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XXXXXXXXXX., vem por intermédio de seu advogado (procuração em anexo) que ao final
subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, com fundamento nos
artigos 1º, III, 3º, I e IV, 5º, caput e par. 2º, e 196, todos da Constituição Federal, e artigo
461, do Código de Processo Civil, propor a presente, propor a presente AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PRECEITO COMINATÓRIO E PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA contra o ESTADO DO CEARÁ, pessoa jurídica de direito público interno,
CNPJ 07.954.480/0001-79, com sede no Palácio Iracema - Centro Administrativo
Governador Virgílio Távora, sito na avenida Dr. José Martins Rodrigues, nº 150, bairro
Edson Queiroz, CEP 60811-520, a ser citado na pessoa de seu representante legal e o
MUNICÍPIO DE FORTALEZA, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ de
n° 07.954.605/0001-60, com sede na Rua São José, nº 01, Bairro Centro, Fortaleza, Ceará,
CEP: 60.060-170, a ser citado na pessoa de seu representante legal . pelas razões de fato
e de direito adiante expostas.
I - PRELIMINARMENTE
I.A – DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL.
A autora, desde já, informa que não possui endereço eletrônico por ser pessoa
carente de recursos financeiros e de pleno acesso aos meios de comunicação virtuais – e-
mail – razão pela qual deixa de indicá-lo na presente Inicial.
Requer, outrossim, que a ausência de indicação de endereço eletrônico não seja
interpretada em seu desfavor sob pena de restar caracterizado óbice ao acesso à Justiça e
violado o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.
Deste modo, o promovente declara que não podem arcar com as despesas
processuais e requer concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, nos termos dos
artigos 98 e 99, § 3º do Novo Código de Processo Civil.
IV – DO DIREITO
Por outro lado, a saúde, direito fundamental de índole social previsto no art. 6º
da CF, é assegurada a todos os brasileiros pelo seguinte dispositivo constitucional:
Não bastasse a previsão interna, não olvidemos que, por força do § 2º do art. 5º
da CF, “os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.” É neste sentido que se impõe o destaque ao
Protocolo Adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, Protocolo de San Salvador, adotado em São Salvador, El
Salvador, em 17 de novembro de 1988, ratificado pela República Federativa do Brasil em 21
de agosto de 1996, o qual dispõe sobre o direito à saúde nos seguintes termos: “Art. 10.
Toda pessoa tem direito à saúde, entendida como o gozo do mais alto bem- estar físico,
mental e social”.
Assim sendo, o descumprimento do dever estatal em propiciar ao paciente
condições adequadas ao exercício do direito à saúde, a par de acarretar a seu cidadão
consequências físicas e mentais reprováveis, é passível de reprimenda internacional, ante à
obrigação transnacional assumida pela nossa república.
Não se pode negar a legitimidade passiva dos entes de direito público acionados
na presente ação. A Constituição Federal é bastante clara ao estatuir, em seu art. 196 que:
“A Saúde é direito de todos e dever do Estado (...)” - assim entendido no seu sentido amplo.
Trata-se de um dever solidário que pode ser cobrado por inteiro de qualquer dos
entes obrigados, conforme entendimento jurisprudencial da nossa Corte Egrégia
Constitucional – STF – abaixo colacionado:
Incumbe, portanto, aos entes acionados figurarem no polo passivo desta ação, a
fim de que seja reconhecida sua responsabilidade e dever de providenciar ao paciente o
tratamento que necessita.
Nesse caso, tem-se por imprescindível que o Poder Judiciário atue visando à
efetivação do direito fundamental à saúde, em razão de sê-lo uma prerrogativa jurídica
indisponível assegurada para todas as pessoas pela Carta Magna como bem jurídico
constitucionalmente tutelado, estritamente ligado à noção de dignidade da pessoa, por cuja
integralidade deve-se velar, não cabendo ao réu negar ou se omitir perante os pedidos de
assistência à saúde do autor.
Interessante destacar que os arts. 297 (que trata da tutela provisória) e 536 (que
trata do cumprimento de sentença em obrigação de fazer) do Código de Processo Civil
preconizam que o juiz poderá adotar as medidas que considere adequadas ou necessárias
para a efetivação da tutela específica.
Incumbe ainda examinar que não há que se confundir multa diária com o
sequestro de contas públicas, pois enquanto no primeiro caso é meio de coerção indireta
onde se busca a tutela específica; no segundo há meio executivo por sub-rogação. Neste
último caso, o Judiciário obtém diretamente a satisfação total ou parcial da obrigação,
independentemente da vontade do obrigado.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
V – DO PEDIDO
d) A CITAÇÃO dos Réus, após concedida a tutela de urgência liminar para, querendo, no
prazo legal, contestar a presente ação, sob pena de revelia;
f) A intimação do douto Ministério Público estadual, a fim de ingressar ao pleito como custus
legis;
Dar-se a causa o valor de R$ 2.189,64 (dois mil, cento e oitenta e nove reais e
sessenta e quatro centavos).
Termos em que,
Pede e espera deferimento.