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LIÇÃO #1 de 8
Conhecendo a D’us
5 – E caso ocorra a alguém, que exista alguma outra entidade, considerada deidade, além do
SER Primeiro, esta pessoa rejeita a fonte da sua própria existência. Porque estará
declarando que “existem forças paralelas” à Fonte Única de todas as coisas e assim
estará apenas confundindo sua própria noção; e adentrando num sistema de pensamento
repleto de confusões e disparates que o levarão ao um irracional modo de vida.
6 – Este SER, o D’us de Israel, cujo conhecimento acerca de Sua realidade e Suas
revelações, vem sendo transmitido através das gerações pela Sagrada Tradição, é UNO.
ELE não é dois, nem mais que dois, mas UNO. ELE não é uma forma de existência que
seja composta de outras formas de existência. Nem é uma unidade, composta de muitas
partes, como um corpo com seus muitos membros. Sua Unicidade é absoluta, e não possui
paralelo no universo. Não é possível compará-Lo literalmente a nenhum dos elementos da
Criação, pois tudo o que existe no universo é “composto” e ELE, bendito seja, foi Quem
compôs a todos eles. Portanto não sabemos o que D’us é, pois não podemos reconhecer
aquilo que não seja composto. Tudo no universo é composto e resultado de alguma coisa,
mas D’us pelo contrario é a fonte de todos os acontecimentos, e a Causa primária de
todas as coisas.
7 – Se houvessem outros seres a quem poderíamos também atribuir o título de D’us, então
estes seres necessariamente deveriam ser corpos físicos, pois não existem meios de
distinguirmos entre tais seres, exceto por diferenças materiais e físicas. Não pode existir
distinção sem que exista “o objeto desta comparação”. Se D’us fosse feito de alguma
substância comparável a outra qualquer; não seria Imaterial, mesmo que
desconhecêssemos sua composição ou substância. Mas pelo contrário, não há nada em
D’us que possa ser comparado a outro SER para distingui-LO. O que O mantêm realmente
distinto de tudo, é o fato de ELE ser absolutamente Uno. E não existe paralelo com ELE
na criação.
E caso um “ser” que seja considerado Criador, tenha corpo, ou qualquer forma material,
necessariamente terá limite e até mesmo fim, pois não é possível que um corpo seja
ilimitado e sem fim, porque tudo o que seja corpóreo, tem dimensões e medidas, porque é
composto, terá por isso limite e conseqüentemente, fim. Não é possível dar asas à
imaginação crendo um “corpo” divino, pois aquilo que é divino deve ser Eterno –fora do
tempo – e um corpo, para ser tal coisa, precisaria antes, vir à existência, noção esta,
impossível em relação à D’us. Além disso, para ser reconhecido e identificado como
“corpo” (que é um conceito humano) deve ser perceptível; e sendo assim, aquilo que é
perceptível pelos sentidos humanos, é assim por ser composto e não pode representar a
divindade.
Mas o nosso D’us, Bendito Seja ELE - cujo poder é ininterrupto e sem fim, verdade
comprovada pelo próprio movimento incessante do universo - possui um poder
incorpóreo, e justamente devido ao fato d’ELE não ser corpóreo, os fenômenos e leis que
se aplicam aos seres corpóreos, não se aplicam a ELE de forma alguma.
Assim, declarar que um “ser” a quem se atribui o título de D’us, é divisível, de modo que
suas divisões sejam perceptíveis e reconhecíveis pelos seres humanos, é o mesmo que
declarar que este “ser” possui corpos físicos, que possibilitam esta distinção. Porém, ao
mesmo tempo em que se declara que este “ser” é corpóreo, concluí-se que não é D’us.
Portanto, é impossível que o Criador seja outra coisa, senão UNO.
Este é o princípio fundamental do Monoteísmo de Avraham.
8 – Caso uma pessoa pense que existam duas deidades, igualmente não-criadas,
perguntamos o quê proporcionaria a distinção entre estes supostos seres, para que tal
afirmação seja feita, exceto por ocuparem diferentes lugares num espaço? Pois o fato de se
alegar uma coisa não prova sua verdade; mesmo que milhões de pessoas façam o mesmo.
Assim, se a Revelação de D’us declara Sua unicidade, qualquer alegação contrária a esta
deverá se explicar. Como então explicar, que é possível distinguir em D’us várias pessoas,
se o próprio D’us é incognoscível; e tal informação contradiz a única revelação Pública
outorgada por ELE? E caso a pessoa queira argumentar que “eles” ocupam diferentes
lugares “ao mesmo tempo” num espaço, como reconheceríamos que estes são “dois seres” e
não um? Para que possam alegar tal coisa, deve haver algo que possam apresentar de
forma consistente para justificar sua posição. O que seria apresentado como “prova” de
que existem múltiplas pessoas em D’us, uma vez que a Revelação pública de D’us nos
ensina a rejeitar esta noção, e declara que não existe nada no Universo que possa ser
comparado a ELE? Ou se disserem que estes supostos seres ocupariam o mesmo lugar em
tempos diferentes, seguramente isso implicará que tais seres não são ilimitados. Pois onde
um está o outro não poderá estar. E isto vai levando à pessoa aos erros grotescos de
interpretação que prejudicam a compreensão das Escrituras.
Além disso, com a alegação da existência de duas ou mais deidades numa mesma, o
conceito de duas infinidades surge, cuja definição é impossível. Pois se fosse possível
existir dois infinitos, seria possível pelas mesmas razões existir um número “infinito de
seres infinitos” cuja percepção seria impossível. Se estes “seres” compartilham a mesma
eternidade, não podem ser identificados como “pluralidade” porque estariam além do
tempo e do espaço; e por definição, além das especulações humanas.
Se estes dois "seres" vivem em eternidades diferentes; apenas podem ser distintos por
seus corpos; pois de outro modo não poderiam ser dois, a menos que cada um tenha o seu
corpo. Assim, suas eternidades particulares não seriam absolutas; porque não se
estenderiam para além dos limites do outro “ser”. Ao contrário disso, a Infinidade é UNA
e completamente indivisível, sem extremidades, medidas ou formas; e é exatamente por
este motivo que é chamada de infinita. Um Ser infinito é um ser além do tempo e das
definições humanas. E a Revelação do Sinai deixou claro sobre a Unicidade de D’us, e
como tal; sua completa Imaterialidade. Devido a isso concluímos que ELE não é divisível,
nem mensurável; nem fraccionável. Se existissem dois ou mais seres eternos, existiriam
“duas” ou mais eternidades; uma para cada um deles. E não se poderia explicar sua
dualidade, posto que se ambos não tiveram começo; como são identificados? Portanto,
qualquer suposta alegação isolada que contradiga a revelação pública da Torá deve ser
descartada. E se disserem que se trata da mesma eternidade, não são dois seres, mas um, e
será impossível afirmar o contrário. E assim a pessoa que insiste nisso, se perde em
sofismas, recusando-se a compreender a verdade. Porque se não são duas eternidades,
então os supostos dois seres não existem, senão apenas um. E seria impossível imaginar
uma dualidade ali, senão pelo fruto de uma imaginação sem limites. Porém as Escrituras
ensinam o contrário a isso.
E se insistirem em alegar que mesmo sendo um, são dois ou mais, tal definição é
impossível, pois será impossível distingui-los, exceto se houverem singularidades entre
eles, para que possamos reconhecer sua individualidade. Portanto a tese de dois ou mais
seres na Divindade é absurda, além de contradizer a Revelação do Sinai. E quaisquer
singularidades que desejarem argumentar, para demonstrarem a distinção dos “seres”, farão
dos supostos seres, “duas entidades separadas” e não unidas completamente, negando que
os dois seriam um, e tornando impossível sua existência; pois a absoluta eternidade de um
anularia a absoluta eternidade do outro. Portanto, não é baseado na criatividade de alguém
que se deve basear a crença em D’us; mas especificamente, naquilo que a Sabedoria de
D’us revela, através da Torá. E se os supostos seres não se anularem pelas suas distinções,
não serão nem um nem o outro, “absolutos”.
E se um deles for absoluto e outro não for não são dois, mas apenas um absoluto.
Portanto é impossível existir “duas ou mais deidades” na mesma deidade.
10 – Sendo assim, porque a Torá contém versículos tais como, “E sobre os seus pés...”
(Shemot/ Ex 24:10), e “...escritas pelo dedo de D’us” (Shemot/ Ex 31:18), e “..a mão do
ETERNO” (Shemot/ Ex 9:3), e “Os olhos do ETERNO” (Bereshit/ Ex 38:7), e “Os
ouvidos do ETERNO” (Bamidbar/ Num 11:1) e muitos outros exemplos como este?
Todos estes exemplos existem, porque o intelecto humano foi formado para reconhecer
elementos deste mundo, e por isso, é incapaz de perceber por si mesmo, além da
materialidade evidente. Apenas alcançamos o espiritual pela nossa mente e não pelo nosso
corpo (sentidos). Isto deixa claro, que D’us elaborou Sua didática de acordo com nossa
capacidade de compreensão.
É por isso que, foi declarado no Talmud: a Torá se expressa na língua dos homens.
Assim, todos estes exemplos são frases antropomórficas (usando como simbolismo, partes
do corpo humano e da realidade material para explicar conceitos espirituais), tais como
“...que afiarei o fio da Minha espada, e a minha mão segurará o juízo para pagar com
vingança aos Meus adversários, e retribuirei aos que Me odeiam...” (Devarim/ Deut
32:41). Acaso D’us tem uma espada? Acaso possui sentimentos humanos, como amor,
raiva, ódio, rancor, compaixão? Acaso D’us é como um ser humano? Não, obviamente! E
não acreditamos num D’us antropomórfico. Acreditamos que usar uma linguagem
antropomórfica ajuda a compreender certos conceitos puramente espirituais. Porém
sempre com consciência de que D’us não é material nem humano.
11 – E qual era então, a intenção de Moshe nosso Mestre, quando ele pediu à D’us, “por
favor, mostra-me a Tua glória?” (Shemot/ Ex 33:18). Moshe desejou conhecer a verdade
da existência do SAGRADO UNO, Bendito Seja ELE, que forma que ele pudesse
distinguir em seu coração, a existência absoluta de D’us da existência de todos os outros
seres no universo, tal qual um homem é distinguido do outro, mesmo quando o vê pelas
costas. E mesmo assim, D’us respondeu-lhe que, a Neshamá (espírito) do homem não
possui capacidade que conhecer a existência do SER Criador tal qual ELE é. Moshe
gostaria de compreender a ação de D’us no Universo; de modo a poder imaginar com
exatidão, o que ocorre quando cada coisa acontece, e qual o exato mecanismo da Ação
divina em criar e sustentar o universo. Mas D’us Lhe declara que a mente humana não
possui tal capacidade, não foi elaborada para “compreender” à D’us em Sua Essência;
mas foi elaborada, para receber de D’us Sua revelação naquilo que é útil ao seu
progresso e bem estar.
12 – Desde que, tal como foi explicado, D’us não tem corpo ou forma física, ELE não é
sujeito pelas Leis que atingem os corpos físicos. NELE não há nem fixação, nem
separação, nem lugar nem medida, nem ascender nem descer, nem direita nem esquerda,
nem frente nem costas, nem começo nem fim, nem vida, como a vida biológica, nem morte,
nem intelecto, como o intelecto humano, nem raciocínio, como o raciocínio humano, nem
sabedoria, como a de um humano por acúmulo de conhecimento, nem aprendizado, nem
conclusão, como as conclusões humanas, nem sono, nem despertar, nem alegria, nem
tristeza, nem silêncio, nem fala, e nenhum dos atributos humanos, sejam corpóreos,
psíquicos ou emocionais, nada pode ser literalmente atribuído a ELE, Bendito Seja.
Tudo o que podemos dizer sobre ELE, é aquilo que nos foi revelado, de que ELE é a
Existência Absoluta, o ETERNO UNO. Este é o D’us de Israel.
13 – Nas passagens em que as Escrituras estabelecem declarações tais como, “...aquele que
está assentado nos céus, se rirá...” (Tehilim/ Sl 2:4) temos expressões fundamentadas na
filosofia da Agadá (ou seja, por meio de comparações, parábolas), tal como dizem os
Sábios de Israel, a Torá se expressa na Língua dos homens, e como D’us expressou, “EU
SOU o ETERNO, EU não Mudo” (Malahiah/ Mal 3:6); portanto, caso ELE num
momento estivesse literalmente feliz, e em outro estivesse zangado, estaria mudando.
Portanto ELE Mesmo declara que tais expressões não devem ser compreendidas
literalmente, porque ELE é D’us, é nós somos homens, então a Torá se expressa em nossa
forma de pensamento.
E assim, todas as noções físicas ou abstratas, qualitativas ou quantitativas, certamente
constituem mudança, mas o SAGRADO, Bendito Seja ELE, sendo Imutável, não possui
tais atributos literalmente. Estas elaborações antropomórficas, no entanto, têm o objetivo
de nos ensinar sobre as forças divinas que emanam pelo universo e nos orientam para
compreensão do poder de D’us, para que possamos adquirir sabedoria e assim nossa
felicidade ser completa. Apenas as formas físicas, cujo fundamento é o pó, possuem
atributos materiais realmente, mas ELE, que é o Criador, Bendito Seja, é elevado acima de
tudo, e está acima de todas as coisas. Portanto, D’us, sendo a Realidade Suprema, não
pode ser diminuído pelo pensamento humano e considerado humano sob nenhum aspecto.
3. “Saiba, neste dia, e toma no teu coração, que o ETERNO é D’us, nos céus acima,
e na Terra abaixo, nenhum outro há” (Devarim/ Deut 4:39). Esta declaração define a
Unicidade Absoluta de D’us, conforme explicamos. E também ressalta o dever se “se
tomar no coração” isto é; de se procurar compreender por intermédio do estudo
apaixonado, a Sabedoria; sempre motivado pelo amor à D’us.
4. No princípio, quando D’us criou os Céus e a Terra, quando ELE disse, “haja um
firmamento no meio das águas” (Bereshit 1:6) [2], as palavras e letras registradas na
Torá para formar esta mesma frase, são os símbolos das forças divinas eternas, que
sustentam a criação. As letras Hebraicas, pois, são as próprias representações físicas das
forças pelas quais tais fenômenos vieram a existir, de modo que se qualquer delas (das
forças divinas) fosse removida, o resultado seria a anulação de seu fenômeno, isto é, o
próprio universo desapareceria como se nunca houvesse sido criado. [3] Assim a
codificação da Torá na revelação, vai além da sua terminologia, texto e contexto. Ela é
organizada de forma tal, a permitir um estudo sobre as formas de manifestação das forças
Divinas elaboradas na construção de cada coisa no Universo. Esta é a ocupação e
pesquisa dos verdadeiros Cabalistas.
5. Aquele que se ocupa com tais contemplações, começará a entender como D’us, cuja
Unicidade é Absoluta e única, antes de criar o mundo, retém a mesmíssima característica
única e absoluta, após ter criado o mundo. Assim, as formas físicas criadas nada adicionam
à Sua Perfeição Absoluta. [4] Pois são reflexos da Sua vontade, e desta vontade precisam
para continuar a existir segundo a segundo. Desde modo a existência de todas as coisas é
relativa, enquanto que a existência DELE é absoluta, como dissemos.
6. Isto aparenta ser um paradoxo: Como pode ser que antes da Criação do mundo, nada
tenha sido adicionado ou que mudança alguma tenha ocorrido em D’us? Este aparente
paradoxo é resolvido quando compreendemos que em comparação com D’us, cuja
“palavra” é a própria força pela qual as coisas são criadas e continuam existindo; o mundo
é absolutamente e literalmente considerado como não-existente. Assim D’us é para o
mundo, o próprio fluxo – por assim dizer – da sua existência, de onde este recebe a
capacidade, para que cada partícula-subatômica, que é a matéria-energia que compõe
todas as coisas; continue mantendo suas características sem as quais, deixaria de existir.
Isto é assim, porque na Sua Presença, todas as coisas são anuladas. Ou seja, em
comparação a ELE, todas as derivações são como Inexistentes, porque por si mesmas não
perduram. [5] Como está Escrito, “Acaso não encho EU os céus e a Terra? Diz o
ETERNO...” (Irmiáhu 23:24). Este “preenchimento” é a expressão da noção de que a
Presença de D’us é a única razão de o universo existir, e esta “presença” é a expressão da
Sua vontade. Assim, D’us preenche o Universo no sentido de que cada partícula de energia
é mantida “na existência” individualmente, pelo SER Supremo e, portanto, ELE é
considerado como se estivesse “preenchendo” a tudo; por estar “sustentando” tudo.
8. Mesmo o exemplo da fala humana, quando aplicado à D’us; não deve ser
compreendido literalmente, mas metaforicamente. Pois, assim como a fala da pessoa,
revela o que havia em seu pensamento, o abstrato de seu ser, dizemos que do mesmo
modo a “Fala” de D’us, revela as forças íntimas com as quais ELE criou e concedeu a
existência a tudo, desde o estado de ocultamento (não existência) prosseguindo ao estado
de revelação, pelos Dez Pronunciamentos registrados em Bereshit {Gênesis}. Por isto,
D’us revelou Sua Torá dizendo que “falou” e o mundo veio a existir. Assim, expressou
Seu decreto que não somente trouxe à existência todas as coisas, mas que sustenta o
Universo segundo a segundo. Foi procurando expressar isto, que a fala foi usada em
referência à D’us para descrever antropomorficamente, Sua ação sobre o universo. [7] Para
dizer que é uma determinação Divina em relação à criação.
9. Estes dez pronunciamentos pelos quais o mundo foi criado são chamados de
“pronunciamentos” justamente porque através deles, a vontade de D’us “partiu” por assim
dizer, do oculto de Sua Existência, para a materialidade, para o estado de revelação.
Mas, esta “assim chamada” “fala” é unificada NELE de forma completamente absoluta. A
determinação de D’us é Sua própria “ação” para proporcionar que a “energia” que ELE
criou, seja e faça exatamente aquilo que Ele determinou. A diferença existe apenas na
perspectiva dos seres criados, os quais recebem sua força existencial desta “fala” de D’us,
que descende nível após nível, tornando possível receber o fluído da vida de D’us, sem que
percamos a própria identidade e individualidade, pois todas as coisas são completamente
anuladas em contato direto com ELE. [8]
10. Este fluxo divino é ocultado e “filtrado” – por assim dizer - para evitar que por meio
da Revelação de D’us, o universo seja absorvido e anulado. E é por este motivo que esta
Emanação da Vontade de D’us, deve ser oculta; pelo mesmo motivo que uma partícula-
subatômica que “constrói” nossa realidade material; sendo a forma básica da energia, é
em si mesma oculta aos nossos olhos. Portanto, D’us Se manifesta aos seres pela força da
vida, que transformou o inexistente em existente, o inanimado em ser vivo, desde os micros
aos macro-seres; de modo que as criaturas possam ser revestidas da própria emanação do
SER Primeiro para usufruir a existência, força esta, que lhes penetra o mais íntimo do ser,
como a fala penetra as profundezas do pensamento do ouvinte. Mas não existe ocultamento
algum, do ponto de vista do SAGRADO, Bendito Seja ELE. Porque Sua vontade é o que
continuamente sustenta cada partícula e, portanto, a existência desta é relativa a isto.
Nada é obscuro DELE, de quaisquer formas. Pois para ELE, as trevas são completamente
luz; luz e trevas são exatamente a mesma coisa, e a noite e o dia para ELE são o mesmo.
(Tehilim/ Sl 139:12). Nada se torna mais ou menos complexo para ELE, porque Sua
Vontade toca a essência de cada coisa.
11. O “descer de nível em nível” da Força Divina, não interfere em sua Sagrada
emanação, sua natureza absolutamente UNA com ELE, mas é metaforicamente, “como os
raios do sol que são parte íntima dele mesmo”. [9] Esta Força de sustentação da realidade
material; desde os componentes das partículas subatômicas, até as aglomerações de
moléculas e aos corpos físicos de grande porte; são como formas de “ocultamento” da
força Divina evidente para sua existência. Em um corpo material, não vemos a “sua
realidade energética” e então dizemos que esta “verdade” está oculta, e apresentada
“num nível inferior” embora seja em si mesma a própria expressão da Emanação da
divindade.
12. É, portanto; um erro dos filósofos que meditam na herança desvirtuada que receberam
a conclusão de que D’us teria criado o mundo, e o abandonado ao próprio funcionamento,
comparando para tentar provar isso, as obras e realizações de um homem, com as obras do
Criador. Pois desconsideram que mesmo uma porção de uma partícula, não pode “ser o
que é” a menos que a determinação de D’us continuem a sustentar sua posição; momento
a momento. Caso isso não ocorra, esta partícula desaparecerá, como se nunca houvesse
existido, e tudo o que dela deriva será anulado. Assim D’us sustenta o Universo, pela
expressão constante da Sua vontade. A verdade sobre as Obras de D’us, no entanto, é o
exato oposto, como está Escrito, “...pois Meus pensamentos, não são como vossos
pensamentos;” e “...assim, Meus caminhos não são como vossos caminhos...”
(Ieshaiáhu/ Isa 55:8-9). Esta declaração proíbe, portanto, a elaboração de uma teoria para
explicar como D’us sustenta a realidade que seja baseada literalmente na noção
“humana” sobre a formação de objetos materiais. Assim não podemos comparar as
Obras de D’us para trazer tudo à existência com as obras do homem, literalmente. O
homem é meramente capaz de transformar a matéria já existente. E toda sua ciência estuda
e trabalha as transformações já instituídas da matéria, e todas as suas “descobertas” nada
mais são do que percepções de leis divinas já instituídas, e todas as suas conclusões
catalogadas, se baseiam no que já é existente e funcional no mundo. Assim, um homem
toma um metal e trabalhando-o transforma-o em utensílio. E ao terminar seu trabalho, sua
obra permanece essencialmente a mesma, exceto sem sua forma original, porque já existia.
Por outro lado, quando D’us criou os Céus e a Terra, fez isto da absoluta não existência,
criando suas ínfimas partículas e compondo-as e criando as leis que as sustentam como
devem ser, e assim as mantém existindo. E se ELE removesse sua força criativa, por um
momento de seja, tudo voltaria a não-existência, exatamente como antes da Criação. [10]
Por isso em relação à D’us o Universo é inexistente.
13. Por estas palavras de verdade, fica demonstrado, como toda a existência além de D’us
é completamente anulada. E com relação à força existencial de D’us, que expressamos
antropomorficamente como “o hálito da sua boca”, não queremos dizer com isso que a
Criação seja uma ilusão. Mas sim que, enquanto os pensamentos do homem são meras
imagens abstratas, não reais a menos que sejam materializados; o “pensamento” – por
assim dizer - de D’us constitui a realidade; e que esta realidade criada por D’us foi
concedida a todos individualmente, o que possibilitou a existência do mundo material,
aparentemente auto-funcional, que vivemos. Este pensamento é a determinação Divina
sobre a matéria e sobre cada porção de suas partículas.
NOTA: Devemos lembrar sempre de que, a possibilidade de D’us remover Seus Dez
Pronunciamentos, com os quais ELE criou o Mundo é uma mera hipótese, que usamos
para explicar estes conceitos. De acordo com a Torá, D’us não tem tal intenção, e nem
poderia ser de outra forma. O universo, pois, é real e, entretanto completamente nulo,
quando comparado com Seu Criador. Mas como nós podemos ter certeza de que o
Universo é real? Pois, nossos sentidos são parte deste universo criado, e apenas analisam
uma ínfima parte de sua realidade e, portanto, não teríamos meios de demonstrar a nós
mesmos esta realidade de forma inequívoca. Sendo que nós mesmos somos parte deste
sistema complexo de existência sustentado segundo a segundo por D’us, como podemos ter
certeza da nossa própria existência? Nós somos parte de algo que nós denominamos
existência, mas que pode nem mesmo existir! Porém, existe uma prova de que o universo
existe: A Torá revelada de D’us declara que este é real, como está Escrito, “No princípio,
ao criar D’us os Céus e a Terra” (Bereshit/ Gen 1:1). Este é o sentido profundo do texto:
O Universo é sustentado segundo a segundo por D’us, e isto concede ao Universo o que ele
não poderia ter por si mesmo: a existência.
14. A razão de que todas as coisas criadas aparentam ter existência completamente
independente, e auto-existente, é que nós não somos capazes de observar a ação da força
Divina, chamada antropomorficamente de “fôlego de D’us” no íntimo de cada criação. Em
cada composição de cada partícula-subatômica. Caso nos fosse permitido observar estas
forças divinas como observamos todas as coisas materiais, veríamos a essência da vida, a
força e a espiritualidade fluindo de D’us em toda coisa criada, e então não veríamos mais a
existência física e material em si; mas ao invés disso, contemplaríamos diretamente as
coisas como elas realmente são. Contemplaríamos a realidade energética de todas as
coisas; como resultado direto da determinação de D’us. Pois, desde que o mundo físico é
completa e verdadeiramente anulado em sua Fonte, caso nós víssemos a fonte em cada
coisa criada, como poderíamos dizer que nosso mundo é físico? Porque estas noções
“físicas” perderiam completamente seu sentido. Contemplaríamos que em toda coisa
composta, há uma determinação divina que constantemente a mantém existindo; e
portanto, o que estaríamos contemplando seria a própria Vontade de D’us em ação sobre
tudo. Poderíamos dizer que é uma forma “condensada” destas forças espirituais e assim
teríamos dificuldade de compreender algo como “material”. [11] Porque são o resultado
da determinação de D’us, que torna possível a existência que chamamos: material. Sendo
a matéria tão sublime a aparentemente rústica, não mais poderíamos imaginar algo por si
mesmo, mas sempre ligado à sua fonte; apresentada em forma “oculta” ou condensada.
15. Por analogia, um raio de sol que possa ser visto na terra, tendo atravessado centenas de
anos luz desde o próprio sol, é incompleto, porque sua fonte - o sol - não está aqui em
nossos céus e nem na terra; e por isso, mesmo a sua luz aparenta ter auto-existência. Suas
partículas de luz, os fótons; não mais estão no sol quando chegam até nós, dando a
impressão de que são formas de existência distintas do próprio sol de onde vieram. Então
são como se fossem entidades separadas do sol, embora dele derivem. Em contraste com
isso, os seres criados sempre estão ligados em sua Fonte, mesmo que a Fonte não lhes seja
revelada aos olhos. Nós estamos continuamente sendo mantidos na Existência por D’us, e
não há um único momento no qual tenhamos “existência” independente. Assim é distinta a
comparação de algo material com outra coisa material; e impossível comparar algo
material-composto, com a Unicidade de D’us. Deste modo, da perspectiva da Terra, o sol e
seus raios podem ser distinguidos. Porém da perspectiva do sol, eles não completamente
inexistentes. Pois de lá emanam. Porém o próprio sol e suas partículas em relação à D’us,
são inexistentes; como todas as coisas.
16. Não é suficiente dizer - para demonstrar que se compreende que o universo tem
origem em D’us - que D’us criou o mundo no passado distante, durante os seis dias da
Criação - pois suas forças Criativas estão em atividade constantemente - como uma
infinita emanação de vida. Por isso, as Escrituras ensinam que, “ELE cria as trevas e
forma a luz”, expressando esta frase no presente. A Determinação Divina que mantém
tudo existindo jamais cessa. Isto também se aplica ao homem. Concluímos que a pessoa
que se acredita auto-existente e auto-suficiente, por não reconhecer Seu Criador, que
constantemente sustenta a existência de todos os micro-seres que tornam possível a
existência do seu próprio ser; profana sua própria existência. Porque cega a si mesma
deixando de compreender esta realidade sublime, considerando sua vida; num acidente
existencial sem propósito. Enquanto que aquele que reconhece Seu Criador, sabendo que
sua própria existência, segundo a segundo é resultado da direta e constante intervenção
Divina, é aquele que é intitulado “formado por D’us” [12], unificado com ELE pelo
conhecimento do seu Criador. Este é o que vive pela Sabedoria de D’us. [13] Pois esta
pessoa acorda para sua realidade verdadeira; e procura viver intensamente, a cada
momento concedido vividamente por D’us, de acordo com sua determinação expressa na
Torá. E o fluir de D’us, que o sustenta, reagirá à suas próprias concepções, fruto da sua
sabedoria, e lhe garantirão uma vida mais intensa e anexa à D’us.
FONTES:
[1] Mishnê Torá, Livro da Sabedoria, Leis Fundamentais da Torá, Cap 1, Lei 3 à 12.
[2] TANYA, Likutei Amarim, Portal da Unicidade e Fé, Cap 1, página 76b
[3] Mesmo, Cap 7, página 82b, 83ª
[4] Mesmo, Cap 3, página 78ª
[5] Mesmo.
[6] Mesmo.
