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 O Estilo Borges de ativismo:

- Abílio César Borges foi um médico de formação, mas que se tornou um


educador-modelo com muitos títulos e se tornou membro de instituições de
prestígio como o Instituto Histórico.

- Viajou por muitos países da Europa e de lá trouxe um novo método de ensino


por persuasão, sem castigos, que introduziu em seu Ginásio Baiano. Uma
escola moderna onde as famílias de nome confiavam seus filhos.

- Um de seus alunos foi Raul Pompéia, que escreveu seu livro “O Ateneu”
tendo Abílio como inspiração para o temível Aristarco. Outros alunos tinham
outras visões sobre o mestre e o admiravam mais que Pompéia.

- Abílio tinha barba à inglesa e modos aristocráticos, entretanto com orientação


modernizadora. Outros personagens parecidos com ele formaram, entre 1850 e
1860, três polos antiescravistas:

1- No Rio de Janeiro, com a Sete de Setembro, Sociedade do Ypiranga de


1857; e a Sociedade contra o Tráfico de Africanos e Promotora da Colonização
e da Civilização dos Índios (STC). A STC tinha 215 sócios, modernizadores da
elite imperial e tinham como principal reivindicação o “ventre livre”. A STC
estabeleceu relações com a British and Forgein Anti-Slavary Society e
começou a promover encontros (“meetings”), modelados nas reuniões publicas
inglesas. “O abolicionismo brasileiro esteve desde aí vinculado à rede
estrangeira”.

2- Outro pólo abolicionista apareceu em Pernambuco, onde durante a década


se formaram duas associações antiescravistas.

3- O terceiro pólo foi na Bahia, com a Sociedade Libertadora 2 de julho, surgida


no ano de 1850, fora organizada pelos alunos da Faculdade de Medicina. Em
1862, a Sociedade fez a primeira passeata abolicionista do Brasil.

- Cosmopolita, Abílio se tornou membro da British and Forgein Anti-Slavary


Society e se aproximou da Sociedade Francesa pela Abolição da Escravidão,
união que gerou uma petição emancipacionista assinada por políticos
franceses admirados no Brasil e que chegou ao imperador em julho de 1866. O
documento embaraçou d. Pedro pois relacionava o Império a uma terra
escravista, entretanto, ponderou que a questão era difícil e que dependeria de
“forma e oportunidade”.

- Foi assim que o pequeno ciclo de associativismo abolicionista dos anos 1860
alcançou eficácia, empurrando a questão abolicionista para a agenda
institucional.

- Outro ponto que forçou a inserção da pauta foi a guerra contra o Paraguai,
pois a comunhão bélica com a Argentina e o Uruguai convidou à comparação
entre os países. Entre estes, o Brasil liderava, uma vez que era escravista
entre nações de libertos.

- Tendo esta pauta na agenda institucional, um dos conselheiros do estado, o


conservador Visconde de S. Vicente redigiu cinco projetos de abolição gradual,
tendo como base o programa da STC de 1852: o ventre livre.

- A maior parte do Conselho de Estado, contudo, fez coro para outro


conservador, o Visconde de Itaboraí. Este, por sua vez, mesmo reconhecendo
a pressão internacional pela abolição, temia que o ventre livre se tornasse um
incentivo para as insurreições.

- “A conta-gotas, a questão se infiltrou num sistema político que andava longe


de ser simples. O Poder Moderador indicava chefe partidário para montar
gabinete, que chamava eleições para compor a Câmara. Contudo, a
capacidade de agenda do imperador tinha dois contrafortes: Senado e
Conselho de Estado, vitalícios, por isso mais independentes que os deputados,
e ocupados por políticos tarimbados, com força para frear projetos ou decidir
seu curso.” p.37

- Essa complexidade se viu no ano de 1867, quando, pesando a abolição dos


estados unidos e as encaminhadas nas colônias espanholas, Zacarias como
chefe de governo devolve o problema ao Conselho de Estado. Enviou-lhes os
projetos de São Vicente acompanhados de três perguntas: “se era o caso abolir
e, se sim, quando e como”.
- “O Conselho não se comoveu com a confluência entre o Conservador São
Vicente e a base do governo Liberal de Zacarias. Mas a coalizão teve seus
efeitos. Formou-se uma comissão de estudos sobre o assunto e a fala do trono
de 1867 frisou que o tema deveria ser tratado no ano parlamentar, porém com
cautela.” p.37

- Homens como Abílio Borges na política poderiam ter tomado outras atitudes,
entretanto, por não se sentirem ouvidos pela Câmara e Senado, investiram em
associações civis e apoio estrangeiro.

- O Imperador se via ante maioria de políticos contra a abolição e poucos a


favor. Diferente do começo de seu reinado, quando lidara com Conservadores
fortes, D. Pedro começa a jogar com os partidos, beneficiando ora um, oura
outro. Oscilou entre conduzir e frear reformas com relação à escravidão.

- Foi desta forma que, por conta dos dispêndios da guerra contra o Paraguai,
trocou seu apoio ao emancipacionista de Zacarias (1867) pelo escravismo do
Conservador Visconde de Itaboraí (1868).

