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Tribunal Superior Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

10/09/2018

Número: 0601157-23.2018.6.00.0000
Classe: REPRESENTAÇÃO
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Superior Eleitoral
Órgão julgador: Juiz Auxiliar - Sérgio Silveira Banhos
Última distribuição : 10/09/2018
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Horário Eleitoral Gratuito
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - NACIONAL MIGUEL FILIPI PIMENTEL NOVAES (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE) RACHEL LUZARDO DE ARAGAO (ADVOGADO)
FERNANDO ANTONIO DOS SANTOS FILHO (ADVOGADO)
ANGELO LONGO FERRARO (ADVOGADO)
EUGENIO JOSE GUILHERME DE ARAGAO (ADVOGADO)
MARCELO WINCH SCHMIDT (ADVOGADO)
ELEICAO 2018 HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES
PRESIDENTE (REPRESENTADO)
Procurador Geral Eleitoral (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
33092 10/09/2018 15:29 Representação Propaganda Irregular Petição Inicial Anexa
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EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA PRESIDENTE DO TRIBUNAL
SUPERIOR ELEITORAL, ROSA WEBER

A COLIGAÇÃO PARA A CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


“O POVO FELIZ DE NOVO”, vem, respeitosamente, com fundamento nos arts. 242
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do Código Eleitoral e 6º, §2º, 53-A e 54 da Lei n. 9.504/97, apresentar

REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR


COM PEDIDO LIMINAR

em detrimento da COLIGAÇÃO ESSA É A SOLUÇÃO (MDB/PHS) e do candidato


HENRIQUE MEIRELLES, já qualificados nos autos do pedido de registro de
candidatura, pelos termos e argumentos que seguem.

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Número do documento: 18091015282232900000000325920
I – DOS FATOS

1. No último dia 08 de setembro de 2018, às 13 horas e às 20 horas e 29 minutos,


foram ao ar os programas eleitorais das candidaturas à Presidência da República. Dentre
elas, como não poderia deixar de ser, foram veiculadas propagandas da Coligação Essa é
a Solução, capitaneada pelo seu candidato Henrique Meirelles.

2. Todavia, conforme se passará a expor, tal propaganda possui diversas


irregularidades que as tornam ilegais e passíveis de punição.

3. Em termos, a propaganda eleitoral dos Representados, de mesmo teor nos blocos


da arde e da noite, que se inicia aos 1’30” do vídeo (Anexo 01), traz a seguinte
sequência:
a. 1’30” a 1’47”: Cenas externas narradas por locutor;
b. 1’48” a 3’22”: Fala do candidato Henrique Meirelles variando entre sua
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imagem e outras cenas;
c. 3’21” a 3’24”: Slogan da campanha.

4. Entretanto, ao discursar a respeito da sua trajetória, conta com a participação de


Luiz Inácio Lula da Silva, ao relatar que foi por este chamado para “comandar a
economia”, bem como ao utilizar fotos com o Senhor Lula em que denota-se parceria.
Veja-se:

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5. Ocorre que o Senhor Lula é filiado ao Partido dos Trabalhadores – PT e,


também, é Presidente de Honra do partido, que ora integra a coligação “O Povo
Feliz de Novo” e apoia outro candidato, diferentemente do que a propaganda veicula.

6. Ainda, em momento algum há menção aos partidos políticos que compõem a


coligação representada.

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7. Portanto, conforme se passará expor, figura-se propaganda irregular, uma vez
que sonegou informação relevante e se utilizou de meios publicitários para criar,
artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais que não
convergem com a realidade. Vejamos.

II – DO DIREITO

8. O sufrágio eleitoral, destinado à escolha dos próximos governantes, é marcado


pela disputa acirrada de votos e preferências, consubstanciada em grandes estratégias de
comunicação, com fins de alcançar o eleitorado de forma adequada e angariar o apoio
necessário para se eleger.

9. A propaganda, a seu turno, por ser instrumento poderoso na veiculação da


imagem dos candidatos, foi objeto de preocupação do legislador, o qual, ao editar o
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Código Eleitoral, trouxe em seu art. 242:

Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade,


mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua
nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a
criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais,
emocionais ou passionais.

Parágrafo único. Sem prejuízo do processo e das penas cominadas, a


Justiça Eleitoral adotará medidas para fazer impedir ou cessar
imediatamente a propaganda realizada com infração do disposto neste
artigo.
(grifamos)

10. Dito isso, imperioso destacar que a propaganda ora atacada propõe narrativa que
sugere o apoio do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à candidatura à presidência do
candidato representado, o que não condiz com a realidade dos fatos, haja vista que o
apoio do Senhor Lula se dirige tão somente à coligação da qual seu partido faz parte.

11. Ora, em que pese ser assegurado, principalmente nas campanhas eleitorais, o
direito à liberdade de expressão e comunicação, não há dúvida de que elas devem

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sempre observar os breves limites impostos pela legislação eleitoral. Desta forma, a
mensagem veiculada nos termos apresentados é capaz de confundir a opinião
pública, criando estados mentais artificiais ao transmitir ao eleitorado afirmação
inverídica.

12. Não fosse suficiente, a aparição de filiado a partido integrante de outra


coligação na propaganda do candidato Henrique Meirelles também viola o disposto
nos arts. 54 c/c 53-A, da Lei nº 9.504/97.

