Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no
meio dos sete candeeiros de ouro:
2. Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste
à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;
3. e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
4. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.
5. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do
seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
6. Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito Santo diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da
árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.
Introdução
1. Éfeso era uma província romana e capital da Ásia Menor, sendo uma das mais importantes
cidades do mundo na época.
2. Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000
e 500.000 habitantes.
3. Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império
romano (a Europa e a Ásia). Era uma cidade estratégica para o comércio internacional da
época.Conhecida também como a feira da Ásia, onde ficava o mais importante porto da
região.
4. Éfeso era conhecida como um dos maiores centros religiosos de todo império. Lá era
o centro do culto ao imperador romano na Ásia menor.
5. Éfeso era também um centro de ocultismo da época. Havia na cidade uma mística muito
grande, com o comércio de muitos livros de ocultismo. Conta-se que veneravam uma carta
(Pergaminho) como um amuleto da sorte.
6. Éfeso era o centro de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana. O templo de
Diana era oito vezes maior que o Paternom de Atenas. Era também uma das sete
maravilhas do mundo antigo, construído em mármore branco com colunas ornamentadas
em ouro.
7. O comércio da cidade era aquecido com a venda de estatuetas (nichos) da deusa Diana.
8. Éfeso possuía um anfiteatro a céu aberto, com capacidade para 25 mil pessoas sentadas.
9. Atualmente as ruínas de Éfeso encontram-se na cidade de Selçuk, na Turquia.
Panorama histórico
A igreja de Éfeso foi fundada pelo apóstolo Paulo, no final de sua segunda viagem missionária,
conforme Atos 18:19-20. Ele retorna na sua terceira viagem e se fixa ali por três anos, começando
numa Sinagoga e depois na Escola secular de Tirana, onde ensinou regularmente a Palavra de
Deus por dois anos. O resultado disso foi:
“Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na
presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de
prata.” At 19.19
Depois desses fatos iniciais, a igreja de Éfeso se transformou na terceira e mais importante
igreja do novo testamento, depois das igrejas de Jerusalém e Antioquia da Síria.
1. Dada a importância dessa igreja, passaram por lá o apóstolo Paulo (por três anos), Apolo,
Timóteo, Áqüila e Priscila.
2. Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo
em Éfeso para edificar os irmãos.
3. O apóstolo João escreve de Éfeso o evangelho e três cartas. Depois foi deportado para Ilha
de Patmos (próximo a Éfeso), de onde escreveu o Apocalipse. Nota-se assim, que uma
relevante literatura cristã é dirigida ou produzida nessa cidade.
4. Na carta que Paulo escreveu aos efésios, ele a elogiou por seu amor.
5. Quando Paulo escreve a Timóteo (que era pastor de Éfeso), ele orienta a trabalhar algumas
questões, pois o amor já estava sendo ameaçado.
6. Mais tarde Jesus escreve essa carta elogiando sua firmeza doutrinária, mas exortando a
voltar à pratica das primeiras obras (primeiro amor).
Com isso, notamos que o diagnóstico que Jesus faz dessas igrejas é muito diferente do que
poderíamos ter feito.
A visão limitada que temos da igreja pode não refletir a sua realidade espiritual.
Quantas vezes nos enganamos e pensamos que uma igreja é forte pelo seu número de membros,
pela beleza do seu templo ou pelo poder econômico do seu orçamento.
A igreja de Esmirna era pobre e composta de escravos, mas Jesus olha para ele e diz: “você é
rica”.
Laodicéia, a mais rica igreja da Ásia, que se olhava no espelho e dizia não precisar de nada. Jesus
olha para ela e diz: “Você é pobre e miserável”.
Sardes que se julgava dinâmica e avivada, teve que ouvir de Jesus: “você está morta”.
Jesus olha para igreja de Filadélfia e diz: “você tem pouca força, mas diante de ti eu pus uma
porta aberta”.
Temos muita dificuldade em andar em equilíbrio. Corremos o risco de ir para um extremo ou para
outro e cair como a igreja de Éfeso caiu. (doutrina X relacionamentos).
Lições do texto
1) Jesus dá segurança a sua igreja. “Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as
palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de
ouro”. Apocalipse 2:1
O importante é saber que Jesus não apenas tem a igreja em suas mãos, mas que anda no meio dela
e a conhece. Ele conhece o nosso coração.
Das sete cartas, para cinco Jesus disse: “eu conheço as tuas obras”.
Para Esmirna ele disse: “Eu conheço a tua tribulação”.
Para Pérgamo ele disse: “Eu sei o lugar onde habitas, onde está o trono de satanás”.
Para Éfeso ele disse: “abandonaste o teu primeiro amor.”
Para Tiatira ele disse: “tenho contra ti que toleras Jezabel”
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida
eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão”. João 10:27-28
Não temos dúvidas da transcendência de Deus (habita todo universo), mas às vezes perdemos de
vista que Ele é imanente (que está presente).
Às vezes entramos em um culto sem termos a percepção espiritual que Ele está presente. A
consciência que Ele está no meio da igreja deveria gerar em nosso coração um senso profundo de
reverência, quebrantamento e humilhação.
