus males.

4. Caso D’us houvesse predeterminado o destino das pessoas, seja ao bem ou ao


mal, como é que a justiça poderia ser recompensada e a maldade punida? Assim
como o Criador desejou que o fogo e o ar ascendessem naturalmente, e que a água
e a Terra permanecessem abaixo, e que o planeta siga seu movimento circular, e
que todas as criaturas atuem de acordo com a programação de D’us, assim D’us
desejou que o homem tivesse a liberdade completa em seus atos. Portanto a
liberdade humana jamais pode ser alterada, tal como as leis naturais não são anuladas. [25]

5. Portanto, o homem é julgado de acordo com seus atos. Caso ele faça o bem, o
bem será feito para ele. Caso ele faça o mal, o mal voltará para ele. E no futuro, ele
será trazido a julgamento por suas decisões, palavras, atos e pensamentos. Ou seja,
além do julgamento diário, mensal, anual; o homem será julgado pelo “todo” pela forma
geral como guiou a existência que lhe foi concedida, para que seja decretado sobre ele; se
merece ou não que esta existência seja perpetuada no Mundo Vindouro, ou se deve ser
anulada. Caso a pessoa tenha observado as 7 Leis de Noah, fazendo o bem neste
mundo, ele será recompensado com bem neste mundo, e receberá o bem de D’us
no mundo vindouro. Pois as 7 Leis de Noah são o requerimento mínimo de D’us para que
o ser humano exista e progrida. D’us, portanto, não estabeleceu – para conceder a existência
permanente ao homem – que este faça algo além de suas capacidades. Pelo contrário, Lhe
ofereceu um caminho adequado e simples; para que viva a justiça. Por isso, aquele que
renega as 7 Leis de Noah se coloca abaixo do requerimento mínimo, tornando-se uma
ameaça à existência alheia e conseqüentemente não terá permanência no Mundo Vindouro.

6. A recompensa por fazer o bem, é maior do que a punição por fazer o mal, como
está Escrito, “Pois eu o ETERNO Sou D’us Zeloso, e visito a iniqüidade do pai sobre os
filhos, até terceiras e quartas gerações sobre os que me odeiam, e demonstro misericórdia
sobre mil gerações aos que me amam.” (Shemot 20:5-6). Nota-se daí a imensa
Misericórdia Divina sobre o homem.

A Providência Divina e individual - O destino de cada


pessoa depende de seus atos; os métodos para se
alcançar o arrependimento
1. Toda vez que uma pessoa comete uma transgressão pela própria vontade e
decisão, ela merece ser punida por isso, para que pague pelos seus atos. Não existe,
pois a noção de impunidade; nem mesmo por causa do arrependimento que expia a
transgressão/ culpa da pessoa; mas nem sempre impede a punição que é a disciplina da
alma. D’us sabe exatamente como este pagamento deve ocorrer, e quando. Portanto,
nem sempre nossa mente pode avaliar a totalidade de um ato para compreender como este
deve ser punido, e se deve ser punido; e de qual forma e quando. Faltam-nos inúmeras
informações a respeito disso, que apenas D’us conhece por completo. O julgamento do
pecador pode ser decidido neste mundo, por meio de aflições físicas, sejam
doenças ou acidentes dos quais a pessoa, por mais cuidadosa que seja não os
poderá evitar. Ou seja, muitos infortúnios podem ser enviados sobre a pessoa por D’us
diretamente; e isto – como D’us avalia – servirá de motivação para que esta pessoa
compreenda a gravidade de seu erro e se arrependa. Ou a punição poderá advir em suas
posses, e quaisquer de seus bens e conquistas a fim que de sofra a conseqüência de
seus atos. Se a lição tiver que ser aprendida desta forma. Também os pecados da pessoa
podem ser punidos, no Mundo Vindouro, isto é, a privação do Mundo Vindouro
torna-se sua punição, de modo que esta pessoa não experimenta qualquer punição
neste mundo e deixa de relacionar-se com D’us ou com a justiça e Sabedoria. Esta
pessoa não receberá infortúnios que a indiquem que deve se arrepender; antes, sofrerá
as conseqüências normais de seus atos, sendo incapaz de perceber a ação divina nos
acontecimento de sua vida; quando então, ao morrer, será aniquilada. Estes são casos
extremos, nos quais a pessoa comete pecados e jamais se arrepende deles, nem mesmo no
final de sua vida, decidida a praticar tudo aquilo que é contrário a Lei de D’us. São casos
que apenas D’us pode decidir a respeito. E existem pecados que trazem o sofrimento
neste mundo, e ainda a perca da participação no Mundo Vindouro. [26] São os casos
de criminosos extremamente perversos; que são punidos neste mundo, por meio de sua vida
ignóbil; e ainda são privados no Mundo Vindouro. Apenas D’us pode decidir a respeito de
casos extremos como este.

