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Os Carboidratos
As Gorduras
As Proteínas
Outros aspectos sobre a cocção dos alimentos, podem ser encontrados no livro "Novos
caminhos da Alimentação", da Dra. Gudrun.
O Leite e o Mel
O Leite
Podemos ver que o ser humano é o que cresce com uma velocidade menor. É
interessante notar que o leite humano nos últimos setenta anos aumentou em 12% na proteína
e 15% nos sais minerais. A duplicação do peso das crianças desceu de 172 dias em 1890 para
124 dias em 1967. Por outro lado, também observamos que crianças alimentadas
artificialmente duplicam o peso em 118,6 enquanto que as amamentadas duplicam o peso em
136,8. Com estes dados podemos entender que está havendo uma degradação do reino
humano no sentido da animalidade e que é determinada pelo aumento de peso muito rápido e
que a alimentação artificial pode estar propiciando também isso.
O leite de vaca na realidade não é roubado, ela tem um excedente grande que o ser
humano pode usar. É um animal doméstico que tem uma relação intensa com o ser humano,
pelo qual não devemos temer usar esse alimento de origem animal.
Dentre os derivados do leite devemos considerar o iogurte, no qual formam- se, pela
presença de bactérias, alguns ácidos. Eles provocam uma coagulação da caseína e por isso o
leite endurece. Todos os tipos de leite acidificados como coalhada, iogurte, etc., ajudam a
regular a flora intestinal. Apesar de ácidos têm efeito alcalinizante, ajudando a desintoxicar o
organismo e combater a arteriosclerose. São úteis no tratamento do fígado.
A ricota é um leite acidificado no qual se eliminou o soro. É um excelente alimento
que contém todos os aminoácidos de forma concentrada. Os diversos queijos destinam-se a
satisfazer mais ao paladar do que às necessidades proteicas. Especificamente as propriedades
são mais ou menos semelhantes às da ricota. A ricota é o queijo mais simples. A escolha do
queijo se deve mais a gostos pessoais, por satisfação do paladar. A ricota constitui-se num
excelente aporte de proteínas. Pode ser usada temperada, misturada nas saladas, em suflês,
como recheio de verduras, para fazer pastéis, bolo, etc.
Steiner recomenda a manteiga como a principal fonte de gorduras do ser humano. A
manteiga nos mostra um complexo de diversas gorduras. Metade saturados e a outra metade
insaturados. O seu valor alimentar está na proporção que estas gorduras guardam. O seu
ponto de fusão é trinta e sete graus; igual à temperatura do corpo pelo qual ela é facilmente
absorvida. Composta de mais ou menos 0,5% de proteínas, mais ou menos 0,7% de lactose e
poucos sais minerais.
Segundo Rudolf Steiner, o leite leva o homem à terra, mas sem impedi-lo de manter as
relações com o sistema cósmico.
O Mel
O mel, como disse, é uma polaridade em relação ao leite. Dizia Steiner que na
infância deveríamos tomar leite com mel e na velhice mel com leite.
O mel é derivado da fase calor das flores, aumentado pelos processos das abelhas, que
são seres solares. As abelhas têm um intenso processo silício e preservam o calor no favo. O
mel é um alimento que se dirige diretamente ao nosso Eu, ao nosso espírito. O mel vivifica o
corpo e evita os endurecimentos, as arteriosclerose e calcificações, por isso é ideal na
segunda metade da vida.
Nas plantas o calor é apreendido ativamente para dentro da matéria por meio da
fotossíntese. O calor do sol, que no reino mineral pulsa em ciclos pelas órbitas celestes, no
reino vegetal é incorporado de forma ativa pelas plantas. Mas elas também se organizam no
planeta de acordo com essas regiões calóricas. Cada planta se aclimata em um determinado
lugar, em função principalmente de sua capacidade em lidar com o calor externo. Mesmo que
as plantas capturem o calor em compostos biológicos, não conseguem produzir calor para se
aquecerem.
Um fato curioso que podemos observar no reino vegetal, são as formas que os
vegetais adquirem nessas áreas. A forma revela o íntimo dos seres.
Nas regiões polares o ser da planta recolhe-se para raízes e caules, gerando as plantas
típicas dessa zona: formadas, cósmicas. Semelhante ao que ocorre nas altas montanhas. Nas
regiões temperadas há o predomínio do elemento foliar e as plantas são mais equilibradas no
que diz respeito à polaridade dos princípios formativos. Já nas regiões tropicais há uma
exacerbação dos processos flor e fruto, assim como uma vida exuberante, pois predominam
os processos terrestres sobre os cósmicos.