13. Ainda que seja apenas mediante foto, é necessário ressaltar que a legislação
eleitoral não faz distinção entre efetivo apoiamento e mera ilustração de imagens, nesse
sentido:

REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA PARTIDÁRIA. INSERÇÕES


TELEVIDIVAS. PARTIDO HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE –
PHS. PARTICIPAÇÃO DE PESSOA FILIADA A OUTRO
PARTIDO. CONFIGURAÇÃO. CASSAÇÃO DO DIREITO DE
TRANSMISSÃO DO PARTIDO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. 5
1. A legislação veda expressamente a participação, no programa
partidário, de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo
programa. O espaço de propaganda partidária só pode ser
ocupado por quem integre a respectiva agremiação política, não
fazendo, a legislação, distinção entre efetivo apoiamento e mera
ilustração de imagens.
[...]
3. Depreende-se da jurisprudência dominante do TSE, para a cassação
de tempo de veiculação diária, não a quantidade de exibição da
inserção julgada ilegal em uma mesma data, mas as exibições
executadas durante determinada data.
4. Representação parcialmente procedente.
(TER-DE – RP: 19791 ARACAJU-SE, Relator: Edson Ulisses de
Melo, Data de Julgamento: 06/10/2016, Data de Publicação: DJE –
Diário de Justiça Eletrônico, Tomo 184, Data 10/10/2016)
(grifamos)

14. Ora, a aparição de pessoa filiada a outro partido, que não a responsável pela
mídia, configura inegável desvio da função da propaganda eleitoral, o que não é
admitido pelo ordenamento e conduz à aplicação da penalidade de cassação do direito de
transmissão em tempo equivalente à natureza e extensão da falta.

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15. Por último, os representados incorrem, ainda, em outra irregularidade. Em
momento algum da propaganda há a informação de quais partidos políticos
compõem a coligação representada, omitindo informação fundamental ao público alvo
da campanha.

16. Sabe-se que o eleitorado identifica os atores políticos, e, consequentemente, seus


projetos de governos, a partir da filiação partidária. Neste sentido, o legislador – art. 6º,
§2º, da Lei nº 9.504 – compreendeu pela necessidade de, no caso de propagandas às
eleições majoritárias, estar evidente quais são os partidos políticos que integram a
coligação.

17. Entretanto, a coligação representada deixa de informar que é composta por


dois partidos, são eles o MDB e o PHS, incorrendo incontestavelmente em violação
legal.

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18. Sendo assim, é evidente a irregularidade perpetrada nas propagandas veiculadas
em rede pelos Representados, motivo pelo qual requer a imediata suspensão da
propaganda irregular, sob pena de multa em caso de descumprimento, além da perda de
tempo equivalente de propaganda, em virtude da violação aos termos dos arts. 6º, §2º,
53-A e 54, da Lei nº 9.504/97 e do 242 do Código Eleitoral.

III – DO PEDIDO LIMINAR

19. Assim como já comentado, as propagandas eleitorais são fortes ferramentas para
o convencimento do eleitorado, o que demanda a sua estreita regulamentação legal. E,
exatamente por ser assunto tão importante e sensível ao sufrágio, é patente o perigo da
demora de se manter incólume a prática dos Representados aqui combatida.

20. Dessa forma, considerando a probabilidade do direito, que reside na tentativa de


fazer o eleitor incorrer em falso julgamento mediante aparição de filiado a outro partido,
e no fato de que sonegada a informação acerca dos partidos, bem como o perigo da

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demora, também já externado, que se materializa na manipulação do imaginário social
promovida pelo candidato, demonstra-se a necessidade da concessão da medida liminar
aqui perseguida.

21. Visto por outro ângulo, a manutenção das propagandas aqui impugnadas tem o
condão de intrometer ilegalmente na condução do processo eleitoral ao veicular
propaganda que sugere apoio inexistente, influenciando a opinião pública através de
estados mentais, emocionais e passionais, o que termina por interferir na escolha do
candidato e, em última análise, no exercício da cidadania e na escorreita efetivação da
democracia.

22. Sendo assim, pugna-se pela ordem de imediata suspensão da veiculação das
propagandas eleitorais retro mencionadas, bem como pela imediata interrupção de tal
prática pelos Representados, sob pena de perda de tempo de propaganda eleitoral e
multa.
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IV – DOS PEDIDOS

23. Por todo o exposto, requer:

a. A concessão do pedido de liminar, inaudita altera pars, para suspender


as propagandas impugnadas e as mencionadas práticas, sob pena de multa
em caso de descumprimento.

b. No mérito, o provimento da presente Representação, confirmando-se o


pedido de liminar, com fixação de multa no caso de seu descumprimento,
bem como aplicando a penalidade de perda de tempo equivalente de
propaganda, nos termos do art. 53-A, §3º, da Lei nº 9.504/97.

24. Ademais, requer a citação dos Representados para apresentar defesa no prazo
legal de 48 horas, sob pena revelia.

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Nestes termos,

Pede deferimento.

Brasília/DF, 10 de setembro de 2018.

Eugênio José Guilherme de Aragão Angelo Longo Ferraro


OAB/DF 4.935 OAB/DF 37.922

Marcelo Winch Schmidt Rachel Luzardo de Aragão


OAB/DF 53.599 OAB/DF 56.668

Miguel Filipi Pimentel Novaes


8
OAB/DF 57.469

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