2. A pessoa deve considerar um ato de misericórdia, ser punido neste mundo, pois
que, no Mundo Vindouro o mal será erradicado. Pois D’us pune apenas para corrigir
e não para torturar. Mesmo ao mais perverso, seus sofrimentos devem-lhe inspirar
conscientização de que “seu caminho está errado” para que assim ele se arrependa e volte ao
caminho da justiça. Isso revela um pouco da noção do porque os justos sofrem, e
perversos prosperam. É como se D’us dissesse aos perversos, “o pequeno bem que
fizerdes neste mundo, será pago de acordo, e a vossa maldade, será punida com a privação
do mundo vindouro; enquanto que os maus atos do justo serão punidos severamente, por
outro lado, ele terá sua porção garantida no mundo vindouro”. Assim, D’us pune os
homens de acordo com suas exatas escolhas, os perversos assim o são, porque
estão escolhendo este mundo, e seu apego ao materialismo, já os justos neste
mundo querem o prazer do conhecimento e da sabedoria, preparado para eles no
mundo vindouro do qual participarão pela sua dedicação neste mundo. E cada um
receberá exatamente o que está procurando.

3. Quando nós falamos sobre um homem pagar pelos seus atos errôneos, nisto
estamos nos referindo aos que não se arrependem de seus atos e nem os
abandonam. Porque caso a pessoa se arrependa e os abandone, esta pessoa alivia
em muito sua punição e sofrimento. Pois aprende a lição que se recusava a receber. E
assim como os pecados do homem são resultado de suas escolhas, do mesmo
modo é sua capacidade de arrepender-se e retificar seu status. [27] E, portanto,
aliviar o próprio sofrimento.

4. Existe, porém, uma circunstância na qual D’us não oferece facilmente, a


oportunidade de arrependimento. É um caso extremo, no qual a pessoa usa sua
liberdade para cometer grandes crimes ou fazer outros cometerem tais crimes;
quando então, a oportunidade de adquirir o conhecimento para que abandone seu
pecado é removida, para que assim a pessoa pague por completo pela sua escolha,
uma vez que deixou de merecer o próprio arrependimento. Porém isso significa
que o arrependimento é dificultado para a pessoa, e o conhecimento necessário
para isso, é afastado dela; e não que seria para ela impossível de se arrepender.
Seja como for, mesmo uma pessoa assim, pode vencer pelo poder do
arrependimento, caso o alcance, e assim o próprio esforço de vencer todas as
barreiras para se arrepender completamente são a expiação da pessoa para merecer
novamente o arrependimento. [28]

5. Uma pessoa deve constantemente, lembrar que não viverá neste mundo para
sempre, e que seu erro, poderá acelerar este processo, e isso deve motivá-la ao
arrependimento. Ela não deve dizer “quando eu estiver mais velho, volto para qualquer
religião”, porque talvez morra na metade de seus dias. [29]

6. A pessoa não deve dizer que o arrependimento se aplica apenas aos pecados
envolvendo atos, tais como relações proibidas ou roubo. Mas assim como o homem
se arrepende disso, deve ser introspectivo concernente as suas características
animalescas e se arrepender de seu ódio, rancor, inveja, e vã adoração materialista
e busca de vantagens sobre os outros; pois de tudo isto o homem deve livrar-se
para estar na Presença de D’us. As Leis da Torá, imposta aos Noahides para serem
julgadas perante o Tribunal visam promover o bem-estar social em geral. Porém a
Legislação da Lei deve educar o homem, para que seu comportamento reflita a filosofia de
vida da Torá. Sendo assim, além de cumprir a Lei, o homem deve moldar seu
comportamento pela inspiração da Lei. A pessoa que ignora o melhoramento do
caráter está abandonando a própria justiça, e está cometendo um grave crime
contra D’us por estar justificando o mal. [30] E, portanto, não terá sucesso em seu
Serviço Divino, porque estará errando o alvo. O objetivo da Lei é a Educação – Educar a
Natureza Humana de acordo com os padrões divinos.