O ciclo de vida dos vegetais, mesmo que não cresçam nas regiões temperadas,
obedecem quatro fases: Terra, Água, Ar e Fogo (ou calor). Sem dúvida, os princípios água e
terra são os mais desenvolvidos. Na flor, ao ganharem o espaço, as plantas estão na sua fase
ar. A partir do momento em que se forma o néctar e o fruto estamos na fase calórica do
vegetal.
Todos os seres vivos têm ciclos biológicos, ritmos e pulsares próprios, que só muito
recentemente começam a ser levados a sério pela Cronobiologia. O surgimento dessas fases,
que atuam na matéria viva vegetal, é o que Goethe denominou Planta arquetípica. O etérico
manifesta uma fase depois da outra. No desenho da página 2 vemos uma roda mergulhada
parcialmente na água e girando. Em cada fase, uma parte se mostra e outra se oculta. Por
exemplo, quando uma planta está na fase calor, ela inteira esta nessa fase. Não é momento de
enraizar nem dar folhas. Essas fases estão sob o limiar, no mundo supra-sensível. Ao passo
que a fase de frutificação está manifesta.
O único momento em que as plantas produzem um pouco de calor é quando da
formação das flores e dos frutos. Os aromas vegetais são voláteis. Mas ocorre algo
interessante: na flor os princípios formativos separam-se; o elemento linear, móvel e
luminoso que adota o pólen, opõe-se ao esférico do óvulo. Os dois princípios formadores que
criam toda a forma do vegetal são agora separados. É justamente porque há a separação dos
opostos, que o calor pode atuar! É nesse cenário que se forma o néctar. A doçura que mais
adiante no reino humano será necessária para unir o Eu ao sangue.
As manifestações calóricas mensuráveis com termômetro são poucas. Mas o princípio
arquetípico do calor se manifesta sem dúvida. Isto é a possibilidade do mundo uno agir no
terreno.
A fecundação na planta não ocorre entre os gametas masculino e feminino, mas
porque o princípio calórico, cósmico, pode unir-se novamente ao terreno.
Esses dois processos correspondem, no reino mineral, às forças polares entre a Sílica e
o Cálcio. A sílica conduz as forças dos planetas exteriores, e o cálcio dos interiores. Assim o
Sol pode agir em plenitude.
Nos cereais e nas frutas suculentas, encontramos a hipertrofia dessa oposição. O
processo de amadurecimento dos frutos é, quimicamente, um cozimento a fogo lento, que
entretanto depende de uma fonte de calor exterior ao ser vegetal, isto é, do Sol.
Quando no processo calórico predomina o elemento silícico, temos formas
punctiformes, pontiagudas, finas, que tendem a agulhas (cereais, alecrim, equisetum, pinho,
etc.). Mas quando predomina o elemento cálcico, então temos frutos suculentos (abóbora,
uva, maçã, etc.). Tanto uma pequena semente de alecrim quanto a enorme semente do côco,
são o produto da fase calor desses vegetais. Na semente de alecrim vemos uma
predominância do calor cósmico por sobre a matéria. No côco vemos muita matéria permeada
de calor.
A fase calórica, embora bastante fugaz, caracteriza-se por separar os elementos
constitutivos para novamente reuni-los. E, algo importante, nesta região o ser do vegetal
dá um pulo e alcança o próximo reino: o animal. Graças ao calor há uma elevação e os
vegetais reproduzem formas animais ou substâncias alimentícias para o reino seguinte.
As frutas e cereais, que podem ser consumidas a qualquer hora do dia, representam
uma polaridade da fase calor do ciclo de vida das plantas.
Como vimos, há nos frutos, uma separação do princípio calórico em formas silicosas
(cereais) e cálcicas (frutos). Ambas as formas de alimento são fundamentais ao ser humano.
Nos cereais há um predomínio do processo da sílica, pelo qual são carboidratos apropriados
para o sistema neuro- sensorial. As frutas são feitas sob as forças do processo do cálcio, pelo
que se adequam mais ao metabolismo. O cálcio emula as forças dos três planetas interiores
(Mercúrio, Vênus e Lua); ao passo que o silício o faz com os planetas exteriores (Marte,
Júpiter, e Saturno).