Porque a carta que Jesus enviou a Éfeso é tão importante para a igreja de hoje?
Estamos vivendo tempos extremamente perigosos, onde o meio evangélico está confuso.
Sobre a prática do “cair no espírito”, iniciada em Toronto Canadá, talvez por influencia de Benny
Hinn.
Precisamos de muita clareza num ponto: Deus não está agindo onde sua palavra não esteja sendo
pregada com fidelidade, zelo e submissão.
Jamais encontraremos relatos de Deus abrindo mão da verdade ou tolerando erros, seja
doutrinário ou moral.
Experiências pessoais: por mais populares ou que o povo goste. Não podemos abrir mão, nem
negociar a verdade.
A igreja brasileira proclama seu crescimento espantoso. A pergunta é: o que é que está
crescendo? É o evangelho genuíno de Jesus Cristo ou é um outro evangelho? (Hibrido, sincrético).
Onde se prega prosperidade e não salvação. Onde se busca milagres e não novo nascimento. Onde
se corre atrás das bênçãos e não de Deus.
2) Jesus FAZ vários elogios a igreja de Éfeso. “Conheço as suas obras, o seu trabalho
árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que
dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores”. Apocalipse 2:2
a) Ele elogia aquela igreja por sua ação. “Conheço as suas obras, o seu trabalho
árduo”. Éfeso era uma igreja que trabalhava, de ação, não teórica e intramuros. Era uma igreja
operosa, que buscava resultados. Com sua ação ela irradiou a influencia do evangelho por toda
Ásia menor.
b) Elogiou por sua fidelidade e firmeza doutrinária. “Sei que você não pode tolerar
homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles
eram impostores”.Ap 2.3
Jesus elogiou a igreja de Éfeso por não tolerar os falsos apóstolos, por não deixar que falsas
doutrinas penetrassem no seu arraial, por pôr aprova aqueles que se diziam apóstolos e não eram.
” Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.” Ap 2.6
A palavra “Nikolaíta” vem da junção de duas palavras gregas: niko (conquistador) e laos (povo)
Significa, então, que o objetivo dos Nikolaítas era conquistar o povo, centrar os princípios da igreja
nos homens, e não em Deus. Esses falsos mestres foram chamados de Nikolaítas, que induziram
aos cristão a comerem carnes sacrificadas a ídolos e praticarem a prostituição e imoralidade.
Assim como a igreja de Éfeso rechaçou e repudiou esses falsos mestres. Hoje, precisamos do
mesmo zelo pela verdade em nossa vidas e na igreja.
Muitas Igrejas hoje dizem: “nós não temos uma única linha doutrinária”
Vemos que muitas igrejas possuem grupos com linhas e visões doutrinárias diferentes. Isso
significa que a verdade está sendo negociada para abraçar a todos num pragmatismo perigoso
por resultados. Em outras palavras: o que o povo quer, nós fazemos. Eu procuro agradar.
c) Elogiou por sua perseverança. “Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa
do meu nome, e não tem desfalecido”. Apocalipse 2:3
Ser crente em Éfeso não era fácil. Se você é perseguido por causa da sua fé, glorifique a Deus.
3) Jesus tinha uma censura a fazer: “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o
seu primeiro amor.” Apocalipse 2:4
O problema dos efésios não foi uma questão de doutrina correta, mas de amor. Abandonaram o
seu primeiro amor. Em nome da defesa do evangelho, perderam de vista o amor que é a essência
do cristianismo.
É possível, que comecemos a desenvolver uma relação com a nossa ortodoxia sem nos deleitarmos
mais com Deus.
Lutamos por uma verdade, mas não vivemos mais por ela, nem nos deleitamos mais nela.
Perdemos de vista a intimidade com Deus e o prazer na sua causa. As coisas acontecem
mecanicamente sem alegria e amor que governou a nossa vida lá no passado.
Jesus, uma geração depois, na carta do Apocalipse, a censura por sua falta de amor: “vocês
perderam o primeiro amor”É possível termos uma relação de fidelidade doutrinária
sem o exercício do amor?
É quando eu tenho todas essas verdades na minha cabeça, mas essas verdades não movem mais o
meu coração. (Amar a Deus e amar o meu irmão).
É quando a espiritualidade se torna árida e estéril. É quando se perde de vista que a verdade e o
amor precisam caminhar juntos.
e praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu
lugar”. Apocalipse 2:5
a) Lembra-te, pois, de onde caíste: Para os efésios se arrependerem, teriam que lembrar da
comunhão com Deus que deixaram para trás. Para permanecermos fiéis, a presença de Deus
precisa ser a coisa mais preciosa na nossa vida.
5) Jesus faz um apelo à uma igreja sensível. “Aquele que tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no
paraíso de Deus.” Apocalipse 2:7
Conclusão
Talvez, nós também precisemos nos arrepender e voltar a prática das primeiras obras e ao
primeiro amor.
