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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

O Processo de
12 Execução I

12.1 – Introdução

Noções Gerais
Noções Iniciais:
O processo de execução é aquele pelo qual o Estado, por intermédio do órgão jurisdicional, e tendo
por base um título judicial ou extrajudicial, emprega medidas coativas para efetivar e realizar um
direito. Na execução, ao contrário do que ocorre no processo de conhecimento, não há análise do
mérito da questão, sendo que o juiz, considerando procedente o pedido, irá simplesmente dar
provimento a um direito já garantido ao autor.

Lei 11.232/2005 e Lei 11.382/2006


Com finalidade de proporcionar uma maior eficácia à atividade jurisdicional, foi editada a Lei
11.232/2005 que operou uma reforma substancial no processo civil. Esta Lei implantou a sistemática
da auto-executividade, ou seja, no próprio processo de conhecimento, a sentença (que constituiria o
título judicial apto a provocar o processo de execução) passou a ser objeto de “cumprimento da
sentença”, em vez de exigir um novo processo, que seria o processo de execução. As alterações da
Lei 11.382/2006 tiveram como objetivo proporcionar maior celeridade ao processo de execução
eliminando situações que protelavam o resultado final da lide.

Apesar do procedimento do antigo processo de execução baseado em título judicial fazer


atualmente parte do processo de conhecimento, como “cumprimento da sentença”, dispõe o
art. 475-R que “aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber, as
normas que regem o processo de execução de título extrajudicial”.

A existência do processo de execução baseado em título executivo judicial


se manteve apenas para os casos de execução contra a Fazenda Pública,
assim como os embargos como forma defensiva própria.

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A Ação de Execução:
A ação de execução abrange a demanda formulada ao juiz, pedindo a execução, e os demais atos que,
no curso do processo, o exequente pratica. Tem os mesmos atributos essenciais da ação de
conhecimento: é pública (dirigida ao Estado, que atuará a coercitivamente), independente, autônoma,
abstrata (existirá ainda que não exista o direito de crédito) e condicionada (sua existência está
subordinada aos requisitos da ação).

O Título Executivo:
O processo que se instaura com a ação de execução destina-se a realizar a sanção, e, assim, a
assegurar a eficácia prática do título executivo. O pedido de execução deverá ser fundamentado num
título executivo (nulla executio sine titulo), documento que, ao mesmo tempo em que qualifica a
pessoa do credor, o legitima a promover a execução. Nele está a representação de um ato jurídico, em
que figuram credor e devedor, bem como a eficácia, que a lei lhe confere, de atribuir àquele o direito
de promover a execução contra este. No título estão compreendidos o objeto, os limites e a extensão
da execução. A execução para cobrança de crédito sempre estará fundada em título de obrigação
certa, líquida e exigível (CPC, art. 586).

Devido à nova sistemática da execução, o art. 584 do Código de Processo Civil, que
relacionava os títulos executivos judiciais, foi revogado pela Lei 11.232/05.

Títulos Executivos Extra Judiciais:

Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais:


CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular
assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo
Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;

III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de
vida;

IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio;

V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de


encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;

VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,


emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;

VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.

§ 1º - A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o
credor de promover-lhe a execução.

§ 2º - Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os
títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há
de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil
como o lugar de cumprimento da obrigação.

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Princípios do Processo de Execução:
Além dos princípios gerais do processo civil, existem alguns que são aplicados em especial ao
processo de execução:
ƒ Princípio da satisfabilidade: o processo de execução tem por objetivo a satisfação do
exequente (CPC, art. 659).
ƒ Princípio da realidade: a execução somente recairá sobre bens. Caso não existam bens
disponíveis do devedor, o processo de execução ficará suspenso.
ƒ Princípio da utilidade: o processo de execução deverá resultar em proveito para o credor.
Quando não há na prática vantagem da utilização do processo (o devedor possui apenas bens
irrisórios que não pagam nem as custas), não há porque iniciá-lo (CPC, art. 659, §2º).
ƒ Princípio da economia ou do menor sacrifício do executado: deve-se buscar sempre o
caminho menos oneroso para a execução devedor (CPC, art. 620).
ƒ Princípio da especialidade: a execução deverá ser específica, se limitando ao que for
requerido.
ƒ Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana: conforme este princípio, alguns bens
não podem ser penhorados (ex: bem de família).
ƒ Princípio da disponibilidade: o exequente poderá desistir da execução a qualquer tempo e o
credor tem direito a escolher certas medidas executivas independentemente da vontade do
devedor.