[7] Midrásh, Bereshit Rabah
[8]TANYA, Portal da Unicidade e Fé, Cap 2 páginas 72ª 72b
[9]Mesmo, Cap 3, 78ª
[10]Mesmo
[11] Mesmo, Cap 3, página 78b
[12] Sidur, Oração do serviço matinal
[13] Livro Kedushat Levi, sobre Bereshit, página 10
בס''ד
Com a ajuda dos Céus.
Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
Continuação da Introdução, parte 2:
Visão Histórica
Como dissemos o código da Lei Divina que nós conhecemos como as Sete Leis de Noah
estão com a humanidade desde a criação do primeiro homem, Adam. Mesmo após os povos
abandonarem sua ligação com a Sagrada Tradição, eles conservaram muitos aspectos da
herança das Leis de Noah. Estes foram os aspectos que incluem certa noção de bondade e
justiça, além de costumes desenvolvidos pela inspiração da Lei. Assim, mesmo que
descontextualizados, a Tradição destas Leis ainda podem ser identificadas em muitas
culturas antigas; o que indica sua preservação parcial, e facilita sua restauração
completa.
3 E mais, Adam foi responsabilizado por ensinar estas leis às futuras gerações. O
versículo estabelece que D’us ordenou à Adam, “dizendo”. Apesar desta palavra “dizendo”
parecer supérflua no texto hebreu, é um princípio da Torá que não existem nela, palavras
supérfluas; porque tudo o que foi revelado por D’us, tem algo a nos ensinar. O fato é que a
Torá é reflexo da Sabedoria Divina não da criatividade humana. Neste caso, a palavra
“dizendo” indica que D’us não somente pronunciou o Mandamento para Adam, mas que
ELE teve a intenção de que Adam fizesse o mesmo para seus descendentes. É um princípio
de análise das Escrituras; que quando um versículo declara, “E o ETERNO falou à...
(alguém) dizendo” isto quer dizer que D’us ensinou algo a... (alguém), esperando dele que
ensinasse o que aprendeu aos demais. [3] Como no caso dos Sete Mandamentos, D’us
ordenou que seu conhecimento fosse transmitido a toda humanidade.
4 Adam ensinou seus filhos sobre as Sete Leis: Não adorar ídolos - Não amaldiçoar
à D’us Não matar - Não roubar - Não se envolver em imoralidade sexual - Não comer
o membro de um animal vivo e estabelecer tribunais de justiça. A proibição contra
“idolatria” (Hebraico Avodá Zará/ Culto Estranho) trata da proibição de atribuir “poder de
fazer bem ou mal” a qualquer ser ou coisa que não D’us. E sobre não amaldiçoar à D’us; é
óbvio, e intenções benéficas da parte de D’us são registradas nas Escrituras para que
possamos compreender isso, como no caso do relato da criação da mulher, quando foi
declarado, “não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma companheira” e etc.
Portanto, dizer ou pensar o contrário (que D’us age de modo a prejudicar o homem) seria
uma blasfêmia. Sobre não matar, é interessante notar que D’us proibiu Adam até mesmo de
caçar animais, mesmo que para consumo; para que ele exercitasse para si mesmo este
preceito. Porém ele poderia se alimentar da carne de um animal que houvesse sido morto
sem sua participação. Ao lhe revelar sobre a proibição contra roubo, D’us lhe ensinou sobre
o direito à propriedade; com relação ao consumo das frutas, e a proibição do consumo de
uma das árvores do Jardim. Sobre a imoralidade sexual; D’us lhe revelou sobre a proibição
de relacionar-se com animais de outras espécies que não a sua; quando então D’us lhe fez
uma companheira. E assim, o conhecimento de Adam foi desenvolvido e elaborado, e
representava a justiça que deveria ser mantida entre seus descendentes.
7 O comentário clássico das Escrituras por Rashi - (Rabi Shelomo filho de Rabi Itzhak
(4800-4865 da Criação - 1040-1105 E.C.); um dos maiores comentaristas da Torá e do
Talmud. Viveu na França.) [4] - ensina que o termo hebraico usado no texto para referir-se à
corrupção refere-se a imoralidade sexual e idolatria. Imoralidade Sexual e Idolatria; são
2 pecados considerados “individuais” isto é, a pessoa que erra e os pratica, acha que com
isso não está prejudicando a ninguém além de si mesma; e em nome do prazer que deriva
da violação assume por sua conta e risco as conseqüências do pecado. O Dilúvio mostrou
que tais pecados afetam não só a pessoa, mas tudo ao seu redor; e espalham a corrupção
e a maldade sobre a Terra, incentivando também a violação das outras Leis básicas pelas
quais existe a humanidade. Sendo assim, pela Idolatria e Perversão sexual, aquela
geração atentou contra a própria existência, e foi passível de pena capital pelas mãos dos
Céus – pois que - D’us exerceu juízo, quando não mais haviam tribunais de justiça para
punir criminosos.
“Então D’us disse a Noé: ‘O fim de toda criatura se apresentou perante Mim,
porque se encheu a terra de roubo por causa deles, e por isso os farei
perecer juntamente com a terra’” (Bereshit/ Gen 6:13).
12 D’us abençoou Noah e seus filhos, e as esposas; e prometeu que ELE não mais
destruiria o mundo como havia feito; selando a promessa para sempre, instituindo uma
Aliança com Noah como Patriarca da humanidade, como expresso nestes versículos:
“E D’us disse a Noé e a seus filhos com ele, dizendo, “E EU, eis que
estabeleço a Minha aliança convosco e com vossa descendência, depois de
vós. E com toda alma viva que está convosco, com a ave, com o animal e com
todo animal selvagem da terra convosco, todos os que saíram da arca, todo
animal da terra. “E estabelecerei a Minha aliança convosco, e não mais será
destruída nenhuma criatura nas águas do dilúvio, e não mais haverá dilúvio
para destruir a terra”
(Bereshit/ Gen 9: 8,11)
“E D’us disse, Este é o sinal da aliança que EU faço entre Mim e vós, e entre
toda alma viúva que esteja convosco, para perpétuas gerações: o Meu arco-
íris pus na nuvem e será por sinal de aliança entre Mim e a terra.”
(Bereshit/ Gen 9:12, 13)
13 O sinal deste Pacto Universal é o Arco-Íris, o qual serviria como símbolo
permanente da divina benevolência. Esta foi a primeira vez que um arco-íris fora visto no
mundo, embora tenha sido criado e preparado para este momento no crepúsculo do sexto
dia da criação; entre o tempo em que Adam transgrediu o Mandamento de D’us, e o
Shabat; quando D’us cessou de tudo o que ELE havia feito. [5] O arco-íris com suas Sete
cores refletem a beleza e santidade dos Sete Mandamentos dos filhos de Noah. Como o
Arco íris jamais havia sido visto antes deste evento, aprendemos que a própria atmosfera
que proporciona o fenômeno foi renovada. Então o mundo pré-dilúvio e pós-dilúvio são
muito diferentes entre si; tanto em sua característica espiritual como física.
[Para mais, no sentido literal e profundo do Pacto do Arco, veja
www.asknoah.org/HTML/raibow_covenant.html e www.asknoah.org/HTML/Noah.html]
***
14 Quando D’us criou Adam e o colocou no jardim do Éden, este foi o primeiro local
no qual a Divina Presença habitou. Quando D’us manifesta sua presença num local, para
este local flui sua Kedushá (santidade). Este fenômeno é reconhecível por certos
fenômenos físicos específicos, e deve pode ocorrer apenas num local consagrado; sem
risco de contato com uma força espiritual intitulada Tuma (força espiritual mórbida). Para
que isto aconteça em nosso mundo, é preciso preparar um local na Terra para tal
fenômeno. D’us então escolheu os locais onde os Patriarcas O buscaram para ali
manifestar Sua presença desta forma, para sempre. Este é o local onde esteve o Templo de
Jerusalém. Quando ocorre uma Manifestação da Presença de D’us temos nisso a prova
empírica da sua Existência Absoluta.
16 Um dos primeiros atos de Noah realizados após a saída da Arca foi o plantio de um
vinhedo. (Bereshit/ Gen 9:20, 21). A maioria dos comentaristas faz muitas críticas a este
ato. Além do mais, a humanidade tinha acabado de ser destruída. Plantar um vinhedo, para
que com suas crescidas uvas se fizesse vinho, parece completamente inapropriado sob tais
circunstâncias. Mas existem aqueles que dizem que Noah estava na verdade, tentando
retificar o pecado de Adam. Este seria o sentido do texto ao declarar que Noah se tornou
“um homem da Terra” isto é, à semelhança de Adam o primeiro, ele passou a cultivar a
Terra, procurando retificar o pecado de Adam através disto.
18 Mas Noah falhou. Apesar de compreender que seria por meio da mesma fruta, que
ele poderia retificar o mal de Adam; ele não conhecia o poder embriagante da uva
fermentada; e imaginava que Adam teria pecado apenas por “tomar” do fruto da árvore
sem abençoar à D’us, sem necessariamente se embriagar. Embriagado, completamente
fora de sua sã consciência, ele se despiu, imaginando em seu delírio que seria “o novo
Adam” sobre a Terra. Ao embriagar-se, foi descoberto nu por seu filho mais novo, Ham.
Ham tinha tendências morais pervertidas, pois que conservara memórias dos atos perversos
da geração do dilúvio que conheceu. Ele alimentou idéias de perversidade naquele
momento, e chamou seu filho Canaan, e juntos profanaram Noah abusando dele. E como
se não bastasse, depois tentou ocultar o caso chamando a seus irmãos, Shem e Iafet; para
ver situação de seu pai, e usar a desculpa da sua embriagues e nudez para encobrir o erro
que cometeu. Rashi esclarece neste verso (Bereshit/ Gen 9:22) que Ham e Canaan, ou
castraram Noah numa briga, ou Canaan teve relações homossexuais com ele, ou ambos.
A Incerteza neste caso diz respeito ao fato de que a maldição de Noah se estendia por
várias gerações sobre os que imitassem as práticas de Canaan filho de Ham; embora o
próprio Ham tenha sido punido por D’us pouco tempo depois. Então o que não se sabe é
se D’us o sentenciou à morte pela relação homossexual ou por haver castrado seu pai, ou
por ambos. Embora, no Pacto do Sinai tenha sido revelado que a relação homossexual
é um crime capital, tanto quanto ferir os pais. Mas se sabe que ambos aconteceram, e
este é o motivo de Noah não ter tido mais filhos depois do Dilúvio.
Do mesmo modo, este terrível acontecimento foi o motivo dos Filhos de Noah que viviam
em Canaan na época dos Patriarcas terem adotado severas penalidades sobre crimes de
profanação da sexualidade, como vemos no Relato de Judá e Tamar.
19 Shem e Iafet respeitosamente cobriram seu pai com uma vestimenta, mas o dano já
havia sido feito. Noah despertou (ele havia desmaiado de dor), amaldiçoou Canaan e sua
descendência. Isto é, Canaan havia desprezado o dever da moralidade, inspirado pelo seu
pai Ham que já havia violado a ordem de Noah sobre não ter relações sexuais dentro da
Arca em respeito aos que estavam sendo punidos por D’us durante o dilúvio. E havendo
“herdado” e conservado este mau exemplo, cometeu tamanha violação da Lei de D’us por
livre e espontânea vontade. Sendo assim, Noah viu que caso tal forma de pensamento fosse
passada adiante, provocaria nova destruição sobre o mundo. Então ele amaldiçoou todos
os descendentes de Canaan que imitassem tais práticas; isto é, ele revelou à Canaan qual
seria o Decreto do Tribunal Celeste, enviado sobre quaisquer de seus descendentes de
praticassem seus crimes. E a punição divina para perversão sexual e a violência, seria a
mais horrenda escravidão. (Bereshit/ Gen 9:23, 27)
21 Veio a geração da Torre de Babel. Que foi elaborada como um sinal de rebelião
contra D’us, liderada por Nimrod. Esta foi uma geração de brilhantes cientistas. Por
intermédio de Noah D’us havia revelado grande soma de conhecimentos que foram usados
para construir a civilização da época.
22 Eles não apenas aprenderam a dominar quaisquer das forças naturais, mas eles
concluíram por suas teorias científicas que a Terra não tinha Mestre, ou; se houvesse um
Mestre, Ele lhes seria co-igual, e eles construiriam uma torre até os céus para desafiar a
autoridade de D’us. Os homens da torre de Bavel adquiriram muitos conhecimentos que
foram posteriormente destruídos, isto é; seus registros foram destruídos; quando D’us
interferiu na sua compreensão mútua. Eles conseguiram adaptar suas cidades e
construções de forma tal que nenhuma de suas cidades era afetada, seja pelo frio pelo
calor, pelas chuvas ou por quaisquer outros fenômenos naturais. Suas plantações eram
muito proveitosas e eles faziam muitos experimentos botânicos.
23 Eles concluíram por intermédio de suas pesquisas, que desde que o dilúvio
aconteceu no ano de 1656 após a criação, isto ensinaria sobre a existência de um ciclo 1656
anos. Assim quando o ciclo fosse concluído, os céus se abalariam, os abismos seriam
abertos novamente e as chuvas viriam destruir a Terra. [10]
24 E as Escrituras Sagradas ensinam, “E desceu o ETERNO” para ver a cidade e a
torre que edificaram os filhos dos homens...” [Bereshit 11:5]. Isto aconteceu já do
Quinto Céu. Devido a este ocultamento da Divina Presença, os homens da Torre não
perceberam a intervenção de D’us ao confundir a compreensão uns dos outros; e assim
eles não atribuíram à D’us o fenômeno, embora não pudessem explicá-lo. Dos povos que
dali derivaram, muitos apagaram a história deste acontecimento por este mesmo motivo.
25 D’us tomou medidas para deter seus filhos desviados e por confundir suas línguas
os espalhou por toda a Terra. [Bereshit 11:4] O afastamento das nações visava também
diminuir a influência de Nimrod sobre elas, uma vez que pensando por si mesmos; sem a
forte influência de Nimrod os povos poderiam exteriorizar sua verdadeira natureza, como
aconteceu no decorrer da história humana.
26 Originalmente toda a humanidade falava uma única língua, a Língua das Escrituras
Sagradas, o Hebraico, as vinte e duas letras do alfabeto hebreu (Álef-Beit) que são os
próprios instrumentos da criação do mundo. [11] As letras hebraicas são representações
de forças divinas, que agiram na criação e na preservação do Mundo; conforme estuda a
ciência da Cabalá. Porém sua sonoridade é exclusiva, e dela foram derivadas todas as
expressões das demais línguas. Assim, todos os idiomas possuem em si mesmos,
ramificações de outras línguas; exceto o idioma Hebraico que é o mais antigo idioma.
Tanto que Avraham foi distinguido de seus contemporâneos por ainda falar o Ivrit, o
idioma de Éver filho de Shem, neto de Noah, que falavam o hebraico recebido de Adam.
Assim, as nações que se afastaram da Tradição, após a Torre; criaram seu próprio
dialeto, de acordo com sua própria compreensão; e se afastaram ainda mais do antigo, o
hebraico.
O conhecimento de Nimrod sobre D’us veio da tradição de sua família. Porém ele não
acreditava em D’us como um Ser cuja vontade se cumpre na Terra. Acreditava sim, que
cada pessoa agia como queria e D’us nada poderia fazer a respeito, nem para abençoar
nem para punir. Assim insistindo em sua teoria ele colocou-se como exemplo dela;
propagando o terror e desafiando a Justiça de D’us.
31 D’us afastou Sua Presença para o Sexto Céu, em resposta aos pecados de Sodom e
Amorah (Gomorra), primariamente, estes eram o roubo e a perversão da sexualidade. D’us
fez isso para evitar que a proximidade com Sua santidade provocasse o desencadear de
uma série de conseqüências “naturais” (de acordo com as Leis estabelecidas) que
provocassem um Pesado Decreto Divino sobre várias nações. E mesmo concedendo esta
benção aos Sodomitas; a maldade deles subiu – por assim dizer - até D’us; isto é,
alcançou tamanha magnitude que exigiu a Justiça de D’us sobre o mundo provocando Seu
decreto. Nestas sociedades, a crueldade era admirada e a bondade humana considerada
crime capital. [13] E esta foi a gota d’água para decretar seu Juízo.
34 Por causa do filho de Avraham, Itzhak, a Divina Presença desceu do sexto para o
Quinto Céu. E do quinto para o Quarto Céu, por causa do filho de Itzhak, Iáacov. Os
filhos de Avraham continuaram a obra do pai, praticando a bondade, incentivando-a entre
seus vizinhos e procurando propagar o conhecimento de D’us entre os homens que lhes
vinham ao encontro.
35 A força espiritual de Iáacov era excepcional. Iáacov foi o Patriarca que mais sofreu.
Ele foi testado duramente em suas convicções e deve que encarar duros paradoxos que lhe
ensinaram a transmitir a força espiritual necessária aos seus filhos. Para nos mostrar um
pouco disto, as Escrituras relatam sua “luta” com um Maláh (Lit. “enviado” – trata-se de
uma entidade espiritual não humana, divididos de acordo com suas funções; e que são os
mecanismos funcionais dos fenômenos universais) - (Bereshit 32:25-30). É evidente que, se
um Maláh é uma entidade espiritual logo, esta “luta” não aconteceu literalmente; mas
numa visão profética, conforme explica o Rambam sobre isso, na sua obra O guia dos
Perplexos. Anjos não “se materializam” como alegam alguns. Anjos são seres puramente
espirituais e que não podem mudar seu status. Assim, esta luta foi “no campo espiritual” e
não no plano físico. Foi uma luta de idealismo e convicção, um teste de personalidade
extremamente rigoroso, e não um conflito num ringue.
36 Por meio de Iáacov e seus descendentes, doze filhos e uma filha; um novo e distinto
povo surge na Terra. O surgimento do povo de Iáacov/ Israel estava nos planos de D’us,
desde que ELE sabia que a humanidade escolheria usar sua liberdade para abandonar a
Sagrada Tradição. D’us então decreta a preservação desta tradição por meio dos filhos
de Iáacov/ Israel.
37 Os filhos de Israel foram assim nomeados após seu pai Iáacov ter sido abençoado
por D’us, com um novo nome, conforme está escrito:
Teu nome não mais será Iáacov, mas Israel será o teu nome; e
ELE chamou seu nome, Israel
(Bereshit 35:10).
RASHI comenta que o nome Iáacov implica alguém que age secretamente, ou
clandestinamente; na informalidade. Mas o nome Israel denota um príncipe, e um líder
[conecto com D’us] que age, portanto, abertamente. Isso não quer dizer que Iáacov era um
desonesto enganador antes, e depois se tornou justo. Isto quer dizer que antes, Iáacov era
interpretado como alguém que age apenas com malícia e engano; embora não o tenha
feito. Porém, dali em diante, as pessoas reconheceriam sua sede de sucesso espiritual; pois
D’us Mesmo estabeleceu uma comunicação com ele para lhe garantir o bem estar da sua
descendência conforme as promessas feitas a seu avô Avraham.
40 Quando D’us abençoou Itzhak, o motivo foi, “porque Avraham ouviu a Minha
voz, e guardou minha Observância, Meus Mandamentos, Meus Estatutos e minhas
Leis” (Bereshit 26:5).
RASHI comenta que a “Observância” refere-se às admoestações da Torá, que não haviam
sido ordenadas à Avraham, incluindo as proibições rabínicas sobre o Shabat, enquanto
que a expressão, “Mandamentos” refere-se aos assuntos relacionados a roubo, e
assassinato (dois Mandamentos também Noahides). [15] Assim especialmente para
Avraham foi autorizado na sua condição de Patriarca do povo judeu, a observância do
Shabat que seria um “sinal” entre D’us e os filhos de Israel; bem como a observância de
certas Leis de Noah de acordo com a legislação que seria estabelecida no Sinai. Mas isso
não foi ordenado a Avraham sob pena de nenhuma punição; e por isso não eram
“mandamentos” para ele, senão práticas espirituais permitidas no seu caso sob o
específico propósito educacional.
41 De fato, devido a estas revelações, entre os Filhos de Israel, houve conflito entre a
interpretação do que seria o Pacto Universal, e o futuro Pacto do Sinai para o qual eles
caminhavam. O conflito inicial registrado nas Escrituras é entre Iosséf (José), e seus
irmãos, sobre as diferenças entre as Leis Noahides sobre alimentação e as Leis que seriam
reveladas no Sinai sobre isso.
A Lei revelada no Sinai permite a todos comer a carne de um animal contanto que tenha
sido ritualmente abatida de acordo com a Legislação; mas a Lei Noahide que proíbe o
consumo do membro de um animal vivo, proíbe o consumo da carne a menos que todo e
qualquer sinal de movimento tenha cessado no animal; não importando de este animal foi
ou não ritualmente abatido.
44 Mas D’us mostrou-Se com ele, e o transformou num dominante no Egito, lado a
lado com o Faraó. Isto é, D’us mostrou-lhe que de acordo com seu Juízo da Lei divina, esta
seria sua merecida posição. Na ocasião ele perdoou seus irmãos pelo erro que cometeram,
tanto sobre seu julgamento errôneo da Lei, como na sua atitude contra ele.
45 A Divina Presença desceu do quarto para o Terceiro Céu; pelos méritos do terceiro
filho de Iáacov, Levi. Levi cresceu em meio à sabedoria propagada por Iossef e aprendeu
o profundo sentido de temer à D’us ainda pequeno. Como o dever de cada membro da
Aliança Universal era mesmo o de transmitir com perfeição o conhecimento à futura
geração; Levi era o primeiro daquela nova geração que estava recebendo na íntegra o
conhecimento de D’us que havia penetrado tão profundamente em seu ser, que a tribo dele
derivada foi a que mais se destacou em Israel; tanto quanto eram observantes das Leis de
Noah como após a Aliança do Sinai.
46 Antes dos Filhos de Israel se instalarem no Egito, seu irmão Iehudá os havia
precedido, e instituído Escolas e Centros de Estudo na Terra de Goshen, tanto para o
estudo das Leis de Noah como para a análise das revelações sobre o Pacto do Sinai; que
eles receberam como Tradição de Avraham, Itzhak e Israel. [17] Por isso a pausa em
Bereshit, para contar sobre a história de Iehudá e Tamar.
48 E por causa da justiça do Filho de Levi, Kehot, cujos filhos foram instituídos como
responsáveis por carregar a Arca Sagrada de D’us pelo deserto, a Divina Presença desceu
do terceiro para o Segundo Céu. Levi aprendeu que para retificar por completo o mundo,
além do esforço próprio é preciso zelar pela sua descendência para que eles recebam o
conhecimento integral de D’us da forma correta. Kehot era reflexo deste esforço de Levi, e
por isto seus descendentes foram eleitos para carregar a Arca Sagrada de D’us.
49 Quando Faraó decretou a morte dos bebês meninos que nascessem aos Filhos de
Israel, Amram, o Líder espiritual daquela geração e um descendente de Levi,
imediatamente se divorciou de sua esposa, Iohebed. Sua conclusão foi a de que, eles
deveriam parar de trazer filhos ao mundo, apenas para que Faraó os matasse no rio Nilo.
Amram, como líder, sabia que uma ação sua serviria de exemplo a todos os Filhos de
Israel, que imediatamente se separaram de suas esposas. Mas sua filha, Miriam, mencionou
que apesar do decreto do Faraó ser contra todos os bebês meninos, o decreto de seu pai era
pior, porque seria contra todas as crianças, meninos e meninas dos Filhos de Israel,
impedindo que elas sejam trazidas ao mundo.
Refletindo nas palavras da filha, Amram e Iohebed novamente se casaram e clamaram à
D’us para que interviesse a favor dos Filhos de Israel. Eles tiveram um filho. Iohebed o
escondeu o quanto pode, e tentou salvá-lo do decreto do Faraó, quando então a Divina
Providência o fez ser achado pela filha do Faraó que o nomeou Moshe. [19] Moshe,
portanto, foi a resposta de D’us para Amram e Iohebed sobre aquela difícil situação. D’us
respondeu enviando aquele que libertaria o povo de Israel da escravidão.
51 Moshê foi o mais humilde dos homens que viveram. (Bamidbar / Num 12:3) Sua
humildade era tão completa que ele não se considerava absolutamente nada que significasse
mais do que qualquer outro semelhante. Apesar de ser criado com todo luxo da corte do
Faraó, e com muitos privilégios, Moshe se considerada igual a todos, e o conceito egípcio
de castas, não lhe penetrava na mente e no coração. Ainda vivendo na corte do Faraó,
Moshe sabia da sua origem, e aprendeu a Sagrada Tradição de seus pais. Tudo o que era
por ele alcançado, era visto como vindo de D’us somente. Ele sentia realmente que caso
D’us houvesse abençoado outra pessoa com seus muitos talentos, esta outra pessoa teria
alcançado ainda mais realizações que ele. Sua virtude era nutrir estes sentimentos de forma
absolutamente sincera. [20] Esta auto-anulação positiva, serviu de forte contraste com a
arrogância de Faraó, que se dizia divindade, tal qual Nimrod antes dele. [21]
52 Quando D’us redimiu os Filhos de Israel, e neutralizou a idolatria dos egípcios, Seu
propósito foi conduzi-los à Revelação do Sinai para que recebessem a Torá. Isto deixa
claro que os Filhos de Israel apenas existem hoje, por causa e para a Torá. Daí
compreendermos que o único propósito da própria existência dos judeus, é a observância
do Pacto do Sinai.
53 Cinqüenta dias após os Filhos de Israel terem deixado o Egito, Moshe os leva
perante o Monte Sinai, onde o público de 600,000 homens, e pelo menos 1,400,000
mulheres e crianças [22] testemunhou o ETERNO, dizer: “EU SOU O ETERNO, Vosso
D’us, Quem vos tirou da Terra do Egito; da casa dos Escravos.”
Esta é a base e o sustentáculo do Judaísmo; a experiência real dos Filhos de Israel com
D’us perante o Monte Sinai. Isto comprova a origem divina da Torá ao mesmo tempo
em que demonstra o caráter profético superior de Moshe.
54 D’us havia partido do jardim do Éden, e agora havia voltado ao Monte Sinai na
entrega da Torá. Portanto, na entrega da Torá; o pecado de Adam havia sido retificado.
O homem que havia perdido a noção de “certo e errado” em troca da noção “de bem e
mal”. Esta última, porém, foi recupera pela entrega da Torá quando a noção de “certo de
errado” pode agora penetrar na mente humana, e a pessoa poderá ter certeza a respeito
de suas próprias noções de Justiça, sabendo que elas devem estar afinadas com a
sabedoria de D’us, registrada na Torá.
55 Esta foi a Divina Revelação, cuja proporção, a mente humana não pode sequer
começar a compreender. Todos os cegos, surdos, doentes foram instantaneamente curados
pela exposição direta à Divina Presença. [24] Todas as Neshamot (espíritos) dos justos,
mesmo daqueles que apenas viriam a nascer no futuro, foram trazidas para testemunhar o
fenômeno da Revelação da Divina Presença. [25] Todos aqueles que ainda deveriam
nascer neste mundo, estiveram no Sinai para testemunhar a verdade de D’us e assim
reconhecê-la quando procurarem por ela.
56 Este foi o selo de D’us, sua Verdade. Isto é, a revelação Nacional é o selo da
Verdade de D’us revelada ao povo de Israel.
57 Com a entrega da Torá, o D’us da Tradição dos Filhos de Israel, provou Sua
Existência absoluta e a verdade de que escolheu os descendentes dos Patriarcas que
colaboraram com o retorno da Divina Presença, Avraham, Itzhak e Iáacov; e os Filhos de
Israel, para que preservassem para sempre o testemunho sobre a Revelação e Realidade do
SER Primeiro, o Senhor do Universo, Criador e Sustentador do mundo.
62 Quando Moshe subiu ao Monte Sinai, para encontrar-se com D’us, a terra e os céus
tornaram-se unificados de forma especial. Isto é, foi aberta a possibilidade de contato
espiritual e material para que as pessoas possam elevar a si mesmas por intermédio da Lei
Divina. D’us irradiou sua Santidade sobre a Terra. Por isso os fenômenos ocorriam com
tamanha freqüência, conforme os registros das Escrituras. Então, pela primeira vez desde a
Criação do mundo, objetos tornaram-se saturados pela Santidade [ou seja, através dos 613
mandamentos]. Uma das características da Aliança do Sinai é revelar o “divino” em
todas as coisas; isto é, a revelação para os filhos de Israel de que o universo é um
laboratório divino e que eles seriam os responsáveis de trabalhar com estas forças divinas
para beneficiar a humanidade. O pergaminho da Torá, e outros [escritos dos escribas], os
animais ofertados, os utensílios usados no Tabernáculo, e depois no Serviço do Templo, e
os próprios Filhos de Israel tornaram-se sagrados junto ao ETERNO, significando que eles
foram separados especialmente para atender aos propósitos do Pacto do Sinai, para o
Serviço Divino (Shemot 19:6) [27] Assim compreendemos que a energia de Santidade
divina é uma força real e que afeta pelo contato, aqueles que com ela se envolvem mais
diretamente. Esta força provocava diversos fenômenos no Templo e garantem a
prosperidade e bem estar dos povos.