As Frutas
Bromeliáceas
O abacaxi, fruta com a peculiaridade de conter leveduras no seu interior, permite sua
fermentação. É bastante rico em vitaminas A, B e C, além de potássio, magnésio, fósforo,
cálcio e sódio.
Caricáceas
O mamão, que ninguém sabe dizer na realidade de onde é nativo, contém na sua seiva
um fermento solúvel, a papaína, que aumenta a capacidade digestiva, assim como confere
uma leve ação laxante, calmante gástrico e intestinal. As sementes têm propriedades
vermífugas. O mamão possui muito hidrato de carbono e proteína, contém poucos sais
minerais e muita vitamina A, B e C.
Moráceas
Figo, amora, jaca e fruta-pão são seus principais representantes. O figo é rico
principalmente em vitaminas A e B, e sais minerais como cálcio, fósforo, ferro, magnésio,
potássio e sócio. Os frutos maduros podem ser consumidos preferencialmente crus. Pelo seu
alto teor de açúcar podem ser usados como adoçantes em alguns doces.
Musáceas
A banana é uma planta extremamente nutritiva, muito rica em hidratos de carbono,
principalmente saca- rose, glicose e frutose, proteínas, sais (principalmente potássio, fósforo,
cálcio, ferro), uma pequena quantidade de sódio magnésio, além de vitaminas A, B, C e E.
Possui um pequeno teor de gordura.
Mirtáceas
São plantas odoríferas, com um processo calórico intenso, como a jabuticaba, a goiaba
e as pitangas.
Passifloráceas
Maracujá e maracujá-açu. Esta família lida intensamente com forças astrais e dela
conhecemos as suas propriedades calmantes.
Rosáceas
Extremamente equilibrada, esta família nos oferece uma quantidade enorme de frutas.
Dentre as mais conhecidas dessa família, todas com muito boa estruturação, temos a maçã, o
marmelo, as ameixas, o pêssego, a nêspera, o damasco, as cerejas, a nectarina e o morango.
Todas estas frutas têm um intenso processo interno e ajudam no processo humano da
encarnação.
Rutáceas
Uma família tropical que leva intensamente o processo calórico para frutos e flores.
Ela nos oferece a cidra, a laranja, o limão, a lima e a mexerica; frutas muito ricas em vitamina
C e das quais não aproveitamos a casca, que usada em banhos tem propriedades relaxantes e
aquecedoras do sistema metabólico-motor.
Os Cereais
Vimos que os cereais também são frutos mas, à diferença das famílias acima citadas,
precisamos continuar o cozimento para que deles possamos fazer uso em nossa alimentação.
Representam a fase calórica com um predomínio da luz, das linhas, das formas pontiagudas e
ricas em silício. A principal ação dos cereais no organismo é estimular o sistema neuro-
sensorial.
O silício, presente nos cereais integrais, foi reconhecido pela ciência oficial como um
elemento fundamental na alimentação. Mesmo não participando das reações químicas do
metabolismo, sua ação estruturante se mostra presente como molde nos processos de
formação embrionária, dentária, e óssea. É também muito importante na formação do sistema
nervoso - o líquido cefálico que envolve nosso cérebro, assim como a placenta, são ricos em
silício.
O beneficiamento do arroz e do trigo, dois dos principais cereais consumidos em São
Paulo, retira o essencial de sais minerais e silício. A farinha branca e o arroz branco são
extremamente pobres nesses elementos. Pessoas com alimentação pobre em cereais integrais
tomam uma forma arredondada ao engordar. As que com alimentação integral mantêm,
mesmo ao engordar, uma forma corporal mais proporcionalmente humana.
Os cereais são os representantes superiores da família das gramíneas, e foram a base
da alimentação de toda a civilização humana. A agricultura em todas as culturas se
desenvolveu tendo um cereal como centro. No quadro a seguir, encontram-se uma série de
características e propriedades dos sete cereais. Podemos perceber, em cada um deles, uma
relação fundamental entre as culturas que os desenvolveram e as forças arquetípicas dos
quatro elementos que predominam no cereal.
Podemos, atualmente, ter acesso a todos eles. O ideal é variarmos entre os diversos
cereais. Assim, poderemos nos beneficiar com as forças e qualidades que carregam, sem falar
nas suas excelentes qualidades nutricionais.