Espécies de Execução:
Além da modalidade comum de execução, chamada pelo Código de Processo Civil de “execução por
quantia certa contra devedor solvente”, existem outras espécies de execução, cada uma com detalhes
próprios. Estaremos estudando as seguintes espécies de execução:
ƒ execução por quantia certa contra devedor solvente;
ƒ execução das obrigações de fazer e de não fazer;
ƒ execução para entrega de coisa certa ou incerta;
ƒ execução por quantia certa contra devedor insolvente;
ƒ execução contra a Fazenda Pública;
ƒ execução de prestação alimentícia.

A execução por dívidas fiscais regula-se por lei especial própria (Lei 6.830, de 22.09.80).

Juízo e Partes na Execução


Juízo Competente:
A competência do juiz no processo de execução é determinada pelas regras gerais que disciplinam a
matéria.

Partes:
Duas são as partes no processo de execução: de um lado têm-se as que pedem a tutela jurisdicional
executiva (exequente ou executante), e de outro aquelas contra quem se pede tal tutela (executado).

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Legitimação Ativa:
Legitimação ativa, na execução, é a titularidade da ação de execução. É a qualidade da pessoa para
poder promover a execução. Podem ser estes:
ƒ o credor a quem a lei confere título executivo;
ƒ o Ministério Público, nos casos prescritos em lei;
ƒ o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for
transmitido o direito resultante do título executivo;
ƒ o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato entre
vivos;
ƒ o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Legitimação Passiva:
É a qualidade da pessoa contra a qual se pode promover a execução. O art. 568 trata de hipóteses de
legitimação passiva:
ƒ o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
ƒ o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
ƒ o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título
executivo;
ƒ o fiador judicial;
ƒ o responsável tributário, assim definido na legislação própria.

No processo de execução admite-se o litisconsórcio tanto ativo quanto passivo, mas nenhuma
das modalidades de intervenção de terceiro são cabíveis.

Interesse de Agir na Execução


Noções Iniciais:
Como em todas as ações, o interesse de agir é condição e no processo de execução nasce do
inadimplemento do devedor.

CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL
Art. 580 - A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e
exigível, consubstanciada em título executivo. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 06.12.2006)

Prestação Diversa:
Ao credor assiste o direito de recusar o cumprimento da obrigação que não for aquela anteriormente
estabelecida ou a que resultar do título executivo e, nesse caso, promover a execução, cabendo ao
devedor o direito de oferecer-lhe embargos.

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Obrigações Recíprocas:
Conforme o art. 476 do Código Civil, nos contratos bilaterais, nenhum dos contraentes, antes de
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento do outro. Também no processo de execução
aplica-se a mesma metodologia, ou seja, se no negócio jurídico estabelecido pelas partes, do qual
dimanou o título executivo extrajudicial, ficaram as partes sujeitas a obrigações recíprocas, o
interesse de agir somente irá surgir quando uma delas haja satisfeito a sua prestação. Somente a parte
que cumprir a sua obrigação, poderá exigir o mesmo da outra (art. 582).

Responsabilidade Patrimonial
Noções Iniciais:
O patrimônio do devedor será sempre a garantia do credor. Assim, há a vinculação do patrimônio do
obrigado, ou de parte dele, a fim de que o credor obtenha a satisfação de seu direito de crédito
quando aquele espontaneamente não cumpre a obrigação. Traduz-se na destinação dos bens do
devedor a satisfazer o direito do credor. Deflui da responsabilidade patrimonial a situação em que se
encontra o devedor de não poder impedir que a sanção seja realizada mediante a subtração de seus
bens. A responsabilidade patrimonial tem sua diretriz geral estabelecida no art. 591 do Código de
Processo Civil: “o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus
bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”. Trata-se do princípio da realidade
da execução, expressão com a qual procura destacar que a execução civil recai sobre o patrimônio do
executado, e não sobre sua pessoa. O princípio citado deixa claro haver exceções. São elas:

01 Bens do devedor que não se submetem à responsabilidade patrimonial:


ƒ por razões de ordem social, existem certos bens que são excluídos da responsabilidade
patrimonial, são os bens absolutamente e relativamente impenhoráveis (CPC, art. 649);
ƒ os bens do devedor gravados de hipoteca e penhor em favor de um dos credores também
escapam, sob o aspecto prático, da responsabilidade patrimonial em prol dos outros credores;
ƒ o imóvel residencial único ou de menor valor do casal ou da entidade familiar (Lei 8.009/90);
ƒ os bens públicos.