Quando abandonamos o primeiro amor, significa que abrimos mão de algo e elegemos outras coisas em seu
lugar. Quando fazemos as coisas por fazer, por causa da instituição ou da denominação, pela sedução do
crescimento numérico da igreja, pela fama e pelo status que se obterão na cidade ou coisas do tipo, essas são
provas evidentes de que nossas motivações são impuras e estão prostituídas [2].
Aqui é necessário parar e realizar uma urgente avaliação: fazemos as coisas por amor a Deus ou por amor a
nós mesmos? Se for por amor a Deus, então a glória será dEle e para Ele; se for por amor a nós e à nossa
própria igreja, então a glória será nossa. É necessário decidir, e rápido, antes que o próprio Senhor venha a
dizer para nós: “Tenho, porém contra ti!”
Este era um fracasso que atacara sua vida cristã pelas bases. O Senhor tinha ensinado que o amor mútuo
devia ser a marca que identificasse a comunhão dos cristãos (Jo 13.35). Os convertidos de Éfeso tinham
experimentado este amor nos primeiros anos de sua nova existência; mas a sua luta com os falsos mestres e
seu ódio por ensinos heréticos parece que trouxeram endurecimento aos sentimentos e atitudes rudes a tal
ponto que levaram ao esquecimento da virtude cristã suprema que é o amor. Pureza de doutrina e lealdade
não podem nunca ser substitutos para o amor [3].
A exortação para recuperar o primeiro amor não implica em relaxamento doutrinário. Doutrina sem amor
corre o risco de assumir uma rigidez dogmática, na qual as pessoas passam a ser menos importantes. O
contrário também é possível: desprezar princípios e valores do evangelho para acalmar ou acomodar certas
situações de quem está em pecado. Uma coisa é certa: doutrina sem amor é legalismo. Amor sem doutrina é
frouxidão e relaxo. Há necessidade de haver harmonia entre estas duas questões.
Deus muita vezes comparou Israel à Sua noiva e Ele mesmo ao seu noivo ou esposo. Ele fixou nela o Seu
amor. No entanto ela começou a flertar com outros amantes, os deuses cananeus. Ela procedeu como uma
prostituta com eles. Ela se tornou infiel e abandonou se verdadeiro marido [4].
No Novo Testamento, o novo Israel de Deus, a Igreja, é semelhantemente representado como desposado
com Cristo, exatamente como o velho Israel era desposado com o Senhor [5]. Mas, assim como o amor de
Israel muitas vezes havia esfriado em relação ao Senhor, esta mesma tendência estava evidente em Éfeso.
Aquela primeira sensação de enlevo e êxtase havia passado. Sua antiga devoção a Cristo tinha passado. Por
esse mesmo motivo o Noivo, Jesus, procura cortejar Sua noiva, a Igreja, para voltar ao seu primeiro amor.
Com a mesma ternura que Jeová mostrou à volúvel e adúltera Israel, o Senhor Jesus apela à sua Igreja para
que volte para Ele.
“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti
e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5).
“Lembra-te, pois, de onde caíste…”
A lembrança é um dom precioso. Olhar para trás pode ser pecaminoso; mas também pode ser sensato. Olhar
para trás com os olhos lascivos, como fez a mulher de Ló, para os pecados de Sodoma dos quais temos sido
libertos, é atrair desastre. Olhar para trás ansiosamente para os confortos despreocupados do mundo, uma
vez que já pusemos a mão no arado, é não ser apto para o reino de Deus. Mas olhar para trás ao longo do
caminho em que Deus nos conduziu é o mínimo que a gratidão pode fazer, e olhar para trás para as alturas
espirituais que pela graça de Deus já ocupamos é dar o primeiro passo na estrada do arrependimento. Não
devemos viver no passado. Mas lembrá-lo e comparar o que somos com o que fomos, é uma experiência
salutar e frequentemente perturbadora [6].
Observe que a igreja de Éfeso não está sendo chamada a lembrar o seu pecado. Não está sendo dito para ela
lembra-se em que situação ela caiu, mas de onde caiu. Por isso o Senhor desperta a igreja a se lembrar do
amor que ela havia abandonado. O amor por Jesus havia sido substituído pelo zelo religioso. Éfeso defendia
sua teologia, sua fé, suas convicções e estava até pronta a sofrer e morrer por essas convicções, mas não se
deleitava mais em Deus. Não estava mais afeiçoada a Jesus. Estava como os fariseus, zelosos pelas coisas de
Deus. Observando com rigor os ritos sagrados. Mas com o coração seco como um deserto.
“Volta” literalmente traduzido seria “faz”, que dá a ideia de uma atitude definitiva, a fim de que tais obras
sejam constantemente praticadas. As “primeiras obras” não são novas e diferentes modalidades de ação;
antes, são as mesmas obras, mas motivadas pelo amor original, de tal maneira que até pareçam novas. Seria
o amor rejuvenescido [10].
Pedro na sua primeira carta diz que o juízo começa pela Casa de Deus (1Pe 4.17). Antes de julgar o mundo,
Jesus julga a Igreja. A igreja de Éfeso deixou de existir porque ela não soube aproveitar do tempo da
visitação de Deus e não se arrependeu do seu pecado. Que isso seja um alerta para nós também nos dias de
hoje.