7. Um verdadeiro penitente não deve se preocupar, a respeito do seu status


afastado dos grandes justos, devido aos seus pecados. A verdade é que a pessoa
que se arrepende, é ainda mais grandiosa que o justo que jamais violou a Aliança e;
além disso, por seu arrependimento, sua recompensa é enorme, pois o amargor do
pecado está com ele, e ele mesmo assim conquistou sua má inclinação e renunciou
ao pecado. Isto o torna maior do que aquele que jamais provou o pecado, e assim
não pode atingir o status elevado que vencer o mal dentro de si mesmo. [31] Isso é
entre a pessoa e D’us. É claro que o penitente deve respeitar o justo, e aprender dele o
caminho da justiça. Porém perante D’us seu arrependimento é grandioso, e seu serviço
divino é aceito perante o Tribunal Celeste, tanto quanto o do tzadik.

8. O caminho do penitente deve ser o caminho da humildade, da modéstia


extrema. Caso os tolos lhe digam, “ontem você fez assim e assim, e hoje você quer ser
justo?” ele deve os ignorar e não lhes responder qualquer palavra; mas considerar
isso um lembrete para não voltar ao pecado. Ele deve se alegrar em saber que está
afastado do pecado, caso contrário nada disso lhe seria dito, e deve assim permanecer
até que a memória do seu pecado seja apagada de debaixo dos céus e apenas reste
para todos; a lembrança do Tzadik, do justo que voltou. Seus méritos por isso são
incrementados e sua espiritualidade exaltada. [32]

9. É um pecado muito grave, declarar ao Penitente, “lembre-se de que você fez isso e
isso” ou mencionar qualquer coisa que o envergonhe, com relação ao seu passado,
e mesmo mencionar idéias que lembrem os erros que ele cometeu. Isso se aplica ao
penitente verdadeiro que já confessou seu pecado e reformulou seu comportamento.

10. Grande é o arrependimento, porque aproxima a pessoa da compreensão de


D’us, e quanto mais a pessoa se distancia do pecado, mais sentirá e terá consciência
do amor de D’us, e saberá que, se quando errava seus atos a tornavam
abomináveis perante D’us, agora, porém sua justiça brilha e D’us Se revela a ela
especialmente, elevando sua sabedoria e entendimento. [33]

A recompensa no Mundo Vindouro


1. O tesouro reservado aos justos é uma existência eterna no Mundo Vindouro.
Esta vida e existência não incluem a necessidade da morte. Portanto, uma vez que
este fenômeno tiver cumprido seu papel, será aniquilado. O bem não coexistirá com o
mal que conhecemos; antes, a verdadeira natureza de todas as coisas será
totalmente revelada e tudo será o Bem. A punição final do perverso é ter seu nome
apagado e sua existência anulada, ele não terá porção no Mundo Vindouro. Por
isso, todos os que vivem no erro, mesmo vivos, já são considerados mortos e
esquecidos, pois o perverso mesmo vivo é chamado morto, e o justo, mesmo
morto é chamado vivo. Esta é a noção das Escrituras. Os perversos assim perecerão
como os animais, e jamais serão conscientes de si mesmos depois. Assim, a
extinção do mal e dos perversos, se dará no Mundo Vindouro. [34]

2. A perca da existência do Mundo Vindouro é a mais terrível punição, pois


equivale a uma assolação e anulação completa; uma completa perca da consciência
que é o grande dom da vida, o saber da própria existência e o gozar dela. O
perverso será privado exatamente disso, pois escolheu a prática da perversidade,
desviando assim do propósito de sua existência que é fazer o bem e praticar a
justiça; ele então renunciou a vida e à existência. Após a perca completa da
consciência, após a anulação do perverso, ele não poderá mais se arrepender de
seus atos, porque não mais existirá. Apenas durante sua vida neste mundo, ele
pode e tem a chance de escolher se arrepender, caso contrário, viverá como vivem
os animais neste mundo e morrerá e deixará de existir. Uma vez que a pessoa
morre, não mais pode se arrepender, porque não pode retificar seus atos fora deste
mundo, onde os pecados foram cometidos; e assim a pessoa que morre e não se
arrepende, perde aí sua chance final. Este é o tempo da recompensa e da punição.
[35] Por isso, quando uma pessoa merece, D’us concede que ela volte a este mundo para
retificar seu erro, porque apenas neste mundo a pessoa pode retificar seu pecado.
Sendo assim, este é o caso das pessoas que se arrependem no último instante de suas vidas e
precisam de uma nova chance para retificar seus atos. Também é o caso dos que morreram
ignorantes da Lei, pois em suas vidas não foram dignos que conhecê-la – estas pessoas – são
enviadas novamente para este mundo, para retificarem seu erro, e conhecerem a Lei de
D’us. Portanto o destino final de cada Neshamá está nas mãos de D’us. Não cabe a nós
saber a respeito dos detalhes destes tema elevados; senão apenas saber de sua
existência, como disse Moshe: As coisas reveladas são para nós, as ocultas para o
Eterno nosso D’us.