Cereais
Característi Planeta/
Usos
Cereal Origem Composição Efeitos no Homem cas Elemento
na alimentação
especiais Dia da
Verde: cozido para
curau, pamonha e
Proteínas 8%, manjares. Maduro:
gordura 3,2%, Teor de em forma de farinha Saturno/Terra
Torna a pessoa terrestre,
Milho América carboidratos proteínas como complemento Sábado
engorda.
63%, vitamina baixo. de bolos, pães, (Saturday)*
A. cuscuz, polentas.
Em flocos para
mingau.
Proteína 7 a
8%. gordura
Líquidos movimentados. Proteína Lua/Água
1,5 %, Cozido, mingau e
Arroz Ásia Infecções intestinais. espalhada Segunda-feira
carboidratos 75 mamadeira.
Obstipante. pelo grão. (Lunes)**
a 80%,
complexo B.
Protege o coração e a
circulação contra a
Principalmente na
arteriosclerose; ideal para Único cereal
forma de flocos,
usar na diabete; que as
misturados crus ou
Gordura 6,7%, antidepressivo devido ao sementes
deixado de molho
carboidratos, magnésio; aumenta estão soltas e Vênus/Ar
Norte da com frutas, ou
Aveia cálcio, ferro, resistência física a se movem ao Sexta-feira
Europa cozidos com água ou
complexo B e mudanças climáticas; vento. (Viernes)**
leite para mingaus.
vitamina E. fortalece a musculatura; Tem uma cor
Como complemento
as fibras aceleram o verde muito
de bolos, biscoitos e
trânsito intestinal; a intensa.
pães.
mucilagem é
antidiarreica.
Estimula a
atividade
pensante e dos
órgãos
sensoriais. A
Silício, vitaminas e E, de todos, o
mucilagem é Cozido ou como
sais minerais, cereal que
emoliente nas farinha na forma de Marte/Equilíbrio
Oriento carboidratos, proteína cresce mais
Cevada doenças mingau. Terça-feira
Médio 9%, glicídio 70%, rápido
inflamatórias Acrescentando à (Martes)**
lipídios 1%, cálcio, (colheita em
pulmonares, farinha no pão.
fósforo e ferro. 110 dias).
respiratórias e
gastro-intestinais.
Atua
intensamente no
metabolismo.
Se observamos sua origem, notaremos como cada cereal ou grupo de cereais, corresponde a um ponto
cardeal da terra: ao norte, o cereal do ar (aveia); ao sul, o cereal do fogo (painço); a leste, o cereal da
água (arroz); a oeste, o cereal da terra (milho); e no centro os mais equilibrados que permitem fazer pão,
um processo que passa necessariamente pelas quatro fases: amassar (terra), molhar (água), levedar (ar)
e assar (fogo). Destes, o trigo é o mais equilibrado, e mais adequado para fazer pão.
Os Temperos
Temperos água-ar
Os que ajudam no equilíbrio entre o etérico e astral, entre líquidos e gases. Faz parte
deste grupo a família das umbelíferas: Alcarávia (Kümmel), Erva-doce, Cominho, Salsinha,
Salsão, Levístico, Dril, Coentro.
Temperos do calor
As plantas que produzem bastante aroma, podemos denominar plantas do calor. "Os
óleos essenciais são matérias que querem se transformar em calor*, diz Steiner.
Sabemos que as plantas, como gesto do corpo vivo do planeta, tendem a manifestar-se
de modo diferente em cada região calórica, Nas regiões polares há uma hipertrofia do
elemento raiz e caule. Nas regiões temperadas, rítmicas, há uma tendência ao predomínio das
folhas. Nas regiões tropicais predominam o elemento fruto e flor, assim como uma
exuberância enorme de vitalidade. Da mesma forma, há famílias que tendem a acumular
processos calóricos nessas diversas partes.
As plantas do calor podem ser divididas em três grandes grupos que correspondem,
geograficamente, a essas três regiões segundo sua origem. Temos, portanto, plantas que
acumulam aromas nos troncos ou raízes, nas folhas, ou nas flores e frutos.
As plantas que acumulam calor em raízes e troncos, colaboram no aquecimento do
sistema neuro-sensorial, dos ossos e dos dentes. Dentre esses temos principalmente os
pinheiros, mas também a canela, o cravo e o eucalipto. Geralmente são consumidos na forma
de doces ou balas, ou na higiene bucal. Podem ser usados como banhos (emulsões de pinho
ou eucalipto) ou em massagens. Plantas com essas características são adequadas para aquecer
a região pulmonar: eucalipto, guaco, etc.