68 Mas existem também, males hodiernos específicos que precisam de nossa atenção:
Primeiro, o desprezo à espiritualidade pela humanidade, atingiu um estado desesperador.
Metade do mundo adotou [ou pratica em sua vida] o conceito filosófico do Ateísmo (que é
considerado pelos judeus como o pior tipo de Idolatria), e grande parte do resto do mundo,
mesmo com suas religiões idólatras tradicionais, procura a profanação da sexualidade, a
imoralidade e a exclusiva ocupação com a materialidade ao invés de trabalharem pela paz
mundial.
Suas sociedades não podem impedir o crime, a violência, a miséria e a opressão em seu
meio, e na verdade eles mesmos alimentam tais males. Assim as nações estão sentindo as
dores de suas escolhas errôneas.
NOTAS
[1] Talmud de Babilônia.
[2] ...mesma citação.
[3] Comentário de RASHI, sobre Va-Icrá {Levítico} 1:1, “dizendo....”
[4] RASHI é o acrônimo de “Rabino Shelomo filho de Itzhak”, autor da maioria dos
comentários das Escrituras e do Talmud. Rashi viveu na França Medieval, nascido no ano
de 1040 da Era Comum (4800 da Criação). Mesmo que ele explique na maioria das vezes o
significado literal dos textos, de modo que até uma criança pequena seja capaz de entender
seu comentário, estes também atingem níveis espirituais extremamente elevados, e difíceis
até para os mais avançados sábios.
[5] Do livro, {Capítulos} “Ética” dos Pais, ou Pirkei Avot, 5:6
[6] Do Livro, Midrásh Rabáh, Bati L’Gani, Maamar {discurso} do Sexto Rebe de
Lubavicht, Rabi Iosséf Itzhak Shneerson, de abençoada memória.
[7] Talmud de Babilônia.
[8] Do Livro Ta’amei HaMinhaguim {A Lógica dos Costumes}
[9] Comentário de RASHI, sobre Bereshit 25:22, “E eles lutaram”; e sobre o comentário de
Bereshit 28:11, “E ele pousou no local”
[10] ...do mesmo... Bereshit 11:1 “uma outra explicação...”
[11] Talmud de Jerusalém, comentário de RASHI sobre Bereshit 11:1
[12] Do Livro, Zohar (Esplendor), Ialkut Me’Am LoEz
[13] O comentário de RASHI, sobre Bereshit 18:21, onde é mencionado que os naturais de
Sodom mataram cruelmente, um estrangeiro e uma garota, por darem alimento a um
pedinte.
[14] O comentário de RASHI sobre Shemot 7:22, que estabelece que quando a primeira das
dez pragas, que transformou o rio em sangue, estava cumprida, o Faraó disse para Moshê e
Aharon, “Você traz magia ao Egito, que já é cheio de Magia?”
[15] Comentário de RASHI em Bereshit 26:5
[16] Comentário de RASHI em Bereshit 37:2, “E Iosséf trouxe más notícias ao seu pai...”
[17] Comentário de RASHI em Bereshit 46:28, “Na frente dele...”
[18] Comentário de RASHI em Shemot 5:4, “Ide as vossas cargas...”
[19] Comentário de RASHI sobre Shemot 2:1, “E ele tomou a filha de Levi...”
[20] Livro Likutei Sihot, do Rabino Menahem Mendel Schneerson, volume 13, página 30
[21] Comentário de RASHI sobre Shemot 7:15, “Ele foi às águas...”
[22] Livro Beit Elokim, de Moshê de Trani, citado na obra Shaar HaIessodot
[23] Mas permanecendo aproximadamente, quarenta polegadas acima da Terra
[24] Comentário de RASHI sobre Shemot 20:15, “E todo o povo viu...”
[25] Do Livro da Nossa Herança, volume 3,página 86
[26] Livro Mishnê Torá, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 11
[27] Do Livro Torá Or {Luz da Torá}, de Shneur Zalman da cidade de Liadi, página 68ª
[28] Do Livro, o Santuário desconhecido, Uma peregrinação de Roma à Israel, páginas
147-149
[29] Do Livro Seder HaDorot
[30] Talmud de Babilônia
[31] Talmud de Babilônia
Bnei Noah do Brasil - Centro Noahide de Estudos ® 2007
Todos os direitos reservados
בס''ד
Com a ajuda dos Céus.
Classe #1
Os Mandamentos Noahides:
História, significado e modo de vida.
NOTAS:
• As páginas na WEB de conteúdo Noahide em Inglês, www.asknoah.org; e em
Português www.bneinoahdobrasil.com.br; são para enriquecimento do
conhecimento e não são necessárias para responder as questões.
• As provas para a lição 1 serão enviadas em alguns dias.
• Todas as provas da tua classe “# 1” deverão ser enviadas para o assistente
Alberto para avaliação, no bneinoahdobrasil@yahoo.com.br.
Introdução do capítulo 1
Texto original on-line, para estudo particular no:
http://moshiach.com/action/morality/in-depth.php
Nota: Embora estas lições contenham algumas citações à fonte textual (do livro
anteriormente mencionado), os alunos do Bnei Noah do Brasil devem estudar “este” texto
enviado como propósito do curso, e não necessariamente precisarão da Obra que utilizamos
para responder as perguntas. Os textos em “azul” são comentários auxiliares, para ajudar na
compreensão da Filosofia Judaica presente no texto, elaborados pela equipe do Bnei Noah
do Brasil.
1 A doutrina dos Sete Mandamentos de Noah traz ao mundo a idéia judaica da
unicidade. Na verdade, a própria idéia de unicidade religiosa surgiu no Judaísmo. Pois
dentre as religiões do mundo, o pensamento corrente é que a pessoa apenas é justa se se
converter àquela religião; enquanto que no Judaísmo a doutrina base, é que todas as
pessoas têm sua Aliança com D’us; sem necessidade de tornar-se judeu por intermédio
da conversão.
2 Aonde quer que este conceito esteja para além do pensamento judaico, ele foi
tomado dos judeus. [1] E quando nós falamos em unicidade, queremos dizer tanto a
unicidade de D’us como a unicidade da humanidade. A unicidade de D’us; é a
compreensão de que existe um Uno e Único D’us para todos os seres humanos do mundo;
em contraste com a crença de que haveria um deus para cada nação, que favoreceria
apenas seu próprio povo. Depois a unicidade da humanidade, pela crença na Criação de
D’us de um único homem, e não de várias raças de homens em separado, como nas
crenças politeístas. Assim, para o Judaísmo, os seres humanos são todos de uma mesma
fonte, apenas separados pelo seu comportamento.
5 O judeu trilha seu caminho, e o gentio trilha o seu, e assim teremos a verdadeira
unicidade: o único D’us é encontrado em ambos os caminhos, porque o único D’us foi
quem nos deu a ambos. Não é por desejar ser o que não é que uma pessoa demonstra ter
fé na Torá ou no Judaísmo. Ou seja, embora devamos dar importância ao que significa
“ser judeu”; isto de modo algum deve nos servir de incentivo para “tornar-se judeu”;
uma vez que “toda” a criação de D’us tem seu propósito sublime e, portanto, o gentio é
tão importante para D’us como o próprio judeu. Servindo a D’us por meio da
propagação e incentivo a pratica do bem, é que a maioria dos membros da humanidade, os
gentios; provam sua fé na Torá de D’us. Não é preciso “ser judeu” para ser justo e,
portanto, a pessoa deve compreender que também é fruto da Vontade de D’us, sendo
gentio, tanto quanto o Judeu.
6 As Leis Noahides definem o caminho que D’us deu para todos os povos não-
judaicos do mundo. [3] São o reflexo da Vontade de D’us para cada ser humano vivo. A
vida religiosa - mais repleta de regras - tal como a vida judaica, não aconteceu por acaso.
Se no caso de Israel, a responsabilidade foi aumentada, o motivo que levou a isto deve ser
investigado e levado em consideração para tornar possível a compreensão deste
acontecimento; e sua utilidade para o mundo. Não existe, pois, a noção de preferência
de D’us por Israel. A existência de Israel foi necessária para o mundo tanto no passado,
como hoje em dia.
7 As Sete Leis de Noah representam a mais antiga das filosofias éticas, e são
preceitos tão antigos quanto qualquer religião, pois elas foram dadas à Adam, o primeiro
homem, no dia da sua criação. [4] Surpreendentemente, as Sete Leis de Noah continuam a
ser novidade e a menos popular de todas as doutrinas religiosas. A surpresa no caso, diz
respeito ao fato de que todos os povos guardaram consigo algo desta tradição; uns de uma
maneira e outros de outra, em maior ou menor grau; e mesmo assim, muitos estranham o
fato de saberem que possuem uma Aliança com D’us independente das religiões existentes
no mundo; uma Aliança estabelecida deste o princípio da história.
9 Mas agora, nestes últimos dias, quando os passos de Mashiach (Messias) podem ser
ouvidos por todos aqueles que estão atentos, os Sete Mandamentos de Noah devem
finalmente ser estudados e observados por todas as pessoas de todas as nações. Um dos
fenômenos considerado “passos” de Mashiah, é o despertar do interesse das pessoas para
com o Judaísmo apesar de séculos de propagação do Anti-Semitismo. Além disso, o anti-
semitismo ainda vive no coração de milhões de pessoas; incluindo pessoas influentes no
meio social de todos os povos do mundo e, portanto, boa parte da população manipulada
pela mídia continua sob esta influencia. Porém o fato de que os milhares de pessoas ao
redor do mundo que estão dando ouvidos aos ensinamentos da Torá através do Judaísmo
indicam uma “ação Divina” entre as nações, que está levando os povos ao reconhecimento
da sua verdadeira herança e, finalmente, ao retorno das nações que provocará a Vinda do
Mashiah.
11 Esta luz divina é eterna, e nela sua alma recebe recompensa eterna. [5] A
recompensa pela observância dos 7 Mandamentos; beneficia tanto o mundo físico como
garante ao observante sua “porção” do Mundo Vindouro; que é o futuro abençoado no
qual este planeta será purgado de seus malfeitores; e habitado apenas por Justos. Fala-se
de “porção”; porque este benefício será dividido com muitos outros também observantes
das Leis de D’us. Mas de qualquer forma, o prazer, a sabedoria e a compreensão da
grandeza do Mundo Vindouro serão proporcionais ao merecimento do Justo, mediante
sua dedicação em conhecer e praticar as Leis de D’us neste mundo.
13 A barreira que deve ser eliminada como preparação para a observância das Sete
Leis de Noah é a aceitação da idéia de que o caminho da humanidade rumo ao Pai é
preservado através dos ensinamentos dos rabinos [observantes]. Vivemos num mundo, no
qual autoridades não são mais consideradas dignas de respeito [nem mesmo a autoridade
de D’us]. Assim, as pessoas não mais levam a sério a noção de organização hierárquica
humana; no que toca ao “conhecimento”. Porque, em quaisquer outras áreas, a Torá
iguala todos os seres humanos numa mesma categoria. Porém, quando o assunto é
conhecimento, a Torá exige de cada homem que respeite seu próximo, aquele que é mais
sábio do que ele. E a sabedoria é o conhecimento e prática dos Mandamentos de D’us.
Assim o gentio pode ter dificuldades, quando compara a estrutura rabínica de eruditos; à
estrutura eclesiástica dos templos; nos quais o sacerdote ou líder religioso nem sempre é
alfabetizado, e muito menos conhecedor do que deveria; para se pronunciar em nome de
D’us. Mesmo assim, as pessoas obedecem a suas determinações, sem considerar que ele é
ignorante no tema. Então as pessoas em geral não estão acostumadas a reconhecer e
respeitar um Erudito. Esta barreira é um dos primeiros obstáculos que Noahides precisam
superar para que possam desfrutar do conhecimento de D’us.
16 Quando D’us deu a Torá ao povo judeu no Monte Sinai, o povo aceitou toda a Torá
Escrita de boa vontade, mas D’us teve que erguer a montanha sob suas cabeças, e
ameaçar lançá-la sobre eles, para persuadi-los a aceitar a Torá Oral, [6] que é, a
interpretação rabínica [transmitida] das Escrituras Hebraicas. O fenômeno do
erguimento da Montanha sobre os Filhos de Israel é baseado no versículo da Torá em
Shemot 19:17 que declara: ְבּ ַת ְחתִּית ָההָר, וַיִּ ְתיַצְּבוּe estiveram ao pé do monte. Esta
declaração pode também ser lida - de acordo com a terminologia que usa = “E estiveram
embaixo do Monte”. Assim aprendemos que se de acordo com seu sentido simples o texto
indica que o povo estava ao sopé do Sinai; de acordo com seu sentido exegético, o texto
indica que a Montanha foi arrancada do seu lugar na ocasião do fenômeno, e foi
sustentada por sobre todas as pessoas ali presentes. O Talmud corrobora neste verso a
informação da Tradição de que os Filhos de Israel foram pressionados à aceitarem a Torá
Oral, caso contrário seriam sepultados embaixo daquela montanha.
17 Se os judeus tiveram dificuldades em aceitar a Torá Oral como não menos divina
que a Torá Escrita; tanto mais difícil deve ser para um não-judeu. Porque o não judeu não
teve a educação judaica e, portanto, pode não compreender como o líder religioso do
Judaísmo se diferencia de um Padre ou Pastor; cuja autoridade é considerada espiritual.
O rabino tem autoridade legal, ou Legislativa; sobre a Torá e seu significado. Sendo
assim, a pessoa terá que compreender que a interpretação da Torá não é realizada apenas
pela criatividade do estudioso (sob a desculpa de inspiração sobrenatural...) antes, é
avaliada de acordo com os 4 regras de interpretação: P’shat (Literal) – Remez (Alusivo)
– Drush (Hermenêutico) – Sod (Oculto); mais as 13 regras de hermenêuticas; aprendidas
de Moshe e preservadas pela Sagrada Tradição.
18 Os gentios, portanto devem aceitar as instruções dos rabinos [7], pois a fonte de
compreensão dos Sete Mandamentos encontra-se no Talmud e escritos rabínicos
posteriores a este, e em nenhum outro lugar. Devem compreender que são os eruditos no
tema que tem plena autoridade para indicar-lhes o real significado das coisas. Assim
como não se questiona a decisão de um médico, não se questiona a decisão de um rabino.
Isto é, do mesmo modo que um médico não fará declarações absurdas sobre uma pessoa
por ser conhecedor do tema sobre o qual expressa seu parecer; do mesmo modo, um
rabino não fará declarações absurdas sobre a Lei e, portanto, seu veredicto é confiável.
No entanto, os próprios sábios salientam que um rabino que não seja completamente
erudito; é pior para o mundo do que os homens da geração do dilúvio foram. O mesmo se
poderia dizer em relação a um médico incompetente. Isto porque o Judaísmo também
legisla sobre conhecimentos “não exatos” ou “não Haláhicos”, como temas de caráter
filosófico, que apresentam circunstâncias específicas e, portanto, suscetíveis a erros,
exigindo maior experiência e amplitude de conhecimentos. Porém no que toca à Halahá
(lei normativa judaica) o Judaísmo possui uma legislação exata e definida. E mesmo com a
crise espiritual que Israel vem sofrendo, na qual judeus não eruditos são nomeados
“rabinos” por comunidades não observantes; as pessoas devem ter sempre o bom senso
de compreender que um verdadeiro erudito da Torá, antes de qualquer coisa, será um
real observante de Seus Mandamentos; exatamente de acordo com os antigos mestres do
Judaísmo, desde a época talmúdica.
19 O gentio, assim como o judeu, deve se referir aos membros das nações não-judaicas
do mundo como Noahides. Isto é, compreender que eles são os descendentes de Noah. As
pessoas devem compreender que são de uma mesma origem; e que suas culturas adaptadas
ao pensamento e preconceito individual de alguns; deve por fim ceder espaço ao
universalismo das Leis de Noah que constituem a herança original das nações.
21 Os Bnei Noah são [e devem ser] correligionários dos Bnei Israel. Israel não pode
retificar o mundo sozinho; e precisa tanto das nações como as nações precisam de Israel.
22 Juntos, eles são parceiros pacíficos no esforço para aperfeiçoar o mundo e assim
satisfazer à D’us. O objetivo Divino que deve ser “satisfeito” é o estabelecimento da paz
entre os homens e sua completa dedicação à busca pela Sabedoria.
23 “O Caminho do Gentio Justo” é o chamado para ação; tanto para judeus como
para não-judeus, tanto ao Israelita como ao Noahide. Como o grande sábio, o rabino
Tarfon disse: “O dia é curto, o trabalho é longo, os trabalhadores são preguiçosos, a
recompensa é grande e o Patrão é exigente”. [8]
Tudo isto depende de nós, o que inclui você.
24 E, portanto, este curso-introdutório das Sete Leis de Noah foi preparado para
proporcionar conscientização desta verdade.
25 Isto quer dizer que, este não é um documento de autoridade final – até porque esta
missão compete aos especialistas, os rabinos - mas é um meio pelo qual uma pessoa pode
se familiarizar profundamente com o tema. Assim, tratamos daquilo que as Leis de Noah
evidenciam de acordo com a Torá Escrita e Oral. Não são todos os Rabinos que são
versados em todos os aspectos do Judaísmo, assim como os médicos são divididos em suas
funções e especializações; do mesmo modo são os rabinos. Portanto, não colocamos este
documento como se houvesse sido escrito por um grande Rabino, e sim como um meio pelo
qual, conscientizamos os Noahides à sua real missão espiritual; e compreensão, a fim de
que se libertem das dúvidas gerais e prossigam rumo ao conhecimento de D’us pelo estudo
da Sabedoria de Israel.
26 Nós esperamos e oramos para que o D’us de Avraham, de Itzhak e de Israel perdoe
qualquer erro que este trabalho possa ter, e que este se torne um instrumento para trazer a
humanidade mais perto do seu Pai dos Céus.
Possa Sua Presença ser Revelada neste mundo, prontamente e em nossos
dias; e habitar entre nós para sempre.
אמן
Notas:
[1] Mishne Torá, Leis da Idolatria, capítulo 1, Lei 2.
[2] no mesmo, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 10
[3] no mesmo; capítulo 8, Lei 10
[4] no mesmo, capítulo 9, Lei 1
[5] Likutei Torá, Rav Shneur Zalman de Liadi, comentando Behukotai, página 45, coluna 3.
[6] Talmud Babilônico, Tratado de Shabat 88a. A Tradição Oral da Torá, que é sua
explicação minuciosa e que abrange não só a Lei de Moisés, mas todas as Escrituras
Sagradas Hebraicas; é passada geração após geração pela Tradição Rabínica. Esta Tradição
contém a interpretação primordial das Escrituras de acordo com seus editores e redatores
originais e os discípulos deles; e o conjunto destas informações é intitulado: Massorah. As
Escrituras que temos hoje, possuem seu texto completamente preservado e livre de
equívocos, graças ao trabalho daqueles que preservaram a Massorah e, portanto é tão
confiável quanto as próprias Escrituras; pois sem ela as Escrituras não existiriam.
[7] Os rabinos refere-se a aceitação voluntária da absoluta autoridade da Torá Escrita e
Oral.
[8] Pirkei Avot (ética dos pais) 1:15.
Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO # 2 de 8
17 E esta é a única forma “real” de comunhão com D’us; isto é, pelo intelecto,
exercitando o estudo da Sua Lei. D’us, o SER Primeiro; criou no homem o mecanismo
perfeito de interação: A Consciência. O ser racional é o único capaz de usufruir o pleno
livre-arbítrio; e é o único capaz de estreitar suas relações (ou romper com) a emanação da
Força Divina nos Mandamentos; tendo a capacidade de restaurar (e destruir) o mundo. A
“comunhão” com D’us ocorre, quando harmonizamos nossos pensamentos com Sua Lei
eterna. Assim refinamos nossa percepção espiritual, a ponto de nos conscientizar da ação
constante de D’us na sustentação do Universo, e na plena contemplação do exercício da
Sua bondade.
18 Isso também determina que os alegados “contatos” com D’us com base nas
emoções, tal como sustentado pela maioria das religiões, não merece crédito, porque são
fantasiosos. Os fenômenos químicos produzidos pelo nosso cérebro, não são sinais da
“presença Divina”. Antes, à compreensão e internalização dos Mandamentos de D’us,
comprovam nossa “comunhão” com Seus propósitos. E o refinamento de nosso caráter, é
o sinal externo da Divina Presença em nós. Não obstante, nossas emoções são importantes,
e devem ser controladas e “utilizadas” pelo nosso intelecto, a fim de exteriorizar nossa
gratidão e confiança em D’us; para facilitar nossa própria absorção de Seus ensinamentos
e bênçãos. Por isso, os profetas se preocupavam muito em “estarem alegres”; sendo esta
uma condição necessária para o exercício da profecia. Porém, “estar alegre” não era o
sinal da profecia; nem uma de suas manifestações, e sim um preparo para proporcionar o
que viria depois. Do mesmo modo, as emoções devem servir de preparo, para que
possamos receber a instrução de D’us e adaptar a ela o nosso pensamento e
comportamento da melhor forma possível. É muito importante servir à D’us com alegria,
mas é mais importante distinguir o fato, de que a alegria é um sentimento humano, não
uma manifestação de D’us.
20 Mas a pessoa que admite sobre si o Pacto Universal, por ter D’us outorgado a Torá
no Monte Sinai, perpetua a tradição universal, por meio da Tradição de Israel; e torna-se
parte dos ( חסדי\צדיקים מאומות העולםLê-se “Hassidei/ Tzadikim M’Umot HaOlam”) -
PIEDOSOS/ JUSTOS, DENTRE AS NAÇÕES DO MUNDO, e recebe o direito de
vivenciar o Mundo Vindouro, que é o futuro reservado aos justos. [5] Esta ligação imediata
com D’us, por intermédio da Sua Aliança exercida com plena consciência, é a
comprovação de que a pessoa está em comunhão com os princípios Divinos. Por isso a Lei
Judaica determina que tal pessoa é um Justo, dentre as nações do mundo; isto é, alguém
capaz de transformar o mundo, pelo poder de D’us no exercer dos Seus Mandamentos; já
que o mundo é apenas sustentado pelos justos que nele habitam. Este status espiritual
proporciona que as orações da pessoa sejam realmente eficazes e influentes perante o
Tribunal Celeste. Mas o “justo” não pode ser “ignorante” para apresentar sua “causa”
perante o Tribunal. Assim, o estudo proporciona plena consciência da sua
responsabilidade perante o Tribunal Celeste; para que Sua intervenção por si mesmo ou
pelos outros; seja eficaz. Porém uma condição básica para comparecer perante o Tribunal
Celeste, isto é, para que uma oração seja influente num julgamento Divino; é o exercício
dos mandamentos por parte do seu representante. O Justo, no entanto, não é
necessariamente o sábio. O justo é aquele que observa os Mandamentos, conforme tem
aprendido. Porém, para que suas alegações, petições e declarações sejam consideradas
perante o Tribunal Celeste de forma efetiva, a pessoa deve argumentar perante D’us com
sabedoria, sendo tanto justo como sábio. Esta é a base da oração intercessora.
01 Existem pessoas que desprezam a Tradição Sagrada, por acreditarem que os Filhos
de Noah foram comandados a observar “apenas” estes 7 Mandamentos; desprezando assim
a Vontade de D’us desde a Criação do Mundo. Este pensamento errôneo (de que os 7
Mandamentos do Pacto Universal seriam normas “menos importantes” espiritualmente em
relação às observâncias do Pacto do Sinai) deriva de um erro de interpretação da
mensagem das Escrituras e da missão de Israel, quando a pessoa passa a considerar os
judeus “superiores” aos demais povos e a tratar a eleição de Israel, como uma outorga de
privilégios da parte de D’us. Nada pode estar mais longe da verdade!
Primeiro, é preciso entender que não existe parcialidade em D’us. Ele não outorga aos
homens nada que estes não mereçam realmente, nem concede como benção aquilo que não
lhes é necessário.
Segundo, não existe noção hierárquica no que toca ao relacionamento do homem com
D’us. Isso estabelece que D’us ouve o Sumo Sacerdote de Jerusalém com a mesma atenção
que ouve o mais perverso dos homens que lhe dirija o pensamento, em seu momento de
arrependimento. (No entanto, D’us não considera as orações dos perversos. As recebe...
mas não as considera...) Porém D’us pune os que violam Seus Mandamentos e abençoa os
que dele se ocupam.
Terceiro, Bereshit nos ensina que quando D’us criou o primeiro homem; expressou todos
os deveres que este tem a obrigação de vivenciar, por meio de um único Mandamento.
Isso determina que não é a “quantidade de Mandamentos” que eleva uma pessoa perante
D’us, pois entre o “receber” e o “cumprir” um Mandamento, há uma ponte enorme; pela
qual a maioria não consegue atravessar. D’us outorgou aos homens, mandamentos de
acordo com seu potencial espiritual; e quanto mais elevado for um homem, menos
mandamentos precisará. Por isso, Adam o primeiro, por apenas um Mandamento;
conheceu e compreendeu todas as 7 forças espirituais pelas quais existe o mundo, para
executar suas obrigações perante D’us (pois no seu relacionamento com D’us no Éden, ele
recebeu instruções orais de D’us a respeito das 7 Leis e da tradição à transmitir aos seus
descendentes). Porém após Noah, foi preciso explicar passo a passo, os 7 Mandamentos; a
fim de colaborar na compreensão do homem. (isto é, apesar de Noah e seus filhos serem
plenos conhecedores das 7 Leis de Noah, foi preciso re-interar com ele, a validade da
Aliança, para que Noah soubesse que estava sob sua responsabilidade a continuação da
tradição que chegou até ele) E na geração dos Filhos de Israel, D’us outorga os 613
Mandamentos; demonstrando o quanto, os seres humanos haviam declinado de sua
compreensão do Criador; ao mesmo tempo em que ensinava sobre como deveria ser
elaborada a justiça perante os homens. Os Filhos de Israel receberam instruções
minuciosas, intimamente relacionadas com a sua missão no Mundo, como Guardiões da
Torá. Já os Noahides, que não tem obrigação quanto à guarda da Torá, e sim quanto à
observância e desenvolvimento prático das Leis Primordiais de D’us no mundo; para além
dos limites impostos sobre os judeus continuam obrigados à observar as mesmas 7 Leis
Universais; podendo, no entanto, contrair outras observâncias, contato que estejam de
acordo com seu regimento espiritual e colaborem para melhorá-lo e aperfeiçoá-lo. Por
isso sua liberdade é maior – pois uma exigência mínima lhes é imposta sob forma de
Mandamento, e o crescimento espiritual a partir dela, é opcional – ou seja – deve partir de
uma motivação interna, e sincero desejo pela justiça. E assim, quando a completa
restauração do mundo acontecer; até mesmo entre os judeus, a liberdade será maior; pois
o mundo estará mais preparado para receber a emanação da Divindade, e Israel não
precisará mais “guardar” a Torá no sentido dela estar ameaçada pelo risco de
profanação ou desaparecimento. Daí Israel deverá apenas desenvolver a Torá e revelar ao
mundo seus mistérios. Todos os povos serão reunidos por D’us num status espiritual
elevado, de acordo com o mérito de cada pessoa. E o menos “instruído” dos homens desta
época futura, será comparado ao maior sábio desta geração. Portanto, se D’us não
ordenou todas as práticas judaicas aos demais povos, é porque elas não lhes são
necessárias e em nada lhes beneficiariam; senão naquilo que poderiam lhes inspirar pelo
estudo. Já os filhos de Israel precisam tanto do sentido, como da prática de todos os
mandamentos, para conseguirem cumprir sua missão. Mesmo que existam mandamentos
que podem ser observados por Noahides, estes não são os Mandamentos que são “sinais”
entre D’us e Israel; para lhes reafirmar o Pacto do Sinai. E os Mandamentos permitidos
aos Noahides devem ser realizados com, motivação e compreensão corretas; caso
contrário, serão completamente inúteis e não oferecerão o benefício que deles poderia ser
extraído. Assim, qualquer observância em nome de D’us, deve acompanhar o pleno
conhecimento e compreensão do que se está fazendo, para não correr o risco de que seja
considerado Avodá Zará – Culto Estranho e assim consistir numa violação do
Mandamento Noahide contra Idolatria.
02 Tais pessoas erram, desprezando a Legislação que D’us criou desde o princípio; e
não conhecem o motivo da existência do Pacto do Sinai, e da separação de Israel dentre
todas as Nações. Sem tais conhecimentos, as pessoas não são capazes de compreender
porque os Mandamentos de Israel lhe são exclusivos, nem podem assimilar a verdade da
Aliança Universal de D’us.
03 São aqueles que declaram erroneamente que também os gentios deveriam cumprir
os 613 Mandamentos ordenados apenas à Israel, e declaram tal absurdo, sem sequer
conhecer devidamente o conteúdo destes 613 Mandamentos.