02 Bens de terceiros submetidos à responsabilidade patrimonial:


ƒ os bens alienados em fraude à execução, fraude contra credores e quando já gravados de
penhora;
ƒ os bens hipotecados ao credor e depois alienados a terceiro (direito de sequela);
ƒ os bens do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou
obrigação reipersecutória (CPC, art. 592, I);
ƒ os bens do sócio, nos termos da lei (CPC, art. 592,II);
ƒ os bens do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação
respondem pela dívida (CPC, art. 592, IV).

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Fraude Contra Credores e Fraude à Execução
Noções Iniciais:
Ocorrerá a fraude quando o devedor agir de forma a subtrair seus bens à responsabilidade executória.
A fraude poderá ser contra credores ou à execução:

Fraude Contra Credores:


A fraude contra credores consiste em ato de disposição de bens orientado pela vontade de prejudicar
credores, na medida em que provoca a insolvência do disponente, diminuindo seu patrimônio de
forma a impedir a satisfação do crédito (arts 158 a 165 do Código Civil). O instrumento a ser
utilizado pelos prejudicados, a fim de combater os efeitos dessa fraude, é a ação pauliana,
processável pelo rito comum do processo de conhecimento e com natureza constitutiva: sua eficácia
desconstitui a eficácia do ato fraudulento. O efeito principal desta ação é o de permitir que a
execução recaia sobre bens fraudulentamente alienados, apesar destes se encontrarem no patrimônio
de terceiro adquirente.

Para parte da doutrina, com a procedência da ação pauliana haveria a anulação do negócio
como um todo; outros sustentam que o negócio continuará existindo, apenas deixando de ser
eficaz perante o processo executivo do credor que promoveu a ação.

Fraude à Execução:
A fraude à execução consiste em ato ainda mais grave do que a fraude contra credores, pois além de
prejudicar o exequente, atenta contra o eficaz desenvolvimento da atividade jurisdicional. O art. 593
do Código de Processo Civil estabelece as formas de fraude à execução:

Art. 593 - Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:


CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;

II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo
à insolvência;

III - nos demais casos expressos em lei.

Para combatê-la não é necessário ação especificamente destinada ao desfazimento dos efeitos
prejudiciais da alienação ou oneração, sendo que simplesmente é negado o reconhecimento do ato.
Ocorrendo a fraude no curso do processo executivo, os bens que dela foram objeto poderão ser desde
logo atingidos pela execução, independentemente de provimento desconstitutivo da eficácia do ato
fraudulento. São ineficazes em relação ao exequente, ainda que permaneça hígido em relação às
partes contratantes. Nisso há essencial diferença em relação à fraude contra credores, em que o bem
alienado só será submetido à execução contra o disponente devedor quando for bem sucedida a ação
pauliana.

O § 3º do art. 615-A do Código de Processo Civil reafirma que a alienação ou simples


oneração faz presumir a fraude à execução, sendo então possível a anulação do negócio.

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12.2 – Os Embargos à Execução

Noções Gerais
Noções Iniciais:
No processo de execução, existe para o devedor a possibilidade de promover contra o exequente uma
ação incidental com a finalidade de impedir o prosseguimento da execução, que é denominada de
embargos do devedor. Os embargos têm natureza de ação de conhecimento incidental de natureza
constitutiva (desconstituir o título) ou declaratória (conforme o pedido).

Prazo:
Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 dias, contados da data da juntada aos autos do mandado
de citação (CPC, art. 738).

Fundamentação:
Nos embargos, poderá o executado alegar:
ƒ nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado;
ƒ penhora incorreta ou avaliação errônea;
ƒ excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
ƒ retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa;
ƒ qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.

Efeito:
Com o advento da Lei 11.382/2006 a regra estabelecida no Código de Processo Civil se inverteu e os
embargos passaram a ser sempre recebidos sem efeito suspensivo. O efeito suspensivo é uma
exceção. O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos
quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja
garantida por penhora, depósito ou caução suficientes (CPC, art. 739-A, § 1º).