Para a higiene dentária, existe um preparado da Weleda: a Água Dentifrícia. Para
manter o dente devidamente mineralizado, o Eu tem de retirar-se. Essa fraca intervenção do
espírito, após a conclusão da formação dentária, facilita o aparecimento de cáries. As cáries
são provocadas por desvitalização do dente e/ou por excesso de inflamações gengivais. A
água dentifrícia contém uma série de elementos para regularizar essa situação peculiar da
boca: duas tinturas (Mirra e Ratânia) e cinco óleos essenciais (Lavanda, Sálvia, Eucalipto,
Menta e Cravo). A Mirra, a Ratânia, o Eucalipto e o Cravo, acumulam calor nas suas
estruturas terra (tronco e raízes), dessa forma conduzem calor para os dentes (estruturas terra
do ser humano). Menta, Sálvia e Lavanda são plantas do calor que agem localmente como
anti-sépticas, aromatizantes e reguladores térmicas.
As plantas que acumulam calor nas folhas colaboram no aquecimento dos processos
rítmicos e circulatórios. A família das labiatas leva a dianteira neste sentido: Alecrim
(Rosmarinho), Lavanda (Alfazema), Boldo, Menta, Hortelã, Melissa, Sálvia, Tomilho, Poejo,
Levante, Alfavaca, Basilicão, Manjerona, Manjericão, Orégano.
As plantas que aquecem o sistema metabólico são aquelas que acumulam essências
em flores e frutos. Distingue-se aqui a família das rutáceas: Arruda, Laranja, Limão, Lima,
Mexerica e outros cítricos. Têm poderoso efeito relaxante. Podem também ser usadas como
temperos. Outras flores, como a Rosa, a Violeta e o Jasmim possuem uma atuação
globalmente semelhante. A baunilha pertence a este grupo de plantas.
Na higiene diária podemos usar essas plantas tanto de forma externa como interna.
Devido às dificuldades da vida moderna, podem ser feitas várias recomendações aos
pacientes. Uma forma que costuma ser eficiente e prática é o óleo de uso interno. Num vidro
seco, colocam-se as ervas escolhidas, também secas, e óleo. Podemos escolher ervas dos três
grupos. Coloca-se o vidro em banho-maria. Dessa forma, os aromas se dissolvem no óleo.
Depois de frio, coa-se. Coloca-se no galheteiro e usa-se para temperar saladas, torradas ou
outros alimentos. Dessa maneira, alguém que coma fora de casa pode levar as ervas de forma
prática. Podem ser recomendadas misturas de ervas para chás ou para fazer pó e encapsular.
Recomenda-se, ainda, um banho de imersão com excelente efeito relaxante,
aquecedor e vitalizante. Numa banheira de água morna, acrescenta-se: Lavanda (Emulsão),
Pinho (Emulsão), cascas de Laranja e uma colherada de Arnica T.M. Faz-se durante um mês,
três vezes por semana.
Sem dúvida, os aromas também agem pelo sentido do olfato. Uma forma de perfumar
o ambiente com óleos aromatizados é usá-los como combustível para lamparinas. Podem,
ainda, ser usados dentro do travesseiro, para inalar o odor durante o sono.
As Hortaliças
Comumente se denomina hortaliças tudo aquilo que vem da horta, tanto folhas, como
raízes, como frutos e até flores. Apenas a diferença fundamental é que as hortaliças são
verduras que costuma se consumir como pratos salgados. A rigor deveríamos dividir as
plantas nas suas partes (raízes, folhas e frutos), mas para continuar com o costume vou usar
esse nome que é comum.
Umbelíferas
As hortaliças que usamos para saladas, refogados, sopas, etc., provêm de várias
famílias botânicas importantes. Uma delas é a das umbelíferas, que assim se chama porque as
flores parecem umbelas (guarda-sóis). É uma das famílias com maior variedade de folhas,
mostrando intensa atividade das forças formativas. São plantas com cavidades ocas,
aromáticas e que mostra que o astral e o calor penetrou na vida como um todo. A vivacidade
fala do etérico. São plantas bem vitais e aquosas, por isso são plantas que de modo geral
permitem uma boa ligação do astral e do etérico.