3. Existem pessoas desorientadas que imaginam que a recompensa por observar a


vontade de D’us, seria a herança de um paraíso físico, onde eles iriam comer beber
e copular; vivendo como animais gloriosos, vestindo roupas luxuosas, andando em
ruas de ouro e morando em casas decoradas com pedras preciosas e outras
fantasias absurdas similares. Qualquer pessoa inteligente é capaz de reconhecer
que estas loucuras não fazem qualquer sentido, e que refletem apenas a luxúria
destes corações que desejam e imaginam um D’us que lhe satisfaça toda a cobiça e
desejos, tais como os ídolos prometem aos seus, segundo seus porta-vozes. Nada
poderia estar mais longe da verdade. Estes sonhos materialistas de prazer são
apenas loucuras, e desvios de conduta, da pessoa que disfarça suas cobiças com
fundo religioso; porém nada de espiritual há nestes devaneios. A recompensa do
Mundo Vindouro é a existência perante a Sabedoria Suprema de D’us, e perante o
conhecimento extremamente elevado da existência e do Universo. O conhecimento
de Seu criador será o prazer do homem, e sua existência será completamente
devotada ao aprendizado e à sabedoria, que são o deleite da alma. [36]

4. No tempo em que a existência eterna chegar, não haverá quaisquer noções físicas
em atuação; porque toda materialidade terá atingido seu propósito, e não será mais
necessária tal como a conhecemos. No Mundo Vindouro, apenas a alma gozará do
prazer da Sabedoria que é único prazer real do ser humano. Não há nada neste
mundo que possa ser comparado ao prazer da Sabedoria, senão quando a pessoa
se dedica ao estudo da Torá com amor e dedicação, neste mundo. Nenhum bem
deste mundo pode ser comparado ao prazer do mundo vindouro; pois tudo neste
mundo é passageiro e o prazer no mundo vindouro é permanente e constante
5. Os sábios de Israel chamam este estado de existência absoluta de “Mundo
Vindouro” porque ele será experimentado por nós, no futuro, e não porque ele
ainda não exista ou que lá haverá existência biológica como aqui; pois após
cumprir seu propósito, a vida física cessará neste planeta. O Mundo Vindouro,
portanto, é um estado de existência que já existe. E toda pessoa justa terá sua
porção nele assegurada. [37] Assim o Mundo Vindouro é o estar na Presença de D’us,
em contato com Sua Sabedoria; de forma direta e mais clara do que temos neste mundo
que nos obscurece o sentido espiritual, balanceando-o com o sentido material. No mundo
vindouro nossa percepção e compreensão da existência e de D’us será completa. Assim nós
existiremos intensamente, e usufruiremos do prazer absoluto da Sabedoria diretamente em
nossa alma.

6. Nós somos ordenados a trilhar o caminho do bem e da justiça, como está Escrito,
“E caminharás em Seus caminhos” (Devarim 30:16). Assim como D’us é chamado
gracioso, devemos assim ser. Como D’us é chamado misericordioso, devemos
procurar ser misericordiosos. Assim o homem é obrigado a orientar-se e seguir o
caminho de D’us no melhor de suas habilidades. [38]

7. A pessoa deve se acostumar, treinando sua forma de conduta, para que seus atos
reflitam moderação e recato sempre; emanando respeito e sabedoria por onde
passar; e assim a pessoa deve ser sempre vigilante de seu comportamento. A pessoa
deve policiar a si mesma sempre. E os traços pelos quais o Criador é intitulado, são os
que a pessoa deve procurar imitar, e assim, de todos os traços positivos de
personalidade - o Caminho Mediano, que é o caminho de D’us deve ser preferido.
Todo aquele que anda neste caminho é Servo de D’us no sentido pleno da palavra.
[39]