- O Visconde de Itaboraí e seus ministros ultraconservadores foram apelidados


de “Conservadores emperrados”, entre eles Paulino Soares de Sousa e José
de Alencar.

- O governo dos Emperrados frente a uma câmara liberal causaram crise


política e tirou a abolição da agenda institucional em 1868. Esta briga intraelites
abriu oportunidades para diversas outras críticas às instituições do Império.

- Essa movimentação legitimou o debate público sobre a escravidão e indicou


possíveis aliados para as sociedades abolicionistas dentro do sistema
institucional. Por estes motivos, o associativismo abolicionista cresceu muito
durante o gabinete escravista de Itaboraí, surgindo muitas associações ao
redor do país.

- Este era um “abolicionismo de elite”, onde os membros das associações eram


todos da elite social: viscondes, barões, funcionários de bons cargos públicos;
homens modernizadores e com um pé na política de dentro e um pé na de fora
das instituições.
- As associações começaram a fazer propaganda pública em prol do ventre
livre em cerimônias, panfletos, jornais entre outros repertórios. Um exemplo é o
jornal colocado em circulação pela Sociedade Libertadora 7 de Setembro,
comandada por Abílio chamado “O Abolicionista”.

- Todo repertório antiescravista britânico era conhecido por Abílio, entretanto


não podia somente reproduzi-lo, pois no Brasil a religião não teve o mesmo
papel propagandístico que entre os ingleses, pelo contrário, a Igreja católica
era parte integrante do Estado por meio de padres-funcionários que sem
independência para criticar as instituições estatais como a escravidão,
acabavam por legitimando-as. (Papa Pio IX)

- Esta relação do Estado com a religião fez os abolicionista buscarem a arena e


o modelo litúrgicos laicos para sua propaganda. Borges encontrou nos espaços
públicos extraparlamentares que os Liberais Radicais politizavam: salões de
agremiações, escolas, Câmaras municipais. Além das já citadas festas cívicas,
onde haviam discursos, canções e poesias.

- “As cerimônias cívicas de Abílio Borges seriam rituais de dramatização da


escravidão e apelo aos sentimentos, conclamando a abolição como nova
Independência.”

- Abílio Borges intuiu que a articulação romântica teria grande poder


mobilizador, colocou então professores e alunos de seu Ginásio nesta função.
Dentre eles se destacou Antonio de Castro Alves, que ficou conhecido por meio
do jornal “O Abolicionista” como “Poeta dos Escravos”.

- O abolicionismo encontrou seu palco no espaço público e laico dos teatros.


Estes espaços como meio propagandístico imbuíram as reivindicações de
artes, que ocuparam no Brasil o papel que coube a religião no abolicionismo
Inglês.

- Definiu-se aí um estilo de ativismo fundamentado no par associativismo e


cerimônias cívicas, cujo chamamos de estilo Borges de ativismo.
 O Estilo Rebouças de ativismo:

- Nos diários de Rebouças são recorrentes duas coisas: óperas e obras.


Durante o terceiro gabinete de Zacarias, quando a abolição estava na pauta
institucional, Rebouças começou a se interessar pelo tema e operar como
abolicionista.

- Nos seus empreendimentos, aproximou-se da STC e de Tavares Bastos.

- “Rebouças recebeu o bastão dos modernizadores mais velhos. Mas, ao se


decidir por abolicionista, julgou que, além do estilo Borges, de associação,
arregimentação de apoio internacional e cerimônias cívicas, era preciso ir aos
meandros das instituições. Transferiu para a política seu modus openrandi de
empresário, o lobby.”

- “Sua experiência com obras lhe ensinara que deliberações cruciais dependem
do núcleo do governo, que se pode pressionar, jamais ignorar. Seriam duas
tarefas interligadas: persuadir a sociedade e fazer andar o Estado.”

- Se utilizou de sua extensa rede de relações interpessoais para “assoprar ao


ouvido de autoridades e construir pontes entre o associativismo abolicionista e
o governo”. Rebouças se tornou um articulador entre a elite social, sociedade
de corte e sistema político.

- “Para cimentar a ponte entre antiescravismo da sociedade e as instituições,


ideou, em abril de 1870, uma Associação Central Protetora dos Emancipados.”
Mais uma vez sua rede de relações foi importante, levou seu projeto ao chefe
do governo Visconde de Itaboraí. Estes inclusive mantinham, apesar das
divergências políticas, um sincero apreço um pelo outro. Itaboraí o chamava de
“meu inglês”.

- Itaboraí, pressionado por todos os lados, aceitou o projeto de uma Associação


Central Protetora dos Emancipados, presidida pelo conde D’Eu, e prometeu a
Rebouças que consultaria o ministério. Eis então que o estilo de ativismo de
Rebouças é novamente colocado em prática: o lobby e a articulação. Por
“peregrinação” tentou criar consenso mínimo entre membros da soc de corte,
das instituições políticas e da elite social e, assim, armar o apoio que a
abolição não possuía.

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