Como se não bastasse, que profanem o Nome de D’us por sua observância dos
Mandamentos de Israel, ainda se imaginam “conhecedores” destes Mandamentos; se
passando por judeus, como se D’us lhes aprovasse tal mentira. Fingir ser o que não é, e
agir como um ator representando seu papel é estar vivendo uma ilusão, e estas pessoas
estão assim imaginando estar servindo a D’us, algo que lhes é prejudicial, tanto espiritual
como moralmente. Esta forma de viver por ilusões é indigna de um homem racional e
acaba por levá-lo ao confronto com a Lei Divina; o que anula a validade de todas as suas
“intenções” perante D’us, colocando-o na qualidade de Idólatra, como quaisquer dos
adoradores e estátuas, ídolos e etc. E estas pessoas que ainda defendem seu erro,
escondendo-se atrás do seu orgulho, recusando-se a compreender que sua “realidade” é
na verdade uma “ilusão”, não terão parte no Mundo Vindouro. Estes são os que se dizem
judeus sem ser, e profanam o Nome de D’us por insistirem no cultivo da ignorância, como
disse Shelomo na sua Sabedoria, “o tolo não sabe que faz o mal”.
04 Certamente o que alegam é um absurdo tão grande que nem se dão conta, de que
não estão vivendo de acordo com os Mandamentos que alegam dever cumprir, e nem
estão cumprindo seu “real dever” para com D’us perante o Pacto Universal. Os
Mandamentos do Sinai são específicos e exatos. Se não forem realizados de acordo com as
corretas intenções e de acordo com todos os detalhes práticos da Lei; não surtem qualquer
efeito – mesmo - sobre os judeus. De fato (citando como exemplo de um Mandamento
Judaico extremamente detalhista), sobre o Mandamento de Tefilin (Filactérios), por
exemplo, os rabinos declararam “Aquele que coloca o Tefilin de forma errônea, é como
se não o tivesse colocado”; isto é, basta um único pensamento impróprio, ou uma
imprecisão ou inabilidade prática; para invalidar todo o preceito. O mesmo se diz em
relação ao Shabat. Basta uma única atitude errônea, uma única violação de quaisquer das
melahot (obras) proibidas, e todo o Shabat é profanado. O mesmo para a Oração, e para
assim com os 613 Mandamentos em geral. Assim, os tolos que se vestem de judeus; se
realmente o fossem, seriam péssimos judeus, e profanariam o Nome de D’us tanto quanto o
fazem agora. Pois toda e qualquer pessoa que imagine que D’us ordenou a gentios sobre
quaisquer das práticas do Sinai, demonstra apenas sua completa ignorância dos
Mandamentos de D’us e das Escrituras Hebraicas.
06 O Ben/ Bat Noah pode observar muitos dos 613 Mandamentos do Pacto do Sinai, e
por isso receber recompensas adicionais [7]. Isso apenas, se observados com propósitos
voltados para a própria Aliança de Noah; a fim de que sejam fortalecidos em seu serviço
Divino por este recurso extra. No entanto, se a pessoa imagina estar “elevando-se” acima
dos outros Noahides, comete um erro grotesco. As Leis do Sinai permitidas aos Noahides
são forças espirituais pelas quais ele pode fazer uso, para poder concluir missões
espirituais mais difíceis dentro da sua Missão e alcançar elevação espiritual elevada.
Como não são obrigatórias, aquele que optar por não observá-las, contato que seja
observante das 7 Leis e de sua Jurisprudência; não deve ser discriminado por isso.
Portanto, apenas o estudo profundo da Legislação pode proporcionar o conhecimento
adequado sobre como usar a força espiritual de um Mandamento, além das 7 Leis de
Noah.
07 No entanto, o Ben/ Bat Noah deve saber com clareza, “quais” destes Mandamentos
Não Deve Observar; sob o risco de profanar o NOME de D’us, e sua Aliança com as
Nações. É com isso que mais deve se preocupar enquanto estuda sobre o Pacto do Sinai.
Deve compreender que este teve um propósito muito específico; voltado à uma situação
especial, e apenas existe para um específico fim; cuja missão está sob responsabilidade
dos Filhos de Israel. O risco de profanação por parte de um gentio assemelha-se ao risco
de um policial se passar por médico numa mesa cirúrgica. Ele pode ser bom naquilo que
faz, mas certamente matará o paciente se usurpar o lugar do médico em sua função. E
vice-versa!
08 Estes são os Mandamentos (que não devem ser observados pelos gentios) [8]:
a) - Observar o Shabat, da mesma forma pela qual os judeus são obrigados a fazer, ou
seja, observando as restrições das 39 Melahot (obras) proibidas, relativas ao Shabat, que
tem relação com a construção do Mishkán (o Tabernáculo do deserto).
b) - Observar os Iamim Tovim (Feriados Sagrados), como Pessah (Páscoa Judaica), por
exemplo, da mesma forma pela qual os judeus são obrigados a fazer; ou seja, evitando
realizar as proibições semelhantes às do Shabat nestes dias.
c) - Estudar as minúcias da Torá que não se aplicam a gentios de forma alguma, nem
adicionam nada diretamente ao Serviço Religioso Noahide, como por exemplo, os detalhes
práticos das Leis sobre Korbanot (Ofertas) específico dos Sacerdotes, ou Leis de Tefilin
(Filactérios) - tais como fazer, escrever pergaminhos ou mesmo sobre como os colocar; ou
estudar sobre as minúcias do Tzitzit (Franjas), seja sobre como manufaturá-los ou prepará-
los.
e) - Escrever, ou fixar Mezuzá, o pergaminho que contém textos da Torá sobre a ordem de
escrevê-los e colocá-los no batente da entrada de casa.
E até mesmo estudar qualquer trecho da Torá sem propósito prático. A Torá não deve
ser considerada um livro de “leitura devocional”. Antes é um Manual de Estudo profundo.
Portanto, não é correto ler a Torá simplesmente porque não se tem nada pra fazer. Se
precisar de uma leitura ociosa, o Noahide deve se ocupar de outros livros ou revistas, mas
não da Torá. Ele deve reservar do seu tempo, seu momento de concentração, para que
possa se ocupar da Torá de D’us adequadamente.
(NOTA: A ação divina pode iniciar, punindo-o de maneira geral, para convencê-lo
de parar com tais práticas, pois o conteúdo do Pacto de Israel, não é mera
questão de escolha de caráter religioso ou pessoal, mas é uma Instituição divina,
assim como o próprio Pacto de Noah, e a pessoa deve aprender a submissão à
D’us, e a tratar com seriedade sua sagrada Aliança com a humanidade tanto
quanto Sua Aliança com os judeus).
02 Caso o Ben/ Bat Noah observe qualquer destes Mandamentos por outra razão...
nenhuma recompensa espiritual será derivada disto, e a pessoa não estará cumprindo a
vontade de D’us, mas apenas a própria vontade. Este é o erro das religiões criadas pelos
homens. Elas apenas refletem o exercício da vontade humana. Porém o homem carece de
compreensão dos mecanismos das Leis Espirituais que regem o universo. E apenas D’us
pode orientar sobre como tais forças podem e devem ser utilizadas para nosso benefício e
ELE fez isto, ordenando Seus mandamentos. Assim, quando uma pessoa faz um bem, por
motivação própria, a Lei de Midá Knegd Midá (medida por medida) se lhe aplica, e a
pessoa recebe medida por medida de seu ato positivo. Porém, sua Neshamá não será
plenamente beneficiada disto, senão o material ao seu redor. As forças Divinas que devem
fluir pela execução do Mandamento continuarão bloqueadas pela pessoa, até que ela
reconheça o caráter elevado do Mandamento e propósito de D’us na sua promulgação.
Assim, a prática dos mandamentos deve estar associada à fé em D’us. No sentido de
que deve estar em sintonia com os propósitos de D’us para o homem e seu mundo.
03 Caso um Ben/ Bat Noah disser, “estas Leis me parecem corretas ou sensíveis e
benéficas, e, portanto eu vou observá-las” suas ações em relação a isso não conseguirão
nada no mundo espiritual, embora seja uma atitude benéfica de qualquer forma, nenhuma
recompensa espiritual é alcançada. [11] E disto compreende-se que os benefícios
realizados pelas religiões são legislados pela regra de Midá Kenegd Midá. Mas não
colaboram com a plena retificação espiritual do mundo, nem proporcionam que a divina
Presença seja manifesta no mundo; porque apenas estão adequadas aos interesses dos
homens, que geralmente tem raízes egoístas. Mesmo quando faz o bem, o homem procura
por isso a honra, o respeito e enfim, o massagear do seu ego.
06 Aquele que escolhe fazer isso é intitulado pela Lei de Guer Tzedek (Convertido
Justo). [13] Isto é, apenas é um convertido autêntico, aquele que é justo; o que neste
contexto refere-se àquele que está determinado a ser observante de todas as
determinações da aliança do Sinai. Os “convertidos” que adotam o modo de vida dos
judeus liberais, ou de quaisquer entidades judaicas não observantes dos Mandamentos;
anulam sua pretensão à “conversão” perante o Tribunal Celeste, e caso não procurem
autoridades observantes para realizar de fato sua conversão, continuam a ser Noahides
em todos os aspectos da Lei sendo, portanto, culpados por sua observância de quaisquer
preceitos da Aliança do Sinai que não se aplicam a Noahides, além de acrescentar a culpa
dos judeus que realizam atos que profanem o Nome de D’us no mundo.
10 Veja só que o propósito do Pacto do Sinai é separar um povo de toda a terra, para
que este povo preserve a herança de todos os demais, de modo que mesmo que todas as
nações tenham abandonado o Conhecimento do ETERNO, poderão voltar à ELE; voltando-
se à tradição preservada por Israel. Portanto, o gentio deve receber de Israel a mensagem
divina, e voltar seu caminho “rumo ao Pacto de Noah” do qual faz parte.
Por isso, todo Ben/ Bat Noah deve ter em mente, que não é o número de Mandamentos que
faz alguém mais importante diante de D’us, até porque, de que adiantaria ter ‘mais
Mandamentos’ e não praticá-los? É preciso entender que o motivo do Pacto do Sinai é
diferente do motivo do Pacto Universal. O Pacto de Noah estabelece o Reino de D’us no
mundo. O Pacto do Sinai estabelece a Preservação das Revelações de D’us entre os
homens.
12 Logo, o Pacto do Sinai de fato, separa Israel; mas “à serviço das Nações”, para que
eles transmitam a sabedoria de D’us que ficou ali preservada e que as nações haviam
abandonado em troca da idolatria que somente agora estão se libertando. Os Noahides então
devem aprimorar o mundo e aperfeiçoá-lo, enquanto Israel deve aperfeiçoar a
espiritualidade do mundo; e proporcionar que a Sabedoria de D’us seja mais conhecida e
melhor utilizada. Assim todos servem à D’us usufruindo Suas Bênçãos de acordo com a
Aliança entre D’us e os homens.
13 É estabelecido que a punição pela violação das Leis Universais de Noah, segundo
sua importância, é a pena capital. [15] A violação do requerimento mínimo para que a
justiça divina seja estabelecida no mundo, é um atentado contra a vida humana e
preservação do mundo. Portanto, passível de pena capital.
14 Quem viola as Leis de Noah, tal como os homens antes do dilúvio, atenta contra
toda a humanidade e promove o caos, tal como eles fizeram. De acordo com alguns
sábios, a punição é a mesma se a pessoa transgrediu sabendo ou sendo ignorante da Lei,
pois as Leis de Noah estão na consciência do homem. [16] Devido ao fato de que as Leis
Noahides podem ser deduzidas da própria consciência das pessoas, mesmo que elas não
saibam a respeito da sua importância, como Mandamento de D’us; não obstante suas
almas reagem quando o pensamento do crime surge em suas mentes, de modo que, se sua
atitude for ignorar a noção de certo e errado que todo tem; a pessoa é considerada
plenamente responsável por seus atos.
15 De acordo com outros sábios, um transgressor Noahide que seja ignorante, recebe a
pena de morte, apenas do caso de assassinato. [17] Devido ao fato de que ele pode ter
sido exposto a uma situação inusitada que resultou num crime que, portanto, fora cometido
sem a devida relevância do ato como violação da Lei de D’us. Mas no caso de assassinato,
ele é punido; pois já faz parte da cultura de todos os povos, que matar uma pessoa é um
crime; mesmo que a pessoa não o veja como “mandamento de D’us”. Deste modo, ambas
as opiniões dos sábios são aplicáveis em situações diferentes.
16 Caso os Tribunais Noahides não punam o indivíduo por violar os Mandamentos
Universais, seja por falta de testemunhas ou outro motivo legal, o transgressor será punido
pelo Tribunal Celestial. O exercício das penalidades de acordo com a Lei deve seguir
rigorosamente todas as existências que garantem ao tribunal a autoridade para executar
um criminoso. Dentre estas exigências, está a necessidade de uma testemunha fiel, da
admoestação da testemunha sobre o criminoso antes do seu crime; da recusa verbal do
criminoso em refrear sua conduta mediante o conhecimento de que seu ato é crime e a
pena é a morte; e por fim do ato do crime comprovadamente realizado pelo acusado. Se
alguma destas exigências não estiver plenamente satisfeita, o criminoso não pode ser
executado, mas deve responder por seus crimes com uma pena alternativa e rigorosa de
acordo com a gravidade do seu ato. Caso um criminoso que não tiver comprovado por
completo seu crime (e, portanto não puder ser executado pelo Tribunal humano), não se
arrependa de seus atos, recebe a pena de morte pelas mãos dos Céus; isto é, D’us Mesmo
proporcionará uma situação que levará o criminoso à morte, sem a menor chance de que
este acontecimento seja impedido por parte das autoridades humanas.
17 Caso o Decreto Divino ocorra, e a pessoa morra prematuramente (ainda jovem ou
jovial) o caso é referido como “morte pelas mãos dos Céus”. [18] Se o criminoso morrer,
por um comprovado acidente; ou por outras causas que não tenham interferência humana
intencional, é considerado como a execução da pena de morte pelas mãos dos céus.
01 Além das Leis universais, os Filhos de Noah devem assumir a Tradição perpetuada
no Pacto do Sinai, sobre honrar pai e mãe. [19] Esta obrigação não foi imposta sobre os
Noahides “sob alguma pena por intermédio do Tribunal humano” caso não sejam
cumpridas. Porém, os Noahides dos tempos das Escrituras, assumiram mediante o estudo,
a obrigação de honrar pai e mãe, e a fizeram parte de seus próprios costumes. Mesmo
quando o Noahismo foi apagado da cultura dos povos, sua escolha e influência
permaneceram misturadas à sua cultura particular, e ao redor do mundo; as pessoas são
inclinadas à honrar seus pais, embora imaginem que esta teria sido uma obrigação dada
pelo mandamento que na verdade é voltado aos judeus. Não obstante a isso, o Noahide
deve honrar seus pais, de acordo com a inspiração da Lei.
02 Algumas autoridades são de opinião que o Ben/ Bat Noah são obrigados a honrar
pai e mãe e a doar caridade, mas caso violem tais obrigações não recebem pena capital,
embora possam ser punidos pelo tribunal de outra forma. [20] Isto é, existe a possibilidade
do Tribunal Noahide estabelecer determinadas penas sob os Noahides que não honrarem
ou que maltratam seus pais. Estas penas devem ser avaliadas por eruditos da Lei, que
instituirão sobre os infratores, penas corretoras que promovam o apreço e a valorização
do bom relacionamento entre pais e filhos.
03 Algumas autoridades são de opinião, que embora não seja uma obrigação, os filhos
de Noah que observarem a prática da caridade receberão recompensas proporcionais. [21]
Porque estão agindo inspirados pelos Mandamentos. Muitos dos Mandamentos da Torá
podem ser estudados e explorados em seu conhecimento se o objetivo do Noahide for
inspirar-se para melhor realizar suas obrigações dentro da Aliança Universal. Todos os
Noahides devem, portanto dedicar suas vidas ao Estudo da Lei de D’us, no objetivo de
aprender sobre a inspiração da Lei, e adequar seu comportamento à esta inspiração. Esta
busca por elevação espiritual, porém, não é imposta sobre os Noahides sob nenhuma
penalidade, mas deve ser realizada por amor à Lei. O Noahide que agir desta forma
receberá recompensas pelo seu esforço perante o Tribunal Celeste.
04 Caso um Noahide que conheça as Leis e doe caridade, essa contribuição pode ser
aceita por um membro do Pacto do Sinai, pois será aplicada em instituições que promovem
o estudo da Torá. O dinheiro do Noahide, ganho com honestidade e devotado à prática da
Lei; é considerado sagrado e digno de ser investido em obras de Torá dentro do Pacto do
Sinai. Através do mérito em salvar a vida das pessoas menos favorecidas, doando-lhes
contribuições, a pessoa é salva até mesmo da morte. Este é o significado do que está
Escrito: A Riqueza não salva no dia da ira, mas a Tzedaká livra da morte. (Mishlei 11:4)
Mas um Noahide que não observe os 7 Mandamentos não pode doar contribuições à Israel
e Israel não pode aceitar de suas mãos. Porque o fruto do seu trabalho é profano e
dedicado apenas a si mesmo (Egolatria). Além disso, ele pode ser idólatra ou de si mesmo
ou de outro ídolo; pelo que o fruto do seu trabalho é indigno de ser investido em projetos
de Torá. Ele apenas pode contribuir com outros necessitados Noahides. Porque o fruto do
seu trabalho será usado para questões que ele mesmo deveria estar cumprindo, que é a
observância das 7 Leis de Noah. Já no caso de doar algo à um membro do povo de Israel,
como sua vida não está de acordo com a Lei de D’us, ele já não colabora na missão de
Israel, portanto sua contribuição é rejeitada. Se contribuir para um Noahide, este usará
seu próprio regimento espiritual para lhe garantir méritos a fim de que mereça
compreender a Lei Universal e voltar para sua aliança.
05 Caso um Filho de Noah realize um fenômeno sobrenatural e diga que D’us lhe
enviou, e aí adicione ou subtraia qualquer dos 7 Mandamentos, ou explique-os de forma a
distorcer sua real essência e significado, ou se alegar que os 613 Mandamentos não são
eternos, ou declarações similares, é um falso profeta e está cometendo um crime passível
de pena de morte, se não por um Tribunal humano, pelas mãos dos Céus. [22] Porque os
Bnei Noah não devem supor que a Legislação das 7 Leis de Noah seja de “livre
interpretação”; pelo contrário, devem acatar a autoridade dos Guardiões da Torá, que são
os Filhos de Israel, e, portanto não podem se auto-intitular líderes; mesmo que tenham
grande soma de conhecimentos da Lei. Não há profetas fora de Israel, de modo que o
Noahide que declarar ser profeta estará mentindo por definição e profanando
automaticamente o Nome de D’us por sua declaração. Aquele que profana o Nome de D’us
é passível de pena de morte. Um Noahide observante certamente recebe a inspiração
Divina em seus pensamentos, para que seus atos sempre estejam de acordo com a mais
elevada sabedoria. Porém o nível dos profetas é tão elevado, que apenas a prática plena
da aliança do Sinai, somada a uma completa erudição, pode tornar possível o exercício da
profecia. Por isso, apenas podem existir profetas em Israel, e que sejam observantes do
Pacto do Sinai.
06 Na Torá Oral é registrado que os Filhos de Noah não podem misturar as espécies
diferentes entre os animais, ou diferentes espécies de grãos. [23] Pois este foi um dos
crimes cometidos pelos homens pré-diluvianos, em seus experimentos científicos. Por meio
destes experimentos, eles produziram novas frutas e verduras; mas usaram isto para
demonstrar que não havia D’us nem autoridade sobre eles, e para enganar as pessoas
dizendo que eles haviam “criado” um novo ser tal qual D’us seria capaz. Agindo assim,
profanaram a Terra e suas produções. Esta é a lição de que não devemos usar nosso
acúmulo de conhecimento para fomentar a arrogância e a rebelião contra a moral
universal.
07 Algumas autoridades mantêm que se caso isso ocorra não é necessária a punição
por Tribunal terrestre. [24] Pois para ter autoridade de punir, o Tribunal precisaria de
alguma referência a isto na Lei Escrita ou Oral. Entretanto, Noahides podem vestir
Shaatnez (roupas com lã e linho misturados no tecido) que é proibido aos membros do
Pacto do Sinai. Pois a mistura de tecidos é uma proibição específica aos membros do
Pacto do Sinai, e é intimamente relacionada às forças espirituais que são manipuladas no
Templo Sagrado. Os Noahides não possuem o dever de exercer este ministério e, portanto
não precisam separar lã de linho em suas roupas.
01 De acordo com o Pacto Universal, o homem deve ser contra a criação de quaisquer
religiões, baseadas na opinião pessoal de seu fundador. Pois o único que pode ditar regras
de conduta ao homem é D’us. E ELE Mesmo manifestou sua Vontade à Noah e à Moshe no
Sinai. Qualquer pessoa que contradiga esta mensagem (a da revelação do Sinai) estará
faltando com a verdade e não deve ser ouvido. A pessoa deve se dedicar apenas à
observância da Herança Sagrada registrada nas Escrituras, ou se desejar, converter-se ao
Pacto do Sinai. [28] Mas jamais deve criar sua própria versão da verdade, sua própria
forma de praticar o Judaísmo seja no Pacto do Sinai ou na Aliança Universal.
05 Mas o ser essencial de cada pessoa do mundo, não é afetado por seus erros e,
portanto; elas ainda podem reconhecer a veracidade dos Mandamentos por meio do estudo,
embora estejam sob efeito do costume idólatra. Pois a Neshamá, que é a consciência e
racionalidade humana; é outorgada diretamente por D’us e permite ao homem o
reconhecimento da verdade através do estudo.
07 A benção de ser frutífero e multiplicar-se também se refere aos Noahides. Pois foi
uma benção outorgada à todos os homens. Mas não sendo repetida no Monte Sinai, não é
parte do Pacto Universal, à caráter de Mandamento. [31] Portanto se um Noahide não
tem filhos não pode ser punido pelo Tribunal humano. Mas se sua determinação for
motivada pelo seu desprezo à missão de Transmitir o conhecimento da Aliança à futuras
gerações, esta pessoa pode ser punida pelas mãos dos céus.
09 Um Noahide que prejudique ou fira um judeu, embora seja errado, não é julgado
como crime capital simplesmente por isso, pois o status legal do judeu e do noahide é o
mesmo. [34] Isto implica, ao contrário do que muitos dizem, que os seres humanos não são
julgados de forma arbitrária pela Lei Judaica, mas de acordo com a devida legislação
divina que obra à favor da Justiça plena. Um Noahide que fira um judeu por motivos
quaisquer pode estar sendo motivado por uma situação justa ou injusta, que apenas a
averiguação do caso determinará. Ele não é sentenciado para além do seu crime, isto é,
não é julgado por simplesmente “ter ferido um judeu”; mas o caso completo deve ser
avaliado pelo Tribunal. Porém, é certo que um noahide que fere um judeu está ferindo um
sacerdote de D’us, um Guardião do Pacto de D’us e pode ser punido pelas mãos dos Céus.
Mas se matar um judeu, o Noahide será passível de pena de morte, tal como se matar um
Noahide; assim como um judeu que matar um gentio é passível de pena de morte.
NOTAS
[1] Talmud Bavli (Babilônico)
[2] Enciclopédia Talmúdica, os Filhos de Noah, volume 3 página 348.
[3] O Rosh, Rabêinu (nosso rabino) Asher.
[4]Talmud Bavli, Likutei Sihot do Lubavichter Rebe, volume 5, página 421.
[5] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 8, Lei 11.
[6] Mishne Torá, Leis dos relacionamentos proibidos, capítulo 14, Lei 7.
[7] ‘’ ‘’, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 10
[8] ‘’ ‘’, ‘’ ‘’, Capítulo 10, lei 9
[9] Comentários de Radvaz no capitulo 10, lei 10.
[10] TANIA
[11] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 11
[12] Talmud Bavli
[13] Shul-Hán Aruh, Ioreh Deah, Leis de Conversão
[14] As Sete Leis de Noah, Lichteinstein, Capítulo 9 página 89
[15] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10, lei 14
[16] Talmud Bavli
[17] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10 lei 1
[18] Comentário de Rashi sobre Shemot 23:7 e 21:13, Talmud Bavli
[19] Nahal Eshkol, Leis da circuncisão
[20] Talmud Bavli
[21] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 10
[22] ‘’, Leis Fundamentais da Torá, capítulo 9, lei 1
[23] ‘’, Leis dos Reis, capítulo 10 lei 6
[24] Shul-Hán Aruh, Ioreh Deah
[25] Talmud Bavli
[26] Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulos 10, lei 7, 8
[27] Talmud Bavli
[28] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 9
[29] MeAm LoEz, Bereshit
[30] Sêfer HaArchim, Chabad, volume 2, As Nações do mundo, capítulo 1, seção 3, página
269
[31] Talmud Bavli
[32] Sêfer HaHinuh, Primeiro Mandamento
[33] Shul-Hán Aruh, Éven haEzer
[34] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 10 lei 6
[35] Talmud Bavli
[36] Tana Dbei Eliáhu, começo do capítulo 9
Classe #1:
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO #3 de 8:
PARTE UM
DEFINIÇÕES DE עבודה זרהAVODÁ ZARÁ
1 A essência da mensagem do Pacto Universal, isto é; das 7 Leis de Noah, é a
proibição contra a prática do עבודה זרה- Avodá Zará, que literalmente significa “Culto
Estranho”. A essência do Avodá Zará é a prática religiosa, que contradiz a Sagrada
Tradição. O principal objetivo do conhecimento proporcionado pela Sagrada Tradição, é
levar o homem à reconhecer Seu Criador, e a partir daí, progredir em conhecimento e
aperfeiçoamento do seu caráter. Caso esta primeira noção esteja corrompida, e ele admita
como divindade, aquilo que não existe; ele acaba por desviar-se de todo o propósito da
criação. E suas conseqüentes ações em nome da virtude, perdem todo seu propósito, porque
o fundamento no qual elas se baseiam é falso. Toda e qualquer forma de prestar culto
religioso ao SER Primeiro - D’us - que não seja estritamente baseada nas diretrizes e
inspirações da Sabedoria da Torá, é classificada como “Culto Estranho”, e não é aceita.
Não é aceito por D’us, como exercício da espiritualidade, mas sim, é considerado um ritual
de “culto a si mesmo”, ou “culto às próprias idéias”. Isto significa que tais práticas não
atingem os propósitos espirituais esperados e garantidos pela Torá para os que se ocupam
do Serviço Divino. Pois para os que cultuam à D’us de acordo com as diretrizes da Torá –
isto é, por intermédio de uma vida de justiça e bondade – D’us outorga-lhes Sabedoria, para
melhor adquirirem conhecimento, e garante muitas bênçãos em sua vida, para que possa se
dedicar mais e melhor, para o estudo da Torá. Todas as bênçãos materiais registradas na
Torá aos filhos de Israel constituem a noção de que D’us reage para com aqueles que
observam Seus Mandamentos, proporcionando meios pelos quais estas pessoas cresçam
ainda mais no estudo e observância deles. Certamente, se uma pessoa prestar culto religioso
ao que não é D’us, estará do mesmo modo cometendo “Avodá Zará” (Culto Estranho)
mesmo que acredite estar cultuando a D’us e, portanto, sua forma de culto é proibida. Ou
seja, aquele pratica uma forma de culto à D’us, de forma distinta ao que ELE determinou
transgride a Lei de D’us. Portanto aprendemos disso que, a característica principal da
idolatria é uma concepção errônea sobre D’us, e não necessariamente a crença em “outro”
D’us. Uma idéia errônea a respeito de D’us tem origem na negligência de cumprir o dever
de adquirir conhecimentos a respeito. Para tudo aquilo que damos importância na vida,
queremos informações a respeito que nos assegurem de que esta é idônea. Fazemos isso
em relação a nossos amigos, a nosso alimento, roupas, e todos os outros detalhes de nossa
vida. Do mesmo modo, temos que ser cuidadosos para cultivar noções exatas e corretas à
respeito de D’us, para que possamos viver nossa vida projetando-nos à propósitos de
acordo com Sua Lei. Se uma negligência relacionada à informação, pode nos fazer
comprar um remédio errado e nos prejudicar seriamente; muito mais danos podem ser
causados pela negligência em conhecer à D’us e à sua Lei.
Portanto, todo aquele que prestar culto a qualquer outro ser, existente ou imaginado,
desprezará por isso a essência da Torá e renegará ao Pacto Universal. Este é o idólatra. Isto
é, tal pessoa passa a ser definido legalmente como “idólatra”.