Procedimento:
Essa ação incidental começa com uma petição inicial (cumprindo os requisitos do art. 282). A
distribuição é por dependência, porque é conexo com o processo de execução e segue em apenso ao
mesmo processo. Apresentado os embargos o juiz decidirá pela rejeição liminar (quando
intempestivos, quando inepta a petição ou quando manifestamente protelatórios) ou pelo
recebimento. Recebidos os embargos, será o exequente ouvido no prazo de 15 dias; a seguir, o juiz
julgará imediatamente o pedido ou designará audiência de conciliação, instrução e julgamento,
proferindo sentença no prazo de 10 dias.

Embargos Protelatórios:
A tentativa de utilizar os embargos como meio de protelar a satisfação do credor resultará na
sua imediata rejeição e além de rejeitados liminarmente, sendo os embargos manifestamente
protelatórios o juiz imporá, em favor do exequente, multa ao embargante em valor não
superior a 20% do valor em execução (CPC, art. 740, parágrafo único).

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O Pagamento:
O executado que decide pagar ao invés de embargar tem um tratamento diferenciado. Conforme o
art. 745-A do Código de Processo Civil, no prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de 30% do valor em execução, inclusive custas e honorários de
advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês. Sendo a proposta deferida pelo juiz, o
exequente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos; caso indeferida,
seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito. O não pagamento de qualquer das prestações
implicará, de pleno direito, o vencimento das subsequentes e o prosseguimento do processo, com o
imediato início dos atos executivos, imposta ao executado multa de 10% (dez por cento) sobre o
valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos.

Embargos à Arrematação e à Adjudicação


Há uma outra oportunidade para a apresentação de embargos, no prazo de 5 dias contados da
adjudicação, alienação ou arrematação. Tais atos ocorrem sempre depois que algum bem é penhorado
e que no processo haja o prosseguimento normal, independentemente do que vier a ocorrer com os
embargos do executado. Oferecidos embargos, poderá o adquirente desistir da aquisição, sendo que
neste caso, o juiz deferirá de plano o requerimento, com a imediata liberação do depósito feito pelo
adquirente.

Caso os embargos sejam declarados manifestamente protelatórios, o juiz imporá multa ao


embargante, não superior a 20% (vinte por cento) do valor da execução, em favor de quem
desistiu da aquisição.

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12.3 – A Remição

Noções Gerais
Remição da Execução:
O termo remição vem de remir (do latim re-emere), com significado de adquirir de novo ou resgatar.
A remição da execução é o pagamento total do crédito objeto da execução, incluindo todos os
acessórios. É adimplemento tardio da obrigação, que a extingue e, consequentemente, serve de causa
extintiva da execução. Está prevista no art. 651 do Código de Processo Civil.

CÓDIGO DE Art. 651 - Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a
PROCESSO CIVIL execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e
honorários advocatícios. (Nova redação pela Lei nº 11.382, de 06.12.2006)

A remição de bens (resgate dos bens por determinadas pessoas do círculo de proximidade do
devedor) não é mais prevista pelo Código de Processo Civil após as alterações feitas pela Lei
11.382/2006.

Carta de Remição:
Deferindo o pedido, o juiz mandará passar carta de remição, que conterá, além da sentença, as
seguintes peças:
ƒ a autuação;
ƒ o título executivo;
ƒ o auto de penhora;
ƒ a avaliação;
ƒ a quitação de impostos.

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12.4 – A Suspensão e a Extinção do Processo

Noções Gerais
Suspensão:
O processo de execução, verificada a ocorrência de certos incidentes, terá ou poderá ficar paralisado,
vedado o seu prosseguimento até que deva ou possa retomá-lo. Deixa o processo de fluir
temporariamente, por imposição legal ou por manifestação da vontade das partes. Conforme o art.
791 do Código de Processo Civil, suspende-se a execução nos seguintes casos:
ƒ quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução (os embargos geram um
processo incidental ao processo executivo);
ƒ nas hipóteses previstas no art. 265, I a III (I – morte ou perda da capacidade processual de
qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; II – pela convenção das
partes; III – quando oposta exceção de incompetência, impedimento ou suspeição);
ƒ quando o devedor não possuir bens penhoráveis: a falta de bens penhoráveis mantém o
processo sustado até que ingressem ou sejam localizados.