8. O caminho mediano, é aquele que busca moderação em todas as ações, seja nos
prazeres físicos, seja na expressão das emoções, seja nas buscas materiais e mesmo
nas buscas espirituais. Um exemplo é dado sobre uma pessoa religiosa que
descobre que, se ela se privar de determinado prazer físico isso a fará sentir-se
mais espiritual. O que ela provavelmente fará? Ela se tornará um eremita, agindo
de forma extrema, afastando-se da existência humana. Não demorará muito até
esta pessoa perca sua humanidade, e torne-se semelhante aos animais, afastando-
se de D’us e perdendo-se em sua jornada de progresso espiritual.
Temos que compreender que uma pessoa que age assim falha em seu propósito, e
não cumpre a vontade de D’us. Imagine agora, duas pessoas, uma com uma
moeda de ouro e outra com um milhão destas moedas. Obviamente, o homem com
um milhão de moedas tem mais do que o outro que tem apenas uma. Agora
considere estes dois, ao lado de um terceiro que tem infinitas moedas de ouro.
Qual dos dois estará mais próximo do que tem infinitas moedas? A resposta é:
Nenhum dos dois! Tanto um como o outro, estão na mesma medida em relação à
eternidade; o que tem uma moeda é como se tivesse um milhão, e o que tem um
milhão é como se tivesse uma, em comparação ao Infinito da mesma quantia.
Assim é em qualquer área do empreendimento humano em relação à D’us. Não
importa o que faça o homem não pode concluir que por sua própria razão por suas
conclusões geniais, estará mais próximo de D’us do que aquele que simplesmente
faz o que lhe foi ordenado e caminha, passo por passo, no caminho da justiça
proposto por D’us. O poder e razão do homem, sozinhos, não podem conduzi-lo à
D’us. Apenas se estas habilidades forem usadas com a orientação de D’us, é que elas terão
qualquer valor. Assim a Sabedoria Infinita decidiu para o homem que o caminho
da moderação deve ser seu caminho e, portanto é nele que o homem deve andar
para seu próprio bem.

9. Existem, no entanto exceções a esta regra. Quando estamos falando da ira e da


falsa modéstia, a pessoa deve se esforçar para destruir completamente estas
características de si mesmo. A Ira é controlada pela eliminação completa da
expressão da raiva sob qualquer pessoa. A pessoa que deseja vencer a ira deve
admitir sobre si toda sorte de insultos e situações que o deixaria irado, desistindo,
momentaneamente durante seu tratamento, de “lutar pelos seus direitos” ou “pela justiça”
como ele havia imaginado, e deve deixar toda manifestação de opinião de lado,
suportando tudo sobre si, sem reagir ao acontecimento seja pela fala, seja pela
expressão facial realmente determinado a eliminar a Ira de si mesmo. Deve falar
mansamente e tratar todas as pessoas como superiores a si mesmo. [40] O orgulho
e a falsa modéstia, são vencidos quando a pessoa vai ao extremo, desistindo da
própria glória e honra, considerando-se indigno de tudo, vencendo seu orgulho e
humilhando-se, levando em conta que nada do que existe, é outra coisa senão um
presente de D’us; e não o resultado de seus supostos esforços. Este status, esta luta
que a pessoa que deseja o arrependimento concorda em travar, é o status de
Shtus”D’Kedushá, Desperdício da Santidade; isto é, quando a pessoa adere ao
comportamento sagrado, apenas para corrigir a si mesmo e não em benefício de
outros transformando seus maus hábitos em hábitos sagrados. Quando a pessoa já está
praticando esta luta e tendo êxito, ela deve às vezes, voltar e experienciar algum
prazer material, procurando ver se já consegue praticar a moderação. Uma vez que
veja que já domina a si mesmo, irá voltando aos poucos ao caminho do meio que é
o caminho da Moderação em todos os traços. [41]