Por outro lado, aquele que se guarda do Avodá Zará, e todas as suas práticas, exterioriza
“pela prática” sua fidelidade à D’us e sua aderência ao Pacto Universal – tal como foi
ordenado por D’us na Torá Escrita e Oral; este é o Justo dentre as Nações. Isto é, tal pessoa
passa a ser definido legalmente como “Justo dentre as Nações”. [1]
A palavra “idolatria” (Lit. adoração de ídolo, amor cego, paixão exagerada) não encontra
sua plena conotação popular – a de adoração de outros deuses - no pensamento hebreu,
pois não reconhecemos como existente a nenhuma das entidades que as nações prestaram
ou ainda prestam culto religioso. Logo, literalmente falando, “não é possível cultuar à
outro D’us”, pois tal ser “não existe”.
Portanto o sentido da Idolatria, como adoração de outro ‘deus’ é na verdade impossível.
Assim, ídolo, é tudo aquilo que o homem produz para se devotar, ao invés de se submeter
às instruções da Torá - isto é - quando suas conclusões confrontam-se com os princípios da
Torá, e a pessoa se recusa a mudar seus pensamentos errôneos, para devotar-se a si mesmo
apenas. Ela então comete Avodá Zará.
Isto inclui todo e qualquer culto religioso que age de forma independente ao que foi
transmitido pela Tradição. Isto é, todas as religiões formadas pelos homens.
2 O Mandamento que proíbe a prática da idolatria (sempre a palavra
“idolatria” for usada neste estudo, será no sentido “judaico” acima exposto) ensina que a
pessoa jamais deve atribuir autoridade, ou poder de fazer bem ou mal, à qualquer coisa
criada – isso inclui o que a pessoa acredita ser anjos – plantas – astros – água, terra, fogo, ar
– e proíbe de cultuar absolutamente tudo que seja material, espiritual ou imaginário.
Não apenas ao que é material, mas também ao que é considerado espiritual. E não apenas
ao que é espiritual, mas também a uma forma de existência alternativa que se tenha
imaginado. É necessário ter atenção ao fato de que, mesmo que o adorador de quaisquer
formas materiais tiver fé ou saber sobre a soberania do ETERNO, e reconhecer isso
verbalmente; de qualquer forma esta pessoa é um idólatra e viola o Mandamento. Mesmo
possuindo conhecimento, a ponto de confessar a existência absoluta do ETERNO, a pessoa
que nutre uma idéia errônea a Seu respeito, como imaginando que exista pluralidade em
Sua Essência; apenas possui uma interpretação pessoal do ETERNO e, portanto, não vive
de acordo com o propósito de D’us para o homem, que é revelar-lhe o conhecimento
verdadeiro. Isso por causa da “essência” do significado “judaico” da idolatria, que é o
Avodá Zará. [2] Assim, todo idólatra é aquele que presta culto estranho ao ETERNO.
Tais pessoas erram em deixar de pensar que, tais seres são “mecanismos” do universo e,
portanto, são programados em toda sua complexidade, pelo ETERNO, sendo; em última
análise, completamente autômatos, reflexos da Sabedoria Suprema.
E não seres que sejam capazes de fazer algo, por si mesmos; de forma independente. Ainda
que sejam entidades – até certo ponto, cônscias de si mesmas - são apenas “funcionários”
de um sistema perfeito, cujo Autor e Sustentador é D’us, Único a quem devemos temer e
admirar os feitos.
Pois toda ação e reação de um Maláh é mero reflexo do sistema de D’us, anexado na sua
elaboração, de acordo com sua função.
De fato, foi exatamente por errar em compreender este ponto, que a idolatria veio a existir
no mundo.
6 Os Bnei Noah, não foram ordenados a Santificar o NOME de D’us dando sua
vida, por exemplo – ao serem forçados por uma nação idólatra, a se prostrar a um ídolo sob
ameaça de morte. [7] E existe uma disputa entre os sábios, sobre se os Bnei Noah devem ou
não dar a vida mesmo assim, recusando-se violar o mandamento sob ameaça. A decisão é
que os Bnei Noah não precisam dar suas vidas sob tais circunstâncias. [8]
8 Todo aquele que admite uma forma de crença idolátrica como verdadeira,
mesmo que admita que apenas uma parte desta crença idolátrica seja verdadeira, ou se
admitir que um determinado ensinamento seja verdadeiro; mesmo que não siga tal crença,
profana o NOME de D’us, e a verdade da sua Palavra e Tradição. [10] Sua profanação
consiste na sua atitude de gloriar à idolatria, pelas suas manifestações. Assim sendo, nosso
repúdio à Idolatria, não é meramente religioso, mas principalmente ideológico; de modo
que repudiamos suas manifestações em todas as áreas do conhecimento humano, seja nas
artes ou em outras ciências.
2. Uma transgressão somente pode ser considerada ofensa capital, quando – no caso
da idolatria - é realizada da sua maneira normal, sob suas circunstâncias normais,
relacionadas ao respectivo ídolo, no caso. Conseqüentemente, os Juízes de um tribunal
Noahide devem saber qual é o serviço apropriado do ídolo, de qualquer forma. Este é o
caso mencionado anteriormente, da pessoa que lê uma obra de conteúdo idolátrico de forma
“profissional”.
6. É proibido honrar um ídolo, mesmo oferecendo coisas que geralmente não são
aceitam como válidas. Tal atitude é considerada legalmente “decoração de um ídolo”.
Assim, fazer bandeirinhas de festa junina, balões, ou jogar moedas num lago, ou pequeno
reservatório de água qualquer, mesmo que atualmente o local nem tenham a seriedade
idolátrica original, é parte da categoria que proibições sobre “enfeitar um ídolo”, mesmo
que lhes atribuam apenas simbolismos. De qualquer forma, uma atitude destas certamente
revela que as pessoas guardam dentro de si, alguma crença a respeito das supostas “forças”
destes ídolos e, portanto o Noahide deve evitar colaborar com estas errôneas ideologias.
7. Caso alguma coisa tenha sido preparada para ser oferecida a um ídolo, mas ainda
não foi oferecida; é permitido fazer uso pessoal dela. Mas, mesmo sob esta regra, a pessoa
não poderá usar absolutamente nada que esteja dentro de uma casa de idolatria (templo,
igreja, etc). Portanto, nunca devemos fazer uso de velas de locais onde o culto idólatra é
realizado.
(NOTA: A pessoa não deve comprar os pavis, velas ou incenso fabricado por qualquer
religião idólatra (isto é, por seus representantes) ou grupos pseudo-religiosos. Por exemplo,
a maioria das seitas Hindus é politeísta e, portanto, idólatras, e o incenso assim como os
alimentos naturais por eles produzidos são questionáveis, pois o alimento em si, é como
uma oferta ao ídolo. Na verdade, até a forma pela qual eles preparam o alimento, assim
como cada um dos ingredientes, revelam motivos idolátricos, que tornam tal alimento
proibido ao consumo dos Bnei Noah. Assim, não é porque determinado alimento é “bom
para saúde” que a pessoa deva desconsiderar a proibição contra idolatria e ingeri-los, pois
está Escrito: (Devarim 8:3) - “E te afligiu, te fez padecer fome e fez-te comer o Mán
(Maná), que não conhecias e que teus pais jamais conheceram; para fazer-te saber que
nem só de pão vive o homem, senão que da palavra o que sai da boca do ETERNO, disso
vive o homem”. Sobre este Passuk (versículo) somos instruídos que não é o alimento
material por si mesmo, que sustenta o corpo, mas o alimento é apenas o revestimento
material da força divina espiritual, através da qual podemos nós existir. [16] As letras que
formam a frase “da palavra que sai da boca do ETERNO”, não somente dão ao alimento
material sua existência, mas também proporcionam que quando ingerido pelo homem, ele
possa viver neste mundo. Obviamente, o mesmo é verdade, em relação a todas as pessoas e
a todos os alimentos. São meros “revestimentos” do poder de D’us, que proporciona ao
corpo físico sua saúde e ao homem, sua vida biológica.)
8. Caso uma pessoa ofereça a um ídolo, algo que nós considerarmos nojento (como
se derramar excremento ou urina) tal pessoa transgride a proibição, e sua falta pertence à
categoria de “aspersão” ao ídolo, que é proibida. Nenhum dos rituais do templo pode ser
reproduzido por uma pessoa, mesmo que não utilize os mesmos materiais ou substâncias.
9. Caso uma pessoa abata um animal defeituoso, não será culpada até que
efetivamente o Ofereça à um ídolo. (porque tal animal não poderia ser oferecido no
Templo e, portanto, pode ser que não haja motivo religioso no abate em si, e sendo assim,
tal atitude não está caracterizada como idolatria ainda).
10. Caso um homem levante uma pedra, um tijolo ou bloco, e diga, “tu és meu D’us”,
ou qualquer frase similar, com dinheiro e etc; é culpado pelo crime de idolatria. Mesmo que
a pessoa se retrate imediatamente depois, e diga, “não, não é meu D’us não”; suas palavras
não ajudam. Certamente a pessoa pode se arrepender e voltar à D’us, que certamente o
perdoará por sua idolatria. Mas se esta declaração for feita na frente de testemunhas, ele
poderá ser levado a um tribunal e condenado de acordo com a decisão do tribunal, mesmo
que tenha se arrependido.
Assim o arrependimento verbal, é apenas efetivo entre o homem e D’us.
O Juiz do tribunal não pode se basear no que ele acha que uma pessoa pensa, para
sentenciá-la, por mais sincera que a pessoa pareça, mas somente D’us pode fazer isso.
Então a pessoa é julgada pelos seus atos. [17]
NOTA: Mesmo que a pessoa preste culta a um único tijolo, e não a três; isso não quer dizer
que a pessoa é monoteísta, e o mesmo se aplica a qualquer ídolo. Não é porque a pessoa
alega que seu ídolo é o “D’us único” que tal culto deixe de ser considerado Idolatria.
11. Aquele que adora um ídolo de acordo com seu ritual prescrito, mesmo se faz isso
de forma desprezível, é culpada. Por exemplo, caso a pessoa defecar na frente do Peor, com
a intenção de afrontá-lo, desde que ele fez o ritual idólatra, é culpada. [18]
12. Assim que a pessoa aceita em seu pensamento um ídolo, como deidade, ou com a
capacidade de fazer bem ou mal, seja porque achou o culto bonito, ou porque tem medo de
que algum mal lhe aconteça, tal pessoa é culpada. [19]
13. Caso uma pessoa dê um abraço, ou beije um ídolo, ou cubra sua imagem, ou
coloque água para limpá-lo, ou óleo para ungi-lo, ou o vista, ou faça qualquer outra coisa
em benefício do ídolo mesmo que não preste culto a este ídolo oficialmente, estas atitudes
são proibidas pela categoria legal de “se prostrar” ao ídolo. Por exemplo, Hindus e
Budistas fazem uma festa pública, onde eles convidam as pessoas a lavam seus ídolos com
leite. Tais atitudes são proibidas à Noahides.
14. Caso um espinho entre nos pés de uma pessoa, bem na ocasião em que ela está
passando em frente a um ídolo, a pessoa não deve se curvar para tirá-lo ali; antes, ela deve
se afastar do lugar como puder, e ficar de costas para o local. Isto também é verdade, no
caso de cair da sua mão, a sua carteira, ou alguma moeda ou dinheiro. A pessoa não deve
jamais se abaixar na frente do ídolo. [20] Sempre deve lembrar-se de dar as costas ao ídolo
antes de fazer o que se precisa. [20] Se puder não abaixar é melhor, mas a regra é estar de
costas para o ídolo. A pessoa não deve apenas não se curvar a um ídolo voluntariamente,
mas nem deve parecer que esteja se prostrando perante o ídolo aos passantes.
(NOTA: Existe um grupo de idólatras em Jerusalém que traz turistas para visitar seu centro
de idolatria. A porta de entrada deste centro de idolatria é extremamente baixa de modo que
qualquer um que entre sob quaisquer motivos se vê obrigado a curvar-se para isso, e isso
fará parecer que o turista esteja se curvando em respeito ao ídolo ali cultuado. Portanto
visitar tal local é proibido à judeus e Noahides).
15. Caso haja uma estátua, como aquelas que são colocadas em praças públicas, de
cuja “boca” – por assim dizer – sai água, a pessoa não deve beber desta água, colocando
sua boca no local de onde a água está saindo, pois parecerá que está beijando a estátua. Mas
poderá encher uma garrafinha d’água, se precisar beber desta água. [21]
16. Toda pessoa é proibida de contratar um artesão, para fazer um ídolo para si,
mesmo que não tenha a intenção de cultuá-lo. Assim como é proibido fazer um ídolo com
as próprias mãos, é proibido fazer um ídolo por intermédio de outros, ou para outras
pessoas, mesmo que aquela pessoa também não vá idolatrá-lo. Fica claro então, que fazer
um ídolo com as próprias mãos, e para si mesmo, é proibido. [22]
(NOTA: Caso tal atitude ocorra dentro de nossa casa, temos a permissão, até mesmo, de
usar a força, para impedir tal ação, caso necessário).
17. É proibido fazer figuras ou imagens que lembrem ídolos, para propósitos
ornamentais, mesmo que não sejam exatamente dos ídolos, isto é, mesmo se a pessoa não
fizer imagens com algo valioso como ouro ou prata, e especificar que elas são meramente
para propósitos artísticos – mesmo assim é proibido - pois outras pessoas podem errar e
imaginar que são ídolos. Esta proibição refere-se a formas humanas, de característica tri-
dimensional. Apesar de proibidas, tais atitudes não incorrem em penalidade capital. [23]
18. Uma imagem côncava ao invés de, em relevo, ou pintura tri-dimensional, como
pinturas ou bordados em tapetes, são permitidos.
19. É proibido colocar um anel, que tenha no seu selo, uma imagem idolátrica, ou a
imagem de uma pessoa; caso a imagem esteja em relevo. Caso a imagem esteja côncava,
seu uso é permitido, se for uma imagem humana – que não for cultuado como ídolo. Mas é
proibido utilizá-lo com selo, já que a pressão produzirá a imagem. [24]
20. É proibido fazer formas do que a pessoa imaginar ser um “anjo”, ou de quaisquer
das descrições Agáticas (parábolas) dos profetas, sobre os seres espirituais, de forma tri-
dimensional. Desenhá-los, ou pintar o que a pessoa acha sobre sua forma é permitido, desde
que não é desta forma que se faria um culto idolátrico. [25]
21. Com relação a escultura (voltada à formas humanas), e si mesma, alguns sábios
dizem ser esta uma arte proibida, pois que foi especificamente desenvolvida para atender à
fins idolátricos. Outros dizem que a estátua apenas se torna proibida, quando procura
imitar exatamente a forma do corpo humano, isto é, quando é feita para parecer uma pessoa
inteira de pé. De acordo com esta segunda posição, fazer esculturas de partes do corpo
humano, tal como o busto, seria permitido. Em caso de dúvida, sempre é melhor observar a
opinião mais rigorosa. [27] Isto se aplica, mesmo no caso da estátua ser apenas
ornamentaria.
22. Não é proibido segurar ou sustentar a imagem de uma pessoa, a menos que seja
claro que esta é uma imagem idolátrica. Outras imagens humanas podem até ser da pessoa
(como posse, para ficar em casa) contanto que alguma parte desta imagem ornamentaria,
seja quebrada, tal como quebrar o pedacinho no nariz (se for uma imagem humana), para
deixar claro que o propósito não é prestar culto. Este ato, que quebrar um pedaço da
estátua, é parte do ritual de anulação de ídolo. [28]
24. Não se deve fitar os olhos (olhar atentamente) para uma imagem de tamanho que
imita o real, de uma pessoa. Tal ato é espiritualmente danoso e deve ser evitado. Agora,
imagens de tamanho menor, podem ser observadas atentamente sem risco de dano
espiritual. [31]
25. Existem três Imagens Idolátricas que são as mais populares do mundo:
a) O Dragão, que é derivado da figuração da Serpente de Bereshit.
b) A figura completa de um homem, oferecendo ao espectador alguma coisa da palma
de sua mão. [33] Esta imagem é muito comum atualmente em várias igrejas.
c) Uma mulher amamentando seu filho. Esta imagem foi inspirada originalmente, na
perversão idolátrica de Havá (Eva), mãe da humanidade. Tornou-se depois, o símbolo da
“mãe dos céus” e foi adaptada e espalhada por diversas culturas.
2. Caso uma pessoa diga, o “tal e tal ídolo” me disse, adore-me” ou se a pessoa disser
que “D’us me disse, adore este “tal e tal ídolo”, esta pessoa é legalmente um falso profeta.
Se ele influenciar várias pessoas a isso, é passível de pena capital pelo tribunal. [37]
3. Um propagador da idolatria é culpado, não importa se ele usa expressões no singular
ou no plural - por exemplo - se disser: “vamos adorar tal ídolo” ou disser “eu vou adorar
tal ídolo”.
4. Aquele que convencer aos outros de prestar culto a ele, dizendo, “sirvam-me” tal
pessoa é passível de pena capital. Caso ele seja aceito como “elokim” (isto é, se lhe for
atribuído pelas pessoas, o poder de fazer bem ou mal) tal pessoa do mesmo modo, passível
de pena capital. [38] Mesmo que ele não tenha se declarado um “deus”; mas simplesmente
induzido às pessoas a acreditarem que ele é fonte de bons ou maus acontecimentos; tal
pessoa é passível de pena capital.
5. Caso um falso profeta, diga em nome de seu ídolo, uma determinada “revelação”, ou
diga a uma pessoa para fazer ou deixar de fazer alguma coisa, mesmo que ele esteja
ensinando algo errado em relação ao culto do ídolo, tal pessoa é passível de pena capital
por crime de idolatria [39].
7. Similarmente, aquele que legalmente for designado como falso profeta recebe pena
capital... mesmo se ele profetizar dizendo-se “servo do D’us de Israel”, ou até se ele
alegava ensinar as 7 Leis Universais aos Bnei Noah.
8. Todo aquele que alegar ter tido uma visão, ou sonho profético sem isso ter realmente
acontecido ou sem saber o que significam estas coisas, e procurar ensinar outros a respeito
para fazê-los acreditar que possui dons ou poderes, é um falso profeta. [41] Todos os falsos
profetas, ameaçam seus discípulos e outros praticantes de idolatria, para que tais pessoas
continuem a temê-los em seus corações. Geralmente eles prometem uma “condenação
eterna” aos que se recusarem a acreditar neles ou seguí-los. Toda pessoa que crê na
Sagrada Torá, deve se fortalecer na noção de que tais homens não podem alterar a
misericórdia infinita de D’us, como expressa na Torá que até ao condenado por um crime
capital, provê esperança de redenção, se houver arrependimento. Além disso, não existem
“penas eternas” segundo a Torá, mas apenas penas proporcionais ao crime cometido. Um
erro “temporal” não pode ser punido “eternamente”, pois isso fere a Justiça Absoluta de
D’us, além de distorcer Sua Infinita Misericórdia. Por isso, quando descreve as Leis contra
os Falsos profetas, a Torá nos adverte para que “não tenhamos temor dele”, já nos
advertindo contra tais técnicas para convencer seus seguidores a permanecer com eles. [42]
9. A pessoa não deve mencionar o nome de um ídolo, estando num local público
dizendo, “me encontre em frente ao fulano de tal”. [43] Ou seja, não devemos mencionar o
nome do ídolo, mesmo que acidentalmente ou sem intenção, perante outras pessoas; para
que elas são imaginem que tal ídolo tenha valor por nosso intermédio.
1. Um pilar que sirva como ponto central de um culto, de modo que as pessoas ali se
reúnam ao redor, chama-se “Matzevá”, um Pilar Idolátrico. É proibido sequer se
aproximar de tal símbolo idolátrico, pois é justamente desta forma que a pessoa presta o
culto. Um exemplo vivo desta idolatria é a pedra Kaaba, em Meca, para a qual milhares de
peregrinos vão circular. Esta é a forma clássica de “Matzevá” cultuada da mesma forma
primitiva, em plena era moderna! Qualquer pessoa que faça um pilar como aquele, viola o
Mandamento, mas não é passível de pena capital. [44]
2. Uma pedra, afixada no piso, com figuras idolátricas cravadas nela, para chamar
atenção do observador aos detalhes, é proibida. Mesmo que uma pessoa esteja de pé neste
lugar, e esta pessoa se curve em honra a D’us neste lugar, ela na verdade profana o NOME
de D’us, cometendo um ato de idolatria, mas não é passível de pena capital por este erro.
Este tipo de idolatria era feita, deitando-se no chão, ao ídolo. Por isso não se usa os costume
idólatras de se ajoelhar, ou deitar, para cultuar ao ETERNO, mas à exemplo de Israel,
deve-se cultuar ao ETERNO, de pé ou sentado.
4. A pessoa que se ajoelhe perante um chão de pedras decorado (em qualquer lugar do
mundo) não comete a violação, a menos que se prostre totalmente, curvando suas mãos e
pés. Agora se a pessoa tem sua intenção voltada ao ídolo, mesmo que não tenha se curvado
completamente, é culpada, e passível de pena capital. [46]
7. Não se pode extrair benefício de seres vivos consagrados à idolatria, tais como
animais domésticos, nem de nenhuma parte ou derivação destes animais, por exemplo, usar
o esterco de uma vaca idolatrada para adubo, ou usar seus chifres, ou seu couro. Mesmo
que o animal não possua nenhuma marca de indique que ele foi usado para idolatria,
mesmo assim é proibido apenas pela suspeita. [49]
9. Um Noahide que herdar um ídolo de sua família deve atirá-lo no mar [51] Ou seja,
torná-lo inacessível e impossibilitar seu uso.
10. Figuras e Imagens feitas para propósitos artísticos são permitidas, conquanto não
possam ser confundidas com ídolos. Símbolos tais como uma estátua segurando um bastão
com um pássaro, ou um globo, ou uma espada, ou uma coroa, um com um anel em
destaque nas mãos, é suspeito de ser um ídolo – pois tais símbolos procuram refletir a idéia
de poder geralmente usada para ídolos – e são por isso, proibidos até que seja comprovado
seu propósito. Se forem confirmados como não projetados para idolatria, presume-se que
seja uma obra artística e, portanto, passam a ser permitidos. [52]
11. Cruzes são evidentemente clássicas imagens idolátricas, pois as pessoas lhe atribuem
respeito, e até se curvam diante delas ou rezam na sua frente. [53] Portanto são proibidas
sob quaisquer formas.
12. Sacerdotes que tenham cruzes em suas roupas, ou com parte de suas roupas, tais
cruzes são legalmente diferentes, daquela cruz pendurada em seu pescoço; pois estas cruzes
afixadas na roupagem apenas representam a autoridade religiosa, e não são representações
do ídolo em si. Não obstante, por causa do símbolo de idolatria em suas vestes ou
pendurado em seu pescoço, não devemos nos prostrar diante de tal pessoa, nem mesmo se
curvar levemente, nem tirar o chapéu por causa dela, nem beijar-lhe as mãos, nem dar
qualquer aparência de que você esteja temendo sua autoridade religiosa. No entanto é
permitido cumprimentá-lo respeitosamente, tal como você cumprimenta todas as demais
pessoas, com toda educação. Se você for honrar à D’us na presença de tais pessoas, por
exemplo, recitando uma benção antes de ingerir um alimento, deve fazer isso de forma
muito discreta, para que não pensem que você lhes presta homenagem. Se o local onde
você está, for um local onde o culto idólatra acontece e você veio descobrir isso depois de
estar dentro, então você não pode cultuar nem mesmo ao ETERNO em tal lugar isto é, não
pode recitar qualquer benção neste local, pois este local é proibido para qualquer
manifestação de caráter religioso.
13. Deve-se ter muito cuidado com medalhões, que geralmente são acompanhados de
símbolos idólatras. Não se deve colocar amuletos de nenhuma espécie. Qualquer tipo de
superstição é caracterizada como Idolatria e é proibida à judeus e noahides.
14. Caso uma pessoa tenha ou queira comprar objetos raros, belos que tenham imagens
neles; se a pessoa souber ou ficar sabendo, que foram feitas por fins idolátricos, tais objetos
são proibidos. Mesmo após a compra. Ou seja, a pessoa terá que se desfazer deles. Se não
houver certeza sobre o motivo das imagens, e esta for incomum, e o objeto (tipo, um vaso)
for usado para plantas ou outras utilidades que deixem claro o tratamento comum que se dá
aos mesmos, é permitido de tê-los em casa. [54]
15. Geralmente, os ídolos do passado foram modificados para atender às novas teologias
que se desenvolveram e modificaram seus elementos básicos. Isso poderia levar alguém a
pensar que a idolatria não mais existe. O que é um erro. Todo cuidado deve ser tomado,
para prevenção da relação com culturas de “fonte” de idolatria (Cultura Greco-Romana,
Cultura Hindu, etc), para que estas não sejam impressionáveis aos menos instruídos.
17. É proibido usar utensílios sobre os quais se vejam imagens do sol, da lua, ou de um
dragão, mesmo se for de ouro ou prata. Quando então a pessoa alegaria que possuem
apenas valor financeiro. Similarmente, num vestido ou qualquer outra vestimenta em que
tais imagens estejam presentes sob quaisquer formas, são proibidas. [55]
18. Se a pessoa encontrar tais imagens em artigos de baixo valor, eles são permitidos para
o uso, porque se supõe que seu motivo tenha sido artístico e não idolátrico. Pois os idólatras
procuram honrar muito suas fabricações.
19. Ídolos e outros artigos relacionados provocam que tudo o que for misturado a eles
torne-se proibido, mesmo que o objeto misturado é pequeno e não for parte dos demais
objetos. Se um ídolo estiver misturado à figuras ornamentais que não são proibidas, tudo se
torna proibido, por causa do ídolo, e deve ser jogado no mar, onde será corroído e
condenado. [56]
20. Caso a pessoa encontre valores monetários dentro de um ídolo, e lhe parecer que
foram deixados ali por engano, tal pessoa poderá usá-los. Por exemplo, se alguém disser
que escondeu tal valor embaixo da estátua do ídolo tal, e a pessoa for lá, e pegar o ídolo, e
virá-lo de cabeça pra baixo e tirar o valor, tudo isso é permitido. Agora, se souber que estes
valores foram consagrados ao ídolo e apenas estavam perdidos; o valor é proibido, e esta
regra se aplica à tudo o que for similar a isso. [57]
21. Se houver um acessório, com um símbolo idolátrico não muito claro nele, como um
cachecol com uma estampa exótica, contanto que seu uso não beneficie – por exemplo - o
sacerdote idólatra, ou seja, contanto que não seja costume dos sacerdotes idólatras usarem
este mesmo tipo de cachecol– com a satisfação de achar que você também estaria
cultuando ao ídolo, tal uso é permitido, caso proporcione o engano, seu uso é proibido.
Caso pertença, ou tenha sido elaborado por um sacerdote idolatra, é proibido, mesmo que
não seja para a idolatria. [58]
22. Caso o ornamento referido for de uso popular, e você vir um sacerdote idólatra usando
um igual ao seu, mesmo assim seu uso é permitido, então não se trata de simplesmente ser
proibido porque o idólatra usa, mas especificamente se aquilo é uma característica da sua
indumentária.
23. É proibido negociar ou lucrar com qualquer coisa que pertença a idolatria. Agora se
você tiver herdado ou achar um ídolo, e daí um representante do governo, quiser lhe
comprar o ídolo para museu ou coisa semelhante, ou mesmo se não lhe explicar o
propósito, você é isento de culpa, caso ocorra idolatria com o objeto e, portanto, pode
negociá-lo. [59] Porque fazer negócio com imagens idolátricas profana a própria imagem.
Além disso, você estará se desfazendo da imagem e, portanto, se desligando dela. No
entanto não é permitido negociar imagens que você tenha adquirido de uma fábrica, pois o
ato da aquisição da imagem é proibido. Você apenas pode se desfazer de uma imagem, por
meio do comércio, mas não pode adquiri-la.
24. Caso os idólatras cobrem um imposto, ou peçam uma contribuição para homenagear
um ídolo, ou um templo idólatra é proibido dar-lhes qualquer quantia. Mas se o governo
usar o dinheiro público para idolatria, você não é responsabilizado.
25. O pão que for trazido a um sacerdote idólatra, pode ser comido por Bnei Noah, porque
tal alimento não é oferecido ao ídolo, antes, é o sustento da pessoa. [60]
26. Parafina usada na idolatria, ou pavios da mesma forma, são proibidos, mesmo se for
apenas o resto deles. Agora, caso os idólatras tenham usado e não mais desejem usar, então
o “motivo” idolátrico é removido e seu uso passa a ser permitido. Mas se as velas forem
apagadas na intenção se serem re-acesas depois, são proibidas.
PARTE SETE: Coisas que continuam permissíveis, apesar do seu envolvimento com
idolatria – árvores idolatradas – anulação de ídolos.