Cumprimento Voluntário da Obrigação:


Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo credor, para
que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação (CPC, art. 792). Findo o prazo sem cumprimento
da obrigação, o processo retomará o seu curso (CPC, art. 792, parágrafo único).

Efeitos da Suspensão:
Durante a suspensão só poderão ser praticados atos processuais cautelares urgentes ordenados pelo
juiz. Outros atos serão considerados nulos.

Extinção:
Dá-se a extinção da execução desde que satisfeito o direito do credor ou quando se houver por
encerrado o respectivo processo. Para que produza efeitos, a extinção do processo executivo há de ser
declarada pelo juiz em sentença (CPC, art. 795). De acordo com o art. 794 do Código de Processo
Civil extingue-se a execução quando:
ƒ o devedor satisfaz a obrigação;
ƒ o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da dívida;
ƒ o credor renunciar ao crédito.

Desistência:
O credor tem a faculdade de desistir total ou parcialmente da execução (CPC, art. 569). Na
desistência da execução, deverá ser observado o seguinte:
ƒ serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor
as custas e os honorários advocatícios;
ƒ nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.

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Questões de Concursos

Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - (Ministério Público/SP – 82) Os atos praticados em fraude de execução são


( ) a) nulos de pleno direito, podendo a nulidade ser decretada de ofício.
( ) b) anuláveis, cabendo ao credor requerer a anulação dos mesmos perante o Juízo da
execução.
( ) c) inexistentes, já que pela penhora o executor perde o jus proprietatis do bem submetido
à constrição judicial.
( ) d) ineficazes em relação ao exequente, ainda que permaneça hígido em relação às partes
contratantes.
( ) e) anuláveis através do manejo da ação pauliana pelo interessado.

02 - O devedor oferecerá os embargos no prazo de,


( ) a) 15 dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação cumprido.
( ) b) 10 dias, contados da juntada aos autos da carta precatória devidamente cumprida.
( ) c) 5 dias, contados da intimação da penhora, mesmo no caso de precatória.
( ) d) 10 dias, mas na hipótese de vários devedores com advogados diferentes aplica-se o
disposto no artigo 191, do CPC.
( ) e) 5 dias, a partir da juntada do respectivo mandado, se houver citação com hora certa.

03 - A desistência total ou parcial da execução:


( ) a) depende de concordância do devedor, depois da citação, mesmo que inexistirem
embargos;
( ) b) depende da concordância do devedor, depois da citação, ainda que versem os
embargos exclusivamente sobre questões processuais;
( ) c) depende da concordância do devedor, apenas na hipótese de atacarem os embargos o
próprio crédito do exequente (embargos de mérito);
( ) d) pode ser livremente exercida pelo exequente.

04 - Não é título executivo extrajudicial:


( ) a) o formal de partilha;
( ) b) o contrato de penhor;
( ) c) o instrumento particular, assinado pelo devedor e por duas testemunhas;
( ) d) o crédito decorrente de laudêmio.

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05 - Os embargos do devedor serão rejeitados, liminarmente, quando
( ) a) houver incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do
juiz;
( ) b) apresentados fora do prazo legal de 10 (dez) dias, contados da juntada aos autos da
prova da citação;
( ) c) fundados na falta ou nulidade de citação no processo de conhecimento que tenha
corrido à sua revelia;
( ) d) apresentados fora do prazo legal de 15 (quinze) dias, contados da juntada aos autos do
mandado de citação.

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Gabarito

01.D 02.A 03.C 04.A 05.D

Bibliografia

„ CURSO AVANÇADO DE PROCESSO CIVIL „ DIREITO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRO


Wambier, Luiz Rodrigues (coord.) Greco, Vicente
Revista dos Tribunais Saraiva

„ INSTITUIÇÕES DE DIR. PROCESSUAL CIVIL „ PRIMEIRAS LINHAS DE DIR. PROCESSUAL CIVIL


Dinamarco, Cândido Rangel Santos, Moacyr Amaral
Malheiros Saraiva

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12 - O Processo de Execução I

Atualizada em 10.12.2011

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CMP EDITORA E LIVRARIA LTDA.

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