10. Para que a pessoa tenha sucesso em sua luta, é importante selecionar suas
amizades e convívio, e aliar-se a pessoas que estudam e se ocupam com a
Sabedoria. Quando dúvidas lhe sobrevierem, a pessoa deve procurar os que se
ocupam da sabedoria a solução, e ouvir suas visões com respeito e consideração;
sabendo que não pode saber tudo, nem que é capaz de entender tudo sozinho (a).
Esta obrigação é expressa na ética dos sábios, pela declaração “Osse Lehá Rav” –
Faça para Ti um Mestre [42] Ou seja, apegue-se a um mestre. Este sistema de
“aderência espiritual” pode tornar um aprendiz num gigante de sabedoria e
conhecimento. Assim, a pessoa deve procurar um conselheiro, alguém que possa
abrir seu coração e procurar exercitar o diálogo sempre. Isso pode ser atingido,
mesmo se a pessoa não for um rabino, ou alguém com enormes conhecimentos,
mas apenas alguém que como você, busque a justiça na fonte correta.

11. Toda pessoa deve treinar seu espírito na humildade, e procurar saber
diferenciar o bem do mal por meio do estudo; para que possa estar diante de D’us,
servi-Lo e demonstrar Amor à D’us pela prática de Seus Mandamentos; caminhando
ereto em Seus caminhos, removendo de si os empecilhos para este objetivo,
santificando sua própria pessoa voluntariamente; por amor à sua missão neste
mundo, por auto-valorização, buscando a Sabedoria sempre, para que dela
desfrute no Mundo Vindouro. A pessoa que vive assim, ainda merecerá a
prosperidade em sua vida material, como está Escrito, “Busca ao ETERNO, enquanto
ELE pode ser achado, e clame por ELE, enquanto está próximo” (Ieshaiáhu 55:6) Ou
seja, faça isso neste mundo e prosperarás, porque ELE pode ser ainda encontrado.
(ver ‫א‬/1 Melahim 8:43).

[1] Yalkut S'himoni, Ieheskél, Capítulo 367, seção 28. Os nove que entraram no
Jardim do Éden sem experimentar a morte física foram, Hanoh, Eliáhu, Eliézer o
Servo de Avraham, Oved o Rei de Cush, Hiran o filho de Tzor, Iáabetz o neto de
Rav Iehudá o Príncipe, Seráh a filha de Asher, Bátiah a Filha do Faraó, que adotou
Moshe, e Rav Iehoshua ben Levi.
[2] Yalkut Me'am Loez, Rav Iáacov Culi, comentando sobre Bereshit, volume 2,
página 779
[3] Talmud Babilônico, Tratado de Bava Batra, Capítulo 5
[4] Sefer HaArhin Chabad, Y. Kahn, volume 1, páginas 83, 84
[5] Duties of the Heart, Os Deveres do Coração, Portal do Arrependimento, Capítulo 10
[6] ...no mesmo, Portal da Confiança em D’us, Capítulo 3
[7] ...no mesmo
[8] ...no mesmo
[9] Shaare Tshuvah, O Rebe de Mittler, Capítulo 1
[10] Tesouros Hassídicos, Zevin, Histórias dos Feriados Sagrados Judaicos, estória
45, página 45
[11] Mishneh Torah, Leis do Arrependimento, Capítulo 1, lei 1
[12] ...no mesmo, Capítulo 1, lei 3
[13] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 1
[14] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 2
[15] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 3
[16] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 4
[17] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 5
[18] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 9
[19] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 10
[20] ...no mesmo, Capítulo 3, lei 4
[21] ...no mesmo, Capítulo 5, lei 1
[22] ...no mesmo, Capítulo 5, lei 2
[23] Sicha (discurso) do Lubavitcher Rebe, Purim 5746 (1986)
[24] Mishneh Torah, Leis do Arrependimento, Capítulo 5, lei 4
[25] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 1
[26] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 2
[27] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 3
[28] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 2
[29] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 3
[30] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 4
[31] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 8
[32] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 6
[33] ...no mesmo, Capítulo 8, lei I
[34] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 5
[35] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 6
[36] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 8
[37] ...no mesmo, O Livro da Sabedoria, Capítulo 1, lei 6
[38] ...no mesmo, Capítulo 1, lei 7
[39] Igueret HaRamban, Carta de Nachmanides ao seu filho
[40] Bati l’Gani, página 4
[41] Capítulos Dos Pais 1:6, Aseh lecha rav, (Faça para ti um Mestre).
[42] Mishneh Torah, Leis dos anos Shabáticos e Iovelim, Capítulo 13, lei 13

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