27. Qualquer coisa que não possa ser levantada por uma pessoa, mesmo que tenha sido
adorada, pode ser usada. Portanto, mesmo se idólatra adorarem montanhas, montes, árvores
que crescem naturalmente, ou que foram plantadas para dar frutos (com exceção daquelas
originalmente plantadas para idolatria), bem como rios públicos (não privados, pois
podem ter sido criados especialmente para atender propósitos idólatras), ou animais, todos
são permitidos ao uso. E é permitido comer o furto de uma árvore ou arbusto que foi
cultuado, contanto que este tenha permanecido em seu local original de crescimento, antes
de ter sido ofertado aos ídolos. Mas um animal usado para um ídolo, mesmo na forma mais
simplória, torna-se proibido. Por exemplo, caso o animal foi abatido para a idolatria, ou foi
negociado para um ídolo, ou trocado por um ídolo; mesmo que agora esteja representado
por um valor monetário, é equivalente ao próprio ídolo e, portanto, proibido. [62]
2. Na situação acima, falamos sobre a pessoa que possui um animal usado para a idolatria,
mas quando uma pessoa adquire um animal de outra, e sem o consentimento desta, o abate
para a idolatria, ou se o troca por ídolos, o seu valor permanece permitido. A pessoa não
pode tornar proibido aquilo que não lhe pertença.
3. Caso uma pessoa se curve com o rosto em terra à um ídolo, este chão não é proibido.
Caso ele cave um poço raso, e declare o local consagrado para idolatria, este local é
proibido.
4. Caso uma pessoa se curve às águas, em seus locais naturais, a água não é proibida. Caso
ele tome da água, e colocando-a num reservatório, se curve à ela, esta água torna-se
proibida. [63]
5. Rochas e montanhas que são adoradas pelas pessoas, são permitidas para qualquer uso,
contanto que estejam em seu local natural. Se forem removidas para outro local, tornam-se
proibidas.
6. Caso uma pessoa construa um pilar, ou mesmo finque uma estaca, na intenção de prestar
culto, mas não o faça por qualquer motivo, e daí venha outros idólatras e prestem culto
àquilo, este é considerado legalmente um Pilar Idólatra e passa a ser proibido. [64]
7. Uma árvore plantada para ser adorada, é proibida. Igualmente proibidos são seus ramos,
seus frutos, suas folhas e qualquer coisa que derive ou esteja nela; daquilo que poderíamos
ter algum benefício. Esta árvore é legalmente intitulada ASHERÁ, tal como especificada
pela Torá - (Devarim: 16:21).
8. Caso uma árvore idólatra seja derrubada, apesar do seu tronco ser permitido ao uso, todas
as folhas e frutos continua proibido porque estes são cultuados em separado.
9. Caso idólatras observem o fruto de uma árvore, e declarem que este fruto será usado para
fazer uma bebida para o Templo Idólatra, e então eles realmente façam a bebida, para sua
festa; aquela árvore torna-se proibida, mesmo que não tenha sido adorada. Seu fruto é
considerado como “plantado para idolatria” mesmo que não tenha este sido o seu
propósito original, passa a ser considerado consagrado à idolatria.
10. Caso um ídolo esteja abaixo de uma árvore, todo o tempo em que ali estiver a árvore é
proibida. É considerado acessório de idolatria, e qualquer benefício desta árvore, mesmo
sua sombra, é proibido. Caso o ídolo seja removido, a árvore torna-se permitida, se a
árvore em si, não foi usada como ídolo. [65]
11. Caso uma casa não foi construída para um ídolo, mas foi reformada, pintada ou
decorada com imagens, seja de cravações ou relevo, para um ídolo qualquer, a pessoa que
se apropriar desta casa, deve remover as invocações. Elas são proibidas porque são
dedicadas ao ídolo. O restante da casa é permitido para o uso.
12. Caso uma pessoa traga um ídolo dentro de uma casa, por todo o tempo em que o ídolo
ali estiver a casa é considerada Templo Idólatra. Uma vez que o ídolo for removido de lá,
de modo que indique sua anulação como ídolo local, a casa torna-se permitida. Caso um
ídolo foi trazido para dentro da casa por um Noahide idólatra, e venha um israelita e o
remova de lá, isso não é suficiente para a anulação da casa como Templo Idólatra; porque
se pode alegar que o Noahide deseja a permanência do ídolo e o israelita não; o que faz
permanecer o status de Templo Idólatra na casa. Portanto, tal como um Noahide trouxe o
ídolo para dentro da casa, é um Noahide que deve removê-lo, para que assim seja anulado o
efeito legal da idolatria sobre a casa, e esta deixará de ser considerada consagrada à um
ídolo. [66]
13. Não é permitido fazer uso de uma casa proibida. Não se pode entrar nesta casa, nem
sentar-se à sua sombra. Mas é permitido passar através de sua sombra, enquanto se caminha
na sua calçada. [67]
14. É também aconselhado que se mantenha uma distância, de pelo menos oito passos, de
um Templo idólatra, ao passar por ele; pois alguns Templos Idólatras são venerados pelos
passantes.
16. Caso uma pessoa precise caminhar próximo a um Templo de idolatria, deve desviar
dele seu olhos. Se tiver músicas, tapar seus ouvidos. E evitar que seu nariz perceba
qualquer cheiro ou fragrância que venha do local; para evitar que seus sentidos se
beneficiem de qualquer coisa da idolatria. Mesmo se a pessoa não tiver qualquer intenção
de ter prazer com tais sensações, ela deve conduzir a si mesma por um comportamento que
deixe claro à todos, que ela se recusa a derivar benefícios da idolatria. E uma pessoa
temente à D’us tem obrigação de ser cauteloso nisso e, portanto, deve evitar esta situação,
sempre tomando rotas alternativas para não ter que passar perto de um Centro de Culto
Idólatra.
17. Caso um ídolo esteja sobre uma pedra, a pedra torna-se proibida por todo o tempo em
que o ídolo estiver lá. Quando ele for removido, a pedra é permitida. E, portanto,
imediatamente após a remoção do ídolo é que podemos nos sentar sobre ela, ou apoiar
alguma coisa nossa sobre ela [68]
18. Caso uma pessoa esteja numa casa, que esteja ao lado de um Templo Idólatra, e sua
casa precise ser reconstruída ou reformada, ele não deve fazer isso da mesma forma que a
casa era anteriormente; mas deve modificá-la completamente, para que sua propriedade
seja completamente distinguida do Templo Idólatra. O espaço restante entre sua casa e o
Templo idólatra, deve ser demarcado, para que o Templo idólatra não aumente seu
território. Caso haja uma parede comum para você e o Templo idólatra, você deve medir a
espessura do muro, e fechar metade dele para delinear qual parte pertence a você e qual
parte pertence ao Centro Idólatra. Pode-se colocar uma linha, daquelas usada em
construções para alinhar tijolos, por cima ou num corte por dentro do mundo; e instituir que
esta linha é o limite entre o Templo Idólatra e sua residência. Deve-se fazer isso, na
presença de uma testemunha Noahide. Uma Pedra ou Madeira, ou prego daquela metade do
Muro é proibido para uso e, portanto, é importante demarcar seu limite.
19. A forma apropriada de destruir um ídolo e todos os artigos relacionados a ele é moê-lo e
espalhar seu pó ao vento, ou queimar seu restante, ou jogar seu restante no mar; para que
seja perdido para sempre, e jamais seja encontrada qualquer lembrança à respeito. [69]
20. Uma imagem artística humana, que seja idólatra é anulada, por quebrar-lhe o nariz, a
orelha, o dedo ou rachar o local do rosto. Caso o material seja de metal, deve ser derretido.
Todos estes procedimentos constituem o rito de anulação de ídolo [70]. Uma vez anulado,
a figura é permitido para qualquer uso. [71]
21. Um ídolo em qualquer tamanho ou forma, ou qualquer de seus acessórios, caso sejam
anulados, tornam-se completamente permitidos para o uso. Mas qualquer coisa que seja
oferecida a um ídolo, permanece proibida para sempre, e para estas, a anulação não é
eficaz. [72] (A anulação eficaz é aquela realizar pelo próprio ex-idólatra. Caso o rito de
anulação seja feito por outra pessoa, nada significa). [73]
22. Um ídolo adorado por um judeu jamais pode ser anulado, nem mesmo por outro judeu
e mesmo se um Noahide houver sido parceiro deste judeu na possessão e adoração do ídolo.
Similarmente, caso um ídolo de um Noahide vier para a possessão de um judeu idólatra; e
após isso o Noahide efetue o ato de anulação, de nada adiantará, o ídolo é permanentemente
proibido. Porque os judeus são membros da Aliança do Sinai, que é o testemunho do
Monoteísmo Absoluto. Portanto sua Idolatria é mais séria, e impossível de ser anulada.
23. Um Israelita não pode anular o ídolo de um Noahide, mesmo que o Noahide dê
permissões ao judeu para anulá-lo. Somente um Noahide pode anular seus próprios Ídolos.
24. Uma criança pequena, ou uma pessoa com uma deficiência que não lhe permita exercer
a compreensão, não pode anular um ídolo.
26. Utensílios que idólatras tenha usado, tais como canecos, vasos, porta-incenso, ou
instrumentos musicais, são considerados acessórios de Idolatria e precisam ser anulados
para serem usados, caso a pessoa desejar usá-los. [74]
27. Caso uma figura de idolatria foi dada como garantia, ou vendida para um Noahide ou
para um Israelita, que não a desfez, ou que tenha caído na lata do lixo e não tenha sido
levada, ou caso tenha sido roubada e não requerida, ou caso tenha se sujado com
excrementos humanos ou animais em quaisquer casos em que a figura de idolatria foi
degradada por maus tratos mesmo assim continua proibida, e estes acontecimentos não
constituem em anulação. [75]
28. Caso um idólatra, abandone um ídolo, e caso este seja um tempo de paz, é permitido até
fazer algum uso deste ídolo (como um quebra-nozes, por exemplo...) porque ele é
considerado anulado (desde que ele foi abandonado, é porque não tem valor nenhum para
o que o abandonou). Mas em tempos difíceis, como tempos de Guerra, é proibido, pois
pode ser que tenham sido abandonados apenas por causa da guerra. [76]
29. Caso um ídolo seja quebrado no meio, sozinho ou por acidente, as peças são proibidas
até que sejam anuladas. Portanto, caso uma pessoa encontre peças quebradas de um ídolo já
sabe que são proibidas, pois seus adoradores podem não ter anulado a estátua.
30. Caso um ídolo tenha sido remontado, de peças de outros ídolos, cada parte deve ser
anulada em separado, caso o ídolo pareça o anterior. Caso não pareça, pode-se anulá-lo
como um todo.
31. Um Altar de Idolatria que está em ruínas em que até se tornou perigoso e, portanto
certamente não será usado para Idolatria, continua proibido para qualquer tipo de uso, ou
para qualquer benefício mesmo que seja, se sentar sobre ele, até que a maior parte dele
tenha sido destruída por idólatras. [77]
1. Aquele que se consulta com supostos fantasmas, ou supostos espíritos para saber coisas
ocultas ou sobre o futuro, e que faz isso de livre e espontânea vontade, viola o Mandamento
contra idolatria, cuja essência é Avodá Zará. [78] (Um Noahide é permanentemente
advertido contra tais coisas, e assim ele não pode alegar que não sabe desta lei.)
2. Caso uma pessoa faça um ritual de queima de incenso e neste ritual, ela balance ramos de
mirta e/ ou pronuncie palavras específicas para invocar um suposto ser, e caso o suposto ser
responda, ou pareça responder à invocação, em termos perfeitamente inteligíveis, ou de
modo que não se possa ouvir com clareza, isto é, se o fenômeno der a impressão de
autenticidade ou se não der tal impressão; ou se os praticantes pegarem o crânio de uma
pessoa e oferecerem incenso nele, para dar a impressão de que seu ritual é muito sério, ou
se fazerem uso de outras técnicas de adivinhação conhecidas ou desconhecidas, e os
presentes escutem, ou acreditem que escutem a resposta vinda do interior do crânio como
um eco, todas estas práticas de evocação de espíritos clássicas, tais como eram feitas pelos
magos e bruxos e médiuns dos tempos das Escrituras, são passíveis de pena capital.
3. Caso uma pessoa coloque um osso de pássaro na boca como faziam os Midianitas, ou o
osso de qualquer outra criatura, e ofereça incenso e realize rituais, tais como se jogar na
terra de acordo com o costume dos antigos Midianitas, como quem está tendo um ataque
epilético, e caso ele fale em meio ao seu transe, sobre coisas futuras como fez Bilam
(Balaão), esta é uma forma de Idolatria, e o seu responsável é passível de pena capital. [79]
4. Inicialmente, foi tema de debate entre os sábios, se o Noahide seria proibido de praticar
magia. Isto é, se ele seria ou não proibido de manipular forças espiritual tais como Kedushá
(santidade) e Tumá (energia mórbida) à seu favor ou para si mesmo. [80] A decisão final
do tribunal que é a magia é proibida, também para os Noahides, tal como é proibida para o
judeu, ou seja, ele não deve tentar manipular forças espirituais, [81] e o mágico, ou bruxo é
culpado e passível de pena capital por Sekilá (ele é lançado de uma alta pilastra sobre um
solo de pedras).
(Nota: Ao mesmo tempo em que tais práticas atraem o seu executor à forças maléficas,
prejudicam muito sua vida em todos os aspectos. Porém, é preciso saber que a “magia” tal
qual sua propaganda sobre si mesma, na verdade não existe do mesmo modo como dizemos
que “idolatria” não existe – isto é, estamos expressando que tais coisas não são capazes de
trazer bem ou mal por si mesmas, tal como prometem.
Porém, a Magia, e o ocultismo existem como uma ocupação inútil e que atraem milhões de
adeptos anualmente; desviando seu comportamento do caminho da justiça e prejudicando
muito a sociedade. Ritos de Vodu, Satanismo, Magia e relacionados, crescem hoje no
mundo todo, tal como eram parte da Cultura dos Egípcios. Nós podemos testemunhar a
influência disso sobre o comportamento das pessoas pela música, como alguns grupos que
se encobrem em determinados estilos do Rock, e usam o estilo da música para proporcionar
aceitação de ideologias contrárias ao que todo Judeu/ Noahide deve cultivar. Muitos destes
grupos realmente se acreditam discípulos de forças imaginárias, tais como Satan, diabo e
outras. E por causa deles, jovens e adultos são induzidos aos milhões, para adotar estas
filosofias inúteis, e advogar toda sorte de desrespeito à lei, à ordem, à moral;
proporcionando que a promiscuidade cresça no meio adolescente, e estes abusos então, vão
assumindo proporções maiores e ganhando força, até resultarem em crimes hediondos.
Estes grupos, que apenas fazem uso do estilo musical do Rock, que não é em si proibido;
mas se imaginam discípulos de ilusões como Satan, Lúcifer e outras bobagens, apenas para
justificarem meus atos, e apesar de dedicarem-se ao que não existe, influenciam jovens ao
mal, porque lhes proporcionam viver por esta ilusão, tal como os Idólatras vivem por sua
ilusão. No entanto, devemos saber que tais alegações, ou forças, não podem fazer nem bem
nem mal a quem quer que seja (Irmiáhu 10:5), mas que, devido sua influência negativa,
deve ser evitada, ou no mínimo selecionada; para que aqueles que gostam de algum estilo
de Rock, saibam separar aquilo que ouvem, caso tenha opções. Se não tiverem opções
dentro do estilo que ouvem, devem renegá-lo. Um exemplo clássico disso são as bandas de
Death Metal e Black Metal. A proteção contra o mau instinto vem de D’us, quando nós
ouvimos Suas determinações e vivemos de acordo com Sua vontade. E apenas ELE
proporciona à todos, a recompensa e a punição por seus atos.)
5. Existe um debate sobre a permissão de certo tipo de prática legalmente considerada pela
Lei Judaica como um ramo da adivinhação, caracterizada pela interpretação de sonhos.
Algumas autoridades mantêm que tal prática é proibida, à judeus e Noahides, e outras
mantêm que seria permitida aos justos, isto é, aos que constantemente se ocupam com o
estudo da Sabedoria, pois estes são os que se dedicam intensamente ao estudo. Estas
pessoas estariam mais próximas da compreensão da inspiração divina, e assim poderiam
compreender mensagens divinas captadas por meio de sonhos específicos. Temos exemplos
que grandes sábios do povo de Israel que conheciam e sabiam decifrar símbolos de sonhos.
E assim a opinião que prevalece é a de que interpretação de sonhos não é uma prática
proibida; contato que praticada dentro das normas e com base no conhecimento judaico a
respeito. [82]
6. Como uma pessoa pratica adivinhação proibida? Por exemplo, ela pode dizer, “desde que
meu pão caiu da minha boca, ou meu cajado caiu de minha mão; não vou a tal lugar hoje,
porque se eu for o que preciso não acontecerá” ou “desde que uma raposa passou na
minha frente, eu não vou sair de casa, pois este é um sinal de algo ruim". [83]
7. Similarmente, aquele que ouve um pássaro cantando e diz, “isso significa que será assim
e não assado” ou “isso indica que será bom ou ruim” está praticando adivinhação.
8. Caso, uma pessoa proponha condições dizendo, “se tal e tal coisa acontecer comigo, eu
faço tal e tal coisa, e se não eu não faço” ele está praticando adivinhação.
9. Tudo o que for similar ao que tem sido mencionado até aqui, cai na categoria de
Adivinhação. Mesmo que de acordo com os Mestres a adivinhação é proibida, ela não é
passível de punição pelo Tribunal.
10. Algumas interpretações de sinais são consideradas permissíveis por todos, portanto, não
é errado dizer “esta casa que construí foi um sinal de sorte desde o momento que comecei a
construção” ou “minha esposa foi abençoada, desde o momento em que nos casamos, e foi
desde então que eu comecei a prosperar” ou “este animal que comprei me trouxe boa sorte,
porque desde então eu comecei a prosperar” – tais declarações são comparativas e
raramente expressam uma crença real naquilo que parece expressar. [84]
11. E similarmente, caso alguém pergunte a uma criança, “que verso você aprendeu?” e
caso a criança responder com um verso que indique uma benção, e daí a pessoa dizer “que
sorte!” ele não cometeu erro.
12. A mudança de opinião, passando a proibir declarações que pareçam adivinhação, ocorre
somente quando uma pessoa determina o futuro, na sua interpretação de sinais. Uma
pessoa que meramente reconheça como sinal, algo que aconteceu no passado, não está
praticando adivinhação. Existe ainda outra opinião dos sábios, que permitem interpretar
sinais em relação ao futuro, se o sinal se provar correto por pelo menos três vezes
consecutivas, e se a interpretação nestas três vezes houver sido absolutamente exata em
todos os seus detalhes. Tal evento indicará inspiração divina.
14. Existem os que se envolvem com mágica, e que usam pedra ou madeira, ou areia, e
aqueles que se deitam na terra e se movem no chão e emitem grunhidos e outros sons
bizarros. Existem os que usam bolas de vidro ou cristal, dizendo-se capazes de prever o
futuro, ou interpretar sinais. Ou aqueles que usam utensílios em suas mãos, tais como
cajados ou espadas, e argumentam que podem ler pensamentos e falar sobre coisas futuras.
Seja como for, todas as modalidades de mágica são proibidas.
(Nota: Nos Centros das cidades existem muitos locais onde tais praticantes agem,
incluindo Quiromantes, Tarô, Fenologia, e muitas práticas similares. Muitos destes
praticantes fazer disto seu comércio, e outros oferecem seus serviços gratuitamente. Eles
alegam que receberam as habilidades que alegam ter, de D’us. Não se deve dar a mínima
chance para recepção de suas práticas e/ ou ideologias, porque o mínimo envolvimento
com estas coisas pode resultar num grande afastamento da sabedoria de D’us.)
15. Existem também os que fazem uso de ilusionismo, no objetivo de fazer seus
espectadores acreditarem que as coisas não ocorreram na ordem natural, e assim procuram
incentivá-los a pesquisas sobre forças ocultas; fazendo-as crer que elas também terão tais
“poderes” se ocuparem-se disso. Estas práticas são proibidas. [86]
16. É proibido praticar mágica, ou consultar um Mago, mas o tribunal não pode punir por
prática de mágica ou consulta de mago. [87] (a pessoa deve se lembrar de que, qualquer
transgressão que esteja fora da Jurisprudência da Lei, é punida pelo tribunal Celeste.)
17. É proibido se ocupar de astrologia. E o que é astrologia? Esta é a prática daquele que
observa astros por meio do conhecimento da astronomia, sendo que a astronomia é
completamente permitida como é óbvio, e com base neste conhecimento procura
determinar que coisas aconteçam assim e assim, e daí a pessoa teria que agir assim e assim
para conseguir se dar bem, ou evitar esta e esta atitude para evitar maus eventos. [88]
18. Existem dois tipos de Astrologia: Aquela que procura prever futuros eventos e
acontecimentos, mesmo que num futuro próximo, lhe ditando determinados
comportamentos para determinados dias, ou épocas. E a categoria que se ocupa em
compreender as características de personalidade de cada pessoa.
19. Observar os tempos, isto é, tentar prever o futuro é proibido, mesmo no caso da pessoa
não realizar quaisquer atos, mas meramente concordar com as mentiras e falsidades daquele
que levam os outros ao erro, como por exemplo, consultar obras que se proponham a
revelar o futuro; pois nas suas palavras não temos verdades nem sabedoria. Todos os que se
permitem guiar por previsões astrológicas, transgridem a Lei de D’us, mesmo no caso do
Tribunal humano não ser permitido de puni-lo por isso. [89]
20. O que é um feiticeiro? É aquele que fala palavras que podem fazer parte de algum
vocabulário novo ou antigo, ou mesmo, palavras que não fazem parte do vocabulário do
povo, ou que não possuem qualquer significado; alegando que tais palavras são
espiritualmente poderosas ou benéficas, ou que anunciariam um fenômeno espiritual
qualquer. Nenhuma palavra mágica, ou considerada sobrenatural ou de significado
espiritual tem poder para fazer bem ou mal. Mas os ignorantes, que são manipuláveis e
fracos de entendimento e raciocínio, são levados a acreditar em tais tolices, quando lhes
dizem: “se você disser isso e isso, sobre veneno de cobra, ele não te fará mal algum” ou
“se você fizer tal e tal declaração, será protegido contra o mal”. [90]
21. O feiticeiro pode apresentar um objeto, tal como uma chave ou outra coisa, enquanto
diz coisas sem sentido. Qualquer coisa similar a isso cai na categoria de Feitiço, e aquele
que pratica tais coisas transgride a Lei de D’us, mas não é punido pelo Tribunal.
22. Caso uma pessoa for mordida por uma cobra venenosa, ou picada por um escorpião
estando, portanto, emocionalmente abalada, ela é permitida de murmurar qualquer tipo de
murmúrio que desejar, como no caso de encantamentos, sobre o ferimento, se ela acredita
que isso vai ajudar em alguma coisa, pois isso poderá pelo menos acalmá-la em seu
momento de vulnerabilidade. Assim, isso apenas se aplica à pessoa que está sob perigo
mortal, quando sua mente está vulnerável e fraca. Mesmo se o que ela declarar, obviamente
não for ajudar em nada, poderá mantê-la calma e evitar pânico, condições especialmente
benéficas para estes casos. [91]
23. Aquele que pratica feitiços, sobre os ferimentos de alguém, usando versos da Torá ou
das Escrituras sagradas, como fazem os falsos cabalistas e charlatães, e similarmente,
aquele que lê versos da Torá de forma a colocar medo em crianças, fazendo-as acreditas em
absurdos e se dizendo baseado na Torá, por seus atos, é pior do que o Feiticeiro e seu crime
é ainda mais grave, porque está usando as Escrituras para outros propósitos, aos quais ela
não foi designada. Tais pessoas são charlatães, que procuram se passar também por
Cabalistas e conhecedores da Torá ou do Judaísmo, e pelas suas práticas desprezíveis, eles
profanam o Nome de D’us e a Sabedoria por ELE revelada.
Mas, aquele que está aflito, e que se dedica à estudar o conteúdo dos livros sagrados, para
se inspirar e fortalecer sua confiança, e inspirado nisso, orar à D’us para que o ajude, tal
atitude é permissível. [92] (Claro, o melhor a fazer é orar à D’us e pedir diretamente à
ELE pela cura e pela proteção.).
24. O que é um necromante? É aquele que se priva de sua casa, e passa a noite em
cemitérios, para atrair mortos para si, para que lhes informem sobre algo do presente,
passado ou futuro. [93]
25. Existem também os que vestem roupas específicas, como roupas brancas, e falam
termos estranhos em outro idioma ou desconhecidos, e oferecem incensos e/ ou dormem
sozinhos em locais especificados, locais considerados energizados, para atrair espíritos de
mortos, ou para que lhes falem em sonhos.
26. Em geral, todo aquele que faz quaisquer rituais para evocar mortos, ou para saber
quaisquer informações deles, faz parte da categoria dos Necromantes e transgridem a Lei
Divina.
27. É proibido consultar alguém sobre quem se diga que evoque espíritos ou fantasmas,
porque os praticantes disto são passíveis de pena capital. Aquele que consulta estas pessoas,
mas não fazem os rituais, não são passíveis de punição pelo tribunal embora o que façam
seja errado e prejudicial. [94]
28. Aquele que não pratica magia da forma tradicional, mas meramente usa ilusionismo
para se passar por mago, e assim enganar os tolos, transgride a Lei, mas não é passível de
punição pelo Tribunal. [95]
(Mas a Magia em si, não é uma ilusão, caso contrário, não seria passível de pena capital.
O Bruxo verdadeiro é aquele que se coloca como um receptáculo de forças negativas
(Tumá) que estão espalhadas pela natureza. E alegam poder manipular estas forças de
acordo com sua vontade. Porém não podem fazer bem ou mal à terceiros, exceto a si
mesmo e aos que lhe são sujeitos.)
29. Tudo o que foi proibido anteriormente pela Lei de D’us, são ações de mentira, engano,
fraude, e impureza moral e espiritual, e todos aqueles que se recusam a compreender a
tolice destas práticas, não tem parte do Mundo Vindouro.
Nota: Sem uma única exceção, os numerosos cultos, pseudo-religiões, falsos messias, e
semi-deuses que prevalecem no mundo moderno, movem a indústria da Idolatria, e atraem
novos adeptos. Tal como os falsos profetas do passado, eles se ocupam de vários
conhecimentos, para como puderem, usarem o que aprenderam para impressionar os tolos,
aqueles que não se ocupam do estudo e da sabedoria; com promessas de riqueza, bênçãos à
vontade, e salvação de danações eternas. É importante saber que o mal vende sua própria
mercadoria, com a embalagem do bem, e sempre pratica sua maldade “em nome de D’us”
para Lhe profanar o Nome. Todo aquele que é sábio, porque se ocupa do conhecimento,
deve compreender o perigo destas misturas de “verdade e mentira” feita – especialmente –
por aqueles que usam a Torá como se fossem conhecedores ou praticantes dela, para seus
próprios fins idolátricos e propósitos enganosos – tais como – distorcer seu conteúdo para
justificar nele seus Dogmas. É por meio do estudo dedicado, que somos resguardados
destas influências negativas, e protegidos contra o mal da ignorância. [96]
Por isso, a Torá instrui à todos concernente a estas tolices “Seja confiante Nele e então
estarás com o ETERNO Teu D’us” (Devarim 18:13), pois tudo vem DELE, tanto o bem
como o mal. [97]
Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
LIÇÃO # 5 de 8
PARTE UM
DEFINIÇÕES DA BLASFÊMIA
4. A proibição contra a blasfêmia nos ensina a não falar contra D’us nem diminuir
da Sua glória de forma alguma, por intencionalmente usar palavras que diminuam
a reverência e a fé que devemos ter Nele. [1] Daí o pecado dos Ateus, não estar
intimamente relacionado a seu erro intelectual, mas especificamente ao que resulta deste
erro, que são as blasfêmias por eles proferidas. A Glória de D’us está expressa nas
Escrituras, de acordo com as explicações dos sábios de Israel. Logo, diminuir da glória de
D’us também é deturpar os registros da Sua Sabedoria, por meio de Seus servos;
modificando o sentido adequado através do qual o texto deve ser compreendido; para
propositalmente fazer da mensagem das Escrituras, motivo de zombaria.
5. Tal como qualquer dos Sete Mandamentos Universais, antes que uma pessoa
seja levada ao Tribunal para julgamento por haver violado a Lei, deve haver
testemunhas do ocorrido, que voluntariamente desejam testificar contra o acusado.
Isto apresenta um problema, pois como podem as testemunhas testificar contra o
acusado, sem que repitam a expressão blasfema que foi usada por ele, o que seria
uma posterior transgressão deste mesmo Mandamento?