Entre as umbelíferas, a hortaliça talvez mais consumida é a cenoura. A cenoura é uma
raiz que apresenta características peculiares de fruto. É uma raiz que ainda tem pigmentos
fotossintéticos como o caroteno; tem substâncias aromáticas; muitos sais minerais, como
magnésio, ferro, cálcio, potássio, fósforo, arsênico, cobalto, cobre, iodo, manganês; um a
cinco por cento de silício; e doze por cento de açúcar. Como vemos, possui bastante
características tanto do processo floral como de radicular. A cenoura leva, portanto, o
processo da experiência da luz, do calor, para dentro da esfera metabólica. Dessa forma é
ideal como alimento na infância para ajudar a estruturar as forças formativas, assim como
com todos os excessos de metabolismo.
Dentro da família das umbelíferas encontramos ainda o salsão, que é uma planta
aromática, meio salobre, com propriedades diuréticas; a erva doce (o funcho) bastante
adocicada - de todas as umbelíferas é a que tem o aroma mais fino, mais próxima do calor e
por isso também serve como alimento para as crianças. Nessa família encontramos também a
mandioquinha - um tubérculo que foi carregado também de amido e é assim uma forma de
carboidrato trabalhada pela força das umbelíferas que torna o carboidrato extremamente
digestivo. Como vemos nessa família há alimentos bem próprios para a infância.
Solanáceas
As solanáceas constituem uma família aonde a intervenção do astral é muito forte. Por
isso, devemos ter cuidado pois nessa família encontramos muitas substâncias tóxicas, muita
formação de taninos. Nessa família encontra-se o tomate, a berinjela, o pimentão, a pimenta
malagueta e o jiló. Como vemos são plantas inadequadamente trabalhadas pelo elemento
calórico, pelo qual os frutos possuem poucos açúcares, poucos doces, e ainda não foram
totalmente levados até o reino animal. Assim, a maior parte deles precisa ser comido após ser
cozido. Apenas o pimentão e o tomate são consumidos crus, sendo o pimentão para muitas
pessoas indigesto.
Temos que ter muito cuidado no uso do tomate, pois além de ser uma planta que
sucumbe às forças astrais, pela fruta ter uma película extremamente delicada absorve muito
facilmente pesticidas, o que pode tomá-la tóxica dependendo da agricultura que for usada.
Compostas
Outra família importante como hortaliça é a família das compostas. Esta família é a
mais elevada e desenvolvida do reino vegetal. Chamam-se compostas porque as flores são
verdadeiros troncos de flores ricamente elaborados.
Nessa família encontramos o alface, a chicória, a escarola, o almeirão, o dente-de-leão
e a serralha dentre as mais consumidas. Todas essas folhas são bastante equilibradas, pois
produzem uma relação muito harmônica entre o cósmico e o terreno. Por este motivo se
tornam folhas que carregam forças equilibradoras para o ser humano. A presença de leite
nessas folhas mostra a intensa atividade do corpo etérico.
Existe ainda mais uma hortaliça da família das compostas: um cardo chamado
alcachofra. É amargo, útil ao tratamento do fígado. Também tem ação diurética e
hipoglicemiante.
Crucíferas
Outra família bastante usada como verdura é a família das Crucíferas. Caracterizam-se
por terem pequenas flores brancas ou amarelas em forma de cruz. Elas tem a capacidade de
carregar o elemento calor nas suas folhas e possuem um processo enxofre bastante
importante.
As crucíferas possuem muita massa e pouca forma, o que mostra bastante vitalidade
do etérico. Entre elas encontramos a couve, o repolho, a couve-de-bruxelas e a couve-flor.
Existem alguns representantes das crucíferas com óleos etéricos mais fortes. São quase
temperos, pela força digestiva que possuem. Encontramos aí a mostarda, o rabanete, o nabo e
a raiz forte. Pertence a esta família também o agrião, onde o processo sulfúreo está
particularmente intenso na folha, assim como os óleos etéricos. Temos ainda a rúcula. Rudolf
Steiner fala da importância do agrião e diz que dele o ser humano é capaz de retirar mais óleo
que dos cereais.
Quenopodiáceas
Esta é uma família que dá duas verduras importantes: a beterraba e a acelga. A
respeito da beterraba Steiner fez um interessante pronunciamento: a beterraba estimula o
pensar, e isso de tal maneira que a pessoa quer pensar. Quem não gosta de pensar não gosta
de beterraba.
Existem ainda algumas verduras pouco usadas, mas com bastante valor nutritivo.