6. Nos Tribunais Judaicos da Lei, o tema é tratado da seguinte forma: As
testemunhas, durante toda a seção, são orientadas a usar um termo eufemístico para
a atual declaração blasfema que ouviram, eliminando qualquer referência à D’us
da frase. [2] Então, na conclusão dos procedimentos, todos devem sair do recinto,
com exceção daqueles que são essenciais para o caso, e as testemunhas devem
repetir a frase blasfema tal qual eles ouviram. Ao ouvirem a blasfêmia, os Juízes
rasgam suas vestimentas, tal como é feito ao se ouvir da morte de algum parente,
ou qualquer outra tragédia consideravelmente grave. Esta metodologia pode servir de
exemplo para Tribunais Noahides, sobre como proceder no caso, ao mesmo tempo em que
se conserva o Temor à D’us. Isso também propõe o princípio Noahide de “inspiração da
Lei” através do qual o Noahide pode estudar a Lei, para dela extrair lições práticas e assim
direcionar seus Tribunais de acordo com a Vontade de D’us expressa sob forma de
Mandamento aos Filhos de Israel. Podemos afirmar que um dos objetivos Noahides é o
crescimento no conhecimento da vontade de D’us, através do estudo sério da Lei Judaica e
sua aplicação sobre os judeus, que são o “exemplo” ou a “luz das nações” neste aspecto.
7. O Rabino Híah declarou que, após a destruição do Segundo Templo, aquele que
ouvisse uma blasfêmia não seria mais obrigado a rasgar suas vestimentas, pois de
outro modo, todos andariam com suas roupas em frangalhos. [3] É por isso que
judeus hoje, não mais rasgam suas vestes, mesmo mediante constantes blasfêmias contra o
Nome de D’us no mundo. Porém a lição moral continua válida.
10. Nós vemos este problema, no livro de Ióv, o noahide. Ióv era um Servo de D’us
fiel, e foi ferido pelo Maláh HaSatan, com feridas dolorosas por todo seu corpo. Ele
sentou-se em sua agonia, e sua esposa o ofendeu dizendo: “Ainda te aferras à tua
integridade? Maldiz ao Criador e morre! Ele, porém, respondeu: Falas como o fazem as
mulheres iníquas. Como poderíamos aceitar o bem que emana de D’us e recusar o mal que
ELE nos manda? – e a respeito de tudo, Ióv não pecou através de suas palavras”. (Ióv 2:9-
10) Este exemplo mostra que a agonia e o sofrimento não são justificativas imediatas para se
blasfemar contra D’us. Posteriormente, a esposa de Ióv contraiu lepra por haver incitado
seu esposo à blasfêmia, e como ele, sentou-se em agonia. Porém ao invés de suportar como
Ióv e reconhecer seu erro, ela blasfemou contra o ETERNO e morreu pelas mãos dos Céus.
11. Consistente com isso, a Tradição Judaica institui que devemos abençoar a D’us
pelas coisas desagradáveis, tal como fazemos pelas coisas agradáveis. [6] Mesmo
quando - D’us proíba - uma pessoa ouve sobre a morte de alguém, deve-se
responder a isso dizendo, Barúh Daian Emet (Bendito seja o Juiz da Verdade). [7]
Cuja prática se aplica a judeus e pode ser aplicada a Noahides.
13. O livro de Ióv mostra claramente que D’us apenas, é o Senhor de tudo, e Mestre
sobre o Satan, pois o relato expõe que o Maláh HaSatan deseja testar Ióv, e primeiro
pede autorização para D’us, quando então D’us decreta os limites da ação do
Maláh HaSatan, ordenando que ele não tocasse na vida de Ióv, como está Escrito:
“Disse-lhe então o ETERNO: Eis que ele está em tua mão, mas preserva-lhe sua alma (da
morte)”. (Ióv 2:6) Isso implica que o Maláh HaSatan é um instrumento autômato de D’us,
como todos os outros anjos. Algo que mais se assemelha a uma força da natureza do que
a um ser propriamente dito; porém, é expresso na linguagem das Escrituras, de forma
antropomórfica e simbólica, com fala e atuação para transmitir a mensagem de que todos os
acontecimentos vêm de D’us, e não existe bom ou mau evento que ocorra que não esteja
relacionado aos nossos próprios atos.
14. O ensinamento da teologia cristã de que haveria uma força do mal rebelada
contra D’us, e um reino separado; é uma blasfêmia comparável à daqueles que
desprezam ao Criador e Sua Infinita Majestade. Assim, as pessoas deixam de temer à
D’us, para temer ao tal demônio, e suas ameaças ilusórias, afastando-se do conhecimento e
da Sabedoria, e abrindo seus corações a muitas ilusões nocivas como esta; pois uma vez que
um absurdo destes é admitido, muitos outros se somam a este.
15. Algumas autoridades mantêm que votos falsos ou sem propósito ou significado
- nos quais se uso uma referência à D’us - são proibidos pela Jurisprudência da
proibição contra blasfêmia. [8] Um exemplo, de voto falso (Shavuah Lasheker) é
quando uma pessoa menciona em nome de D’us que uma árvore, é uma árvore.
Isto é, quando uma pessoa se exalta, achando que sua brincadeira não lhe tornará
responsável pelo que diz, e assim diz bobagens “em nome de D’us”. Existe uma
diferença de opiniões, sobre se aquele que demora em cumprir aquilo que
prometeu, está incluído nesta subcategoria. [9] Portanto a pessoa deve evitar estar
neste tipo de situação, caso se encontre nela e tenha dúvidas sobre o que fazer deve
consultar uma autoridade rabínica.
4. Aquele que maldiz à D’us em nome da Idolatria é suscetível, caso esteja em Israel;
de ser atacado e até morto pelos Zelotes, os quais são, por sua vez, mantidos sem
culpa perante a Lei. Isto é, sem culpa por ter causado a morte do transgressor
deliberadamente; seja levando-o à tribunal, seja prestando testemunho direto contra ele.
Mas aquele que não for um Zelote, e procurar retaliação contra o transgressor pelo
seu desejo de justiça deve fazer isso movendo um processo legal contra o acusado.
Porém, procurando apenas reunir provas contra o acusado sem, no entanto, ter participação
direta no caso, como testemunha por exemplo.
(Nota: Um Zelote é aquele que Serve à D’us dentro do Pacto do Sinai, com total
abnegação, amor incondicional e zelo pela honra de D’us. Reagindo à profanação
do Nome de D’us, os Zelotes tomam medidas imediatas para parar a profanação.
Sua ação é apenas permitida na Terra de Israel. Caso uma pessoa {um judeu observante
deste nível} não tenha ponderado a situação ou perguntado a opinião de outros
sábios, mais sábios e experientes que ele nestes temas, esta pessoa {mesmo sendo
conhecido como um zelote} é proibida de agir. As Escrituras registram a ação de um
Zelote, quando relata o caso de Pin-hás, que bloqueou uma praga entre os Filhos
de Israel e executou um príncipe da Tribo de Shimon e a mulher Midianita com a
qual ele teve uma relação proibida, e seu crime estava causando desgraça para todo o
povo de Israel. {Bamidbar 25: 7-8}.)
Classe #1
24. Caso uma pessoa roube qualquer quantia (mesmo no menor valor
monetário corrente) e então venha outro e lhe roube aquilo; ambos
transgridem a proibição contra o roubo.
[1] Talmud Babilônico, Macot 23b
[2] Mishné Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[3] Talmud Babilônico, Sanhedrin 57a
[4] Enciclopédia Talmúdica, Os Filhos de Noah, volume 3, página 348
[5] Mishné Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[6] Talmud Babilônico, Sanhedrin 57b
[7] Min-hat Hinúh, Mandamento 35
[8] Talmud Babilônico, Bava Metzia 70b, Tossafot, "O que é usura?"
[9] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban (Nachmânides)
[10] Mishná Bava Metzia, 4:3
[11] Talmud Babilônico, Avodá Zará 71b, Tossafot, "Os filhos de Noah
são..."
[12] Shemot. 21:13, comentário de Rashi, "mas D’us causou que isto
acontecesse..."
[13] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban; Enciclopédia Talmúdica, Os
Filhos de Noah, volume 3, página 257
[14] Mishná Torá, Leis dos Reis, capítulo 10, lei 6
[15] As Sete Leis de Noah, Lichtenstein, página 22
[16] Sefer HaHinúh, Mandamento 424
[17] As Sete Leis de Noah, Liechtenstein, página 24
[18] Capítulos dos Pais, 4:1
[19] Talmud Babilônico, Bava Kama 27b
[20] Shul-han Aruh, Hoshen Mishpat, capítulo 156, leis 1-7
[21] Mishná Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
[22] Bereshit. 34:13, comentário de Ramban
[23] Mishne Torá, Leis dos Reis, capítulo 9, lei 9
Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
Lição 7 de 8 - Parte 1
De acordo com a opinião de alguns eruditos que não constitui, no entanto a Halahá (Lei
normativa), isto incluiria aquela que foi esposa do pai (e que não seja sua mãe) após a
morte do pai.
Aqueles da categoria de proibidos também são: A esposa do pai (que não é mãe da
pessoa), o irmão da esposa, a irmã da esposa, a nora, filha adotiva ou enteada.
4 Na opinião da maioria das autoridades, a mulher que tenha sido esposa do pai é
proibida, mesmo após a morte do pai, e esta proibição incluiria também a mulher que
meramente conviveu com seu pai, mesmo se ela não tenha tido intimidades com ele.
Isto também inclui aquela que (D’us nos livre!) tenha sido vítima de violência da parte
dele, seja estupro ou sedução (que são “relações proibidas” e, portanto, se poderia
questionar a validade neste caso). As outras autoridades, que permitem relações com
aquela que foi esposa do pai após a morte deste, continuam proibindo relações com a
irmã paterna ou materna.
5 É argumentado, em nome de Rabi Akiva que todas as relações que são passíveis
de pena capital conforme as leis do Pacto do Sinai, também são passíveis de pena
capital nas normas das Leis de Noah. Isto inclui os relativos que passam a existir por
meio do casamento (a sogra e a nora, etc). A razão é que, desde que a esposa do pai é
proibida, isto se estende e inclui outros relativos a esta união matrimonial (a sogra que
passa a ser relativa devido ao casamento). Tais relações são proibidas e passíveis de
punição pelo Tribunal. Outras autoridades mantêm que somente a esposa do pai é
proibida nesta categoria, e excluem outros relativos devido ao casamento.
6 Relações proibidas, além dos relativos são: Um homem com a esposa de outro,
um homem com outro homem, um homem ou mulher com um animal.
7 É proibido ter relações com a esposa de outrem, seja ela esposa de um Noahide
ou esposa de um judeu. Apesar de o judeu ser proibido de casar-se com uma Noahide, a
tal ponto que, da perspectiva da Lei Judaica não houve casamento algum; não importa
quais rituais sejam realizados, não obstante, a ligação marital passa a existir para ela
(devido à intimidade marital), e ela se torna proibida para outro homem. Sob a Aliança
Universal, uma mulher é considerada “casada” se tiver intimidades com um homem,
neste intuito, que no caso, consumará o casamento.
8 Um homem não é passível de punição pelo tribunal por ter tido relações com
uma mulher, a menos que tenha tido uma relação legalmente normal (que é a
penetração vaginal), na medida em que este é considerado o modo normal ou legal de
relação íntima. Mas no caso das outras relações proibidas, a pessoa é passível de
punição pelo tribunal por ter praticado qualquer tipo de ato sexual, pois que, todo o ato
é considerado anormal perante a Lei.
9 Um homem é considerado passível de punição por uma relação ilícita, mesmo
que tenha feito uma pequena penetração no seu intercurso. Entretanto, alguns sábios são
de opinião que ele não seria passível de punição por uma tentativa frustrada de
penetração. O caso, portanto deve ser avaliado pelo Tribunal por autoridades
competentes para tal.
10 Um homem é passível de punição por um tribunal, por ter tido relações com uma
mulher casada, até que ela tenha consumado seu casamento, havendo tido relações com
seu esposo legal. Mas se a relação houver ocorrido antes da consumação do casamento,
ele não é passível de pena capital pelo tribunal. Por esta lei, estamos nos referindo a
uma relação entre Noahides. Com relação a um Noahide e uma mulher israelita, não
importará se ela consumou ou não o casamento; ele será passível de pena capital se
violar este mandamento. Porque a ligação marital no Pacto do Sinai não depende da
intimidade marital e sim, do decreto do Beit Din, quando o noivo assina a Ketubá –
Documento de Casamento, na realização do Kidushin – rito de consagração.
11 Nos tempos de escravidão, um Noahide que designasse uma específica escrava,
que fosse esposa de um específico escravo, e tivesse intimidades com ela; ainda que
fosse senhor dela, seria passível de pena capital. Apesar de ser escrava, os direitos
maritais permanecem e ela é considerada esposa do próximo. Porém ele não poderia ser
condenado, até que fosse comprovado que era do conhecimento público que tal escrava
era casada. E quando esta escrava se tornaria permitida novamente? Quando ela se
separasse daquele com quem estava casada, quando então seu senhor deveria descobrir
seus cabelos em público, demonstrando que ela estava solteira e, portanto, livre.
12 O conceito de divórcio com relação à Noahides é tema de debate... Não é
legalmente necessário um documento específico de divórcio, antes, o divórcio depende
apenas da vontade de qualquer dos conjugues, mesmo se o outro é contra sua decisão.
Eles podem se separar voluntariamente, ou quando um dos dois abandona o lar. No
entanto, recomenda-se de sejam considerados os valores e métodos judaicos, que
embora não seja obrigatório evitam problemas. Portanto é aconselhável a Noahides
desenvolverem tanto documentos de Casamento (Ketubá) como documentos de
Divórcio (Guet).
13 Aquele que acaricia uma pessoa do sexo oposto, ou abraça ou beija, provocando
excitação, ou tenha tido um contato pessoal que provoque prazer; transgride o
Mandamento contra relações proibidas, mas não é passível de punição pelo tribunal.
Em todos os casos de pena capital, em que os Tribunais não tenham permissão para
agir, a pessoa é passível de punição pelas mãos dos Céus.
14 É legalmente proibido sinalizar com as mãos ou com os pés, de forma obscena,
piscar ou disfarçar a qualquer pessoa que esteja na categoria de relação proibida. A
pessoa deve evitar comportamentos frívolos, ou inconseqüentes com qualquer pessoa
desta categoria, e certamente não deve permitir-se nem mesmo sentir o perfume da
pessoa, reparar sua beleza ou fixar os olhos sob uma pessoa que lhe é proibida.
15 Um homem é culpado por transgredir o Mandamento contra relações proibidas,
por ter tido relações com outro homem, não importa se fez isso adulto, ou antes, de
atingir a “maturidade legal”, seja com o consentimento mútuo ou se foi forçado, seja
isso em seu domicílio ou em outro local. Da perspectiva da Torá, a homossexualidade é
devastadora para a Neshamá da pessoa. E apesar de ser verdade, que existem
tendências congênitas para a homossexualidade, isso é semelhante ao caso de crianças
com tendência a arrancar seus cabelos ou bater a cabeça na parede. Caso a tendência
seja destrutiva, deve-se procurar correção/ tratamento. Quando uma pessoa é doente, o
objetivo deve sempre procurar a cura. Atualmente homossexuais não apenas o são, mas
procuram induzir outros a considerar suas práticas normais, e a encorajar pessoas a isso,
e isso incluir políticos que visam proporcionar espaço para propagação deste tipo de
comportamento. No final, é visto que este tipo de desvio leva a pessoa a um
comportamento desenfreado, anormal e perverso, além das terríveis doenças que a
ciência tem apenas começado a descobrir. Uma obra recomendável sobre isso foi
publicada em Inglês, sob o título de “Judaism and Homosexuality: An Authentic
Orthodox View”, pelo rabino Chaim Rapoport, 524 páginas, publicado em Março de
2004. Esta obra está disponível no Amazon.com em:
http://www.amazon.com/exec/obidos/tg/detail/-/0853034524/qid=1127217056/sr=1-
1/ref=sr_1_1/104-1967307-4777528?=glance&s=books
16 [O Lesbianismo é uma prática legalmente imoral e anormal, considerada uma
ameaça para estabilidade do mundo, e todo Noahide tem obrigação de se opor a sua
prática. A prostituição é considerada além no sentido de “mais complexa” da
jurisprudência da lei que rege a moralidade e deve ser avaliada por um Tribunal
competente para tal.]
17 [Em relação a relações proibidas,] os Bnei Noah são considerados relativos,
pelo lado materno apenas. Aqueles do lado paterno, não são considerados relativos
[neste aspecto]. Isto significa que a meia irmã de um homem (do mesmo pai, mas de
outra mãe) não é considerada sua relativa [neste aspecto] e é legalmente permitida.
18 Existe um debate no Talmud, sobre se um Noahide ser permitido de ter
intimidades com uma mulher que seja apenas legalmente sua filha (que não seja sua
filha biológica, mas que ele tenha tido participação na criação dela), se ela não for
considerada relativa. Apenas um tribunal competente pode dar o veredicto neste tipo de
caso. [Porém o episódio de Lot e suas filhas ensina que, desde a antiguidade, este ato é
considerado extremamente imoral e, portanto, deve ser tratado como proibido.]
19 Um ato homossexual ou bestial, é passível de punição, mesmo se houve apenas
uma penetração mal sucedida. É proibido sob a Aliança Universal, castrar qualquer
homem, exceto em casos nos quais a vida da pessoa corre alguma espécie de risco
(remoção de tumor, etc); e mesmo castrar um animal é proibido. Este aspecto da lei
corrobora as leis de relações proibidas com as leis de Even Min HaChai (membro de
animal vivo) que proíbe a tortura de animais; sendo um ato que profana as criaturas de
D’us. Não obstante, um ato de castração, mesmo sendo irreversível, pode ser perdoado
por D’us por meio do arrependimento, devido à grande misericórdia de D’us; como está
Escrito: “Pois assim disse o Eterno concernente aos eunucos, que, respeitam meu
Shabat e escolhem aquilo que me agrada, que mantêm minha Aliança. Darei-lhes um
lugar na Minha casa e dentro de Meus muros, e um nome melhor do que os dos filhos e
das filhas; e um nome perpétuo será dado a eles, que não será cortado” (Ieshaiáhu 56:
4-5).
Lição 8 de 8 - Parte 1
Lição 8 de 8 - Parte 2
[Nota: Na lição contra a idolatria, foi declarado que os Bnei Noah não
foram ordenados a santificar o Nome de D’us em sacrifício da própria vida.
(baseado no Mishne Torá, Leis dos Reis, Capítulo 10 Lei 2) O texto do
Mishne Torá deixa claro que esta regra se aplica a todos os Mandamentos
de Noah."]
Apesar das Cortes Noahides serem responsáveis pelas Sete Leis de Noah
apenas, e não pelos 613 Mandamentos do Pacto do Sinai, há uma opinião
de declara que cada decisão do Tribunal Noahide deve ser realizado em
parceria com o Tribunal Judaico. A opinião aceita como válida, é a de que
os Tribunais Noahides devem fazer suas decisões de acordo com princípios
próprios.
7. Arbitrariedade e Mediação ou qualquer outro meio de tratamento
amigável ou consideração entre as partes, que evite que determinado caso
seja levado a Tribunal será sempre desejável e aconselhável.
13. Caso dois litigantes estejam num tribunal, e um seja justo e outro
perverso; o Juiz não pode presumir que o perverso não dirá a verdade, nem
que ele jamais mudará seus caminhos, fazendo o julgamento ir contra ele.
[8]
15. Aquele que exerce o juízo de forma precipitada, sem o temor sobre sua
responsabilidade e sem o exercício da prevenção e cautela, tomando uma
decisão rapidamente, antes de poder considerar melhor o caso, é
considerado Juiz tolo, perverso e egoísta e deve ser destituído do cargo e
punido. [10]
16. O Tribunal não deve estabelecer um julgamento base para nele basear
todos os outros casos. Antes, deve considerar cada caso individualmente,
por suas características e detalhes próprios. [11] (Nota: entretanto, casos
precedentes podem ser usados como exemplos analíticos.)
20. É também proibido oferecer suborno. [15] Ta categoria legal que proíbe
o suborno não se limita a dinheiro, mas inclui qualquer tipo de presente ou
favorecimento. [16]
21. Qualquer Juiz que se senta para julgar e procura aumentar sua própria
glória, aumentando seu próprio salário ou da sua categoria, estará
corrompendo a justiça e espalhando maus atos. Se um Juiz estiver num
barco ou bote, e um dos litigantes que estiverem sendo julgados por ele ali
estiver, e o ajudar estendendo a mão para que ele saia do barco ou do bote;
o Juiz deve lhe dizer: “Eis! Estou desqualificado para ser Juiz no seu
caso”. Pois um Juiz não pode receber quaisquer benefícios de quaisquer
litigantes.
***
24. Caso houver muitos casos perante um Juiz, o caso de um órfão deve
precede o caso de uma viúva, que deve precede o caso de um sábio, que
deve precede o caso de um ignorante, que deve precede o caso de uma
mulher, que deve precede o caso de um homem. [19]
25. É proibido ao Juiz ouvir um dos litigantes sem que o outro esteja
presente. Ouvir apenas uma palavra que seja, sobre o caso, é proibido, E os
litigantes são proibidos de falar antes que o outro chegue. [20]
28. O Juiz não deve defender as palavras de litigantes, antes, ele deve ficar
em silêncio enquanto os litigantes falam aquilo que acreditam que devem
falar. E um juiz não pode instruir nenhum dos litigantes sobre suas palavras
ou argumentos. [23]
31. Se houver mais de um Juiz num caso, é proibido que um diga para
outro “Eu julguei à favor da sua opinião, mas meus colegas ficaram
contra você, e eles era maioria. O que eu poderia fazer?” [26]
33. Um Juiz é proibido de julgar alguém que ame. Nem pode julgar alguém
contra quem tenha antipatia ou inimizade. Os litigantes devem sempre ser
iguais aos olhos do Juiz. O Juiz não pode os conhecer, nem sobre suas
obras; e assim ele deve julgar da forma mais justa possível de acordo com o
código da Lei. [28]
34. Um homem instruído que favoreça qualquer das partes, não deve julgar
um caso junto. O julgamento assim seria distorcido, e o instruído poderia
ter habilidade de usar o debate contra qualquer dos litigantes. [29]
35. Um Juiz deve imaginar-se como se estivesse com uma espada afiada
sobre o seu pescoço. Ele deve saber que está à Serviço do Juiz Universal,
que certamente retribuirá um julgamento perverso, maldoso e errôneo
severamente. [30]
37. Se um Juiz errar em suas decisões, num tema financeiro, ele deverá
retrair sua decisão; e restaurar tudo ao seu status original e levar o caso
novamente a julgamento. Se não for mais possível restaurar tudo, ou se um
dos litigantes não mais estiver presente, se houver viajado ao exterior e
levado o dinheiro com ele; o Juiz é desobrigado de retificar o dano
financeiro. Pois será claro que ele não teve a intenção de causar o dano.
[32]
39. Quando alguém é amado pelo seu semelhante? Quando ele vê as coisas
sob um ponto de vista favorável e humilde, e quando ele fala e se comporta
em todas as suas atividades de forma benéfica. Ele deve ser meticuloso em
cumprir os Mandamentos de D’us, e deve conquistar sua má inclinação por
completo. Seu nome deve ser sinônimo de justiça e ele deve ser um modelo
para sua geração. Ele deve ser corajoso e capaz de declarar a justiça contra
todos os que obram pelo mal. Nenhuma quantia monetária poderá ser
preciosa aos seus olhos, de modo que ele isente seu coração de qualquer
desejo que possa ser comprado com suborno. Ele deve ter um
comportamento exemplar, e desejar viver e estar na verdade. Ele deve amar
a verdade e afastar-se da falsidade. Ele deve evitar toda e qualquer situação
que possa permitir uma transgressão.
40. Se um Juiz que possua todas estas qualificações não puder ser
encontrado, deve buscar por um que procure ao máximo possuir estas
qualificações.
2. Uma pessoa pode testificar contra si mesma num tribunal, [36] mas
desde que ele é acusado, seu caráter está definitivamente em questão, e
uma segunda testemunha é necessária para estabelecer o caso.
3. As testemunhas devem ser submetidas a uma análise altamente
detalhadas, que possam revelar quaisquer inconsistências ou falsidades em
seu testemunho. [37]
3. Caso um gentio estiver sendo julgado por transgredir qualquer das Sete
Leis de Noah, o tribunal é permitido de manter o transgressor na prisão por
um longo tempo, adiando a punição decretada por dó ou piedade?
Classe #1
Os Mandamentos Noahides: História, significado, e Modo de vida.
Lição 5 de 8 - parte 2
Além disso, como a idéia cristã de pecado original poderia ser aceitável, se temos
nove almas que receberam sua recompensa eterna sem experimentar a morte? [1]
A mais notável delas, claro, é o profeta Eliáhu, o qual ascendeu ao mundo
espiritual numa carruagem de fogo (II Melahim 2:11) sem que houvesse morrido ou
sido sepultado. Outra foi Sérah, a filha de Asher, a qual informou ao seu avô Iáacov
que seu filho Iossef estava vivo e bem no Egito. [2] O grande rabino, o Baál Shem
Tov, teve também a oportunidade de deixar este mundo sem experimentar a
morte, mas ele escolheu experiência-la [3]. Segundo ele, assim como tudo emana
de D’us e, portanto, tem um fim positivo e benéfico, a morte também se
enquadraria neste perfil. Portanto, nem mesmo a morte é um resultado do pecado
original, senão que é um processo biológico natural, para melhoria da pessoa e expiação de
seus erros temporais e, portanto, resulta no aperfeiçoamento do homem. Para nossa missão
ser realizada neste mundo na plenitude, a morte foi feita parte da vida, e isso determina
que existe um prazo para que nosso desafio seja superado. Com isso em mente, vemos que o
“certamente morrerás” imposto sobre Adam, não se referia apenas à morte biológica
natural, mas ao completo aniquilamento do ser, e foi por isso que Adam não morreu
imediatamente ao violar o Mandamento. Adam, no entanto, fez Teshuvá/ retorno; após ter
cometido seu pecado, e isso lhe proporcionou que sua existência fosse preservada. Logo,
todo aquele que buscar o arrependimento será preservado na existência, enquanto que
aquele que se recusa a arrepender-se perderá sua existência, sendo aniquilado.
Assim o Judaísmo rejeita a noção de que o ser humano está amaldiçoado pelo
pecado original. Nós aprendemos que Avraham e Sara cumpriram aquilo que
Adam e Havá falharam [4] e Iáacov, através do seu exaltado serviço à D’us, atingiu
a verdadeira retificação do pecado da árvore do conhecimento do bem e do mal.
[5] - Pois dos Patriarcas, ele (Iáacov) foi o que mais se dedicou ao estudo da Tradição, e dos
conhecimentos divinos, a ponto tal, que foi capaz de discernir em sua mente a plenitude do
que é bom e mau juntamente com as noções de certo e errado; retificando assim o pecado de
Adam e Havá, que desvirtuaram a noção de certo e errado pela noção de bem e mal.
Isto quer dizer que o homem pode retornar à D’us, não importa o quanto tenha
caído. E os Patriarcas são exemplo de que este retorno é possível aos Noahides tanto quanto
é possível aos judeus. O retorno do homem para seu verdadeiro e impecável status
que jamais pode ser manchado, conforme ensina o Judaísmo, inclui a todos os
homens, judeus ou Noahides. Portanto ninguém precisa ser salvo por outro, além de
si mesmo. Toda pessoa precisa “retornar” para D’us e para seu status original.
E porque a pessoa deveria buscar voltar-se para D’us? A razão mais simplista,
claro, é para evitar a punição como conseqüência de seus atos errôneos. Em casos
extremos, a perca da porção no mundo vindouro, isto é, o aniquilamento da
existência.
Se supuséssemos que uma pessoa tem uma grande obra de arte, por exemplo, sem
saber o quão valioso é o objeto; e assim o tenha guardado em um porão na sua
casa, sem qualquer cuidado, ela deverá ser informada a respeito disso. E uma vez
que ele tenha aprendido sobre o imenso valor da obra, e a riqueza que tem nas
mãos, esta pessoa vai até o porão e toma de lá a obra de arte, e a coloca em lugar de
honra na sua casa, retornando-a ao seu status original. A pessoa não deveria
render honra similar à sua alma? Pois é dito que, de todos os tesouros confiados ao
homem pelo Criador, dentre todos os dons, o mais valioso é a alma do homem, a
sua noção da existência, o seu “eu”. [6] Portanto a valorização da existência verdadeira,
o grande presente de D’us, é a motivação para que a pessoa volte-se à D’us.
3. A pessoa deve reconhecer abertamente, que D’us a observa o tempo todo, e que
nada é Oculto Dele. Tudo está revelado ante Sua Presença. Portanto não existe um
lugar “ausente de D’us”; e daí nosso compromisso com ELE não ficar restrito a qualquer
Templo. D’us conhece se a pessoa confia Nele ou não. Daí o porquê são essencialmente
desnecessárias as declarações formais/ verbais de fé. Não será o que você afirma que
constituirá sua fidelidade à D’us, mas sim sua “reação” ao conhecimento, cumprindo ou
negligenciando os Mandamentos de D’us e o dever de buscar Sabedoria. Nossas atitudes
determinam o “tamanho” da nossa fé em D’us e não nossas palavras vazias. Porém uma
declaração realizada perante um Tribunal para fins burocráticos tais como registros de
membros de Comunidades Noahides em tribunais rabínicos, são permitidas. Deve-se saber;
porém, que não é “esta declaração” que torna uma pessoa “tzadik/ justo” senão seu serviço
à D’us. Portanto, cada um deve se voltar a buscar sempre a confiança em D’us,
abandonando caminhos contrários à Sua Legislação. O ato de mudar o próprio
comportamento, à favor da Lei de D’us é o exercício do Serviço Divino. Observando as 7
Leis de Noah, e sua Jurisprudência, a pessoa demonstra que confia no Criador,
porque vive de acordo com Suas diretrizes, e isso provocará uma reação recíproca
de D’us, que guiará a pessoa ao sucesso em todas as áreas de sua vida. Pois que as
bênçãos da Torá, aos Filhos de Israel, aplicam-se a todos os que buscam ao Eterno, e
NELE confiam; pois são bênçãos concedidas sobre os que Servem à D’us, vivendo de
acordo com Sua vontade. Assim como D’us abençoa a Terra de Israel se nela os preceitos
forem observados, do mesmo modo abençoa todos os povos, se estes se submetem a seus
Mandamentos. Isso se individualiza, para cidades, bairros e lares. Todo aquele que se voltar
ao Eterno, para viver de acordo com Sua Lei, testemunhará Suas bênçãos e confirmará a
veracidade da Torá. [9]
4. Não existe milagre maior na criação, do que o da alma de muda seus caminhos e
renunciando a eles, retorna para D’us. Pois este ato sublime depende inteira e
completamente da pessoa. O Arrependimento é maior, no seu valor, que a própria
Sabedoria. Pois uma pessoa arrependida desiste de “defender” seu erro; desejando voltar
atrás em seus caminhos e seguir pela senda da justiça. Pois pela sabedoria, a pessoa
pode muito bem discernir entre o bem e o mal e entre o certo e o errado. Sendo
capaz de entender as minúcias de suas ações, e a gravidade exata do seu erro ou acerto. Mas
o mal permanece se cultivado dentro da pessoa. Enquanto esta pessoa não tomar uma
posição a respeito, rejeitando a noção maléfica ou o pensamento negativo; posicionando-se à
favor da Justiça ela continuará cultivando o mal; e ainda que o conheça não poderá resistir-
lhe se não mudar seu comportamento a respeito de acordo com a sabedoria adquirida. Mas
através do arrependimento, o mal que a pessoa havia feito, a força negativa gerada
pelo seu mau ato e que existe dentro do seu ser, é transformada em uma força
positiva e benéfica pela sua mudança de atitude; e ao invés de afastarem a pessoa da
compreensão de D’us, agora o trazem mais perto do Criador, para que tema e ame
ao Criador. Portanto o arrependimento pode elevar a natureza de uma pessoa,
retificando os efeitos de seu mau instinto, e até sujeitando-o ao Serviço Divino; como
ensinaram os Sábios: Qual o significado do texto “amarás ao Eterno com todo seu
coração? Significa que você deve servir à D’us com ambos os seus instintos, o bom e o
mal! Você deve devotar à D’us tanto suas inclinações espirituais, orando e estudando a
sabedoria, como suas inclinações animalescas; ao comer, beber, e usufruir quaisquer dos
prazeres da vida” [10]
2. Uma punição imposta sobre uma pessoa, por um Tribunal Noahide, serve de
expiação para a transgressão, caso a pessoa confesse seu erro à D’us, conforme a
inspiração anterior. Aquele que é punido por seu crime, apenas expia seu erro pela
punição, se confessar seu erro. Similarmente, caso uma pessoa cause dano a um
amigo – dano físico ou financeiro - esta pessoa não terá expiado seu erro, até que
tenha confessado seu erro perante a pessoa e retificado seu mal (pagando seu dano
ou recompensando-o), e confessado perante D’us sua culpa, e assim resolva não mais
repetir tal ato. Pois o mal deve ser reparado, sempre que possível. Aquele que pede
perdão, sem retificar seu erro, anula seu próprio pedido de perdão; e invalida seu
arrependimento e sua culpa permanece sobre si até que retifique seu mal; mesmo que a
pessoa contra quem pecou não esteja mais se importando com isso.
3. O arrependimento sincero expia todos os pecados. Mesmo caso uma pessoa seja
perversa por todos os seus dias, e volte para D’us no último de seus dias, sua
perversidade não será mencionada no Tribunal se o seu arrependimento for
sincero. [13] E isto apenas se aplica ao arrependimento sincero e, portanto, não se trata
de aparência de arrependimento. Apenas D’us poderá saber se uma pessoa no seu leito de
morte arrependeu-se sinceramente ou não. A nós, cabe julgar favoravelmente a todos,
e assim considerar que tenha se arrependido sinceramente, mesmo que não possamos
averiguar isso.
4. Qual é o arrependimento pleno? Caso, após ter confessado, ocorra que a pessoa
tenha novamente a oportunidade de pecar como antes, e nesta ocasião ela desista e
não faça o mau ato, ela mostrou que realmente se arrependeu perante D’us, e não
porque teme qualquer pessoa; e assim esta pessoa atinge o arrependimento
completo/ Teshuvá Shelemá. Ou seja, o verdadeiro arrependimento pode ser
“averiguado” pela própria pessoa, que deve procurar internalizar as noções do
arrependimento de forma tal; que ganhe completa convicção de sua decisão, e sendo colocada
inadvertidamente na mesma situação que a conduziu ao pecado; decida voluntariamente
tomar outro rumo e ter outra postura mediante aquela situação. Se esta condição
comportamental não puder ser atingida o arrependimento não terá sido completo.
Por exemplo, caso um homem tenha pecado, por ter tido uma relação proibida
com uma mulher, e caso ele tenha se arrependido e confessado seu erro; após isto
ter acontecido, ele se veja novamente numa situação que torne possível cair
novamente no mesmo erro, mas desta vez ele afaste-se desta possibilidade, ele
atingiu o arrependimento completo. [14] E, portanto, terá seu pecado perdoado por
D’us. Porém este é apenas um exemplo hipotético. A pessoa jamais deve se colocar
numa situação na qual ela “possa” pecar. Pelo contrário, deve procurar sempre impedir
que tais situações sejam possíveis. Assim, o homem do nosso exemplo, apenas esteve
na situação do pecado, de forma inadvertida, não intencional. Porém todas as
características que o induziram ao pecado devem ser eliminadas de modo a impossibilitar
a recaída e a perca de indulgência perante do Tribunal de D’us.
5. Caso uma pessoa retorne para D’us (arrependendo-se de seus erros) na idade
avançada, num período da vida onde não mais ele poderia repetir a transgressão
do passado, apesar de ser meritório o arrependimento em si, isso não ajuda a
pessoa a ser considerado um verdadeiro penitente perante D’us. Isso é uma análise
entre D’us e a pessoa. Nós, porém, como dito anteriormente devemos julgar a pessoa
favoravelmente, e considerar como se seu arrependimento fosse completo, mesmo sem
provas, exceto no caso da pessoa mostrar pelos seus atos que não se arrependeu de fato.
6. Mesmo aquele que tenha vivido como perverso por toda sua vida, e em seu leito
de morte realmente se arrependa do seu erro tem seu pecado perdoado por D’us.
Ou seja, não devemos imaginar um limite para a misericórdia divina, embora isso caiba à
D’us. Pois apenas D’us pode avaliar se o arrependimento foi sincero ou não. Nós, porém,
aceitamos, nesta situação, qualquer declaração de arrependimento, sempre julgando a
pessoa favoravelmente, não importa qual tipo de personalidade esta pessoa tenha tido.
Assim, caso uma pessoa lembre-se de Seu Criador e volte para ele em seu coração
arrependendo-se e confessando seu erro, esta pessoa é perdoada por D’us. Isso se
aplica, mesmo que a pessoa não fez, ou não conseguiu expressar verbalmente seu
arrependimento. Ou seja, após o falecimento de uma pessoa, sempre devemos considerar que
esta pessoa se arrependeu, e jamais determinar que ela recusasse o arrependimento no seu
último instante; também procurando julgar a pessoa favoravelmente.
8. Os sábios de Israel ensinaram, que aquele que confessa com palavras e não é
sincero em seu coração, é como aquele que mergulha num Mikve (piscina para
purificação ritual), como um rato morto nas mãos – Ou seja, a imersão não trará
nenhuma purificação enquanto ele tiver o objeto impuro em suas mãos. [16] Ou
seja, como o arrependimento só tem efetividade perante D’us, a pessoa que engana os
outros, mentido sobre seu arrependimento, na verdade não muda em absolutamente
nada o seu status de violador da Lei de D’us.
9. O caminho ao arrependimento é aquele no qual o penitente busca à D’us, e
clama a ELE com súplicas e doa Tzedaká (caridade), de acordo com suas posses;
sendo no mínimo 10 por cento de seu ganho, e no máximo 20 por cento de seu
ganho. A pessoa deve se distanciar da tudo aquilo que esteve envolvido em seu
pecado. Deve fortalecer seus caminhos, mudar seu comportamento, e se preciso
exilar a si mesmo, de tudo aquilo que poderia levá-lo ao pecado, a fim de que
consiga atingir seu objetivo. Isso trará para a pessoa a verdadeira humildade, e a
essência do arrependimento brotará no seu coração quebrantado e no seu espírito
humilhado. [17] Ou seja, antes de qualquer coisa, o arrependimento é um ato
voluntário e não o resultado de uma persuasão insistente sobre isso.
10. É louvável, ao Penitente, confessar publicamente seus maus atos, e até informar
àqueles contra quem pecou de seu arrependimento, dizendo: “Eu tenho pecado
contra você assim e assim... mas eu mudei meus caminhos e estou renovando minhas
veredas e não mais praticarei tal ato que agora considero indigno de mim”. [18]
11. Aquele que é orgulhoso, cujo orgulho o impede de confessar suas transgressões
preferindo ocultá-las, não atinge o arrependimento pleno.
12. Uma declaração pública refere-se a um pecado entre um homem e seu semelhante.
Os pecados entre um homem e D’us, não precisam ser do conhecimento público, e
na verdade, é considerado um erro grave torná-los públicos; pois assim tem-se a
impressão de que a pessoa se orgulha destes erros e ela mostra que não se
envergonha deles. A pessoa que peca contra D’us, deve simplesmente se voltar a
ELE, especificando seus erros perante ELE apenas. Se fizer uma menção deles em
publico, deve ser uma menção geral, sem detalhes, breve, para que a totalidade da
iniqüidade não seja revelada.
13. O arrependimento pessoal ajuda apenas, no que toca aos pecados entre uma
pessoa e D’us. Para os pecados cometidos contra o próximo, a pessoa tem que
pacificar seu semelhante, e pedir perdão a ele com sinceridade de espírito. Ou seja,
se pecamos contra o próximo e nos arrependemos realmente, temos que exteriorizar isto,
informando a pessoa contra quem pecamos que reconhecemos realmente o erro cometido, e
pedir-lhe perdão e propor uma retificação do mal causado. [19]
14. Caso uma pessoa receba um pedido de desculpas, esta pessoa jamais deve se
recusar a ser pacificada por isto, mas deve perdoar; pois o justo é difícil de irar e
fácil de acalmar. A pessoa deve então conceder o perdão ao que pedir, com
coração sincero. Ou seja, não se deve cultivar rancor no coração contra quem quer
que seja, pois todas as pessoas cometem erros e nós estamos inclusos neste grupo. [20]
15. Toda pessoa deve considerar que existe um balanço perfeito entre a punição e
a recompensa dos atos. Ou seja, deve compreender que não existe impunidade perante o
Tribunal de D’us. Caso a pessoa cometa um erro, ela traz sobre si julgamento, e
como o seu mal colabora com a propagação do mal no mundo, seu pecado
particular é considerado como um atentado contra todo o mundo. Portanto,
ninguém deve considerar que “seu pecado” não é grave o bastante para requerer
arrependimento; antes deve reconhecer sua importância e saber que cada ato seu, reflete
sobre o mundo que vive. Caso a pessoa faça um ato meritório, traz o bem sobre o
mundo inteiro, e é considerado como se ela estivesse trabalhando para salvar o
mundo todo. E assim, a pessoa deve compreender o potencial da justiça, e nossa
capacidade de mudar nosso mundo pela mudança de nossa postura. [21]
O conceito de Livre-Arbítrio
1. O poder da determinação é dado a todas as pessoas. Caso a pessoa direcione-se
ao bem e à justiça, o poder disto está em suas mãos; caso ela queira o mal e a
perversidade, poderá fazê-lo livremente. [22] Ninguém nasce predestinado. A cada dia
a pessoa escreve sua história, e D’us concedeu ao homem o direito de decidir sobre todas as
suas ações; embora ELE saiba exatamente o que acontecerá, caso qualquer decisão seja
tomada. ELE apena não interferirá em nossas ações, dando-nos assim completa liberdade.
2. O homem é o único ser no mundo, com tal habilidade, e não existe qualquer
outra criatura que lhe seja comparável com relação a isto: O homem tem noção
intelectual do bem e do mal. Assim, ele faz o que deseja fazer, e ninguém o pode
impedir de escolher o bem ou o mal. Tal como expressa a máxima talmúdica: Tudo está
nas mãos dos Céus; exceto o Temor aos Céus. Ou seja, tudo está controlado por D’us,
porém o exercício do agir humano, D’us concedeu-nos por completo e, portanto, fazemos o
que desejamos fazer e não haverá força que nos impeça disso.
3. A pessoa deve banir de seu pensamento a idéia, de que D’us é quem decreta o
destino do homem, sobre ele ser justo ou injusto; bom ou mau. Tal coisa não
existe. Toda pessoa tem potencial para ser completamente justo ou completamente
perverso, completamente compassivo ou completamente cruel, totalmente
generoso ou absolutamente egoísta. Isso inclui todas as pessoas, sem exceção. Por isso,
muitos criminosos, tiveram aparência de “bondade” e surpreenderam parentes e amigos;
assim como pessoas discriminadas, mostraram-se completamente justas e aptas ao bem.
Todo criminoso pode tornar-se um justo perfeito e todo justo pode tornar-se um criminoso
(D’us nos livre!) por uma mudança de atitudes que decida fazer. Toda pessoa molda o
próprio caráter, de acordo com suas escolhas, e somente uma decisão pessoal pode
levá-la a seguir os mandamentos de D’us. Portanto, as Leis de Noah apenas têm
validade e mérito sobre aqueles que a observam conscientemente. Daí a importância do
estudo para atingir esta conscientização. [23] É verdade, que um indivíduo possa ter
tendências específicas ou comportamento problemático, mas em todo o tempo, está
em seu poder vencer suas tendências e fazer a diferença. Ninguém nasce ladrão ou
sexualmente pervertido. [24] E o próprio fato de que, para as doenças do espírito,
existem tratamentos, isso mostra que mesmo as pessoas doentes de espírito têm escolha,
e podem procurar ajuda e tratamento e superarem seus males.
5. Portanto, o homem é julgado de acordo com seus atos. Caso ele faça o bem, o
bem será feito para ele. Caso ele faça o mal, o mal voltará para ele. E no futuro, ele
será trazido a julgamento por suas decisões, palavras, atos e pensamentos. Ou seja,
além do julgamento diário, mensal, anual; o homem será julgado pelo “todo” pela forma
geral como guiou a existência que lhe foi concedida, para que seja decretado sobre ele; se
merece ou não que esta existência seja perpetuada no Mundo Vindouro, ou se deve ser
anulada. Caso a pessoa tenha observado as 7 Leis de Noah, fazendo o bem neste
mundo, ele será recompensado com bem neste mundo, e receberá o bem de D’us
no mundo vindouro. Pois as 7 Leis de Noah são o requerimento mínimo de D’us para que
o ser humano exista e progrida. D’us, portanto, não estabeleceu – para conceder a existência
permanente ao homem – que este faça algo além de suas capacidades. Pelo contrário, Lhe
ofereceu um caminho adequado e simples; para que viva a justiça. Por isso, aquele que
renega as 7 Leis de Noah se coloca abaixo do requerimento mínimo, tornando-se uma
ameaça à existência alheia e conseqüentemente não terá permanência no Mundo Vindouro.
6. A recompensa por fazer o bem, é maior do que a punição por fazer o mal, como
está Escrito, “Pois eu o ETERNO Sou D’us Zeloso, e visito a iniqüidade do pai sobre os
filhos, até terceiras e quartas gerações sobre os que me odeiam, e demonstro misericórdia
sobre mil gerações aos que me amam.” (Shemot 20:5-6). Nota-se daí a imensa
Misericórdia Divina sobre o homem.
2. A pessoa deve considerar um ato de misericórdia, ser punido neste mundo, pois
que, no Mundo Vindouro o mal será erradicado. Pois D’us pune apenas para corrigir
e não para torturar. Mesmo ao mais perverso, seus sofrimentos devem-lhe inspirar
conscientização de que “seu caminho está errado” para que assim ele se arrependa e volte ao
caminho da justiça. Isso revela um pouco da noção do porque os justos sofrem, e
perversos prosperam. É como se D’us dissesse aos perversos, “o pequeno bem que
fizerdes neste mundo, será pago de acordo, e a vossa maldade, será punida com a privação
do mundo vindouro; enquanto que os maus atos do justo serão punidos severamente, por
outro lado, ele terá sua porção garantida no mundo vindouro”. Assim, D’us pune os
homens de acordo com suas exatas escolhas, os perversos assim o são, porque
estão escolhendo este mundo, e seu apego ao materialismo, já os justos neste
mundo querem o prazer do conhecimento e da sabedoria, preparado para eles no
mundo vindouro do qual participarão pela sua dedicação neste mundo. E cada um
receberá exatamente o que está procurando.
3. Quando nós falamos sobre um homem pagar pelos seus atos errôneos, nisto
estamos nos referindo aos que não se arrependem de seus atos e nem os
abandonam. Porque caso a pessoa se arrependa e os abandone, esta pessoa alivia
em muito sua punição e sofrimento. Pois aprende a lição que se recusava a receber. E
assim como os pecados do homem são resultado de suas escolhas, do mesmo
modo é sua capacidade de arrepender-se e retificar seu status. [27] E, portanto,
aliviar o próprio sofrimento.
5. Uma pessoa deve constantemente, lembrar que não viverá neste mundo para
sempre, e que seu erro, poderá acelerar este processo, e isso deve motivá-la ao
arrependimento. Ela não deve dizer “quando eu estiver mais velho, volto para qualquer
religião”, porque talvez morra na metade de seus dias. [29]
6. A pessoa não deve dizer que o arrependimento se aplica apenas aos pecados
envolvendo atos, tais como relações proibidas ou roubo. Mas assim como o homem
se arrepende disso, deve ser introspectivo concernente as suas características
animalescas e se arrepender de seu ódio, rancor, inveja, e vã adoração materialista
e busca de vantagens sobre os outros; pois de tudo isto o homem deve livrar-se
para estar na Presença de D’us. As Leis da Torá, imposta aos Noahides para serem
julgadas perante o Tribunal visam promover o bem-estar social em geral. Porém a
Legislação da Lei deve educar o homem, para que seu comportamento reflita a filosofia de
vida da Torá. Sendo assim, além de cumprir a Lei, o homem deve moldar seu
comportamento pela inspiração da Lei. A pessoa que ignora o melhoramento do
caráter está abandonando a própria justiça, e está cometendo um grave crime
contra D’us por estar justificando o mal. [30] E, portanto, não terá sucesso em seu
Serviço Divino, porque estará errando o alvo. O objetivo da Lei é a Educação – Educar a
Natureza Humana de acordo com os padrões divinos.
9. É um pecado muito grave, declarar ao Penitente, “lembre-se de que você fez isso e
isso” ou mencionar qualquer coisa que o envergonhe, com relação ao seu passado,
e mesmo mencionar idéias que lembrem os erros que ele cometeu. Isso se aplica ao
penitente verdadeiro que já confessou seu pecado e reformulou seu comportamento.
4. No tempo em que a existência eterna chegar, não haverá quaisquer noções físicas
em atuação; porque toda materialidade terá atingido seu propósito, e não será mais
necessária tal como a conhecemos. No Mundo Vindouro, apenas a alma gozará do
prazer da Sabedoria que é único prazer real do ser humano. Não há nada neste
mundo que possa ser comparado ao prazer da Sabedoria, senão quando a pessoa
se dedica ao estudo da Torá com amor e dedicação, neste mundo. Nenhum bem
deste mundo pode ser comparado ao prazer do mundo vindouro; pois tudo neste
mundo é passageiro e o prazer no mundo vindouro é permanente e constante
5. Os sábios de Israel chamam este estado de existência absoluta de “Mundo
Vindouro” porque ele será experimentado por nós, no futuro, e não porque ele
ainda não exista ou que lá haverá existência biológica como aqui; pois após
cumprir seu propósito, a vida física cessará neste planeta. O Mundo Vindouro,
portanto, é um estado de existência que já existe. E toda pessoa justa terá sua
porção nele assegurada. [37] Assim o Mundo Vindouro é o estar na Presença de D’us,
em contato com Sua Sabedoria; de forma direta e mais clara do que temos neste mundo
que nos obscurece o sentido espiritual, balanceando-o com o sentido material. No mundo
vindouro nossa percepção e compreensão da existência e de D’us será completa. Assim nós
existiremos intensamente, e usufruiremos do prazer absoluto da Sabedoria diretamente em
nossa alma.
6. Nós somos ordenados a trilhar o caminho do bem e da justiça, como está Escrito,
“E caminharás em Seus caminhos” (Devarim 30:16). Assim como D’us é chamado
gracioso, devemos assim ser. Como D’us é chamado misericordioso, devemos
procurar ser misericordiosos. Assim o homem é obrigado a orientar-se e seguir o
caminho de D’us no melhor de suas habilidades. [38]
7. A pessoa deve se acostumar, treinando sua forma de conduta, para que seus atos
reflitam moderação e recato sempre; emanando respeito e sabedoria por onde
passar; e assim a pessoa deve ser sempre vigilante de seu comportamento. A pessoa
deve policiar a si mesma sempre. E os traços pelos quais o Criador é intitulado, são os
que a pessoa deve procurar imitar, e assim, de todos os traços positivos de
personalidade - o Caminho Mediano, que é o caminho de D’us deve ser preferido.
Todo aquele que anda neste caminho é Servo de D’us no sentido pleno da palavra.
[39]
8. O caminho mediano, é aquele que busca moderação em todas as ações, seja nos
prazeres físicos, seja na expressão das emoções, seja nas buscas materiais e mesmo
nas buscas espirituais. Um exemplo é dado sobre uma pessoa religiosa que
descobre que, se ela se privar de determinado prazer físico isso a fará sentir-se
mais espiritual. O que ela provavelmente fará? Ela se tornará um eremita, agindo
de forma extrema, afastando-se da existência humana. Não demorará muito até
esta pessoa perca sua humanidade, e torne-se semelhante aos animais, afastando-
se de D’us e perdendo-se em sua jornada de progresso espiritual.
Temos que compreender que uma pessoa que age assim falha em seu propósito, e
não cumpre a vontade de D’us. Imagine agora, duas pessoas, uma com uma
moeda de ouro e outra com um milhão destas moedas. Obviamente, o homem com
um milhão de moedas tem mais do que o outro que tem apenas uma. Agora
considere estes dois, ao lado de um terceiro que tem infinitas moedas de ouro.
Qual dos dois estará mais próximo do que tem infinitas moedas? A resposta é:
Nenhum dos dois! Tanto um como o outro, estão na mesma medida em relação à
eternidade; o que tem uma moeda é como se tivesse um milhão, e o que tem um
milhão é como se tivesse uma, em comparação ao Infinito da mesma quantia.
Assim é em qualquer área do empreendimento humano em relação à D’us. Não
importa o que faça o homem não pode concluir que por sua própria razão por suas
conclusões geniais, estará mais próximo de D’us do que aquele que simplesmente
faz o que lhe foi ordenado e caminha, passo por passo, no caminho da justiça
proposto por D’us. O poder e razão do homem, sozinhos, não podem conduzi-lo à
D’us. Apenas se estas habilidades forem usadas com a orientação de D’us, é que elas terão
qualquer valor. Assim a Sabedoria Infinita decidiu para o homem que o caminho
da moderação deve ser seu caminho e, portanto é nele que o homem deve andar
para seu próprio bem.
10. Para que a pessoa tenha sucesso em sua luta, é importante selecionar suas
amizades e convívio, e aliar-se a pessoas que estudam e se ocupam com a
Sabedoria. Quando dúvidas lhe sobrevierem, a pessoa deve procurar os que se
ocupam da sabedoria a solução, e ouvir suas visões com respeito e consideração;
sabendo que não pode saber tudo, nem que é capaz de entender tudo sozinho (a).
Esta obrigação é expressa na ética dos sábios, pela declaração “Osse Lehá Rav” –
Faça para Ti um Mestre [42] Ou seja, apegue-se a um mestre. Este sistema de
“aderência espiritual” pode tornar um aprendiz num gigante de sabedoria e
conhecimento. Assim, a pessoa deve procurar um conselheiro, alguém que possa
abrir seu coração e procurar exercitar o diálogo sempre. Isso pode ser atingido,
mesmo se a pessoa não for um rabino, ou alguém com enormes conhecimentos,
mas apenas alguém que como você, busque a justiça na fonte correta.
11. Toda pessoa deve treinar seu espírito na humildade, e procurar saber
diferenciar o bem do mal por meio do estudo; para que possa estar diante de D’us,
servi-Lo e demonstrar Amor à D’us pela prática de Seus Mandamentos; caminhando
ereto em Seus caminhos, removendo de si os empecilhos para este objetivo,
santificando sua própria pessoa voluntariamente; por amor à sua missão neste
mundo, por auto-valorização, buscando a Sabedoria sempre, para que dela
desfrute no Mundo Vindouro. A pessoa que vive assim, ainda merecerá a
prosperidade em sua vida material, como está Escrito, “Busca ao ETERNO, enquanto
ELE pode ser achado, e clame por ELE, enquanto está próximo” (Ieshaiáhu 55:6) Ou
seja, faça isso neste mundo e prosperarás, porque ELE pode ser ainda encontrado.
(ver א/1 Melahim 8:43).
[1] Yalkut S'himoni, Ieheskél, Capítulo 367, seção 28. Os nove que entraram no
Jardim do Éden sem experimentar a morte física foram, Hanoh, Eliáhu, Eliézer o
Servo de Avraham, Oved o Rei de Cush, Hiran o filho de Tzor, Iáabetz o neto de
Rav Iehudá o Príncipe, Seráh a filha de Asher, Bátiah a Filha do Faraó, que adotou
Moshe, e Rav Iehoshua ben Levi.
[2] Yalkut Me'am Loez, Rav Iáacov Culi, comentando sobre Bereshit, volume 2,
página 779
[3] Talmud Babilônico, Tratado de Bava Batra, Capítulo 5
[4] Sefer HaArhin Chabad, Y. Kahn, volume 1, páginas 83, 84
[5] Duties of the Heart, Os Deveres do Coração, Portal do Arrependimento, Capítulo 10
[6] ...no mesmo, Portal da Confiança em D’us, Capítulo 3
[7] ...no mesmo
[8] ...no mesmo
[9] Shaare Tshuvah, O Rebe de Mittler, Capítulo 1
[10] Tesouros Hassídicos, Zevin, Histórias dos Feriados Sagrados Judaicos, estória
45, página 45
[11] Mishneh Torah, Leis do Arrependimento, Capítulo 1, lei 1
[12] ...no mesmo, Capítulo 1, lei 3
[13] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 1
[14] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 2
[15] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 3
[16] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 4
[17] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 5
[18] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 9
[19] ...no mesmo, Capítulo 2, lei 10
[20] ...no mesmo, Capítulo 3, lei 4
[21] ...no mesmo, Capítulo 5, lei 1
[22] ...no mesmo, Capítulo 5, lei 2
[23] Sicha (discurso) do Lubavitcher Rebe, Purim 5746 (1986)
[24] Mishneh Torah, Leis do Arrependimento, Capítulo 5, lei 4
[25] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 1
[26] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 2
[27] ...no mesmo, Capítulo 6, lei 3
[28] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 2
[29] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 3
[30] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 4
[31] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 8
[32] ...no mesmo, Capítulo 7, lei 6
[33] ...no mesmo, Capítulo 8, lei I
[34] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 5
[35] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 6
[36] ...no mesmo, Capítulo 8, lei 8
[37] ...no mesmo, O Livro da Sabedoria, Capítulo 1, lei 6
[38] ...no mesmo, Capítulo 1, lei 7
[39] Igueret HaRamban, Carta de Nachmanides ao seu filho
[40] Bati l’Gani, página 4
[41] Capítulos Dos Pais 1:6, Aseh lecha rav, (Faça para ti um Mestre).
[42] Mishneh Torah, Leis dos anos Shabáticos e Iovelim, Capítulo 13, lei 13