Dentre elas encontramos as folhas de beterraba, de nabo e de abóbora, os brotos de chuchu, a
cumbuquira (brotos novos de abóbora riquíssimos em fósforo), a taioba, o caruru, a beldroega
e a bertalha. Podendo consumir essas verduras estaremos comendo bastante minerais
necessários à saúde.
Liliáceas
Dentre as Liliáceas, que na realidade são mais usadas como temperos, temos o alho, a
cebola e o aspargo. Esta família tem a capacidade de conter enxofre e, portanto, de juntar o
corpo etérico ao físico, assim como ajudar aos processos aquosos desgovernados.
Cucurbitáceas
Esta família também nos oferece alguns legumes. É a família característica das
monstruosidades. Aqui os elementos água e calor juntam-se. As mais consumidas são a
abóbora e a moranga, mas há também a abobrinha, o chuchu, o pepino e o maxixe. Todas
essas plantas trazem o calor para o elemento líquido.
Leguminosas
Algumas leguminosas são usadas como hortaliças, especialmente as vagens quando
ainda estão verdes. Temos a vagem e a ervilha torta, ricas em magnésio e que são usadas por
inteiro.
O Fígado
Generalidades
O fígado é órgão mais importante da nossa vitalidade. Vitalidade é entendida aqui
como a qualidade do vivo, isto é, tudo aquilo que constrói o nosso corpo, que colabora na
manutenção e nos confere viço.
Para entendermos a função do nosso fígado, basta que lembremos de uma floresta.
Nela, observamos o crescimento de inúmeros vegetais e nos permeamos de um sentimento de
exuberância que nos desperta certa segurança, nos desperta calma. A vida é poderosa, mas é
também muito vagarosa, lenta. Podemos pensar no nosso fígado como se fosse a nossa
floresta interna. Se quisermos colaborar com o equilíbrio dessa mata devemos fomentar no
nosso dia-a-dia hábitos que lembrem essas qualidades “florestais".
Não devemos confundir vitalidade com excitabilidade, confusão esta que é muito
comum. Pela influência da vida agitada das grandes cidades, tendemos a crer que vitalidade
seja rapidez de ação ou pensamento. Mas viver num esquema de vida agitado, acelerado,
somente contribui para desgastar a nossa vitalidade, e não para aumentá-la.
Se somos obrigados a levar uma vida acelerada, então com muito mais razão temos
que aprender a criar hábitos calmos que fortifiquem as nossas forças vitais pois é aí que
vamos precisar muito mais delas.
Como se traduz a vitalidade nos sintomas corporais e na disposição psicológica? Os
sintomas de debilidade hepática são os mesmos de fraqueza etérica, pois o fígado é o órgão
que regula as atividades do corpo etérico.
Sinais físicos da saúde do fígado
Boa disposição física.
Acordar com a sensação de descanso.
Sentir fome e sono em horários rítmicos.
Ausência de sintomas dolorosos acompanhada de sensação de bem-estar corporal.
Sentir-se bem na própria pele.
Os hábitos de vida de uma pessoa que estimulam a sua vitalidade, são aqueles que se
parecem com os que levam as pessoas que moram no campo, ou os que levavam pessoas de
uma ou duas gerações atrás nas nossas cidades atualmente movimentadas. Quais são?
Ter tempo para realizar todas as atividades com a calma necessária. Saber dosar
pausas durante o dia para se repor do desgaste, mesmo que seja por alguns minutos. Sentar
junto com as pessoas queridas todos os dias para trocar as experiências do dia ou da semana,
que são muito mais facilmente assimiláveis quando compartilhadas. Cuidar dos
relacionamentos com pessoas, seres e coisas como agricultores. A vida, assim como a
agricultura, é fomentada se sabemos "cultivar". O que significa ter tempo e dedicação para
cuidar calma e persistentemente daquilo que nos rodeia. Levar uma vida com ritmo - e não
numa rotina enfadonha - mais como se fosse uma dança, um fluxo plástico. Alimentar-se bem
e cuidar do corpo.
Por outro lado se a nossa vida se aproxima mais do ritmo acelerado metropolitano,
onde não cuidamos desses aspectos, é comum surgirem certos sintomas que nos indicam que
precisamos tomar algumas providências para subsanar o problema do momento, ou para
prevenir males piores no futuro que decorrem de uma vitalidade enfraquecida. Logicamente
que a nossa vitalidade pode diminuir por outras razões, em todo caso os sintomas são
análogos. Quais são esses sintomas?
Sintomas físicos da desvitalização
Indisposição. Mal estar vago, difícil de definir, ou então franca indisposição.
Dores ou sensação de peso na cabeça.
Vistas cansadas que pioram ou melhoram a acuidade visual de um momento do
dia para o outro. Acentuação das tensões musculares. come e sono sem ritmo.
Acordar já quebrado com sensação desagradável desabitar no próprio corpo.
O fígado precisa de alimentos frescos, viçosos. Quanto menos tempo passar entre
a colheita ou o abate e a refeição, mais aproveitaremos da vitalidade dos
alimentos.
Adoçantes
Açúcar mascavo, mel e melado.
Condimentos
Sal marinho não iodado, ervas frescas ou secas (WELEDA).
Laticínios
Leite A (diluído a 50 % de água), leite B (diluído a 40 % de água), ricota,
coalhada, iogurte, queijo (fresco) de Minas, requeijão.
Verduras e legumes
Acelga, cenoura, funcho, chicória, aipo (salsão), beterraba, alface, abóbora,
moranga, chuchu, alcachofra, pepino, abobrinha, almeirão, serralha, batata-doce,
cará, inhame, mandioquinha, batata (pouca quantidade).
Cereais integrais
Aveia, cevada, trigo, arroz, cevadinha; pão integral.
Gorduras
Manteiga fresca, azeite de oliva, óleos de milho ou girassol (máximo de 40 g/dia).
Proteínas
Ovos em suflê, cozidos (duros, médios, moles), crus (1 ou 2 vezes por semana),
carnes brancas (assadas, cozidas ou grelhadas) como frango e peixes (carpa,
pescada branca, dourado, cação, tainha e linguado).
Frutas
Mamão, laranja-lima, banana-maçã, banana prata, pera, caqui (sem casca), grape-
fruit, melão.
Bebidas
Chás de erva doce, caseiro (WELEDA), hortelã/menta, erva cidreira; café de
cevada; suco de verduras e legumes; centrifugar cenoura e mamão, cenoura e lima,
beterraba e maçã.
Adoçantes
Açúcar branco.
Condimentos
Sal iodado, cebola, mostarda, molho de tomate, curry, vinagre, pimenta, molho
inglês, molho de soja, caldo de carne/galinha industrializados.
Laticínios
Queijos roquefort, gorgonzola, parmesão, mozzarella, prato, suíço, camembert,
nata; derivados do leite mais que 2 vezes ao dia.
Verduras e legumes
Couve, repolho (chucrute), espinafre, brócolis, aspargo, nabo, couve-rábano,
rabanete, cogumelo, tomate.
Grãos
Vagem, ervilha, feijão, grão-de-bico, lentilha, soja e outras leguminosas.
Gorduras
Gorduras vegetais (côco, amendoim), margarina, banha, frituras.
Proteínas
Carnes de porco, vaca ou carneiro; presunto, salame e outros frios; carne crua,
toucinho, peixe defumado, peixe em conserva; anchova, sardinha, camarão,
lagosta, ostra, mexilhão e outros frutos do mar.
Frutas
Abacaxi, laranja pera, maracujá azedo e outras frutas ácidas; abacate, pêssego,
nêspera, ameixa e outros frutos de caroço duro; nozes, castanhas, amendoim, e
outras frutas oleaginosas.
Bebidas
Café, chocolate (além de líquido, também em pó ou barra), Ovomaltine, Nescau,
sucos artificiais, refrigerantes, chá mate, chá preto, bebidas alcoólicas; líquidos em
temperaturas extremas (muito quente/muito frio).
Confeitos
Pão de mel, bolos, pastéis, pastelão.
Outros
Enlatados, alimentos industrializados.
Desjejum
Chá ou café de cevada, leite diluído, cereal (torrada), pão ou mingau de aveia ou suco de
cevada com leite diluído. Frutas.
10:00 h
Suco de frutas ou iogurte com frutas, suco de verduras e legumes.
Almoço
Prato de salada de verduras e legumes crus, cereal, legumes e verduras cozidos sem gordura
(simples ou servidos na manteiga/azeite de oliva, em suflês ou em recheios de panquecas),
ovos, carnes.
16:00
Chá, torrada, derivados do leite, mel, frutas ou sucos.
Jantar
Caldo de legumes e verduras, mingau salgado, canja pouco reforçada, compota de frutas,
frutas com iogurte ou ricota, chá.